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CASAMENTO INFANTIL: proibição ao casamento antes dos 16 anos.

Sara Rayanne dos Santos Renildo

Graduanda em Direito - IESGO

Maria Eduarda de Sousa Fleury

Graduanda em Direito – IESGO

SUMÁRIO: Introdução; 1.Legislação brasileira; 2. Por que pesquisar casamento na infância e adolescência no
Brasil?; 3. Motivação primária para o casamento; 4. Impactos e mudanças durante e depois do casamento; 5.
Meninas adaptando-se às preferências dos homens; 6. Violência contra a parceira; 7. Consequências para as
vidas de milhões de meninas e jovens mulheres; 8. Materiais e métodos; Considerações finais; Referências
bibliográficas.

RESUMO:
O presente trabalho, baseando em pesquisa do tipo documental, visa à análise da inovação
atual ocorrida no Código Civil (em face do casamento infantil) e demonstrar as evidências
que sustentaram o projeto de Lei n°.7.119 de 2017, apresentada pela Deputada Federal Laura
Carneiro, que confere uma nova redação ao artigo 1520 da lei n°.10.406/2002, o qual não
permite, em qualquer caso, o casamento de quem não atingiu a idade núbil. Desta forma, este
artigo tendo caráter pioneiro, tem como objetivo central tornar público a alteração da lei, bem
como contribuir para a discussão em torno da problemática do casamento entre menores de 16
anos, assim como a necessidade de intervenções específicas, como novas pesquisas e a
criação de projetos de políticas públicas, com a finalidade de trazer a tona o cenário fático do
casamento precoce.
Palavras- chave: Código Civil; Casamento infantil; Idade Núbil; Políticas Públicas;
Casamento precoce.
ABSTRACT:
The present study, based on documentary research, aims to analyze the recent update of  the
Brazilian Civil Code (about the child marriage) and display the evidences that supported the
Bill No. 7,199 of 2017, presented by the Federal Deputy Laura Carneiro, which grants a new
wording to the article 1.520 of Law No. 10.406/2002, which in any case, allow the marriage
of those who did not reach the marriageable age. This pioneering article has as its central
objective to make public the modifications of the law, as well as contribute to the discussion
about the issues of marriage among childrens under 16 years old, and the need for specific
interventions, with new research and creation of public policy projects in order to bring out
the factual scenario of early marriage.
Palavras- chave: Keywords: Civil Code, Child Marriage, Marriageable Age, Public Policy,
Early Marriage.

INTRODUÇÃO:

Enquanto ciência social e cultural, o Direito tem sua aplicabilidade em diversas áreas
do conhecimento a fim de compreender os hábitos o qual o homem se envolve para que seu
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campo de incidência seja mais preciso e eficaz, com o objetivo de preencher as lacunas ainda
existentes no ordenamento jurídico brasileiro. Dentro dessa esfera se encontra o Direito Civil
como ramo do direito, que regula os direitos e obrigações de ordem privada, que direcionam e
determinam a maneira de agir dos indivíduos em sociedade, como por exemplo, o direito do
nascituro, a sucessão familiar e o casamento.
Em meio à complexidade das relações sociais, o Código Civil assim como o Direito
Constitucional, vem repleto de princípios e fundamentos que orientam e limitam alguns
direitos e capacidades. Exemplo disso é a capacidade para o casamento, disciplinada no Livro
IV do Código Civil (Do Direito De Família), Capítulo II, artigo 1.517, o qual exige a
autorização de ambos os pais, ou representantes legais, para que jovens de dezesseis anos
possam se casar, enquanto não atinjam a maioridade civil, e o 1520 que é foco desse artigo,
que permitia como excepcionalidade, o casamento de quem ainda não alcançou a idade núbil
referente no artigo 1517, em caso da jovem declarar gravidez.
O projeto de lei da Câmara (PL 56/18), que foi sancionado recentemente em 12 de
março deste ano Lei n° 13.811/2019, veio com a ideia de uma necessária e urgente alteração
do dispositivo, considerando a necessidade de dar visibilidade não apenas a supressão ou
revogação pura da letra da lei, mas da importância da proteção da dignidade relativa à
infância e adolescência, assegurada constitucionalmente no artigo 227 e no Estatuto da
criança e do adolescente, que os consideram pessoas especiais em condição de
desenvolvimento psicológico e social como sujeitos de direitos.
A mudança partiu diante da justificativa utilizada pela deputada, com embasamento a
partir das pesquisas de campo realizadas pelo Instituto Promundo (Instituição não
governamental brasileira) e o Promundo (Estados- Unidos), entre os anos de 2013 a 2015 com
apoio da Fundação Ford, que exploraram as práticas envolvendo casamento na infância e
adolescência, nos estados do Maranhão e Pará, que evidenciaram que os casamentos na
infância e adolescência na América Latina, são em sua maioria, são informais e consensuais,
ou seja, coabitação, sem Registro em cartório ou na igreja, em razão da limitação de faixa
etária.
O Brasil entrou no ranking elevado do país da América latina, que mais casa, e 4°
lugar no mundo, com números absolutos, especificados no livro publicado pelo Promundo,
intitulado “Ela vai no meu barco - Casamento na infância e adolescência no Brasil” no qual
relata que:
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De acordo coma uma estimativa, o Brasil ocupa o quarto lugar no mundo em


números absolutos de mulheres casadas até a idade de 15 anos, com 877 mil
mulheres com idades entre 20 e 24 anos que se casaram até os 15 anos (11%). O
Brasil é também o quarto país em números absolutos de meninas casadas com idade
inferior a 18: cerca de 3 milhões de mulheres com idades entre 20 e 24 anos casaram
antes de 18 anos (36% do total de mulheres casadas nessa mesma faixa etária). Em
outros países da América Latina e Caribe, os níveis de prevalência são maiores
apenas na República Dominicana e Nicarágua. De acordo com dados coletados no
Censo de 2010, pouco mais de 88 mil meninas e meninos (idades entre 10 e 14 anos)
estão em uniões consensuais, civis e/ou religiosas, no Brasil.(TAYLOR et al., 2015,
p. 9 e 10).

Os números apresentados nos oferecem elementos para a compressão de um problema


não apenas brasileiro, mas uma problemática em nível e discussão global, por se tratar da
proteção dos direitos de meninas e meninos, que entram sem nenhuma noção das
dificuldades da relação matrimonial e suas responsabilidades.
A prevalência do casamento infantil ocasionou na união de muitas organizações como
a ONU (Organização das Nações Unidas); UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a
Infância); Promundo; CDC (Convenção dos Direitos da Criança) e o CONANDA (Conselho
Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente) a estimularem as pesquisas e a
intervenção da legislação bem como das agendas públicas e agências de proteção, a
impulsionarem a discussão em escolas, familiares tal como entre a sociedade como um todo.
O CONANDA, por exemplo, teve papel ativo na promulgação da Lei n° 13.811/2019 por
meio de uma nota de publicação favorável ao projeto de Lei n°.7.119 de 2017:

Desta forma, entende-se ser adequada, necessária e urgente a alteração do artigo


1.520 do Código Civil, nos termos propostos pelo referido projeto de lei, com a
revogação das exceções legais que permitem o casamento de crianças e
adolescentes, como forma de, efetivamente, priorizar a proteção dos direitos
assegurados à infância e à adolescência. Nesse sentido, o Conanda posiciona-se pela
aprovação do Projeto de Lei 7.119 de 2017, como forma de assegurar os direitos de
crianças e adolescentes com absoluta prioridade, perante o cenário nacional de
massivos casamentos infantis e violações deles decorrentes. (CONANDA, 2018, p.
2).

O CONANDA expressa em seu posicionamento à preocupação com os direitos das


crianças e adolescentes onde grande parte das vezes, os efeitos do casamento podem afetar
negativamente a vida dos menores, causando futuros problemas sociais.
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1. LEGISLAÇÃO BRASILEIRA:

No Brasil, a idade legal para contrair o matrimônio é de 18 anos para homens e mulheres, no
entanto ambos podem se casar com o consentimento e autorização concedida de ambos os
pais, ou representantes legais, a partir dos 16 anos. Caso haja divergência quanto o poder
familiar de um dos pais, o juiz competente poderá ser requerido para solucionar o desacordo,
quando injusta. Tal como é exposto nos Arts. 1.517, 1.519 e 1.631 do Código Civil:

Art.1517. O homem e a mulher com dezesseis anos podem casar, exigindo-se


autorização de ambos os pais, ou de seus representantes legais, enquanto não
atingida à maioridade civil.
ºVide Enunciado n.512 da Jornada de Direito civil:
O art. 1.517 do Código Civil, que exige autorização dos pais ou responsáveis para
casamento, enquanto não atingida à maioridade civil, não se aplica ao emancipado.

Art.1.519. A denegação do consentimento, quando injusta, pode ser suprida pelo


juiz.

Art.1.631.. Durante o casamento e a união estável, compete o poder familiar aos


pais; na falta ou impedimento de um deles, o outro o exercerá com exclusividade.

Parágrafo único. Divergindo os pais quanto ao exercício do poder familiar, é


assegurado a qualquer deles recorrer ao juiz para solução do desacordo. (BRASIL,
2002).

Dentro desse contexto, o código permitia como excepcionalidade os casamentos entre


aqueles que ainda não entraram na idade núbio, como era definido no Art. 1520 do Código
civil: “Art.1520. Excepcionalmente, será permitido o casamento de quem ainda não alcançou
a idade núbio (art., 1517), para evitar imposição ou cumprimento de pena criminal ou em caso
de gravidez”. Exceção que é compartilhada apenas em quatro países na região: Venezuela,
Guiana, Guatemala e Honduras.
Como já citado anteriormente, o Brasil corresponde o 4° país no ranking que mais
ocorrem casamentos consensuais e informais, em decorrência da gravidez. O projeto lançado
pelo Banco Mundial, intitulado “Fechando a Brecha: Melhorando as Leis de Proteção à
Mulher contra a Violência”, revela que em parte isso ocorre porque a lei permitia a
excepcionalidade e por não prevê punição, medida que só ocorre em sete países da América
Latina: Chile, Equador, Guiana, Peru, Suriname, Uruguai e Venezuela”.

2. POR QUE PESQUISAR CASAMENTO NA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA


NO BRASIL?
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Apesar dos números alarmantes demonstrado, no Brasil pesquisas referentes ao tema


não fazem parte da agenda constitutiva do governo na formulação de políticas nacionais de
proteção aos menores. Tendo como passo e ponta pé inicial apenas as pesquisas realizadas
pela instituição não governamental Promundo, a qual já faz um tempo significativo desde suas
últimas analises sobre o caso entre os anos de 2013 a 2015, que veio justamente com a
intenção de uma intervenção transformadora na letra lei.
Mesmo em meio à inércia de muitos países, no âmbito internacional já há o
reconhecimento do casamento infantil como uma prática de violação aos Direitos Humanos,
definido na Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos da criança e do adolescente,
tratado que o Brasil assinou e ratificou em 1990, mesmo ano da criação do ECA.
A grande necessidade de falar sobre o assunto, vem da dificuldade de mensurar a
quantidade de casamentos informais e do interesse da imprensa em fazer cobertura sobre
tema, que afastam e impossibilitam ainda mais os estudos que expliquem diretamente a
prática e suas consequências. Um ponto positivo, que pode ser utilizado como base para toda
uma iniciação científica, vem de o Brasil ser um dos poucos países que coleta dados sobre os
vários tipos de uniões, através das três principais fontes de dados: PNAD (A Pesquisa
Nacional por Amostra de Domicílios, realizada pelo IBGE); O Censo, realizado no período a
cada 10 anos pelo IBGE e a Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da Criança e da
Mulher.

Figura 1- uniões entre indivíduos de 10 a 19 anos.


Fonte: (TAYLOR et al., 2015, p. 25).
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Figura 2 - tipo de união e condições de moradia.


Fonte: (TAYLOR et al., 2015,40).

Uma análise superficial dos registros obtidos pela ONG Promundo, revela que apesar
de anterior a nova atualização do Código Civil, os números de casamentos consensuais (sem
registro civil, com linguagem popular mais conhecida com estar “amigado ou ajuntado”),
lidera, principalmente por envolver menores de 16 anos. Sendo potencialmente indicativo que
existem inúmeras ambiguidades e lacunas na legislação, principalmente no que diz respeito ao
consentimento e as causas que levam cada vez mais jovens a contraírem uniões.
A pesquisa, portanto tem a finalidade de construir evidências que sustentem
programas e políticas públicas para a prevenção e mitigação das consequências da prática em
todo o Brasil, já que o número de locais da pesquisa foi limitado territorialmente em apenas
em dois Estados brasileiros (Pará e Maranhão), que possuem um dos estados com menor
população, mas com um dos maiores índices de casamento infantil. (TAYLOR et al., 2015).

3. MOTIVAÇÕES PRIMÁRIAS PARA O CASAMENTO:

Muitos fatores podem ser considerados como determinantes para a motivação dos
casamentos, conforme foi descrito por homens, meninas e suas respectivas famílias,
entrevistadas nas pesquisas de campo do Instituto Promundo, que poderiam ser interpretadas
como motivações “forçadas”, já que o principal fator vem devido à “gravidez”, que em sua
maioria não é planejada ou desejada, também associada à pressão familiar, que tem a intenção
de proteger a honra das meninas, ainda que não nesses termos, sendo descrita como forma de
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acelerar um casamento, mesmo quando a relação é desejada. “Exemplo visivelmente


demostrado em uma das entrevistas coletadas em Belém, de um homem de 21 anos casado
com uma garota de 15 anos. “ENTREVISTADOR: ‘Você sempre quis casar’? HOMEM
CASADO: Não. Não quis casar não. Mas depois que eu arranjei ela assim (grávida), aí tive de
casar, não tem?”. (TAYLOR et al., 2015, p. 41)
Dentro desse contexto foram encontrados outros cinco fatores indicados como
estímulos mais comuns entre as crianças e adolescentes, que são:

1. Gravidez guia decisões maritais


2. Decisões sobre casamento como um desejo de controlar a sexualidade das
meninas e limitar comportamentos percebidos como ‘de risco’
3. Desejo de assegurar estabilidade financeira através do casamento
4. Decisão marital como expressão da agência das meninas
5. Decisão marital como resultado das preferências e do poder dos homens adultos,
isto é, homens casam com meninas mais novas porque acham que elas são mais
atraentes, o que faz com que eles se sintam “mais jovens”; homens adultos também
detêm mais poder nas tomadas de decisão e são percebidos como “melhor de vida”
do que homens jovens.( TAYLOR et al., 2015, p. 56).

Outros dados sociodemográficos adicionais foram apontados como pouco relevantes


no que se refere à raça, religião e migração rural. Entretanto dentro dos fatores primários, os
que mais chamam a atenção é a decisão súbita do casamento como forma de controlar a
mobilidade sexual das meninas, que por parte da família perder a virgindade tem a acepção de
perda de valor moral, assim como forma de amenizar as consequências de uma gravidez não
planejada, e uma opção “menos pior”. (TAYLOR et al., 2015).
Além disso, a questão financeira e econômica leva muitas meninas a procurarem
estabilidade e companheiros que as tirem das dificuldades precárias enfrentadas em seus lares
de origem para que saiam da dependência de seus pais e passem a depender exclusivamente
do marido, como forma de terem maior segurança e estabilidade, impulsionadas por questões
financeiras.
Dependência em grande parte reconhecida pelos homens como “dependência sub-
reconhecida”, como principal motivação para o casamento, que foi declarada por muitas
meninas, em alguns dos trechos da entrevista “para ter alguém para sustentá-las ou “dar
presentes a elas”, entretanto tal fenômeno não pode ser considerado de maneira generalizada,
pois muitas meninas se casam com jovens de 20 e 21 anos que trabalham há pouco tempo, em
situação de trabalho inseguro e flexível. (TAYLOR et al., 2015, p. 58)”.
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4. IMPACTOS E MUDANÇAS DURANTE E DEPOIS DO CASAMENTO:

De maneira geral um casamento envolve muitas aspirações e expectativas por parte do


casal bem como de suas famílias, entretanto meninas e homens casados afirmam de maneira
unânime que em geral o casamento não corresponde às expectativas, principalmente as
meninas que acreditam que a partir da união terão maior mobilidade, liberdade e
independência, por estarem saindo de sua casa de origem muitas enxergam grandes
oportunidades dentro de um casamento, contudo elas apenas transferem metaforicamente de
“tutor”, passando dos pais para o marido, onde as limitações e dificuldades serão ainda
maiores. (TAYLOR et al., 2015, p. 58).
Uma vez casadas, muitas das meninas entrevistadas relatam que após alguns meses e
anos de casamento, suas percepções do que vem a ser a responsabilidade de uma união
precoce não correspondem às esperanças inicias inclusive grande parte diz ter preferido casar
em uma idade posterior, de maior maturidade e nível escolar ou profissional, aspirações que
tanto meninas como homens desejam para seus filhos, entendida como uma decisão certa e
consciente, pois após o casamento, com a gravidez e novas responsabilidades, essas ambições
se tornam ainda mais distantes e difíceis, principalmente pelo controle e a falta de apoio de
grande parte dos maridos em suas preferências. (TAYLOR et al., 2015, p. 58).
Outro resultado obtido e importante a ser discutido é sobre a “mobilidade sexual”,
meninas menores, que mesmo antes de se casarem, são controladas por familiares, ideia que
não pode ser confundida com orientação sobre sexualidade, pois as mesmas não são expostas
à educação sexual, mas são encorajadas a descobrirem esse universo, “sozinhas”, que em
muito dos casos são obrigadas a adquirirem responsabilidades por meio de uma gravidez não
planejada ou querida. Como resultado disso o Instituto Promundo sugere na pesquisa, “a
tendência de que meninas raramente tenham mais de uma experiência sexual ou de namoro
que não leva ao casamento ou à gravidez”. (TAYLOR et al., 2015, p. 58). Assim o casamento
fica dividido em dois pontos a mobilidade sexual controlada pela verdade versus
hipersexualidade das meninas. Tornando o matrimônio como forma de garantir a obtenção de
responsabilidade, através dos ensinamentos e limitações que o casamento trará ao longo dos
anos.
Analisando por outro vértice, o trabalho sexual e a exploração sexual demonstra uma
das alternativas ao casamento, realidade demonstrada pela equipe de pesquisadores ao
entrevistarem uma jovem de 14 anos, que tinha sete irmãos e irmãs, onde a mesma relata, que
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se não tivesse se casado estaria na mesma trajetória de uma de suas imãs, que entrou no
caminho para a prostituição.

ENTREVISTADORA: Como é que tu acha que a tua vida seria hoje se tu não
tivesses morado, ido morar com ele. O quê que tu estaria fazendo?
MENINA CASADA: Acho que eu estaria quase no mesmo caminho que a minha
irmã, que a minha irmã ta quase no caminho da prostituição. (TAYLOR et al., 2015,
p. 58).

Assim como as motivações que levam as meninas a tomarem a decisão de se casarem,


os homens também possuem motivações que os incentivam a se casarem com meninas mais
novas, principalmente pela questão do “respeito” e “dependência” características difíceis de
serem achadas em mulheres mais maduras e cautelosas. Ideia transmitida por um dos
entrevistados da pesquisa do Instituto Promundo:

É, assim, o que faz um homem se sentir realizado é o homem chegar em casa,


encontrar a mulher, as coisas de casa tudo bem feitinha. A mulher não contrariar o
homem também, né? Acho que é isso. […] Tipo, não desrespeitar… fazer as coisas
“certinho” como o marido pede. Acho que isso deixa o homem muito feliz, agrada
muito o homem. (TAYLOR et al., 2015, p. 58).

A expressão “respeito” ecoa, no entanto de maneira similar por parte das esposas, em
fazerem os maridos se sentirem respeitados e realizados a partir do apoio total e submissão
que elas transmitem. Noção que muitos homens descrevem como uma conexão com sua
masculinidade de provedor e responsável pela nova família adquirida, enquanto a esposa
(menina), como responsável de cuidar dele, dos filhos e da casa.

A diferença de idade entre o casal coloca os homens em uma posição superior e


vantajosa, garantindo-lhes maior acesso a redes sociais e maior mobilidade, inclusive o
ingresso nos estudos bem como o trabalho, como é demonstrada entre uma das entrevistas:

AVÓ: Quando ela fez 15 anos, ele [aos 23 anos de idade] era mais esperto que ela e
“encheu a cabeça dela”.
ENTREVISTADOR: Por que você acha que ele era mais esperto que ela?
AVÓ: Porque ele tem mais experiência: ele sabe conversar com as pessoas na rua,
com mulher, entende? E ela não é; ela nunca foi saideira; ela sempre ficava em casa.
Ela saia só de vez em quando com uma vizinha, com a filha de um vizinho. Durante
a festa de São João eu deixava ela sair, eu não pedia muita coisa; mas quando eu
saia, eu sempre levava ela. (TAYLOR et al., 2015, p.78).

Diante do exposto a maioria das jovens mulheres ao compreenderem a


responsabilidade e as dificuldades do casamento, diz orientarem outras meninas a não se
casarem precocemente, mas que busquem por maior orientação, independência,
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profissionalização e que não abandonem os estudos para se casarem por influência do


namorado ou marido.

5. MENINAS ADAPTANDO-SE ÁS PREFERÊNCIAS DOS HOMENS:

Como já ilustrado, grande parte dos menores envolvidos em um casamento infantil, é


do sexo feminino, revelando ainda o forte poder que muitos homens têm sobre a figura da
jovem mulher, principalmente ao se sujeitarem as preferências e gostos do marido, expondo
assim que a mesma passa a seguir não mais seus anseios e planos, mas passa a navegar no
mesmo barco que seu companheiro, seguindo seus sonhos e planos. (TAYLOR et al., 2015,
p.78).
Cenário que é percebido e vivido por muitas meninas, que de um modo geral, só
reconhecem tal prática após o casamento, perdendo de maneira inicialmente parcial e, por
conseguinte a perca quase que total do controle de sua liberdade pelo companheiro.
O ajuste dentro do casamento possui, portanto duas extremidades e percepções,
mesmo que ambos tenham expectativas em torno de um relacionamento, podemos vislumbrar
certa discrepância, pois para as jovens, as expectativas giram em torno de uma maior
liberdade, mobilidade, independência e principalmente experiência e maturidade, já o parceiro
preserva sua movimentação e liberdade, pois são comportamentos regulares de sua vida
anterior ao casamento, já que em sua maioria, possuem a artimanha de as convencerem sobre
a posição de segurança e estabilidade que eles podem oferecer através da união.

6. VIOLÊNCIA CONTRA A PARCEIRA:

As experiências dentro do casamento na infância e adolescência revelam outra


problemática além da mobilidade já relatada, que é a violência física ou mais precisamente o
VPI (violência contra a parceira íntima) que em regra geral é cometida contra mulher, ainda
que ocorra em sua excepcionalidade com homens, caracterizando-se como consequência
decorrente de brigas e desavenças, principalmente pela injustiça marital, onde os benefícios
dados ao marido não correspondem à realidade da menina, como as restrições ás suas
aspirações de estudo, trabalho além dos comentários sobre sua maneira de se vestir e se
portar. Fatores que levam os homens a escolherem cada vez meninas mais novas, por elas
serem mais atraentes, educáveis e maleáveis às suas decisões.
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Ao passo que essas restrições evoluem, se tornam mais frequentes a violência física
bem como a violência sexual dentro do casamento, um exemplo nítido é o caso relatado pela
pesquisa, em que uma jovem de 15 anos casada com um homem de 18 anos, relata que é
obrigada a permitir que seu marido tenha outras parceiras e outros relacionamentos, mas que
ela seja fiel e o obedeça. Situação descrita por muitas como uma condição de total isolamento
e impotência em recorrer a possíveis soluções. (TAYLOR et al., 2015, p.87).
Ainda que esses acontecimentos ocorram em boa parte após o casamento, muitos
homens demonstram pequenos indícios antes do matrimonio, em especial pela “insistência”
em acelerar a relação, como é identificado em uma parte da entrevista:

ENTREVISTADOR: E no teu caso assim, o que te fez decidir morar junto com uma
mulher mais nova?
HOMEM CASADO: Também pelo meio social. A pessoa vê que rapidinho de
menino já passou pra homem, não e mais aquele menininho da brincadeira e tal, leva
as coisas mais sérias, ter sua própria casa ter seu trabalho, ser visto na sociedade
como uma pessoa padrão, uma pessoa responsável.
ENTREVISTADOR: Mas tu procuraste morar com uma mulher mais nova pra
mudar nas pessoas o jeito que as pessoas te viam?
HOMEM CASADO: Mas ou menos a relação entendeu? Pra relação, mostrar que é
a pessoa imatura cresceu né?
Homem de Belém que se casou, aos 25, com uma menina de 15 anos. (TAYLOR et
al., 2015, p.66).

O nível de poder que o homem tem sobre a jovem mulher, incide principalmente sobre
a gravidez, em que alguns casos, durante a relação sexual, o parceiro influência em não
utilizar métodos contraceptivos (preservativos, DIU e pílula contraceptiva), como forma de
segurar a companheira dentro da relação, demostrando assim uma forma de violência física e
até mesmo psicológica, com consequências não apenas presente mais futura.

7. CONSEQUÊNCIAS PARA AS VIDAS DE MILHÕES DE MENINAS E


JOVENS MULHERES:

Como já exposto o casamento infantil carrega uma relação complexa, entre a gravidez,
familiares, escolarização e o casamento. Revelando um cenário aliado a baixas expectativas
de educação, profissionalização, salários e estabilidade, definindo um cenário de casamentos
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em massa e o desinteresse escolar, com poucas perspectivas de retorno. Apesar de ser uma
realidade dentro do casamento, a educação de qualidade é desafio em todo Brasil,
principalmente nos Estados em questão (Maranhão e Pará), os quais enfrentam altos índices
de pobreza, desigualdade e baixo rendimento escolar. Quando nos referimos a esses
problemas esperamos uma atuação mais energética do Estado, entretanto não basta apenas
injetar uma resolução de “proporção única”, mas observando os diversos contextos e
implicações, como as motivações que levam ao abandono e a falta de perspectiva sobre o
futuro como: uma gravidez; o abandono antes da gravidez ou casamento; a falta de um
cuidador para os filhos; incentivo do cônjuge; necessidade de trabalhar para sustentar os
filhos, em caso de ser a única provedora do lar, etc. Sendo de extrema importância notar a
necessidade de abordar a questão do casamento, bem como da gravidez e suas consequências
na escolarização, vida profissional, assim como na saúde. Realidade que só é compreendida
por parte das meninas após o casamento como demonstra uma jovem que atribui o
afastamento da escola ao casamento precoce e a falta de autorização, incentivo e dependência
de seu marido:

ENTREVISTADORA: Em relação a sua vida se ele não tivesse casado como você
acha que seria? Você acha que teria tido alguma diferença, na escola assim?
MENINA CASADA: Acho que na escola. Seria muito melhor né? Não to dizendo
que não é bom, mas nesse sentido assim, sem ter marido, sem ter me amigado, num
ter engravidado acho que minha vida seria um pouco mais fácil, muito melhor…
Que eu sou muito nova né? Deveria… como é? Aproveitado mais a minha vida, não
é pelo fato que eu não vou aproveitar, mas vou ter filho agora, tem que pensar mais
ele fala assim, que quer me ajudar que quer que eu estude mas na verdade eu que
não queria isso entendeu, que ele me dava a vida que eu queria, me dá, só que agora
ele ta desempregado, ele tem dificuldade. (TAYLOR et al., 2015, p.91).

Dentre as meninas entrevistas, e a realidade brasileira, podemos perceber que à


evasão escolar ocorre em grande parte entre meninas, e com interrupções menos frequentes
entre os homens, que em sua maioria evidenciam a forte influencia dos maridos, os quais não
percebem a importância da educação e as oportunidades que uma boa formação pode
proporcionar positivamente as meninas com que se casam.
O desafio na educação caracteriza tanto ao sistema de baixa qualidade ensino como
na percepção dos jovens sobre o “aprendizado”, que muitas vezes é associado à experiência
do casamento e das várias práticas fora do âmbito escolar, para a criação da maturidade e
responsabilidade.
Consequência na saúde é outro fator a ser questionado, principalmente a respeito
do não planejamento dos filhos e a negligência no uso de anticoncepcionais na saúde
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reprodutiva e sexual, talvez relacionada a pouca motivação dos parceiros, onde existe de
varias formas o controle das relações sexuais, especialmente pela relação de desigualdade
entre as idades e a ideia gerada de “confiança” em não utilizar preservativos. E em muitos
casos de gravidez a decisão de manter ou não a criança se torna previamente uma decisão e
influência apenas marital, crescendo assim a prática do aborto, o qual é devidamente proibido
pela legislação brasileira, que acaba se tornando uma opção viável por muitos casais.
(TAYLOR et al., 2015, p.102).

Além das dificuldades durante a gravidez, com o tempo aparecem as dificuldades


futuras, quanto à criação dos filhos, que vem acompanhada do apoio e auxilio dos avós, em
consequência da ausência de habilidade e maturidade para cuidar dos bebês, bem como para
que a mãe possa estudar ou trabalhar (realidade pouco frequente).
A complicação reconte da gravidez, também esta diante a certa incapacidade do
desenvolvimento corporal da menina em se recuperar devido a cesariana ou parto normal,
onde há a necessidade de um tempo de repouso mais longo após o parto, por complicações
mais recorrentes, como: placenta prévia, parto prematuro, anemia intensa, e hipertensão
gestacional, com consequência direta ao tempo perdido nas oportunidades educacionais e
profissionais. (TAYLOR et al., 2015, p.104).
Contudo as consequências não se resumem apenas a saúde da mãe, mas da saúde do
recém-nascido, bebês e crianças como demostra as pesquisas de campo do instituto Promundo
e do IBGE, a seguir:

O Maranhão é o estado com a segunda maior taxa de mortalidade infantil no Brasil


(depois do estado de Alagoas), com 36,5 por cento. A taxa de mortalidade infantil
no Pará está um pouco acima da média brasileira, com 23 por cento (IBGE, 2010).
Morbidades e mortalidades infantis são um problema global de saúde pública, e
quanto mais jovem a mãe, mais elevados os riscos para o bebê. Tal como descrito
pela OMS (2012), em países de renda baixa e média, natimortos e mortes na
primeira semana e no primeiro mês de vida são cinquenta por cento mais frequentes
entre os bebês nascidos de mães abaixo de 20 anos de idade, quando comparados
com bebês nascidos de mães entre 20 e 29 anos de idade. As taxas de baixo peso ao
nascer, prematuridade e asfixia perinatal também aumentam. Estas condições
elevam a probabilidade de morte ou futuros problemas de saúde para o bebê.
Gestantes adolescentes são mais propensas do que mulheres mais velhas a terem
hábitos não saudáveis, tais como fumar e beber, que apresentam maiores riscos para
a criança em termos de morte fetal, crescimento inadequado e outros problemas de
saúde no bebê. (TAYLOR et al., 2015, p.102).

Portanto, não basta entender apenas que o casamento infantil como qualquer
casamento formal ou união informal em que uma ou ambas as partes tenham menos de 18
anos de idade, mas é entender todas as consequências que desencadeiam através de tal ato, o
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qual trás todos os anos, 12 milhões de meninas antes dos 18 anos a contraírem matrimonio,
onde cerca de 23 garotas se casam por minuto, quase 1 a cada 2 segundos.

8. MATERIAIS E MÉTODOS:

Este artigo foi baseado em pesquisa do tipo bibliográfica e documental com a


organização de informações coletadas da apresentação do projeto de Lei n. 7119/2017,
proposto pela deputada Laura Carneiro, decreto-lei, pesquisas de campo, documentário e
livro. A escolha do tema está estritamente relacionada à necessidade de abordar e trazer um
maior posicionamento acerca de toda problemática que envolve um casamento infantil entre
crianças, adolescentes e adultos, e principalmente da importância de trazer o assunto para as
discussões sociais bem como a busca por mais pesquisas, já que no Brasil, existem apenas
duas pesquisas mais expressivas, que são de Instituições não governamentais, ou seja, não
tiveram o apoio e a intervenção por parte do Estado.
O principal material utilizado foi o livro escrito pelo Instituto Promundo (BRASIL e
ESTADOS UNIDOS), intitulado “Ela vai no meu barco- Casamento na infância e
adolescência no Brasil” publicado no ano de 2015 , o qual nos chamou atenção pela forma
como o tema foi exposto, se baseando em definir conceitos e principalmente em demostrar o
cenário, as consequências bem como os motivos que levam o casal e em especial as meninas a
se casarem, frisando a importância da alteração e cumprimento da legislação, afim de garantir
que os casamentos ocorram somente após os 18 anos (capacidade civil plena), e de maneira
precisa trazer a conscientização pública sobre a educação sexual antes, durante e depois do
casamento, com a finalidade de desconstruir e transformar as normas sociais sobre a
sexualidade e dominância dos parceiros mais velhos em relação as jovens mulheres, e ainda a
busca pela criação de delegacias especializadas na proteção de crianças e adolescentes, as
quais possam recorrer em caso de abuso aos seus direitos.
O referido livro deixa claro de maneira explicita que o principal objetivo é servir de
base para a alteração da lei, nos anos que seguem sua publicação, fato que teve marco inicial
em 2017 com a proposta que alteraria parte da lei com a intenção de endurecer a legislação e
conscientizar a sociedade sobre os números absolutos de casamentos entre menores e
aprimorar as medidas de acompanhamento e atuação no Estado, nos casos frequentes de
casamento consensual.
Assim, exploramos o livro e a proposta, separando os títulos de acordo com as
orientações básicas acerca do que pretendíamos passar aos leitores, que provavelmente não
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tenham conhecimento do material e da problemática que envolve o tema, trazendo de uma


maneira direta e simples, para que os mesmos se orientem além do que é explanado pela
mídia.

CONSIDERAÇÕES FINAIS:

Pode-se concluir, portanto que a nova legislação analisou todos os pontos importantes
que envolvem o casamento infantil e as problemáticas acerca deste assunto que é tão presente
na atual sociedade brasileira, visando garantir que os direitos das crianças e adolescentes não
sejam violados. É importante reforçar a relevância deste tópico, pois como citado no presente
artigo muitas pessoas ainda não possuem ciência da nova legislação e nem mesmo dos
problemas que podem acompanhar o casamento precoce, como os problemas sociais,
interrupção no processo escolar, problemas de saúde relacionados à atividade sexual,
violência, entre outros. Infelizmente o casamento infantil não é algo recente, e acontece no
mundo inteiro. O recomendável para a redução do número de casamentos precoces seria que
as crianças fossem orientadas desde cedo de que é necessário muito mais do que um simples
“sim” para que um casamento aconteça. Muitos jovens descobrem tarde demais e acabam
jogando fora a sua infância para cumprir as obrigações da nova vida e parte deles nem mesmo
quer ou concorda com o casamento, como pro exemplo em casamentos forçados. Cabe ao
governo, por meio de políticas públicas, levar esse tipo de informação tanto às crianças
quanto aos pais para que os direitos das crianças e dos adolescentes sejam assegurados e
respeitados.

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Brasil será lançado na Câmara. Disponível em: <
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mar 2002. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm >
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16

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coisinha... 2016. (1m. 32s). Disponível em: < https://youtu.be/qTJkIZSKRqg > Acesso em:
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