Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Revisão 2009
1. INTRODUÇÃO
Tal necessidade surgiu em razão da escassa bibliografia existente na área ferroviária, razão
pela qual o presente manual vem promover o preenchimento desta lacuna.
1.1. OBJETIVO
Servir como uma orientação para realizar os planos de inspeção de rotina, e manter
uma manutenção constante da via permanente;
Obter uma ferramenta para realizar manutenções periódicas para cada tipo de
estrutura, tendo em conta a criticidade da mesma;
Também consta deste Manual as noções básicas dos carregamentos nas estruturas que atuam
nos projetos de obras de artes especiais, bem como há informações acerca do seu quando são
atingidas pelos carregamentos e outros aspectos da natureza.
3
Manutenção Condicional – (PC): Manutenção preventiva, também conhecida como
"manutenção condicional", baseada no conhecimento por comparação do estado de um item
através de medição periódica ou contínua de um ou mais parâmetros significativos;
2. SUPERESTRUTURA
2.1.1.1. BITOLA
A bitola deverá ser medida com régua de bitola a 16 mm abaixo da superfície de rolamento do
trilho. Nas medições de bitola as deformações do boleto devido ao escoamento de materiais
(rebarbas) e os desgastes horizontais ocasionados pelo atrito dos frisos deverão ser
desconsiderados.
4
Figura 1 – Pontos de medição de bitola da via – trilho sem desgaste
O empeno será avaliado pela comparação da variação das medidas de nivelamento transversal
entre pontos adjacentes tomadas por régua de superelevação.
5
Para a base de medição (distância entre pontos de medição) e altura do centro de gravidade
serão considerados os valores correspondentes aos dos vagões mais críticos em circulação.
Os limites últimos das variações de nivelamento transversal entre pontos adjacentes são
obtidos através da fórmula abaixo, considerando-se a velocidade máxima estabelecida para
cada trecho da ferrovia.
Para EFC foram considerados os dados dos vagões HFT e GDT carregados, com distância
entre eixos de truque D = 1,829m e altura de centro de gravidade de 2,289 m e 1,895 m
respectivamente. Para EFVM e FCA os dados dos vagões HFE e GDE, com distância entre
truques D = 1,727m e altura de centro de gravidade de 2,200 m e 1,579 m respectivamente.
Assim, os valores MÀXIMOS admissíveis de empeno entre os pontos de medição são
estabelecidos aplicando a seguinte fórmula:
643
E xD
Vxh
Sendo:
D = distância entre seções de medição;
V = velocidade da composição em km/h;
H = altura do centro de gravidade do vagão em metros;
E = empeno em mm.
No entanto, a manutenção deve considerar como limite valores equivalente a 80% em relação
ao valor máximo calculado para o vagão mais crítico:
6
2.1.1.4. EMPENO EM TANGENTE
1644
Et xD
Vxh
Sendo:
D = distância entre seções de medição;
V = velocidade da composição em km/h;
H = altura do centro de gravidade do vagão em metros;
E = empeno em mm.
2.1.2.1. BITOLA
A bitola deverá ser medida com régua de bitola a 16 mm abaixo da superfície de rolamento do
trilho. Nas medições de bitola as deformações do boleto devido ao escoamento de materiais
(rebarbas) e os desgastes horizontais ocasionados pelo atrito dos frisos deverão ser
desconsiderados.
7
Figura 3 – Pontos de medição de bitola da via – trilho sem desgastes
O empeno será avaliado pela comparação da variação das medidas de nivelamento transversal
entre pontos adjacentes tomadas por régua de superelevação.
8
Para a base de medição (distância entre pontos de medição) e altura do centro de gravidade
serão considerados os valores correspondentes aos dos vagões mais críticos em circulação.
Os limites últimos das variações de nivelamento transversal entre pontos adjacentes são
obtidos através da fórmula abaixo, considerando-se a velocidade máxima estabelecida para
cada trecho da ferrovia.
Para EFVM e FCA foram considerados os dados dos vagões HFE e GDE, com distância entre
truques D = 1,727 m e altura de centro de gravidade de 1,876 m e 1,579 m respectivamente.
Assim, os valores MÁXIMOS admissíveis de empeno entre os pontos de medição são
estabelecidos aplicando a seguinte fórmula:
Sendo:
D = distância entre seções de medição;
V = velocidade da composição em km/h;
H = altura do centro de gravidade do vagão em metros;
E = empeno em mm.
No entanto, a manutenção deve considerar como limite valores equivalente a 80% em relação
ao valor máximo calculado para o vagão mais crítico:
Sendo:
D = distância entre seções de medição;
V = velocidade da composição em km/h;
H = altura do centro de gravidade do vagão em metros;
E = empeno em mm.
9
No entanto, a manutenção deve considerar como limite, valores equivalentes a 80% em
relação ao valor máximo calculado para o vagão mais crítico:
Para a definição da superelevação a ser adotada nas curvas ferroviárias será utilizado o critério
da superelevação prática onde:
2 BV 2
Sp
3 127R
Sendo:
Sp = Superelevação prática em mm;
B = Bitola da via tomada de eixo a eixo de boleto de trilho em mm;
V = Velocidade máxima de circulação na curva em Km/h;
R = Raio da curva em m.
2.3. ALINHAMENTO
O alinhamento deverá ser avaliado pela comparação de variações das medidas de flechas
entre pontos adjacentes.
Para medições deverá ser utilizada corda de 10 metros na EFC e EFVM e corda de 12 metros
na FCA. A aferição dos dados será realizada no centro da corda, sempre 16 mm abaixo da
superfície de rolamento do trilho externo de curvas, da mesma maneira que nas medições de
bitola.
Os pontos consecutivos de medição deverão ser tomados em intervalos de 2,50 m na EFC e
EFVM e em intervalo de 3 metros na FCA.
Os limites últimos das variações de flecha entre pontos adjacentes são obtidos através da
fórmula abaixo, considerando-se a velocidade máxima estabelecida para cada trecho da
ferrovia:
10
2
c V V
f
x 57
16 850 2
Sendo:
No entanto, a manutenção deve considerar como limite valores equivalente a 80% em relação
ao valor máximo calculado:
Nas inspeções com rodeiro instrumentado deverão ser considerados os limites da relação L/V
no eixo e na roda para gerar relatório de exceções que servirão de referência para
programação das manutenções corretivas e preventivas.
11
RODEIRO INSTRUMENTADO
PARÂMETRO
CONDIÇÃO L/V
L/V RODA
EIXO
Lim. manutenção 1,10 0,65
Lim. último 1,50 1,00
Tabela 13 – Rodeiro instrumentado
Nas inspeções com carro controle deverão ser considerados os limites de geometria para gerar
relatório de exceções que servirão de referência para a programação das manutenções
corretivas e preventivas da Via. Os parâmetros utilizados são:
A tabela 14 estabelece os defeitos máximos para cada classe de linha de acordo com a AAR
(Association of American Railroads).
Classe de Linha
Parâmetros
1 2 3 4 5 6
Bitola +5 -5 +10 -5 +15 -5 +20 -5 +25 -5 +30 -5
Superelevação ±4 ±7 ±10 ±12 ±14 ±14
Alinhamento E/D ±4 ±6 ±8 ±10 ±12 ±12
Empeno ±2.8 ±5.6 ±7.7 ±9.1 ±11.7 ±12
Nivelamento E/D ±1.5 ±1.5 ±3 ±4.5 ±6 ±8
Tabela 14 – Defeitos máximos para cada classe de linha de acordo com a AAR
A EFVM utiliza os parâmetros listados abaixo para inspeções com o Carro-Controle modelo
EM80.
12
Após concluídas as medições, a partir do coice da agulha, deverão ser medidas flechas
posicionando o centro da corda na ponta real do jacaré, medindo a flecha na ponta do jacaré e
em 5 pontos no sentido da agulha e 5 pontos no sentido do marco de entrevia.
No entanto, a manutenção deve considerar como limite valores equivalente a 80% em relação
ao valor máximo calculado:
13
Após concluídas as medições a partir do coice da agulha instalar a régua a 254 mm da ponta
real do jacaré no sentido do núcleo, medindo o nivelamento transversal. Deslocar a régua
1727mm no sentido da ponta de agulha e no sentido do marco de entrevia efetuando as
medidas nos respectivos pontos.
As medições deverão ser efetuadas tanto na linha principal quanto na reversa.
No entanto, a manutenção deve considerar como limite valores equivalente a 80% em relação
ao valor máximo calculado, conforme tabela abaixo.
Nos AMVs não serão tolerados dormentes inservíveis na junta / solda do avanço das agulhas,
sob as agulhas, nas máquinas de chave ou aparelhos de manobra, nas juntas / soldas do coice
de agulha, nas juntas / soldas do jacaré, na ponta do jacaré, nas extremidades e no centro dos
contratrilhos. Nos demais locais será tolerado no máximo um dormente inservível entre dois
dormentes bons.
Para trabalhos que requerem controle de temperatura dos trilhos da ferrovia deverão ser
utilizados os dados das seguintes tabelas:
EFVM
FAIXA DE
TEMPERATURA
TRECHO TEMPERATURA FÓRMULA DE CÁLCULO
NEUTRA
NEUTRA
Tubarão, Itabira
e 34C FTN 44C TNR= 39C T min T max
Costa Lacerda FTN 55
Costa Lacerda, 2
31C FTN 41C TNR= 36C
Fabrica e BH
Tabela 20 – Tabela de controle de temperatura dos trilhos - EFVM
EFC
FAIXA DE TEMPERATURA
TEMPERATURA NEUTRA FÓRMULA DE CÁLCULO
NEUTRA
T min T max
34C FTN 44C TNR= 39C FTN 55
2
Tabela 21 - Tabela de controle de temperatura dos trilhos – EFC
14
FCA
FAIXA DE
TEMPERATURA
TRECHO TEMPERATURA FÓRMULA DE CÁLCULO
NEUTRA
NEUTRA
Prudente de
Morais/General
Carneiro
General
Carneiro/Divinópolis Utilizar a fórmula (1) para TCS e
Campos/Vitoria a (2) para TLS
São 31C FTN
Francisco/Bonfim TNR= 36C
41C
Frazão/Roncador
Roncador/Canedo
L. Bulhões/ Curado
Araguari/Boa Vista
Uberaba/Ibia
Divinópolis/Bhering (1)
Divinópolis/Frazão 30C FTN
TNR= 35C
Garças/Angra 40C T min T max
Barão Camargos/T. FTN 5
Rios 2
Campos/Magé
(2)
Prudente/Montes 33C FTN
TNR= 38C
Claros 43C T max T min
Monte FTN 46
Azul/Catiboaba 2
Roncador/Brasilia
Montes
Claros/Monte Azul
São Feliz/São 34C FTN
TNR= 39C
Francisco 44C
São
Francisco/Aracaju
Catiboaba/São 35C FTN
TNR= 40C
Felix 45C
Tabela 22 - Tabela de controle de temperatura dos trilhos - FCA
2.8. TRILHOS
15
2.8.1. PARTES INTEGRANTES DO TRILHO
Há várias formas pelas quais os trilhos podem ser identificados por inscrições permanentes
que os fabricantes gravam na sua alma em alto e baixo relevo. Várias tentativas de
padronização foram empreendidas por órgãos normalizadores, porém, os fabricantes de trilhos
nem sempre seguem estas orientações e estabelecem seus próprios modelos de gravação.
Os aços que formarão os trilhos podem ser submetidos a várias espécies de tratamento, que
possuem a função de incorporarem qualidades específicas ao produto acabado. Alguns dos
processos de tratamento do aço que vêem identificados em alto relevo na alma dos trilhos.
Na alma do trilho, em algum dos lados, são estampados em alto relevo as seguintes
informações:
1 – Número da corrida na qual o trilho foi laminado. A critério da siderúrgica poderá ser
utilizado números ou letras (38400)
16
2 – A letra que identifica a posição do trilho no lingote (C)
3 – Número que identifica o lingote da corrida (12)
4 – Método de eliminação do hidrogênio (BC - Control Cooled Blooms – Resfriamento
Controlado de Lingote)
*Processos de fabricação:
T – Thomas
B – Bessemer ácido
M – Siemens Martin ácido ou básico
F – Forno elétrico
17
2.8.3. NOMENCLATURA DE TRILHOS CONFORME A ESPÉCIE
A maioria dos defeitos de trilhos requer alguma forma de solicitação para iniciar e se
desenvolver.
Para identificação dos defeitos deve-se utilizar a seguinte convenção em relação à direção de
desenvolvimento dos mesmos:
Seção, peso e comprimento dos trilhos: é o peso dos trilhos, por unidade de comprimento, que
guarda relação com os esforços verticais que o trilho tem que suportar e com o desgaste
admissível no boleto.
A escolha do trilho dependerá das cargas, velocidade e tráfego da via.
18
a) Trilho 70
Unidade Valores
Peso teórico Kg/m 69,79
2
Área (A) cm 88,38
4
Momento de Inércia (I) cm 4181
3
Módulo de resistência boleto (W) cm 414
3
Módulo de resistência patim (W) cm 462,12
Tabela 23 – Informações Técnicas do Trilho 70
19
b) TR-68
Unidade Valores
Peso teórico Kg/m 67,41
2
Área (A) cm 86,52
4
Momento de Inércia (I) cm 3920,90
3
Módulo de resistência boleto (W) cm 388,37
3
Módulo de resistência patim (W) cm 462,12
Tabela 24 - Informações Técnicas do TR-68
20
c) UIC 60
Unidade Valores
Peso teórico Kg/m 60,21
2
Área (A) cm 76,70
4
Momento de Inércia (I) cm 3038,30
3
Módulo de resistência boleto (W) cm 333,60
3
Módulo de resistência patim (W) cm 375,50
21
d) TR-57
Unidade Valores
Peso teórico Kg/m 56,90
2
Área (A) cm 72,56
4
Momento de Inércia (I) cm 2730,48
3
Módulo de resistência boleto (W) cm 297
3
Módulo de resistência patim (W) cm 360,52
Tabela 25 - Informações Técnicas do TR-57
22
e) TR-50
Unidade Valores
Peso teórico Kg/m 50,35
2
Área (A) cm 64,19
4
Momento de Inércia (I) cm 2039,53
3
Módulo de resistência boleto (W) cm 247,45
3
Módulo de resistência patim (W) cm 291,69
23
f) TR-45
Unidade Valores
Peso teórico Kg/m 44,65
2
Área (A) cm 56,90
4
Momento de Inércia (I) cm 1610,81
3
Módulo de resistência boleto (W) cm 205,82
3
Módulo de resistência patim (W) cm 249,58
Tabela 27 - Informações Técnicas do TR-45
24
g) TR-40
Unidade Valores
Peso teórico Kg/m 39,68
2
Área (A) cm 50,71
4
Momento de Inércia (I) cm 1098,02
3
Módulo de resistência boleto (W) cm 165,02
3
Módulo de resistência patim (W) cm 181,57
Tabela 28 - Informações Técnicas do TR-40
25
h) TR-37
Unidade Valores
Peso teórico Kg/m 37,20
2
Área (A) cm 47,39
4
Momento de Inércia (I) cm 951,40
3
Módulo de resistência boleto (W) cm 149,10
3
Módulo de resistência patim (W) cm 162,90
Tabela 29 - Informações Técnicas do TR-37
26
i) TR-32
Unidade Valores
Peso teórico Kg/m 32,05
2
Área (A) cm 40,89
4
Momento de Inércia (I) cm 702,00
3
Módulo de resistência boleto (W) cm 120,80
3
Módulo de resistência patim (W) cm 129,50
Tabela 30 - Informações Técnicas do TR-32
27
j) TR-25
Unidade Valores
Peso teórico Kg/m 24,65
2
Área (A) cm 31,42
4
Momento de Inércia (I) cm 413
3
Módulo de resistência boleto (W) cm 81,53
3
Módulo de resistência patim (W) cm 86,60
Tabela 31 - Informações Técnicas do TR-25
28
2.8.6. INSPEÇÃO
Os defeitos internos são visíveis somente depois que surgem no boleto, alma ou patim. Tais
defeitos progridem com o tráfego, já que aumentam seu tamanho com um maior número de
toneladas transportadas. A maioria dos defeitos internos somente é detectada através de ultra-
som. Dividem-se em:
Serão consideradas fraturas as situações em que houver ruptura total da seção transversal do
trilho ou casos em que houver fragmentação da seção com perda de material.
Para as demais situações, deve-se considerar a ocorrência trinca.
O defeito de ultra-som será classificado partindo de seu tamanho, que pode ser expresso em
determinadas unidades, de acordo com a especificação do tipo de defeito. Segue abaixo a
tabela guia para cada tamanho.
29
Orientação Nome Sigla Un. P M G
T Trinca de patinagem de roda EBF % boleto < 15 15-30 > 30
LH Trinca horizontal no boleto HSH mm < 50 50-100 > 100
LV Trinca vertical no boleto VSH mm < 50 50-100 > 100
T Trinca Transversal TDT % boleto < 15 15-30 > 30
T Trinca de fragmentação TDD % boleto < 15 15-30 > 30
C Trinca composta TDC mm < 25 25-100 > 100
T Trinca em solda elétrica DWP % boleto < 15 15-30 > 30
T Trinca em solda aluminotérmica DWF % boleto < 15 15-30 > 30
C Trinca na alma SWO mm < 25 25-50 > 50
C Trinca nos furos na junta BHJ mm < 25 25-50 > 50
C Trinca nos furos fora da junta BHO mm < 25 25-50 > 50
LV Trinca vertical na alma em junta PRJ mm < 25 25-100 > 100
LV Trinca vertical na alma fora da junta PRO mm < 25 25-100 > 100
LH Trinca no filete HWS mm < 25 25-50 > 50
LH/LV Inclusão INC mm < 50 50-100 > 100
Isto significa que um defeito pode ser classificado por pequeno (P), médio (M) ou grande (G),
de acordo com suas dimensões. A partir daí, é possível se fazer, com base em critérios pré-
definidos, a conceituação de sua criticidade.
Estes critérios são expressos de maneira simplificada da seguinte forma:
Este tipo de descontinuidade, quando evoluída, faz quebrar o boleto em uma das suas
metades longitudinalmente. Esta fratura forma um dente na superfície de rolamento,
fornecendo alto risco de descarrilamento pelo impacto do friso.
Estas características impossibilitam o entalamento deste defeito por não resolver o problema
30
HSH - TRINCA HORIZONTAL NO BOLETO
Trinca no plano transversal, produzida por fissuração interna, logo abaixo da marca de
patinação, que se encaminha em direção à alma do trilho de modo rápido e no sentido da parte
externa do boleto.
Não se permite o entalamento destes defeitos, devendo conforme sua gravidade, ser o trilho
retirado da linha.
31
Figura 23 – Trinca no filete
32
TDD - TRINCA DE FRAGMENTAÇÃO
Trinca no plano transversal, progressiva, que se inicia em uma trinca interna junto ao canto de
bitola do trilho externo. Possui ângulo reto em relação à superfície de rolamento, ocorre no
canto do boleto.
São defeitos de rápida evolução, sendo que o entalamento neste caso, diferentemente da
maioria dos demais, pode ser considerada uma solução de segurança satisfatória.
Todos os defeitos DWF e DWP, devem então, ser entalados.
Caracteriza-se pela descontinuidade na altura do corpo da alma que algumas vezes pode se
propagar por vários metros no trilho.
Não é possível o entalamento deste defeito, devendo a solução de substituição ser aplicada.
33
BHJ - TRINCA NOS FUROS DA JUNTA
Por já estar ligado através de tala, este tipo de defeito torna-se perigoso uma vez que o defeito
encontrado está escondido, e sua revisão visual poderá ser feita somente quando da abertura
das talas.
Todo defeito deste tipo deve ser desentalado para revisão visual, independentemente da
situação.
34
Figura 31 – Trinca composta
INC - INCLUSÃO
É caracterizado por uma massa de características diferentes que acaba causando uma espécie
de porosidade.
Neste local a resistência é bastante inferior, sendo que a concentração de esforços propicia o
surgimento de trincas longitudinais (quando a descontinuidade for significativa neste sentido),
ou mesmo transversais (quando a descontinuidade for pontual, mas atingindo uma área
representativa no total da seção)
Não é permitido que se faça o entalamento deste tipo de defeito, visto que a propagação da
fratura não apresenta regra geral, podendo evoluir em quaisquer eixos da barra.
2.8.6.2. CRITICIDADE
35
2.8.6.3. CRITÉRIO DE RETIRADA
Entalar apenas os defeitos identificados como TDT, DWF e DWP, porém para DWF e DWP;
Os corredores devem instruir suas equipes, principalmente os rondas, para aumentarem a
atenção nas inspeções visuais nos locais com defeitos detectados, locais com não
acoplamento e segregações. Caso sejam verificados indícios de evolução dos defeitos ou
afloramento, interditar a via e fazer a retirada conforme defeitos A. O atendimento dos defeitos
deve ser executado conforme tabela a seguir:
36
2.8.6.4. INSPEÇÃO DE CAMPO US E VP
Nos trechos de LOC (não acoplamento) fazer marcações no início e fim com tinta ou marcar a
cada 10m caso a extensão seja maior que 12m e menor que 200m e com marcador colocar:
Nos trechos de INC (inclusão) fazer marcações no início e fim com tinta ou marcar a cada 10m
caso a extensão seja maior que 12m e menor que 200m e com marcador colocar:
Todo defeito reincidente deve ser registrado novamente na planilha de inspeção e no sistema
com o mesmo número anterior, com todos os campos preenchidos e marcando a coluna
“reincidente”. Além disso, sempre avaliar a evolução do defeito e reforçar com o marcador a
identificação do defeito no campo;
Considerar defeitos DWF/DWP somente os defeitos em solda aluminotérmica/elétrica com
orientação transversal. Ex. Em caso de: defeitos com orientação longitudinal considerar como
BHO (defeitos em furo fora da junta) ou defeitos com orientação composta considerar como
TDC.
2.8.6.5. ENTALAMENTO
37
o Essa tala não deve permanecer na via por período prolongado por dificultar a
visualização do defeito e nem é possível prever com efetividade a direção do
crescimento do defeito.
Os ciclos de inspeção serão compatíveis com a tonelagem bruta trafegada (TBT), adequando-
se anualmente em função da necessidade de redução de fraturas de trilhos.
Na FCA os ciclos são definidos anualmente em função do volume orçado para cada rota.
Os defeitos externos são vistos com mais facilidade e permitem um acompanhamento de sua
formação.
O tráfego das rodas dos veículos ferroviários também pode acarretar defeitos no trilho,
exacerbando eventuais defeitos de fabricação e propiciando o aparecimento de outros. Durante
o processo de fabricação do trilho, podem ocorrer anomalias que acarretam o aparecimento de
defeitos, principalmente internos.
Os principais defeitos oriundos do processo são:
O patinado é o defeito ocasionado pelo contato da roda com o trilho quando esta, devido à falta
de aderência, gira no mesmo ponto do trilho, sem movimentar o trem. O patinado pode
provocar uma fratura no plano transversal, devido à patinação de roda que se desenvolve logo
abaixo da marca de patinação e se encaminha em direção à alma do trilho de modo rápido e
no sentido da parte externa do boleto. Como este defeito é causado pela patinação da
locomotiva, deve-se encontrar marcas dos dois lados da linha. Este defeito é identificado
através de:
o Achatamento do trilho;
o Escoamento de material (aço) na superfície e lateral do boleto;
o Sinal de queima (cor azulada quando recente).
Figura 33 – Patinado
Os defeitos de Fadiga por Contato (Rolling Contact Fatigue-RCF) são considerados como
defeitos superficiais e geralmente provenientes de colapso ou fadiga de material. Os principais
defeitos superficiais ou de Fadiga por Contato são:
Head-Checks
Cracks
Shelling
38
Corrugação
Dark spot
Spalling
Center Cracks
ATENÇÃO: em obras de arte especiais não serão admitidos trilhos com defeitos superficiais.
Head Checks
39
Figura 36 - Cracking
Figura 38 - Flaking
40
Quando o trajeto do desenvolvimento da rachadura é cruzado por outras rachaduras rasas
similares na área da cabeça do trilho, uma micro-plaqueta rasa do material do trilho cai para
fora. Isto é sabido como Spalling. Spalling é mais freqüente em climas frios porque a rigidez do
material do trilho aumenta.
Figura 39 - Spalliing
Shelling é um defeito causado pela perda do material, iniciada pela fadiga subsuperficial.
Ocorre, normalmente, no canto da bitola dos trilhos externos, nas curvas. Quando estas
rachaduras emergem na superfície, fazem com que o metal venha para fora da área da
rachadura. Às vezes, estas rachaduras movem-se também em um sentido descendente,
conduzindo a uma fratura transversal provável do trilho.
Figura 40 - Shelling
Corrugação
Figura 41 - Corrugação
41
Escoamento (Metal Flow)
O escoamento ocorre na área do topo do trilho, em uma profundidade que pode ser de até 15
mm. O defeito ocorre no lado de bitola do trilho interno, devido à sobrecarga. A lingüeta dá uma
indicação da presença das rachaduras. Este defeito poderia ser eliminado esmerilhando o
trilho, que restauraria também o perfil original.
Figura 42 - Escoamento
Esmagamento
Figura 43 - Esmagamento
É uma fratura no filamento boleto / alma, que se desenvolve, inicialmente, no plano horizontal
de modo progressivo, podendo atingir até 25 cm de extensão, e então se encaminha
rapidamente para baixo, em direção ao patim.
42
Defeito de Trinca na Região da Alma com Patim
É uma fratura no filamento alma / patim, que se desenvolve no plano horizontal de modo
progressivo, podendo atingir até 25 cm de extensão, e então se encaminha rapidamente para
cima, em direção a alma.
É uma fratura composta, que se inicia por fadiga de contato, e se propaga. Só podemos
caracterizar o defeito como tal após a retirada do pedaço de trilho.
Dark spot
Apresenta-se como uma sombra escura devido a uma trinca horizontal próxima à superfície de
rolamento.
São trincas que ocorrem no plano longitudinal, se iniciam nos furos, e sua propagação tende a
ocorrer diagonalmente para o boleto ou para o patim, ou em direção ao outro furo.
43
Figura 47 – Trinca no furo
É uma trinca que se desenvolve no plano transversal ou horizontal, a partir de algum defeito
interno da solda (inclusão, incrustação e/ou colapso de material).
De forma geral, o limite de desgaste em função da área consumida do boleto será dada de
acordo com os seguintes valores:
44
EFVM
TRECHO DA RH 77 A LABORIAU - COSTA LACERDA A FÁBRICA – COSTA LACERDA A CAPITÃO
EDUARDO
Trilho Desgaste Percentual dos Trilhos (Boleto)
TR 68 30%
Tabela 34 – Limite de desgaste em função da área consumida do boleto – Trecho do RH 77 a
Laboriau
EFC
Trilho Desgaste % do Boleto dos Trilhos
TR 68 31%
Tabela 36 - Limite de desgaste em função da área consumida do boleto – EFC
Para a FCA os limites de desgastes também poderão ser determinados através da análise do
Módulo de Resistência do boleto, considerando aspectos como carga por eixo, volume
transportado, taxa de dormentação, velocidade, etc.
O desgaste vertical máximo (C) deve ser tal que o friso mais alto admissível não venha a tocar
a tala das juntas.
45
Figura 50 – Desgaste vertical máximo
Para perfis abaixo ao TR-37, a tala de junção não possui a nervura superior, portanto esta
análise é desconsiderada.
O serviço de esmerilhamento de juntas isoladas deverá ser compatível com a tonelagem bruta
trafegada em cada equipamento.
46
socaria da junta. Os dormentes de junta, guarda e contraguarda da junta deverão apresentar
perfeitas condições de suporte de cargas verticais e de retenção da fixação.
A vida útil dos trilhos é determinada, basicamente, pelo limite de desgaste, que é aferido
através do cálculo do seu modulo de resistência mínimo em função do seu perfil. Por sua vez,
o desgaste do trilho se dá em função da carga e classe de via. Portanto, a vida útil do trilho
será variável conforme as condições de tráfego e classe de via a qual o trilho estará sujeito
quando aplicado e características do perfil.
Considerando os limites de módulo de resistência do boleto, os desgastes horizontais e
verticais deverão se localizar fora da faixa vermelha da tabela de cálculo. A tabela, dessa
forma, calcula o módulo de resistência residual do trilho, de acordo com os níveis de desgaste
horizontal e vertical que ele apresenta em razão de seu perfil. Caso o módulo de resistência
residual do trilho seja muito baixo, torna-se inviável seu reemprego devido à baixa vida útil que
ele terá dali em diante, gerando necessidade de sua substituição brevemente.
A definição para o reemprego dos trilhos, inclusive se for o caso de transposição, deverá ser
baseada no Simulador de Desgaste de Trilhos da GEDFT. Abaixo, exemplo do resultado
apresentado pelo Simulador de Desgaste.
47
Além da análise referente à capacidade de suporte o trilho quanto ao tráfego ferroviário, a
classificação trilhos em reemprego deve atender às seguintes condições abaixo:
A operação de "Alívio de Tensões Térmicas” (ATT) tem por finalidade promover as condições
ideais para o desenvolvimento de tensões mínimas nos trilhos, decorrentes das variações de
temperaturas. O processo de ATT pode ser executado na Faixa de Temperatura Neutra (FTN) por
processo natural ou, também, abaixo da FTN, quando se reproduz as condições do processo
natural de variação de temperatura por alongamento artificial das barras de trilhos utilizando
tensores hidráulicos. Para temperaturas superiores a FTN será inviável executar o ATT pela
dificuldade de resfriamento das barras de trilhos.
A linha perde de seu estado de estabilização total ao sofrer qualquer intervenção que altere as
condições de interação entre o lastro e o dormente ou entre dormente e trilho.
Assim o ATT será necessário nos seguintes casos:
A temperatura média é definida pela média aritmética entre as temperaturas máxima e mínima
registradas nos trilhos em cada trecho de Via . A medição deve ser efetuada com termômetros
apropriados com coleta de dados por no mínimo um ano durante todas as horas do dia.
Tm = (Tmín).+Tmáx) / 2
48
A temperatura neutra é definida como a temperatura média acrescida de cinco graus
centígrados, pois normalmente é mais recomendável em linhas sinalizadas, que os trilhos
sejam submetidos a maiores tensões de tração do que de compressão, uma vez ser mais
temerosa uma flambagem da linha do que uma ruptura de trilhos, soldas ou de parafusos de
juntas; isto porque, a flambagem é impossível de ser detectado em linha sinalizada, pelo
Centro de Controle de Tráfego enquanto que a fratura de trilhos e soldas na maioria das vezes
o são.
Assim a grande maioria das ferrovias adota a neutralização de tensões (processo natural)
dentro de uma faixa de temperatura onde a temperatura neutra de referência é posicionada
acima da temperatura média. No caso da Vale, seguindo esta tendência, a temperatura neutra,
também chamada de temperatura neutra de referência adotada é:
T max T min
FTN 55
2
A zona de respiração (ZR) do trilho longo soldado (TLS) é aquela extensão mínima a partir das
extremidades em que o esforço de retensionamento da fixação equilibra (resiste) à tensão
gerada pela variação de temperatura (tração ou compressão) do trilho criada a partir da
variação máxima de temperatura.
Portanto o comprimento da ZR dependerá da variação de temperatura do trilho, da seção do
trilho, da resistência (força de ancoragem) exercida pela fixação, e finalmente da resistência de
ancoragem fornecida pelo sistema dormente e lastro.
A zona neutra é a parte central do TLS, descontado as duas ZR das extremidades. É a região
que, apesar de estar sob tensão, não tem tendência a deslocamentos longitudinais já que está
ancorada em suas extremidades pelas ZR´s.
Cálculo da extensão da zona de respiração e zona neutra:
49
Figura 51 – Cálculo da extensão da zona de respiração e zona neutra
Onde:
b- Zona de respiração
L* - Zona neutra
L – comprimento do TLS
A - área transversal de um trilho (cm2)
ZN=L* extensão central do TLS que não sofre deslocamento, ou, zona neutra (m)
ZR=b extensão da zona de respiração do TLS (m)
N força longitudinal no trilho devido a T (kgf)
coeficiente de dilatação térmica do aço = 1,15 x 10-5/°C
E módulo de elasticidade do aço = 2,1 x 106 kgf/cm2
ro resistência longitudinal por metro de linha (Kgf/m)
t diferença entre a temperatura máxima e temperatura mínima do trilho
Zona de respiração:
E..A.t 1
b .
ro 2
Zona Neutra:
L* L 2.b
2.9.5. PROCESSO DE ALÍVIO TÉRMICO DE TENSÕES
Conforme a seção do TLS a ser trabalhada, podemos utilizar o método da (barra única) (seção
única) quando o ATT é realizado somente em um TLS de cada vez e da (“meia barra”) (semi-
seção) quando são submetidos ao ATT simultaneamente dois segmentos de TLS distintos com
ponto de fechamento comum.
50
O método da barra única é recomendado para construções novas, remodelações e
desguarnecimento, quando o serviço é executado “a eito”. O da meia barra é mais aplicável
para a manutenção como recuperação de juntas, fratura de trilho, substituição de juntas
isoladas, substituição de meia chave,etc.
A figura acima detalha o processo com a operação executada no sentido da direita para a
esquerda.
Executar a solda em A, que irá unir o TCS (trilho contínuo soldado já aliviado) ao TLS (trilho
longo soldado sem alivio). Nesta operação a região da solda deve estar fixada para não ocorrer
movimentos indesejáveis durante a operação.
Após 3 a 4 minutos da execução da corrida da solda, a fixação deve ser retirada ou afrouxada em
12 m para cada lado da solda, de maneira a permitir a contração térmica da mesma sem risco
de fratura por tração.
Separar o trilho em B e desalinhar os topos dos trilhos para permitir a livre dilatação.
Remover toda a fixação do TLS 1 (ver figura 2) a partir do ponto B para o ponto A.
Colocar roletes sob o TLS 1, entre o patim do trilho e a chapa de apoio dos dormentes, a cada
8 a 12 metros.
51
Vibrar o TLS 1 e os 12m do TCS, em toda extensão sobre roletes, com batidas de marrão de
bronze, de 5 kg de peso, de forma a vencer o atrito estático nos roletes. As placas de apoio
devem estar livres de detritos para garantir o perfeito alivio e posterior apoio do patim do trilho.
Retirar os roletes com imediata recolocação da fixação; caso a temperatura do trilho esteja
aumentando, ainda na faixa de temperatura neutra, fixar a barra da A para B. Caso a
temperatura do trilho esteja diminuindo fixar a barra da B para a A. Preferencialmente os
grampos novos substituídos deverão ser aplicados na zona de respiração.
Em ambos os casos na zona de respiração deverá ser aplicada 100% da fixação e na zona
neutra (ZN), a fixação poderá ser aplicada em 1/3 dos dormentes (“um sim, dois não”) na
primeira fase do processo, visando adiantar demais tarefas. No final da tarefa a fixação deverá
estar completa. Se a linha for dotada de fixação rígida, com pregos/tirefonds e retensores, a
aplicação da fixação deve ser completa.
Efetuar o corte do trilho, considerando a folga entre os topos preconizada pelo fabricante da
solda, e a soldagem no ponto B. Caso a temperatura esteja em declínio a solda de fechamento
poderá ser substituída por junta metálica com folga de 3mm ou deverá ser instalado tensor
hidráulico para garantir que não ocorra contração do trilho até a conclusão da solda, evitando-
se com isto sua fratura por tração. O tensor poderá ser retirado após transcorridos 20minutos
da soldagem.
o
O método usado para temperaturas inferiores a FTN e superiores a +10 C consiste na
execução mecânica (artificial) de um alongamento L que o trilho atingiria por dilatação normal
se a temperatura variasse de T para TNR, sendo T = temperatura do trilho no momento de
submetê-lo ao alongamento por tração e TNR a temperatura neutra de referência.
O equipamento utilizado para executar o alongamento deve ser um tracionador hidráulico de no
mínimo 60 toneladas, equipado com mordentes adequados para atuar na alma do trilho sem
causar danos ao material.
52
Figura 53 - Detalhamento do método da barra única abaixo faixa de temperatura neutra
A figura acima detalha o processo com a operação executada no sentido da direita para a
esquerda.
Executar a solda em A, que irá unir o TCS (trilho contínuo soldado já aliviado) ao TLS (trilho
longo soldado sem alivio). Nesta operação a região da solda deve estar fixada para não ocorrer
movimentos indesejáveis durante a operação.
Após 3 a 4 minutos da execução da corrida da solda, a fixação deve ser retirada ou afrouxada
em 12 m para cada lado da solda, de maneira a permitir a contração térmica da mesma sem
risco de fratura por tração.
Manter o ponto B, oposto ao TCS desalinhado para permitir a livre dilatação dos trilhos.
Após 20 minutos da corrida da solda retirar a fixação do TLS do ponto B até A, levantando o
TLS e colocando-o sobre roletes distribuídos em intervalos de 8 a 12 metros.
Vibrar todo o trilho, de A o ponto B, por meio de golpes de marrão de bronze para que seja
vencido o atrito estático nos roletes e se complete a expansão natural da barra.
Calcular o alongamento que a barra deverá alcançar por tração pela multiplicação de 0,0115
pelo comprimento total da barra sem fixação (solta) e pela diferença entre a TNR e aquela
medida no trilho (T) no momento do alívio.
L0,0115xL x T (mm)
ou seja L (m)
T( C)
53
Figura 54 – Esquema de corte do trilho durante solda
C =ΔL + F - 3 (mm)
Onde:
54
36 m 36 m 36 m 36 m 36 m 36 m
Ln m6 L3 m3 L2 m2 L1 m1 m0
L1 = Ln L1 = 62 = 10,3 mm
L = 216 m 6
6
T = 14 o
C 62
L2 = 6 x 2 = 20,6 mm
Ex.: Então
Ln L = 62 mm
L2 = x 2 L6 = 62 x 6 = 62 mm
6 6
L6 = Ln
55
2.9.9. MÉTODO DA MEIA BARRA NA FAIXA DE TEMPERATURA NEUTRA
COM ATT A EITO
Figura 56 – Detalhamento do método da meia barra na faixa de temperatura neutra com ATT a
eito
A figura acima detalha o processo com a operação executada no sentido da direita para a
esquerda.
Separar os trilhos no ponto b que liga as duas barras (TLS 1 e TLS 2) que sofrerão ATT.
Desencontrar as extremidades das barras em B para permitir o caminhamento das
extremidades dos trilhos.
Soltar a fixação das duas semi-barras no entorno de B (B ->A e B ->C).
Colocar os roletes nas duas semi-barras, de B para ambos os lados (de B p/ A e B p/ C).
Vibrar os trilhos sobre roletes com batidas de marrão de bronze.
Cortar as extremidades das barras junto à B, de forma a garantir folga de acordo com a
exigência do processo de solda a ser usado; o corte poderá ser executado em apenas uma
semi-barra.
56
Retirar os roletes com imediata recolocação de 100% da fixação. Quando a temperatura do
trilho estiver aumentando, ainda na faixa de temperatura neutra, aplicar a fixação a partir das
semi barras no sentido do ponto de fechamento do ATT. Caso a temperatura do trilho esteja
diminuindo aplicar a fixação a partir do ponto de fechamento do ATT no sentido das semi-
barras Efetuar a soldagem no ponto de fechamento de ATT (ponto b). Caso a temperatura
esteja em declínio a solda de fechamento poderá ser substituída por junta metálica com folga
de 3mm ou deverá ser instalado tensor hidráulico para garantir que não ocorra contração do
trilho até a conclusão da solda, evitando-se com isto sua fratura por tração. O tensor poderá
ser retirado transcorridos 20minutos da soldagem.
57
Para determinar a folga final entre as semi-barras adequada para realização do ATT e da
soldagem aluminotérmica, utiliza-se a fórmula abaixo:
FT =∆L + F - 3 (mm)
Onde:
FT - folga total necessária para soldagem aluminotérmica
L - alongamento referente ao comprimento da barra de TLS
F - folga necessária para execução da solda de acordo com o fabricante
3 mm - contração da solda.
Caso não exista o transpasse das semi-ibarras, tal como ilustrado na figura 5, e a folga gerada
entre as semi-barras antes do tracionamento for maior que o valor calculado para FT, haverá a
necessidade de se soldar um segmento de trilho de 6 metros em qualquer das semi-barras.
Posteriormente deverá efetuar um corte de forma a permitir uma folga entre as extremidades
das semi-barras no valor correspondente de FT. Já, se a folga gerada entre as semi-barras
antes do tracionamento for menor que o valor calculado para FT, efetuar um corte
correspondente à diferença entre FT e a folga existente, de modo que o valor residual seja
igual a FT.
Instalar o tracionador hidráulico nas duas semi-barras.
Efetuar a marcação para verificar o alongamento proporcional dos trilhos conforme método da
barra inteira fora da faixa de temperatura neutra.
Tracionar até que a folga entre os trilhos, na região de soldagem, alcance o valor previsto pelo
fabricante da solda.
Durante todo o processo de expansão das semi-barra executa-se a vibração com batidas de
marrão de bronze, verificando se as duas semi-barra expandiram no valores calculados de L
proporcionais a cada uma.
Retirar os roletes a partir de A e B no sentido de F, aplicando 100% da fixação imediatamente.
Executar a soldagem aluminotérmica mantendo o tracionador atuando durante toda a
operação.
Somente retirar o tracionador 20 minutos após a corrida da solda. Retirar a fixação numa
extensão de 12m para cada lado da solda, reaplicando em seguida para aliviar tensões
residuais.
Em linhas sinalizadas, o ATT em túneis será executado por qualquer um dos processos
artificiais. Para alivio de trilhos nas entradas de túneis o cálculo do ΔL de estiramento deverá
considerar a extensão de barra externa ao túnel acrescida de mais 10 m para o seu interior, de
forma a compensar a zona de influência térmica que se estende para dentro dele. A extensão
de linha no interior do túnel (menos 10 m em cada um dos lados) será aliviada por batida de
marrão de bronze e tracionadas em relação a uma TNR que estará fixada a 5 C acima da
temperatura média dos trilhos no interior do túnel. Isto, no sentido de forçar a separação dos
trilhos em casos de rupturas de maneiras a fazer com que a fratura seja detectada pelo sistema
de sinalização.
Em linhas não sinalizadas será adotado o mesmo critério anterior no que se refere à extensão
externa ao túnel mais 10 m para o seu interior. A extensão restante, interna ao túnel, será
submetida a ATT considerando a temperatura média no interior do túnel como Temperatura
Neutra e adotado o processo natural de ATT.
58
2.9.12.2. PONTES SEM LASTRO (OPEN DECK BRIDGES) – ESTRUTURA
DA LINHA SOLIDÁRIA À PONTE
x x
2
2 mm a 5 mm
O ATT se estenderá a 120 m além das cabaceiras das pontes. Se a proximidade com outra
ponte de tabuleiro aberto implicar que esta extensão atinja a região de influência desta outra
ponte, o alívio se estenderá a 120 m além da outra cabeceira.
O ATT em pontes de tabuleiro aberto deve ser efetuado, preferencialmente, na FTN e em
acordo com as normas do ATT; devido a dificuldade de tracionar as barras sobre as pontes de
tabuleiro aberto.
59
2.9.14. RECOMENDAÇÕES GERAIS PARA ALIVIO DE TENSÃO
Caso o segmento a ser aliviado seja composto por vários e pequenos pedaços de trilho (várias
juntas ou fraturas próximas) é obrigatório efetuar a soldagem dos pedaços, formando um único
segmento maior, ou a substituição por TLS no segmento para somente depois ser executado o
A.T.T.
O A.T.T. quando executado a eito deve ser realizado simultaneamente (na mesma jornada de
trabalho) nas duas fiadas de trilhos (direito e esquerdo).
Deve ser removida qualquer sujeira que possa impedir o livre rolamento da barra.
No caso de curvas serão utilizados roletes laterais especiais, para impedir o tombamento do
trilho.
Os serviços de nivelamento e alinhamento estão classificados entre os trabalhos que mais
desconsolidam a via e serão executados, somente quandio for possível obedecer a faixa de
temperatura neutra de cada trecho. Caso os serviços não se realizem na faixa de temperatura
neutra o trecho em questão será considerado sem alívio de tensão.
Quando a amplitude das correções do alinhamento forem inferiores a 20 mm ou de
nivelamento inferiores a 40mm, as operações de alinhamento serão realizadas após ou durante
o nivelamento. O alívio térmico torna-se dispensável, desde que o lastro do ombro seja
imediatamente guarnecido.
Se a correção de alinhamento for superior à 20 mm ou de nivelamento superior a 40mm, será
considerado como intervenção que desestabiliza a linha, mesmo na faixa de temperatura
neutra, tornando-se neste caso necessário operar-se sob a proteção de uma limitação de
velocidade de trens de 30 km/h e proceder-se o ATT após decorrido o período de consolidação
mínima correspondente a 2 x 105 tons trafegadas.
Nos trabalhos de alivio de tensão deverão ser substituídos todos os grampos sem pressão,
sendo que os grampos novos deverão ser preferencialmente aplicados na ZR para melhorar o
poder de retencionamento.
Os dormentes deverão estar perpendiculares ao eixo da linha e no espaçamento correto.
Nos ATTs em trilhos longos soldados (TLS) em que permanecerão juntas metálicas, a folga
das mesmas será nula na faixa FTN, ou seja, as barras terão que estar topadas após alívio.
Como vantagens ocorrerão menores impactos nas juntas com menor degradação das mesmas
bem como menor solicitação às juntas em decorrência de Tmin.
Para calculo da FTN deverão ser utilizados os seguintes critérios:
T max T min
FTN 5
2
T max T min
FTN 46
2
A substituição de grampos a eito poderá ser efetuada em qualquer temperatura, desde que:
60
o Na ZN, os grampos podem ser retirados, deixando os dormentes ponteados 1 sim,
5 não.
o Na ZR os grampos devem ser substituídos um a um de forma que a fixação sempre
fique completa.
Nos serviços de substituição de dormentes a eito, deverá ser previsto o ATT após a
5
consolidação da via (2 x 10 tons trafegadas).
Nos serviços em que houver levante ou rebaixamento da linha com valores superiores a
5
100mm deverá ser previsto o ATT após a consolidação da via (2 x 10 tons trafegadas).
Os serviços de desguarnecimento mecanizado poderá ser executado em qualquer
temperatura, com linha interditada. Após a correção geométrica e consolidação mínima da via
(2 x 105 tons trafegadas) será efetuado o ATT.
O corte dos trilhos para preparação das extremidades a serem soldadas serão
obrigatoriamente efetuados com discos de corte ou com máquinas de serrar trilhos. A utilização
de maçarico será permitida apenas nos casos que requerem eliminação de tensões internas de
compressão das barras a serem trabalhadas, antes da remoção das fixações; estes cortes
deverão ser posteriormente refeitos com disco ou máquina de serrar eliminando a zona
termicamente afetada (ZTA) pelo corte com maçarico; assim deverão ser eliminados no mínimo
segmentos de trilhos de 2,5 cm para cada lado do corte efetuado com maçarico.
Os cortes deverão ser perfeitamente verticais, com uma folga constante do topo ao patim do
trilho; deverá ser efetuado limpeza com escova de aço após os cortes eliminando partículas
finas e possíveis rebarbas originadas no processo de corte. Não será permitido óleo ou graxa
na região da montagem das formas.
A folga entre topos dos trilhos deverá ser ajustada de acordo com as recomendações dos
fabricantes, utilizando calibrador, sendo que normalmente variam entre 22 a 27 mm, exceto nos
caso de solda de reparo que requer folgas entre 65 e 71 mm.
Folga inferior a recomendada pelo fabricante prejudica o pré-aquecimento de toda a secção do
trilho e diminui a quantidade de aço que fica na solda, consequentemente reduzindo a
quantidade de calor necessário para fundir o aço do trilho, pois uma parcela do calor é gerado
pela reação da solda.
61
Folga superior à recomendada provoca falta de material no boleto do trilho, podendo ocasionar
a perda da solda. A distância mínima entre duas soldas ou entre uma solda e uma junta deverá
ser de 4 m.
A distância mínima entre a extremidade do trilho a ser soldado e o primeiro furo deverá ser de
120 mm. Caso contrário eliminar todos os furos e reajustar a folga. Observar os furos quanto à
presença de ovalização e trincas, parafusos de junta com marcas de degola e se os furos
foram executados com utilização de maçarico, casos em que também deverão ser eliminados.
O ideal é que os trilhos na região das soldas não sejam furados.
As formas refratárias deverão ser ajustadas cuidadosamente ao perfil do trilho, de modo que a
folga entre os topos dos trilhos fique perfeitamente centrada em relação ao receptáculo da
forma.
Formas defeituosas ou trincadas durante o ajuste deverão ser rejeitadas.
Para o caso de trilhos com diferença de desgaste vertical as formas deverão ser trabalhadas
até o seu perfeito ajuste aos trilhos. Se a diferença de desgaste vertical das superfícies de
rolamento entre os trilhos for superior a 8 mm, deverão ser utilizadas formas especiais de
transição. Para soldagem de trilhos de perfis diferentes devem ser utilizadas formas especiais
de transição.
A forma deverá ser vedada com pasta conforme preconização do fabricante da solda.
O pré-aquecimento deverá ser iniciado imediatamente após a vedação das formas para evitar
que a umidade da pasta de vedação seja absorvida pela forma. Pelo mesmo motivo, o tempo
necessário para a vedação deverá ser o mais curto possível, logicamente sem
comprometimento da qualidade da vedação.
Deverão ser utilizados os gases indicados pelo fabricante da solda e os manômetros deverão
estar em perfeito funcionamento, atendendo as pressões exigidas pelo fabricante da solda.
Todos os dispositivos de segurança do sistema de pré-aquecimento deverão estar instalados e
em perfeito funcionamento. (inserir equipamentos obrigatórios de segurança para utilização de
maçaricos e gases industriais)
O maçarico deverá ser posicionado na altura exigida pelo fabricante da solda, utilizando
calibrador, sendo essencial que cada ponto da seção do trilho seja aquecido de modo
uniforme; as duas extremidades dos trilhos devem estar aquecidas a uma mesma
profundidade.
A chama deverá ser regulada para que não tenha excesso de oxigênio (chama oxidante). A
chama oxidante provoca início de fusão no contorno do boleto podendo enganar a respeito do
efetivo pré-aquecimento.
62
Deverá ser obedecido o tempo de pré-aquecimento indicado pelo fabricante da solda em
função do perfil do trilho.
2.10.3. CADINHO
Deverá ser verificado se o processo de soldagem requer cadinhos descartáveis ou longa vida.
O cadinho descartável somente deverá ser retirado da sua embalagem imediatamente antes de
sua utilização para evitar contaminação por umidade e danos estruturais. Cadinhos trincados
deverão ser rejeitados.
Caso o cadinho seja longa vida, deverão ser atendidas as recomendações do fabricante quanto
à sua preparação anterior a cada soldagem e seu período de vida útil.
O abastecimento do cadinho com a porção de solda deverá ser feito com cuidado, deixando a
porção correr lentamente entre os dedos. Não manusear a porção próxima de chama de
maçarico pois poderá ocorrer o acendimento indevido da mesma.
Na fase de solidificação da solda o trilho não poderá sofrer nenhuma vibração provocada por
retirada, colocação de grampos ou esmerilhamento, mesmo longe do ponto de soldagem, sob
risco de provocar fratura da solda, pois a mesma nesta fase ainda não atingiu a resistência
desejada.
As formas e escória serão removidas imediatamente antes da rebarbagem da solda, cujo
tempo é definido pelo fabricante, evitando modificação na estrutura do aço e
conseqüentemente soldas defeituosas. Rebarbar a solda antes do tempo estabelecido provoca
sulcos e dureza excessiva devido ao seu esfriamento brusco.
A rebarbagem da solda deverá ser executada com rebarbadora hidráulica. O uso de corta
quente somente será permitido quando a lâmina da rebarbadora não tenha efetuado o
completo guilhotinamento do excesso da solda. Em trilhos termicamente tratados, após a
rebarbagem será necessário proteger a solda com tampa refrataria protetora de calor durante
20 a 30 minutos, evitando esfriamento rápido.
O esmerilhamento final será executado já com a solda fria, em torno de 300 graus de
temperatura, que é alcançada após 25 ou 30 minutos da corrida da solda. Durante o
esmerilhamento deverão ser conferidas as tolerâncias de nivelamento longitudinal e
alinhamento com réguas de precisão e calibradores ou cunha graduada.
Na Lateral do boleto:
o b- 0,3mm
63
Figura 59 – Tolerâncias da solda após esmerilhamento
Após a execução da solda é essencial reposicionar os dormentes que porventura tenha sido
deslocados para execução da solda, socar os dormentes adjacentes fazendo uso de macaco e
soca manual ou vibrador mecânico, recolocar as fixações, recompor o lastro, recolher todos os
resíduos gerados pelos trabalhos, acondicionando-os em local apropriado. Também é
necessário realizar a limpeza da solda, livrando-a dos resíduos do processo de soldagem.
64
Espécies a Serem Soldadas Tipo de Porção
Carbono com Carbono Carbono
Carbono com Tratado Carbono
Tratado com Tratado Tratado
Tratado com Microligado Microligado
Mircoligado com Microligado Microligado
Microligado com Carbono Carbono
Tabela 43 – Tipo de porção para sondagem de trilhos de espécie diferentes
Para soldagem de trilhos de diferentes perfis deverão ser usadas formas especiais de
transição.
Para soldagem trilhos de mesmo perfil, porém com diferença de altura devido a desgaste
vertical deverão ser utilizadas formas customizadas para cada caso.
Na FCA e EFVM a descarga de TLS será efetuada de forma que o mesmo fique posicionado
no ombro da brita, ou na plataforma.
Na EFC os TLS serão descarregados entre os trilhos da via, com a fixação das pontas das
barras aos dormentes impedindo eventuais deslocamentos.
Em linha com dormente de aço, em local com Detector de Descarrilamento, ou na Região de
AMV, é proibida a descarga do trilho dentro da linha. Em linha com dormente de aço e
sinalizada é proibido descarregar ou permanecer com trilhos na “cabeça” dos dormentes.
É proibido Carregar, Descarregar, Transportar ou Quadrar TLS quando na passagem de trem
na linha adjacente.
Nenhum empregado deve subir no lastro de trilho quando o mesmo estiver em processo de
carga e descarga.
É expressamente proibido colocar as mãos sobre os trilhos instalados na estrutura montada no
trem de trilho, utilizado para deslocamento do equipamento de carga e descarga (risco de
amputação das mãos, devido movimentação do equipamento CD). A presença de empregados
sobre o trem de trilho só poderá ocorrer após autorização do operador do equipamento. É
proibida a descarga de trilhos quando houver falta de comunicação entre o operador do trem,
operador do equipamento e o líder da descarga.
Uma pessoa da equipe deve ser disponibilizada para desamarrar as barras do cabeçote de
fixação As calhas devem ser posicionadas no rolo-guia para evitar queda brusca da ponta da
barra no final da descarga. Com o TLS desamarrado, deve-se fechar os rolos laterais,
introduzir o TLS no Rolo-Guia/Cabeçote e guiar a barra até a mesma apoiar-se no trilho da
linha. Com o auxilio do Comungol ou cabo de aço e alavanca, deve-se prender a ponta do TLS
a ser descarregado a um trilho da linha. Solicitar ao maquinista que puxe a composição
devagar até esticar o cabo de aço, iniciando a descarga. A velocidade do trem para a descarga
deve ser de aproximadamente 7 Km/h. Durante a descarga a equipe deve guiar manualmente
o TLS alinhando-o e posicionando-o no local correto que ele deve ficar depois de
65
descarregado. Após o TLS ter caído totalmente no chão, deve-se retirar o Comungol ou cabo
de aço que prende o TLS na linha. As calhas devem ser recolhidas para cima do lastro
novamente. Faltando aproximadamente 30m para o TLS cair do lastro, a equipe deve se
afastar posicionando em um local seguro evitando o risco de “chicoteamento” pelo TLS e
também da projeção de britas ou corpo estranho no momento que a ponta do TLS atingir o
chão.
Na descarga do TLS deve-se observar a marcação efetuada anteriormente para que não
ocorra descarga em posição indevida. Deve ser observado o local onde o TLS foi
descarregado, principalmente se suas extremidades oferecem risco à circulação de trens; se
for necessário, posicioná-lo com alavancas em local seguro.
Os TLS a serem carregados deverão ser posicionados preferencialmente numa tangente com o
auxilio do comungol. O comungol (peça amarrada a um cabo de aço, que é utilizada para
prender a barra de trilho) deve ser amarrado na ponta do TLS e na cauda da composição ou no
veículo de tração para que a barra seja arrastada e posicionada para carregamento. A barra
deverá ser arrastada para que a mesma seja posicionada entre os dois trilhos da linha ou nas
laterais.
Deve-se atentar quanto a presença de cordoalhas, detectores de descarrilamento, regiões de
AMV’s e Juntas, que podem vir a ser atingidos durante o posicionamento, deve ser solicitada a
presença da eletroeletrônica para a retirada das cordoalhas. Para a ultrapassagem em
detectores de descarrilamento, basta utilizar dois roletes mais altos, colocar um antes e um
depois do detector para evitar a quebra. Para a ultrapassagem em AMV e juntas deve-se
posicionar o TLS do lado externo da linha. Neste momento passar com bastante atenção,
podendo utilizar algum pedaço de madeira ou dormente para evitar que o trilho atinja a
máquina de chave e os tirantes do AMV.
Trilhos com soldas aluminotérmicas não deverão ser carregado antes da retirada das mesmas;
trilhos com dimensão inferior a 24metros não deverão ser carregados no trem de trilhos. A
carga é efetuada com recuo da composição com velocidade máxima de 6km/h. . Não é
permitido caminhar ou permanecer sobre ou entre os trilhos com o lastro em movimento e/ou
antes de o TLS ser amarrado. Não é permitido executar a tarefa de amarração dos TLS’s com
o trem em movimento.
66
FAIXAS DE TEMPERATURA NEUTRA DA EFVM
FAIXA DE
TEMPERATURA
TRECHO TEMPERATURA FÓRMULA DE CÁLCULO
NEUTRA
NEUTRA
Tubarão
Itabira 34C FTN 44C TNR= 39C T min T max
Lacerda FTN 5
Lacerda 2
31C FTN 41C TNR= 36C
Fabrica BH
Tabela 44 – Faixas de temperatura neutra da EFVM
67
2.11.6. APLICAÇÃO E RETIRADA DE FIXAÇÃO
Para aplicação e retirada das fixações deverão ser utilizadas as ferramentas adequadas para
cada tipo, não se admitindo improvisações de ferramentas.
A utilização de marretas para aplicação direta de grampos elásticos é proibida sob pena de
causar danos como perda do efeito de mola e retensionamento dos grampos, e devido risco de
acidente de trabalho por projeção dos mesmos.
Antes de se iniciar a retirada da fixação no local a ser trabalhado, deve-se procurar pontos de
concentração de tensões. Deve ser Inspecionado o trecho a procura de evidências de
deslocamentos laterais da grade ferroviária e/ou marcas de deslocamentos longitudinais dos
trilhos (marcas dos grampos/pregos no patim do trilho e/ou dos deslocamentos do trilho nas
placas).
Este passo é importante para evitar acidentes. Os executantes devem conhecer e estar atentos
aos locais de maior concentração de tensão e executar os serviços de abertura de “janela” no
trilho de modo a diminuir a tensão nestes pontos, antes de retirar as fixações.
A abertura da janela ou corte do trilho só poderá ser executada após o fornecimento do tempo
total de interdição.
O corte para abertura de janela será obrigatoriamente com maçarico.
Deve ser adotado os procedimentos abaixo antes da retirada de qualquer fixação:
A) O corte inicial para abertura da janela e retirada das tensões deve ser
realizado no ponto de menor tensão. Para TLS a ser substituído a abertura de janelas de
aproximadamente 03 cm deve feita a cada 108m;
B) Determinado o local do corte, este deverá ser perpendicular ao trilho, de baixo para cima.
Será iniciado pelo patim do trilho indo até ao final da alma, com dois cortes paralelos e
eqüidistantes em aproximadamente três centímetros e um terceiro longitudinal e abaixo do
68
boleto que ligará os cortes paralelos, conseguindo assim separar todo patim e alma cortados,
sem ainda cortar o boleto. Utilizando a ponta de uma alavanca bater no pedaço cortado até que
se solte completamente do trilho. Com o boleto inteiriço realizar um corte na extremidade. Com
pequenos cortes ir desgastando o boleto até que a tensão existente no local diminua (esta
operação deve ser realizada preferencialmente no ponto de menor tensão quando este for
conhecido). Caso os cortes não sejam suficientes para aliviar os topos dos trilhos, repete-se a
operação, tendo sempre o cuidado de não cortar além da abertura prevista para realização de
solda ou junta, no caso de trilhos a ser reaproveitado. Se no local existir uma junta, esta deverá
ser desmontada para separar os trilhos. Após desmontagem da junta o corte para retirada das
tensões deverá ser equidistante aproximadamente a 3 cm do topo do trilho.
Deverá ser observado a ocorrência de deslocamento longitudinal dos trilhos que venha a
provocar o encontro das duas extremidades dos trilhos. Os cortes devem ir desgastando o
boleto até que a distancia entre as pontas fique com no mínimo 10mm e que se estabilize,
tendo sempre o cuidado de não cortar além da abertura prevista para realização de solda.
Após corte do trilho e eliminação das tensões, retira-se a fixação em 12 metros para cada lado
do corte ou junta para efetuar o desencontro das extremidades dos trilhos. Durante retirada da
fixação nos 12 metros para cada lado iniciais deve-se observar se os trilhos irão topar
novamente. Caso venha a topar ; todo o processo deve ser repetido (garantia da eliminação
das tensões). Em seguida, com auxilio do macaco de linha ou alavancas, procede-se
desencontro das extremidades dos trilhos para permitir o deslocamento longitudinal. Em
seguida procede-se a retirada de fixação da extensão a ser trabalhada.
Antes do corte observar se existem defeitos superficiais graves ou se há trinca nos furos, caso
haja, cortar o trilho eliminando os defeitos e/ou furos e deslocar barra. O corte tem que ser
perpendicular.
Os trilhos retirados da linha deverão ser selecionados e identificados . Os trilhos inservíveis
para a linha deverão ser seccionados por meio de maçarico ou policorte, preferencialmente na
região das soldas, em tamanhos com até 12 metros para embarque em vagões tipo plataforma.
(verificar convenção de cores da FCA).
Nas substituições de trilhos com permanência de juntas metálicas deverá ser efetuado o
bizelamento das suas pontas com o auxílio de um limatão manual ou lixadeira, retirando todas
as rebarbas de escoamento na extensão da junta, eliminando as arestas vivas, mantendo as
extremidades dos topos dos trilhos conforme figura abaixo.
Verificar se a superfície do boleto na junta possui escoamento (rebarba), caso positivo, deve-se
serrar a rebarba utilizando arco de serra, Lima/limatão, lixadeira ou Máq. de Bizelar.
Em boleto sem desgaste lateral utiliza-se Lima/limatão, lixadeira com disco especial (1mm),
retífica com rebolo especial ou Máq. de Bizelar, e deve-se chanfrar em 1,5 mm toda a quina
superior do boleto, formando ângulo de 45º entre suas arestas conforme figura abaixo.
69
Rebarba
1,5 mm
Para os casos em que encontramos a junta com boleto desgastado, utiliza-se o mesmo
processo para o desbaste em boleto normal na quina superior e 1,5 mm da quina lateral a partir
da face superior do boleto (conforme figura abaixo).
Em junta isolada deve-se ter todo o cuidado para não danificar o perfil isolante.
É proibido o uso de máquina policorte para execução desta tarefa.
70
2.11.9. ESMERILHAR JUNTAS
2.12. DORMENTES
o Suportar os trilhos
o Absorver e transmitir ao lastro as cargas horizontais e verticais recebidas pelos trilhos
oriundas do tráfego
o Manter a estabilidade da via nos planos vertical e horizontal
o Manter a conformação geométrica especificada do AMV – Aparelho de Mudança de Via
o Madeira
71
o Aço
o Concreto
o Materiais alternativos
FCA FCA
Bitola métrica: 1000 mm Bitola mista: 1000 mm e 1600 mm
Comprimento Largura Altura Comprimento Largura Altura
2000 mm 220 mm 160 mm 2800 mm 220 mm 160 mm
Tabela 49 - Dimensões dos dormentes de madeira comuns aplicados na FCA
EFC
Bitola larga e/ou mista: 1600 mm e/ou 1000
mm
Comprimento Largura Altura
2800 mm 240 mm 170 mm
Tabela 50 - Dimensões dos dormentes de madeira comuns aplicados na EFC
72
Figura 66 – Dispositivo antirachante para dormentes de madeira
São considerados dormentes especiais aqueles cujas dimensões são diferenciadas dos
dormentes comuns, em razão de sua aplicação em locais específicos, tais como em AMV,
pontes não lastreadas, aparelhos centralizadores de bitola, entre outras situações que exigirão
dormentes de dimensões específicas.
Os dormentes especiais de aplicação em AMV deverão obedecer as dimensões e os
espaçamentos definidos no projeto de assentamento.
Os dormentes especiais para aplicação em pontes não lastreadas deverão ser adquiridos de
acordo com projeto específico de cada ponte, que definirá as suas dimensões e projeto de
entalhe.
VARIAÇÃO
DORMENTES
FERROVIA BITOLA COMPRIMENTO PADRÃO DO LARGURA ALTURA
ESPECIAIS
COMPRIMENTO
De 2300 mm a
AMV EFVM Métrica 150 mm 240 mm 180 mm
4400 mm
De 2800 mm a
AMV EFVM Mista 150 mm 240 mm 180 mm
5400 mm
Larga
De 2800 mm a
AMV EFC e/ou 300 mm 240 mm 170 mm
5200 mm
mista
De 2000 mm a
AMV FCA Métrica 200 mm 220 mm 160 mm
3800 mm
De 2800 mm a
AMV FCA Larga 200 mm 220 mm 160 mm
5400 mm
De
PONTES / acordo
Métrica De acordo com o
VIADUTOS com o
TODAS / Larga / projeto da ponte NA 240 mm
SEM projeto
Mista /viaduto
LASTRO da ponte
/viaduto
160 mm
De acordo com a
PONTES / (FCA) /
Métrica necessidade de
VIADUTOS 170 mm
TODAS / Larga / aplicação de NA 240 mm
COM (EFC)
Mista contratrilho
LASTRO 180 mm
externo
(EFVM)
Tabela 51 – Dormentes especiais de madeira aplicados na EFVM, EFC e FCA
73
2.12.1.3. DORMENTES DE AÇO APLICADOS NA EFVM E EFC
74
Figura 70 - Corte transversal do dormente de aço shoulder hook-in aplicado à EFVM
EFVM EFC
Bitola métrica: 1000 mm Bitola larga: 1600 mm
Comprimento Largura Altura Comprimento Largura Altura
2200 mm 260 mm 200 mm 2800 mm 260 mm 200 mm
Tabela 52 – Dimensões dos dormente de aço aplicados na EFVM e EFC
As dimensões dos dormentes de aço especiais para AMV seguem o projeto do fabricante
adaptado às especificações da ferrovia que contemplaram a razão de abertura, lado do desvio
e bitola e projeto de fixação.
75
Figura 72 – Dormente de aço especial para aplicação em AMV pré-montado em estaleiro
76
Figura 75 - Dormente de concreto monobloco protendido aplicado na FCA
As dimensões dos dormentes de concreto especiais para AMV seguem o projeto do fabricante
adaptado às especificações da ferrovia que contemplam a razão de abertura, lado do desvio,
bitola e projeto de fixação.
77
Figura 77 – Dormente de plástico aplicado na linha Ouro Preto/ Mariana
2.12.2. APLICAÇÃO
CARACTERÍSTICAS DA LINHA
ESPÉCIE DO TÚNEIS SEM A TÚNEIS COM A
DORMENTE TRILHO
TLS TCS PRESENÇA DE PRESENÇA DE
CURTO*
ÁGUA ÁGUA
MADEIRA SIM SIM SIM SIM SIM
AÇO NÃO SIM SIM SIM NÃO
CONCRETO NÃO SIM SIM SIM NÃO
Tabela 53 – Critério para aplicação de dormentes comuns
Trilhos de comprimento inferior a 36 m são considerados curtos, mesmo que estejam inseridas
em segmentos formadas por TLS ou TCS.
O ponto de transição entre seqüências de espécies de dormentes diferentes não deve
posicionar-se em curvas, pontes, viadutos e túneis. O ponto de transição deverá ser
posicionado a uma distância mínima de 30 m desses elementos.
PONTES / PONTES /
AMV* VIADUTOS SEM VIADUTOS COM
LASTRO LASTRO
MADEIRA SIM SIM SIM
AÇO SIM NÃO NÃO*
CONCRETO SIM* NÃO NÃO*
Tabela 54 – Critério para aplicação de dormentes especiais
78
Atualmente, somente se recomenda a aplicação de dormentes especiais de concreto para AMV
em jacarés de ponta móvel. Nos jacarés de ponta fixa há os inconvenientes da grande variação
entre os valores de eixamento dos veículos ferroviários que provocam esforços excessivos
quando da sua passagem pelos jacarés.
Em relação aos dormentes de aço especiais para AMV existe projeto apenas para linhas sem
sinalização de tráfego.
Caso apenas o tarugamento não seja suficiente para garantir nova furação e fixação,
observar a outra face do dormente, girando-o 180º em seu o eixo longitudinal e verificar a
condição para assentamento das placas de apoio e fixações, mesmo que haja necessidade de
entalhamento na face que estava apoiada no lastro, para um perfeito apoio da placa ou do
patim do trilho no dormente. Se esta face atender estas condições o dormente deverá ser
79
tarugado e classificado como REEMPREGO. Em caso negativo, será classificado como
INSERVÍVEL (sucata).
80
Nos dormentes de aço há a possibilidade de se avaliar a possibilidade de submeter a peça ao
processo de desempeno para seu reemprego.
Os dormentes de concreto não prevêem processos de recuperação de peças. Somente
aqueles que apresentem integridade plena podem ser reempregados na linha.
Os espaçamentos entre eixos de dormentes comuns, por espécie, para curvas e tangentes
são:
*Na EFVM, o espaçamento dos dormentes de aço será de 550 mm em curvas acima de 4o (R
≤ 280 m), devido a necessidade de se aumentar a resistência da grade ao esforço transversal e
também aumentar a capacidade de suporte em função da sobrecarga recebida pelo trilho
interno ocasionada pela superelevação próxima ao limite máximo admissível.
Em locais específicos da ferrovia onde a velocidades de operação é inferior a 30 km/h e onde
são admissíveis parâmetros de manutenção menos rigorosos, o espaçamento dos dormentes
poderão ser superiores ao definido na tabela, desde que aprovados por responsável da Via
Permanente.
A referência para a marcação de eixos dos dormentes em curvas pode ser tanto o trilho interno
quanto o trilho externo.
APLICAÇÃO DE DORMENTES
CRITÉRIOS PARA ESPAÇAMENTO
ESPECIAIS
AMV Conforme plano de assentamento do AMV
PONTES / VIADUTOS SEM
Conforme projeto da ponte / viaduto
LASTRO
81
2.12.6. DIÂMETROS DE BROCAS PARA FURAÇÃO DE DORMENTES DE
MADEIRA COMUNS E ESPECIAIS
Para cada espécie de elemento a ser utilizado na afixação da placa de apoio ao dormente de
madeira, tem-se um diâmetro especificado para a furação a ser executada:
PERFIL DE TRILHO A B C
TR-37
TR-45 208mm
Espaçamento
TR-50 500mm
especificado
TR-57
241mm
TR-68
Tabela 59 - Posicionamento de dormentes em juntas em linha de fixação rígida
82
Figura 83 – Gabarito para posicionamento de dormentes sob juntas em linhas de fixação
elástica
As soldas aluminotérmicas deverão ser executadas no centro dos vãos existentes entre os
dormentes.
Nas situações de alteração de espaçamentos dos dormentes deve-se impedir que as áreas de
influência dos elementos de fixação dos trilhos coincidam com as soldas aluminotérmicas pré-
existentes. Nesses casos os espaçamentos dos dormentes devem ser ajustados, deslocando-
se quantos dormentes foram necessários nessa região, e alterando o seu espaçamento em +/-
10 mm, mantendo-se o quadramento em relação ao eixo da linha.
Em casos de soldas por eletrofusão apresentarem defeitos de acabamento no patim do trilho
os mesmos cuidados devem ser tomados.
Em linhas com dormente de aço a altura do lastro será dada pela distância vertical entre aba
lateral que compõe o dormente de aço e a plataforma da linha.
Em linhas com dormente de madeira, concreto ou dormente alternativo a altura do lastro será
dada pela distância vertical entre a face inferior do dormente na região da área de apoio do
trilho e a plataforma da linha.
83
Figura 86 - Referência para aferição da espessura de lastro em dormente de madeira,
concreto ou alternativo
Largura do Inclinação
Altura do
DORMENTE FERROVIA ombro do do talude do
lastro*(mm)
lastro*(mm) lastro
AÇO EFVM 400 400 3:2
CONCRETO EFVM 350 350 3:2
MADEIRA /
EFVM 300 300 3:2
ALTERNATIVOS
84
Figura 87 – Socaria manual - 1
A socaria manual consiste na utilização de picareta de socar para prensar as pedras de brita
sob os dormentes.No início dos trabalhos o lastro deverá ser retirado para permitir a introdução
da ferramenta que irá inserir as pedras de lastro sob os dormentes.
Nos trabalhos de socaria com EGP após os serviços de aplicação de dormentes deve-se
garantir a distancia de 10 e 15 mm entre a parte superior da ferramenta de soca e a face
inferior do dormente, evitando fuga de lastro com perda de nivelamento posterior caso a
distância seja superior a 15 mm. Distância inferior a 10 mm provoca contato da ferramenta de
soca com a face lateral do dormente, prejudicando a qualidade da socaria.
Quando ocorrer alteração da espécie do dormente a ser socado é obrigatório efetuar o ajuste
nas ferramentas de socaria de modo a atender as distâncias estabelecidas (10 a 15 mm),
conforme indicado anteriormente.
Nas linhas com dormentes de aço, especiais de AMV e ou caso ocorra a aplicação de
dormentes a eito é necessário efetuar socaria múltipla, com dois recalques do conjunto de
socaria por dormente.
Entende-se por dois recalques a atividade de elevar a grade efetuando o nivelamento, descer o
conjunto de socaria, efetuar o fechamento das ferramentas de soca e consolidar o lastro, elevar
a banca de socaria mantendo a linha suspensa pelo conjunto de nivelamento e efetuar nova
penetração e fechamento das ferramentas de soca para consolidação final do lastro.
Nas linhas com dormentes de concreto e madeira basta efetuar socaria simples, consistindo
em elevar a grade efetuando o nivelamento, descer o conjunto de socaria, efetuar o
fechamento das ferramentas de soca e consolidar o lastro.
85
2.12.11. PRINCIPAIS DEFEITOS APRESENTADOS NOS DORMENTES
Os dormentes de aço são passiveis de fratura ou ruptura da seção transversal, na ligação das
abas com o shoulder, na região das abas e na região de apoio dos trilhos. Pode ocorrer
deformação na região do shoulder, comprometendo a retenção ou aplicação das fixações,
geralmente provocada por descarrilamento.
Podem ocorrer ainda deformações longitudinais que comprometem a bitola correta da via.
Dormentes com corrosão que resulta em redução da parede do perfil serão substituídos
imediatamente.
86
comprometem a colocação ou retenção das mesmas, fraturas na região dos blocos de concreto
com exposição das ferragens, desgaste na região de apoio dos trilhos que comprometem o
correto apoio do patim e inclinação dos trilhos com comprometimento da bitola da via.
2.12.12. INSPEÇÃO
Nas inspeções deverá ser verificada a integridade dos dormentes em executar suas funções.
Deverão ser observados:
87
Solda
Furos do
Perda da Shoulder do
hook-in
capacidade amassado ou shoulde
com
de fixação quebrado r
ovalização
trincada
Danos
Perda de causad
capacidade Corrosão Rachadura Trinca os por
estrutural acident
e
Ausência
Tabela 62 - Tabela de possíveis defeitos de dormentes de aço
88
GRUPO DE TIPO DE CARGA %DORMENTES PODRES ADMISSÍVEL v <= 55
LINHA TRILHO EIXO Tang R>=350 250<R<350 R<=250
68 30 20% 20% 15% 10%
1,2,3
57 30 10% 10% 5% 3%
57 20 15% 15% 10% 5%
4,5,6
45 20 15% 15% 10% 5%
5,6 Carga
perigosa 45 20 10% 10% 5% 3%
Além das taxas de dormentes inservíveis definidas nas tabelas acima deverá ser considerada a
quantidade máxima de dormentes inservíveis em seqüência definida em função da velocidade
dos trens, perfil de trilho, carga por eixo e TBT.
A quantidade de dormente inservível deverá ser quantificada em segmentos de extensão de 1
Km cada. Em cada segmento quilométrico os elementos de planta deverão ter a discriminação
das respectivas quantidades de dormentes inservíveis.
89
Tabela 68 - Sequência de inservíveis admissíveis em relação a dormentes de madeira - EFVM
A sequência proposta nas tabelas acima considerou o limite do módulo de resistência do trilho
para a designação da quantidade máxima de dormentes inservíveis. Não foram considerados
os esforços laterais, que nas hipóteses de curvas com raios rigorosos poderão exigir
seqüenciamentos mais rígidos.
Em relação às demais espécies de dormentes (aço, concreto e materiais alternativos) o
seqüenciamento máximo admissível de inservíveis de referência será a tabela calculada em
função do dormente de madeira.
90
Fixação a prego de linha – tarugo prismático com 16x16x120 mm
Fixação com tirefond 3/4” – tarugo cilíndrico com diâmetro de 17 mmx120 mm
Fixação com tirefond 21mm” – tarugo cilíndrico com diâmetro de 19mmx120mm
Fixação com tirefond 7/8” – tarugo cilíndrico com diâmetro de 19 mmx120 mm
Fixação com tirefond 24mm – tarugo cilíndrico com diâmetro de 22 mmx120 mm
Dormentes de concreto com perda de material que não comprometa a integridade estrutural e
exponha a ferragem interna da peça devem ser recuperados com argamassa apropriada.
2.12.15. MANUSEIO
As operações de carga e descarga de dormentes não podem afetar a integridade das peças.
Os dormentes que forem transportados por veículos ferroviários devem, preferencialmente, ser
embarcados em vagões plataforma, pois possibilita uma descarga mais segura ao longo da
ferrovia.
Os dormentes que forem transportados por veículos rodoviários devem, preferencialmente, ser
embarcados em carrocerias abertas, não sendo recomendado utilizar-se de caçambas cujo
processo de descarga seja o de bascular.
Nos centros de recebimento e distribuição consolidada de dormentes, todo o manuseio das
peças deve ser realizado por empilhadeiras, sendo que as pilhas de dormentes novos não
devem ter contato direto com o solo para preservar a integridade das peças antes de sua
aplicação na linha.
Os dormentes devem estar previamente empilhados para as operações de carga e descarga.
2.12.15.2. RECOLHIMENTO
Os dormentes retirados da linha devem ser agrupados em pilhas que possibilitem o seu
carregamento mecanizado ou facilitem essa operação de modo manual. As pilhas devem estar
dispostas de modo a garantir a manutenção do gabarito seguro de passagem dos trens do
local.
Os dormentes devem ser selecionados entre inservíveis e reempregáveis em pilhas distintas e
identificadas.
91
Manter íntegro o sistema de fixação;
Manter a estabilidade da via nos planos vertical e horizontal (longitudinal e transversal);
Manter a conformação geométrica especificada do AMV – Aparelho de Mudança de Via.
O dormente de madeira será retirado da linha quando for identificado nas seguintes situações:
Excesso de furos
Região
apodrecida
92
Fratura
Apodrecimento
sob a placa de
apoio
O dormente de aço será retirado da linha quando for identificado nas seguintes situações:
93
Figura 96 - Dormentes de aço fraturado na EFVM
O dormente de concreto será retirado da linha quando for identificado nas seguintes situações:
94
2.12.17. DESTINAÇÃO FINAL
Escoramento em geral;
Enrocamento;
Distribuir as cargas transmitidas pelo material rodante às camadas inferiores, tais como
sublastro, caso haja, plataforma ferroviária, ou especificamente, às estruturas das
pontes/viadutos lastreados.
Imprimir determinada elasticidade ao conjunto da superestrutura para amortecer os
choques e vibrações gerados pelo material rodante em tráfego.
95
Manter a estabilidade da grade ferroviária em seu eixo e topo de projeto,
proporcionando resistência aos esforços longitudinais, transversais e verticais que atuam sobre
a via através do confinamento das faces laterais e topos dos dormentes.
Permitir a drenagem das águas que incidem na superestrutura ferroviária.
Possibilitar a manutenção das condições geométricas da via através do alinhamento,
nivelamento e socaria.
O material para lastro ferroviário deverá possuir as características necessárias para cumprir
integralmente as suas funções preconizadas. Os materiais que melhor atendem a estas
exigências são as pedras britadas oriundas de rochas sãs, duras, compactas de estrutura não
lamelar ou xistosa, de elevada resistência à compressão e elevada massa específica aparente.
As rochas que melhor atendem a estas características são o granito, o basalto, o diorito, o
gnaisse e o quartzito, dos quais se formam os lastros de pedra britada.
Materiais como seixos, cascalhos, rochas lateríticas e escória de alto forno também são
utilizados como matéria-prima para a formação de lastros ferroviários após processos de
britagem e graduação granulométrica.
Os agregados para formação de lastro ferroviário devem apresentar elevada massa específica
3 2
aparente, da ordem de 2,4 t/m , e alta resistência à compressão, acima de 1.100 Kgf/cm .
A caracterização do material para lastro ferroviário, compreendendo todos os ensaios
necessários, deverá ocorrer obrigatoriamente para todo novo fornecedor, nova jazida ou
alteração do material recebido usualmente.
2.13.2.2. GRANULOMETRIA
96
PENEIRAS DE MALHAS QUADRADAS
Porcentagem Retida Porcentagem
ABERTURA NOMINAL
Graduação 3 (AREMA) que passa
POLEGADAS MILÍMETRO (em peso) (em peso)
3" 76,2 - -
2 ½" 63,5 0 100
2" 50,8 0-5 95 - 100
1 ½" 38,1 30 - 65 35 -70
1" 25,4 85 - 100 0 -15
3/4" 19 - -
1/2" 12,7 95 -100 0 -5
Tabela 69 - Granulometria utilizada pela EFC e EFVM
As especificações atuais da Vale e FCA limitam o índice de abrasão Los Angeles ao máximo
de 25% e 30% respectivamente.
Onde:
97
T – Índice de tenacidade Treton
m – Massa da amostra seca anterior à execução do ensaio
m’ – Massa da amostra lavada e seca após a execução do ensaio
O lastro ferroviário deve apresentar-se com o mínimo possível de materiais que são
considerados nocivos. Os elementos considerados indesejados à composição do lastro
ferroviário são:
o Materiais pulverulentos
o Torrões de argila
o Fragmentos macios e friáveis
o Partículas lamelares
Os valores admissíveis desses elementos na composição do lastro ferroviários para a Vale
são:
ELEMENTO TOLERÂNCIA
Materiais pulverulentos 1%
Torrões de argila 0,5%
Fragmentos macios e friáveis 5%
Partículas lamelares (em peso) 5%
Tabela 71 – Valores admissíveis de material nocivo na composição do lastro ferroviário na Vale
Os valores admissíveis desses elementos na composição do lastro ferroviários para a FCA são:
ELEMENTO TOLERÂNCIA
Materiais pulverulentos 1%
Torrões de argila 0,5%
Fragmentos macios e friáveis 5%
Partículas arredondados, concoidais,
10%
defeituosos e lamelares (em peso)
Tabela 72 - Valores admissíveis de material nocivo na composição do lastro ferroviário na FCA
A formação das amostras de lastro ferroviário a ser ensaiado para determinar o seu
recebimento será realizada nos silos ou depósitos do fornecedor, ou seja, antes do embarque e
remessa à ferrovia.
A espessura mínima de lastro ferroviário deve ser tal que a taxa de pressão transmitida pela
base do dormente seja compatível com a capacidade de suporte da plataforma ferroviária. As
98
pressões transmitidas à plataforma ferroviária variam inversamente proporcional à altura do
lastro, ou seja, as pressões serão tão maiores quanto menor for a espessura do lastro.
Através da seguinte relação, desenvolvida por Talbot, pode-se determinar matematicamente a
espessura de lastro:
H = (53,87*αd/ αp)4/5
Onde:
H – Espessura do lastro
αd – tensão atuante na face inferior do dormente
αp – tensão atuante na plataforma ferroviária
Além da espessura mínima do lastro, outros dois aspectos que caracterizam a seção
transversal da via são a largura do ombro do lastro e a razão de inclinação do talude do lastro.
Usualmente, a razão de inclinação do talude do lastro ferroviário é de 3:2, mesma razão
utilizada para aterros de infra-estrutura. Assim como a espessura mínima de lastro, a largura do
ombro também variará de acordo com a espécie de dormente utilizado, pois cada um possui
propriedades de ancoragem específicas. O lastro ferroviário deverá facear a superfície superior
dos dormentes sem encobri-los e cobrir toda área de seus topos.
A vida útil do lastro ferroviário será mensurada pelo seu nível de degradação das
características exigíveis para que se cumpram as funções requeridas. Em geral, determina-se
em 40% o limite de finos, que são os grãos abaixo de ½”, que quando ultrapassado tende a
tornar o lastro colmatado.
A mensuração da degradação realiza-se por ensaios de materiais retirados do lastro ferroviário
da do campo. A coleta destas amostras se dá da seguinte maneira:
As amostram devem ser retiradas de tal maneira que abranja materiais sob a área de
apoio dos trilhos, intervalos entre os dormentes e ombro de lastro.
Escolha dos pontos representativos para retirada das amostras
Os pontos de coleta de amostram devem ser no mínimo em quantidade de 3
A amostra deve possuir a identificação quilométrica, lado e condições características
notáveis, tais como corte, aterro, PN, curva, tangente, AMV, etc.
99
Figura 100 - Esquemático de percolação de materiais finos para o lastro ferroviário
A substituição do lastro ferroviário deverá ser considerada quando das seguintes situações:
100
Após os serviços de desguarnecimento a VMA do trecho trabalhado deverá ser restringida até
que se consiga nova estabilização da grade ferroviária e se execute os procedimentos de Alívio
de Tensões Térmicas. Somente após o ATT a VMA poderá ser restabelecida.
São elementos que tem a capacidade de manter a pressão de contato ao trilho constante,
garantindo a sua fixação e o retensionamento da via, além de absorver as vibrações e
impactos inerentes à ação do tráfego ferroviário.
São componentes de sistemas de fixação elástica:
Placas de apoio
Placa de ângulo (Sistema Vossloh para dormente de concreto)
Tirefonds
Arruelas duplas de pressão
Grampos
Garras tipo K ou GEO
Parafusos (utilizados nos sistemas de fixação tipo K, GEO ou Vossloh)
Shoulder (utilizado em dormentes de aço ou concreto)
Almofadas Isolantes (utilizados em dormentes de aço)
Tie Pad (utilizados em dormentes de concreto)
Isoladores / Toe Insulator / Side Post Insulator – (utilizado em alguns sistemas de
fixação para isolamento do contato do grampo com o trilho e do trilho com o shoulder)
São elementos que possuem a capacidade de fixar o trilho sem absorver as vibrações e
impactos inerentes à ação do tráfego ferroviário. Também possui limitações no que se refere
ao impedimento do deslocamento longitudinal dos trilhos. Em função disso há a necessidade
de se aplicar retensores em vias com sistema de fixação rígida.
São componentes de sistemas de fixação rígida:
101
Placas de apoio
Tirefonds
Pregos
Os acessórios de fixação são as peças que atuando em conjunto permitem a fixação da placa
de apoio ao dormente de madeira, a fixação da placa de apoio ao trilho ou a fixação direta do
trilho ao dormente de madeira. Nas demais espécies de dormentes, constituem-se em
acessórios de fixação todas as peças destinadas à fixação do trilho ao dormente e aquelas que
possuem a função de isolar a passagem de corrente elétrica entre um trilho e outro.
Há dois gêneros de acessórios de fixação em aplicação nas ferrovias:
PERFIL FIXAÇÃO
ESPÉCIE TIPO DE PLACA DE FIXAÇÃO
FERROVIA DE PLACA DE
DORMENTE FIXAÇÃO APOIO TRILHO
TRILHO APOIO
Tirefond c/
EFVM Madeira TR-68 Elástica SIM Deenik
arruela
Tirefond c/
EFC Madeira TR-68 Elástica SIM Pandrol
arruela
Tirefond c/
EFC Madeira TR-68 Elástica SIM Deenik
arruela
Prego /
FCA Madeira TR-37 Rígida SIM / NÃO Prego / Tirefond
Tirefond
Prego / Prego / Tirefond
Rígida /
FCA Madeira TR-45 SIM Tirefond / c/ arruela / sem
Elástica
Deenik arruela
Prego /
Prego / Tirefond
Rígida / Tirefond /
FCA Madeira TR-57 SIM c/ arruela / sem
Elástica Pandrol /
arruela
Deenik
Tirefond c/
FCA Madeira TR-68 Elástica SIM Deenik
arruela
Tabela 73 – Tipos de fixação em dormentes de madeira
PERFIL
ESPÉCIE TIPO DE FIXAÇÃO ELEMENTOS
FERROVIA DE SHOULDER
DORMENTE FIXAÇÃO TRILHO ISOLANTES
TRILHO
EFVM e EFC Aço TR-68 Elástica Soldado Deenik Almofada
102
ESPÉCIE TIPO DE PERFIL DE ESPÉCIE FIXAÇÃO
FERROVIA
DORMENTE FIXAÇÃO TRILHO DORMENTE TRILHO
FCA Concreto Elástica TR-50 Monobloco RN
2.14.5.1. TIREFOND
103
2.14.5.2. PREGO
Os pregos são elementos de fixação rígida e prestam-se tanto para fixar a placa de apoio ao
dormente quanto para fixar o trilho ao dormente. Os pregos são de seção retangular em
formato de cunha e cravados ao dormente em furos previamente preparados com diâmetro
menor que a seção do prego. Os pregos possuem cabeça com saliência afim de apoiar-se no
patim. Essa saliência possui inclinação igual ao patim do trilho.
Os pregos são fixações menos eficientes já que funcionam como cunhas ao serem inseridos na
madeira, criando a tendência em rachar o dormente ao longo do tempo, e oferecem pouca
resistência ao arrancamento. Em razão da baixa resistência ao arrancamento a ação do tráfego
ferroviário provoca a subida dos pregos, deixando uma folga entre ele e o patim do trilho.
A denominação atribuída aos tipos de pregos refere-se à espécie de formato de suas cabeças.
Existem duas espécies de prego: asa de barata e cabeça de cachorro.
Em fixação elástica são utilizadas em conjunto com os tirefond ou os parafusos dos sistemas
K/ GEO, que fixam a placa de apoio ao dormente. Essas arruelas são de anéis duplos e
possuem a função de manter o torque de aplicação do tirefond ou parafuso constantes. As
arruelas de pressão também evitam o afrouxamento do tirefond ou parafuso.
As placas de apoio aumentam a área de apoio do trilho e melhoram a distribuição das cargas
oriundas do tráfego ferroviário que serão transmitidas aos dormentes. As placas de apoio
possuem ressalto na região de apoio do patim do trilho, no mínimo na parte externa, de modo a
transmitir o esforço transversal do trilho aos demais elementos fixação. Quando não há a
aplicação de placas de apoio os esforços transversais dos trilhos são suportados somente
pelos elementos de fixação externos. As placas de apoio possuem furos para a aplicação de
tirefond ou pregos, e também, conforme a espécie, possuem dispositivos para encaixe e
aplicação de grampos elásticos.
Para uma melhor interação do contato das rodas na dinâmica do tráfego ferroviário ambos os
trilhos são aplicados com determinada inclinação de seu eixo vertical em direção ao centro da
linha. Para permitir a inclinação dos trilhos, as placas de apoio possuem inclinação de 1:20 ou
1:40.
As dimensões das placas de apoio irão variar de acordo com o perfil de trilho para o qual serão
utilizadas e em razão das espécies de elementos de fixação que serão empregados.
É uma das espécies de elemento de fixação elástica. É fabricado em aço-mola possuindo boa
performance na função de retensionamento dos trilhos. O seu encaixe sobre o patim do trilho é
perpendicular.
A seção do grampo Deenik possui três modelos: circular, variável e quadrada. Há grampos
Deenik específicos para aplicação em locais com a interferência de talas de junção.
104
Figura 104 - Grampo elástico Deenik seção redonda
105
Figura 107 – Grampo elástico SKL
É uma das espécies de elemento de fixação elástica. Consiste em uma castanha em forma de
u prismático, com suas abas trabalhando longitudinalmente em relação ao trilho, pressionando-
o para fixar a castanha à placa de apoio à mesma possui um olhal para alojar uma peça em
formato de “T” rosqueada na ponta, que atravessa a castanha e recebendo uma arruela dupla
de pressão e uma porca.
2.14.5.10. FIXAÇÃO RN
2.14.6. APLICAÇÃO
Quando forem aplicados com a função de atuar como elemento fixador do trilho, com placa de
apoio ou sem a placa de apoio, eles devem ser aplicados de forma cruzada
Quando se utilizar dois tirefonds ou pregos por placa, a disposição dos novos furos será em
forma de “V” em relação ao sentido da quilometragem, de acordo com a figura abaixo, de modo
que a ponta do “V” esteja posicionada do lado em que a quilometragem for crescente. Quando
utilizar três tirefonds ou pregos por placa, alternar fixação a cada dormente ora uma do lado
interno e duas do lado externo, ora duas do interno e uma do externo. Caso o sentido do "V" no
local estiver padronizado no sentido decrescente da quilometragem, ele deverá ser mantido.
106
2.14.6.1.2. SEM A UTILIZAÇÃO DE PLACA DE APOIO
107
Figura 109 – Grampo elástico fastclip
O grampo SKL é.aplicado através do aperto do tirefond, ou outro parafuso, diretamente sobre
ele, resultando em sua compressão sobre o patim do trilho. O aparafusamento do tirefond ou
parafuso poderá ser executado com equipamento ou manualmente.
108
ATT. Do material de isolamento substituído deve-se realizar a seleção daqueles com condições
de serem reaplicados, desde que o sejam somente em tangentes ou linhas secundárias.
Os grampos elásticos, aplicados em curvas, também devem ser substituídos em sua totalidade
nas operações de substituição de trilho e ATT. Em tangentes, é recomendável que a taxa de
renovação seja de 50%, sendo que os novos sejam aplicados nas zonas de respiração do TLS.
Do material substituído deve-se realizar a seleção daqueles com condições de serem
reaplicados, desde que o sejam somente em tangentes ou linhas secundárias.
Verificar existência de trincas ou fraturas na região dos furos e na chapa do clip; clip
trincado ou fraturado será considerado sucata.
Verificar existência de deformação que prejudiquem o perfeito ajuste no dormente de
concreto e no patim do trilho bem como o efeito de mola; clip deformado e com perda do efeito
mola será considerado como sucata.
Parafusos que não apresentarem os defeitos acima serão considerados como reemprego e
deverão ser armazenados protegidos contra umidade e poeira e com as roscas lubrificadas.
Para a classificação grampos deenik usados em reemprego ou inservível (sucata), devem ser
observadas as condições abaixo:
Verificar existência de trincas ou fraturas nos grampos; caso ocorra o grampo será
considerado como sucata.
Apoiar o grampo numa superfície plana e verificar se as duas extremidades dos mesmos
apóiam por igual; neste caso o grampo poderá ser reempregado sem sofrer recuperação pois
ainda mantém o efeito mola; a pressão nos grampos poderá ser verificada com medidor
apropriado após a aplicação.
Grampos do tipo Deenick deformados ou com perda do efeito mola devem ser armazenados e
identificados para recuperação.
109
Figura 111 – Grampo Reemprego
Verificar existência de trincas ou fraturas no corpo das placas, verificar se os furos para
colocação das fixações apresentam-se ovalizados, se existem deformações na região de apoio
do trilho, se a placa permite perfeito apoio na superfície dos dormentes e se existem
deformações na região do shouder que prejudique a correta aplicação dos grampos elásticos.
Placas com trincas, fraturas, furos ovalizados, empeno que prejudique o apoio do patim do
trilho, apoio das mesmas nos dormentes ou deformação do shouder que prejudique a aplicação
de grampos elásticos serão consideradas como sucata.
110
Figura 114 – Placa de apoio sucata
Placas de apoio fundidas que não apresentem, fraturas, ovalização dos furos e nem empenos
que prejudiquem o perfeito apoio ao trilho e cujo shouder que permita instalação dos grampos
serão classificados para reemprego.
Verificar existência de trincas ou fraturas no corpo das placas, verificar se os furos para
colocação das fixações apresentam-se ovalizados, se existem deformações na região do
shouder que prejudique a correta aplicação dos grampos elásticos.
Para a classificação placas de apoio laminadas para fixação rígida em reemprego ou inservível
(sucata), devem ser observadas as condições abaixo:
Verificar existência de trincas ou fraturas no corpo das placas, verificar se os furos para
colocação das fixações apresentam-se ovalizados,
111
Placas de apoio laminadas que não apresentem, fraturas, ovalização dos furos e nem empenos
que prejudiquem o perfeito apoio ao trilho e cujo shouder que permita instalação dos grampos
serão classificados para reemprego.
Tirefonds com cabeça danificada, rosca desgastada, fraturas, trincas ou com empeno serão
considerados como sucata.
2.15.1.1. JUNTAS
As juntas são compostas por talas de junção, parafusos, porcas e arruelas de pressão.
De acordo com as funções mais específicas que irá executar, elas podem ser incrementadas
por outros componentes, como separador isolante no perfil do trilho, bucha isolante, tala
metálica encapsulada, entre outros. As juntas podem ser metálicas ou isolantes. As isolantes
subdividem-se entre encapsuladas e coladas, de acordo com a tecnologia de fabricação e
montagem.
As talas de junção são responsáveis pela união entre as extremidades de dois trilhos
garantindo o seu nivelamento e alinhamento para que funcionem perfeitamente solidários sob a
ação do tráfego ferroviário. A tala é a peça que irá proporcionar a rigidez necessária na região
de união dos trilhos tornando-os solidários. As talas são furadas para permitirem a transposição
dos parafusos que irão executar a efetiva montagem delas aos trilhos.
De acordo com o perfil de trilho ao qual serão aplicadas as talas metálicas podem possuir 4 ou
6 furos, alternadamente ovais e circulares. Quanto à forma as talas podem ser com abas e
aquelas desprovidas de abas.
No que se refere ao modo de contato das talas montadas com os trilhos tem-se:
112
o Função especial
São aquelas em que os extremos dos trilhos se apóiam completamente sobre os dormentes.
São aquelas em que os topos dos trilhos não se apóiam no dormente e sim se posicionam no
intervalo entre dois dormentes.
São aquelas que nas duas filas de trilhos se posicionam frente a frete, isto é, em um mesmo
plano perpendicular ao eixo da via.
São juntas que não se posicionam perfeitamente paralelas uma em relação à outra em uma
mesma seção transversal da via, ou seja, elas se posicionam em pontos não coincidentes com
a junta da fila oposta.
113
Figura 121 – Juntas alternadas ou defasadas
São as juntas que além de dar continuidade à via, desempenham funções especiais, como as
juntas de transição, de dilatação e juntas isoladas
São aquelas que promovem a conexão entre trilhos com perfis diferentes. Como por exemplo a
união de TR-57 e TR-68.
Juntas ou aparelhos de dilatação são dispositivos bizelados que se intercalam em cada uma
das filas de trilhos das vias férreas soldadas nos extremos de suas barras para permitir as
alterações nos seu comprimento (expansão e contração) motivadas por variações térmicas a
que seus trilhos estão sujeitos.
Nessas juntas empregam-se talas isoladoras constituídas de núcleo metálico, ao qual está
aderida um revestimento de material de alto poder isolador, como por exemplo, o poliuretano,
revestindo totalmente o contorno e extremos do núcleo metálico.
O aperto da junta é assegurado por parafusos com porcas, mantidos tracionados por meio de
arruelas de pressão que se apóiam em 4 plaquetas metálicas descontínuas, uma em cada lado
dos trilhos a serem unidos.
Os parafusos têm seus corpos isolados do núcleo metálico das talas por meio de buchas
revestidas de poliuretano.
O isolamento dos extremos dos trilhos é feito por intermédio de um separador isolante que
contorna a seção transversal dos trilhos a serem unidos.
Nas juntas coladas, a junção é realizada pelo aperto dado às talas através dos parafusos e
pela adesão conferida por cola epóxi, que veda a junção contra a penetração de água ou
umidade e a protege contra agentes agressivos caídos dos vagões. A isolação elétrica é
assegurada pelo uso de um conjunto de componentes fabricados com materiais de elevado
poder isolante, são eles:
o Buchas isoladoras
o Camada de isolante que impede que a face interna da tala entre em contato com a
alma do trilho
o Separador isolante dos extremos dos trilhos (end post)
114
Essas junções se caracterizam por elevada resistência mecânica (compressão/tração) ao
deslizamento longitudinal e alto poder de isolação elétrica à passagem da corrente elétrica
utilizada na energização de um circuito de via.
Os parafusos para junta metálica são fabricados com aço laminado de médio ou alto carbono.
Quando fabricados em alto carbono sofrem tratamento térmico. Os diâmetros dos parafusos
variam de acordo com o perfil do trilho ao qual a junta será montada:
Nas talas com aba podem existir cavidades apropriadas que permitiria o posterior encaixe dos
pregos. No entanto, recomenda-se não aplicar os pregos nessas cavidade para evitar o
posterior desquadramento dos dormentes caso ocorra o caminhamento do trilho.
As talas isoladas encapsuladas possuem todos os seus furos circulares. Os encaixes ovais são
dados por uma taleta de reforço. Quando se tratar de junta isolada colada se utiliza de
parafusos especiais na sua montagem.
O posicionamento dos furos nos trilhos para permitirem a montagem da talas metálicas ou
isoladas deverão ser realizados de acordo com as seguintes medidas:
O diâmetro das brocas ou pastilhas variam de acordo com o perfil da trilhos:
115
No assentamento de juntas isolantes deverá ser obedecido o projeto de sinalização
especificado pela área de eletroeletrônica para definição do local exato de sua constituição.
Recomenda-se que as juntas isolantes sejam assentadas sempre em tangente para evitar
desgastes prematuros deste componente acarretados pela inscrição do trem nas curvas.
Recomenda-se que as juntas metálicas de uso permanente sejam posicionadas em balanço e
defasadas em relação aquelas posicionadas no trilho paralelo oposto. A defasagem mínima
recomendada é de 3 m para trilho curto. Para TLS, a defasagem recomendada dever ser dada
pela relação L/4, onde L representa o comprimento do TLS.
As juntas isolantes, por concepção de sinalização ferroviária, são assentadas paralelas entre
si. No entanto, com o objetivo de minimizar os impactos do tráfego dos veículos ferroviários
sem comprometer a sinalização, admite-se uma defasagem máxima de até 500 mm entre as
juntas das duas filas de trilhos.
As juntas de transição de uso permanente não devem ser assentadas sobre pontes/viadutos,
PN e em curvas.
Na instalação das talas deve ser verificado o perfeito alinhamento da lateral do boleto e
nivelamento da superfície de rolamento, não sendo admissível a ocorrência de arestas ou
desníveis. Também não serão admitidos artifícios para eliminação de folgas de juntas com a
utilização de pedaços de trilho (bacalhau) e a implantação de juntas com a presença de soldas
na região de abrangência das talas, salvo em casos específicos de testes de trilhos com
diferentes fabricantes e características.
A região de contato do trilho com a tala e a própria tala deverão ser limpos com escova de aço
para eliminação de quaisquer resíduos que venham a dificultar o perfeito ajuste do conjunto ou
danos ao isolamento da junta isolante encapsulada.
O aperto dos parafusos deverá seguir a seguinte ordem, tanto em montagem manual quanto
em montagens mecanizadas:
Não é recomendável que se lubrifiquem os parafusos, vez que isto provocará um torque
excessivo que tenderá a romper o parafuso durante a sua vida útil. Deve-se observar que a
parte lisa da porca deverá ficar em contato com a arruela.
Em juntas recém montadas, ao longo da primeira semana, os parafusos tendem a se
afrouxarem. Portanto, faz-se necessário uma inspeção para verificação das condições de
aparafusamento da junta e se for o caso, o reaperto dos seus parafusos, uma semana após a
sua instalação.
2.15.1.1.6. MANUTENÇÃO
As inspeções visuais devem verificar a integridade dos componentes da junta, estado dos
dormentes, lastro e nivelamento. Importante verificar se as extremidades dos trilhos
apresentam empeno ou lasqueamento do topo do trilho.
116
2.15.1.1.8. MANUTENÇÕES PREVENTIVAS
2.15.1.1.9.1. NIVELAMENTO
Para realizar-se o nivelamento da junta, deve-se garantir que os dormentes de junta e guarda
estejam com capacidade de suporte, de retenção da fixação, no espaçamento correto, que os
parafusos estejam adequadamente apertados. Antes de iniciar o nivelamento deve-se observar
se as extremidades dos trilhos não estão com empeno permanente (caimento de ponta). Neste
caso, a solução será a realização do desempeno ou eliminação das extremidades com a
confecção de nova junta.
A socaria após o nivelamento de regiões de junta deve se dar somente nos dormentes de junta
e guarda. O nível adequado da junta deverá ter por parâmetro a concordância com o
nivelamento das regiões adjacentes a ela.
2.15.1.1.9.2. BIZELAMENTO
117
Rebarba
1,5 mm
2.15.1.1.9.3. ESMERILAMENTO
118
Parafusos que não apresentarem os defeitos acima serão considerados como reemprego e
deverão ser armazenados protegidos contra umidade e poeira e com as roscas lubrificadas.
119
2.15.2.3. CRITÉRIOS PARA CLASSIFICAÇÃO DE TALAS
Retensores com trincas, fraturas ou sem pressão serão considerados como sucata.
120
2.16. ACESSÓRIOS DE DORMENTE
2.16.1. PÁ DE ANCORAGEM
São dispositivos utilizados para aumentar a resistência transversal da linha. Eles são fixados
aos dormentes e possuem uma aba que trabalha em conjunto com o lastro trazendo maior
dificuldade para que a linha se movimente no sentido transversal.
A opção de aplicar pás de ancoragem deve ser adotada caso as tentativas de se estabilizar a
via através da execução de alívio de tensões térmicas não tenham obtido sucesso.
A pá de ancoragem deverá ser afixada no eixo do dormente e com a sua área côncava ora
voltada para o trilho interno, ora para o trilho externo, alternadamente.
Todos os serviços de correção geométrica com EGP deverão ser precedidos da retirada das
pás de ancoragem.
121
Figura 131 - Aplicação de pá de ancoragem
122
2.18. PADRÃO DE AMV
As ferrovias EFC, EFVM e FCA basicamente utilizam os padrões definidos pela norma AREMA.
Eventualmente, outras soluções podem ser adotadas em função de evoluções tecnológicas,
tais como adoção do jacaré de ponta móvel e contratrilho ajustável, dentre outras.
O numero do jacaré define a sua abertura, ou seja, é a relação entre a distância da ponta
teórica a uma determinada seção oposta a ponta, normal a bissetriz do ângulo do jacaré e a
distância entre as linhas de bitola medida nesta seção. O número do jacaré, que é também o
numero do AMV, pode ser também definido como a cotangente da metade do ângulo de
abertura do jacaré. Assim o numero do jacaré define o número ou a razão de abertura do AMV.
N Cotg
2
Existem varias maneiras práticas de determinar o número do jacaré, sendo que na mais
comumente utilizada, marca-se um ponto no núcleo do jacaré onde a abertura seja igual a 10
cm (ponto 1). Em seguida, desloca-se no sentido do marco de entrevia até encontrar uma
abertura de 20 cm, marcando-se aí o ponto 2. Então, mede-se a distância horizontal L entre o
ponto 1 e 2. O numero do jacaré será a distancia L em centímetros entre o ponto 1 e o ponto 2
dividido por 10.
Ponto 2
Ponto 1
L
Figura 133 - Método prático para verificação da razão de abertura do AMV
A velocidade de circulação no sentido normal (reta) dos AMV's está limitada à VMA do trecho
no qual o mesmo está instalado, independente das características geométricas de agulha e
jacarés.
A velocidade de circulação de um veículo ferroviário pela linha desviada de um AMV varia em
função do tipo, comprimento e ângulo das agulhas, do ângulo de abertura do jacaré e suas
correlações com comprimento de agulhas, e da bitola da via. Assim, a velocidade máxima pela
linha desviada pode estar limitada pelas características da agulha ou pelo raio de curvatura do
trilho de ligação.
A agulha da linha desviada de um AMV AREMA pode ser reta secante, curva secante, ou curva
tangencial.
Em situações onde houver seqüências de AMV's, deverão ser verificadas as condições
geométricas e dinâmicas dos trens para determinar a velocidade máxima de circulação dos
mesmos.
Os AMV's com derivação lateral mais utilizado atualmente nas ferrovias brasileiras permitem as
seguintes velocidades:
Velocidade pela linha desviada em AMV de bitola métrica com detalhe de ponta
5100 (ponta Sanson):
123
Tabela 79 – Velocidade pela linha desviada em AMV de bitola métrica com detalhe de ponta
5100 (ponta Sanson)
Velocidade pela linha desviada em AMV de bitola métrica com detalhe de ponta
6100:
Tabela 80 - Velocidade pela linha desviada em AMV de bitola métrica com detalhe de ponta
6100:
Velocidade pela linha desviada em AMV de bitola larga com detalhe de ponta
5100 (ponta Sanson):
124
Tabela 81 - Velocidade pela linha desviada em AMV de bitola larga com detalhe de ponta 5100
(ponta Sanson)
Velocidade pela linha desviada em AMV de bitola larga com detalhe de ponta
6100:
Tabela 82 - Velocidade pela linha desviada em AMV de bitola larga com detalhe de ponta 6100
Em Aparelho de Translação de Eixo da Via (pombinho), em função dos ajustes das cotas de
salvaguarda necessários para circulação dos trens de bitola de 1600mm e de 1000mm, a
velocidade máxima estabelecida é de 20km/h.
125
Linha principal Linha desvio
Tipo AMV Restrição de Restrição de Restrição de Restrição de
bitola mista velocidade para velocidade para velocidade para velocidade para
bitola métrica bitola larga bitola métrica bitola larga
Velocidade
E1D Sem restrição 20 km/h 20 km/h limitada à
abertura do AMV
Velocidade
E1E 20 km/h Sem restrição limitada à 20 km/h
abertura do AMV
Velocidade
D1D 20 km/h Sem restrição limitada à 20 km/h
abertura do AMV
Velocidade
D1D Sem restrição 20 km/h 20 km/h limitada à
abertura do AMV
Tabela 83 - Velocidades admissíveis para circulação em AMV de bitola mista
AMV com uma das linhas em tangente e outra derivando para a esquerda ou direita.
Figura 134 - AMV com uma das linhas em tangente e outra derivando para a esquerda ou
direita
AMV com ambas as linhas derivando segundo o mesmo ângulo em relação à tangente de
entrada.
Figura 135 - AMV com ambas as linhas derivando segundo o mesmo ângulo em relação à
tangente de entrada
126
Figura 136 - AMV assimétrico convexo
AMV que permite circulação de trens com bitolas diferenciadas; a primeira letra indica a
derivação da linha desviada e a segunda a posição da linha de bitola métrica, sempre no
sentido da agulha para o jacaré. Temos as seguintes configurações para os AMV's mistos:
127
Figura 140 - E1E - Derivação à esquerda com bitola métrica à esquerda
AMV onde são aplicados componentes que atendem as normas UIC e outros componentes
que atendem as normas AREMA, como exemplo:
128
Figura 143 - AMV AREMA com contra trilhos ajustáveis
Aparelhos de translação do eixo da via são dispositivos que permitem a mudança da posição
da linha de bitola métrica inserida em um linha de bitola mista. A posição da bitola métrica
poderá ser alterada tanto em relação ao lado em que se encontra em relação à bitola larga ou
para centralizá-la.
Figura 144 - Alteração da bitola métrica em relação à bitola larga: de centralizada para à
esquerda
Chave
Algumas pessoas costumam chamar indevidamente o AMV de chave, quando na verdade, a
chave é apenas uma das partes do AMV, encarregada de fazer variar a direção dos veículos.
conduzindo-os pela via principal ou pelo desvio, conforme se deseje.
Composta por agulha, trilho de encosto de agulha, escoras laterais, placas de apoio bitoladora
e de deslizamento, barra de conjugação, aparelho de manobra e tirante de manobra e calços e
parafusos. É comum a subdivisão da chave em meia chave direita e meia chave esquerda. A
identificação do sentido de derivação (a esquerda ou a direita) da linha desviada bem dos
componentes do AMV tem como referência o sentido da ponta de agulha para o jacaré.
Para permitir que os veículos circulem em uma ou outra via, é preciso que as agulhas que
fazem parte da chave, desloquem-se à esquerda ou à direita, pressionando-se uma delas ao
trilho de encosto correspondente, desviando assim as rodas que passam por ali, e obrigando
suas conjugadas a seguirem sobre o trilho de encosto.
129
Cruzamento:
O cruzamento é constituído pelo jacaré, contratrilhos e seus respectivos trilhos de encosto. Sua
função é guiar convenientemente os veículos ferroviários, possibilitando a passagem das rodas
numa e noutra direção. Composto pelo jacaré, contratrilhos e trilhos de encosto dos
contratrilhos e placas de apoio especiais para cruzamento.
Como num AMV convencional procuramos passar de uma linha para outra, é necessário
efetuar duas curvas reversas (uma ao contrário da outra) separadas por uma pequena parte
reta onde colocamos o ponto de encontro das vias direta e desviada, fazendo com que o trilho
direito da via direta encontre o trilho esquerdo da via desviada (caso do desvio à direita)
formando um “X” que caracteriza o encontro ou cruzamento das duas vias. Este dispositivo é o
jacaré.
130
Figura 147 – Descontinuidade na linha de bitola do Jacaré
Assim, é preciso que haja grande harmonia construtiva nos jacarés para permitir a circulação
segura tanto dos veículos que percorrem o trilho A - B pela direita quanto daqueles que,
entrando pela via desviada, percorrerem o trilho C - D devendo pois apresentar dobras ou
bizelamento nas pontas das gargantas do jacaré representadas por R e S, além de calha ou
gola apropriados e contratrilhos para garantia de proteção à ponta de 1/2”, assim denominada
por apresentar meia polegada de espessura.
131
Figura 148 - Jacaré guia rodas
Os jacarés são identificados em alto relevo no fundo do canal, em frente à ponta prática.
As agulhas são identificadas através de baixo relevo, no final do talão de reforço. A
identificação contém o nome do fabricante, número de série, data de fabricação, número do
jacaré, tamanho e lado da agulha.
2.24. INSPEÇÃO
Os AMV requerem uma inspeção detalhada das peças e componentes que o compõem devido
à alta complexidade de seu sistema de funcionamento. O defeito de uma peça ou componente
poderá afetar todo o conjunto
132
PONTA DA AGULHA*
COTA DE SALVAGUARDA
VALOR IDEAL
(mm)
PONTOS DE MEDIÇÃO MEDIDO NA PONTA
DA AGULHA (mm) BITOLA
BITOLA LARGA
MÉTRICA
Abertura na ponta da agulha 120 115 115
Abertura na ponta da agulha
em máquinas de chave 147 142 142
Alston
Tabela 84 – Cotas de salvaguarda em AMV padrão AREMA, jacaré com núcleo de aço
manganês e asas em trilho e em jacaré de trilhos usinados
* a folga na livre passagem nas agulhas será medida no primeiro punho situado a 17” da ponta
da agulha.
COTA DE SALVAGUARDA
(mm)
PONTOS DE MEDIÇÃO
BITOLA
BITOLA LARGA
MÉTRICA
FLPa - Folga de livre
passagem ao final da parte >(B-920) >(B-1520)
usinada da agulha
Abertura no centro do coice
159 159
da agulha
Tabela 85 – Folga de livre passagem nas agulhas
Figura 149 - Folga livre passagem em agulha deslocada ao final da face usinada da agulha
Para agulhas com calço espaçador curto, com um parafuso no coice, a distância da ponta da
agulha até o ponto de medição da abertura do coice será de 9050 mm. Para agulha curva, esta
distância será de 7926mm. Caso a abertura for diferente do padrão, desmontar o coice para
verificar escoamento do material ou desgaste do calço.
133
Figura 151 – Abertura no coice da agulha – corte na junta
REGIÃO DO JACARÉ
BITOLA MÉTRICA BITOLA LARGA
COTAS DE SALVAGUARDA VALOR COTA DE VALOR COTA DE
IDEAL SALVAGUARDA IDEAL SALVAGUARDA
(mm) (mm) (mm) (mm)
FLPj – Folga de livre passagem do jacaré 910 <911 1513 <1514
FLPc – Folga de livre passagem nas
100 >(B-920) 100 >(B-1520)
extremidades usinadas do contratrilho
PP - Proteção da ponta real do jacaré 960 >959 1522 >1552
* PP - Proteção da ponta real do jacaré 955 >952
Largura da calha do jacaré 50,5 < 58 50,5 <58
Largura da calha do contratrilho 48,0 < 58 48,0 <58
Profundidade do canal do jacaré 55,5 > 40 55,5 >40
Profundidade do canal do contratrilho 48,0 > 40 48,0 >40
Tabela 86 – Cotas de salvaguarda por região do jacaré
*Estes valores para proteção de ponta real do jacaré deverão ser utilizados nos AMV's dos
trechos de linha que não operam com locomotivas modelos, GT-26, SD-40, BB-36, DDM e
Dash 9.
134
Folga livre passagem agulha Proteção ponta
deslocada jacaré
Livre passagem no
Abertura da ponta jacaré
da agulha
Figura 155 – Pontos de medição das cotas de salvaguarda no jacaré largura de calha
Figura 156 – Pontos de medição das cotas de salvaguarda no jacaré profundidade da calha
135
2.25.1. COTAS DE SALVAGUARDA EM AMV DE BITOLA MISTA
A analise das cotas de salvaguarda dos AMV’s em bitola mista são semelhantes a dos AMV’s
de bitola métrica com pequenas diferenças devido à colocação do 3º trilho.
Assim, o emprego de mais um trilho força a colocação de um segundo jacaré simples, além de
um jacaré duplo que é na verdade, o único ponto de complexidade do AMV misto se
comparado aos AMV’s da métrica e da larga.
Ocorrendo o cruzamento de filas de mesmo nome (esquerda com esquerda ou direita com
direita), têm-se ali um “xis” de trilhos cuja transposição só se resolve através do jacaré duplo.
Observe na figura que o jacaré duplo está exatamente no ponto onde se cruzam a fila
esquerda da larga desviada com a fila também esquerda da métrica na direta (filas do mesmo
nome).
Por outro lado, os jacarés simples, qualquer que seja a situação, vão ser posicionados sempre
na interseção das filas de nomes distintos (na figura, o jacaré da larga fica na interseção da fila
esquerda da larga desviada com a fila direita da métrica na direta - filas de nomes distintos).
Genericamente, a análise das cotas de salvaguarda no AMV’s mistos se limita ao estudo da
circulação nos jacarés duplos já que as demais cotas têm solução comum por depender
somente da observação daquelas medidas já definidas para a métrica e para a larga
isoladamente.
Pela figura acima é fácil perceber que as rodas da larga que transitam saindo do AMV, vindas
da linha desviada , devem encontrar livre passagem na ponta material indicada por I já que ali
os frisos, circulam por dentro deixando de lado a ponta material que trabalha exatamente como
uma agulha deslocada.
136
Para que isto ocorra a medida da calha esquerda deve ser de 56 a 59 mm para livre
passagem, a medida da calha direita igual a 40 mm, garantindo apoio satisfatório para os
rodeiros da métrica circulando pela direita (a soma das calhas igual a 99mm). Além disto, torna-
se necessário fechar a bitola para 1586 mm.
Pela figura anterior observa-se que a ponta material indicada com I, exige fechamento de bitola
para a larga de 1600mm desviada, entretanto trabalha “normalmente” para a linha métrica na
direita devendo-se observar ali as mesmas cotas já discutidas anteriormente para os jacarés
convencionais.
Na ponta material II a situação se inverte, ou seja, a métrica na direita passa agora “por dentro”
forçando a necessidade de abertura suficiente para livre passagem com fechamento da bitola
enquanto que na larga desviada tudo se passa normalmente com as mesmas cotas válidas
para os jacarés convencionais.
Para aperto na métrica deve-se então ter a calha esquerda maior ou igual a 53 mm na ponta II
e a calha direita de 46 mm. Para padronização construtiva, adotam-se os números : 56 mm na
calha externa e 43 mm na calha interna em ambas as pontas materiais do jacaré. A soma da
calhas deve ser igual a 99 mm.
137
2.25.3. COTAS DE SALVAGUARDA EM JACARÉ DUPLO D1E
A análise praticamente se repete em todos os demais tipos de jacaré duplo inclusive o D1E em
questão, modificando somente a posição dos “apertos” da calha larga e da métrica. No jacaré
D1E verifica-se na ponta I a necessidade de “aperto” para a linha de bitola larga na direta e na
ponta II “aperto” para a linha de bitola métrica desviada, estando as demais cotas de acordo
com aquelas dos jacarés convencionais.
A calha direita deve ser igual a 59 mm e a calha esquerda igual a 40 mm em ambas as pontas
materiais. Com isso garante-se 17 mm de aperto na métrica (Ponta II) e 14 mm de aperto na
larga (Ponta I).
138
2.25.4. COTAS DE SALVAGUARDA EM JACARÉ DUPLO E1E
Valem aqui as mesmas considerações estabelecidas para o jacaré D1D. Até mesmo os
“apertos das calhas” são idênticos. Existe aqui “aperto” para a larga desviada na ponta I e
“aperto” para a métrica na direta na ponta II.
139
2.25.5. COTAS DE SALVAGUARDA EM JACARÉ DUPLO E1D
Pela figura acima, é fácil notar que no jacaré E1D os “apertos das calhas” se verificam na
métrica desviada (Ponta II) e na larga da direta (Ponta I) exatamente como ocorre no jacaré
D1E.
De qualquer forma é bom observar que os jacarés D1D, D1E, E1D e E1E têm características
específicas distintas em função do lado desviado que determina sua curvatura e da posição da
métrica em relação à via, sugerindo cuidados especiais já que a substituição de um por outro
inviabiliza as montagens adequadas. Normalmente o código do jacaré duplo é gravado em alto
relevo nos trilhos do jacaré.
140
2.25.6. COTAS DE SALVAGUARDA NOS POMBINHOS
Os Pombinhos, também conhecidos como chave fixa para conexão de vias, são dispositivos
encontrados na bitola mista para permitir a mudança de posição da bitola métrica com relação
à Via ou para desviar lateralmente apenas uma das bitolas, como mostrado nas figuras abaixo.
Os dois AMV’s mostrados nas duas figuras anteriores fornecem dois outros exemplos de
aplicação dos pombinhos agora integrados a AMV’s mistos com derivação lateral em apenas
uma das bitolas.
Observe-se que na primeira figura a métrica sempre estará desviada e a larga sempre ficará na
direta. Na figura seguinte ocorre o inverso.
A figura abaixo apresenta dois pombinhos que permitem a bitola métrica, antes à direita da via,
passar agora para sua esquerda, acessando a uma plataforma de embarque/desembarque. De
fato, sem os pombinhos os veículos oriundos da bitola métrica não teriam como acessar a
plataforma.
141
Figura 169 – Esquema de AMV com chaves fixas
Por outro lado, os AMV’s com chaves fixas (Pombinhos) exigem cuidados especiais de
montagem e manutenção como ilustrados a seguir:
Figura 170 – Cuidados especiais de montagem e manutenção de AMV com chaves fixas
Observação : Para os pombinhos recomenda-se não aumentar a calha externa sem a certeza
de que a calha interna é pequena o suficiente para garantir a relação abaixo, que assegura às
rodas apoio semelhante ao de um jacaré comum.
C int + C ext = 99 mm
Não se permite o emprego de pombinhos em linha corrida a não ser em situações especiais
devidamente autorizadas.
Na prática verifica-se a conveniência do emprego dos pombinhos em curvas para facilitar o
desenvolvimento do “disfarce”da métrica. De fato, nos pombinhos em tangente, dificilmente
tem-se conseguido um aspecto visual mais aperfeiçoado.
142
Os pombinhos devem possuir um desenvolvimento mínimo de 36 metros sem o que não se
consegue uma perfeita concordância geométrica.
Para a instalação de pombinhos deve-se ter em mãos o croquis de locação e montagem.
Nas agulhas e nos trilhos de encosto dos AMV's os limites de desgaste vertical e horizontal
devem atender os limites de utilização das rodas dos veículos ferroviários. Assim, os
parâmetros são válidos para linhas de bitola métrica e larga.
LIMITES ADMISSÍVEIS
COMPONENTE DIMENSÃO
MÍNIMO MÁXIMO
(mm) (mm)
Esta distância é função da altura mínima dos frisos novos que, com 25mm, não devem tocar e
escalar a face superior das agulhas; o valor mínimo de 16mm é função da necessidade de
ajuste da ponta da agulha ao trilho de encosto, sem atingir o raio da seção do boleto.
Figura 171 – Esquema com distância vertical entre face superior da agulha e a superfície de
rolamento do trilho
143
2.26.3. DESGASTE VERTICAL MÁXIMO DA LATERAL DO BOLETO
Todas as medidas relativas a trilhos de encosto da agulha e ponta de agulha devem ser
tomadas a 38mm da extremidade da mesma, fora da região de concordância do raio da ponta
da agulha.
144
Figura 174 – Ponto de medição dos parâmetros de ponta de agulha
*A EFVM tem adquirido jacarés com maior profundidade nominal de canal, permitindo assim
aumento da vida útil do componente.
Régua
Profundidade
Desgaste total do núcleo
núcleo
145
Para verificação do desgaste vertical máximo da lateral do núcleo do jacaré, deve-se efetuar
medida com régua e paquímetro, determinando a profundidade total do núcleo e o desgaste do
núcleo. Depois de obtidos os valores, deve-se subtrair do valor da profundidade total do núcleo,
o valor do desgaste do núcleo; o resultado deverá ser maior que 40mm, garantindo assim que
o friso mais alto não toque o fundo do canal.
(Profundidade total do núcleo – desgaste do núcleo) > 40mm
O desgaste máximo da ponta do jacaré deverá resultar em uma profundidade de canal mínima
de 40 mm, considerando que a altura máxima de friso de rodas é de 1 ½” (38,1mm).
Para verificação do desgaste vertical máximo da ponta do jacaré, deve-se efetuar medida com
régua e paquímetro, determinando a profundidade total do núcleo e o desgaste da ponta.
Depois de obtidos os valores deve-se subtrair do valor da profundidade total o valor do
desgaste da ponta. O resultado deverá ser maior que 40 mm, garantindo assim que o friso
mais alto não toque o fundo do canal do jacaré.
O desgaste vertical da ponta do jacaré deverá ser medido a partir da ponta material do jacaré,
ou seja, no ponto em que a bandagem da roda inicia o apoio no núcleo do jacaré, conforme
indicado abaixo:
DISTÂNCIA HORIZONTAL EM
ABERTURA DO JACARÉ RELAÇÃO À PONTA MATERIAL DO
JACARÉ (X)
Jacaré 1:8 102 (mm)/4”
Jacaré 1:10 127 (mm)/5”
Jacaré 1:12 152 (mm)/6”
Jacaré 1:14 178 (mm)/7”
Jacaré 1:18 228 (mm)/9”
Jacaré 1:20 254 (mm)/10”
Jacaré 1:20 (EFVM) 381 (mm) / 15”
Tabela 89 – Distância horizontal em relação à ponta material do jacaré
146
Figura 177 – Esquema de indicação da distância horizontal em relação à ponta material do
jacaré
A vedação de ambas as agulhas em relação ao trilho de encosto não devem apresentar folgas.
147
PONTOS DE
O QUÊ PROVIDÊNCIAS OBSERVAÇÃO
MONITORAMENTO
Verificar o posicionamento, o
Se necessário substituir o O desnivelamento do coice da
estado e a socaria dos
dormente e realizar a agulha poderá provocar a
dormentes sob o coice da
socaria. abertura da ponta da agulha.
agulha.
Verificar se os parafusos do
Os parafusos não podem estar
coice não estão Folgar os parafusos do coice
frouxos. Apenas levemente
excessivamente apertados a do lado das agulhas.
apertados.
ponto de impedir a vedação.
Verificar se não há
O desalinhamento entre o trilho
descontinuidade de
COICE DA Substituir a agulha ou o trilho de ligação e a agulha na região
alinhamento entre as
AGULHA de ligação. do coice ocasionam risco ao
extremidades a agulha e o
tráfego ferroviário.
trilho de ligação.
Verificar se há abertura de
bitola no coice da agulha Bitola fora das tolerâncias
devido ao desgaste dos Substituir as peças prejudicam as cotas de
parafusos, talas e pontas dos desgastadas ou quebradas e salvaguarda e geram riscos
trilhos de ligação que corrigir a bitola. para a inscrição dos veículos
estejam quebrados ou ferroviários no AMV.
gastos.
PONTOS DE
O QUÊ PROVIDÊNCIAS OBSERVAÇÃO
MONITORAMENTO
Valores de cotas de
salvaguarda incorretos
Verificar as cotas de implicam em desgaste
Rebitolar o jacaré.
salvaguarda do jacaré. excessivo dos componentes e
JACARÉ impacto dos rodeiros quando
da inscrição no jacaré.
Verificar a existência e estado Se necessário substituir ou A falta ou dormentes em
dos dormentes que apóiam a reposicionar os dormentes sob estado ruim poderão ocasionar
ponta do jacaré. a ponta do jacaré. a fratura da ponta do jacaré.
Tabela 92 - Recomendações quanto às inspeções de jacaré
148
PONTOS DE
O QUÊ PROVIDÊNCIAS OBSERVAÇÃO
MONITORAMENTO
Lastro com drenagem
ineficiente ocasiona defeitos
Verificar se lastro está bem
de nivelamento no AMV.
drenado e se não há perigo de Desguarnecer, nivelar e socar
AMV Nivelamento com defeito nas
formação de bolsa d’água sob o AMV.
regiões das agulhas e jacaré
o AMV.
geram riscos ao tráfego
ferroviário.
Tabela 93 - Recomendações quanto às inspeções AMV
PONTOS DE
O QUÊ PROVIDÊNCIAS OBSERVAÇÃO
MONITORAMENTO
O aparelho de manobra deve
Verificar se a alavanca de Na ausência de pressão
exercer uma pressão
manobra está com a pressão verificar o desgaste dos
adequada para perfeita
adequada para movimentação tirantes ou de componentes do
vedação das pontas das
e vedação das agulhas. aparelho de manobra..
agulhas.
Corrigir as fixações, substituir Aparelho de manobra e trincos
Verificar a condição de fixação
os dormentes ou reposicionar sem fixação adequada
APARELHO do aparelho de manobra e dos
o aparelho de manobra e prejudicam a correta vedação
DE trincos aos dormentes .
trincos sobre o dormente. e movimentação das agulhas.
MANOBRA
Folgas nos trincos dos
aparelhos de manobra
Verificar a existência de folgas poderão propiciar que
nos trincos de travas do Substituir os trincos. estranhos à operação
aparelho de manobra. ferroviária manejem as
agulhas mesmo que estejam
com cadeados aplicados.
Tabela 94 - Recomendações quanto às inspeções de aparelho de manobra
PONTOS DE
O QUÊ PROVIDÊNCIAS OBSERVAÇÃO
MONITORAMENTO
Verificar se a abertura Antes de substituir o Valores excessivos de abertura da
da calha do contratrilho verificar o aperto calha do contratrilho prejudicam a
contratrilho está dentro dos seus parafusos. Substituir cota de salvaguarda de proteção da
dos limites adequados. o contratrilho. ponta do jacaré.
Verificar se o boleto do
contratrilho não está
O desgaste do trilho de encosto
em nível muito Substituir o trilho de encosto
poderá provocar o toque dos
CONTRATRILHO superior ao do boleto do contratrilho.
rodeiros nos calços dos contratrilhos.
do seu trilho de
encosto.
Verificar o estado dos Dormentes ruis nas extremidades e
Substituir os dormentes e
dormentes e fixações centro dos contratrilhos podem
fixações que estejam
nas extremidades e provocar impacto indesejável na
inservíveis nas extremidades
centro dos ponta do jacaré por deficiência na
e centro dos contratrilhos.
contratrilhos. sua fixação.
Tabela 95 - Recomendações quanto às inspeções de contratrilho
149
As cotas de salvaguarda devem estar rigorosamente dentro das tolerâncias
especificadas, independente das medidas de bitola e calhas de contratrilho e jacaré estarem
dentro dos parâmetros estabelecidos.
Os contratrilhos devem ter seus parafusos completos e solidamente fixados.
Não será admitida a ausência dos parafusos das extremidades de contratrilho.
Serão permitidos no máximo 2 dormentes inservíveis em seqüência, desde que fora
da região da chave ou região do jacaré. Admite-se no máximo a taxa de 10% de dormentes
inservíveis em todo AMV.
O jacaré não deve estar desnivelado em relação aos seus contratrilhos e
respectivos trilhos de encosto.
A bitola nos AMV's deverá atender os limites das tabelas abaixo quanto do seu assentamento
ou substituição de componentes.
A bitola deverá ser medida a cada dormente, sendo que as variações entre pontos adjacentes
deverão atender aos seguintes limites:
A concordância de bitola antes da ponta de agulha deverá ser feita numa distância mínima de
1,80 m a partir da ponta da agulha.
Para monitoramento dos AMV's em operação, deverão ser sempre observados os limites das
cotas de salvaguarda para intervenções de manutenção.
Deverá se evitar a instalação de AMV em curvas.
150
2.31. RECOMENDAÇÕES QUANTO A MANUTENÇÃO
O aparelho de manobra deve estar devidamente regulado com pressão suficiente para vedar
com segurança as agulhas nos dois sentidos. O manuseio do aparelho de manobra requer
esforço para travamento da alavanca de manobra no trinco. Caso o travamento ocorra apenas
com o peso da alavanca de manobra o aparelho e sistema de barras de conjugação e tirante
de manobra deverão ser inspecionados e regulados.
151
deslocar-se o aparelho até que se consiga a condição de igualdade das folgas em ambos os
lados, com o braço do aparelho na posição vertical.
Entretanto, as inúmeras transposições de chave em sentido contrário, acrescidas do próprio
desgaste natural das peças, acumulam folgas diversas que acabam por conduzir a situações
onde se perfura as vigotas em boa parte de sua área de apoio na busca de melhor posição
para o aparelho e, ao fim dos trabalhos, acaba resultando em chave com vedação insuficiente
ou de pouca pressão.
Em alguns casos, a enorme soma de folgas indica a necessidade de inserir calços
espaçadores entre o punho e a agulha, única forma de conseguir-se vedação por igual até que
se consiga reparar ou substituir o aparelho. A utilização de arruelas de pressão como calço é
proibida pois no caso de fratura das mesmas a vedação ficará comprometida e o punho com
aperto insuficiente.
De fato, se imaginarmos que a agulha direita da figura acima, oferece vedação suficiente e a
agulha esquerda ainda permite a pequena folga indicada, mesmo com o total remanejamento e
inserção de palhetas para o lado esquerdo, então, antes de furarmos toda a vigota em busca
de posição mais adequada, melhor será inserir calços espaçadores entre o punho e a agulha,
aproximando a agulha do seu encosto, completando a vedação, conforme mostrado na figura
abaixo. Esta operação deve garantir as cotas de livre passagem na agulha deslocada.
152
deve encaixar-se em um dos dentes de tal sorte que fiquem sobrando na coroa dois espaços
ou falhas para cada lado, permitindo a regulagem e vedação por igual nas duas direções.
Mesmo com o braço na posição vertical às vezes a torção do pinhão não permite encaixar um
dos dentes no espaço central da coroa, advindo daí a necessidade de reposicionamento do
aparelho conforme já detalhado.
A utilização de arruelas no lugar das palhetas próprias para a regulagem do aparelho é
proibida.
Uma das principais folgas verificadas no aparelho de manobras ocorre na junção do eixo móvel
com o excêntrico, propiciando maior esforço de torção no parafuso que une as peças, e que
tem a função de impedir a queda do excêntrico, sendo conhecido, no campo, como “parafuso
da cruzeta”.
Com o aparecimento desta folga, o próprio movimento de manobra do aparelho poderá, com o
tempo, cisalhar o “parafuso da cruzeta” pondo em risco a vedação, principalmente nos
aparelhos que não dispõem de chapa soldada ou contra porca para proteção ao excêntrico.
153
A recuperação dos aparelhos danificados nas oficinas de manutenção é rápida e simples,
desde que não se verifique quebra ou empenamento do eixo móvel, do excêntrico ou das
engrenagens (coroa e pinhão).
Os Aparelhos de Mudança de Via situados na linha principal e de entrada para desvios
particulares devem ser munidos de cadeados, a fim de proteger contra qualquer manobra
criminosa feita às agulhas.
154
Figura 183 - Representação de roda nova com jacaré desgastado
Na figura acima se observa o desgaste na asa lateral direita e asa lateral esquerda, onde à asa
esquerda verifica-se um escoamento maior do que a asa direita, isto ocorre porque na asa
direita está com um pequeno raio .
Recomenda-se que se reperfile o raio sempre conforme o gabarito de raio, principalmente com
a transposição do jacaré para utilizar o lado da asa lateral que está com pouco uso.
Na figura acima se observa que os raios nas asas laterais tem sempre um raio de 16,0mm no
caso do jacaré novo para evitar o escoamento do núcleo.
155
Figura 185 - Gabarito para verificação canal de jacaré
Na figura acima observa-se que o gabarito de canal (LADO B) também não está ajustando
perfeitamente; verifica-se à necessidade de reperfilar o raio e retirar o material escoado.
Figura 186 - Gabarito de canal (LADO B) ajustado perfeitamente no canal do jacaré novo.
156
Figura 187 - Jacaré com desgaste/amassamento
Na figura acima se observa que no jacaré novo o gabarito tem um bom encaixe, isto é, o raio
está perfeito.
Deve-se garantir que o gabarito de raio tenha um bom acoplamento em toda a extensão do
núcleo de aço manganês, assim como nos trilhos do jacaré que são as pernas e calcanhares
que também sofrem o esmagamento pelo passar das rodas.
157
2.34. CRITÉRIOS DE REEMPREGO DE COMPONENTES DE AMV
Os aparelhos de manobra new century são compostos por varias peças passíveis de
substituição por desgaste ou avarias; portanto os aparelhos de manobra não serão
considerados como sucata pois sempre são passiveis de recuperação.
Barras de conjugação que não apresentem os defeitos acima serão consideradas reemprego.
158
2.34.4. CRITÉRIOS PARA CLASSIFICAÇÃO DE CALÇO DE COICE DE
AGULHA E CALÇO DE CONTRATRILHOS
Verificar existência de trincas ou fraturas no núcleo de aço, nas patas de lebre; caso
ocorra o jacaré será considerado como sucata.
Verificar a ocorrência de deformações nas pernas ou no calcanhar, geralmente
causadas por descarrilamentos; neste caso o jacaré será considerado sucata.
Verificar se a profundidade da calha é inferior a 40mm devido desgaste no núcleo
provocado pelo apoio de rodas.
Jacaré com núcleo de aço manganês que apresentarem desgaste no núcleo e desgaste
ou deformação na ponta deverá ser identificado e armazenado para posterior recuperação por
empresas especializadas, mesmo para utilização em linhas secundarias.
159
Figura 190 - Jacaré em processo de recuperação
Parafusos que não apresentarem os defeitos acima serão considerados como reemprego e
deverão ser armazenados protegidos contra umidade e poeira e com as roscas lubrificadas.
160
Figura 193 - Parafuso sucata devido rosca danificada
No plano vertical as placas bitoladoras possuem uma curvatura que é normal, sendo que a
parte côncava da mesma deve sempre ser assentada na direção do jacaré, não constituindo,
portanto, defeito.
Verificar existência de trincas ou fraturas no corpo das placas, verificar se os furos para
colocação das fixações apresentam-se ovalizados, se existem deformações na região de apoio
do trilho e se a placa permite perfeito apoio na superfície dos dormentes.
Placas com trincas, fraturas, furos ovalizados, empeno que prejudique o apoio do patim do
trilho e o apoio das mesmas nos dormentes serão consideradas como sucata.
Para a classificação placas gêmeas para AMV em reemprego ou inservível (sucata), devem ser
observadas as condições abaixo:
161
Verificar existência de trincas ou fraturas no corpo das placas, verificar se os furos para
colocação das fixações apresentam-se ovalizados e verificar se o gancho para fixação do patim
do trilho está rompido.
Esquema A:
Conforme indicado na figura, existe um sentido obrigatório para o cruzamento dos trens.
Assim a chave 1 está feita na posição normal e a chave 3 na posição reversa. Um trem que
venha no sentido da esquerda para a direita encontrará a chave feita na posição normal
enquanto que a chave 3 estará na posição reversa. Ao aproximar-se da chave 3 o rodeiro do
trem força as agulhas afastando-as, permitindo assim a passagem da composição sem que
haja necessidade da mudança da posição da chave de via.
O mesmo ocorre com um trem que circule no sentido oposto, que encontrará a chave 3 feita na
posição reversa entrando no desvio e sairá através da chave 1 forçando as pontas das agulhas
até a completa passagem do trem, voltando então a posição anterior.
Esquema B:
162
Uma mesma chave de mola permite a montagem à esquerda ou à direita da via. No desenho
abaixo mostramos o mesmo pátio anterior, porém com a chave 1 feita na posição reversa e a
chave 3 feita na posição normal.
A aplicação da chave de mola com máquina de chave tipo S-20 da WABCO permite que o trem
entre na chave com velocidade normal de circulação na linha, pois esta máquina de chave
possui um sistema de travamento da ponta da agulha que elimina a aplicação do travador tipo
U-5.
Quando um trem se aproxima pelo coice das agulhas pelo desvio mesmo que a chave esteja
feita na posição normal, o rodeiro do trem irá destravar a máquina forçando as agulhas,fazendo
com que a chave de mola seja acionada permitindo a passagem do trem. Após a completa
passagem do trem a chave de mola força as agulhas a voltarem a posição anterior e a chave
trava novamente.
Operação idêntica poderá ser executada quando a chave estiver feita para a posição reversa.
163
Figura 197 - Seqüência de posicionamento da haste da chave de mola quando um trem passa
através das agulhas na posição centraria
Nessa condição, as molas (10 e 11) centram a haste do pistão do amortecedor (2) dentro do
cilindro (1) que está cheio de óleo. Montada sobre a haste do amortecedor, em cada
extremidade do cilindro, há um pistão (3) e um conjunto de válvulas.
Quando um trem passa através das pontas de agulha, a partir da rota reversa, a haste do
amortecedor move-se juntamente com o movimento das pontas das agulhas. A haste do pistão
do amortecedor (2) da figura acima está ligada à alavanca da chave de via através de uma
barra atuadora e de uma garra com parafuso e permanece estacionária dentro do cilindro (1)
que se move. O anel (8) preso a haste do pistão pela porca (48) e pela arruela de pressão (49),
impede que o pistão se mova e, assim, resulta no deslocamento entre o pistão e o cilindro.
O deslocamento inicial do cilindro e do pistão aplica uma pressão ao óleo no cilindro (1). O óleo
sob pressão exerce uma força contra a válvula (6) fazendo com que ela se abra. Isto permite
que o óleo flua através das passagens de óleo do pistão (3) para dentro do espaço ocupado
anteriormente pelo pistão.
Ao se equalizarem as pressões do óleo nas duas câmeras do cilindro, a válvula (6) fecha-se
cortando o fluxo do óleo. A compressão das duas molas (10) e (11) causam uma pressão
mecânica exercida contra o pistão (3) deslocado tentando forçá-lo para a posição 'anterior. A
pressão mecânica contra o pistão desloca o óleo na câmara do pistão deslocado, sob pressão.
Uma passagem reguladora de retorno lento na válvula anelar permite que um fluxo controlado
de ó1eo volte para a outra câmara do cilindro. O curso de retorno lento continua até que o
conjunto da válvula tenha atingido uma posição na passagem de retorno rápido, que permite
164
um movimento livre do óleo, aliviando a pressão do óleo e fazendo com que o cilindro retorne
rapidamente durante a última parte do curso vedando a agulha contra o rilho de encosto.
Figura 198 - Disposição típica da máquina de chave manual equipada com chave de mola
A figura acima mostra uma disposição típica da máquina de chave manual equipada com
chave de mola. Os detalhes de cada instalação podem variar devido aos padrões de diferentes
chaves.
165
A utilização do dispositivo de mola com o nível de óleo abaixo do recomendado
poderá danificá-lo ou ocasionar algum acidente em razão do não vedamento das agulhas.
A agulha deverá estar alinhada e com os parafusos de coice ajustados.
Verificar todos os parafusos e articulações.
Verificar o funcionamento da chave de mola para se certificar de que as pontas das
agulhas fecham-se adequadamente após a passagem do trem. O funcionamento da chave de
mola pode ser verificado invertendo a alavanca do aparelho de manobra enquanto a ponta da
aguIha está bloqueada, e em seguida retirando-se o bloco. O tempo de fechamento após a
remoção do bloco deve ser de aproximadamente 10 a 24 segundos. Faça essa verificação para
ambas as posições das pontas das agulhas.
Verificar a chave de mola quanto a indícios de vazamento de óleo.
Não é necessária nenhuma lubrificação externa do conjunto da chave de mola,
uma vez que as peças móveis estão imersas em óleo dentro do cilindro.
2.43.1. INTRODUÇÃO
A Geometria da Via Permanente é constituída por três planos de referência que identificam a
posição relativa dos trilhos.
No sentido longitudinal, temos as inclinações ou rampas interligadas por curvas de
concordância vertical compondo o perfil altimétrico da via.
Em planta temos as tangentes, que interligadas por setores curvos horizontais de
características variáveis formam o perfil planimétrico da via. Este plano também pode variar no
espaço, no sentido transversal à grade, devido à necessidade de se adotar superelevação nas
curvas, ou por anomalias no sentido longitudinal, por desnivelamento, empeno da grade
(torção) ou outras anomalias.
2.43.2.1. RAMPA
Na altimetria os elementos básicos são curvas e tangentes vistos sob um plano vertical. As
tangentes poderão estar posicionadas em rampas ou em nível. As curvas são os elementos de
concordância que interligam as tangentes, podendo ser côncavas ou convexas.
A concordância vertical resume-se em considerar dois greides retos definidos por suas
respectivas declividades ou rampas, “i1” e “i2”, concordados por uma curva.
166
Figura 200 – Esquema da rampa ab
2.43.3. PLANIMETRIA
A curva circular se caracteriza por possuir um raio único em toda sua extensão. Os elementos
de uma curva circular são:
Logo:
f = C2 / 8R
o Grau de curva: é o ângulo central que corresponde a uma determinada corda. O grau de
curva é dado pela seguinte relação:
G = (C * 180) / (π x R)
Logo:
Na EFVM as curvas são identificadas utilizando grau de curva para uma corda de 20 m.
Logo:
G = 1145,92 / R
167
PI
b
f
TC C = corda CT
90 90
o R R o
AC
a c
O
C/2
Na realidade das ferrovias não existem curvas circulares. A variação brusca entre o raio infinito
das tangentes e o raio constante das curvas circulares, por maior que seja este raio, provoca
esforços laterais no momento da inscrição dos trens que com o tempo acabará por si mesmo
moldando um ramo de transição.
A curva de transição é uma forma geométrica que permite com que o raio varie gradualmente
de um valor infinito no ponto de ligação com as tangentes (TE), até o valor específico do raio
(R) da curva circular no ponto de ligação com esta (EC).
No plano vertical, permite que a superelevação varie uniformemente desde o valor zero, no
ponto de início da curva de transição (TE), até o valor dimensionado em função do raio e
velocidade no início da curva circular (EC), mantendo-se constante a partir deste ponto,
decrescendo uniformemente na curva de transição de saída até o valor zero no ponto onde se
inicia nova tangente (ET).
Em quase todas as ferrovias brasileiras foram adotadas como transição a curva espiral de
Talbot, ou clotóide, em virtude da sua facilidade de locação e por seu rigor técnico.
168
Figura 202 – Curva segmentos de transição em espiral
A curva composta é formada por duas curvas circulares de mesmo sentido e diferentes raios,
sem que haja uma tangente entre elas. Entre os segmentos circulares existe uma curva de
transição espiral.
A curva reversa é formada por duas curvas de sentido contrário entre si, sem que haja uma
tangente entre elas.
É à disposição das cotas do topo de trilho no sentido longitudinal da via ao longo do traçado. O
chamado desnivelamento longitudinal é caracterizado pela existência de pontos altos e baixos
de ocorrência simultânea em ambas as filas de trilho ao longo da via.
2.43.6. EMPENO
169
Figura 203 - Empeno em P1 = ((SE1) – (SE0))
2.43.7. SUPERELEVAÇÃO
É o incremento de altura que se dá à fila externa dos trilhos nas curvas para que seja possível
compensar num todo ou em parte a ação da força centrípeta. Este incremento é calculado em
função do raio de curva e da velocidade máxima dos trens.
Principais funções da superelevação na linha:
Superelevação teórica:
170
Superelevação prática: Como na pratica os trens não operam sempre na VMA do trecho
necessita-se adotar um critério no sentido de obter uma melhor situação entre os trens rápidos
(vazios) e pesados (lentos), garantindo um valor mínimo de superelevação capaz de garantir
completa segurança contra tombamento para o lado externo da curva. Nesse sentido algumas
ferrovias adotam critérios como 2/3 do valor teórico.
Obs.: A fórmula de superelevação pratica é a adotada como parâmetro para as linhas da Vale.
Superelevação prática:
2 B V 2
h
3 127 R
Para as linhas de bitola métrica, a superelevação máxima não deve ultrapassar o valor de 100
mm, devido ao risco de desequilíbrio dos vagões caso haja necessidade de sua parada. Se por
algum motivo isso venha a ocorrer o trecho deverá ser bloqueado até que seja feita a correção.
Para linhas de bitola larga a superelevação não deve ultrapassar o valor de 160 mm. Caso isso
ocorra o trecho deverá ser bloqueado ate que seja feita a correção.
Na prática o desalinhamento pode ser avaliado em valor absoluto quando na linha existirem
marcos fixos de referência. No caso, basta verificar se a distância do eixo da linha até o marco
está de acordo com o projeto. Na inexistência de marcos fixo o alinhamento é avaliado de
maneira relativa, ou seja, em relação a uma base de medição que pode ser uma corda de 10
ou 12 metros quando em uma curva. A verificação da flecha (valor “f” da figura) permite avaliar
a situação da curva em relação ao raio de projeto ou em relação aos limites de variação de
flechas admissíveis e também ponto a ponto ao longo da curva.
Na tangente a base de medição pode também ser uma corda de 10, 12 metros ou extensões
maiores, em função do aparelho de medição disponível.
As curvas de uma linha férrea têm por finalidade alterar a direção de marcha dos trens em
movimento, isto é, fazer com que o material rodante gire em torno de seu eixo vertical; este giro
deve ocorrer de forma a evitar impactos no material rodante.
Quando se faz a medição de flechas da curva é importante também observar a variação das
mesmas entre pontos pré-definidos. Os valores da flecha, por si só, nos interessa para
determinação do raio máximo da curva e conseqüentemente dos tipos de veículos e
velocidades que nela podem circular.
As variações de flecha são normais e necessárias para a formação das espirais e transposição
entre as tangentes e as curvas circulares. Seu crescimento é não linear e deve variar em
conjunto com a superelevação desta região.
Para verificação do alinhamento das curvas, as flechas devem ser medidas no ponto médio de
uma corda com comprimento de 10 metros (na EFVM e EFC) e 12 metros na FCA.
171
As medições de flechas em mm serão tomadas no ponto médio das cordas a cada 6 metros na
FCA e a cada 5 metros na EFVM e EFC, conforme desenho abaixo, com as extremidades da
corda colocadas no lado interno do trilho externo, 16 mm abaixo da superfície de rolamento.
As flechas serão medidas com o objetivo de identificar quais as suas variações entre pontos
vizinhos.
Os valores fora da tolerância deverão ser tratados atendendo aos limites de alinhamento para a
manutenção da superestrutura da via permanente conforme capitulo específico deste manual.
É à disposição das cotas de topo do trilho em ambas as filas e no sentido longitudinal ao longo
do traçado. O chamado defeito de nivelamento longitudinal, é caracterizado pela existência de
pontos altos e baixos de ocorrência simultânea (por igual em ambas as filas) ao longo da linha.
O defeito de nivelamento longitudinal é menos critico que o empeno, mas gera desconforto se
ultrapassar certos limites, podendo acarretar desengate dos veículos e fracionamento do trem,
em casos extremos.
Para medições e correções dos defeitos de nivelamento longitudinal, é necessário a utilização
de aparelhos específicos para este fim, podendo ser, um nível óptico ou aparelho lazer dos
equipamentos de correção geométrica.
Em tangente:
172
Em curva:
Em AMV:
A correção de curvas por este método consiste em usar o teorema dos três pontos para buscar
corrigir as flechas deformadas (medidas no campo) através de sucessivos puxamentos até que
se consiga uma distribuição de flechas que seja satisfatória.
Para que haja esta correção devem ser observadas as seguintes premissas:
A primeira premissa é essencial, pois a idéia do método não é alterar o traçado da linha, mas
apenas corrigir anomalias pontuais, mantendo inclusive o ângulo central existente. A segunda
premissa é facultativa podendo haver ajustes na posição dos pontos notáveis quando
necessário.
Sendo:
173
O cálculo das flechas se dará segundo a seguinte fórmula (teorema dos três pontos):
f’1 = f1 + r1 – r0/2 – r2 /2
f’1= f1 – r2/2
f1 – f’1 = r2/2
∆f1 = r2/2
f’2 = f2 + r2 – r1/2 – r3/2
f’2 = f2 + r2 – r3/2
f2 – f’2 = - r2 + r3/2
∆f2 = - r2 + r3/2
f’3 = f3 +r3 – r2/2 – r3/2
∆f3 = - r3 + r2/2 + r4/2
∆f4 = - r4 + r3/2
∆f5 = r4/2
A somatória de todas as variações de flecha deve ser igual a zero (∆f = 0), pois a soma das
flechas da curva deformada deve ser igual à soma das flechas na curva corrigida, a menos que
se acrescentasse ou retirasse material dos trilhos.
Figura 209 - Método de correção geométrica algébrico ou analítico para sucessivas curvas
O que acontece para o ponto (n+1) acontece para todos os pontos, inclusive para o “n”. Daí:
174
rn = 2[∆f(n-1) + r(n-1)] – r(n-2)
Para visualizar este desenvolvimento basta ver na figura acima que r3 + f3 = f’3 + [(r2/2) +
(r4/2)], o que faz r4 = 2( f3 + r3) – r2/2
175
2.43.11.2. CÁLCULO DA CORREÇÃO GEOMÉTRICA USANDO
CALCULADOR MECÂNICO
176
trapézio não precisa estar perfeito, bastando que não haja diferenças significativas entre os
pontos trabalhados e deve-se observar existência de restrições de puxamento na curva por
qualquer que seja a razão.
7. Sempre que possível procurar equilibrar os puxamentos de sinal positivo com os de
sinal negativos em uma mesma curva. Isto dará melhores resultados práticos quando da
implementação dos trabalhos no campo, evitando falta ou excesso de material (trilho.
Puxamentos pequenos não precisam necessariamente ser equilibrados porque podem ser
absorvidos pela movimentação dos trilhos por entre as talas de junção ou esforços internos no
próprio trilho;
8. Em se tratando de curvas maiores que a capacidade do aparelho, as flechas deverão
ser lançadas de duas ou mais vezes, tendo-se o cuidado de não alterar a última flecha lançada,
já que não irá haver a movimentação da seguinte em posição contrária, e repetir algumas
flechas do lançamento anterior, com seus valores já corrigidos e acompanhados de seus
respectivos puxamentos, no lançamento seguinte. Nesta segunda seqüência de flechas, não se
pode alterar a primeira flecha lançada, já que não irá haver a movimentação da anterior em
posição contrária;
9. Quando se for tratar de curva composta, ou seja, curvas com dois ou mais segmentos
circulares, cada um com um Raio e com um valor de flecha, cada segmento de curva circular
deverá ser concordado separadamente, alinhando somente as flechas de um determinado
segmento por vez, o que também deve ocorrer para o segmento de transição que une os dois
segmentos circulares. Deve-se ter perspicácia para, em algumas vezes, descobrir que a curva
é composta e se evitar o inconveniente de forçar igualdade de todas as flechas num só valor,
imprimindo-se grandes puxamentos sem ganho de qualidade geométrica considerável;
10. Quando se for operar em curva reversa, as flechas da segunda curva, que têm sentido
contrário, deverão ser lançadas com valores negativos e, obviamente, seus puxamentos
correspondentes estarão com os sinais trocados, ou seja, aqueles que se apresentarem como
negativos para a primeira curva serão positivos para a segunda. O mesmo estará ocorrendo
em relação às flechas;
11. Se a quantidade de movimentações de pontos for grande, com reincidências diversas
em vários pontos, nas diversas tentativas de se arredondar a curva, os valores de puxamentos
encontrados no final devem ser anotados apenas de forma provisória na ficha de resultados e
lançados novamente no aparelho de uma só vez, para se alterar as flechas iniciais medidas,
que já deverão estar relançadas. As distorções que irão aparecer, que são erros acumulados
devido à imprecisão mecânica do aparelho, deverão então ser corrigidas através de pequenas
alterações de flechas chegando-se, assim, a resultado final mais preciso.
Um programa de computador ainda bastante usado para cálculo da correção geométrica nas
ferrovias brasileiras é o SAP 2, desenvolvido pelo Centro de Pesquisas Ferroviárias da ex-
FEPASA e difundido entre as operadoras ferroviárias no início da década de 1990. Atende de
maneira satisfatória, mas tem aspectos diversos que mereceriam adequação, entre as quais os
critérios de superelevação adotados e o fato de rodar ainda em ambiente MS-DOS, entre
outros aspectos.
177
O arquivo DBEDIT.EXE é o programa de banco de dados, e gera para cada curva nele lançada
um arquivo com extensão “.FL”, que contém todas as informações lançadas de determinada
curva.
O arquivo EDIT.EXE não é necessário para os cálculos, mas vai se transformar em ferramenta
boa para consulta do relatório a ser gerado, que contém informações de flechas, puxamentos e
principalmente superelevações, sem a necessidade de impressão, depois das
experimentações de se arredondar melhor a curva.
A partir daí, deve-se seguir a seguinte seqüência de trabalho:
MENU
CURVAS
TOLERANCIA
CONF. CURVA
RELATORIO
FASE 2
RESULTADO
APAGA RESULT.
PROCESSA
SAI DO SAP
*.FL
C002K585.FL
C003K585.FL
C004K585.FL
C001K586.FL
C002K586.FL
C003K586.FL
C005K604.FL
178
C004K625.FL
C002K670.FL
11) No menu de curvas, posicionar o cursor no arquivo da curva que será calculada e teclar
<ENTER>. Aparecerão no vídeo, o gráfico da curva digitada e o menu principal;
12) No menu principal, posicionar o cursor em ”tolerância” e teclar <ENTER>.
Tolerância
A tolerância é a diferença máxima que será admitida nos cálculos entre as flechas ideais
calculadas e as flechas que serão decorrentes dos puxamentos propostos. O programa utiliza
3,0 mm como “defaut”. Quanto mais refinado o cálculo menor a tolerância a adotar. De forma
inversa quanto pior o padrão geométrico da curva maior deverá ser a tolerância para que o
programa não indique puxamentos elevados que a socadora não possa executar. Existem
casos que a solução é uma realocação topográfica com puxamentos construtivos e não
simples arredondamento.
13) Na dúvida, iniciar com tolerância de 6.0 mm, aumentando-a ou diminuindo-a em
experimentações seguintes até se conseguir uma boa situação de projeto.
14) A recomendação de quem opera com as Socadoras é de que “é melhor fazer um
projeto de correção menos preciso que vai ser executado integralmente, dentro da capacidade
de trabalho da máquina, do que se projetar um rigor em que as Socadoras, por limitações de
trabalho delas ou condições adversas da via, poderão não dar conta de executar”.
15) A tolerância estabelecida na fase 1 define a variação máxima entre a flecha ideal projetada
e a flecha resultante após a correção geométrica. A tolerância estabelecida na fase 2 indica a
variação máxima entre as flechas de um ponto em relação aos pontos adjacentes a ela. No
entanto, deve-se tomar o cuidado de se verificar que a variação de flecha entre pontos
adjacentes deve ser menor que a variação máxima permitida no capítulo 1.3 do capítulo
referente aos critérios gerais de manutenção.
VMA (KM/H) : 50
CORDA (M) : 10.000
DESLOC.MAQUINA (M) : 1.250
MAQUINA (A) (M) : 3.000
MAQUINA (B) (M) : 10.000
BITOLA (M) : 1.000
SOBRELEVACAO (T OU P) : T
CABINE CARRO (F OU A) : A
17) Velocidade máxima autorizada no trecho. Como a superelevação teórica está calculada
segundo critérios e parâmetros de outra operadora (S = bV² / 127R), é necessário utilizar uma
tabela de conversão de velocidade a ser lançada no programa para que seja obedecida a
fórmula S = BV² / 127R e os limites mínimo de 20 mm e máximo de 60 mm.
18) Comprimento de corda utilizada para medição (normalmente de 12 m);
19) Deslocamento da máquina entre cada marcação. Neste campo aparecerá na tela, para
preenchimento, o subcampo de “intervalos estacas”, que deve ser preenchido com a
quantidade de intervalos entre marcações de dados de curva que se quer dentro de cada
estaca. Ex.: Corda de12m implica estaca de 6m; se a recomendação de marcação é a cada 2m
. Então 6m / 2m = 3 intervalos de deslocamento de máquina;
20) Máquina (A) e Máquina (B) são valores parciais de corda de trabalho da máquina,
denominados de “Segmento A” e “Segmento B”. Preencher este campo de acordo com a
Socadora que vai trabalhar no trecho: A = 3,00m e B = 7,30m para SNA 08, A = 4,40m e B =
8,40m para S4 e A = 3,00m e B = 10,00m para BR-BS;
21) Bitola da linha (aceita 1,00m ou 1,60m);
22) Superelevação calculada. Digitar <T> de Teórica ou <P> de prática. A superelevação
prática está calculada em 2/3 da Teórica, segundo critérios da Operadora que criou o
179
programa, que coincidem com os da FCA. A dificuldade é que o SAP2 não cria limites máximos
e mínimos para superelevação. A solução está em adotar uma conversão da Velocidade real
para uma Velocidade fictícia, para que se calcule e distribua a superelevação necessária;
23) Cabine carro. Digitar <F> para as máquinas de cabine frontal (S4 ou SNA 08) e <A>
para as de cabine anterior (BR-BS). Confirmar dados digitando <S> para Sim e <N> para Não;
CONF. CURVA
P. NOTAVEIS
CRIA PNS
FLECH. FIXAS
P. NOTAVEIS
CT
CC
TC
TT
O SAP2 já terá apresentado uma solução básica de equilíbrio para a curva, com definição das
estacas para os pontos notáveis, onde a proposta de diminuições de flechas é igual à de
aumentos de flechas (claramente visto pelas áreas definidas fora e dentro do trapézio), o que
predefine a flecha da circular;
CUIDADO, esta não é a situação ideal e poderá haver grandes equívocos:
• Os chamados pontos notáveis pelo SAP2, onde existe flecha “zero” e onde ela passa a
ser constante, não o são. Eles estão deslocados em até uma estaca para dentro da curva de
transição e não são considerados pelo programa para início e término da variação da
superelevação. Estas diferenças são pequenas e influenciam pouco, mas é importante saber
que o programa não as reconhece;
• O diagrama de flechas de campo lançado não corresponde ao diagrama de flechas da
Socadora, nem em dimensão, pois a corda tem tamanho diferente, nem em posição, pois nas
Socadoras SNA 08 e S4 as flechas são marcadas na ponta dianteira da corda (no carrinho da
frente) para “leitura” pelo sistema no carrinho central, portanto deslocadas em 7,30m e 8,40m
respectivamente. Conclusão: o diagrama de flechas está adiantado em relação ao diagrama de
flechas levantadas. Na BR-BS a marcação e a “leitura” são feitas no carrinho central, 2,00m do
centro da corda. Conclusão: o diagrama de flechas está atrasado um quinto de corda em
relação ao diagrama de flechas levantadas.
26) Menu Pontos Notáveis, preencher com o número das estacas correspondentes para
cada ponto notável: CT (equivalente ao TE); CC (equivalente ao EC); TC (equivalente ao CE) e
TT (equivalente ao ET). O diagrama de flechas levantadas junto com as propostas aparecerá
ao lado para melhor visualização e definição dos pontos.
• Este é dos momentos mais importantes do trabalho de cálculo, pois são estas
definições que determinarão o tamanho e os sinais dos puxamentos;
• Deve-se minimizar ao máximo a distância entre as duas linhas, tanto quanto possível, o
que significa pouco puxamento;
• Pode-se alterar, se assim convier e não for um ponto fixo, as localizações dos inícios e
finais da curva, prolongando as tangentes ou crescendo as transições;
• ATENÇÂO: A visão do diagrama de flechas por si só não é um parâmetro final para
adoção do melhor critério de correção das curvas como veremos na análise do resultado.
27) Para fazer a alteração dos Pontos Notáveis lançados, posicionar o cursor sobre o ponto
lançado e digitar <ENTER>. Aparecerá uma seta no gráfico sob o ponto correspondente.
Posicionar a seta para a esquerda ou para a direita até o novo ponto. Quando a alteração
estiver satisfatória, digitar <ENTER>;
180
28) Em casos de Curvas Compostas, no menu “configuração da curva”, posicionar o cursor
em “cria PNS” e digitar <ENTER>;
29) Aparecerá a indicação da estaca no canto superior direito e uma seta abaixo do gráfico,
que deve ser movida para os pontos onde serão criados os Pontos Notáveis, que serão sempre
dois a dois, para que haja o espaço correspondente para a inserção de um trecho Circular. Em
seguida digitar <ENTER>. Fazer o mesmo em todos os outros pontos em que se queira criá-
los. Depois de todos os pontos terem sido criados, digitar <ESC>;
• Esta criação de Pontos Notáveis é, muitas vezes, um artifício bom para diminuir os
puxamentos em curvas mais complicadas, que necessariamente não são Curvas Compostas,
mas apenas se apresentam com uma transição com dois segmentos onde exista diferença na
variação da flecha. Neste caso utilizamos o “falso ponto notável” para alterar a inclinação de
parte de um segmento de transição em relação ao outro.
30) Quando acontecer de existir locais onde algum ponto não possa ser movido tais como
ponte, túnel, plataforma de estação, passagem de nível, etc., posicionar o cursor em
“flech.fixas” e digitar <ENTER>;
31) Aparecerá a indicação da estaca no canto superior direito e uma seta abaixo do gráfico,
que deverá ser movida para o ponto que terá a flecha fixada. Em seguida, digitar <ENTER>.
Fazer o mesmo em todos os pontos que não podem se mover. Depois de todos os pontos
fixados, digitar <ESC>. Os pontos notáveis de entrada e saída da curva (pontos notáveis
apontados pelo SAP2) devem ter suas flechas fixadas. Caso contrário, as flechas “zero” serão
alteradas e o ponto notável (que está na estaca seguinte) será alterado.
32) Caso se queira diminuir a tolerância no segmento circular, mover o cursor para “Fase
2”. Aparecerá uma mensagem perguntando se deseja ligar a Fase 2. Digitando “S” ela estará
em funcionamento. O que estará acontecendo é que a tolerância indicada estará valendo neste
segmento não mais para a variação entre a flecha levantada e a proposta apenas
(correspondente a Fase 1), mas também para a variação entre as flechas propostas
subsequentes.
Cálculo da Curva
33) Mover o cursor para “processa” e digitar <ENTER>. Surgirá na tela a mensagem:
“Executa puxamento em todo o levantamento?”. Digitar <N> para “Não”, quando se fizer a
opção (recomendável por sinal) de não se fazer puxamento nos pontos de tangente que
existirem antes e depois da curva (fora do trapézio), e <S> para “Sim”, quando não existirem
pontos de tangentes entre as flechas levantadas.
34) A seguir surge outra mensagem: “Quer ver?”. Digitar <S> para “Sim”, se quiser que o
gráfico tenha suas alterações visíveis na tela na medida em que forem feitas e <N> para “Não”,
se não quiser que as alterações sejam vistas. Na prática isto fará pouca diferença, porque com
as velocidades dos processadores de hoje, praticamente não se vê nada destes puxamentos, a
não ser que seja uma curva muito complicada;
35) Se surgir a mensagem “Insucesso”, alterar os dados de configuração da curva ou as
tolerâncias de trabalho. Executar novamente o passo anterior. Se a curva for calculada sem
problema, aparecerá a mensagem “Sucesso”;
Avaliação do Resultado
181
não oferecerá garantia de que o serviço será executado e a produtividade da máquina será
comprometida;
38) Se os resultados não foram satisfatórios, alterar Tolerância, os Pontos Notáveis ou
mesmo criar Pontos Notáveis e refazer os cálculos.
• Se existe excesso de puxamentos positivos (para fora), alterar os Pontos Notáveis de
modo a diminuir a flecha da Circular. Se o excesso for negativo, alterá-los de modo a aumentar
a flecha da Circular.
• O ideal é fazer várias experimentações, avaliando uma a uma e fazendo alterações na
perseguição de uma situação em que a seguinte sempre apresente resultados mais vantajosos
que a anterior. Com a rapidez e facilidade com que os cálculos são feitos, é preferível perder
algum tempo no escritório do que com a Socadora no trecho ocupando faixa de circulação;
39) Posicionar o cursor em “Relatório” e digitar <ENTER>. Aparecerão as opções “S”, para
imprimir o Relatório da curva (neste caso a impressora deverá estar ligada e o papel
posicionado), e “N” para gerar um arquivo com o relatório para impressão futura (neste caso
deve-se digitar preferencialmente o mesmo nome da curva). Escolhida uma das duas opções,
digitar <ENTER>;
• Se a criação deste arquivo não for imediata, a curva deverá ser processada novamente
para que ele tenha condição de ser criado;
• Para abrir e visualizar este arquivo, sair do programa SAP2 e abrir o arquivo EDIT.EXE.
Assim que abrir, clicar em <arquivo>, depois <abrir>, procurar o nome do arquivo referente a
curva procurada, que terá extensão “.REL” e clicar em <ok>. Outra opção de busca é abrir o
arquivo DBEDIT.EXE e digitar o nome do arquivo que se quer abrir.
40) Se a Superelevação calculada for maior que a máxima ou menor que a mínima
adotada para o trecho, não considerá-la e refazer os cálculos depois de diminuir ou aumentar
artificialmente a Velocidade máxima autorizada através da tabela de conversão de velocidades
já citada;
41) Posicionar o cursor em “Sai do SAP” e digitar <ENTER> para sair do programa e
retornar ao Windows.
25- Marcação dos elementos de campo para correção geométrica mecanizada de via
A marcação dos dados calculados deverá ser feita por pessoa com mínimo de treinamento e
poderá obedecer a uma padronização que não venha a confundir os operadores. A sugestão é
adotar a descrita na figura abaixo, que tem sido bem aceita nos serviços de correção
geométrica da FCA:
182
2.43.12. TÉCNICAS E CUIDADOS PARA CORREÇÃO GEOMÉTRICA
MANUAL OU SEMIMECANIZADA
O tipo de macaco utilizado deve ser, preferencialmente, aqueles que não interferem com o
gabarito das partes baixas dos veículos.
A distância entre um macaco e outro deve ser determinada empiricamente escolhendo-se
aquela que não permita que haja entre eles uma flecha vertical no trilho, quando este é
levantado.
A fila de referência (aquela que será levantada primeiro) deve ser a que tenha o Trilho mais
alto para o caso das tangentes e a do Trilho interno para caso das curvas.
Os levantes com macaco devem ultrapassar um pouco o necessário, indicado pela linha de
referência de nível (um “dente” por exemplo), para que se tenha condição de firmar a sua
posição. Após ter sido encaixado o dente, bate-se em sua base lateralmente com a alavanca
até que o trilho volte para a posição desejada.
A outra fila de trilho é levantada segundo as necessidades dada pela régua de Superelevação,
com a mesma operação para se firmar o macaco.
Sempre que possível, a fim de se evitar interrupções de tráfego, deve-se trabalhar nas duas
fileiras de forma simultânea.
Quando o levante é grande, deve-se levantar simultaneamente os macacos que estão à frente,
para não se deixar todo o peso da linha no macaco onde se faz o levantamento medido.
O grupo de socaria só pode socar um segmento distante no mínimo dois pontos do local onde
está sendo feito o levante, para se evitar socar a linha em um ponto alto provisório, ocasionado
pela contraflecha anterior e decorrente da rampa forçada pelo nivelamento a que se está
imprimindo à linha.
Nas juntas, o macaco deve ser posicionado embaixo dela sempre que possível. Quando não
for possível, colocá-lo de maneira a levantar o dormente do lado mais solicitado pelo tráfego
pesado, ou seja, do lado oposto de onde saem a maioria dos trens carregados.
183
Figura 214 - Posicionamento dos macacos em relação às juntas
Quando o levante da linha estiver se aproximando do aparelho ótico, deve se ter o cuidado
para não levantá-lo. O correto é parar e deslocá-lo para outro ponto alto.
O dimensionamento da equipe de levante de linha deverá obedecer ao avançamento da equipe
de socaria, para haver aproveitamento total dos recursos de socaria utilizado e para não se
perder pontos nivelados ou comprometer a segurança de algum tráfego eventual, devido a
distância em demasia entre as duas equipes.
Quando se quer colocar a linha em seu greide de projeto, exatamente onde “deveria” estar,
recorre-se ao Nível ótico como instrumento de medição e aferição. Importante seja dito que tal
procedimento, extremamente válido para linhas em implantação, não é essencial para linhas
em manutenção, que não tenham sido implantadas mediante projetos compatíveis com as
situações geométricas atuais. A perfeição de tal Nivelamento, em muitas situações em que vier
a ser utilizado, será um preciosismo que custará caro em termos de consumo de brita,
utilização de equipamentos e gastos com mão de obra, sem contudo trazer o equivalente em
benefícios.
Portanto, seu uso deve ser restrito a situações devidamente convenientes.
Deve ser executado da seguinte forma:
1 - Instalar o nível ótico ao lado da via, em um ponto qualquer que se possa visar, total ou na
impossibilidade parcialmente, o trecho que se quer ter nivelado. Os dados referentes a
localização de Pontos de curva vertical (PCV), Pontos de inflexão vertical (PIV) e Pontos de
tangente vertical (PTV) já deverão estar determinados em cadastro;
2 - Posicionar a mira no primeiro ponto a ser nivelado, no eixo da linha;
3 - Através da luneta, visar a mira e anotar a medida encontrada na linha de referência;
4 - Alterar a posição da mira para os pontos pré-determinados anteriormente a cada 3 a 5m
(caso específico da ferrovia) de modo a posicioná-la ao longo de todo o trecho a ser nivelado,
procedendo para cada mudança uma leitura;
5 – Fazer a anotação de todas as leituras em caderneta de campo, em que conste a definição
de estacas inteiras e intermediárias e suas respectivas distâncias em relação a linha de
referência;
6 – Calcular em função da inclinação da rampa (que deverá também constar em cadastro), e
distância da estaca ao aparelho, o valor do levante a ser dado.
184
Figura 215 - Nivelamento topográfico de linha
Exemplo:
7– Em rampas grandes, o ponto de instalação do nível deve ser alterado para não se perder
precisão de medidas. O mesmo deve ocorrer quando obstáculos obstruírem as visadas.
Do novo ponto de instalação, faz-se uma visada em um ponto de cota já conhecido
anteriormente e transfere-se ela para a nova linha de referência.
Exemplo:
Cota do ponto já conhecido: 99,50
Visada na mira no ponto já conhecido: 2,90
Altura do aparelho no novo ponto: 1,65
185
2.43.14. APLICAÇÃO PRÁTICA DO MÉTODO DO NIVELAMENTO MANUAL
PELOS PONTOS ALTOS
Este método permite uma retirada de pequenos e grandes defeitos da linha melhorando em
muito a geometria de seu nivelamento. Não consiste em colocar a linha exatamente em seu
ponto de projeto, o que poderia ocasionar grandes alturas de correções, consumindo grandes
volumes de brita ou até provocando eventuais e indesejáveis rebaixos de linha, mas adequá-la
a um perfil compatível com a segurança e o conforto.
1 – Instalar o nível ótico sobre o boleto no início do trecho a ser nivelado, que
preferencialmente estará localizado em um ponto alto. Em curvas, trabalhar no trilho do lado
interno e em retas, tanto quanto possível, trabalhar no trilho mais alto;
2 – Regular a altura do nível ótico em relação ao boleto, mantendo a mesma da mira, através
de uma visada no centro da sua escala;
4 – Com a mira aprumada em frente ao nível, afastá-la gradualmente até chegar ao ponto mais
alto do primeiro segmento a ser nivelado. Para se chegar a este ponto, basta ir fazendo leituras
consecutivas ponto após ponto. Elas irão crescendo enquanto a mira estiver entrando no ponto
baixo e depois irão decrescendo quando a mira estiver saindo do ponto baixo. No instante em
que ela começar a crescer novamente indicará que acabou de passar pelo ponto alto;
186
Figura 217 - Instalação do equipamento nos pontos altos
5 – Com o nível ótico em seu ponto original e a mira no ponto alto, destravar e inclinar a luneta
até alcançar o nível de referência na mira que indique a mesma altura da luneta, ou seja,
aquela medida anteriormente quando ela foi travada. Travar a luneta novamente. Esta linha de
referência normalmente é inclinada.
6 – Aproximar a mira a cada 5 metros, marcando com tinta sobre o dormente, para cada ponto,
a diferença entre e a linha de referência da luneta e a posição do “zero” na mira. Estas
diferenças indicarão o tanto que a linha será levantada;
187
Figura 219 - Nivelamento dos pontos intermediários
A adoção do tamanho da corda a ser utilizada fica a critério de cada ferrovia. Importante
salientar que em uma corda de 10m um erro na leitura da flecha ocasiona um erro no cálculo
do raio da curva quatro vezes maior que na corda de 20m. Em contrapartida, na utilização de
cordas de 20m, as flechas serão maiores e a sua transcrição para um calculador mecânico de
puxamentos (Aparelho "Bienfait" por exemplo) deve ocorrer em escala reduzida, o que
ocasionará erros maiores no trabalho de arredondamento. A opção pela corda de 12m é
intermediária, possibilitando ainda levantamentos e resultados a cada 6m e por média
aritmética resultados a cada 3m. Sendo que é uma necessidade obter-se deslocamentos da via
em intervalos de 3m para maior eficiência na execução do trabalho das Socadoras, esta acaba
sendo a corda ideal.
O levantamento inicia com a determinação do ponto TE, que se não estiver materializado na
linha ou não tiver como ser determinado topograficamente, deve ser encontrado “no olho”
através de uma visada da tangente para a curva, observando-se o ponto onde inicia a
curvatura do trilho externo. A seguir, e por tentativas, verificar através da instalação da corda
de medição, o ponto exato onde está a inexistência de flecha ou flecha “zero”. O TE está na
ponta desta corda do lado da curva.
O ponto inicial ou ponto “zero” deverá ficar na tangente cerca de cinco segmentos de 6m antes
do TE, para que se tenha, no momento do cálculo da curva, uma idéia exata de como está a
linha um pouco antes da curva começar. Com relação ao ponto ET, ele é achado ao longo do
levantamento, no ponto anterior da corda onde é encontrada a outra flecha de valor “zero”.
Faz-se o levantamento de cerca de cinco segmentos depois dele.
As medidas de flechas nas tangentes merecem muita atenção, pois podem ser positivas ou
negativas, quando então indicam que a curvatura está ao contrário. As flechas das curvas
serão sempre positivas. Para se fazer as medidas negativas utiliza-se o lado externo do boleto.
No ponto “zero” e no último ponto não se faz leituras. Apenas é utilizado para a extremidade da
corda e leitura no ponto “1” e no penúltimo ponto. As leituras são feitas sempre com
aproximação de milímetros. Nos mesmos pontos marcados são feitas, juntamente ou
posteriormente, as medições de superelevação e de bitola.
188
As informações devem ser anotadas em ficha individual da curva, que deverá conter em seu
cabeçalho a identificação da curva, contendo por exemplo, o número ou código da curva e a
posição quilométrica de seu início. Não havendo esta informação, deve conter pelo menos a
posição do ponto “zero” em relação a quilometragem, para amarração posterior. Importante
também a determinação de pontos fixos tais como pontes e passagens de nível, a data e o
responsável pelo levantamento. Entende-se que dados complementares como Velocidade e
outros já deverão existir no cadastro da Residência.
Em uma tabela, poderão ser anotados para cada ponto, a bitola, a superelevação e as flechas
medidas.
A Bitola e a Superlargura, quando existirem, deverão ser tratadas em separado pois a sua
correção estará vinculada às equipes de Correção de bitola ou Substituição de trilho.
Ao término dos trabalhos de Correção Geométrica, o serviço deve passar por um processo de
avaliação criterioso, sobretudo para serviços realizados em período noturno ou de
luminosidade insuficiente. Deve-se observar:
Exame Visual:
Deve ocorrer em toda a extensão imediatamente após a sua execução dos serviços por todas
as pessoas envolvidas, desde operadores até mantenedores. Visa cercar problemas grandes e
visíveis decorrentes de erros de levantamento, cálculo ou marcação, defeitos dos sistemas de
medição ou levantamento do equipamento e limitações da linha que impeçam a colocação nas
devidas cotas. CUIDADO especial deve ser tomado na construção da rampa de início do
nivelamento e na rampa de finalização dos trabalhos para evitar anomalias que podem gerar
desengate e quebra do trem ou descarrilamentos.
Inicia logo após a execução do serviço com a conferência da superelevação através da Régua
própria e depois através de levantamentos de flechas e de nivelamento, que podem ser por
amostragem, desde que o serviço da Socadora esteja ocorrendo de forma confiável.
Uma socadora de linha pode trabalhar pelo processo absoluto ou pelo relativo.
No Método Absoluto, é feito um levantamento prévio das curvas do trecho pelos técnicos da
Via Permanente. As curvas são então “Arredondadas ou Recalculadas” por meio de um
programa de computador chamado SAP 2. Os valores de puxamento e superelevação
calculados são impressos em uma folha e enviados para marcação no trecho e posterior
189
acompanhamento dos operadores, que fazem a entrada dos dados na máquina por meio dos
digitais.
No Método Relativo, os valores de superelevação e puxamento são determinados pela média
dos valores lidos na linha no momento da operação da máquina. Na prática, o operador da
máquina mede valores de superelevação na circular e calcula um valor médio de
superelevação para a mesma. Os valores de superelevação da espiral são obtidos então,
interpolando-se do valor “0” no ponto tangente/espiral (TE) até o valor médio encontrado no
ponto espiral/circular (EC). O valor médio de flecha é obtido da mesma forma pelo operador,
que lê a flecha média no instrumento indicador da socadora, e insere valores de flecha de
forma com que seja respeitada esta flecha média. Na espiral, os valores de flecha variam de
“0” ao valor da flecha média na circular. Na circular, a flecha média é constante. Esses valores
médios, tanto de superelevação, quanto de flecha, também podem ser fornecidos pelo pessoal
das Residências aos operadores das máquinas, com base no cadastro das curvas.
Absoluto:
Maior precisão que o Relativo, o que resulta em linha de maior qualidade geométrica;
Menor produtividade geral que o Método Relativo;
Necessita de marcação prévia da linha para trabalhar;
Indicado para os serviços permanentes de correção geométrica.
Relativo:
A maioria das socadoras de linha trabalha pelo chamado Método de “Três Pontos”, ou seja,
com dois eixos fixos e um móvel conforme demonstrado na figura.
Os eixos 1 e 3 são fixos e extremos da corda de alinhamento, que funciona como a base de
referência para o método “Relativo”. O eixo 2, ou Carro de medição, funciona como dispositivo
de leitura do “erro” de alinhamento, com liberdade de movimento no sentido transversal da
linha. Ao detectar o “erro”, o carro de medição do eixo 2, interfere com a corda de alinhamento,
que é o alinhamento ideal, e envia um sinal elétrico para que a unidade de processamento e
grupo de garras desloquem a região da linha sob o eixo 2, no sentido da correção necessária,
de referência para o método “Relativo”. O eixo 2, ou Carro de medição, funciona como
190
dispositivo de leitura do “erro” de alinhamento, com liberdade de movimento no sentido
transversal da linha. Ao detectar o “erro”, o carro de medição do eixo 2, interfere com a corda
de alinhamento, que é o alinhamento ideal, e envia um sinal elétrico para que a unidade de
processamento e grupo de garras desloquem a região da linha sob o eixo 2, no sentido da
correção necessária.
No exemplo da figura, o eixo 2 está posicionado em um “gancho”, que é um defeito de
alinhamento da linha. Em decorrência disso, o carro de medição está deslocado para a
esquerda em relação ao sentido de trabalho, configurando um deslocamento relativo entre ele
e a corda “AB”. A escala solidária ao carro de medição mostra que ocorreu um deslocamento
de “+2” em relação à corda “AB”, sendo esse o “defeito” a ser corrigido.
O transmissor de flechas montado no carro de medição, transforma esse valor de “+2” em sinal
elétrico e o envia à unidade de processamento da socadora, que comanda o grupo de garras,
para que a linha seja puxada até que o carro de medição passe a ler um valor “0”.
O exemplificado mostrado para a tangente, pode ser estendido para um alinhamento em curva.
A diferença é que, na curva, o operador passa a alimentar a máquina com valores de flecha. A
unidade de processamento passa então a deduzir esses valores de flecha dos valores lidos
pelo carro de medição. Na prática, deduzindo os valores de flecha, a máquina passa a ler a
curva como se esta fosse uma reta, e registra os “erros” de alinhamento da mesma forma com
que a máquina estivesse na tangente.
191
Figura 222 – Correção no eixo 2 devido a erros no carro de medição central e no carro frontal
Caso existam erros tanto no carro de medição central como no carro frontal, haverá uma
correção no eixo 2 conforme a seqüência mencionada acima e um erro residual originado do
erro frontal.
Isto tudo exemplificado acima, tem por objetivo apenas mostrar que, dependendo do estado da
geometria da linha, as vezes uma só passada com a socadora resulta em um erro induzido,
que significa a manutenção de um defeito ou imperfeição. A medida que mais passadas vão
ocorrendo, esse erro tende a ser reduzido. Na prática, em linhas que apresentam geometria
muito precária, é importante aferir o serviço das máquinas, e se necessário, programar o
retorno do equipamento para o mesmo trecho.
O arredondamento de curvas com o SAP 2, que utiliza o Método dos três pontos, consiste em
alimentar o sistema eletrônico da máquina com valores de flechas a cada ponto da curva.
Assim, através do grupo de nivelamento/alinhamento, haverá o deslocamento da via até que o
valor fornecido seja alcançado pelo carro alinhador.
Os valores de flecha são calculáveis em função das dimensões A e B da máquina e dos
parâmetros L, que são os comprimentos das transições e R, que é o raio da curva.
Quando a máquina estiver se deslocando sobre os pontos notáveis da curva, ou seja, quando
os pontos TE, EC, CE e ET estiverem entre o carro frontal (extremidade frontal da corda) e o
carro traseiro (extremidade final da corda), as flechas são determinadas obedecendo-se ao
posicionamento do carro alinhador em relação a estes pontos notáveis.
Isto se faz necessário, até que a máquina esteja completamente posicionada após o ponto
notável, ou seja, dentro das curvas de transição, dentro da curva circular ou na tangente de
saída.
192
2.43.18.2. CURVA REVERSA
Em curvas reversas após os pontos ET/TE, haverá coincidência de dois trechos distintos de
flechas variáveis, sendo:
Neste caso o cálculo do programa SAP 2, é feito em relação a uma curva de cada vez,
fazendo-se necessário uma somatória dos valores de flechas de cada curva neste trecho,
obedecendo-se o sentido da flecha para aquela de maior valor.
2m 4m 6m 8m 10m 10,3m
Curva 1 ET 8,7 6,1 2,6 0,4 0 0
Curva 2 TE 0,2 3,4 7,2 10,9 1,4 17,3
Somatória 8,5 2,7 4,6 10,5 1,4 17,3
Tabela 101 – Somatório de flechas feito pelo programa SAP 2
É feito pelo mesmo método dos três pontos exemplificado no alinhamento, com a diferença
principal de que agora, são duas cordas, esticadas entre os eixos 1 e 3 da socadora, na parte
superior da máquina, cada uma simulando o nivelamento ideal de um trilho. Ao encontrar uma
depressão na linha, como apresentado na figura, o carro de medição “sobe e desce”, fazendo
os transmissores de nivelamento interagirem com as cordas na mesma amplitude do “erro” de
nivelamento. Na figura, ao passar por um desnivelamento, a escala solidária ao carro de
medição, mostra que ocorreu um deslocamento de “+15” em relação à corda “AB”.
O transmissor de Nivelamento, montado no carro de medição, transforma esse valor de “+15”
em sinal elétrico e o envia a unidade de processamento da socadora, que comanda o grupo de
garras para que a linha seja “levantada” até que o carro de medição passe a ler um valor “0”.
A principal diferença existente entre as máquinas mais modernas hoje existentes diz respeito a
automatização e informatização. Um sistema existente do fabricante Plasser & Theurer,
denominado de ALC, é capaz de captar os valores lidos pelos transmissores da máquina e
propor qual será o aspecto final da linha antes da socadora executar os serviços. Possui
também a capacidade de armazenar os dados geométricos de cada curva em sua memória,
utilizando estes dados para efetuar as correções das curvas, principal característica do sistema
GVA, existente em determinados equipamentos. Abaixo, uma foto do sistema ALC.
193
Figura 224 – Monitor colorido do ALC
Para que se execute um trabalho de correção geométrica com qualidade devemos ter algumas
condições básicas sem as quais não deve ser realizado uma vez que compromete
sobremaneira o resultado final, podendo inclusive trazer graves conseqüências a via
permanente. Dentre estas condições podemos destacar:
o O lastro deve estar com brita suficiente para suportar os levantes necessários e
recompor o ombro após o trabalho de correção com brita / escória até a parte superior do
dormente. A largura mínima do ombro deverá ser de 30 cm.
o O lastro deverá estar livre de impurezas o suficiente para manter a geometria da via em
boas condições de estabilidade após o trabalho de correção geométrica. Como referencia,
alguns estudos demonstram que o lastro com um grau de contaminação superior a 40% de
finos (“grãos que passam por uma peneira de ½”) compromete a qualidade do serviço de
correção geométrica.
o A dormentação deverá estar com taxas de dormentes inservíveis inferiores a 25%, e
seqüência inferior a 3 dormentes inservíveis.
o A Via deverá estar isenta de trilhos com alto grau de deterioração na superfície de
rolamento, tais como, corrugação, patinado e dark spot.
o A fixação deverá estar ajustada o suficiente para manter a integridade da grade,
formada pelo conjunto de trilho, fixação e dormente.
o Os dormentes deverão estar em esquadro ao eixo da via e no espaçamento de acordo
com as tolerâncias estabelecidas.
o Todos os parâmetros geométricos necessários deverão estar disponíveis para os
operadores.
o Todos os contratrilhos ou outros obstáculos que possam influenciar nos trabalhos de
correção geométrica deverão ser retirados previamente.
3. INFRA-ESTRUTURA
o Cortes
o Aterros
o Obras-de-arte correntes (OAC´s)
194
o Contenções
OFF-SET ESQUERDO
CRISTA DO CORTE
VALETA
TALUDE
DE CORTE OFF-SET DIREITO
CRISTA DO ATERRO
PLATAFORMA
Os elementos específicos dos taludes e obras de arte corrente estão definidos nos tópicos a
seguir.
195
CRISTA
BANQUETA
VALETA
PERFIL NATURAL
C
O
R
P
O
D
O
PÉ
C
O
VALA
R
T
E
PLATAFORMA
CRISTA
BERMA PLATAFORMA
VALETA
O
R
R
E
T
A
O
D
O
PÉ
P
R
O
C
PERFIL NATURAL
196
2
1
3
5
1 - VALETA DE PLATAFORMA
2 - VALETA DE BERMA
7
3 - VALETA DE CRISTA
4 - CAIXA DE PASSAGEM/DISSIPAÇÃO
5 - DESCIDA D'ÁGUA
6 - BUEIRO DE GREIDE
7 - SAÍDA D'ÁGUA
8 - PLATAFORMA
4
197
3.3. OBRAS DE ARTE CORRENTE
Obras de arte corrente são dispositivos destinados a permitir a livre passagem das águas de
talvegues que interceptam a ferrovia (bueiros de grota) ou então responsáveis por captar e
transportar as águas precipitadas nos taludes e cortes (bueiros de greide). Os bueiros de
greide normalmente estão associados a dispositivos auxiliares, tais como as caixas coletoras.
Os bueiros são compostos pelas seguintes partes:
- corpo: parte situada sob corte e aterros, podendo estar sujeito a elevadas sobrecargas;
1 – LAJE DE FUNDO
2 – SOLEIRA
3 – MURO ALA DO LADO DIREITO
4 – MURO ALA DO LADO ESQUERDO
5 – MURO DE TESTA
Figura 229 – Elementos constituintes da boca de um bueiro.
- Quanto à forma da seção: são tubulares quando a seção é circular e celulares quando a
seção é retangular ou quadrada; quando tiver seção diferente das citadas anteriormente (ex:
elipsóide, ovóide, arco, etc..) serão classificados como de seção especial.
- Quanto ao número de linhas (seções drenantes): são simples quando houver somente uma
linha de tubos ou de células, duplos ou triplos quando houver, respectivamente, 2 (duas) e 3
(três) linhas, quádruplos quando houver 4 linhas e assim sucessivamente.
- Quanto ao material: nas ferrovias da VALE são encontrados bueiros em concreto simples,
concreto armado ou chapa metálica corrugada.
- Quanto à esconsidade: a esconsidade é definida pelo ângulo formado entre a normal ao eixo
da ferrovia e o eixo longitudinal do bueiro. São normais quando o eixo do bueiro coincidir com a
normal ao eixo da ferrovia ou esconsos quando o eixo longitudinal do bueiro fizer um ângulo
diferente de zero com a normal ao eixo da ferrovia.
198
3.4. DISPOSITIVOS DE DRENAGEM SUPERFICIAL
Valetas/canaletas;
Sarjetas de corte e de aterro;
Descidas d’água;
Caixas coletoras;
Caixas de dissipação;
3.4.1. VALETAS/CANALETAS
Nos casos das ferrovias da VALE, distinguem-se valetas de crista, valetas de berma e valetas
de plataforma.
Figura 230 – Canaletas com seção retangular e trapezoidal, com revestimento vegetal.
199
Figura 231 – Canaleta de berma revestida em concreto
Podem ser distinguidos dois tipos de descidas d’água, em função do nível de dissipação de
energia ao longo da estrutura: descidas d’água do tipo rápido ou descidas em degraus
(“escadas hidráulicas”).
Normalmente estão associadas a estruturas de dissipação a jusante.
200
Figura 233 – Descida d’água do tipo rápido
3.4.3. SARJETAS
As sarjetas têm por objetivo captar as águas precipitadas sobre a plataforma e sobre os taludes
de corte e aterro e conduzi-las, longitudinalmente, até o ponto de transição entre o corte e o
aterro, de forma a permitir a saída lateral para o terreno natural ou para a caixa coletora de um
bueiro de greide.
201
Figura 235 – Sarjeta de corte
202
PROBLEMAS OBSERVÁVEIS EM TALUDES/ENCOSTAS
Problema Forma de ocorrência Principais causas
Em taludes de corte e aterro (em Deficiência de drenagem
sulcos ou diferenciada) Deficiência de proteção
superficial
Longitudinal na plataforma Concentração de água
Erosão superficial
Associada a obras de drenagem Concentração da água
superficial ou interceptação do
lençol freático
Erosão interna em aterros (piping) Deficiência ou inexistência de
drenagem interna
Ruptura rotacional ou translacional Inclinação acentuada
Relevo enérgico
Ruptura em cunha ou formas variadas Descontinuidades do solo e
rocha
Movimentos diversos (rastejos,
Escorregamento
em corte corridas, etc.), deflagrados
Saturação do solo
normalmente por precipitações de
longa duração.
Movimentação de grandes dimensões Evolução por erosão
e generalizada Corte de corpo de tálus
Alteração de drenagens
Atingindo a borda do aterro Compactação inadequada da
borda
Deficiências de fundação
Escorregamento
Deficiências de drenagem
em aterro
Atingindo o corpo do aterro Rompimento de bueiro
Compactação inadequada
Inclinação inadequada
Deficiências de fundação
Recalque em Deficiências de drenagem
Deformação vertical da plataforma
aterro Rompimento de bueiro
Compactação inadequada
Queda de blocos Queda livre Ação de água ou raízes nas
descontinuidades do maciço
rochoso
Rolamento de Movimento do bloco por rolamento no Descalçamento da base por
blocos corte ou encosta erosão
Tabela 102 - Problemas observáveis nos taludes das ferrovias
203
paredes e lajes de bueiro ou alas. fundação;
Sobrecarga de aterro;
Subdimensionamento
estrutural;
Trincas verticais, horizontais ou diagonais em Recalques do maciço;
paredes e lajes de descidas d´água e caixas de Efeitos térmicos;
passagem/dissipação. Falhas executivas.
Recalques de apoio;
Trincas em sarjetas e meio-fio
Efeitos térmicos.
Assoreamento intenso;
Obstrução de Afogamento de bueiros, redução da vazão de
Queda de blocos;
OAC bueiros, canaletas e valetas.
Ação antrópica.
Tabela 103 – Problemas observáveis nas OAC’s e demais equipamentos de drenagem.
Os problemas expostos nas tabelas supra serão discutidos de forma sucinta nos tópicos
seguintes.
Além da erosão ocasionada pelo escoamento das águas superficiais (fluxo superficial), também
existe aquela ocasionada pelo escoamento de subsuperfície (ou subterrâneo), na qual a água
faz o carreamento de partículas de solo do corpo do talude, formando condutos ou cavidades
no interior do mesmo. O solapamento formado aumenta e concentra o fluxo, retroalimentando a
erosão. Esse fenômeno está mais associado a taludes de aterro e é denominado piping
(“entubamento”). Esse fenômeno também está associado à formação de voçorocas.
O IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo) propôs uma classificação
simplificada da erosão em canais, a saber:
As voçorocas são aquelas que atingem o lençol freático a partir desses processos superficiais.
Normalmente, os sulcos são efêmeros e as ravinas possuem evolução contínua, mas podem
estabilizar-se em casos específicos (condições ambientais, geológicas e hidrogeológicas).
204
Figura 237 – Erosão complexa (voçoroca, ravinas e sulcos) no Km 155+500 da EFVM.
EROSÃO EM
SULCOS SOLO LATERÍTICO
SOLO SAPROLÍTICO
205
A erosão em sulcos vem caracterizada pela manifestação em sulcos aproximadamente
paralelos, presentes em taludes com declividade elevada e sem proteção superficial. A
distância entre os sulcos, a profundidade e forma dos mesmos são dependentes do tipo do
solo e de características do escoamento.
De um modo geral, esse tipo de erosão é bastante comum em solos saprolíticos, em particular
em solos com predominância de material siltoso.
Esse tipo de erosão se manifesta na direção longitudinal da plataforma, por concentração das
águas de escoamento superficial advindas dos taludes de corte e da própria plataforma.
O risco de erosão na plataforma é maior em áreas com cortes de grande extensão e altura,
sem a devida captação das águas pluviais através de valetas.
3.6.1.3. SOLUÇÕES
Manutenção da cobertura vegetal, conforme item 6.7 do presente manual. Caso se perceba
que a vegetação está diminuindo devido a secas ou queimadas deve-se providenciar a
molhagem e recomposição da vegetação. Se necessário, efetuar a correção/adubagem do solo
para promover o crescimento da grama;
Caso a concentração de águas pluviais se deva à percolação das águas pelas trincas/ fissuras
nas canaletas, estas deverão ser recuperadas (se não houver indícios de grandes
deformações, as canaletas poderão passar por uma demão de argamassa nas juntas e nos
locais onde houver trincas/ fissuras);
Em caso de exposição de grandes áreas suscetíveis à erosão, que estão colocando em risco o
funcionamento do trecho da ferrovia, e que ainda não estão sofrendo intervenções
emergenciais, recomenda-se que estas áreas sejam protegidas com manta impermeáveis,
ancoradas nas cristas e nas bermas, no período de chuva;
206
Implantar sistema de drenagem superficial adequado (conforme item 6.5), tomando o cuidado
em implantar estruturas dissipadoras de energia (caixa de dissipação e bacias de retenção)
nos pontos de lançamento de água;
Implantar drenagem pluvial provisória, no contorno da área de aplicação das mantas (valeta de
contorno).
3.6.2. ESCORREGAMENTOS
Os movimentos de massa de solo são uma das maiores ameaças à disponibilidade da ferrovia,
no que concerne à infra-estrutura.
Figura 240 – Principais tipos de escorregamentos (Infanti Jr. e Fornasari Filho, 1998 citados
por Tominaga, 2007).
207
Os escorregamentos rotacionais se caracterizam pela superfície de ruptura curva e estão
associados a taludes com solos mais homogêneos e com inclinação mais elevada.
Escorregamentos
em cortes
Escorregamentos em
aterros
208
3.6.2.1. ESCORREGAMENTOS EM CORTES
Sabe-se que as areias têm resistência dependente do confinamento a que estão submetidas,
confinamento este que é reduzido na região das bordas de taludes íngremes. É por isso que
um corte a 90º em solo puramente arenoso não se mantém. Já um solo puramente argiloso
pode se manter estável mesmo segundo um corte de 90º, uma vez que a argila possui coesão
(que independe do confinamento).
6,0m
0.220
2,5m
5,0m
9,5m
Figura 244 – Cunha de ruptura para um solo puramente arenoso, com ângulo de atrito de 40º
(FS = 0,220).
1.217
6,0m
2,5m
5,0m
9,5m
209
Figura 245 – Círculo de ruptura para um solo puramente coesivo, considerando-se coesão de
1,0t/m² (FS = 1,217).
Das figuras supra, observa-se que o fator de segurança é bastante dependente do tipo de solo,
mesmo diante da igualdade da geometria dos taludes.
Nesse sentido, recomenda-se que a seção de um talude seja executada de acordo com um
projeto de dimensionamento geotécnico, em conformidade com os ditames da NBR 11682 -
Estabilidade de Taludes, para a compatibilização entre a declividade e os condicionantes
geológico-geotécnicos.
Soluções:
As estruturas residuais são planos de fraqueza herdados da rocha mater, caracterizados por
fraturas e xistosidades.
DESCONTINUIDADES
RESIDUAIS
Figura 246 – Escorregamento devido à presença de descontinuidades residuais da rocha
mater.
Soluções:
210
A saturação do solo pode ocorrer tanto devido à elevação do lençol freático quanto pela
infiltração de água durante períodos de chuva prolongados.
r o
na çã
vi
o ura
t
olu sa
c co de
lo líti nt
e
so o
pr fre
sa
lo
so
Figura 247 – Ruptura de um solo coluvionar devido à saturação por infiltração de água de
chuva.
Soluções:
As rupturas associadas à erosão são inicialmente pequenas, porém, por serem remontantes,
acabam por comprometer a estabilidade do talude como um todo com o passar do tempo.
211
SUAVIZAÇÃO
PÓS-RUPTURA
EROSÃO
REMONTANTE
MASSA
ROMPIDA
Soluções:
Os corpos de tálus são materiais heterogêneos constituídos por uma mistura de solo e blocos
de rocha e encontrados na base de encostas.
São formados pela ação da gravidade sobre solos situados em cotas superiores e, por isso,
são típicos solos transportados, bastante susceptíveis a movimentações decorrentes de
variação do lençol freático.
Cortes feitos em corpos de tálus ou aterros em suas cabeceiras podem deflagrar movimentos
de grandes proporções, podendo variar de rastejos a escorregamentos verdadeiros.
212
COLUVIÃO
MATACÃO
SOLO RESIDUAL
SOLO SAPROLÍTICO
OU CORPO DE TÁLUS
SAPROLITO
ROCHA ALTERADA
ROCHA SÃ
Soluções:
Aterros construídos sobre solos de baixa capacidade de suporte (ex: argilas moles de
formação aluvionar), como ilustra a figura a seguir;
Aterros assentados diretamente sobre a rocha, devido ao fato de o contato solo/rocha ser
uma potencial superfície de ruptura;
Aterros executados sem prévia limpeza do solo de fundação (retirada de vegetação), o que
pode favorecer a formação de regiões mais porosas e permeáveis no interior do maciço e
possibilitar a ocorrência de piping por ocasião da percolação de água;
ATERRO
AREIA
ARGILA MOLE
213
Soluções:
Boa parte dos problemas verificados em aterros está associada ao corpo do aterro
propriamente dito, os quais ocorrem pelos fatores a seguir:
Compactação inadequada;
Uso de materiais inadequados;
Geometria inadequada (incompatibilidade da inclinação com a resistência do material);
Deficiência ou inexistência de sistemas de drenagem.
Importante salientar que as bordas dos aterros são as regiões mais sujeitas por
escorregamentos. Como informa o IPT (1991), os escorregamentos de borda ocorrem
atingindo geralmente a parte externa não compactada do aterro, e envolvendo pequeno volume
de material, porém resultando em uma cicatriz com talude subvertical. Após este
escorregamento, que normalmente é ignorado pela sua pequena expressão, o aterro torna-se
instável devido à forte inclinação resultante do talude, e inicia-se um processo remontante de
trincas que poderá gerar uma ocorrência de maiores proporções no futuro.
Soluções:
Sabe-se que, em determinados locais, as obras de arte corrente são bastante susceptíveis a
obstrução, que normalmente ocorre em função do carreamento de materiais por uma
enxurrada (pedaços de árvores, troncos e galhos, produto de erosão e escorregamentos a
montante, etc).
214
REPRESAMENTO
DE ÁGUA
SURGÊNCIAS
D´ÁGUA
fluxo d´água
pelo corpo
do aterro
CÓRREGO
OBSTRUÇÃO DE BUEIRO
(ASSOREAMENTO)
RUPTURA
MASSA ESCORREGADA
Figura 251 – Ruptura de talude motivada por obstrução de bueiro e conseqüente percolação
de água pelo corpo do maciço.
Soluções:
Implantação de sistemas de proteção junto à entrada dos bueiros, com remoção de vegetação
de maior porte junto ao seu acesso (nos casos em que não ocorreu a ruptura);
Reconstrução do aterro, segundo item 6.2, e construção de bueiro com dispositivos de
proteção (caso a ruptura já tenha ocorrido);
Como informado pelo IPT (1991), o sistema de drenagem superficial pode apresentar
problemas relacionados a danos às canaletas, valetas, descidas d’água e outros dispositivos
de drenagem superficial.
Tais problemas associados à falta de proteção superficial podem acarretar infiltrações nos
taludes e na própria plataforma, causando todos os problemas decorrentes.
Soluções:
215
Deficiências de drenagem;
Rompimento de bueiros.
ATERRO
AREIA
ARGILA MOLE
AFUNDAMENTO DE
PLATAFORMA
MONTANTE
ATERRO
JUSANTE
RUPTURA DE BUEIRO
Soluções:
Retirada de eventual solo mole da fundação, com recomposição do aterro (item 6.2);
Tratamento de eventual solo mole da fundação, com recomposição do aterro;
Reparo de estruturas de drenagem rompidas (ex: bueiros) e recomposição do aterro;
A - S IT U A Ç Ã O O R IG IN A L B - AP Ó S A Q U ED A DE BLO C OS
BLOCOS
I N S T Á V E IS
BLO CO S
DES TACADO S
PLATA FO RM A
M A C IÇ O
ROCHOS O
216
Figura 255 – Maciço rochoso bastante fraturado, na altura do Km 269+200 da EFVM. O
referido talude é bastante susceptível à queda de blocos.
Soluções:
3.7.1. RUPTURA
Sobrecarga do aterro;
Sobrecargas provenientes da passagem do trem, particularmente para bueiros com pequeno
recobrimento;
Subdimensionamento estrutural da OAC;
Falhas na fundação da OAC;
Descalçamento de OAC devido a erosões;
217
Figura 256 – Laje superior de BSCC em estado de ruína, na FCA (fonte: Geraldo Couto).
Soluções:
3.7.2. ASSOREAMENTO
Soluções:
3.7.3. TRINCAS
Trincas nas estruturas dos dispositivos de drenagem ocorrem basicamente pelos mesmos
motivos que conduzem os equipamentos ao colapso (item 3.7.1), haja vista que,
freqüentemente, a ruptura é precedida pelo aparecimento de trincas.
218
Uma exceção importante são as trincas decorrentes de efeitos térmicos, que podem não
conduzir a estrutura à ruptura, mas comprometer seu Estado Limite de Serviço.
Figura 258 – Trinca em canaleta decorrente de efeito térmico, na FCA. Tal trinca foi motivada,
no presente caso, pela ausência de junta de dilatação.
Trincas nas estruturas de concreto das OAC’s também podem estar associadas a algumas
reações expansivas, como a corrosão das armaduras e ataque do concreto por sulfatos.
Soluções:
3.7.4. OBSTRUÇÃO
Assoreamento intenso;
Aporte de materiais com grandes dimensões, como troncos de árvores e blocos;
Ação antrópica (lançamento de lixo);
219
Soluções:
Desta maneira, as soluções propostas no presente manual devem ser entendidas como
diretrizes gerais a serem seguidas, devendo ser respeitadas as normas vigentes aplicáveis no
que concerne à definição dos parâmetros, critérios de cálculo, cargas de utilização e análise
estrutural de cada item do projeto.
3.8.2.1. OBJETIVOS
220
REVESTIMENTO
VEGETAL
DRENAGEM
SUPERFICIAL
VALETA
ATERRO
ESCALONAMENTO
(ENDENTAMENTO)
COLCHÃO (TRINCHEIRA)
DRENANTE
3.8.2.2. MATERIAL:
O material utilizado nos aterros deve ser proveniente de jazidas escolhidas em razão dos
condicionantes técnicos e econômicos. Diretrizes gerais referentes aos materiais são
apresentadas a seguir:
SOLOS MAIS
ARENOSOS
Figura 261 – Utilização de solos arenosos no núcleo e de solos mais argilosos nas bordas do
aterro.
221
Na execução do corpo dos aterros não será permitido o uso de solos de baixa capacidade de
suporte (ISC<2%) e expansão maior do que 4%. O solo da camada final deverá ter expansão
de no máximo e 2%;
Caso seja necessário o tratamento prévio dos solos da jazida, tal procedimento deverá ser
feito com a correção da umidade (dentro dos valores estabelecidos em projeto específico),
destorroamento e homogeneização;
ATERRO COMPACTADO
TRINCHEIRA
DRENANTE PLATAFORMA
ESCAVAÇÃO
EM DEGRAUS
SURGÊNCIAS
D´ÁGUA
d) Execução do aterro compactado: deve ser feito em espessuras adequadas (não superiores a
25cm), utilizando-se equipamento apropriado para o tipo de solo e para a energia de
compactação necessária. Na execução desse serviço é importante proceder ao controle de
qualidade, particularmente no que se refere ao desvio da umidade ( h) e grau de compactação
(GC);
222
Figura 263 – Compactação do aterro.
223
DRENAGEM SUPERFICIAL
PROTEÇÃO VEGETAL
ENROCAMENTO
CÓRREGO
ATERRO
COMPACTADO
3.8.2.4. EQUIPAMENTOS
Equipamentos de carga e transporte: Tratores de esteira com lâmina ou tratores sobre pneus,
pá-carregadeira, retro-escavadeira, caminhão basculante;
Equipamentos de compactação: rolos “pé-de-carneiro”, rolo liso, placas vibratórias;
Equipamentos complementares: Motoniveladora, escarificadores, irrigadeiras;
3.9. RETALUDAMENTO
3.9.1. OBJETIVOS
DECLIVIDADE MÉDIA
PERFIL ORIGINAL
DO TERRENO
PLATAFORMA
224
3.9.2. MATERIAIS
a) Demarcação dos limites do corte: deve-se proceder à locação da crista do corte com auxílio
de equipe de topografia, a fim de garantir a geometria estabelecida no projeto;
BOTA-FORA
DIQUE
ENROCAMENTO
SISTEMA DE
DRENAGEM
ATERRO
COMPACTADO
Em virtude dos impactos sobre o meio físico, a execução de bota-fora deverá ser
acompanhada pela área de Meio Ambiente das respectivas Unidades Operacionais da VALE.
3.9.4. EQUIPAMENTOS:
225
3.10. CONTENÇÕES
3.11.1.1. OBJETIVOS
O presente item tem por objetivo fornecer subsídios para a manutenção corretiva de
valetas/canaletas e sarjetas que necessitem de recuperação ou reconformação ou ainda para
execução de valetas em locais onde inexistem.
3.11.1.2. MATERIAIS
Concreto fck ≥ 20MPa para o corpo de canaletas, descidas d’água, caixas de passagem e
demais estruturas de concreto;
226
Figura 268 – Esquema de um bota-fora.
O concreto utilizado deverá ser preparado em betoneiras, com fator água/cimento apenas
suficiente para alcançar a trabalhabilidade (recomendo 0,4 < a/c < 0,6).
227
Não é permitido o lançamento do concreto após mais de 1 hora de seu preparo e nem o seu
retemperamento.
Quando o revestimento for de alvenaria deverá ser utilizado rejunte de argamassa de cimento e
areia 1:4.
f) Deverá ser deixado um desnível mínimo de 5cm entre o terreno e o topo do revestimento da
valeta, de forma a facilitar o ingresso da água pluvial, como ilustra a figura a seguir:
g) Deve-se executar uma junta de dilatação a cada 12 metros (6 espaçamentos das guias),
preenchida com cimento asfáltico aquecido, de modo a se obter a fluidez necessária. A
abertura da junta deverá ser de 5mm;
h) Sarjetas e valetas não providas de revestimento deverão ser utilizadas somente em locais
em que se assegure sua eficiência e durabilidade, restringindo-se às áreas associadas a
moderadas precipitações e possuidoras de solos resistentes à erosão. A execução pode ser
bastante facilitada com auxílio da pá de uma motoniveladora;
3.11.1.4. EQUIPAMENTOS:
Os equipamentos recomendados para execução dos serviços objetivados no item anterior são
os seguintes:
228
3.11.2. LIMPEZA DE CANALETAS/VALETAS E SARJETAS:
c) Os sedimentos retirados das valetas deverão ser transportados para bota-fora adequado.
Recomenda-se que a escolha do bota-fora seja feita com auxílio de profissional do Meio
Ambiente da Unidade Operacional;
e) Deve-se também observar os ditames do ROF no que diz respeito aos trabalhos na via
permanente.
3.11.2.1. EQUIPAMENTOS
3.11.3.1. OBJETIVOS
O presente item tem por objetivo fornecer subsídios para a manutenção corretiva de descidas
d’água e caixas coletoras que necessitem de recuperação ou ainda para execução das
mesmas em locais onde inexistem.
3.11.3.2. MATERIAIS
Concreto fck ≥ 20MPa para o corpo de canaletas, descidas d’água, caixas de passagem e
demais estruturas de concreto;
Concreto fck ≥ 10MPa para lastro de concreto magro;
Aço: CA-25, CA-50 ou CA-60, a critério do projetista;
Brita 1;
229
3.11.3.3. ETAPAS EXECUTIVAS:
a) Limpeza da área, com demolição prévia de eventuais partes danificadas da descida d’água;
e) Execução de lastro de concreto magro ou camada de brita para apoio da laje de fundo, com
espessura mínima de 5cm;
230
Figura 272 – Detalhes de execução da descida d´água em degraus.
Em qualquer caso, a espessura das paredes laterais e da laje de fundo deverá ser de no
mínimo 10cm e o cobrimento da armadura de no mínimo 2cm.
i) Retirada das guias e das formas laterais após o início da pega, com posterior desempeno
das superfícies;
A limpeza das descidas d’água deverá ser feita de forma semelhante à limpeza de valetas e
sarjetas, conforme item 3.11.2 do presente manual.
3.11.5.1. OBJETIVOS:
O presente item tem por objetivo fornecer subsídios para a manutenção corretiva de estruturas
de dissipação que necessitem de recuperação ou ainda para execução das mesmas em locais
onde inexistem.
231
As estruturas de dissipação usualmente utilizadas são as seguintes:
3.11.5.2. MATERIAIS:
Concreto fck ≥ 20MPa para o corpo de canaletas, descidas d’água, caixas de passagem e
demais estruturas de concreto;
Concreto fck ≥ 10MPa para lastro de concreto magro;
Aço: CA-25, CA-50 ou CA-60, a critério do projetista;
Pedra-de-mão (originária de rocha sã) ou rachão, com diâmetro equivalente na faixa de 10 a
15cm;
A drenagem profunda objetiva a retirada de água que percola no interior dos maciços (através
dos poros de um maciço terroso ou das fendas e fissuras de um maciço rochoso ou
232
saprolítico), propiciando redução das pressões neutras e a manutenção de eventuais efeitos de
sucção, contribuindo decisivamente para a estabilidade dos taludes.
3.12.1. BARBACÃS
Os barbacãs são tubos sub-horizontais curtos instalados em muros de arrimo para a captação
da água que percola no interior do maciço.
b) A extremidade interna do tubo deve ser envolvida por Geotêxtil ou tela de Nylon (tipo
Bidim®) para impedir o carreamento de finos do maciço;
c) A fixação do geotêxtil ou da tela de nylon deve ser feita com arame de cobre ou outro
material resistente à corrosão;
d) O material drenante executado na parte interna do muro deve atender aos critérios de filtro.
d15FILTRO ≥ 5.d15SOLO
d15FILTRO ≤ 5.d85SOLO
d15FILTRO ≤ 40.d15SOLO
d50FILTRO ≤ 25.d50SOLO
233
d85FILTRO ≥ dFURO TUBO
2 ≤ CNUFILTRO ≤ 20
Onde:
São dispositivos que têm por finalidade interceptar o fluxo d’água subterrânea através do
rebaixamento do lençol freático, impedindo-o de atingir o subleito.
Podem ser utilizados em aterros ou cortes saturados (particularmente junto aos pés) e também
em áreas planas que apresentem lençol freático próximo ao subleito. Também têm sido
utilizados com bastante sucesso na estabilização de massas de tálus.
3.12.2.1. MATERIAIS:
a) As valas, abertas manual ou mecanicamente, devem ter no fundo a largura mínima de 50cm
e na boca 60cm (largura do fundo + 10cm). A altura da vala depende da profundidade do lençol
freático, podendo chegar no máximo a 2,0 metros;
b) O material de enchimento pode ser filtrante ou drenante. Há casos em que, com o uso de
tubos, pode-se utilizar somente material drenante;
e) Como no caso dos barbacãs, os materiais empregues nos drenos profundos deverão
atender ao critério de filtro de Terzaghi, já apresentado;
f) Os drenos cegos (sem tubos) somente poderão ser utilizados nos casos de reduzida
quantidade de água a drenar ou quando a extensão do dreno for reduzida (menor que 5,0m).
234
DPS01 DPS02 DPS03
20 20
SELO DE SELO DE
ARGILA ARGILA
150
130 130
TUBO DE TUBO DE TUBO DE
CONCRETO CONCRETO CONCRETO
POROSO POROSO POROSO
(Ø20cm) (Ø20cm) (Ø20cm)
44
20
8
MATERIAL 8 44 8
50 50 DRENANTE
60
MATERIAL MATERIAL
FILTRANTE DRENANTE MATERIAL
DRENANTE
150 160
125
TUBO DE
CONCRETO
POROSO MANTA
(Ø20cm) SINTÉTICA MANTA
44 SINTÉTICA
MATERIAL 8 44 8
DRENANTE 50
50
60
DPS07 DPS08
25
SELO DE
ARGILA
MATERIAL MATERIAL
DRENANTE DRENANTE
150
125
MANTA MANTA
SINTÉTICA SINTÉTICA
TUBO DE TUBO DE
CONCRETO CONCRETO
POROSO POROSO
(Ø20cm) (Ø20cm)
50 50
Figura 275 – Detalhes executivos de um dreno profundo.
São tubos de drenagem, geralmente com diâmetro variando entre 25 e 100mm (1/2” e 4”),
instalados em perfurações sub-horizontais, que têm a finalidade de captar a água de
percolação interna de aterros ou cortes saturados (em particular na região do pé). Também têm
sido utilizados com sucesso na estabilização de massas de tálus ou nos escorregamentos de
grandes proporções, nos quais a drenagem pode ser a única solução viável.
235
3.12.3.1. MATERIAIS:
Tubos metálicos ou plásticos (PEAD), com diâmetros entre 25 e 76mm. Para tubos com
comprimento maior que 40m, recomenda-se que os mesmos sejam de ferro galvanizado ou
inoxidável;
Manta geotêxtil;
argamassa de cimento traço 1:3;
a) Os tubos devem ter a extremidade interna obturada e a extremidade externa livre, com pelo
menos 1,0 metro para fora da superfície do terreno ou estrutura de contenção;
b) O trecho perfurado dos tubos deve ser envolvido por Geotêxtil ou tela de Nylon (tipo Bidim®)
para impedir o carreamento de finos do maciço (Figura 276);
c) Durante a perfuração deve-se evitar, tanto quanto possível, desvios no alinhamento previsto
em projeto devido a camadas mais resistentes ou presença de matacões.
d) No trecho final do dreno, próximo à saída, deve-se proceder à injeção de calda de cimento
ou argamassa (Figura 277);
f) A prática tem mostrado que drenos longos mais espaçados são mais eficientes que drenos
curtos com espaçamento menor, tendo em vista o objetivo de aumentar o fator de segurança
do talude.
236
Figura 277 – Mais detalhes executivos de um dreno sub-horizontal profundo (DHP).
3.13.1. OBJETIVOS:
Em qualquer dos casos recomenda-se que a busca da solução de uma proteção superficial
envolva também a área de Meio Ambiente (Corporativa e Operacional).
Nestes casos o efeito da vegetação deve ser o de travar os solos a pequenas profundidades
(10 a 20cm), oferecendo-lhes uma cobertura mais densa e homogênea possível, em um efeito
de “enrijecimento superficial”. Para essa finalidade costuma-se lançar mão de espécies
gramíneas e leguminosas de crescimento rápido.
237
Figura 278 – Execução de hidrossemeadura para proteção de taludes.
● Plantio de mudas: no caso de revestimento de taludes com gramíneas, também pode-se usar
o processo de plantio de mudas, revestindo-se a superfície do terreno com uma camada de
solo fértil (“terra vegetal”). A aplicação fica restrita a inclinações brandas (até 1V:2H), pois, caso
contrário, as águas das chuvas podem provocar o escorrimento do material de cobertura;
● Revestimento com grama em placas: processo muito utilizado para o revestimento de taludes
de cortes e aterros quando se deseja uma rápida cobertura, com boa eficiência. Neste caso, a
grama é obtida em gramados plantados e, posteriormente, recortada em placas com cerca de
30 a 50cm de largura e cuja espessura inclui o solo enraizado (cerca de 5 a 8cm). A aplicação
nos taludes é feita, geralmente, sobre uma delgada camada de solo fértil pré-colocada, de
forma que as placas de grama cubram total e uniformemente a superfície. Em taludes com
inclinações maiores que 1V:2H deve-se fixar as placas pela cravação de estacas de madeira
ou bambu.
238
Figura 279 – Execução de proteção com grama em placas.
Consiste na utilização de tela metálica fixada à superfície do talude por meio de chumbadores,
em locais onde existe a possibilidade de queda de pequenos blocos de rocha, com
conseqüente descalçamento e instabilização de áreas adjacentes ou prejuízo às operações da
ferrovia.
Normalmente se utiliza telas galvanizadas ou, como opção mais atual, telas revestidas por uma
camada de material plástico.
239
3.14. EXECUÇÃO OU REFAZIMENTO DE BUEIROS
3.14.1. OBJETIVOS:
Os bueiros são dispositivos que visam permitir a transposição de talvegues interceptados pelas
ferrovias ou captar as águas provenientes dos taludes e da plataforma. Tais dispositivos são
também conhecidos por obras de arte correntes.
Importante salientar que as obras de arte correntes devem ser objeto de projeto específico, que
contemplem aspectos hidrológicos, geotécnicos, estruturais e construtivos.
3.14.2. MATERIAIS:
3.14.3. EQUIPAMENTOS:
Os equipamentos utilizados na execução dos bueiros são aqueles de praxe para carga,
descarga e transporte de materiais e execução de estruturas de concreto. Citam-se os
seguintes equipamentos;
Caminhão “Munck”;
Caminhão de carroceria fixa ou basculante;
Betoneira ou caminhão betoneira;
Pá carregadeira;
Depósito de água ou caminhão tanque;
Retroescavadeira ou valetadeira;
Vibradores de imersão;
Compactador manual ou mecânico (“sapos”);
Ferramentas manuais.
a) Para obras novas, locação da mesma segundo o projeto executivo. A locação é feita por
instrumentação topográfica após desmatamento e regularização do fundo do talvegue;
b) Se necessário, regularizar o fundo da grota com pedra de mão ou rachão;
c) Após a regularização do fundo da grota (se necessário), antes da concretagem do berço,
locar a obra com auxílio de réguas e gabaritos que permitam materializar no local o
alinhamento, profundidade e declividade do bueiro;
240
Figura 281 – Locação da obra com gabarito.
a) Quando existir solo de baixa capacidade de suporte no terreno de fundação o berço deve
ser executado sobre um enrocamento de pedra de mão jogada ou atender à solução
eventualmente especificada no projeto;
b) Quando a declividade do bueiro for superior a 5% o berço deve ser provido de dentes,
espaçados com conformidade com o projeto;
c) Opcionalmente podem ser executados bueiros tubulares sem berço, desde que
expressamente indicado projeto.
241
No bojo desse sistema estão, dentre outros, dois procedimentos de fundamental importância
para a mitigação dos riscos: o cadastro e a inspeção dos ativos.
Cortes;
Aterros;
Bueiros;
Túneis;
Contenções (muros de arrimo, cortinas);
Pontes ferroviárias;
Viadutos ferroviários;
Pontes rodoviárias;
Viadutos rodoviários;
Passagens em nível;
Passagens inferiores;
Técnico responsável
Data
Posição operacional: ferrovia, ramal, pátio, trecho e linha.
Dados gerais: residência, distrito, Km início, Km fim e lado.
FICHA DE CADASTRO
EQUIPAMENTO DE INFRA-ESTRUTURA
1-Técnico João Pedro 8-Cond. Inspeção
2-Equipamento Corte 9-KM inicial 120
3-Ferrovia FC 10-KM final 120+300
4-Linha 1 11-Latitude
5-Trecho 12-Longitude
6-Regional/supervisão REG1 - REG2 13-Lado Esquerdo
7-Data 14/8/2008 14-Linha Singela não
- Extensão;
- Altura máxima;
1
Alguns itens poderão ser suprimidos dependendo da ferrovia e do tipo de equipamento, como
por exemplo os itens linha, residência/distrito e lado.
242
- Inclinação predominante dos taludes;
- Número de banquetas;
- Largura média das banquetas;
- Extensão de valeta de pé;
- Extensão total de valetas de banquetas;
- Extensão total de descidas d’água;
- Extensão de valetas de crista.
GEOMETRIA DO EQUIPAMENTO
15-Seção 19-Número taludes
1-Afast. min.eixo (m) 30 20-Quant. Banquetas/Bermas
17-Extensão (m) 300 21-Larg. banquetas/bermas (m) 4
18-Altura máxima (m) 20 22-Inclinação média (1/V)
CONSTITUIÇÃO DO MACIÇO
23-Tipo de maciço solo Observações:
outro:
outro:
- Extensão;
- Altura máxima;
- Inclinação predominante dos taludes;
- Número de bermas;
243
- Largura média das bermas;
- Extensão total do meio fio;
- Extensão total de valetas de berma;
- Extensão total de descidas d’água.
- Tipo de bueiro;
- Quantidade de seções drenantes;
- Largura;
- Altura;
- Extensão;
- Altura do aterro sobre o bueiro;
- Tipo de estrutura de entrada e saída (ala/caixa);
- Esconsidade;
- Diâmetro;
- Espessura da chapa.
afogamento ruptura
outro:
244
3.17. INSPEÇÃO DOS EQUIPAMENTOS DE INFRA-ESTRUTURA
No contexto da mitigação de risco são definidos dois tipos de inspeção dos equipamentos, que
se complementam: a inspeção visual-sensitiva e a inspeção detalhada.
A inspeção visual-sensitiva deve fornecer uma visão geral das anomalias existentes nos
equipamentos e, mesmo sendo expedita, deve possibilitar obter os inputs para o processo de
priorização de equipamentos com base em um modelo de análise de risco.
f) Verificar a presença de corpos de tálus com blocos de rocha (d>1,0m) isolados e expostos
em superfície no talude de corte e apurar a ocorrência de eventuais descalçamentos;
245
FICHA DE INSPEÇÃO VISUAL-SENSIT IVA
DE E QUIPA MENTO DE INFRA -EST RUT URA
1-Técnico EQUIPAMENT O DE INFRA-ES TRUInspeção
9-Cond. TURA
2-E quipamento ATERRO 10-KM inicial
3-Ferrovia 11-KM final
4-Regional 12-Latitude início
5-Supervisão/distrito 13-Longitude início
6-Locação (EH) 14-Lado
7-D ata 15-Linha Singela
8-Pátio 16-Cod. Maximo
Tabela 107 – Cabeçalho da planilha de Inspeção Visual-Sensitiva (IVS) de taludes.
Verificar se a rede de drenagem natural está operando com eficiência na área inspecionada e
adjacências;
Verificar a existência de pontos com erosões nos terrenos, nas bordas das estruturas de
drenagem (canaletas, caixas, bueiros e escadas);
246
Corpo do bueiro
Assoreamento Observação:
Existe?
Volume
Trincas
Existem?
Tipo
Local
Orientação
Corrosão
Existe?
Local
Ala esquerda Ala direita
Assoreamento Assoreamento
Existe? Existe?
Volume Volume
Trincas Trincas
Existem? Existem?
Tipo Tipo
Local Local
Orientação Orientação
Corrosão Corrosão
Existe? Existe?
Local Local
Tombamento/recalque Tombamento/recalque
Existe? Existe?
Informes Gerais
Erosões Afogamento
Existem? Existe?
Local Ruptura do bueiro
Descalçamento Ocorre?
Tabela 108 – Planilha de inspeção visual-sensitiva para OAC.
As fichas de inspeção detalhada para os taludes e OAC estão apresentadas no arquivo em.
247
a) Para cortes:
afastamento normalizado
inclinação normalizada
Criticidade do trecho
altura normalizada
Segurança X X X X
Meio-Ambiente X
Qualidade do produto X X X X
Custos X X
Atendimento processo prod. X X
Figura 282 – Correspondência entre os atributos utilizados na análise de criticidade de cortes e
os critérios mínimos do SGM.
b) Para aterros:
inclinação normalizada
Criticidade do trecho
altura normalizada
Segurança X X X
Meio-Ambiente X
Qualidade do produto X X X
Custos X X
Atendimento processo prod. X
Figura 283 – Correspondência entre os atributos utilizados na análise de criticidade de aterros
e os critérios mínimos do SGM.
c) Para OAC:
248
Criticidade do trecho
altura do aterro
comprimento
largura
altura
Seguranç a X X X X
Meio-Ambiente X
Qualidade do produto X X X X X
Custos X X
Atendimento processo prod. X
Figura 284 – Correspondência entre os atributos utilizados na análise de criticidade de aterros
e os critérios mínimos do SGM.
No caso dos equipamentos de infra-estrutura das ferrovias da Vale, a criticidade foi definida em
conformidade com os tópicos a seguir.
A partir desses atributos, a criticidade do equipamento foi definida pela seguinte formulação:
Onde:
Cc = criticidade calculada do talude;
HN = altura normalizada do talude (entre 0 e 1);
PH = peso da altura do talude na análise;
IN = inclinação normalizada do talude (entre 0 e 1);
PI = peso da inclinação do talude na análise;
AN = afastamento do talude em relação à via, normalizado (entre 0 e 1);
PA = peso do afastamento do talude;
CT = criticidade do trecho;
PCT = peso da criticidade do trecho.
De posse dos pesos apresentados na tabela supra, a formulação da criticidade do corte fica:
Cc = HN x 1 + IN x 2 + AN x 3 + (1/CT) x 4 (7.2)
249
Para efeito de classificação, a criticidade calculada deverá ser normalizada de forma que os
valores resultantes se situem no intervalo entre 0 e 1. Além de restringir os valores no intervalo
de 0 a 1, o processo de normalização serve para anular os efeitos das diferenças de escala
(por exemplo, inclinação dos taludes em graus e altura do talude em metros; valores de altura
do talude muito maiores que os valores dos afastamentos, etc). Para tanto, deve-se utilizar a
seguinte formulação:
C c C min
Cn (7.3)
C max C min
Onde:
Cn = criticidade normalizada
Cc = criticidade calculada
Cmin = criticidade mínima calculada
Cmax = criticidade máxima calculada
Classificação Percentual
Criticidade 1 10% dos ativos
Criticidade 2 30% dos ativos
Criticidade 3 60% dos ativos
Tabela 110 – Distribuição das criticidades dos equipamentos.
A partir desses atributos, a criticidade do equipamento foi definida pela seguinte formulação:
Onde:
Cc = criticidade calculada do talude;
HN = altura normalizada do talude (entre 0 e 1);
PH = peso da altura do talude na análise;
IN = inclinação normalizada do talude (entre 0 e 1);
PI = peso da inclinação do talude na análise;
CT = criticidade do trecho;
PCT = peso da criticidade do trecho.
De posse dos pesos apresentados na tabela supra, a formulação da criticidade do aterro fica:
Cc = HN x 2 + IN x 1 + (1/CT) x 2 (7.5)
250
3.17.3.3. CRITICIDADE DE OAC
A criticidade das obras de arte correntes foi definida a partir dos seguintes atributos:
A definição da criticidade dos bueiros será feita com base na fórmula seguinte:
Onde:
Cc = criticidade do bueiro;
HN = altura do bueiro, normalizada (entre 0 e 1);
PH = peso da altura do bueiro na análise;
LN = largura normalizada do bueiro (entre 0 e 1);
PL = peso da largura do bueiro na análise;
CN = comprimento normalizado do bueiro (entre 0 e 1);
PC = peso do comprimento do bueiro na análise;
NA = altura do aterro normalizada (entre 0 e 1);
PA = peso da altura do aterro normalizada;
CT = criticidade do trecho;
PCT = peso da criticidade do trecho.
Atributo Peso
Criticidade do trecho 5
Altura do aterro 5
Comprimento do bueiro 3
Largura do bueiro 1
Altura do bueiro 1
Tabela 112 – Pesos associados aos diversos atributos para caracterização da criticidade.
De posse dos pesos apresentados na tabela supra, a formulação da criticidade do bueiro fica:
Cc = HN x 1 + LN x 1 + CN x 3 + AN x 5 + (1/CT) x 5 (7.7)
A obtenção das criticidades pode ser feita com a utilização das planilhas.
Uma vez definidos os procedimentos para a classificação das criticidades dos equipamentos,
pode-se propor um plano de inspeções/manutenções que levem em conta as diferentes
criticidades, de forma a otimizar o processo de manutenção dos equipamentos de infra-
estrutura da Vale.
251
3.17.4.1. PERIODICIDADE DAS INSPEÇÕES
As inspeções devem ser feitas em conformidade com o exposto no item 7.2 do presente
manual.
As periodicidades das inspeções em função das criticidades dos equipamentos estão
apresentadas nas tabelas a seguir:
Para a obtenção dos níveis de alerta de chuva de cada trecho das ferrovias recomenda-se a
consulta ao Centro de Climatologia (http://www.mgtempo.com.br/mgtempo/vale/).
A caracterização dos períodos chuvosos deve ser feita para cada supervisão/distrito de cada
uma das ferrovias.
Importante salientar que as freqüências de inspeções apresentadas nas tabelas anteriores
representam freqüências mínimas. Havendo disponibilidade de recursos e conforme
252
CRITICIDADE INSPEÇÕES MANUTENÇÃO
IVS, com periodicidade Limpeza do corpo e alas (montante e
definida (Tabela 13); jusante) e conservação dos elementos do
ID, com periodicidade bueiro com periodicidade definida;
1 definida (Tabela 13); Roçada e capina a montante e jusante,
Instrumentação (sob com periodicidade definida;
demanda). Execução dos serviços programados,
baseados na inspeção detalhada.
IVS, com periodicidade Limpeza do corpo e alas (montante e
definida (Tabela 13); jusante) e conservação dos elementos do
ID, com periodicidade bueiro com periodicidade definida;
2 definida (Tabela 13). Roçada e capina a montante a jusante,
com periodicidade definida;
Execução dos serviços programados,
baseados na inspeção detalhada.
IVS, com periodicidade Limpeza e conservação dos elementos
3
definida (Tabela 13). do bueiro sob demanda.
Tabela 116 – Estratégia de inspeção/manutenção de OAC por classe de criticidade.
Serviço Descrição
Limpeza de Consiste na remoção do material depositado ao longo das tarjetas e linhas d’água
sarjeta do meio fio, visando facilitar o escoamento das águas superficiais.
Limpeza de Consiste na remoção de todo material que impeça o livre funcionamento dos
bueiro bueiros, restabelecendo-se o escoamento normal das águas.
Reparo da
drenagem Consiste na remoção de todo material que impeça o livre escoamento das águas
superficial de pela galeria.
concreto
Consiste na limpeza geral da drenagem superficial existente na plataforma da Via,
Limpeza de
removendo o material resultante da limpeza, com o objetivo principal de permitir o
drenagem da
escoamento das águas superficiais, em qualquer momento, e secundariamente,
plataforma
proporcionar bom aspecto a Via.
Limpeza de Consiste na limpeza geral (mato, entulhos, solo), de todo tipo de drenagem
drenagem fora superficial existente fora da plataforma da Via, com objetivo de permitir o livre
da plataforma escoamento das águas superficiais.
Remoção de Consistem em recolhimento, carga, transporte e descarga, local predeterminado, do
253
lixo e entulho lixo e entulho, de toda a espécie.
Manutenção
Consiste na erradicação da vegetação, por meio de capina manual, nos aceiros
manual de
junto às cercas de domínio.
aceiro
Tabela 117 – Tarefas de manutenção preventiva.
Serviço Descrição
Consiste no corte e remoção de arvores da faixa de
domínio que estejam causando perigo à segurança do
trafego, estruturas, ou que estejam mortas ou ainda,
afetadas por doenças. O serviço, pelas suas
Corte de árvores
características, requer medidas especiais para a
segurança dos trabalhos e do trafego. Inclui remoção
do material resultante do corte e aplicação de venenos
para evitar a rebrota.
Consiste no enchimento de trincas e fissuras com solo
cimento ou nata de cimento ou solo para impedir a
Selagem de trincas
penetração de água nas camadas inferiores da
plataforma e dos taludes.
Tabela 118 – Tarefas de manutenção preventiva (continuação).
O conhecimento dos tipos de materiais que temos na atualidade é indispensável para quem se
proponha fazer uma inspeção da estrutura, esta noção permitirá conhecer o comportamento do
material em serviço.
Com o conhecimento do tipo de materiais que foram utilizados, o inspetor terá um melhor
panorama do processo de deterioração que acontece na estrutura, assim como ter a
capacidade de avaliar as causas da deterioração e as possíveis soluções, com a finalidade de
não comprometer a integridade estrutural da estrutura.
Identificaremos as principais características físicas e mecânicas dos materiais, mais utilizados
para estruturas ferroviárias:
4.1.1.1. CONCRETO
Material composto de cimento, areia, pedra e água, em algumas ocasiões com aditivos que
ajudam no comportamento do material.
Características físicas:
Sensibilidade às mudanças de temperatura e umidade;
Porosidade, permitindo uma entrada de água e uma possibilidade de pressões
internas;
Resistência ao fogo (o concreto tem uma forte resistência a temperaturas altas em
tempos prolongados).
254
Figura 285 - Resistência do concreto ao fogo
Características mecânicas:
Resistência: Este fator ao concreto é muito importante, sendo que para concreto
simples a resistência só será considerada na compressão, pois a tração pode-se tomar um
valor de 10 % do valor da compressão. A resistência a corte pode ser considerada em um 14%
do valor da compressão. Atualmente existem concretos de alta resistência atingindo até 800
kg/cm2, além dos concretos de alto desempenho que conseguem chegar até 2000 kg/cm2. Os
concretos são usualmente classificados quanto a sua resistência característica aos 28 dias de
idade (fck);
255
mantendo-se o mesmo carregamento. Este processo é desencadeado ao longo do tempo,
verificando-se o crescimento da deformação inicial até um valor máximo no tempo infinito;
Coeficiente de Poisson: Quando uma força é aplicada sobre uma peça de concreto,
resulta uma deformação longitudinal na direção de carga e simultaneamente, uma deformação
transversal com sinal contrário. A relação entre a deformação transversal e longitudinal é
denominada coeficiente de Poisson;
4.1.1.2. AÇO
Aço é o ferro gusa refinado, com uma porcentagem de carbono de 2%, e com outros elementos
que regulam o comportamento dele.
Característica mecânica:
Resistência: O aço é isotrópico e suporta altos valores de compressão e tração. Estas
resistências variam consideravelmente com o tipo de aço, ou com o tratamento que levou este
para sua produção;
Elasticidade: Este valor é quase independente de tipo de aço, assumindo um valor de
2500000 kg/cm2;
Ductilidade: É a característica mais importante do aço, isto é, a capacidade de aceitar
grandes deformações sobre as cargas de ação. Sendo que os mesmos quando afetados por
fadiga ou altas temperaturas podem apresentar uma falha frágil;
Resistência ao fogo: O aço a altas temperaturas é muito deformável. A resistência do
aço diminui com o aumento da temperatura, diminuindo drasticamente para valores mais
elevados de 400 C influenciando do mesmo jeito a elasticidade do material;
256
Tabela 119 - Propriedades do aço a diferentes temperaturas
Quando é preciso simular um incêndio ou fatores nos quais a estrutura esteja a altas
temperaturas, podem ser utilizadas as seguintes curvas, estas se obtiverem resistência ao fogo
da estrutura;
257
Aço de armadura dura (para concreto protendido), utilizado em conjunto com o
concreto.
O concreto simples é um material que suportou muito bem os efeitos de compressão, mas tem
uma baixa resistência à tração. Por isso são adicionadas barras de aço a fim de absorver os
esforços de tração.
Devido às premissas adotada no calculo, as regiões onde o concreto armado encontra-se
tracionado normalmente apresentam fissuras de pequena abertura (≤ 0,4mm).
Os principais requisitos para o bom comportamento, de uma estrutura de concreto armado são
a aderência entre os materiais e o recobrimento. Estes dois parâmetros devem ser
severamente controlados quando da execução de reforços estruturais ou novas estruturas, pois
garantem a boa durabilidade destas.
Características importantes:
O comportamento do concreto armado, sob ações cíclicas repetidas pode ser
comparado àquele sob ações de longa duração. Ou seja, o efeito de repetição das cargas irá
produzir um aumento nas deformações, gerando acréscimos nas flechas de peças fletidas;
este efeito é análogo ao que ocorre quando da manutenção das cargas, fenômeno conhecido
como “fluência”. Desta forma, pode-se entender o efeito das ações repetidas como um tipo de
“fluência cíclica”. Assim, é importante que se compreenda o que ocorre nas peças de concreto
armado quando submetidas a cargas de longa duração para que se entenda melhor o efeito
das ações repetidas. O fenômeno da deformação lenta no concreto consiste no aumento das
deformações quando submetido a tensões constantes decorridos um determinado tempo, ou
seja, as deformações são influenciadas pela simples passagem do tempo.
258
Figura 294 - Ponte de concreto armado
A protensão pode ser definida como o artifício de introduzir numa estrutura, um estado prévio
de tensões, de modo a melhorar sua resistência ou seu comportamento, sob ação de diversas
solicitações. Nessas condições minimiza-se a importância da fissuração como condição
determinante de dimensionamento da viga.
A protensão do concreto é realizada, na prática, por meio de cabos de aço de alta resistência,
tracionados e ancorados no próprio concreto. O artifício da protensão desloca a faixa de
trabalho do concreto para o âmbito das compressões, onde o material é mais eficiente. Com a
protensão, aplicam-se tensões de compressão nas partes da seção tracionadas pelas
solicitações dos carregamentos. Desse modo, pela manipulação das tensões internas, pode-se
obter a contribuição da área total da seção da viga para a inércia da mesma.
Sob ação de cargas, uma viga protendida sofre flexão, alterando-se as tensões de compressão
aplicadas previamente. Quando a carga é retirada, a viga volta à sua posição original e as
tensões prévias são restabelecidas.
Se as tensões de tração provocadas pelas cargas forem inferiores às tensões prévias de
compressão, a seção continuará comprimida, não sofrendo fissuração.
As resistências de concreto, utilizadas em concreto protendido, são normalmente maiores que
as utilizadas em concreto armado. Os aços utilizados nos cabos de protensão têm resistência
três a cinco vezes superiores às dos aços usuais do concreto armado.
O sentido econômico do concreto protendido consiste no fato de que os aumentos percentuais
de preço são muito inferiores aos acréscimos de resistência utilizáveis, tanto para o concreto
como para o aço de protensão.
Características importantes:
Ao comprimir os elementos reduzem-se as zonas de tração, portanto diminui as
aparições de fissuras. Em estruturas que já estiverem solicitadas e com fissuras, melhoram o
comportamento da mesma aproveitando a força de protensão e aderência na fissura
(protensão externa);
Permite a utilização de elementos mais leves, já que é aproveitada melhor a seção de
concreto;
Os elementos de concreto protendido têm menores deformações que os elementos de
concreto armado;
Necessitam quantidades menores de armadura passiva, isto é possível pela aplicação
do protendido, já que este faz com que a seção trabalhe à compressão, sendo que algumas
zonas em ocasiões estão à tração, mas controladas por limites normativos;
Os elementos com concreto protendido, também podem utilizar-se como elementos
pré-fabricados, algo muito eficaz na construção e planejamento;
A abertura exagerada das fissuras reduz a proteção das armaduras contra corrosão, e
é indesejável esteticamente;
259
Permite vencer vãos maiores que o concreto armado convencional; para o mesmo vão,
permite reduzir a altura necessária da viga;
Durante a operação de protensão, o concreto e o aço são submetidos a tensões em
geral superiores às que poderão ocorrer na viga sujeita às cargas de serviço. A operação de
protensão constitui-se, neste caso, uma espécie de prova de carga da viga.
Na análise das estruturas as solicitações são os valores representativos da estrutura, pode vir
representado por um valor médio, um valor nominal, mediante critérios estatísticos, por um
valor correspondente a uma determinada probabilidade que não será superado para um
período, tendo em conta a vida útil da estrutura. Para o uso deste manual serão utilizadas as
classificações seguintes em função ao tipo de solicitação permanente ou variável. Mostra-se a
continuação a classificação das solicitações:
Estas cargas estão compostas pelos pesos dos distintos elementos que compõem a estrutura,
inclusive os pesos mortos que estarão acima da estrutura por quase todo o tempo de vida
desta, usualmente pode se tomar os seguintes valores de pesos por unidade de volume em
ton/m3.
Na tabela seguinte mostram-se os diferentes pesos por unidade de volume dos materiais mais
utilizados nas estruturas sendo que também são mostrados os materiais, que podem ser
utilizados como lastro ou como material e transporte (minério).
260
Trilho 57 peso linear 56,90 kg/m;
Trilho 68 peso linear 67,43 kg/m.
Este tipo de carregamento é considerado como uma pré-solicitação, neste caso está envolvida
os carregamentos produzidos por um protendido. Estas solicitações deverão ter em conta os
efeitos de encurtamento do aço, efeitos sobre o concreto e a comprovação das deformações
no estado de tempo solicitado.
O efeito da protensão é medido tomando em conta a maneira de aplicação e as deformações
que aconteceram na peça.
Deverá ter-se um cuidado especial para este tipo de carregamento, seguindo as seguintes
recomendações:
Controle rigoroso dos pesos e forças aplicadas, assim como das respostas da
estrutura;
Garantir que a ação resultante das forças é mantida dentro dos limites propostos no
projeto;
Deverá ter um controle ao tempo da vida útil da estrutura, com a finalidade de
manutenção e reajuste das forças aplicadas no sistema, podendo assim, controlar um
adequado comportamento da estrutura ao serviço.
Ações reológicas: Em estruturas onde o material for concreto, deve-se ter em conta os efeitos
reológicos, como são os efeitos de fluência e retração do concreto, tendo todo o controle
necessário que as normas exigem. Quando acontece retração, o volume do concreto é
reduzido, mesmo na ausência de tensões mecânicas e de variações de temperatura. As
causas da retração podem ser: químicas, capilar e de carbonatação.
Ações do terreno sobre as estruturas: São consideradas ações entre as interações dos
terrenos com as estruturas, sendo que podem ser de duas formas: um peso sobre os
elementos horizontais e um empuxo de terra sobre os elementos verticais.
O carregamento sobre os elementos horizontais é calculado simplesmente tomando o volume
do terreno sobre o elemento e multiplicando com seu respectivo peso especifico solto e
compactado, sendo que não obtidos tais valores reais, poderá utilizar-se os valores das
tabelas. As ações de terreno sobre os elementos verticais podem ser calculados seguindo os
conceitos de contenção.
O empuxo de terra nas estruturas é determinado de acordo com os princípios da mecânica dos
solos, em função de sua natureza (ativo, passivo ou de repouso), das características do
terreno, assim como das inclinações dos taludes e dos paramentos. Como simplificação, pode-
se supor que o solo não tenha coesão e que não haja atrito entre o terreno e a estrutura, desde
que as solicitações assim determinadas estejam a favor da segurança.
O peso específico do solo úmido deve ser considerado no mínimo igual a 1,8 ton/m³ e o ângulo
de atrito interno no máximo igual a 30º (na ausência de ensaios específicos). Os empuxos
ativos e de repouso devem ser considerados nas situações mais desfavoráveis. A atuação do
empuxo passivo só pode ser levada em conta quando sua ocorrência puder ser garantida ao
longo de toda a vida útil da obra.
Quando a superestrutura funcionar como arrimo dos aterros de acesso, a ação do empuxo de
terra proveniente desses aterros pode ser considerada simultaneamente em ambas as
extremidades, sendo que somente no caso em que não tiver juntado as intermediárias do
261
tabuleiro e desde que seja feita a verificação também para a hipótese de existir a ação em
apenas uma das extremidades, agindo isoladamente (sem outras forças horizontais) e para o
caso de estrutura em construção.
Nos casos de tabuleiro em curva ou esconso, deve ser considerada a atuação simultânea dos
empuxos em ambas as extremidades, quando for mais desfavorável.
262
4.2.4. AÇÕES VARIÁVEIS
Ações móveis, trem tipo e operacionais da Vale: Para as ações verticais tipo segundo a
norma NBR 7189, esta norma fixa as condições na definição do trem tipo Brasileiro ferroviária,
para projetos e verificações de esforços para estruturas existentes. Classes de trens tipos de
acordo ao carregamento que esteja sujeito;
Onde,
Q é carga por eixo;
q e q’ são as cargas distribuídas na via, simulando respectivamente os vagões carregados e
descarregados.
Alem do trem tipo de norma, pode ser executado as verificações utilizando os trens tipos
operacionais de cada ferrovia, considerando sua geometria e carga por eixo e condição de
carregamento.
263
Figura 301 - Dimensões dos Vagões
Os modelos de trens simulam os mais diferentes tipos de carregamento que podem existir em
uma via férrea, isso permite fazer os projetos muito perto da realidade, à escolha do tipo de
analise e do veiculo será muito importante para tentar modelar o problema.
Para atender as trens operacionais da Vale e a capacidade de carga que pretendemos atingir,
adotamos os trens tipo de norma multiplicado por um fator de 1,5 para a EFC e de 1,2 para a
EFVM
Efeitos dinâmicos das cargas móveis: O efeito dinâmico das cargas móveis deve ser
analisado pela teoria da dinâmica das estruturas. É permitido, no entanto, assimilar as cargas
móveis a cargas estáticas, uma simplificação feita em muitos manuais, sendo que esta
formulação esta baseada somente no comprimento da estrutura, o que para veículos que
trafegam a muita velocidade não é suficiente. O coeficiente de amplificação das cargas
estáticas para atender a solicitação dinâmica pode ser considerado segundo NBR 6118.
Frenagem ou aceleração: As cargas de frenagem deverão ser postas numa situação que
produza o efeito mais desfavorável no elemento em estudo.
No caso de pontes de via dupla, deve-se considerar a atuação simultânea da frenagem sobre
uma das vias e a ação da aceleração sobre a outra, de forma que seja produzido o efeito mais
desfavorável.
O valor característico da força longitudinal provocada pela frenação ou pela aceleração de
veículos sobre as pontes deve ser tomado como uma fração das cargas móveis, consideradas
sem impacto. Nas pontes ferroviárias, a força longitudinal devida à frenação ou à aceleração
deve ser considerada aplicada no topo dos trilhos e igual ao maior dos seguintes valores: 15%
da carga móvel para a frenação ou 25% do peso dos eixos motores para a aceleração.
264
Figura 303 - Efeito das forças de frenagem nas estruturas
Ações do vento: Esta deverá determinar-se pelos métodos propostos nas normas NBR 6123,
considerando-se as ações estudadas e importância da estrutura estudada. Para estruturas
onde não atendem os requisitos da norma, deverá avaliar-se a estrutura com modelos
numéricos mais precisos ou modelos experimentais como túneis de vento. As velocidades de
vento no Brasil estão à mostra nas isopletas de velocidades.
Ações de água: O empuxo de água e a subpressão devem ser considerados nas situações
mais desfavoráveis para a verificação dos estados limites, sendo especialmente observado o
estudo dos níveis máximo e mínimo dos cursos de água e do lençol freático.
No caso de utilização de contrapeso enterrado, é obrigatória, na avaliação de seu peso, a
consideração da hipótese de submersão total do mesmo, salvo se comprovada a
265
impossibilidade de ocorrência dessa situação. Nos muros de arrimo deve ser prevista, em toda
a altura da estrutura, uma camada filtrante contínua, na face em contato com o solo contido,
associada a um sistema de drenos, de modo a evitar a situação de pressões hidrostáticas.
Caso contrário, deve ser considerado nos cálculos o empuxo de água resultante. Toda
estrutura celular deve ser projetada, quando for o caso, para resistir ao empuxo d’água
proveniente do lençol freático, da água livre ou da água acumulada de chuva. Caso a estrutura
seja provida de aberturas com dimensões adequadas, esta ação não precisa ser levada em
consideração.
Ações sísmicas: As ações de sismo deverão ser representadas dependendo da zona sísmica
do lugar e com os coeficientes que estejam em função à massa da estrutura, que produzira a
movimentação simplificada. Os sismos impõem deslocamentos à base da estrutura, este
movimento apresenta uma aceleração que varia de direção, sentido e magnitude ao longo do
tempo.
Ações pela temperatura: Ação de alta temperatura ou baixa temperatura poderá fazer
movimentar-se a estrutura de uma maneira dinâmica em um instante de tempo. Supõe-se que
as variações de temperatura sejam uniformes na estrutura, salvo quando a desigualdade
dessas variações, entre partes diferentes da estrutura, seja muito acentuada. O coeficiente de
dilatação térmica do concreto armado é considerado igual a 10-5/C, estas considerações são
mostradas na NBR 6118;
Ações repetitivas impostas: Ações de algum tipo de impacto ou maquinaria ocasional, que
trabalhe sobre a estrutura. Dever-se-á observar o impacto produzido pela maquinaria e estudar
as amplificações dos esforços produzidos.
266
Ações variáveis na construção: Para cada fase de construção deverá fazer-se uma analise
estrutural comprovando que os esforços não estejam atingindo os máximos para as diferentes
etapas e configurações estruturais das mesmas.
Esforço normal: O esforço normal pode ser de compressão ou de tração, do qual é uma força
que atua sobre uma seção no CG dela e perpendicularmente, produzindo reações dentro do
corpo. Se a força faz com que as partículas dos elementos se separem, será um esforço
normal de tração, em caso contrario, será um esforço normal de compressão.
267
Figura 311 - Cisalhamento
Flexão: O esforço que é produzido, pela combinação dos esforços de tração e de compressão,
atuando em uma mesma seção perpendicularmente nela, mas estas forças não atuam no
centro de gravidade da seção, sendo que por isso é produzido um par de forças que produzirá
um momento fletor.
A flexão faz com que as fibras da seção, trabalhem a tração ou a compressão. Este esforço
geralmente trabalha junto com o esforço de cisalhamento.
Torção: O esforço que é produzido no momento que se tenta rotar a seção em relação ao eixo
longitudinal, é similar à flexão, só que atua ao redor do eixo longitudinal do elemento.
Flambagem: O esforço que é produzido em pilares, quando este é muito esbelto, pode
acontecer que a capacidade resistente se veja diminuída pelas deformações transversais
devido às solicitações atuantes. Este tipo de efeito predomina nos pilares.
268
Figura 314 - Flambagen
Fundações: As estruturas que suportam as cargas dos pilares têm a função também de
transmitir estes carregamentos no solo que esteja apoiado, estes carregamentos podem ser
compressão, tração ou momentos. Pode-se representar claramente, o comportamento de uma
fundação com estacas, observando-se as linhas de compressão e tração que se desenvolvem.
Nos gráficos seguintes a linha continua representa tração e no caso contrario representa
compressão.
Apoios: Os apoios dos carregamentos aplicados sobre a estrutura podem ser idealizados
como um carregamento pontual, algo que realmente acontece sobre uma pequena área de
ação, como se pode observar nos seguintes gráficos, onde os carregamentos são distribuídos
inicialmente por uma pequena área e depois absorvidos pela totalidade da área ou por uma
seção maior:
269
Figura 316 - Apoios
Elementos a flexão: Estes elementos podem ser representados por vigas, pilares,
contenções, onde atuarão os esforços de flexão. Nas figuras seguintes se observa claramente
a distribuição de esforços, podemos assim avaliar a localização das armaduras:
270
Figura 318 - Fluxo de tensões em muros de contenção
As contenções são estruturas de parede vertical ou quase vertical, apoiadas em uma fundação
rasa ou profunda. Podem ser construídas em alvenaria ou em concreto (simples ou armado) ou
ainda de elementos especiais.
Os muros de arrimo podem ser de vários tipos: gravidade (construídos de alvenaria, concreto,
gabiões ou pneus), de flexão (com ou sem contraforte) e cortinas (com ou sem tirantes).
271
Figura 320 - Distribuição estrutural em muros de contenção
Na figura acima se mostra a terminologia básica, possuindo ainda outros elementos como os
contrafortes e tirantes. A descrição dos elementos básicos pode ser:
Crista: O topo da contenção;
Corpo: Zona no qual suportará todo o esforço do empuxo do terrapleno trabalhará a
flexão e cortante como uma viga em balanço ou como uma viga sujeita com alguns apoios no
caso existindo contraforte;
Base: Zona que suporta o peso da estrutura e transmite ao terreno, também este ajuda
a estabilizar a estrutura;
Dente: Elemento que ajuda contra o deslizamento do muro.
As pontes são obras destinadas a transpor obstáculos à continuidade da via, tais como rios,
braços de mar, vales profundos, outras vias etc. Quando a ponte tem por objetivo a
transposição de vales, outras vias, ou obstáculos não constituídos por água, utiliza-se a
denominação de viaduto. É tradição chamar de pontilhões as pontes de pequenos vãos,
existem divergências aos vãos limites dos pontilhões, fixando-os ate 10 metros. Não há
distinção entre pontes e pontilhões já que tem o mesmo comportamento estrutural. Na Figura
321 mostraremos as partes de uma ponte e elementos principais.
Onde,
1. Terreno de fundação;
2. Sapata isolada;
3. Pilar lateral;
272
4. Laje de transição;
5. Cortina ou viga de encabeçamento;
6. Zona da passarela do pedestre;
7. Sapata corrida;
8. Pilar intermediário;
9. Aparelho de apoio;
10. Laje;
11. Tabuleiro;
12. Bloco de fundação;
13. Terrapleno.
4.7. SUPERESTRUTURA
A escolha da superestrutura de uma ponte ou viaduto depende de vários fatores que devem
ser levados em consideração, tais como:
Função;
Topografia local;
Natureza do solo;
Extensão e vão livre necessário;
Gabaritos a serem obedecidos;
Estética;
Acessos;
Localização;
Tempo de execução previstos;
Custos disponíveis para a obra.
A superestrutura esta composta por lajes e vigas principais e secundárias, formando a área
chamada de tabuleiro, que é a parte útil da obra. Os elementos constituintes dessa região
recebem diretamente os esforços originários das cargas móveis e os transmitem para a meso-
estrutura e infra-estrutura.
Sendo que a superestrutura pode ser reta ou curva. Pode-se observar que as deformações
típicas para estes casos são:
273
Observando-se que nas zonas em azul, são zonas de tração onde estará disposta a armadura
e as amarelas e vermelhas são zonas de compressão, onde somente serão colocadas
armaduras para ajudar o comportamento do concreto à compressão. No caso de concreto
protendido o cabo deverá seguir a distribuição dos esforços à tração para tentar controlar os
mesmos.
A denominação das superestruturas mais comuns são as seguintes:
Onde,
1. Portal de contraventamento;
2. Contraventamento horizontal inferior;
3. Contraventamento horizontal superior;
4. Contraventamento transversais;
5. Banzo ou corda inferior;
6. Banzo ou corda superior;
7. Diagonais;
8. Nó da treliça;
9. Montante;
10. Apoio da treliça.
Onde,
1. Alma da viga;
2. Cordão de solda;
3. Flange inferior;
4. Flange superior;
5. Enrijecedores.
274
Figura 325 - Elementos estruturais de uma seção de concreto
Onde,
1. Pista de rolamento;
2. Laje de tabuleiro;
3. Infradorso superfície mais baixa da obra na seção considerada;
4. Transversina;
5. Vigamento principal;
6. Barreira lateral.
Onde,
1. Vigamento principal inferior;
2. Travessa ou transversina;
3. Longarinas;
4. Vigamento principal superior.
Para as estruturas de concreto armado existem concepções estruturais para serem usados
como superestruturas do projeto de uma ponte ou viaduto ferroviário, dentre elas podemos
citar:
275
Pórticos.
Estrutura de concreto armado para pequenos vãos, sendo muito simples para sua construção e
convencional, estas estruturas utilizam formas muito simples e podem ser de um vão ou vários
vãos. Pode ser estática ou hiperestática.
4.7.3. VIGAS T
Estruturas de concreto armado nos quais suas vigas tem forma de T, estas vigas são moldadas
no local.
A configuração estrutural em T é pela simplicidade das formas, o numero de vigas deve ser
sempre maior que dois, estes elementos vão ligados monoliticamente nas lajes, com a
vantagem para o projetista do aumento da rigidez.
276
Figura 329 - Elementos transversinas
Disposição da armadura:
Nas vigas principais temos três tipos de armadura:
Armadura de Flexão: Suportará os esforços produzidos pela flexão, localizadas no
fundo da viga nos vãos e no topo nos apoios no caso de viga hiperestática;
Armadura para Força cortante e de Torção: Suportarão os esforços produzidos pelas
forças cortantes e pelos esforços torsores, localizados em todo o comprimento das vigas,
sendo em maior quantidade nas zonas dos apoios, estes elementos também garantem
estruturalmente e construtivamente o comportamento dos elementos longitudinais;
Armadura de Pele: Suporta os possíveis esforços de retração e temperatura bem como
da torção, localizados nas faces das vigas.
Nas transversinas se dispõe o mesmo número de armaduras, mas os esforços são muito
menores.
Estrutura de concreto protendido, que foi aproveitado o máximo de sua forma geométrica,
sendo um elemento econômico para vãos isostáticos. As estruturas protendidas no local
podem ser estáticas ou hiperestáticas.
A colocação das vigas nos permitirá fazer um concreto normal (moldado no local) das peças
secundárias como as vigas transversais e lajes. A incorporação da laje é possibilitada pelas
armaduras de espera das vigas que é importante, aumentando consideravelmente a
capacidade resistente das vigas.
Disposição da armadura:
277
A armadura principal é o cabo que será disposto seguindo a curva de momentos
flexores, a armadura secundaria serão os estribos e ferros nas faces e nos topos de aço
convencional que conformam os elementos;
A armadura secundária será a disposta nas lajes e elementos transversais que
atenderão os esforços convencionais.
Disposição da armadura:
Nas vigas principais temos três tipos de armadura:
Armadura de Flexão: suportará os esforços produzidos pela flexão, localizadas no
fundo da viga nos vãos e no topo nos apoios no caso de viga hiperestática;
Armadura para Força cortante e de Torção: suportarão os esforços produzidos pelas
forças cortantes e pelos esforços torsores, localizados em todo o comprimento das vigas,
sendo em maior quantidade nas zonas dos apoios, estes elementos também garantem
estruturalmente e construtivamente o comportamento dos elementos longitudinais;
Armadura de Pele: suporta os possíveis esforços de retração e temperatura bem como
da torção, localizados nas faces das vigas.
Na laje superior:
Armadura longitudinal que absorvera os esforços de flexão e torção na estrutura;
Armadura transversal para conformar a estrutura.
Na laje inferior:
Armadura longitudinal que terá que ser bem reforçada para que absorva os esforços de
torção;
Armadura transversal para conformar a estrutura.
Estruturas ideais para vencer grandes vãos, podem ser construídas por avanços sucessivos e
por lançamentos incrementais.
Constam basicamente de vigas principais e de lajes superior e inferior, sendo que podem ser
multicelulares ou unicelulares, aqui somente variará a distribuição das vigas principais.
Geralmente, somente as vigas principais são protendidas, para pontes de vão muito grande a
laje superior é também protendida.
278
Figura 332 - Vigas caixão protendidas
Disposição da armadura:
A armadura principal está composta por cabos protendidos, dispostas longitudinalmente:
A armadura secundária pode ser disposta para conformar as formas nas vigas transversinas e
nas vigas principais.
4.7.7. ARCOS
Estrutura curva com forma geométrica de arco, sendo que este fator permite que a estrutura se
comporte em sua totalidade na compressão.
Como geralmente pelas imposições topográficas, não é possível dar a forma precisa de um
arco, a estrutura terá que suportar também esforços de flexão. Nos arcos desligados do
vigamento principal e conseqüentemente do estrado, o contraventamento é de extrema
importância para evitar a instabilidade transversal e efeitos de segunda ordem.
Disposição da armadura:
Nos arcos, armadura corrida, com reforço localizado e seguindo a configuração
estrutural dos arcos. Estas armaduras são dimensionadas para os esforços compostos de
flexão e compressão, e têm também armadura adicionais na pele que suportarão os esforços
de retração, temperatura e torção.
Nos pilares, armadura convencional longitudinal e estribos, localizada segundo o
comportamento de flexão ou compressão.
No estrado, semelhantes às descritas para lajes moldadas no local.
279
Nas vigas de contraventamento, a configuração da armadura será convencional.
4.7.8. PÓRTICOS
Essas estruturas são muito utilizadas para reduzir as dimensões dos pilares em pontes de
grande altura.
Disposição da armadura:
A armadura principal terá que ser disposta onde as fibras de concreto estejam
tracionadas, sendo que os elementos estarão compostos de armadura principal onde existe
tração e nas demais serão armadura ou para melhorar o comportamento do concreto a
compressão e aumentar a resistência ou armaduras para conformar a forma. Para o caso dos
esforços cortantes e torção a armadura também é principal sendo que será disposta em maior
número perto das juntas entre elementos ou na mesma junta para melhorar o comportamento
dúctil nelas.
Para as estruturas metálicas, existe uma série de concepções estruturais para serem usados
como superestruturas do projeto de uma ponte ou viaduto, dentre elas podemos citar:
Vigas de alma cheia;
Vigas caixão;
Vigas mistas;
Treliças;
Pórticos;
Arcos.
280
Figura 335 - Vigas de alma cheia
A principal vantagem de uma viga de alma cheia é a simplicidade de sua geometria comparada
com alternativas, tais como treliças. Esta vantagem propicia custos baixos de fabricação e
construção. É importante realizar um detalhamento cuidadoso, por exemplo, em construções
soldadas, o projeto deve permitir ao máximo o emprego de processos automáticos e semi-
automáticos de solda. A maioria deste tipo de vigas tem integrado o tabuleiro na mesa superior,
assim elas podem trabalhar com o tabuleiro como se fosse parte delas mesmas.
A configuração de alma cheia se projeta com a escolha de uma alma espessa com poucos
enrijecedores ou de alma esbelta com muitos enrijecedores, a escolha está relacionada com o
custo de material e da mão de obra.
Uma viga esbelta é mais eficiente enrijecida por uma serie de enrijecedores longitudinais,
estendendo-se entre estruturas transversais. Sendo que é possível evitar todas as soldas de
filetes transversais no material principal, ao menos nas regiões onde haja tensões importantes
de tração, com conseqüente melhoramento para o trabalho da estrutura em relação à fadiga e
à ruptura brusca.
As configurações básicas são as seguintes: duas vigas principais com grande espaçamento,
com um sistema auxiliar suportando o tabuleiro ou prevendo vigas principais múltiplas ou com
espaçamento suficientemente pequeno para ser vencido pelo tabuleiro.
As vigas caixão como o próprio nome indica, são vigas formadas por duas ou mais almas e por
uma mesa inferior única e uma ou mais mesas superiores, formando uma configuração de
caixão. O elemento superior é sempre ligado às vigas laterais, transformando-as em vigas-
mistas e conseqüentemente, aumentando sua capacidade resistente, atualmente todas as
ligações são soldadas. As vigas da chapa inferior devem ser enrijecidas nas zonas de
compressão. Por razões estéticas todos os enrijecedores são soldados no interior da caixa.
Todo este tipo de estrutura deve ter acesso a seu interior para possibilitar as inspeções e
manutenção.
Estas soluções estruturais são muito estéticas e são utilizadas em estruturas curvas pela
grande resistência a torção e de grandes vãos pelas propriedades que tem para a estabilidade
aerodinâmica, podem ser com uma caixa ou com múltiplas caixas.
281
As principais vantagens deste sistema estrutural são a alta capacidade de resistência a torção,
maior inércia com alturas menores, no entanto deve-se ter cuidado com as relações entre
altura e espessura, para não ter problemas de flambagem, estes são combatidos pelos
sistemas enrijecedores que encarecem a sua construção.
Ressalta-se o espaço útil dentro delas, que permite um acesso para tubulações e para
manutenções, sendo também muito estético.
Esse tipo de estrutura se caracteriza pela junção das vigas metálicas com o tabuleiro de
concreto de forma solidária. Isto é garantido por elementos de ligação denominados conectores
de cisalhamento.
Esses elementos podem ser de vários tipos, sendo que os mais usados são os pinos tipo Stud
e os perfis laminados tipo U, que deverão ser distribuídos ao longo da viga.
O problema principal a ser resolvido nas vigas mistas resume-se na determinação da
distribuição de esforços no concreto e no aço, levando-se em conta a ligação solidaria do
tabuleiro e as vigas metálicas. O dimensionamento das vigas mistas deve ser feito observando
se a viga vai ser escorada ou não, durante a concretagem.
Em geral as vigas são calculadas como não escorada, dando um custo de construção menor.
Neste caso é necessário distribuir os diversos tipos de cargas nas etapas do processo. Assim o
peso próprio da viga e do concreto será suportado somente pela viga de aço, e as outras
cargas pelo conjunto viga – concreto. A resistência do concreto tem influência no processo de
dimensionamento.
282
4.7.13. TRELIÇAS
Este tipo de estrutura pode ser descrita como um conjunto de triângulos formados por peças
retas e articuladas entre si. Quando adequadamente projetada, com proporções normais, uma
treliça tem as seguintes características:
Os eixos de todos os elementos são retos e concorrentes nos nós ou juntas;
A treliça propriamente dita é carregada somente nos nós.
Uma treliça plana pode ser considerada como uma viga alta, com mesas substituídas pelos
banzos da treliça e a chapa de alma, substituída por um sistema aberto de elementos formados
por diagonais e montantes.
Uma treliça pode ser usada para substituir uma viga de alma cheia em certos casos, por
exemplo, uma viga reta simplesmente apoiada ou continua, no tabuleiro de uma ponte pênsil
enrijecida, ou uma ponte com viga atirantada ou ainda um arco.
Este sistema tem duas vantagens, a primeira é que seus elementos são solicitados apenas por
carregamentos axiais (tração ou compressão), a segunda é permitir alturas maiores com
elementos mais esbeltos.
Têm desvantagens econômicas para a fabricação e fator estético pelo cruzamento dos
elementos.
Treliça Warren, isostática é a forma mais simples, sendo normalmente utilizada para
comprimentos até de 100 metros, pode ser modificada adicionando montantes. Estes podem
ser colocados em todos os painéis, ou somente a partir do tabuleiro para as diagonais opostas;
Treliça K é indicada quando a altura do painel é da ordem de duas a três vezes o seu
comprimento;
283
Figura 341 - Treliça K
As treliças também podem ser caracterizadas pela localização do tabuleiro, sendo que este
pode estar debaixo da treliça ou acima dele.
4.7.14. PÓRTICOS
Sistema em que as vigas do tabuleiro são unidas às estruturas dos pilares. Esta solução é
utilizada para diminuir os vãos da viga reta. Solução aplicável quando a topografia ajuda como
é o caso de vales.
Geralmente os pilares são inclinados, com a finalidade de diminuir a carga de compressão
sobre eles, sendo que terão que ser absorvidas pelas fundações inclinadas. Isto faz que esta
solução seja recomendada para solos de bom suporte de cargas. A eficiência desta inclinação
de pilares é diretamente proporcional ao ângulo de inclinação. Quanto menor o ângulo, maior a
eficiência.
Na interseção entre viga e pilar, geometricamente ocorre grande esbelteza nas chapas sobre
altas tensões, o que obriga um conhecimento maior nestas zonas.
Como há inversão no sentido dos valores dos momentos flexores, surgem momentos negativos
junto aos pilares, fazendo com que as vigas não possam ser mistas em todo o seu
comprimento.
284
Figura 343 - Pórticos
4.7.15. ARCOS
As primeiras pontes em arco usando-se ferro fundido foram construídas na Inglaterra em 1779,
somente para o uso pedestre.
O uso de cada um destes tipos de arcos depende das condições locais e da estética.
O arco inferior se harmoniza bem em vales, compondo-se com a natureza, o arco superior é
muito adotado quando existem restrições do gabarito na parte inferior e o arco com tabuleiro
intermediário harmoniza-se nas duas situações.
No ponto de vista de cálculo, os arcos podem ser definidos como, engastados, bi – rotulados e
tri – rotulados, havendo a responsabilidade de o projetista definir o melhor para o local, levando
em consideração as condições do solo para as fundações, sistema de montagem, vão,
treliçado ou sólido, sem deixar de levar em consideração a beleza estética da obra.
4.8. MESO-ESTRUTURA
A escolha da meso-estrutura de uma ponte ou viaduto depende de vários fatores que devem
ser levados em consideração, tais como:
Função;
Topografia local;
Natureza do solo;
Gabaritos a serem obedecidos;
285
Estética;
Acessos;
Localização;
Tempo de execução previstos;
Custos disponíveis para a obra.
Estão compostas por aparelhos de apoio, pilares. Quando os encontros possuem estruturas
altas, estes também são considerados elementos de meso-estrutura.
Cada um destes representa o grau de rigidez das uniões entre elementos. Para as pontes as
configurações estruturais mais freqüentes são os apoios fixo ou móvel.
Ao ser as estruturas de menor dimensão e menor peso, são mais sensíveis às deformações
térmicas e deslocamentos produzidos pelas cargas, então são necessários apoios que
permitam deslocamentos e movimentação para poder assegurar o comportamento idealizado
no projeto. Outro aspeto importante da necessidade de aparelhos de apoios é o contato da laje
com os encontros, quando era direto não tinha uma localização precisa da resultante de forças
sobre o encontro. Ao colocar pequenos elementos de apoio, permitem um conhecimento das
resultantes e nos leva a uma redução dos esforços sobre os encontros.
4.8.1.1. FIXOS
Os aparelhos de apoio fixo são os aparelhos que simulam uma transferência fixa sem
deslocamento horizontal nem vertical, portanto transmitem esforços horizontais e verticais.
Mesmo não sendo um aparelho muito sofisticado é de grande importância.
4.8.1.1.1. CONCRETO
Freyssinet;
Mesnager;
Articulações de contato;
286
4.8.1.1.1.1. FREYSSINET
Articulação fixa de concreto que consiste numa redução da seção da peça a articular, trabalha
geralmente com tensões elevadas, visto que a plastificação da articulação é desejável. A
utilização de barras de aço passando pela articulação é um hábito que não melhora o
funcionamento estrutural do apoio.
4.8.1.1.1.2. MESNAGER
Articulação mais usada pela simplicidade e de uso restrito para solicitações mais modestas,
transmitem os esforços mediante a aderência, a traves de barras cruzadas nos elementos, cuja
função é resistir à força axial e a força cortante que se manifestam entre os dois elementos. Os
giros geram esforços secundários de flexão nas armaduras inclinadas. Pode-se observar
também que nas armaduras inclinadas se colocam reforços transversais, isto porque ao
estarem inclinadas as armaduras geram forças perpendiculares à armadura longitudinal,
produzindo assim esforços de tração que serão tomados por estes reforços.
A diferença estrutural da articulação Mesnager com a Freyssinet é que a redução de concreto
no caso da Mesnager é somente para proteger a armadura, no caso do Freyssinet, o concreto
tem a tarefa de suportar os esforços solicitantes.
Articulações formadas por superfícies de concreto de curvaturas opostas, que permite grandes
giros. O concreto em ambas as superfícies deve ter alta resistência, esta é necessária pelo
constante atrito entre superfícies que são rugosas, acontecendo um desgastes entre elas. Para
evitar este constante desgaste ou possíveis falhas estruturais é possível colocar uma placa de
chumbo entre as superfícies.
287
Figura 348 - Apoio de articulações
4.8.1.1.2. AÇO
Articulações metálicas que estão compostas de duas plataformas com um rolo ou sem rolo,
com a possibilidade de uma movimentação controlada.
4.8.1.2. MÓVEIS
Articulação que permite a movimentação do apoio, este rolo absorve os esforços de translação
e rotação, sendo uma estrutura muito simples e que suporta pequenos carregamentos. Quando
for necessária maior resistência pode-se configurar um apoio móvel com mais rolos, sendo que
288
esta configuração não permitirá o giro por não ter um eixo de giro, é preciso uma rótula de
rotação, no qual será mais custoso o aparelho.
Articulação que permite a movimentação do apoio, este aparelho tem duas articulações na
base e no topo, podendo ser de concreto ou usinado em aço. Os elementos de concreto têm
certas restrições de deslocamento admissíveis.
São compostas por material elastomérico, configurando-se nos tipos mais simples de apoio.
Consistem em camadas de material elastomérico, separados por chapas de aço de pequena
espessura. Quando são reforçados por estas chapas, se chamam elementos de apoios
elastoméricos fretados.
O material elastomérico tem muita resistência ao envelhecimento, tem um comportamento
ótimo frente às solicitações de uma estrutura. Também existem apoios nos quais o material
elastomérico é contido em uma placa de aço sendo tratado como liquido dentro desta chapa, e
aproveitando todas as propriedades do material na rotação e translação.
289
Figura 353 - Aparelhos elastoméricos
4.8.2. PILARES
O concreto armado é o material mais usado para a execução dos pilares de pontes. A forma
adotada para os pilares depende de altura e da importância dos esforços horizontais.
Os pilares estão constituídos geralmente pelos seguintes elementos:
Onde,
Denominada viga de capeamento;
Denominados como pilares;
Denominado como Bloco.
Então serão descritos os diferentes tipos de pilares por importância dos esforços e pela altura,
como segue:
Estes pilares podem ser maciços ou formados por fustes ou ligados por vigas transversais,
constituindo pórticos de um ou mais vãos.
Nos pilares pequenos os elementos verticais trabalharam em compressão e pelo esforço
horizontal.
290
Figura 355 - Configuração de pilares de pequena altura
Estes estruturas trabalhem a compressão, pelos esforços horizontais e têm maior importância
os efeitos de esbelteza da estrutura, onde se deve garantir que o efeito de flambagen não seja
importante. Os pilares de grande altura são, em geral, projetados com seção retangular oca, de
dimensões constantes ou variáveis. Utiliza-se, também, seção transversal aberta, em forma de
H, com dimensões constantes ou variáveis.
291
Figura 358 - Configuração de pilares de grande altura
4.8.3. ENCONTROS
Onde,
1. Paramento frontal;
2. Alas: Podem ser perpendiculares ao paramento, paralelas aos paramentos ou
inclinadas. Estas alas também podem estar ligadas ou não ao paramento.
292
Os encontros ferroviários normalmente são mais pesados que os das pontes rodoviárias, face
à necessidade de absorver maiores esforços horizontais, devidos à frenagem ou à aceleração
dos trens.
Existem também encontros com laje superior ou inferior. Havendo a necessidade de se
aumentar a massa do encontro, pode-se encher o mesmo total ou parcialmente com brita.
Denominam-se encontros perdidos os apoios extremos, enterrados no terrapleno não servindo
como muros de contenção lateral do mesmo.
Os encontros perdidos podem ser apoiados em estacas ou tubulões, cravados no terrapleno,
ou mesmo em fundações diretas, colocados sobre o aterro compactado.
4.9. INFRA-ESTRUTURA
A escolha da infra-estrutura de uma ponte ou viaduto depende de vários fatores que devem ser
levados em consideração, tais como:
Função;
Topografia local;
Natureza do solo;
Gabaritos a serem obedecidos;
Acessos;
Localização;
Tempo de execução previstos;
Custos disponíveis para a obra.
4.9.1. FUNDAÇÕES
As fundações superficiais são construídas diretamente sobre o solo portante, cuja superfície se
atinge por processos de escavação manual ou mecânica. As fundações superficiais dividem-se
em dois tipos:
4.9.1.1.1. BLOCOS
São construídos com grandes alturas, de modo que não há necessidade de armação na fase
inferior. Eles podem ser construídos em alvenaria de pedra ou de concreto ciclópico. Nos
blocos em concreto, em geral se coloca uma malha de armadura construtiva na fase horizontal
inferior, também para proteger dos efeitos reológicos do concreto.
293
Figura 361 Blocos
4.9.1.1.2. SAPATAS
São projetadas com altura limitada, havendo necessidade de armaduras na face inferior. As
sapatas são, em geral, construídas em concreto armado. No caso de sapatas isoladas estas
são usadas onde se tenha carregamento pontual, e para muros normalmente se faz uso de
sapata corrida.
As fundações profundas são necessárias quando o solo superficial não é capaz de suportar os
efeitos dos carregamentos e, portanto é preciso alcançar maiores profundidades para encontrar
um solo melhor. Para este caso se usa elementos chamados estacas para transmitir o esforço
até um solo adequadamente resistente. As fundações profundas dividem-se em dois tipos:
4.9.1.2. ESTACAS
As estacas usadas nas fundações podem ser de madeira, aço ou concreto. As estacas de
madeira são em geral constituídas de peças roliças, descascadas e secas ao ar. As madeiras
mais utilizadas são o eucalipto, e aroeira e o ipê.
As estacas de aço são formadas por perfis laminados, simples ou compostos. As estacas de
concreto podem ser pré-moldadas ou moldados no local. As pré-moldadas são feitas em
concreto armado ou protendido e posteriormente cravadas no solo. As estacas de concreto
armada no local são construídas com auxilio de um tubo metálico, que pode ser recuperável ou
perdido.
294
CARGA DE
TIPO DE COMPRIMENTO
SEQ DIÂMETRO TRABALHO TIPO DE SOLO
ESTACA MÁXIMO
[TONELADAS]
01 Ø = 15 cm 10 05
PERMANENTEMENTE
02 MADEIRA Ø = 20 cm 15 10 SUBMERSO
03 Ø = 30 cm 30 15
04 Ø = 15 cm 07 04
BROCA SOLO COESIVO
05 Ø = 25 cm 10 06
06 Ø = 20 cm 10 12 ARGILA OU AREIA SEM
STRAUSS
07 Ø = 30 cm 25 15 ÁGUA
08 Ø = 20 cm 20 10
09 PRÉ- Ø = 25 cm 30 12 QUALQUER TIPO DE
MOLDADA SOLO
10 Ø = 30 cm 40 16
11 Ø = 35 cm 60 20
Calcular conforme carga e características do solo
12 AÇO SOLO ROCHOSO
local.
Tabela 122 - Carga de trabalho de estacas
4.9.1.2.1. TUBULÕES
295
Figura 364 - Tubulões
Muros de Gravidade são estruturas corridas que se opõem aos empuxos horizontais pelo peso
próprio. Geralmente, são utilizadas para conter desníveis pequenos ou médios, inferiores a
cerca de 5m. Os muros de gravidade podem ser construídos de pedra ou concreto, gabiões.
296
Figura 365 - Alvenaria de pedra
Estes muros são em geral, economicamente viáveis apenas quando a altura não é superior a
cerca de 4 metros. O muro de concreto ciclópico é uma estrutura construída mediante o
preenchimento de uma fôrma com concreto e blocos de rocha de dimensões variadas. Devido
à impermeabilidade deste muro, é imprescindível a execução de um sistema adequado de
drenagem.
A sessão transversal é usualmente trapezoidal, com largura da base da ordem de 50% da
altura do muro. A especificação do muro com faces inclinadas ou em degraus pode causar uma
economia significativa de material. Para muros com face frontal plana e vertical, deve-se
recomendar uma inclinação para trás (em direção ao terrapleno) de pelo menos 1:30 (cerca de
2 graus com a vertical), de modo a evitar a sensação ótica de uma inclinação do muro na
direção do tombamento para frente.
Os furos de drenagem devem ser posicionados de modo a minimizar o impacto visual devido
às manchas que o fluxo de água causa na face frontal do muro. Alternativamente, pode-se
realizar a drenagem na face posterior (tardoz) do muro através de uma manta de material
geosintético (tipo geotêxtil). Neste caso, a água é recolhida através de tubos de drenagem
adequadamente posicionados.
Os muros de gabião são constituídos por gaiolas metálicas preenchidas com pedras arrumadas
manualmente e construídas com fios de aço galvanizado em malha hexagonal com dupla
torção. As dimensões usuais dos gabiões são: comprimento de dois metros e seção transversal
quadrada com um metro de aresta.
297
A rede metálica que compõe os gabiões apresenta resistência mecânica elevada. No caso da
ruptura de um dos arames, a dupla torção dos elementos preserva a forma e a flexibilidade da
malha, absorvendo as deformações excessivas. As principais características dos muros de
gabião são a flexibilidade, que permite que a estrutura se acomode a recalques diferenciais e a
permeabilidade.
A sua execução é simples e não requer mão-de-obra especializada. Pode ser executado
manualmente com blocos de rochas naturais ou artificiais.
Apresentam geralmente seção transversal, por problemas estéticos e de limitação de espaço,
com face externa vertical e tardoz com degraus internos. Do ponto de vista da estabilidade
recomenda-se a existência de degraus também na face externa com recuo mínimo de 20 cm
entre camadas sucessivas de gabiões.
São estruturas formadas por elementos pré-moldados de concreto armado, madeira ou aço,
que são montados no local, em forma de “fogueiras” justapostas e interligadas
longitudinalmente, cujo espaço interno é preenchido com material granular graúdo. São
estruturas capazes de se acomodarem a recalques das fundações e funcionam como muros de
gravidade.
São constituídos por camadas formadas por sacos de poliéster ou similares, preenchidos por
uma mistura cimento-solo da ordem de 1:10 a 1:15 (em volume).
No local da construção, os sacos de solo-cimento são arrumados em camadas posicionadas
horizontalmente e, a seguir, cada camada do material é compactada de modo a reduzir o
volume de vazios. O posicionamento dos sacos de uma camada é propositalmente
desencontrado em relação à camada imediatamente inferior, de modo a garantir um maior
travamento e, em conseqüência, uma maior densidade do muro. A compactação é em geral
realizada manualmente com soquetes. As faces externas do muro podem receber uma
proteção superficial de argamassa de concreto magro, para prevenir contra a ação erosiva de
ventos e águas superficiais.
298
Esta técnica tem se mostrado promissora devido ao baixo custo e pelo fato de não requerer
mão de obra ou equipamentos especializados
299
4.10.8. MUROS DE TERRA ARMADA
Um dos motivos da utilização do concreto armado como material de construção para muros de
arrimo é a minimização do volume da estrutura de contenção. Além disso, ele resiste aos
esforços de flexão provocados pelo empuxo do solo. O terrapleno também pode atuar como
um estabilizador quando atua sobre o pé do muro de contenção. Desta forma, o conjunto
estrutural age como uma estrutura de gravidade com um tardoz virtual na linha do pé. Os
principais tipos de muros de concreto armado são:
Este tipo de muro composto por uma laje de base, enterrada no terreno de fundação e uma
face vertical é o tipo mais usual de muro de concreto armado. Esta base apresenta uma laje
que apresenta entre 50 e 70 % da altura do muro.
A face do muro trabalha à flexão e, no caso de grandes alturas, pode apresentar vigas de
enrijecimento.
O paramento trabalha à flexão e se necessário pode empregar vigas de enrijecimento, no caso
de alturas maiores.
300
Figura 372 - Muros em L
Estas estruturas compreendem uma parede de concreto armado, com espessura em geral
entre 20 e 30 cm, variando de acordo com as cargas nos tirantes, sendo fixada no terreno
através de ancoragens pré-tensionadas. Isto produz uma estrutura com rigidez suficiente para
minimizar os deslocamentos do terreno.
301
Figura 374 - Muros de cortina atirantados
O tirante é o elemento semi- rígido ou flexível, instalado no solo ou rocha capaz de transmitir
esforços de tração entre suas extremidades. Constitui-se dos seguintes elementos:
Cabeça: extremidade que fica fora do terreno;
Trecho ancorado ou injetado: extremidade que transmite ao terreno a carga de tração;
Trecho livre: trecho intermediário entre a cabeça e o trecho engastado, que transmite
as cargas de tração entre as extremidades.
A pesquisa de defeitos em qualquer dos elementos integrantes da obra será precedida de sua
avaliação funcional, onde serão avaliados seus aspectos geométricos e funcionais, como
paralelismo entre elementos, deformações, deslocamentos, rotações, assim como possíveis
desvios de função do elemento como um todo ou de um ou mais de seus componentes.
Sempre que detectada qualquer irregularidade ou desvio, cujas causas e implicações não
pareçam claras ao inspetor, caberá a este programar e agendar reunião específica, com a
302
participação dos especialistas, visando à obtenção de dados e informações que permitam uma
avaliação, mais precisa da ocorrência, principalmente no que tange a causas e efeitos (GAF).
Durante a realização da inspeção será também realizada a avaliação das condições de
drenagem do e/ou na região do elemento, considerando as condições de abrigo às
intempéries, condições de escoamento das águas das chuvas e possibilidades de deterioração
por presença de água.
Assim como em qualquer das situações, qualquer ocorrência detectada deverá ser registrada
com a maior riqueza de detalhes possíveis, sempre acompanhada da representação gráfica
esquemática da situação.
Qualquer outra falha, defeito ou deficiência verificada na obra em si ou em sua periferia, que
possa representar qualquer implicação sobre essa, quer no aspecto de segurança, como na
questão da durabilidade, ainda que de forma eventual, deverá ser objeto de registro por parte
do inspetor, ocasião na qual será pesquisado o maior número possível de informações sobre a
ocorrência, sendo este objeto de análise criteriosa pela equipe de inspeção, assim como de
medidas e providencias complementares em função da natureza e gravidade das condições
observadas.
Os defeitos incidentes nos elementos integrantes da estrutura serão caracterizados e
registrados, em função da natureza da estrutura onde incide, conforme a seguir:
O efeito resultante da atuação dos agentes de deterioração das estruturas de concreto se faz
sentir inicialmente nos pontos fracos da estrutura. A seguir apresenta-se a descrição
sintetizada das anomalias típicas e mais freqüentes no concreto de pontes e contenções. Estas
anomalias devem-se a diversos fatores, desde problemas intrínsecos do concreto armado e
protendido e seu envelhecimento, agravados pela presença de ambientes agressivos, até
procedimentos inadequados de execução, de projeto ou utilização.
Estes fenômenos são, em geral, manifestados através dos principais tipos de ocorrências
mencionados a seguir:
Fissuras;
Concreto desagregado;
Concreto segregado;
Concreto disgregado;
Erosão do concreto;
Cobrimento insuficiente;
Eflorescência;
Umidade ou infiltração;
Falhas em reparos;
Corrosão de armadura, cabos e bainhas de protensão;
Esborcinamento do concreto;
Perda de aderência.
4.12.1.1. FISSURAS
As fissuras são descontinuidades ou fendas que ocorrem no concreto e que podem levar os
componentes de uma estrutura a perder suas características de integridade, de segurança, de
durabilidade, de impermeabilidade e demais requisitos fixados na sua concepção.
Em todas as estruturas de concreto as fissuras, em quantidade e características variáveis,
podem se manifestar após poucas horas de execução de concretagem, após dias, semanas ou
mesmo após anos.
A correta classificação da fissura, quanto à sua origem e dimensões, é essencial para a
escolha da técnica e dos materiais adequados para seu reparo.
A posição das fissuras nos elementos estruturais, sua abertura, seu espaçamento e
configuração podem indicar a causa ou as causas que as motivaram.
Além disso, após sua manifestação e evolução, as fissuras podem apresentar aberturas que
variam ao longo do tempo (fissuras ativas ou evolutivas) ou apresentarem-se estabilizadas
(fissuras inativas e estáveis).
303
Assim, as fissuras são classificadas quanto às causas que as provocaram, quanto à sua
gradação e seu comportamento.
Causas
As causas da fissuração são várias e cada causa produz em geral panoramas típicos de
fissuras. Conhecendo a causa que provoca determinada fissura numa peça, é possível prever
o quadro que poderá se configurar, esquematizar o fenômeno e determinar suas possíveis
conseqüências.
304
Figura 378 - Fissura por corte
305
Figura 380 - Fissura por torção
Fissuras de tração: Podem ocorrer ao longo de peças que trabalham como tirantes e
pendurais, tendendo a seccionar a seção transversal das mesmas, e em vigas e paredes
suportes de outros elementos estruturais, junto aos apoios dos mesmos. Eles se manifestam
na direção perpendicular à de aplicação das cargas de tração e são geralmente causadas por
insuficiência de armadura para absorver estas cargas;
Fissuras de punção: São fissuras causadas em geral por excesso de cargas
concentradas, em elementos com espessuras delgadas, concreto de resistência inadequada,
armaduras insuficientes e/ou mal posicionadas, entre outros fatores. A configuração típica é
tronco-cônica contornando a carga concentrada, em forma de teia de areia, em planta;
Gradação:
A gradação das fissuras é determinada pela dimensão de sua abertura média na superfície de
concreto. A faixa de variação padrão das aberturas de fissuras compreende:
306
Figura 382 - Gradação das fissuras
307
Figura 384 - Concreto disgregado
4.12.1.6. EFLORESCÊNCIA
308
Figura 387 - Eflorescência
Esta ocorrência pode ser encontrada em reparos executados em épocas passadas, por
defeitos congênitos ou perda de vida útil do material de reparo.
309
Figura 389 - Falhas em reparo
Entende-se a corrosão como sendo a interação destrutiva do aço com o ambiente, seja por
reação química ou eletroquímica do meio ambiente, aliada ou não a esforços mecânicos.
O processo é nitidamente visível, pois os produtos da corrosão têm predominantemente
coloração vermelho-marrom-acastanhada e, sendo relativamente solúveis, escorrem pela
superfície do concreto, manchando-o.
A corrosão das armaduras / cabos e bainhas de protensão deverão estar associadas à outra
patologia registrada no mapeamento, e ainda deverão seguir a classificação abaixo:
Armaduras Expostas: Indevidamente protegidas pelo cobrimento insuficiente, concreto
poroso, fissuração do concreto, segregação, desagregação, disgregação do concreto, entre
outros. (Barra com fina camada de óxido de ferro)
Armaduras Expostas e Corroídas: Indevidamente protegidas que sofreram o processo
de corrosão do aço. Entende-se por corrosão a interação destrutiva do aço com o ambiente,
seja por reação química ou eletroquímica. (Barra com carepas sem perda substancial de seção
do elemento).
Armaduras Fortemente Corroídas: Armaduras indevidamente protegidas que sofreram
forte processo de corrosão, comprometendo 10% ou mais de sua seção original. (Barra com
carepas e perda evidente de seção do elemento).
Armaduras Seccionadas e Rompidas: Foram assim consideradas as barras de
armaduras seccionadas e/ou rompidas, expostas pela agressividade e/ou choques mecânicos.
310
Figura 390 - Corrosão no aço
Efeito que pode ter conseqüências graves para a estrutura, e pode ocorrer entre dois concretos
de idades diferentes, na interface de duas concretagens ou entre as barras de aço das
armaduras. As perdas entre concreto e armaduras ocorrem por: corrosão do aço,
assentamento plástico do concreto, dilatação ou retração excessiva das armaduras, aplicação
nas barras de aço de preparados inibidores da corrosão e falta de confinamento da armadura.
311
Figura 392 - Perda de aderência
312
4.13.2. CORROSÃO NA CABEÇA DOS REBITES, PARAFUSOS E SOLDAS
Cabeça dos rebites é o primeiro ponto a ser atacado pela corrosão. Normalmente são
destruídas as cabeças dos rebites de face superior das mesas da viga de alma cheia ou cordas
superiores e inferiores de treliça, bem como os rebites de contraventamento, tanto superior
quanto inferior. Também são muitos suscetíveis à corrosão, os rebites das ligações longarinas
e transversinas.
Ocorrência de avarias nas montantes e diagonais de cabeceira das treliças e no topo das vigas
de alma cheia, causadas pelo impacto de portas abertas de vagões e objetos posicionados fora
do gabarito ferroviário. O impacto de composições ferroviárias tem causado, em casos
extremos, a ruína de algumas pontes, especialmente treliças.
Os dormentes devem se apoiar unicamente sobre a mesa superior das vigas principais ou
sobre a mesa superior das longarinas em pontes com estrado. Quando o entalhe não é bem
feito, os dormentes se apóiam sobre as ligações ou sobre os perfis do contraventamento
transmitindo parte da carga vertical para estas peças, podendo levar a ruptura das peças ou
afrouxamento das ligações;
4.13.6. DESCARRILAMENTO
Causa de sérios danos nos contraventamentos das longarinas e mesas superiores das
transversinas, em maior proporção quando os entalhes dos dormentes estiverem maus feitos
ou em mal estado.
4.13.7. FADIGA
313
como longarinas, transversinas e vigas de pequeno vão. A maioria de trincas de fadiga aparece
em detalhes de soldagem.
Os defeitos nos aparelhos de apoio prejudicam a movimentação das estruturas sob efeito de
variações de temperatura ou esforços externos, podendo dar origem a elevadas tensões não
previstas nas mesmas.
4.14.1. ELASTOMÉRICOS
314
Figura 395 - Deformações excessivas
4.14.2. METÁLICOS
Acúmulo de detritos sobre as caixas de viga, facilitando a corrosão dos apoios e peças
adjacentes. A corrosão e o acúmulo de detritos nas caixas de viga, muitas vezes impedem total
ou parcialmente a dilatação das pontes:
Brando: Caracteriza-se pela ocorrência de pequenos pontos localizados de corrosão;
Intenso: Formação de placas (carepas) que se desprendem da área sob corrosão;
Severo: Formação intensa de placas sobrepostas, associada à significativa redução de
seção do elemento ou com pequenos pontos localizados de pite.
315
Figura 396 - Corrosão de elementos perto do apoio
316
da ponte, elaboração de relatórios, a avaliação do estado da obra e as recomendações, que
pode ser de nova vistoria, de obras de manutenção, de obras de recuperação, de reforço ou de
reabilitação.
É importante um bom censo do encarregado da atividade já que os dados e os critérios
tomados para avaliá-las as inspeções são de muita importância como premissa para planejar a
manutenção e a priorização das estruturas. A metodologia básica de uma inspeção será a
detalhada a continuação:
Os requisitos mínimos para realizar, com segurança, uma inspeção confiável são o
planejamento e a programação adequada, estas duas atividades deverão abordar os seguintes
aspectos:
O motivo da inspeção;
O tipo de inspeção;
O dimensionamento da equipe;
Os equipamentos e ferramentas;
Mapeamento dos acessos das estruturas a inspecionar;
A existência de projetos e de relatórios de inspeções anteriores;
O período de ano mais favorável à inspeção registro de chuvas.
317
4.15.3. RECURSOS NECESSÁRIOS PARA REALIZAR AS INSPEÇÕES
Recursos para o acesso na estrutura, recursos necessários para garantir uma inspeção
completa da estrutura, sendo os recursos mínimos os seguintes:
Escada metálica desmontável de 6.0 m, como mínimo;
Escada de marinheiro de corda com 6.0 m, como mínimo;
Corda de 20.0 m;
Luneta de precisão e binóculos;
Facão, picareta e pá.
Em casos especiais como obras de grande altura ou pilares, torna-se necessário a utilização
de outros recursos como são:
Andaimes metálicos;
Escada metálica para acoplar aos guarda-corpos ou guarda-rodas, verificando antes a
integridade da estrutura de suporte;
Veículo provido de braço mecânico com caçamba.
Recursos para garantir a segurança das pessoas encarregadas dos trabalhos devem seguir
todos os padrões de segurança, RAC 01 (trabalhos em altura) e RAC 06 (espaço confinado) e
Regulamento de Operações Ferroviárias (ROF).
Têm-se também alguns equipamentos diversos, que podem desenvolver melhor as atividades
de inspeção das estruturas;
Maquinas fotográfica;
Tintas para identificação de fissuras e falhas de concretagem;
Gravador portátil para fazer anotações;
Material de escritório.
318
A Ferrovia Centro Atlântica - FCA esta composta por 1.653 pontes em 8.023 km é mostrada o
mapa de distribuição da linha férrea.
A Estrada de Ferro Carajás - EFC esta composta por 54 pontes em 892 km é mostrada o mapa
de distribuição da linha férrea.
A Estrada de Ferro Vitoria Minas – EFVM esta composta por 153 pontes em 905 km é
mostrada o mapa de distribuição da linha férrea.
Os dados necessários a cadastrar uma ponte serão descritos a seguir, a qual será o padrão ao
realizar uma relação de pontes.
Deverão tomar-se os dados sempre em ordem da quilometragem.
319
Figura 402 - Orientação para o cadastro de elementos
Podem ser utilizado como base as seções padronizadas a seguir, pode se observar que a
dimensão A, sempre é a maior longitude da seção, a dimensão B é a longitude com segunda
importância e C e D são as espessuras das essas dimensões, podendo ser aumentados com a
terminologia S (superior), I (inferior), E (Esquerda) e D (direita).
As fichas de cadastro e inspeção visual ainda estão sendo desenvolvidas, para poder integrar
adequadamente os processo da SGM.
As inspeções devem ser planejadas para serem realizadas preferencialmente nos períodos de
poucas chuvas, onde os níveis d’água possibilitem melhor visualização das fundações, maior
facilidade de acesso nas pontes e melhores condições de segurança do trabalhador.
Infra-estrutura;
Meso-estrutura;
Superestrutura;
Contenções.
320
identificar processos e situações não previstas. Para qualquer tipo de elementos estrutural
temos que verificar inicialmente o seguinte:
Verificar se existem reparos anteriormente realizados. Caso afirmativo, em que
condições se encontram os reparos, caso sejam encontrados os reparos deteriorados ou em
processo de deterioração serão realizados os mapeamentos;
Identificar e confronte com o projeto o tipo de elemento existente;
Se ocorre alguma manifestação não prevista no presente procedimento, que afete a
estabilidade ou a durabilidade das estruturas ou elementos, devera ser indicada.
A seguir serão mostrados todos os itens que deveram ser verificados, identificados, mapeados
e mensurados nas estruturas.
Infra-estrutura de pontes
Fundações Avarias causadas por choques;
Assoreamento ou erosão junto às fundações;
Existência de sistema de proteção para as fundações, caso afirmativo
em que condição se encontra;
Nivelamento das fundações;
Movimentação vertical, horizontal ou rotacional;
Eventuais trincas e o comportamento delas;
Esmagamento da cabeça das fundações. Comunicar imediatamente
ao engenheiro responsável pela inspeção;
Existência de elementos agressivos ao material das fundações;
Existência de defeitos superficiais na periferia dos elementos;
Existência de deterioração do material constituinte do elemento;
Anormalidades geométricas no elemento;
Funcionamento da drenagem.
Meso-estrutura de pontes
Apoios fixos de Eventuais trincas ou fissuras existentes em cima ou em baixo da zona
concreto armado reduzida, significado da inobservância de distancias mínima entre os limites
de articulação e as faces de concreto, acumulação de esforços transversais;
Eventuais trincas ou fissuras existentes na zona reduzida, significado
de fretagem inadequado;
Depois da existência das trincas ou deterioro do concreto, a corrosão
das armaduras de reforço;
Para articulações de contato, verificar trincas ou desgaste no
concreto, significado de esmagamento do concreto pela compressão
excessiva acontecendo na junta entre elementos;
Trincas das superfícies cilíndricas, significado de insuficiência na
armadura de fretagem.
Apoios fixos Alinhamento dos elementos dos apoios;
metálicos Existência de detritos;
Contato entre elementos, no caso de existir um contato parcial poderá
existir um esforço não estimado nos elementos;
Corrosão nos elementos;
Ruídos nos elementos de apoio, significado de folga nos mesmos.
Apoios moveis Alinhamento dos elementos dos apoios;
Existência de detritos;
Contato entre elementos, no caso de existir um contato parcial poderá
existir um esforço não estimado nos elementos;
Corrosão nos elementos;
Ruídos nos elementos de apoio, significado de folga neles;
Para estruturas pendulares, verificar eventuais trincas ou fissuras
existentes em cima ou abaixo da zona reduzida, significado da inobservância
de distâncias mínimas entre os limites de articulação e as faces de concreto,
acumulação de esforços transversais;
Eventuais trincas ou fissuras existentes na zona reduzida, significado
321
de fretagem inadequado;
Sinais de esmagamento do concreto;
Inclinação dos pêndulos, para temperaturas extremas;
Transmissão dos esforços do apoio está sendo feita de maneira
uniforme para toda a superfície.
Aparelhos Possíveis deslocamentos longitudinais ou transversais;
elastoméricos Travamento da almofada por entulhos ou por defeitos de execução;
Irregularidades como ressecamento das almofadas, fissuras, rasgos
ou trincas;
Esmagamento do neoprene;
Acumulo de água, entulhos ou outros detritos nas proximidades do
apoio;
Presença de casa de insetos (cupins, formigas, abelhas, etc.) no
perímetro dos apoios;
Rotações excessivas do material;
Existência de trincas nos elementos metálicos perto dos apoios;
Existência de eventuais vazamentos do material;
Transmissão dos esforços do apoio está ocorrendo de maneira
uniforme para toda a superfície.
Pilares e Indícios de desaprumo ou desalinhamento do pilar. Caso afirmativo
encontros faça mapeamento e comunique imediatamente ao engenheiro responsável.
Assoreamento ou erosão junto aos encontros;
Indício de avaria causada por choque de embarcação ou veículo;
Evidência de assoreamento com criação de empuxo lateral;
Abertura da junta entre a ponte e o encontro e da junta entre os
encontros e as lajes de transição; abertura não uniforme ou maiores indicadas
no projeto significam que teve movimentação da estrutura;
Aparecimento de eventuais trincas e o comportamento delas;
Defeitos superficiais na periferia do elemento;
Deterioração do material constituinte do pilar;
Evidências da ação de elementos agressivos ao pilar;
Integridade do concreto dos pilares assinale quando forem os casos a
presença de brocas, ninhos, esfolhamentos e esmagamentos;
Cobrimento das armações é suficiente para as proteções das
mesmas;
Desaprumos nos pilares;
Existência de fissuras horizontais na base dos pilares;
Existência de armaduras expostas e avalie o grau de comportamento
das mesmas por efeito da corrosão;
Risco de flambagen dos ferros longitudinais por ação da corrosão dos
estribos;
Rompimento das quinas de face superior dos pilares por proximidade
excessiva dos aparelhos de apoio das bordas da seção;
Em obras providas de travessas de apoio sobre os pilares, verificar a
integridade do concreto e a existência de fissuras;
Juntas das alas com o paramento;
Funcionamento da drenagem;
Superestrutura de pontes
Concreto armado Falha no concreto;
Ocorrência de deformação excessiva (flecha), em especial, no meio
do vão;
Evidências de desaprumo e desalinhamento entre elementos ou do
conjunto;
Ocorrência de fissuras ou trincas;
Defeitos superficiais na periferia do elemento;
Deterioração do material constituinte do elemento;
Evidências de esmagamento ou fissuração nas zonas de junção entre
322
vigas (longarinas e transversinas) ou entre estas e a laje;
Caso de viga-caixão verificar se ocorre o acúmulo de água ou detritos
no interior das estruturas;
Presença de elementos agressivos ao concreto;
Onde exista armadura exposta, verificar corrosão;
Eventuais deslocamentos do estrado;
Danos provocados por impactos ou fogos;
Ângulos agudos onde pode ter trincas;
Áreas perto dos apoios, onde possam ter trincas inclinadas por
conseqüência de um esforço cortante superior ao resistente;
Áreas mais solicitadas à tração onde pode acontecer fissuras e
trincas, verificarem a importância destas trincas e a possibilidade de que as
armaduras já estejam afetadas;
Áreas mais solicitadas à compressão, onde pode acontecer um
esmagamento do concreto;
Áreas perto do dreno, onde pode existir um deterioro pela drenagem
das águas.
Concreto Falha no concreto;
protendido Ocorrência de fissuras ou trincas longitudinais nos flanges ou na
proximidade da ancoragem dos cabos;
Ocorrência de esmagamento do concreto na zona de ancoragem dos
cabos de protensão;
Evidências de ruptura em fios constituintes dos cabos;
Onde exista armadura exposta, verificar corrosão;
Eventuais deslocamentos do estrado;
Se existem protendidos expostos, estes elementos estão expostos a
corrosão muito rápida que pode levar ao colapso frágil;
Excesso de flecha na estrutura, que poderá indicar perda de
protensão;
Deformações excessivas no vão;
Danos provocados por impactos ou fogos;
Para vigas caixão examinar as zonas internas;
Ângulos agudos onde pode ter trincas;
Áreas perto dos apoios, onde possam ter trincas inclinadas por
conseqüência de um esforço cortante superior ao resistente;
Áreas mais solicitadas à tração onde pode acontecer fissuras e
trincas, verificarem a importância destas trincas e a possibilidade do que as
armaduras já estejam afetadas;
Áreas mais solicitadas à compressão, onde pode acontecer um
esmagamento do concreto;
Áreas perto do dreno, onde pode existir um deterioro pela drenagem
das águas.
Metálica Existência de fissuras, trincas ou fraturas estruturais. Em caso
afirmativo realizar mapeamento registrando extensão e abertura máxima.
Comunicar imediatamente ao engenheiro responsável;
Evidência de processo de corrosão eletroquímica;
Defeitos nas soldas. Caso sejam detectados serão identificados,
mapeados e mensurados. Caso o inspetor ache justificável, comunicar
imediatamente ao engenheiro responsável;
Defeitos ou falhas nas ligações parafusadas;
Falhas ou defeitos na junção da estrutura metálica com outros
materiais;
Irregularidades no alinhamento e geometria das peças;
Indícios de deformação (flechas) excessivas nas estruturas;
Elementos com desgaste excessivo;
Pontos de acúmulo de água que possa causar corrosão;
Evidências da presença de elementos agressivos em contato com as
estruturas;
323
Junto nos apoios se existe anomalias de corrosão, perda da seção, já
que são as zonas que contém mais esforços cortantes;
Comprimento dos elementos, verificar se existe corrosão, trincas e
perdas da seção especialmente, onde os esforços flexores sejam maiores;
Avarias nos flanges e nas ligações com as lajes;
Nos elementos secundários, verificar as mesmas avarias
anteriormente citadas;
Acumulação de detritos nos flanges inferiores;
Alguma danificação na pintura;
O mau funcionamento da drenagem;
Existência de fissuras na pintura e se esta já estivesse contaminada
com ferragem verificando se já passou no próprio perfil;
Para vigas caixão, verificar acumulação de detritos nas partes
internas da estrutura;
Para vigas mistas tem que cumprir as condições de uma estrutura
metálica e as de concreto armado.
Treliça metálica Elementos em tração:
Ter especial cuidado nestes elementos já que podem ter uma falha
frágil;
Existência de fissuras e de sinais de corrosão;
Integridade das uniões, sendo de importância a revisão da corrosão
dos elementos já sejam rebites ou pinos;
Os elementos permanecem retilíneos, qualquer deformação muito
grande pode ser indicio de troca do esforço no elemento.
Elementos em compressão:
Existência de fissuras e de sinais de corrosão;
Flambagen nos elementos.
Banzo inferior ou superior:
Fissuração e corrosão;
Existência de detritos acumulados nos elementos.
Vigamento do estrado
Comprimento dos elementos, verificar se existe corrosão, trincas e
perdas da seção especialmente, onde os esforços flexores sejam maiores;
Avarias nos flanges e nas ligações com as lajes;
Acumulação de detritos nos flanges inferiores;
Danificação na pintura;
Mau funcionamento da drenagem;
Existência de fissuras na pintura e se esta estiver contaminada com
ferragem, verificar se já passou no próprio perfil;
Eventuais impactos entre elementos produzidos pela vibração dos
veículos.
Elementos secundários
Comprimento dos elementos, verificar interiormente e exteriormente
se existe corrosão, trincas e perdas da seção especialmente, onde os
esforços flexores sejam maiores;
Contraventamento estão íntegros e alinhados;
Corrosão nas chapas de ligação.
Contenções
Muros de Condição dos drenos curtos e barbacãs;
gravidade Existência de drenagem superficial;
Deterioração dos elementos; verificar o estado de conservação do
concreto da madeira ou do aço;
Existência de sinais de movimentação da estrutura de contenção e
estabilização, tais como recalques, trincas, fissuras e estado de conservação;
Existência de drenagem superficial.
Muros de Condição dos drenos curtos e barbaças;
concreto armado Deterioração do concreto; verificar o estado de conservação do
324
concreto;
Existência de sinais de movimentação da estrutura de contenção e
estabilização, tais como recalques, trincas, fissuras e estado de conservação;
Existência de drenagem superficial.
Cortinas Descontinuidade entre a cortina e o terrapleno adjacente; pesquisar a
atirantadas presença de descontinuidade entre a cortina e o terrapleno;
Alinhamento dos painéis (sentido horizontal); será avaliado o
alinhamento dos painéis na região das juntas;
Recalque relativo entre painéis (sentido vertical); será pesquisada a
ocorrência de recalque diferencial entre módulos adjacentes da cortina;
Verticalidade da cortina será avaliada a verticalidade dos paramentos
com auxílio de prumo de pedreiro;
Presença de fissuras ou trincas; será pesquisada a incidência de
fissuras e trincas estruturais sobre os paramentos;
Falhas de recobrimento das armaduras pesquisar a incidência de
falhas no recobrimento das armaduras, indicando na ocorrência da falha a
área correspondente ao defeito indicando o estado das armaduras no que se
refere à corrosão;
Evidências de colapso dos tirantes; será pesquisada a ocorrência de
colapso evidente de tirantes a ser caracterizada pela presença de
descontinuidade no perímetro da base da proteção;
Corrosão no extremo do tirante; será pesquisada a ocorrência de
corrosão na cabeça do tirante, manifestada pela deterioração da proteção em
concreto do extremo (cabeça).
Tabela 123 – Itens a ser verificados
As inspeções são realizadas para garantir a segurança dos equipamentos conhecidos como
OAE’s. Para garantir a segurança operacional todos estes itens precisam ter garantido a sua
integridade estrutural.
Os planos de manutenção para cada um dos ativos mencionados acima, devem seguir a
estratégia de manutenção conforme sua criticidade.
Cada ferrovia possui a sua criticidade e estratégia de manutenção definida conforme suas
características próprias, neste capitulo tomaremos os dados mínimos para fazer uma analise
de criticidade nos equipamentos.
325
Idade acima de 50 anos
Comprimento do maior
Comprimento total da
Material da ponte
Traçado da via
Viga contínua
concreto
pilares
Treliça
Critérios mínimos de classificação
ponte
vão
da SGM, para a priorização da
manutenção
Segurança (SEG) x x x x x x x x x x x x x x
Meio Ambiente (MA) x x x
Qualidade de produto (QP) x x x x
Custos (CT) x x x x x x x x x x x x
Atendimento ao processo
produtivo (PP) x x x x x x x x x x
Tabela 124 - Critérios mínimos de classificação da SGM, para a priorização da manutenção
Características:
Criticidade no trecho;
Comprimento total da ponte;
Comprimento do maior vão;
Altura máxima do pilar;
Razão do aumento do sobrecarga.
Nestas características serão dadas notas, que chamaremos notas calculadas (Nc), que pode
ser o valor real ou sim / não.
Algumas características como são os comprimentos e altura máxima dos pilares terão que ser
normalizados para obter uma nota normalizada (Nn), sendo para efeito de classificação.
A Nc deverá ser normalizada de forma que os valores resultantes se situem no intervalo entre 0
e 1. Além de restringir os valores no intervalo de 0 a 1, o processo de normalização serve para
anular os efeitos das diferenças de escala. Para tanto, deve-se utilizar a seguinte formulação:
N c N min
Nn
N max N min
Onde,
326
Características Peso
Criticidade do trecho 0,10
Comprimento total da ponte 0,10
Maior vão da ponte 0,10
Altura máxima do pilar 0,05
Razão do aumento de sobrecarga 0,15
Viga continua (Sim = 1 Não = 0) 0,05
Traçado da via (Curva = 1 Tangente= 0) 0,03
Locação do estrado (Sup = 1 Inf = 0) 0,04
Carga contaminante (Sim = 1 Não = 0) 0,03
Curso d’água perene (Sim = 1 Não = 0) 0,02
Idade máxima de 50 anos (Sim = 1 Não = 0) 0,05
Concreto (Sim = 1 Não = 0) 0,03
Aço (Sim = 1 Não = 0) 0,10
Treliça (Sim = 1 Não = 0) 0,15
Tabela 125 - Pesos colocados para cada característica
A criticidade calculada é dada pela soma dos produtos de cada nota normalizada pelos pesos
respectivos, será denominado como Cc:
Cc NnxPeso
A criticidade calculada deverá ser normalizada, como para o caso das notas, obtendo assim
uma criticidade normalizada que chamaremos Cn.
A criticidade pode ser agrupada 01, 02 ou 03, sendo que cada uma corresponde a um range da
Cn, como segue:
O quer dizer que para cada tipo de criticidade teremos um determinado período de inspeção
visual sensitiva, inspeção detalhada e manutenção preventiva.
327
Quando a freqüência estiver especificada como zero, significa que não foi planejado, mas pode
ser realizado se for necessário.
5. GLOSSÁRIO
328
AGULHA RÍGIDA INTEIRIÇA Agulha rígida que se articula através do coice da
agulha.
AGULHA SEMI-ABERTA (AGULHA ARVORADA, AGULHA ARMADA, AGULHA
JURANDO) Agulha parcialmente aberta ou mal ajustada ao trilho de encosto podendo
provocar acidente.
AGULHAGEM Parte do AMV, que possibilita a mudança de direção do veículo
ferroviário. Ë constituída por agulhas, trilhos de encosto, placas de deslizamento e outros
acessórios.
ALARGAMENTO DE CORTE Consiste em escavar os taludes dos cortes, com a
finalidade de aumentar a largura da plataforma de acordo com o gabarito previsto em normas
técnicas.
ALAVANCA DE MANOBRA Alavanca do aparelho de manobra manual, utilizada
para alterar o posicionamento das agulhas de uma linha para outra.
ALINHADORA-NIVELADORA Equipamento mecânico motorizado que efetua o
alinhamento e o nivelamento da via.
ALINHADORA-NIVELADORA SOCADORA Equipamento mecânico motorizado que
efetua o alinhamento e o nivelamento da via, simultaneamente com a soca do lastro.
ALINHAMENTO Consiste nas operações necessárias à colocação das filas de
trilhos em conformidade com a projeção horizontal do eixo da linha em planta.
ALMA Parte do trilho, compreendida entre o boleto e o patim.
ALTURA DE CORTE Diferença de cota entre um ponto do eixo da plataforma e o
solo natural.
ANCORAGEM DO TRILHO (retenção do trilho) Aplicação de dispositivo
destinado a impedir o caminhamento do trilho.
ÂNGULO DA AGULHA Ângulo agudo formado pela Interseção das linhas de bitola da
agulha fechada e do seu encosto.
ÂNGULO DO JACARÉ Ângulo agudo formado pelas linhas de bitola no jacaré.
ANOMALIAS: O efeito resultante da atuação dos agentes de deterioração das
estruturas.
APARELHO DE MUDANÇA DE VIA CÔNCAVO AMV para derivação em curva,
com concavidade no mesmo sentido da via principal.
APARELHO DE MANOBRA Aparelho para movimentar as agulhas, colocando-as na
posição desejada para a passagem do veículo.
APARELHO DE MANOBRA É toda a aparelhagem que permite movimentar as
agulhas, dando passagem para outra via.
APARELHO DE MUDANÇA DE VIA (AMV) É um conjunto de peças colocadas nas
concordâncias de duas linhas para permitir a passagem dos veículos ferroviários de uma para
outra. Compõe-se das seguintes partes principais: agulhas, contra-agulha ou "encosto da
agulha", aparelho de manobra, trilhos de enlace ou de ligação, "coração" ou "jacaré", calços,
coxins e contratrihos.
APARELHO DE MUDANÇA DE VIA À DIREITAAMV que permite a derivação à direita,
visualizada a partir do CMV. (Começo Mudança Via).
APARELHO DE MUDANÇA DE VIA À ESQUERDA AMV que permite a derivação à
esquerda, visualizada a partir do CMV. (Começo Mudança Via).
APARELHO DE MUDANÇA DE VIA AMV-A AMV de origem tecnológica da
A.R.E.M.A. - American Railway Engineering and Maintenance-of-Way Association.
APARELHO DE MUDANÇA DE VIA CONVEXO AMV para derivação em curva,
com concavidade de sentido oposto ao da via principal.
APARELHO DE MUDANÇA DE VIA DE BITOLA MISTA AMV que permite a
passagem de veículos de duas bitolas diferentes.
APARELHO DE MUDANÇA DE VIA DE ELEVAÇÃO GRADUADA AMVA cujas
agulhas são de elevação graduada.
APARELHO DE MUDANÇA DE VIA DE ELEVAÇÃO UNIFORME AMVA cujas
agulhas são de elevação uniforme.
APARELHO DE MUDANÇA DE VIA LATERAL AMV cuja abertura do ângulo do jacaré
fica totalmente do lado de uma das vias do AMV, podendo ser à direita ou à esquerda.
APARELHO DE MUDANÇA DE VIA M (AMVM) AMV com tecnologia européia,
desenvolvido no Brasil, para tipo de trilho de acordo com a NBR 7590 e para agulha de trilho
usinado.
329
APARELHO DE MUDANÇA DE VIA SIMÉTRICO AMV cuja abertura do ângulo
do jacaré é dividida igualmente entre as duas vias ligadas do AMV.
APARELHO DE MUDANÇA DE VIA U (AMVU) AMV de origem tecnológica européia.
APONTADOR É o colaborador encarregado das anotações de campo relativas ao
registro das horas trabalhadas, produção do pessoal em serviço e material aplicado.
APONTAMENTO Operações necessárias ao registro das horas trabalhadas,
improdutivas e de ausência, bem como da produção, material aplicado, etc.
AREEIRO (caixa de areia) Depósito de areia nas locomotivas, dos quais a areia é
lançada sobre os trilhos para aumentar o coeficiente de aderência das rodas sobre eles,
evitando a patinação e o deslizamento.
ARREDONDAMENTO DE CURVA É a colocação das fiadas de trilhos em suas
devidas posições nas curvas, por puxamentos laterais.
AREMA: The American Railway Engineering and Maintenance-of-Way Association.
ARRUELA DE PRESSÃO Arruela que comprime a porca por pressão elástica.
ARRUELA ISOLANTE Arruela que permite isolamento elétrico.
ASSENTADOR DE TRILHO Guindaste ou outro equipamento utilizado para o
assentamento do trilho na via.
ASSENTAMENTO DE AMV Colocação do AMV na sua posição exata, com
dormentação adequada. Instalação de todos os seus componentes no local de sua aplicação
de acordo com o projeto.
ASSENTAMENTO DE AMV Instalação de todos os seus componentes no local de
sua aplicação de acordo com o projeto.
ASSENTAMENTO DE APARELHO DA MUDANÇA DE VIA Colocação aparelho de
mudança de via na sua posição exata, com dormentação adequada.
ATERRO Massa piramidal de solo que se coloca sobre o terreno natural visando
alcançar determinada altura. Na ferrovia ou rodovia a superfície superior constitui a plataforma
ou leito da estrada
AUTOMOTRIZ Veículo autopropulsionado, destinado ao transporte de passageiros,
geralmente empregado para viagens a curtas distâncias, podendo, todavia, rebocar um ou
mais carros. Também conhecido como auto de linha.
AVANÇO DO ENCOSTO DA AGULHA Parte do trilho de encosto compreendida entre
a ponta da agulha (PA) e a junta inicial da chave (CMV - Começo Mudança Via), conforme
representação na figura 2.
AVARIA Danos sofridos durante a viagem pelo veículo ou pela carga
transportada.
BACIA É o nome genérico dado ao conjunto de vales de um rio e de seus afluentes.
BANQUETA DO LASTRO Faixa de lastro superior compreendido entre o topo do
dormente e a crista do lastro.
BANQUETA A parte da plataforma que fica entre o fim do lastro e a valeta, nos
cortes, ou a crista dos aterros. No lastro, é a parte que vai da face do dormente à crista do
lastro.
BARRA DE BITOLA (régua de bitola) Peça com a qual se marca ou controla a bitola
da via, inclusive, às vezes, a gola do contratrilho.
BARRA DE CONJUGAÇÃO Travessa que liga, conjuga e solidariza as agulhas, e
permite o movimento simultâneo das agulhas.
BARRA DE CONJUGAÇÃO AJUSTÁVEL Barra de conjugação que permite a
ajustagem da distância entre as agulhas.
BARRA DE CONJUGAÇÃO FIXA Barra de conjugação que não permite a
ajustagem da distância entre as agulhas.
BARRA DE CONJUGAÇÃO ISOLADA Barra de conjugação fixa ou ajustável, que
impede o fechamento do circuito de via de sinalização.
BARRA DE REFORÇO (REFORÇO DA AGULHA) Barra que se ajusta à alma do
trilho da agulha, em ambos os lados da mesma, para dar maior rigidez.
BARRA DE TRILHO É o tamanho em que os trilhos são fornecidos. Normalmente
em comprimento de 12; 18; e 24 metros.
BASE DO LASTRO Superfície inferior do lastro que se apóia no sublastro ou na
plataforma.
BASE DO SUB-LASTRO Superfície inferior do sub-lastro que se apóia na
plataforma.
330
BERMA DO ATERRO É o degrau inserido em aterro de grande altura, visando
melhorar a estabilidade.
BIFURCAÇÃO Ponto em que uma linha férrea se decompõe em duas.
BITOLA DE RODEIRO Distância entre pontos das rodas de mesmo rodeiro mais
próximo aos trilhos, medida perpendicularmente às linhas de bitola.
BITOLA ESTREITA Via férrea com distancia entre os trilhos inferiores a 1,435 m.
BITOLA LARGA Linha com distancia entre os trilhos superiores a 1,435 m. - No
Brasil, é a bitola de 1,600 m.
BITOLA MÉTRICA Via férrea com distancia entre os trilhos igual a 1,000 m.
BITOLA MISTA Via férrea com três ou mais trilhos, para permitir a passagem de
veículos com bitolas diferentes.
BITOLA STANDARD (internacional) Via férrea com distancia entre os trilhos igual a
1,435 m, oficialmente adotada pela Conferência Internacional de Berna, em 1907.
BITOLA É a distância entre as faces internas dos boletos dos trilhos, tomada na
linha normal a essas faces, 16 mm abaixo do plano constituído pela superfície superior do
boleto.
BIZELAMENTO Ação pela qual são removidas as arestas vivas dos topos e dos
furos dos trilhos.
BLOQUEIO Sistema de licenciamento a intervalo de espaço em que um trem que
circule no trecho fica bloqueado por sinais instalados nas extremidades desse trecho.
BOCA DA SEÇÃO DE CORTE Distância entre as cristas opostas do corte, medida na
seção considerada.
BOLETO Parte superior do trilho, sobre a qual deslizam as rodas dos veículos.
BOLSÃO Depressão na plataforma da linha, dentro da qual a água penetra e fica
confinada.
BONDE ("Bond", conexão) Condutor elétrico de pequeno comprimento, geralmente
de cobre, que é ajustado ou soldado na extremidade dos trilhos de uma junta, a fim de manter
a continuidade de circuito de via e ainda, o retorno da corrente nas vias eletrificadas.
BOTA FORA: local selecionado para depósito do material remanescente de escavação.
BRITA É a denominação dada às pedras quebradas nas dimensões determinadas
pelas normas técnicas.
BROCA Ferramenta empregada em equipamentos de furação.
BROCA CHATA PARA TRILHOS Ferramenta especial empregada na furação do
trilho.
BRUNORIZAÇÃO Tratamento, patenteado, do trilho pelo calor, consistindo
essencialmente na homogeneização do aço.
BUCHA DO COICE DA AGULHA Bucha que permite o aperto do parafuso do
coice, sem prejudicar a articulação da agulha.
BUEIRO Dispositivo de drenagem constituído por tubos de concreto, ferro
fundido, aço galvanizado ou ainda tubos plásticos (rib loc, Armco e outros). Sua vazão é
determinada em função da bacia hidrográfica e da precipitação anual na região, podendo ser
simples (uma seção de vazão), dupla (duas seções de vazão), tripla, etc.
BUEIRO DE GREIDE: dispositivo que visa à coleta e condução das águas superficiais
provenientes de cortes ou da plataforma.
BUEIRO DE GROTA: dispositivo que visa conduzir os cursos d’água situados em
fundos de vale, permitindo a transposição de talvegues pela ferrovia.
BURRO Guindaste ferroviário destinado a trabalhos de manutenção da ferrovia.
CABEÇA DO TRILHO (BOLETO) Parte superior do trilho, sobre a qual deslizam
as rodas dos veículos.
CABECEIRA Pequeno vale úmido, geralmente pouco pronunciado, onde existe
nascente de curso d'água.
CABINE Local onde se acha instalado o comando da sinalização e da
movimentação das chaves. Existem cabines de controle mecânico (por meio de alavancas em
conexão com os sinais e chaves) ou automático (elétrico). Certas cabines controlam ainda as
cancelas das passagens em nível.
CAB-SIGNAL Sinal automático instalado no compartimento do Maquinista ou na
cabine de uma locomotiva que indica uma condição de circulação de um trem, usado em
conjunto com sinais fixos ou em substituição aos mesmos.
331
CADASTRO DA LINHA Conjunto de informações da linha férrea, especialmente planta
cadastral, perfil, documentos, características da superestrutura, das obras de arte, das
edificações e das demais instalações.
CADERNO DE ESTUDO (CE) É um documento utilizado para o estabelecimento do
Calendário Programa, onde são anotados os volumes dos serviços a executar e quantidade de
material a substituir no ano (dados obtidos na prospecção), e dimensionados os efetivos das
turmas de manutenção com base nos coeficientes de produção.
CAIXA DO APARELHO DE MANOBRA Parte do aparelho de manobra que contem as
engrenagens e/ou componentes mecânicos do mesmo.
CALÇAMENTO DA VIA Primeiro nivelamento e socaria da via, para permitir a
circulação dos trens com segurança relativa e evitar a deformação dos trilhos.
CALÇO LATERAL DA PERNA DIREITA Calço do jacaré que se ajusta entre a
perna direita e o coração, para assegurar a gola.
CALÇO LATERAL DA PERNA ESQUERDA Calço do jacaré que se ajusta entre a
perna esquerda e o coração, para assegurar a gola.
CALÇO DE DILATAÇÃO Peça com perfil e dimensões adequadas, que se coloca
na junta livre dos trilhos para lhe graduar a abertura.
CALÇO DIANTEIRO Calço do jacaré que se ajusta entre a perna direita e a perna
esquerda para assegurar a garganta.
CALÇO DO COICE DA AGULHA Calço separador, que garante a distância da
agulha do seu trilho de encosto no coice da agulha, para mantê-la devidamente afastada do
seu encosto e permitir a passagem dos frisos das rodas.
CALÇO DO CONTRATRILHO Calço separador fixado com parafusos entre o encosto
e o contratrilho, localizados nos extremos e/ou centro, para manter a gola adequada à
passagem dos frisos das rodas
CALÇO DO ENCOSTO Peça de vários tipos, fixada na parte externa da agulha ou
interna do encosto, destinada a limitar a flexão das agulhas nas passagens das rodas.
CALÇO EXTREMO Calço do contratrilho instalado na extremidade do mesmo para
assegurar a gola.
CALÇO INTERMEDIÁRIO Calço do contratrilho instalado no centro do mesmo,
para assegurar a gola.
CALÇO TRASEIRO Calço do jacaré que se ajusta entre os calcanhares para
assegurar o angulo do jacaré.
CALÇOS São peças de AMV, de ferro fundido, aparafusadas entre os trilhos e
contratrilhos, ou entre a agulha e contra-agulha e têm por finalidade de manter invariável a
distância entre eles.
CAMADA FINAL: parte do aterro constituída de material selecionado, situada entre o
greide da terraplanagem e o corpo do aterro.
CAMINHAMENTO DO TRILHO Deslocamento longitudinal e intermitente do
trilho, motivado geralmente pela variação de temperatura, vibração das cargas móveis,
aceleração e desaceleração por frenagem dos veículos.
CAMINHO DE FRISO Abertura preparada no boleto para permitir à roda cruzar o
trilho em sentido transversal.
CANAL DO TRILHO Cavidade limitada pelas superfícies inferior do boleto, lateral da
alma e superior do patim.
CANCELA Estrutura móvel de madeira ou metal para fechar e proteger uma
passagem em nível.
CAPACIDADE DO VAGÃO Quantidade calculada segundo as características de
fabricação do vagão, como sendo o limite de carga do veículo. - Limite em volume ou peso até
o qual o vagão pode ser carregado. - No caso de vagão aberto, o limite (ou a lotação) é dado
pelo gabarito do carregamento.
CAPINA MANUAL Remoção de vegetação que se executa com ferramentas
manuais.
CAPINA MECÂNICA Remoção de vegetação que se executa com equipamentos
mecânicos.
CAPINA QUÍMICA Remoção de vegetação que se executa com produtos
químicos.
CAPINA Ato de destruir a vegetação na plataforma da via férrea.
332
CARRO CONTROLE Equipamento capaz de registrar graficamente, a situação do
alinhamento, nivelamento e bitola da via.
CENTRO DO CONTRATRILHO Ponto que divide o contratrilho simetricamente.
CHANFRO DO JACARÉ Chanfro que se faz na extremidade da perna para
evitar choque da roda do veículo ferroviário com o jacaré, ao penetrar na gola, vindo pela
saída.
CHAPAS DE JUNÇÃO Acessório de fixação dos trilhos. Chapa de aço ou ferro
colocada nas juntas dos trilhos, em ambos os lados, fixada por meio de parafusos.
CHAVE Dispositivo do AMV constituído de agulhas, trilhos de encosto, placas
de deslizamento e outros acessórios, que encaminhe os veículos de uma para a outra via.
CHAVE ABERTA (CHAVE FEITA) Chave posicionada para a direção de tráfego
desejada.
CHAVE BLOQUEADA (CHAVE TRAVADA) Chave que para ser manobrada exige a
liberação do sistema de bloqueio.
CHAVE COM TRAVADOR ELÉTRICO Chave operada manualmente com travador
elétrico. Travada em posição normal, a fim de impedir que venha a ser utilizada sem prévia
autorização.
CHAVE DE MOLA Chave que por pressão de mola e travação, mantém-se sempre
em posição de permitir o prosseguimento do trem pela mesma via. O trem, vindo da outra via
ligada ao aparelho de mudança de via, transpõem a chave em sentido contrário, abrindo a
agulha por pressão do friso da roda. Chave equipada com mecanismo de mola regulado para
restabelecer a posição normal das agulhas após a passagem do trem.
CHAVE ELÉTRICA Chave manobrável com máquina de chave.
CHAVE FALSA (DESCARRILADEIRA) Dispositivo de segurança instalado em uma
linha, para impedir a mudança acidental ou não autorizada de trens ou veículos para uma linha
principal ou outras linhas. As chaves descarriladeiras poderão ser operadas manual ou
eletricamente. No caso de uma locomotiva ou veículo passar o sinal fixo indicando PARADA,
entrará em desvio interrompido e descarrilará. - Chave colocada em determinados pontos,
como saída de pátios com grandes declives, para desviar vagões para desvios mortos ou
mesmo descarrilá-los em casos de disparos, visando evitar acidentes mais graves.
CHAVE FECHADA (CHAVE DESFEITA) Chave posicionada para direção
diferente da direção do tráfego desejada.
CHAVE MANUAL Chave manobrável através de aparelho de manobra manual.
CHAVE TRANCADA Chave que para ser manobrada exige a liberação do dispositivo
de tranca.
CHICOTE Extremidade livre de um triângulo de reversão.
CICLO DE MANUTENÇÃO DA LINHA É a repetição periódica dos serviços de
manutenção em determinado trecho.
COICE DA AGULHA Parte extrema da agulha, oposta à ponta da agulha, que se
articula com o trilho de ligação.
COMBOIO Trem, série de carros e vagões rebocados por locomotiva.
COMPOSIÇÃO O conjunto de carros e/ou vagões de um trem, formado segundo
critérios de capacidade, tonelagem, tipos de mercadorias, etc.
COMPRIMENTO DA AGULHA Distância medida ao longo da agulha, entre as suas
extremidades mais afastadas segundo a linha de bitola.
COMPRIMENTO DA PERNA DO JACARÉ Distância entre o pé e a ponta teórica
do coração.
COMPRIMENTO DO AMV Distância entre CMV (começo mudança da via) e FMV
(final mudança da via) em linha reta.
COMPRIMENTO DO JACARÉ Distância entre a extremidade dianteira e a traseira do
jacaré, passando pela ponta teórica.
COMPRIMENTO TEÓRICO DA AGULHA Distância medida entre o vértice teórico
e o final da agulha, seguindo a linha de bitola.
COMPRIMENTO ÚTIL DO DESVIO Distância entre os marcos de entrevia ou entre
marcos de entrevia e o batente ou pára-choque.
CONSERVAÇÃO DE JUNTAS São as operações necessárias à retirada da pregação
da junta, sua desmontagem, substituição das talas e acessórios imprestáveis (parafusos,
porcas e arruelas), sua limpeza, lubrificação, colocação de calços, remontagem e repregação.
333
CONSOLIDAÇÃO DA FIXAÇÃO Consiste em reapertar ou rebater as peças de
fixação dos trilhos, manual ou mecanicamente.
CONTATOR Equipamento elétrico destinado a conectar ou interromper a
alimentação elétrica de um determinado circuito.
CONTRA RAMPA Trecho em declive que sucede imediatamente a outro em
aclive.
CONTRA-AGULHA Trilho de encosto da agulha. Geralmente são peças usinadas a
partir dos trilhos, adaptadas para servir de encosto da agulha.
CONTRAPESOMassa de posição regulável ou não, fixada na alavanca de manobra de
AM manual, destinado a manter as agulhas na posição desejada.
CONTRATRILHO Peça de trilho ou estrutura metálica assentada paralelamente
ao trilho de lados opostos do jacaré, com as pontas adequadamente curvadas ou bizeladas,
destinada a guiar o rodeiro, através do friso da roda que passa entre ambos, impedindo que
outra roda bata na ponta do jacaré.
CORAÇÃO Bloco maciço central, fixo, pertencente ao jacaré.
CORPO DA AGULHA Parte intermediária da agulha entre a ponta e o coice, podendo
ser simples ou reforçada na alma, quando a agulha é feita de trilhos usinados.
CORREÇÃO DE BITOLA São operações necessárias à ajustagem da distância
entre as duas filas de trilhos à medida padrão, mediante retirada da fixação antiga,
tarugamento dos furos velhos, marcação da distância correta (bitola), nova furação e fixação
completa.
CORTE A MEIA ENCOSTA Corte com secção transversal triangular.
CORTE COM TALUDE EM BANQUETAS Corte em que o talude é construído
com banquetas sucessivas, em geral para diminuir velocidade das águas pluviais e melhor
escoá-las, assim como melhorar a sua estabilização.
CORTE CONSOLIDADO Aquele que se apresenta estabilizado.
CORTE EM CAIXÃO Corte em que os taludes formam ângulo reto com a plataforma.
CORTE RAMPADO Corte cujos taludes são inclinados.
CORTE Escavação feita no terreno natural para preparo do leito da ferrovia,
rodovia ou arruamentos e sua colocação em nível preestabelecido.
COTA ABSOLUTA É aquela calculada em função da Referência de Nível do mar.
COTA DO GREIDE Aquela do ponto do greide da via, em relação a plano de
referência arbitrário.
COTA DO TERRENO Aquela de ponto do terreno em relação a plano de referência
arbitrário.
COTA RELATIVA É aquela calculada em função de uma referência de nível
arbitrada.
COTA VERMELHA Diferença entre a cota de terreno e a de greide, em piquete de
locação de eixo da estrada.
COTA Posição altimétrica. Pode ser relativa ou absoluta.
COXINS São chapas colocadas sob as agulhas do AMV, e mantidas sempre
lubrificadas, pois sobre elas deslizam as agulhas, quando movimentadas.
CREMALHEIRA Sistema de tração usado em certas estradas nos trechos de
rampa muito íngreme. - Barra de ferro dentada, assentada entre os trilhos, na qual uma roda
motora da locomotiva, também dentada, se acopla, em movimento de rotação, permitindo a
tração da composição.
CRISTA DE CORTE Linha de interseção do talude de corte com o terreno natural.
CRISTA DO LASTRO Limite lateral do coroamento do lastro, onde começa o talude.
CRISTA DO SUB-LASTRO Limite lateral do coroamento do sublastro, onde
começa o talude.
CRITICIDADE: é um atributo de um equipamento, associado à conseqüência de uma
eventual falha. Quanto maior a conseqüência da falha do equipamento maior a criticidade do
mesmo.
CRUZAMENTO APARAFUSADO Aquele cujas partes constitutivas são
aparafusadas.
CRUZAMENTO FERROVIÁRIO É o cruzamento de duas ou mais linhas
ferroviárias, no mesmo nível.
CRUZAMENTO OBLÍQUO Aquele em que os eixos das vias que se cruzam
formam ângulo diferente de noventa graus (90º).
334
CRUZAMENTO RETO Aquele em que os eixos das vias que se cruzam formam
ângulo de noventa graus (90º).
CRUZAMENTO RÍGIDO Aquele que é fundido em uma só peça.
CRUZAMENTO Interseção de uma via férrea com outra; peça usinada com
trilho e contra-trilho, ou peça maciça com caminho de friso, que permite à roda seguir em uma
das vias atravessando a outra.
CRUZA-VIAS Espécie de carretão que se move dentro de uma vala, em sentido
perpendicular às diversas linhas. - Sobre o estrado do carretão (que fica no mesmo nível das
linhas) são assentados trilhos, onde o veículo é colocado, movendo-se então o cruzavias até a
linha para onde o veículo será transferido. - Aparelho de inversão do sentido dos veículos. -
Estrutura provida de trilhos, instalada dentro de um fosso à altura do nível das linhas. -
Colocada a locomotiva nesse aparelho, é ele movimentado, descrevendo um círculo, de forma
a inverter a posição da locomotiva. - Também é empregado para transferir veículos de uma
linha para outra, manobras, etc. - O virador é, geralmente, instalado nos depósitos de
locomotivas ou oficinas de reparação.
CURVA CIRCULAR COMPOSTA Aquela que é formada de curvas com raios
diferentes.
CURVA CIRCULAR SIMPLES Aquela que mantém mesmo raio em toda a extensão.
CURVA DE CONCORDÂNCIA (curva de transição) Aquela que permite a
passagem suave de trem entre dois alinhamentos ou entre dois greides.
CURVA DE CONCORDÂNCIA HORIZONTAL Aquela que é intercalada entre a
tangente e a curva circular e vice-versa, para nela se efetuar a distribuição gradativa da
superelevação.
CURVA DE CONCORDÂNCIA VERTICAL Aquela que é intercalada entre dois
greides com taxas de inclinação diferentes.
CURVA DE TRANSIÇÃO Aquela que permite a passagem suave de trem entre
dois alinhamentos ou entre dois greides.
CURVA DESLOCADA Aquela que saiu ou foi movida da posição primitiva, por
qualquer causa ou objetivo.
CURVA PRIMITIVA Aquela que foi locada no primeiro estabelecimento do traçado.
CURVA REVERSA Curva circular que sucede a outra de sentido contrário (ou seja,
com o centro do lado oposto), sem trecho reto, também conhecido como tangente mínima
intercalada entre elas.
CURVA Trecho de traçado de uma estrada em que o alinhamento muda
continuamente de direção, tanto em planta como em perfil.
CURVADOR DE TRILHO Macaco especial ou máquina que arqueia o trilho para
dar-lhe a curvatura designada.
CURVATURA MÉDIA DO TRAÇADO Quantidade de ângulos centrais por
quilômetros de linha, isto é, a soma dos ângulos centrais de todas as curvas de um traçado,
dividida, pela extensão total do mesmo traçado, em quilômetros.
DEPRESSÃO Abatimento de plataforma com alteração do greide de projeto.
DERIVAÇÃO Direção que é desviada pelo AMV.
Derivação à direita Derivação que é procedida para a direita do AMV.
DERIVAÇÃO À ESQUERDA Derivação que é procedida para a esquerda do AMV.
DESCOBRIMENTO DA LINHA Consiste nas operações necessárias à retirada do
lastro da linha até a face inferior do dormente, de modo a deixá-lo completamente livre.
DESEMPENAMENTO DO TRILHO Ato de retirar as deformações de trilho
provocadas por momentos tensores e/ou fletores.
DESENVOLVIMENTO DA CURVA Extensão da curva entre seus pontos inicial e
final
DESGUARNECEDORA Equipamento que retira o lastro, procede a sua
limpeza, sua graduação e a reposição na via do material aproveitável.
DESMONTE DA VIA Ato de arrancar a superestrutura da via permanente.
DESVIO ATIVO É aquele que é provido de chaves de mudança de via
em ambas as extremidades, oferecendo condições de entrada e saída de trens ou veículos
ferroviários.
DESVIO DE CRUZAMENTO Aquele que se destina a permitir o cruzamento de trens
que circulem numa mesma via férrea principal
335
DESVIO MORTO É aquele que é provido de uma única chave de mudança de
via, apresentando na outra extremidade, um batente delimitatório de seu comprimento útil. A
entrada e saída de veículos ferroviários se faz numa só extremidade.
DESVIO PARTICULAR É um desvio concedido a uma empresa industrial ou
comercial.
DESVIO Direção que é permitido pelo AMV, podendo ser lateral ou simétrico.
DETECTOR DE DEFEITO DO TRILHO Aparelho que acusa e registra defeitos
do trilho.
DIAGRAMA DAS FLECHAS Representação gráfica das flechas medidas no trilho
externo da curva, ou dessas flechas já corrigidas, usadas, para o arredondamento da curva.
DIAGRAMA DO PERFIL Reprodução esquemática da planta do projeto, na parte
inferior do perfil, com indicação da posição das curvas, seu estaqueamento e suas
características.
DISCO (QUEIJO) Contrapeso em formato de disco utilizado em aparelho de
manobra manual.
DISFARCE DO RODO Distribuição gradativa da superelevação do trilho externo, em
geral começando na tangente vizinha e terminando no PC ou no PT da curva.
DISPOSITIVO DE TRANCA Dispositivo mecânico, em geral dotado de cadeado,
que permite impedir que a chave seja manobrada por pessoa não autorizada.
DORMENTADORA Máquina destinada a aplicar ou retirar dormente sob os trilhos
assentados na via férrea.
DORMENTE DE AÇO Aquele fabricado de aço laminado e prensado, de acordo com
dimensões e perfil pré-estabelecidos.
DORMENTE DE CONCRETO Dormente fabricado em concreto podendo ser armado
ou concreto protendido, bi-bloco (concreto e aço) e monobloco.
DORMENTE DE MADEIRA Feitos de madeira atendem às especificações em que
são fixadas as qualidades da madeira, dimensões, tolerância, etc.
DORMENTE ESPECIAL Dormente serrado em dimensões especiais, utilizado
normalmente em pontes e aparelhos de mudança de via.
DORMENTE FALQUEJADO É aquele produzido a golpes de machado e serrado
apenas nos topos.
DORMENTE TRATADO É aquele tratado com preservativos que visam o
prolongamento de sua vida útil.
DORMENTE Peça de madeira, concreto, concreto protendido ou ferro, onde os
trilhos são apoiados e fixados e que transmitem ao lastro parte dos esforços e vibrações
produzidos pelos trens.
DRENAGEM Escoamento das águas superficiais e subterrâneas, ou abaixamento do
nível do lençol freático, visando manter seca e sólida a infra-estrutura da linha.
DRENO DE FUNDAÇÃO Empregado nas bases saturadas de corpo de aterro.
DRENO DE GROTA Empregado para esgotar as águas do antigo talvegue.
DRENO FRANCÊS (OU CEGO) Consiste de valetas revestidas com mantas
geotexteis preenchidas com material granular (pedra britada, cascalho ou pedregulho), de
grande permeabilidade e que funciona como verdadeira galeria filtrante.
DRENO PROFUNDO COM TUBULAÇÃO É aquele onde a vazão do lençol é
muito alta, necessitando de tubos para escoamento. Os tubos são perfurados e são fabricados
de concreto, aço e atualmente plástico.
DRENO SUB-HORIZONTAL Utilizado para rebaixar o lençol freático, empregando
tubos revestidos com certa inclinação em relação ao plano horizontal.
EIXO DA VIA FÉRREA Lugar geométrico dos centros da via.
EMPRÉSTIMO: local ou área de onde se escava solo para suprir a deficiência ou
insuficiência de material necessário para aterro.
ENCAIXAR A LINHA Operações necessárias ao preenchimento, com lastro dos
vazios existentes na grade formada pelos dormentes e trilhos.
ENCARRILADEIRA Aparelho utilizado para auxiliar a reposição sobre os trilhos de
veículos descarrilados.
ENCOSTO DA AGULHA Peça de trilho em que se encosta a agulha.
ENCOSTO DA AGULHA CURVO Trilho de encosto da agulha, ao qual se ajusta
a agulha destinada a assegurar a passagem do veículo ferroviário, sem desviá-lo.
336
ENCOSTO DA AGULHA DIREITA Trilho de encosto da agulha, ao qual se ajusta
a agulha direita
ENCOSTO DA AGULHA ESQUERDA Trilho de encosto da agulha, ao qual se ajusta
a agulha esquerda
ENCOSTO DA AGULHA RETO Trilho de encosto da agulha, ao qual se ajusta
a agulha destinada a desviar o veículo ferroviário.
ENCOSTO DO CONTRATRILHO Trilho da via, oposto ao jacaré, ao qual, através
de calços, é aparafusado o contratrilho
ENDURECIMENTO DO TRILHO Tratamento térmico do boleto do trilho, para
aumentar-lhe a resistência à abrasão.
ENROCAMENTO Pedras jogadas ou arrumadas nos pés de aterros para defesa
contra a erosão destes pela águas que os banham e, também, nos pilares e encontros de
pontes para evitar o solapamento de suas fundações - Operações necessárias à colocação de
pedras visando resguardar das águas as bases das obras de infra-estrutura da linha ou de
construções diversas.
ENTALHAÇÃO DE DORMENTE Operações necessárias ao desbastamento da
parte superior do dormente visando preparar uma superfície perfeitamente plana ou com
declive padrão, destinado ao encaixe do patim do trilho ou placa de apoio.
ENTALHADEIRA Máquina usada para entalhar dormentes.
ENTRADA DO JACARÉ Parte do jacaré entre o pé e a ponta do coração
ENTRADAS SUPERIORES OU INFERIORES DE DESVIOS A entrada de um desvio
é chamada de ENTRADA SUPERIOR quando estiver localizada no ponto de quilometragem
maior, e de ENTRADA INFERIOR quando localizada no ponto de quilometragem menor.
ENTRELINHA MÍNIMA Menor entrelinha prefixada para permitir a circulação segura de
dois trens lado a lado.
ENTRELINHA Distância entre as linhas de bitola dos trilhos mais próximos de duas
vias férreas adjacentes.
ENTREVIA MÍNIMA Menor entrevia prefixada para permitir a circulação segura de
dois trens lado a lado.
ENTREVIA Distância de eixo a eixo de duas vias férreas adjacentes.
ENXÓ Ferramenta com lâmina curva e gume reto, usada geralmente na entalhação de
dormente de madeira.
EPI: Equipamento de Proteção Individual.
EQUIPAGEM Pessoal de serviço a bordo das composições.
ESCARIFICADORA Equipamento que abre no lastro, o espaço necessário à
introdução do dormente na via, sob os trilhos.
ESCOAMENTO DE PONTA DO TRILHO Escoamento do metal do boleto que
ocorre nas extremidades do trilho nas juntas.
ESCORA DE ENCOSTO Peça para fixação do rilho de encosto da agulha,
separada ou fazendo parte integrante das placas de deslizamentos, colocada na parte externa
destes e fixada às mesmas.
ESCORA DE ENCOSTO AJUSTÁVEL Escora de encosto que permite mais de uma
posição.
ESCORA DE ENCOSTO DO CONTRATRILHO Escora de encosto rígida para apoio do
contratrilho.
ESCORA DE ENCOSTO RÍGIDA Escora de encosto que só permite uma
determinada posição.
ESFORÇO DE TRAÇÃO É a força necessária para mover um veículo ou trem
sobre os trilhos.
ESMERILHADEIRA FIXA Equipamento que esmerilha trilho e também as
rebarbas de soldas, só operável em estaleiro.
ESMERILHADEIRA Equipamento que esmerilha trilho e também as rebarbas de
soldas.
ESPAÇAMENTO DE DORMENTE Distância de eixo a eixo ou de centro a centro
de dois dormentes contíguos de uma mesma via.
ESPLANADA Parte da faixa de domínio, adjacente a estações, oficinas ou outras
dependências, geralmente de maior largura do que a faixa de domínio na linha corrida. Em
algumas regiões é o termo empregado para designar pátios.
ESTAÇÃO COMPOSITORA Instalação fixa onde os trens são formados e triados.
337
ESTAÇÃO INICIAL A primeira estação mencionada na tabela de qualquer trem.
ESTAÇÃO INTERMEDIÁRIA Estação localizada entre a estação inicial e o terminal.
ESTAÇÃO RECOMPOSITORA É aquela onde os trens são manobrados para nova
triagem.
ESTAÇÃO TERMINAL A estação mencionada por último na tabela de qualquer trem.
ESTAÇÃO Instalação fixa onde param os trens. - Dependência da ferrovia onde
são vendidas passagens, efetuados despachos, arrecadados os fretes, entregues as
expedições, etc. - O mesmo que agência, embora esta expressão tenha maior emprego para
designar os escritórios de despachos situados fora dos trilhos. - Local onde os trens podem se
cruzar ou ultrapassar e compreende igualmente o edifício ali construído para a realização dos
serviços que lhe são próprios e para acomodação dos passageiros e ou cargas.
ESTOJO DA AGULHA Peça destinada a proteger a agulha em áreas
pavimentadas, constituída por uma base e duas paredes laterais, sendo uma delas o encosto
FACE EXTERNA DA AGULHA Face da agulha voltada para o respectivo
encosto
FACE INTERNA DA AGULHA Face da agulha voltada para o eixo da via
FAIXA DE DOMÍNIO (FAIXA DA ESTRADA) Faixa de terreno de pequena largura
em relação ao comprimento, em que se localizam as vias férreas e demais instalações da
ferrovia, inclusive os acréscimos necessários à sua expansão.
FAZER A CHAVE (ABRIR A CHAVE) Ato de posicionar a chave para a direção de
tráfego desejada.
FIXAÇÃO COM PLACA DE APOIO Fixação feita com a interposição, entre o trilho
e o dormente, da placa de apoio.
FIXAÇÃO DA VIA Manutenção da posição, em planta, da superfície de rolamento
da via, mediante ancoragem do dormente no lastro.
FIXAÇÃO DUPLAMENTE ELÁSTICA Aquela em que o trilho é fixado por dispositivo
duplamente elástico, que permite ao trilho pequeno deslocamento em sentido vertical e
pequena rotação em sentido transversal, assim reduzindo a intensidade das vibrações na
fixação.
FIXAÇÃO ELÁSTICA Aquela em que o dispositivo de fixação é simplesmente
elástico, sendo rígido o apoio do patim.
FIXAÇÃO RETENSORA Aquela capaz de impedir o caminhamento das fiadas
de trilhos.
FIXAÇÃO RÍGIDA Aquela em que o trilho é fixado ao dormente por prego de linha
ou tirefão, com ou sem interposição de placa de apoio, formando conjunto rígido.
FIXAÇÃO Dispositivo para fixar os trilhos, mantendo a bitola da via e impedindo
e/ou reduzindo o caminhamento dos mesmos.
FOGUEIRA DE DORMENTES Estrutura de emergência construída de
dormentes trançados e travados.
FOLGA DE JUNTA Espaço livre deixado entre dois trilhos ou duas barras
consecutivos, a fim de lhes permitir a dilatação.
FOSSO Obra de arte corrente destinada a impedir o acesso de pessoas, de
animais ou de veículos rodoviários à faixa da estrada.
FREIO DE VIA Dispositivo instalado na via, para redução de velocidade de veículo (em
geral usado nos pátios de manobra por gravidade).
FUEIROS Peças de madeira ou metálicas (pedaços de trilhos), fixadas em
sentido vertical, por meio de alças metálicas, nas laterais dos vagões plataforma (prancha),
visando fixar os carregamentos de madeira, lenha, dormentes, pedra de lastro, etc.
FUGA DA VIA FÉRREA Denominação usual dada a qualquer deslocamento
sensível da via férrea em relação à sua posição em planta.
FURADEIRA DE DORMENTE Equipamento que fura dormentes, para introdução de
prego de linha ou de tirefão.
FURADEIRA DE TRILHOS Equipamento que fura a alma de trilhos, para
introdução do parafuso de tala de junção.
GABARITO DE CANAL Dispositivo auxiliar utilizado para furação das
extremidades de trilhos visando a obter correspondência exata de furação com as das talas ou
para verificação de furação das extremidades dos trilhos ou das talas.
GABARITO DE ESTAÇÃO Gabarito de via que indica o espaço livre para
passagem de trem na via mais próxima à plataforma da estação.
338
GABARITO DE JUNTA Dispositivo que gradua a folga da junta do trilho.
GABARITO DE LINHA CORRIDA Gabarito de via, entre estações (abrange uma
ou mais vias férreas).
GABARITO DE TRILHOS Peça que se ajusta ao perfil do trilho para controle de
sua seção ou para verificação de seu desgaste.
GABARITO DE VIA Seção transversal reta necessária à passagem livre de trem ou
veículo, referida ao boleto.
GABARITO DINÂMICO Aquele que não deve ser transposto pelo material rodante em
circulação nas condições mais desfavoráveis admissíveis. Levando-se em conta, além, das
condições assinaladas para o gabarito estático, os deslocamentos mais desfavoráveis do
sistema de suspensão, qualquer que seja a causa (força centrífuga não compensada,
superelevação, movimentos anormais e outras).
GABARITO ESTÁTICO Aquele que não deve ser transposto pelo material
rodante estacionado nas condições mais desfavoráveis possíveis, resultantes de considerar os
jogos e desgastes máximos admissíveis do sistema de rolamento e da suspensão, assim como
do apoio do truque com a caixa e do contato do trilho com o friso, considerando-se neste caso,
só os desgastes admitidos para o friso.
GARFO Ferramenta com dentes longos, usada no manuseio de pedras
britadas.
GARGANTA DO JACARÉ A parte mais próxima entre os trilhos convergentes das
pernas do jacaré
GARROTEADA (VIA FÉRREA EM COTOVELO) Aquela que apresenta forte
redução no raio da curva (garrote), por movimento lateral da via.
GIRADOR Estrutura com movimento de rotação em torno do apoio central e que
suporta um segmento de linha, usado para inverter a posição da locomotiva ou outro veículo
ferroviário em substituição ao triângulo de reversão ou à pêra.
GOLA Espaçamento entre o trilho de encosto e o contratrilho ou entre as pernas do
jacaré e o coração, destinado a passagem do friso da roda
GRADIENTE Expressão da inclinação da via em perfil dada em percentual.
GRAMPO ANTI-RACHANTE Dispositivo aplicável por cravamento no topo de
dormente de madeira, para evitar ou restringir o seu fendilhamento.
GRAMPO ELÁSTICO Peça usada na fixação elástica para prender o trilho a placa de
apoio.
GRAMPO Acessório de fixação dos trilhos.
GRAU DA CURVA Ângulo central que compreende uma corda de vinte metros
(20m).
GREIDE DA VIA Conjunto de posição altimétricas dos pontos da superfície de
rolamento da via férrea.
GREIDE É a posição, em perfil, do eixo da estrada.
GROTA É a superfície côncava, apertada relativamente profunda, formada por
duas vertentes que se encontram.
GUINCHO Aparelho para levantar pesos, mover vagões executando tarefas
análogas às do guindaste.
HEADWAY Intervalo entre trens.
HECTOMÉTRICO Marco colocado de cem em cem metros, ao lado direito da
linha, subdividindo o intervalo entre dois marcos quilométricos.
HIPERESTÁTICA: Estrutura na qual o número de reações que seus apoios oferecem
for maior que o necessário para mantê-la em equilíbrio.
HOMENS HORA [HH] É a soma das horas consumidas pelo total de homens que
executam determinado serviço.
ID: Inspeção Detalhada.
INCLINAÇÃO DO TALUDE DO CORTE Relação entre as projeções vertical e
horizontal da linha de maior declive do talude.
INCLINAÇÃO DO TALUDE DO LASTRO Relação entre as projeções vertical e
horizontal da linha de maior declividade do talude do lastro.
INCLINAÇÃO DO TRILHO Inclinação que é dada ao trilho, em relação ao plano
vertical e para o interior da via (pela placa de apoio ou pela entalhação do dormente).
INDICAÇÃO DE SINAL Um aspecto indicativo transmitido por um sinal fixo ou
cab-signal.
339
INDICADOR DE VIA Dispositivo de sinalização ligado ao aparelho de manobra, para
indicar a direção da via franqueada à passagem de veículos.
INFRA-ESTRUTURA Parte inferior da estrutura. Nas pontes e viadutos, são os
encontros e os pilares, considerando-se o vigamento como superestrutura. Na via permanente,
a infra-estrutura é tudo que fica da plataforma para baixo
INTERCÂMBIO DE VAGÕES Regime de tráfego, acordado por duas empresas, em
que os vagões de uma ferrovia são livremente aceitos (nos entroncamentos de bitola idêntica)
para circular nas linhas de outra e vice-versa.
ISOSTÁTICAS: Estruturas na qual o número de reações que seus apoios oferecem for
o necessário para mantê-la em equilíbrio.
IVS: Inspeção Visual-Sensitiva.
JACARÉ Dispositivo que permite o cruzamento de dois trilhos, possibilitando a
passagem das rodas numa ou noutra linha de bitola
JACARÉ COM NÚCLEO REMOVÍVEL Jacaré com um núcleo central fundido e
aparafusado a trilhos
JACARÉ CURVO Jacaré com uma das pernas curva.
JACARÉ DE TRILHOS Jacaré formado com segmentos de trilhos usinados, com ponta
em bizel, ajustados e solidarizados por meio de parafusos.
JACARÉ DUPLO Jacaré especialmente destinado à via férrea mista
JACARÉ FIXO Jacaré cujo coração é rigidamente fixado.
JACARÉ GUIA RODA Jacaré especial, com ressaltos laterais, que guiam a roda
dispensando o contratrilho.
JACARÉ MACIÇO Jacaré fundido em uma peça inteiriça.
JACARÉ MÓVEL COM APARELHO Jacaré móvel, cujo coração é movimentado
através de um aparelho.
JACARÉ MÓVEL COM MOLA Jacaré móvel que é acionado pelo friso da roda,
mantendo-se em posição constante através da ação de um dispositivo de mola.
JACARÉ MÓVEL Jacaré em que uma das pernas, por pressão de mola, fecha o
espaço entre ela e a ponta do coração, mantendo contínua a superfície de rolamento na
direção da via principal e que é afastada pelo friso da roda, que se encaminha para a outra via.
JACARÉ RETOJacaré cujas linhas de bitola são duas retas
JACARÉ SIMPLES Jacaré destinado à via férrea de uma única bitola
JUNTA ALTERNADA Aquela que se situa aproximadamente a meia distância das
juntas consecutivas dos trilhos da fiada oposta. Também calculada a sua distância em três
vezes a bitola.
JUNTA APOIADA Aquela em que os topos dos trilhos se apóiam completamente
sobre dormente.
JUNTA ARRIADA Aquela com desnível para baixo.
JUNTA COM RESSALTO Aquela com desnível entre os topos dos trilhos
consecutivos.
JUNTA DE DILATAÇÃO Dispositivo especial que permite a expansão e a
contração das barras de trilhos em conseqüência de variações de temperatura.
JUNTA DE TRANSIÇÃO (junta de conexão) Tala especial para a junção de trilhos
de pesos diferentes.
JUNTA DESENCONTRADA Aquela que se situa em local diferente da junta da fiada
oposta.
JUNTA EM BALANÇO Aquela em que os topos dos trilhos não são apoiados sobre
dormente.
JUNTA ISOLADA Aquela que é preparada para impedir a passagem de corrente
elétrica entre os dois trilhos consecutivos.
JUNTA LAQUEADA Aquela que apresentando nivelamento aparente, desnivela-se
rapidamente com a passagem da carga móvel e volta em seguida à posição primitiva.
JUNTA LEVANTADA Aquela com desnível para cima.
JUNTA LIVRE Aquela que possui folga adequada para permitir a livre dilatação dos
trilhos.
JUNTA PARALELA Aquela que fronteia a junta da fiada oposta.
JUNTA SECA Emenda de emergência que se faz por ocasião de acidentes com os
trilhos, aplicando os parafusos apenas em uma extremidade do trilho.
340
JUNTA SOLDADA Conexão de trilhos ou barras de trilhos obtida por soldagem,
após a remoção das talas.
JUNTA TOPADA Aquela cuja folga desapareceu.
JUNTA Conexão de dois trilhos ou duas barras de trilhos consecutivas, obtida
pelo ajustamento e fixação das talas de junção.
LAQUEADO (bolsão) Depressão no leito da linha onde a água penetra e fica
confinada.
LASTRAMENTO Colocação de lastro e sua soca, com alinhamento e
nivelamento da via.
LASTRO (Trem de) Trem em serviço da ferrovia no transporte de pedras britadas,
cascalho ou saibro para lastro das linhas e também outros materiais de via.
LASTRO DE PEDRA Aquele constituído de pedras britadas ou quebradas, ou de
seixos rolados.
LASTRO PADRÃO Aquele em que o material é homogêneo e composto de pedras
britadas, com dimensões máxima e mínima fixadas por normas técnicas.
LASTRO SUJO OU CONTAMINADO Aquele que perdeu a permeabilidade
necessária.
LASTRO Parte da superestrutura ferroviária que distribui uniformemente na
plataforma os esforços da via férrea transmitidos através dos dormentes, impedindo o
deslocamento dos mesmos, oferecendo suficiente elasticidade à via, reduzindo impactos e
garantindo eficiente drenagem e aeração.
LEQUE DE VIAS Denominação dada ao conjunto de vias férreas radiais,
convergindo para um girador.
LEVANTE DO LASTRO (alçamento do lastro) Colocação de camada do material de
lastro sob o dormente, com objetivo de estabelecer ou restabelecer o greide da via.
LIMITES DE MANOBRA O trecho da linha principal ou desvios, limitados pelos
marcos de manobra.
LIMPEZA DE BUEIROS Consiste na retirada dos materiais acumulados nos
bueiros, incluindo a limpeza e abertura das valas de acesso.
LIMPEZA DO CORTE Consiste na retirada de pedras soltas ou perigosas para a
segurança da linha, bem como da vegetação, terra solta do corte e acerto do talude.
LIMPEZA DO LASTRO Compreende a remoção do lastro de pedra da via, eliminação
das partículas causadoras da obstrução da drenagem com auxílio de garfo ou equipamentos
mecânicos e reposição da pedra limpa na via.
LINHA (linha férrea) Conjunto de trilhos assentados sobre dormentes, em duas filas,
separadas por determinada distância, mais acessórios de fixação, aparelhos de mudança de
via (chave etc.) e desvios, onde circulam os veículos e locomotivas, podendo ainda, num
sentido mais amplo, incluir os edifícios, pontes, viadutos, etc., - Via férrea ou conjunto de vias
férreas adjacentes, em que se opera o tráfego ferroviário.
LINHA AFOGADA É aquela passível de sofrer invasão pelas águas superficiais
provenientes de chuvas, enchentes de rios, refluxo e outras causas, salvo as de caráter
catastrófico.
LINHA CORRRIDA A que liga dois pátios de estação a estação e cujo uso obedece
a bloqueio.
LINHA DE BITOLA Linha teórica ao longo da face interna do boleto, paralela ao
eixo de trilho e situada a dezesseis milímetros (16 mm) abaixo do plano que tangencia as
superfícies superiores dos boletos.
LINHA DE CLASSIFICAÇÃO Linha reservada para classificação dos trens.
LINHA DE CREMALHEIRA Aquela que é dotada de uma cremalheira fixada aos
dormentes ao longo do eixo da via.
LINHA DE DESVIO Linha acessória, ligada à linha principal por aparelhos de
mudança de via ou chaves, seja diretamente, seja através de outras linhas acessórias.
LINHA DE PLATAFORMA Linha situada junto à plataforma da estação, sobre a
qual circulam os trens de passageiros.
LINHA DE SIMPLES ADERÊNCIA Linha em que o peso da locomotiva, mesmo
nas rampas, é suficiente para produzir a necessária aderência ao trilho, capaz de permitir o
deslocamento, sem necessidade de auxílio de cremalheiras, trilho central, cabos e outros
sistemas.
341
LINHA DE TRAÇÃO FUNICULAR Aquela que é dotada de equipamentos fixos
sobre a via, destinados à movimentação de cabos que tracionem os veículos.
LINHA DE TRILHO (fiada de trilho) Conjunto de trilhos ligados topo a topo
geralmente, sobre dormentes, formando uma fiada de trilhos.
LINHA DUPLA O mesmo que Via Dupla - Duas vias paralelas, sobre o mesmo leito
(mais largo que o de via singela), que se constroem nos trechos de movimento intenso, para
ampliar sua capacidade de tráfego. - São duas linhas principais paralelas cuja corrente de
circulação pode ser feita em qualquer uma delas.
LINHA ELEVADA Aquela cujo leito se situa em plano superior ao de outras linhas
férreas ou de vias públicas circunvizinhas.
MACACO DE CURVAR TRILHO É um macaco especialmente construído para
curvar ou retificar trilho.
MACACO DE JUNTA Macaco de tipo especial para afastar ou juntar as extremidades
de trilhos ou de barras de trilhos, na via férrea.
MACACO DE TRILHO Macaco de tipo especial para curvar ou retificar trilho.
MACACO DE VIA Macaco especial, com unha, usado no alçamento da via
permanente.
MACAQUINHO Trinco de trava de aparelho de manobra.
MADEIRA BRANCA É aquela de menor peso por metro cúbico (leve), pouca
resistência e durabilidade, em comparação com as madeiras de lei.
MADEIRA DE LEI É aquela que, para determinado tipo de construção, apresenta
as características ideais de resistência mecânica e durabilidade, combinadas, conforme o caso,
com as de beleza e cor. Em geral, são assim compreendidas as madeiras pesadas, isto é, as
de peso específico superior a meia tonelada por metro cúbico.
MANOBRAR A CHAVE Ato de movimentar a chave.
MÁQUINA DE CHAVE Conjunto de equipamentos que assegura a operação de uma
chave sob a ação de uma fonte de energia, em geral elétrica.
MÁQUINA DE VIA PERMANENTE Máquina usada nos trabalhos mecanizados de
via permanente.
MARCO DE ENTREVIA Aquele de pequena altura, cravado entre duas vias,
para limitar a posição em que o trem ou o veículo pode estacionar em uma das vias sem perigo
de colisão.
MARCO QUILOMÉTRICO Aquele colocado de quilômetro em quilômetro, ao lado
direito da linha (sentido crescente da quilometragem), com indicação da sua distância a uma
origem prefixada.
MARRETA DE PREGAÇÃO Marreta com dupla cabeça e cabo longo, usado para
cravação de grampo ou de prego de linha no dormente de madeira..
MARTELETE AUTOMÁTICO Máquina que transfere a operação de soca de um
dormente para outro, sem a interferência do operador.
MARTELETE MÚLTIPLO Máquina que efetua a soca, simultaneamente, em
ambas as zonas de socaria do dormente.
MARTELETE Socadora operada manualmente.
MATERIAL METÁLICO Trilhos, seus acessórios e os demais materiais metálicos
utilizados na via.
MATERIAL RODANTE Compõem-se de material de tração, carros de passageiros,
vagões para mercadorias, animais, bagagens, etc.
MORDENTE Peça da escora ajustável que faculta o seu ajuste.
NBR; Normas Brasileiras.
NIVELAMENTO CONTÍNUO Consiste nas operações de colocação da superfície de
rolamento da linha na devida posição em perfil.
NIVELAMENTO DA VIA FÉRREA Colocação ou reposição da superfície de
rolamento da via na devida posição em perfil.
NIVELAMENTO DE JUNTA Consiste na operação de altear isoladamente as juntas,
com socaria dos dormentes de junta e guarda, visando colocá-las no mesmo plano da fila dos
trilhos, correspondente à rampa do trecho onde são executados os trabalhos.
NORMALIZAÇÃO: processo matemático utilizado para anular as diferenças de escala
de variáveis. A aplicação desse processo resulta em valores adimensionalizados e situados no
intervalo entre 0 e 1. É um processo utilizado no cálculo da criticidade dos equipamentos de
infra-estrutura.
342
OBRA DE ARTE ESPECIAL Obra de arte que deva ser objeto de projeto específico,
especialmente: a) túneis; b) pontes; c) viadutos; d) passagens superiores e inferiores especiais;
e) muros de arrimo.
OBRA DE ARTE Consta de: bueiros, pontilhões, pontes, viadutos, passagens
superiores e inferiores, túneis, galerias, muros de arrimo, revestimento, etc.
OBRAS DE ARTE CORRENTE Obra de arte, que por sua freqüência e dimensões
restritas, obedece a projeto-padrão.
PARA-CHOQUE Dispositivo que se instala no extremo de uma via para deter
veículo ferroviário, evitando seu descarrilamento. - Dispositivo para absorver os choques,
colocados nas testeiras de material rodande antigo.
PARAFUSO DE ARTICULAÇÃO DO COICE DA AGULHA Parafuso com rebaixo
ou bucha que permite o aperto da junta, sem prejudicar a articulação
PARAFUSO DE CABEÇA DE MARTELO Parafuso especial de fixação de trilho e
acessórios em dormentes de concreto do tipo patenteado por "Roger Sonneville" (RS).
PARAFUSO DE GANCHO Parafuso especial, de porca, para retenção dos
dormentes nas pontes metálicas de estrado aberto.
PARAFUSO DE TALA DE JUNÇÃO Parafuso de porca, com cabeça saliente e colo
de ancoragem empregado na fixação das talas aos trilhos.
PARAFUSO DUPLO DE DORMENTE Parafuso especial empregado na fixação do
trilho ao dormente de aço.
PARAFUSO PARA JUNTA DO COICE DA AGULHA Parafuso especial que fixa o
coice da agulha ao calço e tala de junção.
PARAFUSO Acessório de fixação das talas de junção aos trilhos.
PARTE RETA DO JACARÉ Distância entre o pé do jacaré e o ponto teórico do
coração.
PASSAGEM DE GADO (PG) Pequena passagem inferior destinada a permitir livre
acesso de animais ao outro lado da faixa da estrada.
PASSAGEM EM NÍVEL [PN] É o cruzamento de uma ou mais linhas com uma
rodovia principal ou secundária, no mesmo nível.
PASSAGEM INFERIOR (PI) Aquela em que a via pública ou estrada passa,
mediante obra de arte apropriada, por baixo da linha férrea; designação também dada à própria
obra de arte.
PASSARELA SUPERIOR (PS) Aquela em que a via pública ou estrada passa,
mediante obra de arte apropriada, por cima da linha férrea; designação também dada à própria
obra de arte.
PASSARELA Aquela destinada a pedestres, podendo servir a animais e pequenos
veículos.
PATIM (Sapata ou Patim do Trilho) Base do trilho constituída pela mesa mais larga
do duplo T através da qual é apoiado e fixado.
PÁTIO Grande área de terreno, mais ou menos nivelada. Áreas externas em torno das
estações, oficinas, depósitos etc., onde se colocam desvios. - Área de esplanada em que um
conjunto de vias é preparado para formação de trens, manobras e estacionamento de veículos
ferroviários e outros fins.
PÉ DE CABRA (alavanca) Alavanca com uma das extremidades achatadas,
curvada e chanfrada em "V", usada na retirada de prego de linha.
PÉ DO CORTE Linha de interseção da superfície da plataforma com a do
talude.
PÉ DO JACARÉ Extremidade da perna do Jacaré na qual se liga o trilho
intermediário interno, ou de ligação.
PÉ DO LASTRO (pé do sub-lastro) Linha de interseção do talude do lastro (ou do
sub-lastro) com a respectiva superfície de apoio.
PEDRA DE LASTRO Pedra com granulométrica apropriada para lastreamento de via
férrea.
PERA Via férrea acessória destinada a inverter a posição do trem por marcha direta.
PERFIL DA AGULHA Perfil do laminado com que é feita a agulha.
PERFIL Projeção vertical do terreno, que contém o eixo da via caracterizando
suas posições altimétricas.
PERNA DIREITA Perna do jacaré, situada à direita
PERNA DO JACARÉ Parte do jacaré onde se ligam os trilhos intermediários
343
PERNA ESQUERDA Perna do jacaré, situada à esquerda
PESO DO TRILHO Peso, em quilograma, de um metro de trilho (kg/m).
PILOTO Um funcionário habilitado designado para acompanhar um trem quando
o Maquinista não estiver familiarizado com as características físicas e ou normas da ferrovia a
ser percorrida pelo trem, sendo também responsável pela condução do trem.
PLACA "GEO” Placa de apoio especial fixada por tirefão ao dormente, na qual o patim
do trilho se encaixa e é fixado por castanha ajustada por parafuso, arruela e porca.
PLACA AMORTECEDORA (coxim) Placa interposta entre o patim do trilho e a
placa de apoio ou entre o patim do trilho e o dormente, para absorção das vibrações
decorrentes dos esforços dinâmicos.
PLACA BITOLADORA (SOLEIRA) Placa de deslizamento inteiriça ou com ligação
intermediária (para isolamento elétrico), abrangendo os dois trilhos localizados sob a ponta da
agulha e encosto, para manter a bitola da via.
PLACA DE APOIO DO CONTRATRILHO Placa de apoio que permite a fixação
do contratrilho e seu encosto ao dormente
PLACA DE APOIO Placa metálica padronizada interposta e fixada entre o patim do
trilho e o dormente de madeira, para melhor distribuição dos esforços e melhor fixação do trilho
ao dormente.
PLACA DE DESLIZAMENTO Placa de apoio para encosto e agulha, com
comprimento adequado para permitir o deslizamento da agulha sobre ela
PLACA ELÁSTICA Placa pequena que firma elasticamente o patim do trilho ao
dormente.
PLACA GÊMEA Placa de apoio com garras, que se aplicam aos pares, em
posição contrária, para fixação de trilhos de ligação, do jacaré e de trilhos além do jacaré.
PLANO HORIZONTAL DO TRILHO Plano paralelo à superfície inferior do patim e
que contém o eixo do trilho.
PLANO TRANSVERSAL DO TRILHO Plano ortogonal ao eixo longitudinal do trilho.
PLANO VERTICAL DO TRILHO Plano ortogonal à superfície inferior do patim e
que contém o eixo longitudinal do trilho.
PLANTA CADASTRAL DA LINHA Planta da linha férrea, com todas as
instalações e próprios contidos na sua faixa de domínio, inclusive os limites desta com as
propriedades confrontantes.
PLANTA DO PROJETO Projeção horizontal da faixa de domínio e do eixo da
via férrea.
PLATAFORMA DA ESTAÇÃO Piso junto à via férrea destinado a facilitar a
movimentação de pessoas nas operações de embarque ou desembarque ou de coisas, nas
operações de carga ou descarga.
PLATAFORMA DA LINHA (leito, subgreide) Superfície superior da infra-estrutura.
PLATAFORMA DO CORTE Superfície de solo limitada pelas linhas dos pés do
talude.
PONTA DA AGULHA Parte extrema, afilada, da agulha que se ajusta ao trilho de
encosto
PONTA DO CORAÇÃOParte extrema do coração
PONTA DO TRILHO CURTO Extremidade do trilho curto, que se ajusta ao trilho
longo, para formar o coração.
PONTA NÃO REMOVÍVEL Ponta da agulha sem parte removível.
PONTA REMOVÍVEL Ponta da agulha cuja parte mais sujeita a desgaste é
removível.
PONTE Obra de arte que tem por fim permitir a construção da linha sobre cursos d
água, braços de mar, etc.
PONTO COMUM À CURVA CIRCULAR [PCS] É o ponto comum à curva circular e à
curva de concordância.
PONTO COMUM À CURVA DE CONCORDÂNCIA [PSC] Ponto comum à curva
de concordância e à curva circular.
PONTO DE CURVA [PC] Ponto de passagem da tangente para a curva.
PONTO DE CURVA À DIREITA [PCD] É o ponto de curva à direita, no sentido
crescente do estaqueamento ou da quilometragem.
PONTO DE CURVA À ESQUERDA [PCE] É o ponto de curva à esquerda, no
sentido crescente do estaqueamento ou da quilometragem.
344
PONTO DE CURVA COMPOSTA [PCC] Ponto comum a duas curvas circulares
de raios diferentes.
PONTO DE INTERSEÇÃO [PI] Ponto de interseção de duas tangentes consecutivas
de traçado.
PONTO DE TANGÊNCIA [PT] Ponto de passagem da curva para a tangente, no
sentido crescente do estaqueamento ou da quilometragem.
PONTA TEÓRICA DA AGULHA Ponto de interseção das linhas de bitola da
agulha e do seu encosto
PONTA TEÓRICA DO CORAÇÃO Ponto de interseção das linhas de bitola que se
cruzam no jacaré
PORCA DUPLA Porca especial utilizada na escora ajustável.
PÓRTICO Equipamento capaz de efetuar a retirada ou o assentamento de grades
(painel) ou de dormentes, transportando-os para ou de local conveniente.
PREGO ASA DE BARATA Prego de linha cuja cabeça lembra a forma da cabeça
de barata.
PREGO CABEÇA DE CACHORRO Prego de linha cuja cabeça lembra a forma de
cabeça de cachorro.
PREGO DE LINHA Prego robusto, de seção geralmente quadrada, tendo uma das
extremidades em gume e a outra com cabeça apropriada à fixação do trilho ao dormente de
madeira, com ou sem placa de apoio.
PROSPECÇÃO É o levantamento efetuado para determinar os serviços, mão
de obra e materiais necessários á manutenção da linha.
PROTETOR (Vagão) Vagão extra que se coloca em um trem para proteção das
cargas quando se trata de transporte de peças de grande comprimento.
PROTETOR DE PONTA DA AGULHA Peça destinada a impedir que os frisos das
rodas dos veículos ferroviários danifiquem a ponta da agulha.
PUA Ferramenta constituída de um arco com giro completo, em cuja extremidade se
ajusta a broca de furar madeira.
PUNHO Braçadeira ou placa aparafusada, que liga a agulha à barra de
conjugação.
PUXAMENTO DA VIA FÉRREA Colocação ou reposição da superfície de
rolamento da via na devida posição em planta.
PUXAMENTO DE CURVA Operações necessárias para efetuar deslocamentos
transversais da linha, visando obter perfeita curvatura da concordância entre duas tangentes de
diferentes direções.
QUEBRA DE BITOLA Mudança de bitola da via férrea.
QUEIMADOR HERBICIDA Aquele que efetua a queima de vegetação no leito da
via, por lança chama (jato de fogo).
RAIO DE CURVATURA DO TRILHO INTERNO Raio com o qual o trilho interno deve
ser assentado
RAIO DE DERIVAÇÃO Raio segundo o qual é procedida a derivação no AMV
RAMAL Trecho de linha que se destaca da linha tronco (principal) da estrada. -
Linha férrea que se deriva de um tronco ferroviário.
RAMPA ASCENDENTE Aquela de gradiente positivo.
RAMPA DE IMPULSO Aquela que é vencida com o auxílio da inércia adquirida pelo
trem.
RAMPA DESCENDENTE Aquela de gradiente negativo.
RAMPA MÁXIMA Aquela de maior inclinação no trecho considerado.
RAMPA Trecho da via férrea que não é em nível.
RECONDICIONAMENTO DO TRILHO Retirada, por processo mecânico, de todas as
deformações permanentes do trilho.
REESPAÇAMENTO DE DORMENTES Modificação do espaçamento existente
entre dormentes.
REFORÇO DE VIA Aumento de capacidade suporte da via, através de medidas
tais como: aumento de peso de trilho; e/ou aumento de taxa de dormentação; e/ou aumento de
espessura do lastro; e/ou reforço de obras de arte.
RÉGUA DE BITOLA Peça com a qual se marca ou controla a bitola da via, inclusive,
às vezes, a gola do contratrilho.
345
REGULARIZADORA Máquina que efetua a regularização das camadas de lastro,
para o assentamento da grade.
REMODELAÇÃO DE LINHA Conjunto de obras na via permanente existente
destinada a reestabelecer as condições técnicas primitivamente existentes.
RENOVADORA Equipamento que retira o lastro, procede a sua limpeza,
rebritagem, graduação e reposição sob a grade, deixando material espalhado e compactado.
RESISTÊNCIA DA CURVA Resistência do movimento de veículos, pela curva.
RETENSÃO DO TRILHO (ancoragem do trilho) Aplicação de dispositivo
destinado a impedir o caminhamento do trilho.
RETENSOR Peça metálica ajustada ao patim e apoiada na face lateral do dormente,
para se opor ao caminhamento do trilho.
RETIFICAÇÃO DE TRAÇADO Modificação do traçado em planta, visando à melhoria
dos transportes por eliminação de curva e/ou aumento de raio de curvas.
RETIFICAÇÃO DE TRILHO Operação mecânica destinada a tornar o mais retilíneo
possível o eixo longitudinal do trilho.
ROÇADA (roçagem) Derrubada da vegetação na faixa da ferrovia.
RODAS DE CARROS E VAGÕES As rodas se compõem de: Aro- parte que rola
sobre os trilhos, friso- saliência lateral, interna, do aro, que impede que as rodas saiam de
sobre os trilhos, - Cubo - parte furada da roda onde é preso o eixo. - Conicidade das rodas -
formato do aro das rodas.
RODEIRO Conjunto constituído do eixo e duas rodas de um veículo de estrada de
ferro.
RONDA Serviço da via permanente, para verificação de ocorrências que
ponham em risco a circulação dos trens.
RONDANTE Trabalhador que executa a ronda.
SAÍDA Parte do jacaré compreendido entre a ponta do coração e o coice
SEÇÃO DE BLOQUEIO (SB) Trecho de linha, com limites definidos, cuja utilização
por trens é governada por licença telegráfica, telefônica, rádio, staff elétrico, sinais de bloqueio
ou de cabina, separados ou em conjunto.
SELETIVO É um telefone especial que permite a um centro de controle chamar
qualquer estação de seu trecho e se comunicar simultaneamente com todas as estações
chamadas.
SELO OU LACRE Colocado nas portas dos vagões, para prevenir violação e
permitir apuração de responsabilidades.
SERRADEIRA Equipamento que serra trilho.
SERVIÇO AUXILIAR DA TURMA São os serviços das turmas, indispensáveis à
execução dos rotineiros de conserva, tais como: transferência de acampamento, sinalização,
apontador, telefonista, etc.
SERVICO DE AUXILIO A TERCEIROS São os serviços executados por
interesse de órgãos estranhos à própria administração, tais como: fiscalização de obras desses
órgãos na faixa da Ferrovia, reparação de desvios particulares, carregamento de materiais
vendidos a terceiros, etc.
SGM: Sistema de Gerenciamento da Manutenção.
SINAL ANÃO Sinal luminoso (de cor) baixo, usado como sinal de bloqueio
sincronizado.
SINAL DE BLOQUEIO AUTOMÁTICO Sinal fixo pertinente a um sistema de bloqueio
automático que governa a entrada numa seção de bloqueio ou rota.
SOCA (socadora) Operação que é efetuada para adensar o material do lastro sob
o dormente.
SOCA AUTOMÁTICA Aquela que é efetuada por equipamento mecanizado
automatizado, apenas controlado por operador.
SOCA MANUAL Aquela que é feita com a soca (ferramenta).
SOCA MECÂNICA Aquela que é feita por meio de martelete operado
individualmente.
SOCA PARA LASTRO Ferramenta com uma extremidade pontiaguda e outra com
formato especial e apropriado para compressão do lastro sob o dormente, por percussão.
SOCADORA DE DUPLA CABEÇA OU DUPLO CHASSIS Máquina que soca,
simultaneamente, dois dormentes.
346
SOCADORA MÚLTIPLA Máquina que transfere a operação de soca de um
dormente para outro sem a interferência do operador.
SOCADORA Máquina que soca o lastro, não dispondo de macacos de nivelamento a
ela acoplados.
SOLDADORA Máquina usada para soldar trilhos ou barras de trilhos.
SOLDAGEM DE TRILHO (soldadura de trilho) Operação feita na via ou em estaleiro,
que consista em unir um trilho a outro, topo a topo, com emprego de processo adequado de
solda.
SUB-LASTRO Parte inferior do lastro, em contato direto com plataforma da linha e
constituída de material mais econômico que o da parte superior, porém capaz de oferecer
suficientes condições de drenagem e ter capacidade de suporte para as pressões que lhe
forem transmitidas.
SUB-RAMAL Uma linha de pequena extensão, partindo de estação ou posto de
licenciamento de um ramal. Sua extensão é compreendida entre a agulha da chave do
entroncamento e a estação terminal.
SULCADORA Equipamento que sulca os dormentes, com corte de serra.
SUPERELEVAÇÃO DO TRILHO EXTERNO Aquela em que o trilho externo é
elevado da grandeza total da superelevação, mantendo-se sem alteração o trilho interno.
SUPERELEVAÇÃO MÁXIMA Maior superelevação compatível com a segurança da
circulação e o conforto do passageiro, consideradas as várias velocidades dos trens.
SUPERELEVAÇÃO PRÁTICA Superelevação inferior à teórica, indicada por
experiência própria da ferrovia.
SUPERELEVAÇÃO TEÓRICA Aquela que faz passar pelo centro da via a resultante
da força centrífuga, promovida pela velocidade máxima e pelo peso do veículo considerado.
SUPERELEVAÇÃO Inclinação transversal dada à via, para contrabalançar os
efeitos da força centrífuga.
SUPERESTRUTURA Parte superior da estrutura da via que suporta diretamente os
esforços dos veículos e os transmite à infra-estrutura.
SUPERFÍCIE TEÓRICA DE ROLAMENTO DE VIA FÉRREA Face superior dos
boletos, sobre a qual se apóiam e se deslocam as rodas do veículo.
SUPERLARGURA Aumento dado à bitola da via em curvas para facilitar a
inscrição da base rígida do material rodante.
TALA DE JUNÇÃO ([TJ) Peça de aço ajustada e fixada, aos pares, por meio de
parafusos, porcas e arruelas, na junta dos trilhos para assegurar continuidade da superfície
teórica de rolamento da via.
TALA DE JUNÇÃO DA AGULHA Tala para junção entre a agulha e o trilho de
ligação no coice da agulha
TALUDE DO CORTE (rampa do corte) Superfície lateral do corte que se estende da
plataforma à crista.
TALUDE DO SUB-LASTRO Superfície inclinada entre a crista e o pé do sub-lastro.
TALUDE A face inclinada de um corte ou aterro; - Superfície inclinada de um
aterro, de um corte ou de lastro.
TALVEGUE: fundo de vale que concentra os cursos d’água perenes ou temporários;
TAMPA DA CAIXA DO APARELHO DE MANOBRA Parte superior da caixa do
aparelho de manobras
TANGENTE Qualquer trecho reto de uma estrada de ferro.
TARA Peso de um veículo vazio. A tara mais a carga útil dão o peso bruto.
TAXA DE DORMENTAÇÃO Quantidade de dormentes por quilômetro de via.
TENAZ PARA TRILHOS Tenaz (ferramenta usada na movimentação de trilhos)
de braços longos, usada na suspensão e/ou transporte manual de trilho.
TERRAPLANAGEM: conjunto de operações de escavação, carga, transporte,
descarga, espalhamento e compactação que modificam a conformação natural do terreno,
visando conformá-lo de acordo com o projeto;
TERRAPLENO: seção resultante das operações de terraplanagem.
TIRANTE (BARRA DE MANOBRA) Barra de comprimento ajustável, que interliga o
conjunto das agulhas do AMV, através da barra de conjugação ao aparelho de manobra.
TIRANTE DE MOLA Tirante utilizado na chave de mola, constituído por um
dispositivo com mola helicoidal.
347
TIREFÃO (TIREFOND) Parafuso especial, empregado para fixar no dormente
de madeira o trilho, a placa de apoio ou ambos, simultaneamente.
TIREFONADEIRA Equipamento que aparafusa ou desparafusa tirefão, podendo,
também aparafusar e desparafusar porcas de parafuso de tala de junção.
TRADO Ferramenta empregada na furação de dormente, possuindo
uma rosca (mosca) em uma extremidade e na outra o olho a que se ajusta um braço para se
imprimir à broca movimento rotativo.
TRAVADOR É a chave que dá acesso a via de circulação e permite ao veículo sobre
trilho entrar ou sair das vias de circulação e pertence a uma SB.
TRAVAMENTO SINCRONIZADO Sistema de controle de um arranjo de bloqueios
e ou rotas cujos sinais fixos e dispositivos são interligados de maneira que suas indicações se
sucedam em seqüência apropriada e sejam regidas pelas regras de travamento sincronizado.
Pode ser operado manual ou automaticamente
TRAVESSÃO Conjunto formado por dois aparelhos de mudança de via interligados e
assentados em vias diferentes e em sentidos opostos, que permite a transposição direta de
trem ou veículo de uma para outra via.
TRAVESSÃO DUPLO Travessão que permite a transposição em duas direções.
TRAVESSÃO SIMPLES Travessão que permite transposição em uma só
direção.
TRECHO CRÍTICO Trecho de via permanente que apresenta condições técnicas
desfavoráveis, provocando limitações à tração na seção considerada.
TREM DE LASTRO Trem destinado ao transporte de material de lastro.
TREM DE TRILHO Trem especial ou adaptado, que efetua o lançamento e/ou a
retirada de trilhos ou barras de trilhos, mediante operações mecanizadas.
TREM ESPECIAL DE SERVIÇO É um trem utilizado para transporte de
pessoas, máquinas ou materiais que serão empregados numa obra da ferrovia ou que circule
por um motivo qualquer de interesse ferroviário.
TREM RENOVADOR Conjunto de máquinas de via permanente que efetua a
renovação total da superestrutura da via férrea, trabalhando em série e que podem ser
acopladas entre si, ou acomodadas sobre outras, constituindo composição revocável ou auto-
propulsora.
TRIÂNGULO DE REVERSÃO Conjunto de três vias férreas formando triângulo com
dois lados curvelíneos, completados pelo chicote e destinado a inverter a posição do trem ou
veículo, mediante manobra.
TRILHO "VIGNOLE” Trilho com boleto, alma e patim.
TRILHO CURTO DO CORAÇÃO Pedaço menor do trilho com o qual se
confecciona o coração do jacaré de trilhos.
TRILHO DE LIGAÇÃO Conjunto dos trilhos intermediários, internos e externos de um
AMV.
TRILHO DE REEMPREGO Aquele que é retirado de uma férrea para ser
assentado em outra com tráfego menos pesado ou denso.
TOPO DE TRILHO Face da extremidade do trilho.
TRILHO INTERMEDIÁRIO EXTERNO Trilho de ligação, reto ou curvo, que liga o coice
da agulha ao encosto do contratrilho
TRILHO INTERMEDIÁRIO INTERNO Trilho de ligação, reto ou curvo, que liga o coice
da agulha a perna do jacaré.
TRILHO LONGO DO CORAÇÃO Pedaço maior do trilho com o qual se
confecciona o coração.
TRILHO (TR) - Barras de aço, de formato especial, assentada em fila dupla sobre
dormente, nas quais circulam as rodas dos carros e locomotivas. - Perfilado metálico da seção
transversal semelhante ao duplo T, com características de viga, que suporta e guia as roda
TRILHOS DE LIGAÇÃO São os trilhos que fazem a ligação do talão das
agulhas, ao "coração" do AMV.
TRINCO (MACAQUINHO) Dispositivo de tranca, acessório de certos tipos de
aparelho de manobra manual, que permite travar e trancar mediante cadeado, a alavanca de
manobra em sua devida posição.
VALETA DE ATERRO Aquela que é construída na plataforma em aterro.
VALETA DE CORTE Aquela que é construída na plataforma em corte.
348
VALETA DE PROTEÇÃO (linha de contorno) Aquela que é construída no lado do
montante do corte, pouco além da crista ou no pé do aterro.
VALETA Vala de pequena seção transversal que coleta e escoa águas
superficiais.
VARIANTE Trecho de linha construído posteriormente, para encurtamento,
retificação, melhoria de condições técnicas (rampas, curvas etc.), ou desafogo de parte do
traçado. Destaca-se em certo ponto da linha primitiva, para retomá-la mais adiante. Há
variantes que são construídas apenas em caráter provisório.
VIA DE GAVETA Via necessária, geralmente derivada de desvio de cruzamento
e destinada à derivação de outros desvios de pátio (desvios de gaveta).
VIA FÉRREA (via) Duas ou mais fiadas de trilhos assentados e fixadas
paralelamente sobre dormentes, de acordo com as bitolas, constituindo a superfície de
rolamento.
VIA FÉRREA ABERTA Aquela cuja distância entre as faces dos boletos excede a
bitola da via.
VIA FÉRREA ACESSÓRIA Desvio de qualquer natureza, pêra, triângulo da
reversão, ramais de serviço ou particulares e, de modo geral, qualquer via não integrante da
via principal.
VIA FÉRREA ARRIADA Aquela cuja superfície de rolamento de um dos trilhos
ou de ambos acha-se muito abaixo do greide da via.
VIA FÉRREA CHOQUEADA (golpeada) Aquela que por defeito de nivelamento
e alinhamento, causa fortes abalos aos trens em marcha.
VIA FÉRREA DEFORMADA Aquela cuja superfície de rolamento está fora de
posição em perfil.
VIA FÉRREA DESNIVELADA Aquela cuja superfície de rolamento está fora de
posição em perfil.
VIA FÉRREA DUPLA Aquela que é formada de duas vias férreas, geralmente
paralelas.
VIA FÉRREA ELÁSTICA Aquela em que o trilho (ou barra de trilho) é fixado ao
dormente por fixação duplamente elástica.
VIA FÉRREA ENSARILHADA Via desalinhada podendo ser devido à flambagem.
VIA FÉRREA LAQUEADA Aquela que aparentando nivelamento correto,
desnivela-se com a passagem do trem, em conseqüência de falso apoio do dormente e volta
em seguida à posição anterior.
VIA FÉRREA MISTA Aquela com mais de duas fiadas de trilhos.
VIA FÉRREA MÚLTIPLA Aquela que é constituída de várias vias férreas, em
geral paralelas.
VIA FÉRREA RÍGIDA (VIA FÉRREA CRAVADA, OU VIA FÉRREA CLÁSSICA)
Aquela em que o trilho (ou barra de trilho) se solidariza ao dormente diretamente por
grampo ou tirefão.
VIA FÉRREA SEMI-ELÁSTICA Aquela em que o trilho (ou a barra do trilho) se fixa ao
dormente por fixação simplesmente elástica.
VIA FÉRREA SINGELAAquela que é formada por uma única via.
VIADUTOS Obra de arte de grande altura, que transpõe vales ou grotas, em
substituição a aterros de elevado volume, cuja feitura não seja técnica ou economicamente
aconselhável.
VOLUME DO LASTRO Quantidade do material de lastro em metros cúbicos por metro
de via.
349
DNER-ES 332/97 Obras de arte especiais – armaduras para concreto protendido;
NORMA DNIT 010/2004 – PRO Inspeções em pontes e viadutos de concreto armado e
protendido – Procedimento;
NORMA DNIT 083/2006 – ES Tratamento de trincas e fissuras – Especificações de
serviço;
ARMY TM 5-600-AIR FORCE AFJPAM 32-1088, Bridge inspection, maintenance and
repair;
DEPARTMENT OF THE ARMY EM 1110-2-2002- U.S. Army Corps of Engineers
CECW-EG Washington - Evaluation and repair of concrete structures;
DNIT / Engesur - Manual de inspeção de pontes rodoviário;
DNER – Manual de projeto de obras de artes especiais.
NBR 11682 – Estabilidade de Taludes;
DNIT (2006) – Manual de Drenagem de Rodovias, publicação IPR 724;
IPT (1991) – Taludes de Rodovias – orientações para o diagnóstico e soluções de seus
problemas;
FP 1007 GAMAP – Atividades da manutenção preditiva;
PGS – 0050 – Criticidade e Estratégia de Manutenção dos Equipamentos da Via
Permanente DIVM – GEDFT;
PGS – 0051 – Criticidade e Estratégia de Manutenção dos Equipamentos da Via
Permanente DILN – GEDFT;
PGS – 0052 – Criticidade e Estratégia de Manutenção dos Equipamentos da Via
Permanente DICA – GEDFT;
PGS – 0011 GEDFT – Tagueamento de equipamentos, componentes e ativos fixos da
manutenção ferroviária da logística;
PRO 0008 DEEB – Gestão de tratamento de falhas na manutenção;
PRO 1003 GAMAP – Critério de análise de criticidade de equipamento;
PRO-0002-DECG – Análise preliminar da tarefa;
PRO-0005-DECG – Trabalhos em altura;
PRO–2200-GAEPG – Inspecionar Visualmente a Infra-Estrutura;
REG–0001– DECG – Sistema de gestão de segurança e saúde ocupacional SSO;
REG-0001-GEOPT – Regulamento de operação ferroviária ROF;
REG–0001-GASCG – Regulamento de Operação Ferroviária – FCA;
REG–0001-GENOG – Regulamento de Operação Ferroviária – EFC;
REG–0001-GEVMG – Regulamento de Operação Ferroviária – EFVM;
PRO 00014 DECG – Indicadores de Segurança e Saúde Ocupacional;
REG 00022 DIAM – Indicadores de Desempenho Ambiental.
350
7. ANEXOS
351
7.2. ANEXO 02 – ÁBACO PARA DIMENSIONAMENTO DE RIP-RAP
352
Sumário
1. Introdução _____________________________________________________ 3
1.1. Objetivo ___________________________________________________________ 3
1.2. Organização e metodologia do manual __________________________________ 3
1.3. Considerações gerais acerca da manutenção _____________________________ 3
2. Superestrutura __________________________________________________ 4
2.1. Parâmetros de monitoramento e controle da manutenção __________________ 4
2.1.1. Linha de bitola larga ______________________________________________________4
2.1.1.1. Bitola _____________________________________________________________4
2.1.1.2. Variação máxima de bitola_____________________________________________5
2.1.1.3. Empeno em curvas ___________________________________________________5
2.1.1.4. Empeno em tangente _________________________________________________7
2.1.2. Linha de bitola métrica ____________________________________________________7
2.1.2.1. Bitola _____________________________________________________________7
2.1.2.2. Variação máxima de bitola_____________________________________________8
2.1.2.3. Empeno em curvas ___________________________________________________8
2.1.2.4. Empeno em tangente _________________________________________________9
2.2. Limites de superelevação em curvas para manutenção da superestrutura da via
permanente ______________________________________________________________ 10
2.3. Alinhamento ______________________________________________________ 10
2.4. Limites da relação l/v _______________________________________________ 11
2.5. Parâmetros utilizados nas inspeções do carro controle____________________ 12
2.6. Limites gerais de manutenção em amv _________________________________ 12
2.6.1. Tolerâncias de alinhamento em amv _________________________________________12
2.6.2. Tolerâncias de empeno em amv de bitola métrica_______________________________13
2.6.3. Tolerâncias de empeno em amv de bitola larga _________________________________13
2.6.4. Dormentes inservíveis em amv _____________________________________________14
2.7. Faixas de temperatura neutra ________________________________________ 14
2.8. Trilhos ___________________________________________________________ 15
2.8.1. Partes integrantes do trilho ________________________________________________16
2.8.2. Identificação dos trilhos___________________________________________________16
2.8.2.1. Padrão arema para identificação por estampagem __________________________16
2.8.2.1.1. Marcas estampadas em alto relevo ___________________________________16
2.8.2.1.2. Marcas estampadas em baixo relevo __________________________________16
2.8.2.2. Padrão uic para identificação por estampagem ____________________________17
2.8.2.2.1. Marcas estampadas em alto relevo ___________________________________17
2.8.2.2.2. Marcas estampadas em baixo relevo __________________________________17
2.8.2.3. Padrão abnt para identificação por estampagem ___________________________17
2.8.2.3.1. Marcas estampadas em alto relevo ___________________________________17
2.8.3. Nomenclatura de trilhos conforme a espécie ___________________________________18
2.8.4. Terminologia para caracterização da direção de propagação dos defeitos de trilhos_____18
2.8.5. Seção e geometria (dimensões) _____________________________________________18
2.8.6. Inspeção _______________________________________________________________29
2.8.6.1. Identificação/ mapeamento de defeitos / priorização ________________________29
2.8.6.1.1. Defeitos internos _________________________________________________29
2.8.6.1.2. Defeitos externos_________________________________________________29
2.8.6.1.2.1. Gestão de defeitos detectados por ultra-som ____________________________29
2.8.6.1.2.2. Nomenclatura dos defeitos _________________________________________29
2.8.6.1.2.3. Tamanho dos defeitos _____________________________________________29
353
2.8.6.1.2.4. Caracterização dos defeitos detectados por ultra-som_____________________30
2.8.6.2. Criticidade ________________________________________________________35
2.8.6.3. Critério de retirada __________________________________________________36
2.8.6.4. Inspeção de campo us e vp____________________________________________37
2.8.6.5. Entalamento _______________________________________________________37
2.8.6.6. Ciclo da inspeção por ultra-som________________________________________38
2.8.7. Defeito de trilhos ________________________________________________________38
2.8.7.1. Defeitos superficiais e longitudinais ____________________________________38
2.8.7.2. Fraturas em soldas (broken welds)______________________________________44
2.8.7.3. Desgaste admissível _________________________________________________44
2.8.7.4. Ciclo de esmerilhamento de trilhos com egp ______________________________46
2.8.7.5. Ciclo de esmerilhamento e biselamento de juntas isoladas ___________________46
2.8.7.6. Classificação de trilhos para reemprego__________________________________47
2.9. Alívio de tensões ___________________________________________________ 48
2.9.1. Critérios para execução de att ______________________________________________48
2.9.2. Faixa de temperatura neutra________________________________________________48
2.9.3. Zona de respiração_______________________________________________________49
2.9.4. Zona neutra ____________________________________________________________49
2.9.5. Processo de alívio térmico de tensões ________________________________________50
2.9.6. Métodos de att __________________________________________________________50
2.9.7. Método da barra única na faixa de temperatura neutra à eito ______________________51
2.9.8. Método da barra única e abaixo da faixa de temperatura neutra ____________________52
2.9.9. Método da meia barra na faixa de temperatura neutra com att a eito ________________56
2.9.10. Método da meia barra e abaixo da faixa de temperatura neutra com att a eito _______57
2.9.11. Alívio de tensões em túneis _____________________________________________58
2.9.12. Alivio de tensões em pontes _____________________________________________58
2.9.12.1. Pontes com lastro ___________________________________________________58
2.9.12.2. Pontes sem lastro (open deck bridges) – estrutura da linha solidária à ponte _____59
2.9.12.3. Pontes sem lastro – estrutura da linha não solidária à ponte __________________59
2.9.13. Serviços de reparação pontuais em linhas com tcs ____________________________59
2.9.14. Recomendações gerais para alivio de tensão ________________________________60
2.10. Soldagem aluminotérmica de trilhos___________________________________ 61
2.10.1. Recomendações técnicas________________________________________________61
2.10.1.1. Ferramental e materiais ______________________________________________61
2.10.1.2. Corte dos trilhos ____________________________________________________61
2.10.1.3. Nivelamento e alinhamento dos trilhos __________________________________62
2.10.2. Montagem de formas e pré-aquecimento ___________________________________62
2.10.3. Cadinho_____________________________________________________________63
2.10.4. Reação e sangria do cadinho_____________________________________________63
2.10.5. Acabamento da solda __________________________________________________63
2.10.6. Recomposição e socaria da linha _________________________________________64
2.10.7. Recomendações gerais _________________________________________________64
2.11. Substituição de trilhos ______________________________________________ 65
2.11.1. Critério para cálculo de quantidade e marcação do trilho a ser substituído _________65
2.11.2. Descarga de tls _______________________________________________________65
2.11.3. Carga de tls __________________________________________________________66
2.11.4. Distância mínima entre juntas ou emendas em trilhos _________________________66
2.11.5. Temperatura do trilho __________________________________________________66
2.11.6. Aplicação e retirada de fixação___________________________________________68
2.11.7. Preparação da barra de trilho para substituição_______________________________68
2.11.8. Bizelar a junta ________________________________________________________69
2.11.9. Esmerilhar juntas _____________________________________________________71
2.11.10. Furação de trilhos _____________________________________________________71
2.12. Dormentes ________________________________________________________ 71
2.12.1. Características técnicas _________________________________________________72
2.12.1.1. Dormentes de madeira comuns aplicados na efvm, efc e fca __________________72
2.12.1.2. Dormentes especiais de madeira aplicados na efvm, efc e fca _________________73
2.12.1.3. Dormentes de aço aplicados na efvm e efc _______________________________74
354
2.12.1.4. Dormentes especiais de aço para amv ___________________________________75
2.12.1.5. Dormentes de concreto aplicados na efvm, efc e fca ________________________76
2.12.1.6. Dormentes especiais de concreto para amv _______________________________77
2.12.1.7. Dormentes alternativos aplicados na efvm e efc ___________________________77
2.12.1.8. Dormentes especiais alternativos para amv _______________________________78
2.12.2. Aplicação ___________________________________________________________78
2.12.2.1. Critérios para aplicação de dormentes comuns ____________________________78
2.12.2.2. Critérios para aplicação de dormentes especiais ___________________________78
2.12.3. Critérios para reemprego de dormentes ____________________________________79
2.12.4. Espaçamento / taxa dormentação de dormentes comuns _______________________81
2.12.5. Espaçamento / taxa dormentação de dormentes especiais ______________________81
2.12.6. Diâmetros de brocas para furação de dormentes de madeira comuns e especiais_____82
2.12.7. Espaçamento de dormentes em juntas metálicas permanentes e juntas isoladas
encapsuladas ou coladas__________________________________________________________82
2.12.8. Espaçamento de dormentes em pontos de soldas dos trilhos ____________________83
2.12.9. Altura de lastro _______________________________________________________83
2.12.10. Socaria manual e semimecanizada ________________________________________84
2.12.10.1. Socaria de dormentes com egp ______________________________________85
2.12.11. Principais defeitos apresentados nos dormentes ______________________________86
2.12.11.1. Dormentes de madeira_____________________________________________86
2.12.11.2. Dormentes de aço ________________________________________________86
2.12.11.3. Dormentes de concreto ____________________________________________86
2.12.12. Inspeção ____________________________________________________________87
2.12.13. Percentual de dormentes inservíveis por quilômetro de linha / seqüências de inservíveis
admissível 88
2.12.14. Manutenção dos dormentes______________________________________________90
2.12.14.1. Posicionamento de dormentes quanto ao espaçamento ____________________90
2.12.14.2. Posicionamento de dormentes quanto ao esquadro em relação ao eixo da linha_90
2.12.14.3. Tarugamento de furos de dormentes de madeira _________________________90
2.12.14.4. Entalhe de dormentes de madeira ____________________________________91
2.12.14.5. Manutenção de dormentes de concreto ________________________________91
2.12.15. Manuseio____________________________________________________________91
2.12.15.1. Carga, descarga, transporte e armazenamento___________________________91
2.12.15.2. Recolhimento ___________________________________________________91
2.12.16. Retirada de serviço ____________________________________________________91
2.12.16.1. Critérios para retirada _____________________________________________92
2.12.16.1.1. Dormente de madeira _____________________________________________92
2.12.16.1.2. Dormente de aço _________________________________________________93
2.12.16.1.3. Dormente de concreto _____________________________________________94
2.12.17. Destinação final ______________________________________________________95
2.12.17.1. Dormentes de madeira_____________________________________________95
2.12.17.2. Dormentes de aço ________________________________________________95
2.12.17.3. Dormentes de concreto ____________________________________________95
2.13. Lastro ferroviário __________________________________________________ 95
2.13.1. As funções exercidas pelo lastro__________________________________________95
2.13.2. Material para lastro ferroviário ___________________________________________96
2.13.2.1. Formas dos agregados que compõem o lastro ferroviário ____________________96
2.13.2.2. Granulometria _____________________________________________________96
2.13.2.3. Ensaio de abrasão___________________________________________________97
2.13.2.4. Ensaio de resistência ao choque ________________________________________97
2.13.2.5. Ensaio de terminação do formato do material _____________________________98
2.13.2.6. Impurezas e substâncias nocivas _______________________________________98
2.13.3. Recebimento de lastro ferroviário_________________________________________98
2.13.4. Espessura e conformação do lastro ferroviário _______________________________98
2.13.5. Vida útil e degradação do lastro feroviário __________________________________99
2.13.6. Substituição de lastro ferroviário ________________________________________100
2.13.7. Desguarnecimento do lastro ferroviário ___________________________________100
2.13.8. Reposição de lastro ferroviário __________________________________________101
2.14. Acessórios de fixação ______________________________________________ 101
355
2.14.1. Fixação elástica______________________________________________________101
2.14.2. Fixação rígida _______________________________________________________101
2.14.3. Elementos de fixação _________________________________________________102
2.14.4. Diâmetro das brocas para furação de dormentes de madeira ___________________103
2.14.5. Tipos de elementos de fixação __________________________________________103
2.14.5.1. Tirefond _________________________________________________________103
2.14.5.2. Prego ___________________________________________________________104
2.14.5.3. Arruelas duplas de pressão___________________________________________104
2.14.5.4. Placa de apoio ____________________________________________________104
2.14.5.5. Grampo elástico deenik _____________________________________________104
2.14.5.6. Grampo elástico pandrol ____________________________________________105
2.14.5.7. Grampo elastico fastclip_____________________________________________105
2.14.5.8. Grampo elástico skl ________________________________________________105
2.14.5.9. Fixação tipo geo / kpo ______________________________________________106
2.14.5.10. Fixação rn _____________________________________________________106
2.14.6. Aplicação __________________________________________________________106
2.14.6.1. Tirefond e prego___________________________________________________106
2.14.6.1.1. Com a utilização de placa de apoio __________________________________106
2.14.6.1.2. Sem a utilização de placa de apoio __________________________________107
2.14.6.2. Arruelas duplas de pressão___________________________________________107
2.14.6.3. Grampo elástico deenik _____________________________________________107
2.14.6.4. Grampo elástico pandrol ____________________________________________107
2.14.6.5. Grampo elástico fastclip_____________________________________________107
2.14.6.6. Grampo elástico skl ________________________________________________108
2.14.7. Manutenção e retirada de serviço de acessórios de fixação ____________________108
2.14.8. Critérios para classificação de acessórios de fixação para reemprego ou sucata ____109
2.14.8.1. Critérios para classificação de clip e parafuso de fixação rn _________________109
2.14.8.2. Critérios para classificação de grampo elástico tipo deenik__________________109
2.14.9. Critérios para classificação de placa de apoio de fixação rígida ou elástica ________110
2.14.9.1. Placa de apoio fundidas para fixação elástica ____________________________110
2.14.9.2. Placa de apoio laminadas para fixação elástica ___________________________111
2.14.9.3. Placa de apoio laminadas para fixação rígida_____________________________111
2.14.10. Critérios para classificação de tirefond ____________________________________112
2.15. Acessórios de trilho________________________________________________ 112
2.15.1. Junção de trilhos _____________________________________________________112
2.15.1.1. Juntas ___________________________________________________________112
2.15.1.1.1. Natureza do apoio das juntas implantadas na via _______________________113
2.15.1.1.1.1. Juntas apoiadas _________________________________________________113
2.15.1.1.1.2. Juntas em balanço _______________________________________________113
2.15.1.1.2. Posição na via __________________________________________________113
2.15.1.1.2.1. Juntas paralelas_________________________________________________113
2.15.1.1.2.1.1. Juntas alternadas ou defasadas____________________________________113
2.15.1.1.3. Juntas de função especial__________________________________________114
2.15.1.1.3.1. Juntas de função transição ________________________________________114
2.15.1.1.3.2. Juntas de função dilatação ________________________________________114
2.15.1.1.3.3. Juntas isolantes _________________________________________________114
2.15.1.1.3.3.1. Juntas isolantes encapsuladas ____________________________________114
2.15.1.1.3.3.2. Juntas isolantes coladas _________________________________________114
2.15.1.1.4. Parafusos para talas de junção______________________________________115
2.15.1.1.5. Aplicação de juntas ______________________________________________115
2.15.1.1.6. Manutenção ____________________________________________________116
2.15.1.1.7. Inspeção visual _________________________________________________116
2.15.1.1.8. Manutenções preventivas _________________________________________117
2.15.1.1.9. Manutenções corretivas de componentes da junta_______________________117
2.15.1.1.9.1. Nivelamento ___________________________________________________117
2.15.1.1.9.2. Bizelamento ___________________________________________________117
2.15.1.1.9.3. Esmerilamento _________________________________________________118
2.15.2. Critérios para classificação de acessórios de fixação para reemprego ou sucata ____118
2.15.2.1. Critérios para classificação de parafusos de junta _________________________118
2.15.2.2. Critérios para classificação de arruelas de pressão_________________________119
356
2.15.2.3. Critérios para classificação de talas ____________________________________120
2.15.2.4. Critérios para classificação de retensores________________________________120
2.16. Acessórios de dormente ____________________________________________ 121
2.16.1. Pá de ancoragem _____________________________________________________121
2.17. Aparelhos de mudança de via – amv__________________________________ 122
2.18. Padrão de amv____________________________________________________ 123
2.19. Abertura ou número do amv ________________________________________ 123
2.20. Velocidades permitidas_____________________________________________ 123
2.21. Tipos de amv _____________________________________________________ 126
2.21.1. Amv com derivação lateral _____________________________________________126
2.21.2. Amv simétrico_______________________________________________________126
2.21.3. Amv asmétrico ______________________________________________________126
2.21.4. Amv de bitola mista __________________________________________________127
2.21.5. Amv híbrido ________________________________________________________128
2.22. Aparelho de translação do eixo da via (pombinho) ______________________ 129
2.23. Composição básica de um amv ______________________________________ 129
2.23.1. Tipos de jacarés disponíveis ____________________________________________131
2.23.2. Identificação dos componentes __________________________________________132
2.24. Inspeção _________________________________________________________ 132
2.25. Cotas de salvaguarda ______________________________________________ 132
2.25.1. Cotas de salvaguarda em amv de bitola mista_______________________________136
2.25.2. Cotas de salvaguarda em jacaré duplo d1d _________________________________136
2.25.3. Cotas de salvaguarda em jacaré duplo d1e _________________________________138
2.25.4. Cotas de salvaguarda em jacaré duplo e1e _________________________________139
2.25.5. Cotas de salvaguarda em jacaré duplo e1d _________________________________140
2.25.6. Cotas de salvaguarda nos pombinhos _____________________________________141
2.26. Limite de desgaste de agulha e do trilho de encosto da agulha_____________ 143
2.26.1. Distância vertical da face superior da agulha a superfície de rolamento do trilho de
encosto 143
2.26.2. Desgaste vertical máximo no boleto do trilho de encosto na região da ponta de agulha
143
2.26.3. Desgaste vertical máximo da lateral do boleto ______________________________144
2.26.4. Espessura da ponta da agulha detalhe de ponta 6100 _________________________144
2.26.5. Ponto de medição dos parâmetros de ponta de agulha ________________________144
2.27. Limite de desgaste de jacaré com núcleo de aço manganês e jacaré de trilhos
usinados________________________________________________________________ 145
2.27.1. Desgaste vertical da lateral do núcleo do jacaré _____________________________145
2.27.2. Desgaste vertical da ponta do jacaré ______________________________________146
2.28. Limite de folga na ponta da agulha e no final da região usinada da agulha __ 147
2.29. Recomendações quanto a inspeções de amv ____________________________ 147
2.30. Limites e tolerâncias para assentamento de amv________________________ 150
2.31. Recomendações quanto a manutenção ________________________________ 151
2.32. Manutenção das agulhas ___________________________________________ 151
2.32.1. Manutenção do aparelho de manobras de acionamento manual _________________151
2.32.1.1. Regulagem dos aparelhos de manobra new century________________________151
2.33. Manutenção de jacaré______________________________________________ 154
2.34. Critérios de reemprego de componentes de amv ________________________ 158
2.34.1. Critérios para classificação de agulhas de amv______________________________158
357
2.34.2. Critérios para classificação de aparelhos de manobra new century ______________158
2.34.3. Critérios para classificação de barras de conjugação de amv ___________________158
2.34.4. Critérios para classificação de calço de coice de agulha e calço de contratrilhos____159
2.34.5. Critérios para classificação de contratrilho de amv___________________________159
2.34.6. Critérios para classificação de jacarés com núcleo de aço manganes _____________159
2.35. Critérios classificação de parafusos de amv ____________________________ 160
2.36. Critérios para classificação de placas bitoladoras para amv ______________ 161
2.37. Critérios para classificação de placas de apoio para coice de agulha e de
contratrilho_____________________________________________________________ 161
2.38. Critérios para classificação de placas gemeas para amv__________________ 161
2.39. Critérios para classificação de tirantes de aparelho de manobra___________ 162
2.40. Aplicação de dispositivos de mola em amv _____________________________ 162
2.41. Manutenção em amvs com chave de mola _____________________________ 163
2.42. Recomendações gerais para manutenção de dispositivos de mola em amv___ 165
2.43. Correção geométrica_______________________________________________ 166
2.43.1. Introdução __________________________________________________________166
2.43.2. Elementos altimétricos ________________________________________________166
2.43.2.1. Rampa __________________________________________________________166
2.43.2.1.1. Rampa compensada ______________________________________________167
2.43.3. Planimetria _________________________________________________________167
2.43.3.1. Curva circular_____________________________________________________167
2.43.3.2. Curvas com segmentos de transição em espiral ___________________________168
2.43.3.3. Curva composta ___________________________________________________169
2.43.3.4. Curva reversa _____________________________________________________169
2.43.4. Nivelamento longitudinal ______________________________________________169
2.43.5. Nivelamento transversal _______________________________________________169
2.43.6. Empeno ____________________________________________________________169
2.43.7. Superelevação _______________________________________________________170
2.43.7.1. Critérios de superelevação máxima ____________________________________171
2.43.8. Flecha e alinhamento _________________________________________________171
2.43.9. Nivelamento longitudinal ______________________________________________172
2.43.10. Referências para correção de nivelamento _________________________________172
2.43.11. Métodos de correção geométrica ________________________________________173
2.43.11.1. Métodos algébrico ou analítico _____________________________________173
2.43.11.2. Cálculo da correção geométrica usando calculador mecânico _____________176
2.43.11.3. Cálculo da correção geométrica usando programas de computador _________177
2.43.12. Técnicas e cuidados para correção geométrica manual ou semimecanizada _______183
2.43.13. Uso do nível ótico para nivelamento manual da via __________________________184
2.43.14. Aplicação prática do método do nivelamento manual pelos pontos altos __________186
2.43.15. Método absoluto x método relativo_______________________________________189
2.43.15.1. Características do método absoluto e do método relativo _________________190
2.43.16. Alinhamento mecanizado ______________________________________________190
2.43.17. Erro induzido _______________________________________________________191
2.43.18. Tratamento do erro no método absoluto ___________________________________192
2.43.18.1. Diagrama de flechas _____________________________________________192
2.43.18.2. Curva reversa___________________________________________________193
2.43.19. Nivelamento mecanizado ______________________________________________193
2.43.20. Método de correção geométrica mecanizada utilizando sistemas alc / gva ________193
2.43.21. Requisitos mïnimos para qualidade de correção geométrica com equipamento _____194
3. Infra-estrutura ________________________________________________ 194
3.1. Definições e princípios básicos_______________________________________ 194
3.2. Elementos de um talude ____________________________________________ 195
358
3.3. Obras de arte corrente _____________________________________________ 198
3.4. Dispositivos de drenagem superficial _________________________________ 199
3.4.1. Valetas/canaletas _______________________________________________________199
3.4.2. Descidas d’água ________________________________________________________200
3.4.3. Sarjetas ______________________________________________________________201
3.4.4. Caixa de dissipação _____________________________________________________202
3.5. Principais problemas dos equipamentos de infra-estrutura das ferrovias ___ 202
3.6. Problemas observáveis em taludes e encostas __________________________ 204
3.6.1. Erosão _______________________________________________________________204
3.6.1.1. Erosão em taludes de corte, aterro e encostas naturais______________________205
3.6.1.2. Erosão em plataforma ______________________________________________206
3.6.1.3. Soluções _________________________________________________________206
3.6.2. Escorregamentos _______________________________________________________207
3.6.2.1. Escorregamentos em cortes __________________________________________209
3.6.2.2. Escorregamentos em aterros__________________________________________213
3.6.3. Recalque de aterros _____________________________________________________215
3.6.4. Queda e rolamento de blocos______________________________________________216
3.7. Problemas observáveis em oac’s e demais dispositivos de drenagem _______ 217
3.7.1. Ruptura ______________________________________________________________217
3.7.2. Assoreamento _________________________________________________________218
3.7.3. Trincas _______________________________________________________________218
3.7.4. Obstrução_____________________________________________________________219
3.8. Procedimentos para a execução das obras de manutenção dos equipamentos de
infra-estrutura __________________________________________________________ 220
3.8.1. Considerações gerais ____________________________________________________220
3.8.2. Reconstrução em aterros _________________________________________________220
3.8.2.1. Objetivos ________________________________________________________220
3.8.2.2. Material: _________________________________________________________221
3.8.2.3. Etapas executivas __________________________________________________222
3.8.2.4. Equipamentos_____________________________________________________224
3.9. Retaludamento ___________________________________________________ 224
3.9.1. Objetivos _____________________________________________________________224
3.9.2. Materiais _____________________________________________________________225
3.9.3. Etapas executivas_______________________________________________________225
3.9.4. Equipamentos: _________________________________________________________225
3.10. Contenções _______________________________________________________ 226
3.11. Dispositivos de drenagem superficial _________________________________ 226
3.11.1. Execução ou recomposição de canaletas/valetas e sarjetas_____________________226
3.11.1.1. Objetivos ________________________________________________________226
3.11.1.2. Materiais_________________________________________________________226
3.11.1.3. Etapas executivas __________________________________________________226
3.11.1.4. Equipamentos: ____________________________________________________228
3.11.2. Limpeza de canaletas/valetas e sarjetas: ___________________________________229
3.11.2.1. Equipamentos_____________________________________________________229
3.11.3. Execução ou recomposição de descidas d’água e caixas coletoras_______________229
3.11.3.1. Objetivos ________________________________________________________229
3.11.3.2. Materiais_________________________________________________________229
3.11.3.3. Etapas executivas: _________________________________________________230
3.11.4. Limpeza de descidas d’água e caixas coletoras: _____________________________231
3.11.5. Execução ou recomposição de estruturas de dissipação _______________________231
3.11.5.1. Objetivos: ________________________________________________________231
3.11.5.2. Materiais: ________________________________________________________232
3.11.5.3. Etapas executivas: _________________________________________________232
3.12. Dispositivos de drenagem profunda (ou interna)________________________ 232
3.12.1. Barbacãs ___________________________________________________________233
359
3.12.2. Drenos profundos ____________________________________________________234
3.12.2.1. Materiais: ________________________________________________________234
3.12.2.2. Elementos de projeto/execução:_______________________________________234
3.12.3. Drenos sub-horizontais profundos (dhp’s) _________________________________235
3.12.3.1. Materiais: ________________________________________________________236
3.12.3.2. Detalhes de projeto/execução: ________________________________________236
3.13. Execução ou recomposição da proteção superficial______________________ 237
3.13.1. Objetivos: __________________________________________________________237
3.13.1.1. Proteção dos taludes com gramíneas:___________________________________237
3.13.1.2. Proteção com tela metálica: __________________________________________239
3.14. Execução ou refazimento de bueiros __________________________________ 240
3.14.1. Objetivos: __________________________________________________________240
3.14.2. Materiais: __________________________________________________________240
3.14.3. Equipamentos: ______________________________________________________240
3.14.4. Procedimentos executivos ou de projeto: __________________________________240
3.14.5. Disposições gerais: ___________________________________________________241
3.15. Cadastro e inspeção de equipamentos de infra-estrutura _________________ 241
3.16. Cadastramento de ativos de infra-estrutura ___________________________ 242
3.16.1. Cadastramento de cortes _______________________________________________242
3.16.2. Cadastramento de aterros ______________________________________________243
3.16.3. Cadastramento de bueiros ______________________________________________244
3.17. Inspeção dos equipamentos de infra-estrutura _________________________ 245
3.17.1. Inspeção visual-sensitiva (ivs) __________________________________________245
3.17.1.1. Inspeção visual-sensitiva de taludes em solo _____________________________245
3.17.1.2. Inspeção visual-sensitiva de oac ______________________________________246
3.17.2. Inspeção detalhada (id) ________________________________________________247
3.17.3. Criticidade dos equipamentos de infra-estrutura: ____________________________247
3.17.3.1. Criticidade de taludes de corte e encostas naturais_________________________249
3.17.3.2. Criticidade de taludes de aterro _______________________________________250
3.17.3.3. Criticidade de oac__________________________________________________251
3.17.4. Estratégia de manutenção dos equipamentos de infra-estrutura: ________________251
3.17.4.1. Periodicidade das inspeções __________________________________________252
3.17.4.2. Manutenções preventivas/corretivas ___________________________________252
4. Obras de arte especiais (oae’s) ____________________________________ 254
4.1. Considerações gerais do comportamento estrutural _____________________ 254
4.1.1. Tipos de materiais estruturais _____________________________________________254
4.1.1.1. Concreto_________________________________________________________254
4.1.1.2. Aço_____________________________________________________________256
4.1.1.3. Concreto armado __________________________________________________258
4.1.1.4. Concreto protendido________________________________________________259
4.2. Solicitações nas estruturas __________________________________________ 260
4.2.1. Ações permanentes com valor constante _____________________________________260
4.2.2. Ações permanentes com valor não constante _________________________________261
4.2.3. Outras ações permanentes com valor não constante ____________________________261
4.2.4. Ações variáveis ________________________________________________________263
4.2.4.1. Ações verticais ____________________________________________________263
4.2.4.2. Ações horizontais __________________________________________________264
4.2.4.3. Outras ações variáveis ______________________________________________265
4.3. Comportamento estrutural dos elementos e fluxo de tensões ______________ 267
4.4. Fluxos de tensões__________________________________________________ 269
4.5. Distribuição estrutural em pontes e contenções _________________________ 271
4.6. Modelos estruturais para pontes _____________________________________ 272
360
4.7. Superestrutura ___________________________________________________ 273
4.7.1. Superestrutura de concreto armado _________________________________________275
4.7.2. Lajes moldadas no local__________________________________________________276
4.7.3. Vigas t _______________________________________________________________276
4.7.4. Vigas i ou t protendidas __________________________________________________277
4.7.5. Vigas caixão __________________________________________________________278
4.7.6. Vigas caixão protendidas_________________________________________________278
4.7.7. Arcos ________________________________________________________________279
4.7.8. Pórticos ______________________________________________________________280
4.7.9. Superestruturas metálicas ________________________________________________280
4.7.10. Vigas de alma cheia __________________________________________________280
4.7.11. Vigas caixão ________________________________________________________281
4.7.12. Vigas mistas ________________________________________________________282
4.7.13. Treliças ____________________________________________________________283
4.7.14. Pórticos ____________________________________________________________284
4.7.15. Arcos______________________________________________________________285
4.8. Meso-estrutura ___________________________________________________ 285
4.8.1. Aparelhos de apoios_____________________________________________________286
4.8.1.1. Fixos____________________________________________________________286
4.8.1.1.1. Concreto ______________________________________________________286
4.8.1.1.1.1. Freyssinet _____________________________________________________287
4.8.1.1.1.2. Mesnager ______________________________________________________287
4.8.1.1.1.3. Articulações de contato ___________________________________________287
4.8.1.1.2. Aço __________________________________________________________288
4.8.1.1.2.1. Articulações com ou sem rolo ______________________________________288
4.8.1.1.2.2. Articulações para cargas verticais reversíveis __________________________288
4.8.1.2. Móveis __________________________________________________________288
4.8.1.2.1. Aparelhos de rolo _______________________________________________288
4.8.1.2.2. Aparelho pendular _______________________________________________289
4.8.1.2.3. Aparelho elastomérico____________________________________________289
4.8.2. Pilares _______________________________________________________________290
4.8.2.1. Pilares de pequena altura ____________________________________________290
4.8.2.2. Pilares de grande altura _____________________________________________291
4.8.3. Encontros_____________________________________________________________292
4.9. Infra-estrutura ___________________________________________________ 293
4.9.1. Fundações ____________________________________________________________293
4.9.1.1. Fundações superficiais ______________________________________________293
4.9.1.1.1. Blocos ________________________________________________________293
4.9.1.1.2. Sapatas________________________________________________________294
4.9.1.1.3. Fundações profundas_____________________________________________294
4.9.1.2. Estacas __________________________________________________________294
4.9.1.2.1. Tubulões ______________________________________________________295
4.10. Modelos estruturais para muros de contenção__________________________ 296
4.10.1. Muros de gravidade___________________________________________________296
4.10.2. Muros de alvenaria de pedra ____________________________________________296
4.10.3. Muros de concreto ciclópico ____________________________________________297
4.10.4. Muros de gabião _____________________________________________________297
4.10.5. Muros em fogueira ___________________________________________________298
4.10.6. Muros de saco solo-cimento ____________________________________________298
4.10.7. Muros com solo e pneus _______________________________________________299
4.10.8. Muros de terra armada ________________________________________________300
4.11. Muros de concreto armado _________________________________________ 300
4.11.1. Muros l ou t invertido _________________________________________________300
4.11.2. Muros com contrafortes _______________________________________________301
4.11.3. Cortinas atirantadas___________________________________________________301
4.12. Anomalias nas estruturas___________________________________________ 302
4.12.1. Anomalias para peças de concreto armado _________________________________303
361
4.12.1.1. Fissuras _________________________________________________________303
4.12.1.2. Concreto segregado ________________________________________________307
4.12.1.3. Concreto disgregado________________________________________________307
4.12.1.4. Erosão do concreto_________________________________________________308
4.12.1.5. Cobrimento insuficiente _____________________________________________308
4.12.1.6. Eflorescência _____________________________________________________308
4.12.1.7. Umidade ou infiltração______________________________________________309
4.12.1.8. Falhas em reparos__________________________________________________309
4.12.1.9. Corrosão de armadura, cabos e bainhas de protensão ______________________310
4.12.1.10. Esborcinamento do concreto _______________________________________311
4.12.1.11. Perda de aderência_______________________________________________311
4.13. Anomalias para peças de aço ________________________________________ 312
4.13.1. Perda de seção nas peças por corrosão ____________________________________312
4.13.2. Corrosão na cabeça dos rebites, parafusos e soldas __________________________313
4.13.3. Impacto de composições ferroviárias _____________________________________313
4.13.4. Vibrações nas estruturas e tensões excessivas ______________________________313
4.13.5. Mal entalhe dos dormentes _____________________________________________313
4.13.6. Descarrilamento _____________________________________________________313
4.13.7. Fadiga _____________________________________________________________313
4.14. Anomalias nos apoios ______________________________________________ 314
4.14.1. Elastoméricos _______________________________________________________314
4.14.1.1. Deformações excessivas_____________________________________________314
4.14.1.2. Deterioração do material ____________________________________________315
4.14.2. Metálicos___________________________________________________________315
4.14.2.1. Corrosão nos apoios ________________________________________________315
4.14.2.2. Condições de deslizamento __________________________________________316
4.14.2.3. Outras ocorrências _________________________________________________316
4.15. Inspeção de estruturas _____________________________________________ 316
4.15.1. Planejamento das inspeções ____________________________________________317
4.15.2. Equipe de inspeções __________________________________________________317
4.15.3. Recursos necessários para realizar as inspeções _____________________________318
4.15.4. Cadastro e inspeção visual das oae's ______________________________________318
4.15.5. Ciclo de chuvas ______________________________________________________320
4.15.6. Procedimentos de inspeções nas estruturas_________________________________320
4.16. Estratégias de manutenção de oae’s __________________________________ 325
4.16.1. Definição de criticidade _______________________________________________325
4.16.2. Criticidade calculada__________________________________________________327
5. Glossário ____________________________________________________ 328
6. Bibliografia e padrões de referência________________________________ 349
7. Anexos ______________________________________________________ 351
7.1. Anexo 01 – relação dos equipamentos utilizados em trabalhos de infra-estrutura
351
7.2. Anexo 02 – ábaco para dimensionamento de rip-rap ____________________ 352
362
ELABORADORES
363