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Sociologia da
Comunicação
O leitor deve ter entendido que o modo como o garoto se aproximou da garota, o que ele
disse, as ideias que mantinha sobre ela e seu procedimento deveriam estar inadequados à
garota, ao momento, ou a ambos.
Por isso que a abordagem deve ser atualizada, para atender à historicidade do problema, do
sociólogo e da sociedade (a garota).
Abordagens sociológicas da cultura contemporânea: funcionalismo e
pesquisas de mercado
As abordagens funcionalistas: O funcionalismo foi uma tendência muito em voga na
Sociologia dos anos 40-50, cujo propósito era o de descrever e explicar o comportamento
social partindo da relação (função) ou correlação entre variáveis (aspectos) desse
comportamento, da quantificação dos dados coletados em uma amostra, ou dados para toda
uma população (universo) submetida à pesquisa.
Dessa forma, o funcionalismo pressupõe uma base empírica, ou seja, respostas em que as
variáveis tomadas como significativas, ou consideradas significativas, aparecem em uma
dada frequência, permitindo explicar os resultados, em face das hipóteses levantadas.
Abordagens sociológicas da cultura contemporânea: funcionalismo e
pesquisas de mercado
O funcionalismo aparece primeiramente como abordagem metodológica na Antropologia
(Malinowiski) para explicar a cultura de povos pré-letrados, a partir do conjunto de
necessidades (básicas, primárias secundárias e terciárias) articuladas, formando o ‘todo’
da cultura, embora a posição deste antropólogo tenha sido questionada por outros de seu
tempo e posteriores (Boas, Kroeber, Lévi-Strauss), ela permanece válida para
alguns autores.
Abordagens sociológicas da cultura contemporânea: funcionalismo e
pesquisas de mercado
A utilização do conceito de função (relação entre variáveis) na Sociologia da Comunicação
se deu pela contribuição de alguns autores clássicos como R. Merton, Lazarfeld e Talcott
Parsons (este passando da base funcionalista para a Teoria de Sistemas).
Por exemplo, em um hipotético estudo das opiniões sobre união sexual, não bastaria
caracterizar as condições funcionais (casamento no civil, no religioso, em várias religiões),
mas também considerar a união sexual estável de casais sem casamento (disfuncional) e os
dados dos que negavam estabilidade para a união sexual (latente).
Abordagens sociológicas da cultura contemporânea: funcionalismo e
pesquisas de mercado
A utilização do funcionalismo em pesquisas de comunicação, especialmente da opinião
pública, ao mesmo tempo em que favorece o estudo instantâneo (porque o simplifica) traz
certo comprometimento aos resultados, uma vez que a análise fica limitada às variáveis
escolhidas antes da pesquisa, ou seja, a priori.
Por outro lado, no exemplo acima, qual dos resultados expressaria uma relação disfuncional, e
qual uma relação funcional latente?
Isto porque a questão está em aberto, não há delimitação de “quem” está sendo considerado
no campo “opinião pública”, nem foi dito qual o tema, ou objeto, dessa “opinião”: “opinião sobre
o quê?” Futebol? Religião? Moda? Ou sabonete?
Abordagens sociológicas da cultura contemporânea: funcionalismo e
pesquisas de mercado
Na medida em que sejam delimitados os campos, é possível iniciar o trabalho de escolher as
variáveis “significativas”, submetê-las a um exame, teste etc.
Enfim, até que se tenha um campo essencialmente delimitado, mas neste momento será
preciso considerar aquelas relações entre variáveis (funções) que não são explícitas, ou
manifestas, mas que estão latentes ao comportamento, assim como aquelas que são
manifestas, mas “disfuncionais”, ou seja, respondem pelo comportamento no sentido
contrário ao que é esperado.
Este aspecto pode ser observado na obra de Kotler, o pai dos estudos de MKT (que não é
sociólogo, mas se aventura no campo), especialmente pelo uso da teoria de motivação
(Maslow), fazendo derivar o comportamento social (consumo) da dimensão psicológica
desse comportamento.
Abordagens sociológicas da cultura contemporânea: funcionalismo e
pesquisas de mercado
Em segundo lugar, mas não menos importante, está o fato de o funcionalismo ser apontado
como “objetivo”, ou seja, os resultados da pesquisa seriam verdadeiros porque foram obtidos
em campo e foram quantificados.
Talvez se possa dizer que a “objetividade” do funcionalismo é a da aparência, uma vez que
este é o nível de realidade passível de ser abrangido pela pesquisa funcionalista, a qual não
visa compreender ou interpretar resultados, mas descrevê-los e explicá-los com base nas
hipóteses assumidas.
Abordagens sociológicas da cultura contemporânea: funcionalismo e
pesquisas de mercado
Não se pode, porém descartar o funcionalismo, ele foi um capítulo importante da história das
ciências sociais, nem se pode ignorar a contribuição de seus fundadores para o avanço
dessas ciências.
Esse objetivo estratégico poderia ser atingido por aspectos descritivos dos consumidores
(distribuição no espaço, renda, idade, sexo etc.), porém tais aspectos não são decisivos na
orientação da decisão de compra, consequentemente um rol de outras variáveis acabou
sendo utilizado para construir o perfil psicográfico de consumidores.
As relações entre mercado e consumidor: pesquisas de mercado e de
opinião pública
Essa foi a origem do VALS, um instrumento de avaliação psicográfico, construído por Arnold
Mitchell no Stanford Research Institute – SRI (MITCHELL, 1983), a partir de teorias de
motivação, de Maslow dentre outras.
O instrumento é propriedade do SRI, sofreu alteração para uma segunda versão, o VALS2,
contudo permanece a hipótese básica de que as pessoas se orientam para compra segundo
Valores, Atitudes e Estilo de Vida (VALS, em inglês).
Aliás, o quadro acima tem como fonte o sistemático Levantamento Socioeconômico realizado
pelo Ibope.
As relações entre mercado e consumidor: pesquisas de mercado e de
opinião pública
Como pode ser observado ao longo desse breve texto sobre funcionalismo, as
características principais da abordagem estão na quantificação, na utilização de dados
empíricos obtidos por questionários, formulários ou ainda ligações telefônicas, e na crença
de que esse procedimento conduz à objetividade dos resultados.
Umberto Eco, um dos mais importantes autores nas áreas de comunicação, em seu livro
Apocalípticos e Integrados (1990) critica o termo “cultura de massa”, considerando-o tão
impreciso quanto “sociedade de massa”, para ele o elemento mais significativo para exame
consiste na modalidade de produção dos meios de comunicação de massa, ao qual Eco
denomina “mass media”.
No capítulo “A cultura de massa no banco dos réus”, o autor sistematiza as principais críticas
a essa modalidade de produção cultural, listando um total de 15 “peças de acusação”, e de 9
“argumentos de defesa”.
Abaixo foram resumidas as “peças de acusação” e
“argumentos de defesa”, acrescentados alguns comentários e
exemplos que não se encontram no texto original. Esse
resumo, preparado para alunos em 2006, não substitui a
leitura do capítulo.
A crítica intermediária de Umberto Eco
2. A cultura de massa não tomou o lugar da “cultura superior”, mas difundiu para grandes
contingentes populacionais certos elementos da cultura que eram antes privilégios das
elites (na China de Mao a divulgação da alfabetização em um “mandarim” simplificado).
3. O argumento de que a mass media não privilegia a cultura erudita, situando-a no mesmo
patamar da cultura de massa, segundo a “defesa” não se sustenta, uma vez que em seu
tempo as obras de arte, hoje consideradas fundamentais, também foram “vistas” com o
olhar superficial semelhante ao do homem moderno, alimentado pela cultura de massa;
este, contudo, foi informado sobre a importância da obra, embora não saiba como
analisá-la convenientemente.
A crítica intermediária de Umberto Eco
Não se pode afirmar ainda que a preservação dos padrões tradicionais de divulgação cultural
seja correspondentes a uma formação intelectual superior de todos os cidadãos, uma vez
que nunca foi esse o quadro revelado pela estrutura de classes: a chamada “cultura superior”
sempre foi uma “chave de segredo” do poder das elites, (e continua sendo).
A crítica intermediária de Umberto Eco
5. A homogeneização cultural de que são “acusados” os mass media deve ser examinada
mais atentamente: em realidade eles contribuem para o desaparecimento de valores e
práticas culturais, ou para sua desvalorização em face dos conteúdos culturais “mais
modernos”, contudo, frequentemente são utilizados alguns recursos dos mass media para
recuperar, preservar e difundir valores e práticas culturais tradicionais (a cultura local, na
verdade, oferece material para produtos culturais divulgados em escala nacional e
internacional: eles integram o “exótico” da cultura local, ou de grupos, como
antes mencionado.
d) É verdade, essas modalidades de pesquisa têm finalidade pragmática, contudo para elas
são profundamente importantes as questões teóricas (definição de indicadores, critérios
estatísticos de amostragem etc.), como também as questões procedimentais (controles
múltiplos na aplicação de questionários, treinamento de entrevistadores etc.).
e) Coloca sim, questões “dessa ordem”, como foi apontado acima. Todavia, realmente o
questionamento teórico do funcionalismo implica um discurso exterior a esse campo
(o que não é muito adequado). Exatamente por isso a alternativa c foi considerada correta.
Todavia, há questionamentos teóricos que se situam no próprio campo do funcionalismo.
Abordagens críticas centradas na cultura midiática e seus efeitos na
sociedade
Nesta aula, pretendemos esclarecer o sentido da expressão “teoria crítica” e focalizar duas
tendências às quais se aplica o termo em Sociologia da Comunicação:
Na verdade, desde o final do século XIX já havia indícios de crítica à dimensão autoritária da
racionalidade no pensamento sociológico e filosófico.
Essa tendência foi ampliada nas primeiras décadas do século XX, especialmente focalizando
a racionalidade instrumental na esfera política, podendo ser citados a respeito, Georg
Simmel, Max Weber (sociólogos, final do século XIX, início do XX), Nietzsche, Marx
(filósofos, ambos do final do século XIX), Freud e Jung (psicanalistas do século XX).
Abordagens críticas dos reflexos da cultura midiática: Escola de Frankfurt
Portanto, a “novidade” trazida pela Teoria Crítica estava em submeter à análise crítica as
bases da sociabilidade moderna em sua relação fundamental com os meios de comunicação
e com a preservação e expansão do capitalismo industrial.
Com tal propósito, a Teoria Crítica incorpora elementos centrais ao marxismo, na análise da
comunicação cultural pelos meios de massa, no sentido de esclarecer as condições em que,
nesse contexto, o homem moderno foi perdendo sua individualidade e consciência social.
Abordagens críticas dos reflexos da cultura midiática: Escola de Frankfurt
Em poucas palavras, enquanto Adorno nega a arte no ambiente dos meios de comunicação
de massa, Benjamin vê na emergência desses meios uma possibilidade, uma nova estética
(associada à reprodutividade técnica).
Dois aspectos são importantes aqui: o primeiro diz respeito à delimitação por características
do receptor, possibilidade que permite aos meios de comunicação delimitar “públicos ou
audiências” para determinados programas e para determinados anunciantes, caracterizando
públicos preferenciais para comerciais.
Esses dois aspectos mostram que a comunicação por qualquer desses meios é construída
(produzida) para a sociedade, tomada em uma segmentação “generalizadora”, como “as
donas de casa”, “os homens”, “os adultos de ambos os sexos”, “os jovens”, “o público de
classe A e AB”.
Para tanto, mobilizações pressupõem discursos que constroem a situação social vivida de
alguma forma, seja a partir de alguma perspectiva ideológica, seja a partir de uma
perspectiva religiosa, ou da perspectiva estética e da preferência musical.
Tal construção pode ser verdadeira ou não, mas em realidade não importa o grau de
veracidade, importa isto sim que ela pareça verdadeira aos que a ouvem porque mantém
com a realidade certos vínculos supostamente concretos, e ainda que sejam imaginários,
sejam tomados como reais. Supostamente, a manifestação irá atuar sobre esses vínculos, e
por decorrência, sobre aqueles que detêm poder sobre eles.
Abordagens críticas dos reflexos da cultura midiática: Escola de Frankfurt
Dois exemplos podem ser dados desse “discurso de mobilização”, um primeiro construído
para apontar a “causa” de uma situação dramática em que um país foi colocado, após
uma guerra de interesses econômicos: o já mencionado discurso do nazismo na
Alemanha de Hitler.
A “causa” da situação em que se encontrava o povo alemão seria o povo judeu e suas
ligações com o socialismo e com os interesses econômicos dos países capitalistas. A
“solução” seria o fortalecimento do nazismo, expandi-lo para todo o mundo, exterminar
judeus e outros (todos) que constituíssem perigo para esse projeto.
Outro exemplo, esse relativo ao Brasil, o discurso de mobilização contra reformas, antes do
Golpe Militar, se situa no sentido inverso, qual seja no sentido da manutenção de uma ordem
social considerada justa e adequada, portanto, uma mobilização para manter a democracia,
a crença em Deus e nos valores cristãos e justos da democracia à brasileira, manter o direito
à propriedade, manter os valores familiares como centro da sociedade brasileira pacífica e
não violenta.
Esse discurso despertou o medo como mobilização política antes do Golpe de 64,
contagiando pessoas, grupos e segmentos de classe, integrando-os em manifestações, e
nas Marchas da Família com Deus pela Liberdade, mobilização conservadora que fez sair às
ruas figuras ilustres das elites brasileiras (mulheres) padres, e parte da classe média
defendendo Deus (?!) a família e a liberdade.
Nesses dois casos, a música popular entra como linguagem paralela das cenas, ou ainda
para sinalizar ao espectador o sentido da cena e mesmo do filme, quando ela acompanha a
exibição dos créditos no final.
Abordagens críticas dos reflexos da cultura midiática: Escola de Frankfurt
Em sua obra Sociedade de Consumo, ele aborda as principais implicações sobre o consumo
na atual sociedade, mas o faz relacionando-as à cultura do consumo e do consumidor,
aspectos em parte já abordados na anterior apostila, bem como ao papel desempenhado
pelos “mass media” face às questões do consumo. Segue um resumo das principais
colocações do autor.
Diante dessa situação, a atividade humana fica condicionada pela lei do valor de
troca e pelo significado que estes objetos e serviços possuem, ou seja, pelos signos
que eles representam.
Baudrillard, apesar de ter, em diversas partes de suas análises, como fonte algumas
contribuições de K. Marx, acabou revisando a colocação do autor alemão. Para o marxismo
tradicional, as atividades de produção cultural e das significações ficam subordinadas à
atividade econômica, ou seja, ao seu modo de produção.
Baudrillard, ao rever esta concepção marxista, coloca em sua análise que no mundo de
grande produção de mercadorias culturais (característico de nossa época), de imagens
sociais e de signos, tudo isso funciona como verdadeiras mercadorias, gerando o
que foi denominado de “economia política do signo”, que acaba ultrapassando o
modo de significação.
Referências
Dessa maneira, o consumo invade toda a vida, fazendo com que haja uma procura
específica pelos locais nos quais ocorre este consumo, como os shoppings ou os novos
centros comerciais. Jean Baudrillard tece em sua obra uma interessante análise do
significado desses shoppings e centros comerciais.
O autor ressalta que o mais belo objeto de consumo é o corpo, relacionado ao narcisismo
dirigido, ao erotismo, à sensualidade, à beleza, dentro de concepções e padrões estéticos
revistos e divulgados, tudo relacionado a um culto do corpo, para ambos os sexos e
diferentes idades.
Referências
Será de preferência magra e descarnada no perfil dos modelos e manequins, que se revelam
ao mesmo tempo como negação da carne e a exaltação da moda”.
Referências
Para o autor, a TV propicia, através de suas técnicas, uma razão psíquica, que acarreta na
consciência do consumidor um longo processo social que conduz ao consumo de imagens,
tornando tudo agradável.
“As comunicações de massa não nos fornecem a realidade, mas a vertigem da realidade”,
geralmente relacionada a um simulacro do real (e não ele, em si). A ordem do consumo
nesses meios é o da manipulação dos signos.
Referências
As obras de Baudrillard, tomadas como referência nesse texto, dizem respeito a duas questões
centrais, de resto, já referidas:
Nesse cenário se enraíza uma forma de envolvimento político que se caracteriza pela não
participação: para grandes contingentes sociais nas democracias contemporâneas, o vínculo
com a instância política perdeu especificidade e envolvimento. Para Baudrillard (1981) na
medida em que o político passou a ser um espelho do social e do econômico, a instância
política perdeu a especificidade. As categorias com as quais se representava o político, como
“o povo”, os “cidadãos”, “a vontade do povo”, a “classe”, o “proletariado” perderam
gradativamente o poder de representação na sociedade contemporânea.
Não há representação porque o próprio social não se dá à representação por tais categorias;
em seu lugar aparecem representações não específicas, que jogam com a referência à
existência numérica de uma suposta uniformidade, “a massa”, “as massas”. Contudo, essas
designações, segundo Baudrillard (1981), também não são
referentes para a existência efetiva desses grandes
contingentes, por isso o autor substitui tais termos por
maiorias silenciosas.
A liquefação dos valores tradicionais: Z. Bauman
Uma faceta fundamental dessas diferenças reside no que Zygmunt Bauman (2007)
denomina por “vida líquida”. Mas o que significa isso? Significa que a vida social, padrões,
valores e rotinas do cotidiano mudam em tempo rápido, mais rápido que o necessário para
se constituírem em hábitos.
Curiosamente, há uma dimensão sólida nessa vida líquida: ela se constrói com base na
economia capitalista de ganhos crescentes, redução de custos e operação em escala global.
Essas tendências sólidas da economia contemporânea também apresentam flutuações,
provocam oscilações nas taxas de acumulação, cujos efeitos se espalham como tsunamis
para todo o mundo, ou seja, avançam fronteiras nacionais, destroem e constroem
novas situações.
Ao final, o vencedor apenas conseguiu sobreviver como “predador”, enquanto o outro foi
sucateado como “presa”, perdedor de uma luta que não era dele, mas de todo o sistema.
A liquefação dos valores tradicionais: Z. Bauman
Essa fluidez na vida social afeta todos os níveis da sociabilidade, e estranhamente ela se
justapõe às práticas consolidadas que identificam as práticas de classe, ou habitus de classe
(Bourdieu). Como pode ser isso?
É fácil ver no ambiente corporativo que ao mesmo tempo em que um executivo se distingue
com vestuário elegante, conhece os melhores restaurantes, mantém certo verniz de cultura,
ele também é capaz de “puxar o tapete” do colega, praticar a concorrência desleal, buscando
uma diferenciação a qualquer custo.
Não é outro o sentido das manchetes, das notícias e documentários que circulam na rapidez
volátil da imprensa on-line, nas telas da TV, nos celulares.
O escândalo político não persiste na mídia por mais de dois meses (exceto se for do
interesse da oposição, e se ela estiver aninhada nas empresas de comunicação).
O palco armado para essa exibição também deve ser administrado pelos especialistas em
marketing pessoal, que estão superando o papel dos antigos empresários e agentes. Eles
vão dosar a exibição, orientar atitudes, evitar a “superexibição na mídia”. Em todo esse
processo há uma temporalidade em curso, se esgotando a cada
dia, a cada manchete ou vídeo na internet.
A liquefação dos valores tradicionais: Z. Bauman
O tédio diante do cotidiano é uma sensação permanente, mas o estresse tem outras
características, aproximando-se do que antes era conhecido como angústia e ansiedade em
situações de tensão e pressão.
O estresse é estado individual, provocado pelo desafio ao sujeito, à pessoa, em face de uma
situação sobre a qual essa pessoa não tem controle. Por isso, o estresse é um dos fatores
das úlceras gástricas dos vendedores: afinal um vendedor não tem total controle sobre o
cliente, nem sobre as metas de produção que lhe foram impostas; seu controle e
responsabilidade se projetam para sua vida, contas a pagar e o perigo de perder o emprego.
A liquefação dos valores tradicionais: Z. Bauman
Culpa e medo são emoções que percorrem o tédio e o estresse: medo de tudo, do
desemprego, terrorismo, assalto e até do apocalipse. Medos de situações objetivas e de
muitas imaginárias; culpa pela infidelidade, pela “carreirinha” no banheiro, pela compra que
“estourou” o cartão de crédito. Diante de tudo isso, é melhor “desligar”, mas como?
Como entender esse contato social tão próximo e assim mesmo tão distante? Como
considerar “amigo” quem não se conhece, exceto porque os dois assistiram ao mesmo
noticiário na TV? Será que as redes sociais romperam com a base das “maiorias
silenciosas”? Se no Twitter, Facebook, YouTube as pessoas “falam”, se manifestam, isso
significa que a sociabilidade contemporânea foi ampliada? Voltou-se a viver em social?
Não. Essa sociabilidade é de outra natureza, ela é também “fake”, um simulacro do que
significa o relacionamento social. Os relacionamentos humanos, sociais são estabelecidos
entre pessoas, existem antes do surgimento de um tema, e prosseguem independentemente.
A sociabilidade virtual instaura uma rede de contatos pessoais
em torno de um tema. Trata-se de um relacionamento solitário,
até imaginário, apoiado na aparência e mantido no “por
enquanto” da modernidade líquida.
Interatividade
Zygmunt Bauman reflete sobre a liquidez dos laços na sociedade pós-moderna. De acordo com
o autor, podem-se caracterizar as relações sociais como:
a) Transitórias, superficiais e impessoais, cujas associações ocorrem com base em propósitos
muitas vezes limitados e instrumentais.
b) Pessoais, com uma predominância nos contatos sociais primários.
c) Individualistas e afetivas.
d) Comerciais, a fim de suprir a necessidade cotidiana, pois os indivíduos necessitam
preservar seus valores religiosos.
e) Os simulacros pertencem ao mundo dos objetos, mas eles
tornam “fake” a vida na sociedade de consumo porque
denunciam o desejado, amado ou esperado,
como inatingível.
Resposta
Zygmunt Bauman reflete sobre a liquidez dos laços na sociedade pós-moderna. De acordo com
o autor, podem-se caracterizar as relações sociais como:
a) Transitórias, superficiais e impessoais, cujas associações ocorrem com base em propósitos
muitas vezes limitados e instrumentais.
b) Pessoais, com uma predominância nos contatos sociais primários.
c) Individualistas e afetivas.
d) Comerciais, a fim de suprir a necessidade cotidiana, pois os indivíduos necessitam
preservar seus valores religiosos.
e) Os simulacros pertencem ao mundo dos objetos, mas eles
tornam “fake” a vida na sociedade de consumo porque
denunciam o desejado, amado ou esperado,
como inatingível.
Referência Básica