(1) O Ministério Público denunciou o prefeito de Manga por poluição ambiental e descumprimento de normas ambientais por descarte irregular de lixo. (2) A defesa alegou que não houve dano à saúde humana ou mortandade de animais comprovados e que era um problema estrutural. (3) O Tribunal de Justiça absolveu o prefeito por entender que a gestão dele não tinha condições de implantar todo o sistema de descarte adequado.
(1) O Ministério Público denunciou o prefeito de Manga por poluição ambiental e descumprimento de normas ambientais por descarte irregular de lixo. (2) A defesa alegou que não houve dano à saúde humana ou mortandade de animais comprovados e que era um problema estrutural. (3) O Tribunal de Justiça absolveu o prefeito por entender que a gestão dele não tinha condições de implantar todo o sistema de descarte adequado.
(1) O Ministério Público denunciou o prefeito de Manga por poluição ambiental e descumprimento de normas ambientais por descarte irregular de lixo. (2) A defesa alegou que não houve dano à saúde humana ou mortandade de animais comprovados e que era um problema estrutural. (3) O Tribunal de Justiça absolveu o prefeito por entender que a gestão dele não tinha condições de implantar todo o sistema de descarte adequado.
● Tribunal de Justiça de Minas Gerais TJ-MG - Ação Penal -Ordinário: AP
XXXXX21319594000 MG Ementa: PROCESSO DE COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA - AÇÃO PENAL CONTRA PREFEITO - PRELIMINAR: INÉPCIA DA DENÚNCIA -INOCORRÊNCIA - MÉRITO - (1) CRIME DE POLUIÇÃO AMBIENTAL -MATERIALIDADE NÃO DEMONSTRADA - (2) CRIME CONTRA ADMINISTRAÇÃO AMBIENTAL - CRIME OMISSIVO IMPRÓPRIO -ELEMENTO SUBJETIVO NÃO EVIDENCIADO - AUSÊNCIA DE DOLO -ABSOLVIÇÃO.
O Ministério Público do Estado de Minas Gerais, com suporte no apenso Inquérito
Civil Público nº MPMG/0024.07.000818-0 ofereceu DENÚNCIA (fls. 02/12) contra Joaquim de Oliveira Sá Filho pela prática, em tese, dos crimes previstos no art. 54, § 2º, V e art. 68 da Lei nº 9.605/98, na forma do art. 69 do Código Penal, por ter, supostamente, como Prefeito do Município de Manga, determinado o lançamento de resíduos sólidos em local inadequado, com a consequente geração de poluição, potencialmente, danosa à saúde humana, a par de haver descumprido Deliberações Normativas do Conselho Estadual de Política Ambiental e do Termo de Ajustamento de Conduta firmado com o Estado e Minas Gerais. Nos termos da Denúncia, a partir do exercício de 2007, o então Prefeito do Município de Manga, Joaquim de Oliveira Sá Filho, teria, em princípio,determinado o lançamento de lixo em local totalmente inadequado, gerando poluição potencialmente danosa à saúde humana. O descarte de resíduos sólidos,líquidos e gasosos há muito, tornou-se grave problema de gestão ambiental aos Municípios, principalmente, para aqueles que não dispõem de áreas livres, em regiões limítrofes, onde seja possível criar estruturas próprias à seleção, reaproveitamento e/ou eliminação do lixo. a) Os níveis de poluição verificados resultaram em danos à saúde humana? Resposta - Não há como afirmar se ocorreu dano à saúde humana. Seria necessário a realização de estudos epidemiológicos com a população da área de entorno que possam diagnosticar a ocorrência de doenças e a sua relação com os agentes físicos, químicos ou biológicos presentes nos resíduos em questão. b) Os níveis de poluição constatados podem resultar em danos à saúde humana? Resposta - Sim. A persistência em dispor os resíduos de forma contrária aos parâmetros técnicos determinados poderá vir a provocar danos diretos e indiretos à saúde humana. O primeiro, pelo contato com materiais ou substâncias nocivas, o outro, devido à utilização de recursos antrópicos contaminados tais como água, ar e solo. c) Os níveis de poluição encontrados provocaram a mortandade de animais ou destruição significativa da flora? Resposta - Não foi relatada a mortandade de animais. A flora foi afetada pela intervenção antrópica para realização das atividades em questão. O Laudo não evidencia, contudo, a suposta existência de poluição ambiental capaz de ensejar lesão atual ou iminente à vida humana ou que resulte em mortandade de animais ou destruição significativa da flora. Com efeito, a afirmação de que, a persistir o lançamento de lixo de forma”" contrária aos parâmetros técnicos determinados poderá vir a provocar danos diretos e indiretos à saúde humana "não basta à incidência da norma penal, tendo em vista a postulação de efetivo dano, atual ou iminente. Outrossim, a ausência de mortandade entre animais revela, em tese, que a poluição gerada pelo depósito de resíduos sólidos, líquidos e gasosos, supostamente, não atingiria os níveis de poluição necessários à incidência da norma penal. Portanto, a conclusão foi de que se tratava de um problema estrutural, presente também nas gestões anteriores. Logo, o prefeito citado nesse caso, nessa gestão específica, não conseguiria implantar todo o sistema de descarte apropriado, então ele foi absolvido da acusação pelo TJ.