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Aluno: Felipe Pereira Vidal Cardozo

Matrícula: 471129
Disciplina: Direito Ambiental
Professora: Geovana Cartaxo

Desafio: Ação penal ambiental

● Tribunal de Justiça de Minas Gerais TJ-MG - Ação Penal -Ordinário: AP


XXXXX21319594000 MG
Ementa: PROCESSO DE COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA - AÇÃO
PENAL CONTRA PREFEITO - PRELIMINAR: INÉPCIA DA
DENÚNCIA -INOCORRÊNCIA - MÉRITO - (1) CRIME DE
POLUIÇÃO AMBIENTAL -MATERIALIDADE NÃO
DEMONSTRADA - (2) CRIME CONTRA ADMINISTRAÇÃO
AMBIENTAL - CRIME OMISSIVO IMPRÓPRIO -ELEMENTO
SUBJETIVO NÃO EVIDENCIADO - AUSÊNCIA DE DOLO
-ABSOLVIÇÃO.

O Ministério Público do Estado de Minas Gerais, com suporte no apenso Inquérito


Civil Público nº MPMG/0024.07.000818-0 ofereceu DENÚNCIA (fls. 02/12) contra Joaquim
de Oliveira Sá Filho pela prática, em tese, dos crimes previstos no art. 54, § 2º, V e art. 68 da
Lei nº 9.605/98, na forma do art. 69 do Código Penal, por ter, supostamente, como Prefeito
do Município de Manga, determinado o lançamento de resíduos sólidos em local inadequado,
com a consequente geração de poluição, potencialmente, danosa à saúde humana, a par de
haver descumprido Deliberações Normativas do Conselho Estadual de Política Ambiental e
do Termo de Ajustamento de Conduta firmado com o Estado e Minas Gerais.
Nos termos da Denúncia, a partir do exercício de 2007, o então Prefeito do Município
de Manga, Joaquim de Oliveira Sá Filho, teria, em princípio,determinado o lançamento de
lixo em local totalmente inadequado, gerando poluição potencialmente danosa à saúde
humana. O descarte de resíduos sólidos,líquidos e gasosos há muito, tornou-se grave
problema de gestão ambiental aos Municípios, principalmente, para aqueles que não dispõem
de áreas livres, em regiões limítrofes, onde seja possível criar estruturas próprias à seleção,
reaproveitamento e/ou eliminação do lixo.
a) Os níveis de poluição verificados resultaram em danos à saúde humana?
Resposta - Não há como afirmar se ocorreu dano à saúde humana. Seria necessário a
realização de estudos epidemiológicos com a população da área de entorno que possam
diagnosticar a ocorrência de doenças e a sua relação com os agentes físicos, químicos ou
biológicos presentes nos resíduos em questão.
b) Os níveis de poluição constatados podem resultar em danos à saúde humana?
Resposta - Sim. A persistência em dispor os resíduos de forma contrária aos parâmetros
técnicos determinados poderá vir a provocar danos diretos e indiretos à saúde humana. O
primeiro, pelo contato com materiais ou substâncias nocivas, o outro, devido à utilização de
recursos antrópicos contaminados tais como água, ar e solo.
c) Os níveis de poluição encontrados provocaram a mortandade de animais ou
destruição significativa da flora?
Resposta - Não foi relatada a mortandade de animais. A flora foi afetada pela intervenção
antrópica para realização das atividades em questão. O Laudo não evidencia, contudo, a
suposta existência de poluição ambiental capaz de ensejar lesão atual ou iminente à vida
humana ou que resulte em mortandade de animais ou destruição significativa da flora. Com
efeito, a afirmação de que, a persistir o lançamento de lixo de forma”" contrária aos
parâmetros técnicos determinados poderá vir a provocar danos diretos e indiretos à saúde
humana "não basta à incidência da norma penal, tendo em vista a postulação de efetivo dano,
atual ou iminente. Outrossim, a ausência de mortandade entre animais revela, em tese, que a
poluição gerada pelo depósito de resíduos sólidos, líquidos e gasosos, supostamente, não
atingiria os níveis de poluição necessários à incidência da norma penal.
Portanto, a conclusão foi de que se tratava de um problema estrutural, presente
também nas gestões anteriores. Logo, o prefeito citado nesse caso, nessa gestão específica,
não conseguiria implantar todo o sistema de descarte apropriado, então ele foi absolvido da
acusação pelo TJ.

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