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A DIMENSÃO ÉTICO-MORAL E O DIREITO

O professor Miguel Reale considera que para tratar o tema da dimensão ético-moral e o
direito torna-se essencial compreender sem que seja necessário separá-los, ou seja acima
de tudo desmistificar a relação entre eles.

Para realizar esta ação percebe-se que analisar a realidade vigente e em constante
movimento produzirá muito mais efeito que conceituar e historiar a questão.

Assim a maioria das ações denotam para o envolvimento da ética, da moral e do direito.
A exemplo disso temos quando uma pessoa que foi gerada através de doação de sêmen
resolve recorrer a engenharia genética (implicando em imposições éticas) descobrindo
sua paternidade e conseqüentemente reavendo seus direitos como filho . Tal episódio
demonstra a inter-relação entre as partes, e afirma a importância que a ética moral traz
para o direito, pois inibi o acobertamento de injustiças.

A ética moral e o direito tem sido abordada desde os primórdios da história denotando
para a ética como seguir o caminho reto e o direito voltado para o cumprimento da
norma.

Observamos também a evolução da ética-moral e do direito através dos tempos, pois a


ética foi tratada por três grandes correntes: as naturalistas (positivismo), as historicistas
(culturalismo) e as desconstrutivistas (Freud e sua psicologia).

O direito também passa por três fases muito precisas: a fase da “Antiguidade Clássica”
(sagrada), da “Idade Média”(caráter sagrado somado ao cristianismo) e fase do
“Renascimento” (razão) em que passam a se ditar as regras de convivência. Houve um
período, entretanto que o direito passa pelo movimento do constitucionalismo
demarcado pela subordinação do mesmo ao Estado.

Diversos autores abordam o direito como independente de ordem moral, chegando até a
pensar o mesmo como algo de caráter emocional.

Contudo a Segunda Grande Guerra Mundial, bem como, o totalitarismo foi o ponto
crucial para o compreendimento da relação ético-moral e o direito, pois tal evento
demonstrou que mesmo havendo Estados legais o homem necessita de proteção contra o
próprio homem.

Tal episódio encaminhou para o estudo mais aprofundado da influência ético-moral no


direito inaugurando o pós-positivismo. O ponto chave estava em descobrir a influencia
da moral no direito e vice-versa, passando, portanto a exigir uma efetiva conexão do
direito, reafirmando-o ainda mais.

Começa então a ficar claro a ligação do direito com a ética mora, uma vez, que a
afirmação dos direitos universais e fundamentais, denotam para o discurso das ciências
humanas na fundamentação do mesmo,passando a integrar princípios e regras.
Assim os princípios aparecem como o alicerce do direito que possibilita a consolidação
das normas jurídicas no decorrer do processo enquanto as regras quando impostas
carecem de urgência me sua realização.

Estes fatores demonstram que o cumprimento da CF, vai além de mandamentos


jurídicos, pois o mesmo é uma atitude ética por excelência e portanto indissociável.

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