Origem de Soromenho pode ter influenciado em sua percepção de mundo (indivíduos, nação...) Estar em um espaço entre-lugar
Citações que podem ser usadas:
Um branco nas colônias, nunca se sentiu inferior ao que quer
que seja: como o diz bem Mannoni: “Ele será endeusado ou devorado”. O colonizador, se bem que “em minoria”, não se sente inferiorizado. Há na Martinica duzentos brancos que se julguem superiores a trezentos mil elementos de cor. Na África do Sul, devem existir dois milhões de brancos para aproximadamente treze milhões de nativos, e nunca passou pela cabeça de nenhum nativo sentir-se superior a um branco minoritário. [...] A inferiorização é o correlato nativo de superiorização européia. Precisamos ter a coragem de dizer: é o racista que cria o inferiorizado. (FANON, 2008, p.90)
Colocar junto não só a representação religiosa como a língua
europeia: tal foi o trabalho a que se dedicaram os jesuítas e os conquistadores a partir da segunda metade do século XVI no Brasil [...] A doutrina religiosa e a língua europeia contaminam o pensamento selvagem, apresentam no palco o corpo humano perfurado por flechas, corpo em tudo semelhante a outros corpos que, pela causa religiosa, encontravam morte paralela. Pouco a pouco, as representações teatrais propõem uma substituição definitiva e inexorável: de agora em diante, na terra descoberta, o código linguístico e o código religioso se encontram intimamente ligados, graças à intransigência, à astúcia e à força dos brancos. Pela mesma moeda, os índios perdem sua língua e seu sistema sagrado e recebem em troca o substituto europeu. (SANTIAGO, 2000, p.13-14)
SANTIAGO, Silviano. Uma Literatura nos Trópicos. Rio de Janeiro. Rocco, 2000.
É significativo que as capacidades produtivas desse Terceiro
Espaço tenham proveniência colonial ou pós-colonial. Isso porque a disposição de descer àquele território estrangeiro- para onde guiei o leitor- pode revelar que o reconhecimento teórico do espaço-cisão da enunciação é capaz de abrir o caminho à conceitualização de uma cultura internacional, baseada não no exotismo do multiculturalismo ou na diversidade de culturas, mas na inscrição e articulação do hibridismo da cultura. Para esse fim deveríamos lembrar que é o “inter”- o fio cortante da tradução e da negociação, o entre- lugar- que carrega o fardo do significado da cultura. (BHABHA, 1998, p.69)
BHABHA, K. Homi. O local da cultura. Belo Horizonte: Editora UFMG, 1998.
A identidade torna-se uma “celebração móvel”: formada e
transformada continuamente em relação às formas pelas quais somos representados ou interpelados nos sistemas culturais que nos rodeiam. É definida historicamente, e não biologicamente. O sujeito assume identidades diferentes em diferentes momentos, identidades eu não são unificadas ao redor de um “eu” coerente. Dentro de nós há identidades contraditórias empurrando em diferentes direções, de tal modo que nossas identificações estão continuamente descoladas. (HALL, 2006, p.13)
HAAL, Stuart. A Identidade Cultural na Pós- Modernidade. Tradução: Tomaz Tadeu
Se não é a canção nacional, para lá caminha: a presentificação da nação na construção do samba e do fado como símbolos identitários no Brasil e em Portugal (1890-1942)