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Cascavel, sexta-feira, 29 de novembro de 2019 - Ano XXIII - Nº 2.225 - R$ 3,00
A batalha da Tancredo
Muffato, Havan, Beal, Atacadão e Irani concentram operações na antiga Av. Foz do Iguaçu
e formam um polo varejista na via que o leva o nome do presidente que nunca foi
O local não poderia ser mais
simbólico. Lá onde a Tancredo
acaba e começa a avenida Tito
Muffato. O novo investimento dos
“Muffatinho” em Cascavel está
na via que leva o nome do pai.
Em operação conduzida com
extrema discrição, como é o jei-
to de operar do barão do varejo
Ederson Muffato, “do nada” o
comandante do grupo surgiu em
ato realizado no Paço Municipal
anunciando as novas.
Estava arrematado o terreno
que hoje abriga o decadente pré-
dio de uma empresa de ônibus.
Ali serão edificados 12 mil metros
quadrados da versão atacarejo
dos Muffatinho. São novos 400
postos de trabalho no grupo que
já gera mais de 15 mil empregos
e está ranqueado entre os cinco
maiores do setor. O investimento
aproximado, calculado pelo CUB
e incluindo o valor de mercado de
áreas naquela região, passa fácil de
R$ 35 milhões.
n Perspectiva arquitetônica
do Max na Tito Muffato; no
detalhe, o empresário Ederson
Muffato anunciando o investi-
mento: discrição e arrojo
A movimentação inesperada
dos Muffatinho, embora gestada
há dois anos em regime de “segre-
do de estado”, transfere a batalha
dos varejistas do alto da Brasil,
onde Max, Stop e Armazém da
Maria - entre mortos e feridos -
outrora duelaram, para a região da
Tancredo Neves.
O mix de milhares de itens do
Max compete em larga medida
com a loja do “Véio da Havan”,
distante apenas algumas centenas
de metros, rivaliza com o Ataca-
dão (que tem acesso pela Tancre-
do), e com o novo Irani, a maior
loja do grupo, em construção ao
lado do Fórum.
pitoco@pitoco.com.br
Por ali também ganha nova
roupagem outro concorrente de
peso, que já na próxima quarta-fei-
ra estreia com nome acompanhado
de sobrenome: Beal Festval. Nem
precisa subir na Estátua da Liber-
dade para enxergar esses gigantes
duelando na Tancredo.
A concentração de varejistas
em uma região da cidade – ao con-
trário que o senso comum pode
apontar – beneficia todos. Conso-
lida Cascavel como polo comercial
regional, e no embate concorren-
cial traz ganhos para os clientes,
notadamente para os pequenos co-
merciantes da cidade e da região,
principais clientes dos atacarejos.
24h Pronto Atendimento
O ponto ideal
l Fazendo questão de
se apresentar como “cas-
cavelense”, Ederson des-
tacou que o grupo soma 11
empreendimentos na cida-
de.  “Conseguimos o ponto
ideal para expandir nossa
atuação no atacarejo em
Cascavel, um dos segmentos
que mais cresce no Brasil e
que permite grande econo-
mia ao consumidor”, disse.
l Avizinhar-se com a
Estátua do Hang é proble-
ma? Não. Ederson e Lucia-
no mantém relações cor-
diais. Diz a lenda que anos
atrás o “Muffatinho” estava
preso em uma enchente em
Santa Catarina e foi “socor-
rido” com sua família pelo
helicóptero do homem da
Havan. Mas, conhecendo
a têmpera de ambos, vale
sempre lembrar: “amigos,
amigos, negócios a parte”.
Falou & disse
“Com tantas prostitutas da
política nominando praças,
viadutos e avenidas neste
Brasil afora, por que ainda
não está no mapa de Casca-
vel a rua Francisca Lessa?”
(Frase atribuída a um historiador
da cidade, frequentador assíduo
da boate da Chiquinha)
NAÇÃO BIPOLARIZADA
Simon avalia a
era dos extremos
Em Cascavel, ex-senador critica radicalização
petista, diz que Lula deveria se espelhar em
Mandela e que Bolsonaro fala muitas bobagens
O ex-senador Pedro Simon,
de longeva carreira política inter-
rompida por inesperada derrota
eleitoral em 2014, esteve em Cas-
cavel na última segunda-feira. Foi
recebido pelo empresário Renato
Silva e sua equipe da Univel.
Simon, que tem entre suas ca-
racterísticas os longos e gesticula-
dos discursos, deu a entender que
as franjas políticas do sistema falam
demais e fazem de menos. Após
ressalvar a equipe econômica do
governo, com elogios para o super-
-ministro Paulo Guedes, o gaú-
cho disse que Bolsonaro “fala de-
mais”, e “fala muitas bobagens”.
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Jairo Eduardo e Antonio Santos da Luz
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Na outra ponta, não poupou
os adversários do presidente. Dis-
se que esperava outra postura de
Lula ao deixar a prisão: “Imaginei
que ele deixaria a cadeia na filoso-
fia do Nelson Mandela, que ficou
27 anos na prisão e saiu costuran-
do o entendimento pelo diálogo,
pela pacificação. O que vi foi um
Lula radicalizado, com ódio, inci-
tando criminosamente a popula-
ção com a turbulência no Chile”.
Para o veterano de quase 90
anos, saudável e lúcido, a pola-
rização política atingiu um nível
perigoso. “Isso é ruim para todos”,
disse. Simon lastimou também a
Aquele abraço
Para os assinantes Sadi Kisiel,
Maria Salete Gonçalves, Severino
Ferrarini, Edson Miyazaki, Bruno
Martini Ferraz Campos, Frederico
Kaefer, Adanor Varaschini e
Rene Cecílio Filho
29 de novembro de 2019
n Simon na CBN ladeado por Renato Silva, padre Zico, José Ro-
berto Benjamim e Beth Leal: voz ponderada na Era dos Extremos
recondução da paranaense Gleisi
Hoffmann à presidência nacio-
nal do PT. Ele deu a entender que
a sigla deveria ter alçado ao posto
alguém mais moderado, citando
nominalmente o professor Fer-
nando Haddad.
Pedro Simon disse que a ra-
dicalização do PT faz bem para
Bolsonaro. “O presidente está
gostando”, pontuou. O ex-senador
parece concordar com a “tese da
ferradura”, pela qual os extremos
se distanciam na largada, mas se
aproximam na ponta, como no
ódio visceral à mídia, comparti-
lhado por ambos.
Porém, Simon não vê um co-
légio eleitoral inteiro dentro das
bolhas ideológicas: “Estratifican-
do as urnas de 2018, temos 33%
de votos bolsonaristas, 33% de
votos petistas e 33% que votaram
no 17 por serem anti-petistas, não
2ª instância
Simon sustenta que o
Congresso Nacional vive seu
momento mais importante da
história, ao apreciar a mudança
na constituição capaz de auto-
rizar a prisão em 2ª instância:
“Presenciamos 70 anos de rou-
balheira impune. A Lava Jato
pôs em cana ex-presidente,
governador, presidente da Câ-
mara, grandes empresários...
Se o Senado não alterar isso,
se a prisão só for possível na
última instância, soltamos 900
corruptos e ninguém mais será
preso por corrupção”.
necessariamente por estarem ou
ficarem com o presidente”. Na
matemática do veterano, pode
haver espaço em 2022 para uma
candidatura presidencial entre os
extremos, embora não tenha cita-
do nomes.
 VOCÊ SABIA QUE O
CRESCIMENTO INDUSTRIAL
DO PARANÁ É SUPERIOR
AO DA CHINA?

NOSSA INDÚSTRIA CRESCEU % 6,7

DE JANEIRO A SETEMBRO DE 2019.
É TAMBÉM O MAIOR CRESCIMENTO DO BRASIL.
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ELEIÇÕES 2020
Xerife pede calma ao
alfaiate do Paranhos
Intervenção de Ratinho para tirar Pacheco
da disputa do próximo ano é “conversa fiada
para boi dormir”, segundo o prefeiturável
Nota recente publicada no Pi-
toco dava conta que, com Márcio
Pacheco (PDT) fora da disputa
do próximo ano, aumentavam
as possibilidades de o prefeito
Paranhos encomendar com an-
tecedência o paletó do mandato
reeleitoral.
“Essa informação não pro-
cede”, informou o deputado pelo
zap-zap. Pela primeira vez, o “Xe-
rife” foi mais contundente, afas-
tando qualquer possibilidade de
correr da raia em 2020.“Sou pré-
-candidatíssimo à Prefeitura de
Cascavel, e ponto final”, enfatizou.
Ele aproveitou para rechaçar
qualquer tratativa do Palácio Igua-
çu no sentido de dissuadi-lo de
disputar a cadeira estofada do 3º
andar. “Ratinho não faria isso, fi-
caria ruim para ele. Nunca recebi
Veum
O Ç Ã O
P R O M
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pa
o
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g Saiba mais em:
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Pacheco (dir.): segue o baile...
uma ligação do governador neste
sentido. É conversa fiada para boi
dormir”, acrescentou.
Márcio Pacheco deu a enten-
der que seus adversários jogam
na desinformação para confundir
o eleitor: “Disseram que houve um
acordo com o Ratinho e não sei
mais quem para eu ser candida-
to a deputado federal em 2022. E
que para isso eu teria que sair da
disputa agora. Só faltou combinar
comigo...”
JÁ TOMOU AQUELA
GELADA HOJE?
ENTÃO DIRIGIR NEM PENSAR
LIGUE AGORA MESMO
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29 de novembro de 2019
O terno
Pitocas
l Paulo será o por-
do prefeito
l Com o Xerife
to seguro do PT nas elei-
ções de 2020? Como
a esquerda não se une
postulando o emprego
nem na cadeia, ele ain-
do Paranhos, o quadro su-
da não obteve todas as
cessório ganha contornos
garantias do petismo
mais estáveis. Além de ambos, tam-
bém se colocam como pré-candidatos
local para assumir uma
pré-candidatura. O co-
o ex-prefeito Edgar Bueno, o ex-
munista poderia amar-
-presidente da Câmara, Juarez Luiz
rar seu veleiro no porto.
Berté, o deputado federal Evandro
Mas veleiros não foram
Roman e o vereador Paulo Porto.
feitos para ficar anco-
l O quadro acima pode estar in-
rados. Em última caso,
chado, sujeito aos anti-inflamatórios
sem consenso mínimo
dos conchavos. Mas, confirmados
dentro do PT, o profes-
pelo menos três dos seis, cresce a pos-
sor retorna à Unioeste.
sibilidade do segundo turno em Cas-
l Renato Silva
cavel. Então tudo indica que o costu-
anda mais ativo que
reiro terá mais tempo para trabalhar,
nunca no cenário políti-
se é que será contratado.
co. Semana passada, foi
l “Digo ao alfaiate do Paranhos
recebido em Brasília por
que tenha muita calma nesta hora”,
seu ex-funcionário Sér-
descontraiu o Xerife, confiante na
gio Fernando Moro.
vitória.
l Com a patrulha
l Em tempo: Inclinando a em-
ideológica em alta, sa-
barcação à direita, embora o PDT seja
cerdotes cascavelenses
de esquerda (é membro inclusive do
têm pisado em ovos e
Foro de São Paulo e da Internacional
escolhido palavras em
Socialista), Pacheco descarta alian-
seus sermões. Os patru-
ças com PT, PCdoB e até com as aves
lheiros das “igrejinhas
raras do PSDB (raríssimas por aqui,
políticas” querem, lite-
temos uns 10 quero-queros para cada
ralmente, ensinar o pa-
tucano em Cascavel).
dre a rezar missa.
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anos, conforme previsto no Código Civil de 2002. SAC Promotora 0800
724 7220. SAC - 0800 724 7220 / Deficientes Auditivos ou de Fala
- 0800 724 0525. Ouvidoria - 0800 646 2519.
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DIÁSPORA

“Já viu haitiano

mendigando?”
Venezuelano faz campanha para cascavelense
não dar esmola aos seus compatriotas
Uma postagem na fan n Venezuelano
page do Pitoco, perfil pede auxílio em
seguido por mais de 12 semáforo da
Avenida Brasil,
mil internautas, trazia em Cascavel:
a foto que está sendo ajudar ou não?
reproduzida aqui: um
venezuelano com uma pedindo dinheiro na
placa em que pede ajuda rua. É muito feio, tá
em dinheiro ou emprego. errado. Brasileiro
As opiniões na rede social pedindo, tudo bem,
se dividiram, e logo des- nasceram aqui, não
cambou para a política, como todas é nosso problema. Mas venezue-
as questões do momento polariza- lano é problema nosso. Os brasi-
do que a nação vive. leiros vão olhar feio para gente.
Peço para população que não
É cada vez mais comum encon- dê dinheiro. Alguns deles estão
trar venezuelanos pelas ruas de hospedados em hotel. A colheita
Cascavel pedindo ajuda. O ato in- de dinheiro dá para pagar hotel

to
dignou o cabeleireiro Rafael José todo dia. Nenhum de nós que tra-

rei
Mendoza. Ele está na cidade há balhamos aqui consegue morar

Di
quase três anos. E enviou para a em hotel, batalhamos para pa-

de
redação do jornal o seguinte apelo:

na
gar aluguel. Somos estrangeiros

lu
A
refugiados, mas com dignidade. -
GO
“Somos mais de 100 venezue- Vejam que não tem haitiano men- SO
LI
lanos trabalhando em Cascavel. digando no semáforo, eu nunca CIA
LETI
O Brasil é um país maravilhoso vi. Por que venezuelano tem que
que abriu as portas para nós. Es- pedir? São mais fracos? Não têm
tamos indignados com esse grupo capacidade de trabalhar?”

agende a
No foco de Korp
l O fotógrafo Marcelo Bongio-
vanni Korp voltou suas lentes para os
sua prov
“haitianos”, grafados assim por ele, en-
tre aspas, por retratarem a forma como
os conhecemos, sem nomes. “Quando
fotografados em individualidade, os
planos trazem algo da história de cada
um, flagram uma individualidade antes
posta à invisibilidade sob o título de ‘os
ACESSE E
haitianos’. Em foco, quais são seus no-
mes, o que diz cada um deles a respeito
n Haitiano e seu filho em
uma das fotos produzidas
SAIBA MAIS:
da cidade, de suas vidas e trajetórias, por Korp, e que estiveram
das relações sociais, humanas e eco- expostas no Museu de Arte UNIVEL.BR
nômicas que se impõem nesse novos de Cascavel até a última
tempos?”, pergunta-se o profissional. quarta-feira: invisibilidade @UNIVELOFICIAL
de gente sem nome
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45 98801.7885

29 de novembro de 2019 pitoco@pitoco.com.br l 05

UMAS & OUTRAS
Capoeirista do zap
l O mato está alto para carpir,
baixo para roçar e molhado para
queimar. Mas isso não impediu o pre-
feito Paranhos de gravar um vídeo
em uma capoeira e postar nas redes
sociais com o convite: “Tem mato
por aí, me envia um vídeo que vamos
resolver”.
l E, como de hábito, o alcaide
06 l pitoco@pitoco.com.br
deixou o número de seu celu-
lar pessoal no ar para receber
os vídeos por zap. Dada a de-
manda deste período do ano,
há quem aposte que o prefeito
entrou em um mato sem ca-
chorro. E, espera-se, sem onça
também...
l A propósito, o celular do
“capoeirista da mateada” é o
99932 7505. Use sem dó.
OS NÚMEROS
pessoas estão
inscritas no ves-
tibular da Unioeste que acontece
neste domingo. E R$ 65 milhões
estarão injetados na economia de
Cascavel nesta segunda-feira. É o
13º integral e o salário de novem-
bro dos mais de 10 mil servidores
municipais.
29 de novembro de 2019
Patas em 3 D
l O polo de saúde de
Cascavel não se limita aos
sapiens. Os problemas mais
complexos da turminha de
quatro patas também encon-
tram ressonância aqui.
l O médico veterinário
Jian Carlos Manfroi trouxe
a primeira impressora 3D, ca-
paz de produzir próteses para
os pets. Com o equipamento
é possível produzir bicos de
aves, talas e gesso personali-
zados para imobilizar fraturas.
l Na foto, a miniatura de
uma pata produzida aqui. A
técnica ainda precisa ser refi-
nada até o primeiro implante,
mas não deixa de ser um pro-
missor alento em uma cidade
que atropela tanto bicho.
 E
SEMPRE LAV A
S GU
MANTENHA OS DE PO TES DE Á
S
FECHE BEM A RAS
PA
RALOS E TAM ÁRIOS E COMIDA
NÃO DEIXE EM TAMPAS D E LIXEI VASOS SANIT S. DE ANIMAIS.
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