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UNIVERSIDADE LICUNGO
CURSO DE QUÍMICA
BEIRA
2022
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BEIRA
2022
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Sumário
1 Introdução ................................................................................................................................ 4
3 Conclusão .............................................................................................................................. 14
1 Introdução
A pandemia HIV/SIDA tem impactado negativamente o sector socio-económico do
nosso país e principalmente o sector educacional, visto que muitas crianças em idade escolar
não vão a escola por conta dos impactos do HIV/SIDA. O HIV/SIDA infecta e mata os
crianças, país e jovens, deixando diversas famílias afectadas e crianças órfãs. Em
Moçambique, geralmente, os órfãos são cuidados por familiares, colocando assim uma
pressão sobre os recursos já limitados. A maioria dos órfãos abandona a escola para cuidar de
parentes doentes e se engajar em atividades produtivas como venda de mercadorias na rua,
agricultura e pastagem, para se sustentar. As órfãs também podem praticar sexo comercial.
Portanto falar de ciclo econômico do HIV/SIDA é falar das mudanças que acontecem
na economia de um país influenciadas pela pandemia do HIV/SIDA.
Segundo Bollinger & Stover (1999) citado por Sithoye (2011), a SIDA têm o
potencial de criar impactos económicos severos, principalmente em vários países africanos.
Esta epidemia é diferente de muitas outras doenças porque, para além de atacar grupos de
pessoas em idade produtiva, é essencialmente 100 por cento fatal. Os efeitos são vários, de
acordo com a severidade da epidemia do SIDA e a estrutura das economias nacionais. Os dois
maiores efeitos são:
Do lado dos gastos, os custos de emprego tem aumentado como resultado da subida
projectada dos custos de mão-de-obra, visto que o Governo é o maior empregador. Assim
como, os custos de treinamento e recrutamento têm subido como resultado da perda de força
de trabalho. Por outro lado, o Governo, como todos empregadores, necessita de treinar um
grande número de trabalhadores para compensar os que morrem durante ou depois de serem
treinados. Os gastos de saúde podem, todavia, subir dramaticamente, dependendo das
escolhas de medidas de políticas adoptadas concernentes a disponibilização de medicamentos.
(Sithoye, 2011).
Segundo AARDT (2003), por consequência, o aumento dos níveis de pobreza causado
pela HIV e SIDA têm levado a um acréscimo na demanda por despesa de alívio dessa
pobreza. Por conseguinte, se a renda perdida pelas famílias que vivem abaixo da linha da
pobreza for compensada pelo Governo, então o gasto recorrente terá que aumentar
relativamente à situação sem HIV e SIDA.
Segundo AARDT (2003) os aumentos da Mortalidade têm impactos demográficos tais como:
Um outro ponto importante a notar, tem a ver com o facto de a baixa taxa de
crescimento do PIB não significa necessariamente que o produto médio (PIB per capita) seja
afectado do mesmo modo. Sabemos de acordo com evidências empíricas, que enquanto a taxa
de crescimento do PIB tende a baixar, a taxa de crescimento da população também tende a
reduzir. Se a taxa de crescimento da população reduz mais do que a taxa de crescimento do
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PIB como resultado do HIV e SIDA (que é inteiramente possível), então o HIV e SIDA
aumenta a taxa de crescimento do PIB per capita.(Sithoye,2011).
Segundo ILO (2004), os principais canais através dos quais a epidemia de HIV afeta o
desenvolvimento social e econômico passam pela força de trabalho e pelo nível e distribuição
de poupanças. No primeiro caso, os efeitos decorrem do fato fundamental de ter a epidemia
seu impacto primário na população na idade de trabalho, onde se concentra a incidência de
enfermidade e mortalidade relacionadas com o HIV. Assim, pessoas com importantes papéis
econômicos e sociais (tanto homens como mulheres) deixam de dar sua plena contribuição
para o desenvolvimento. Os efeitos, naturalmente, não se limitam a simples cálculo de perdas
de mão-de-obra, mas têm implicações muito mais profundas para a estrutura de famílias, a
sobrevivência de comunidades e problemas a longo prazo de sustentação da capacidade
produtiva.
O declínio da poupança será acentuado em seu impacto na economia com seus efeitos
nos níveis de acumulação de capital, inclusive de investimento humano. Níveis mais baixos
de poupanças familiares já estão afetando investimentos na educação e habilidades
pertinentes. Serviços públicos em todos os países estão enfrentando perda generalizada de
pessoal habilitado e não têm condições de preencher as lacunas devido a limitações
orçamentárias. Isso vale também para atividades diretamente produtivas, como minas e
plantações, onde perdas de pessoal, devido ao HIV/Aids, estão ocorrendo em ritmo acelerado.
(ILO, 2004).
É importante notar que esta situação poderá resultar em órfãos fora das escolas,
gerando pobreza familiar e um aumento das desigualdades. Da mesma forma que pode levar
ao colapso do país, o HIV e SIDA pode também originar o colapso do sistema de educação.
Isto pode acontecer devido aos impactos do HIV e SIDA na prestação, procura, custos e
qualidade da educação. (Sithoye, 2011).
Segundo CNCS (1999) estimou-se que entre 1998 e 1999, 30-60 mil famílias foram
afetadas pelo HIV/SIDA. O impacto dependerá muito do tamanho e da estrutura da família e,
em geral, a estrutura do domicílio se desintegrará, assim como a distribuição de recursos,
renda e qualidade de vida dos sobreviventes, entre outros. As famílias pobres tendem a ter
famílias numerosas, com elevado número de filhos, com poucos adultos trabalhando para
sustentá-las, reduzindo significativamente a renda per capita.
atividades geradoras de renda. Devido à longa duração da doença, quando o doente morre, as
poupanças do agregado familiar esgotam-se, aumentando assim a vulnerabilidade do agregado
familiar, especialmente para as crianças. Além da perda por despesas médicas, parentes do
falecido desapropriam todos os bens remanescentes, como a casa e o terreno, deixando a
mulher e os filhos em condições extremamente precárias. (CNCS, 1999).
E para Sithoye (2011), nem todas famílias são afectadas pelo HIV e SIDA da mesma
maneira, mas obviamente depende se as famílias têm ou não membros que são HIV positivos
(HIV+). Ao nível das famílias, podemos considerar o potencial impacto do HIV e SIDA sobre
a pobreza e distribuição da renda.
Segundo AARDT (2003) as famílias podem ser afectadas pelo HIV e SIDA das
seguintes formas:
Geralmente, os efeitos directos do HIV e SIDA têm piorado a pobreza, embora se deve
notar que no curto prazo o impacto sobre a pobreza têm maior probabilidade de ser pior do
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que o impacto do longo prazo (por causa do impacto dos factores transitórios). Todavia, existe
também um número de efeitos indirectos que afectam as famílias, não só aquelas com um
parente HIV e SIDA positivo. Há probabilidade de que os níveis de emprego e salário sejam
afectados. Se estes efeitos serão positivos ou negativos não se pode determinar a priori, mas
as famílias vêem que suas rendas são afectadas pelo aumento ou redução das oportunidades
de encontrar trabalho e pelo volume de trabalho, dado aumento ou redução de salário. Isto
pode também ter um efeito na pobreza, (AARDT, 2003).
Efeitos na distribuição da renda podem ser também importantes. Dado que algumas
famílias tornam-se pobres enquanto outras (dependendo do grau e direcção da troca de salário
e trabalho) podem tornar-se ricas. De novo, a priori não é possível prever a direcção ou
magnitude da distribuição do impacto do HIV e SIDA, (AARDT, 2003).
Perda de emprego;
Perda de pessoal qualificado, incluindo trabalhadores de saúde, professores, com o
consequente impacto na qualidade de serviços prestados nas respetivas áreas;
Aumento da pobreza;
Aumento das necessidades, em termos de cuidado de saúde, e outros serviços socias,
incluíndo escolas;
Aumento do número de óbitos, e redução da capacidade para mobilizar recursos para
ajuda mútua.
O mesmo autor salienta ainda que os problemas que surgem.ao nível da comunidade incluem
ainda:
A pandemia vai forçar a formação de famílias extensas para absorver crianças órfãos e
tomar conta de pessoas cronicamente doentes (Booysen & Bachmann, 2002:22), citado por
Murargy (2005).
No âmbito do sector da educação, Bollinger & Stover (1999) citado por Sithoye
(2011), defendem que a epidemia afecta o sector da educação pelo menos em 3 vias,
nomeadamente:
3 Conclusão
A epidemia do HIV/SIDA tem influenciado no acesso a educação e na qualidade da
própria educação do nosso país, isto deve-se ao facto de muitos professores qualificados
perdem a vida por conta do vírus do HIV/SIDA, deixando o sector da educação sem quadros
para responder a demanda nacional.
Muitas crianças abandonam a escola por conta dos efeitos devastadores do HIV/SIDA
como a morte dos pais, obrigando-as a abandona a escola para cuidar de parentes doentes e se
engajar em atividades produtivas como venda de mercadorias na rua, agricultura e pastagem,
para se sustentar. As órfãs também podem praticar sexo comercial.
4 Referências bibliográficas
AARDT, C. V. (2003) The economic cost of AIDS (Part I). University of South
Africa, Pretória.
Sithoye, E. R. (2011), Medição de Gastos com HIV e SIDA: Impacto dos Gastos
Públicos na luta contra o HIV e SIDA no Distrito de Massinga (2005-2009), UEM, Maputo.