Você está na página 1de 17

PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA

- Art. 5º, LVII, CF/88


A constatação da autoria de uma infração penal pressupõe
sentença condenatória transitada em julgado. Antes disso, a
culpa não se estabelece.

OBS: Súmula 716, STF

PRINCÍPIO DO DEVIDO PROCESSO LEGAL


- Art. 5º, LIV, CF/88
O processo deve ser o estabelecido em lei, compreendido
como sinônimo de garantia, observando, assim, os comandos
constitucionais.
PRINCÍPIO DA IMPARCIALIDADE DO JUIZ

O juiz não pode ter vínculo subjetivo com o


processo de modo a lhe tirar a neutralidade
necessária para conduzi-lo com isenção.

Situações de afastamento:
- Hipóteses de suspeição – art. 254, CPP;
- Hipóteses de impedimento – art. 252, CPP.
PRINCÍPIO DA IGUALDADE PROCESSUAL - Art. 5º,
caput, CF/88 - Paridade de armas

Consagra tratamento isonômico das partes no trâmite


processual.

OSB: art. 134, CF/88, autonomia da Defensoria Pública.

PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO OU BILATERALIDADE


DA AUDIÊNCIA - Art. 5º, LV, CF/88

Às partes devem ser dadas oportunidades de participação e


manifestação no curso do processo.
PRINCÍPIO DA AMPLA DEFESA - Art. 5º, LV, CF/88
PLENITUDE DE DEFESA – Tribunal do Juri

A defesa técnica é obrigatória – apenas argumentos


jurídicos.

PRINCÍPIO DA AÇÃO OU INICIATIVA DAS PARTES

Cabe às partes a provocação, exercendo o direito de


ação, visando a obtenção do provimento jurisdicional.

OBS: não recepção dos art. 26, CPP, pela CF/88.


PRINCÍPIO DO IMPULSO OFICIAL

Uma vez iniciado o processo, cabe ao juiz velar para que o


mesmo chegue ao seu final, impulsionando o seu próprio
andamento.

PRINCÍPIO DA OFICIOSIDADE

A persecução criminal, de regra, ocorre sem necessidade de


autorização, são atividades desempenhadas de ex officio.

Exceção: ação penal pública condicionada à


representação da vítima ou à requisição do Ministro da
Justiça.
PRINCÍPIO DA OFICIALIDADE

Os órgãos responsáveis pela persecução criminal são órgãos


oficiais.

MP – titular da ação penal pública - art. 129, I, CF/88;


Polícia Judiciária – art. 144, § 4º, CF/88.

PRINCÍPIO DA OBRIGATORIEDADE

A persecução criminal é de ordem pública e não cabe juízo de


oportunidade e conveniência para atuar.

OBS: Obrigatoriedade mitigada ou discricionariedade


regrada – art. 76, Lei nº 9099/95
PRINCÍPIO DA INDISPONIBILIDADE
Uma vez iniciado o inquérito policial ou ação penal, os órgãos
incumbidos da persecução criminal não podem dela dispor.
IP - art. 17, CPP
MP – arts. 42 e 576, CPP
OBS: art. 89, Lei nº 9.099/95 – mitigação do princípio
ações de iniciativa privada (disponibilidade) – art. 60, CPP

PRINCÍPIO DA MOTIVAÇÃO DAS DECISÕES


Art. 93, IX, CF/88
O juiz é livre para decidir, desde que o faça de forma motivada.
Alicerce necessário para a segurança jurídica do caso submetido
ao Judiciário.
PRINCÍPIO DO DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO

Possibilidade de revisão das decisões judiciais através do


sistema recursal.

* Não incide indistintamente em todos os processos penais –


processos de competência originária do STF.

PRINCÍPIO DO JUIZ NATURAL


Arts. 5º, LIII e XXXVII, CF/88

Assegura o direito de ser processado pelo juiz competente e


impede a criação de juízo ou tribunal de exceção.
PRINCÍPIO DO PROMOTOR NATURAL

Veda a designação arbitrária de promotor para patrocinar


caso específico. O promotor natural deve ser aquele estatuído
em lei. Decorrência da independência funcional.

PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE
Art. 93, IX, CF/88

A regra é a publicidade dos atos processuais.

OBS: art. 5º, LX, CF/88 e, art. 794, § 1º, CPP


PRINCÍPIO DA VERDADE REAL
O Juiz aparece como titular de um poder autônomo de
investigação, isto é, tem o poder de investigar de ofício a
verdade dos fatos, apesar da inatividade do Promotor de
Justiça e da parte contrária, não só durante a instrução.

PRINCÍPIO DO FAVOR REI OU FAVOR RÉU


In dubio pro reo

A dúvida deve prevalecer em favor do réu.


Ponderação entre o direito de punir do Estado e o
status libertatis do acusado.
PRINCÍPIO DA ECONOMIA PROCESSUAL
Deve-se buscar a maior efetividade, com a produção da menor
quantidade de atos possíveis.
Art. 5º, LXXVIII, CF/88.
Art. 62 – Lei 9099/95.

PRINCÍPIO DA ORALIDADE

Ênfase ao debates orais em substituição aos memorais.


Decorre dos princípios da imediatidade (toda a instrução
probatória perante o magistrado), da concentração ( todos os
atos centrem-se numa só audiência) e da identidade física do
juiz (o magistrado que conduziu a instrução deve julgar a
causa).
PRINCÍPIO DA AUTORIDADE

Os órgãos incumbidos da persecução criminal


são conduzidos por autoridades públicas.

PRINCÍPIO DA RAZOÁVEL DURAÇÃO DO PROCESSO


Art. 5º, LXXVIII, CF/88

O direito à celeridade pertence tanto a vítima


quanto ao réu.
PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE

Tem especial aplicação na disciplina legal da validade


prova.

Discussão: proporcionalidade x razoabilidade.

PRINCÍPIO DA INEXIBILIDADE DE AUTO-INCRIMINAÇÃO

Ninguém pode ser compelido a produzir prova


contra si mesmo. A ideia é a de limitação do poder
de punir do Estado.
O processo penal, a depender dos princípios que
venham a informá-lo, em sua estrutura, pode ser
classificado em inquisitivo, acusatório e misto.

SISTEMA INQUISITIVO

Ancorado no princípio inquisitivo caracterizado pela


inexistência do contraditório e de ampla defesa, com
concentração das acusar, defender e julgar em uma
única figura (juiz).
Mitigação dos direitos e garantias individuais, em favor
de um pretenso interesse coletivo de ver o acusado
punido.
Ainda presente no CPP: art. 156, I
SISTEMA ACUSATÓRIO
- Origem no Direito Grego;
- Adotado no Brasil;
- Promoção da Ação Penal privativa do MP – clara separação
entre as funções de acusar, defender e julgar;
- Observância dos princípios norteadores do processo;
- O juiz não é mais, o gestor da prova, por excelência.

Sistema acusatório não puro


OBS: - o juiz pode conceder, de ofício, habeas corpus,
ordenar e alterar medidas cautelares que julgar necessárias.

* Inquérito Policial não descaracteriza o sistema acusatório –


fase pré-processual.
SISTEMA MISTO OU ACUSATÓRIO FORMAL
- Instrução preliminar: secreta e escrita, a cargo do
juiz, com poderes inquisitivos, objetivando a colheita
da prova;
- Fase contraditória(judicial) – ocorre o julgamento,
e admitindo-se o exercício da ampla defesa e de
todos os direitos dela decorrentes.

*Espécie de modelo intermediário: atendimento as


garantias constitucionais, porém com poderes
instrutórios fortes nas mãos do juiz (gestão da prova,
de ofício).
 BIBILOGRAFIA BASE

ALENCAR, Rosmar Rodrigues; TÁVORA, Nestor. Curso de direito


processual penal.15ªedição.,Rev.Ampl.eAtualizada:juspodivm,2020.

Você também pode gostar