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Lisa Morris
Depois de mais longos 5 minutos encontro a maldita chave que estava atrás
do sofá, tenho que me lembrar de comprar um potinho para guardá-la não é
a primeira vez que isso acontece.
Pego um táxi pois pelo horário esperar um ônibus irá demorar muito mais.
Corro para o elevador e subo para o último andar, o andar do meu querido
chefe quer dizer o meu chefe babaca porquê e isso que ele é querido é um
ova.
Tento pegar os papéis do chão, mas são muitos, quando consigo pegá-los
olho finalmente para cima e vejo quem está me encarando da cabeça aos
pés, quer dizer, somente minhas pernas, Dylan as observa que infelizmente
ficaram a mostra por conta da saia que subiu, senti minhas bochechas
esquentarem.
- Srta. Morris preste mais atenção -diz com sua voz grossa.
- Sim eu estava levando neste exato momento para o Sr. assinar -digo.
Congelei, tenho certeza de que ele sabia o motivo, mas queria ouvir sair da
minha boca, ele sabia perfeitamente que era porque eu estava atrasada.
Somente assenti com a cabeça preferi ficar quieta a acabar falando merda,
sou um pouco explosiva, quando eu estiver com raiva ninguém me segura
porque eu mato um.
- Deixe os papéis na minha sala, tenho uma reunião agora, mas isso você já
sabe, quando eu voltar eu assino já que sua incompetência o tratou de
atrasá-los -diz.
Falei isso de uma forma doce, mas como um vulcão em erupção por dentro.
E ele se vai, olho para minha saia preta que agora está um pouco levantada
apesar de eu tê-la baixado ainda pouco.
(...)
Eu tenho apenas duas pessoas na minha vida que são mais importantes do
que tudo para mim, Emily e Jon são meus dois melhores amigos que eu
confio cegamente, ambos me ajudaram muito na morte dos meus pais e eu
sou muito grata por isso, não sei o que faria sem os dois.
Andei pelo bar procurando por eles e não demorou muito para eu vê-los em
um banquinho que tinha ali, corri até eles e lhes plantei um monte de
beijinhos.
Jon estava bem arrumado claro, cabelos penteados e sedosos, as vezes tinha
até inveja do seu cabelo por que sempre que o vento batia neles parecia que
se mexiam em câmera lenta, meu amigo particularmente era muito lindo,
era alto, olhos verdes, sobrancelha grossa, corpo musculoso e tudo mais,
infelizmente, infelizmente mesmo ele gostava da mesma coisa que eu.
Trágico.
- Estou ótima, Jon -digo e dou um beijo na cabeça de Emy que estava
sentada ao lado dele.
Emily Brooks, minha melhor amiga e minha colega de quarto, Emy era
loira e tinha lindos olhos castanhos, bem-vestida como sempre, ela tem um
dom para moda e não é à toa que trabalha com isso, sua pele bronzeada
estava brilhando.
- Ah isso -aponta para o seu corpo- Isso foi um acidente -ela faz aspas com
o dedo- no trabalho, a cobra da Suzana que derramou em mim e tenho
certeza de que foi de propósito -ri da sua cara de deboche
- Então, Lisa. Como foi com o querido chefe hoje? -Jon pergunta.
Foi uma péssima desculpa, mas ninguém merece falar de Dylan Venturelli
agora.
Mas todos deveriam saber que isso muita das vezes não funciona.
Ouvi uma voz falar na minha direção e abri os olhos devagar vendo Emily
com uma xícara, que pelo cheiro denunciou ser café, na minha frente.
-Emily mulher, ainda está cedo -falo sonolenta- Ainda é 7:45 -digo olhando
para o despertador- AI MEU DEUS VOU ME ATRASAR!
Praticamente pulo da cama, tenho que estar na empresa 8:00 da manhã, que
droga.
Eu preciso ter controle do meu horário e da minha vida.
- Depois.
- Bebe logo, depois você não vai beber -Emy me olhou com uma cara de
cachorro abandonado.
Ela estava tentando me fazer comer algo já que eu não tenho muito o
costume de comer pela manhã, mas se não comer eu posso muito bem
passar mal.
Peguei a xícara da mão dela e dei umas duas goladas, ela sorriu.
- Tem algo para você comer na cozinha -ela disse e pega a xícara da minha
mão.
- Lisa, você é minha melhor amiga. É claro que eu me preocupo -ela disse
sorrindo mas depois ficou séria de novo- E também foi o primeiro café
expresso que eu fiz na máquina nova, precisava de uma cobaia.
Emily sai do quarto e eu ri baixo.
Comi torradas que graças a Deus já vieram prontas e embaladas, tinha ovos
e bacon, mas eram os ovos e bacon da Emily. Minha amiga não era muito
boa na cozinha.
Depois de tratar alguns papéis, marcar umas reuniões para o babaca, ele
chega na empresa parecendo frustrado com algo, seu semblante não era os
dos melhores, será que aconteceu alguma coisa? Fico pensativa por um
tempo até que ele me chama para sua sala.
- Lisa, venha até a minha sala, agora -ele diz um pouco alterado.
Ok, agora tenho certeza de que algo aconteceu, ele nunca me chamou pelo
meu primeiro nome.
Cristo! o que será que ele quer, comecei a ficar nervosa...não que eu já não
estivesse.
- Quero que você seja minha noiva -ele simplesmente diz- Calma...
Calma?
Dylan suspirou.
- Minha família, mais especificamente meu pai, diz que eu preciso de uma
noiva para me manter no posto de CEO, para não perder isso quero que
você -ele aponta para mim- Seja minha noiva por um pequeno tempo.
Caio na gargalhada, não consegui me segurar! como ele pode dizer uma
coisa dessas é clichê demais, fico quase 5 minutos rindo até que finalmente
ele diz.
- Ahh... Sim, sim espera -levantei o dedo indicador pedindo para ele
esperar.
- Lisa preste atenção, eu sei que isso é super clichê, mas eu preciso de uma
noiva e eu só pensei em você -ele coçou o queixo- O seu nome é o único
que eu decorei além do da minha mãe.
Céus.
Preciso de água.
- Porque você é perfeita para história, todos vão acreditar que nos
apaixonamos porque você e eu vivemos juntos. Todos sempre me veem
com você e já devem ter boatos de que tenhamos transado de qualquer
maneira, não será tão difícil de acreditar.
- Posso pagar todas a dívidas do funeral dos seus pais e as dívidas do banco
que ficou para você.
Eu fecho a cara, com ele sabe dessa dívida enorme do funeral e a do banco
que ficaram tudo para eu pagar depois da morte dos meus pais, confesso
que é muito dinheiro levaria muito tempo para conseguir quitar aquela
dívida, mas eu estou conseguido aos poucos, bem pouco, mês passado o
banco me ligou ameaçando tirar meu apartamento que apesar de dividir
com Emily está no meu nome, me desesperei, tive que arranjar dinheiro do
quintos dos infernos para pagar pelo menos a metade, mas ainda falta
muito.
- Como você sabe sobre isso? Mesmo sendo meu chefe você não precisa
saber sobre minhas dívidas -o questiono.
- Eu apenas sei, então você vai aceitar? Preciso da resposta -ele diz
- Mas é claro que não, pirou de vez foi? -ele me olha com uma sobrancelha
levantada, ok passei dos limites, mas não me arrependo, falo mesmo.
- Tudo bem, mas saiba que a oferta ainda está de pé, estarei aqui se mudar
de idéia...agora traga um café pra mim -ele diz fazendo sinal com a mão
para mim me levantar, o por favor foi tirado do vocabulário dele.
Depois de sair da sala fico pensativa sobre isso, como ele pode me oferecer
uma coisa tão séria dessas?
(...)
Depois do trabalho vou direto para casa, estou muito cansada já que o dia
hoje foi bem cansativo, só quero minha belíssima cama.
Seria cômico se não fosse trágico, por um momento eu pensei que o senhor
celestial estivesse do lado do meu chefe babaca por que mandar uma coisa
dessas no mesmo dia em que ele me propôs um noivado falso é sacanagem.
- Não Emy não está, é do banco e eles querem a outra metade do dinheiro
senão vão levar nosso apartamento.
- Mas Lisa, é muito dinheiro, você não tem tudo isso, acho que nem
juntando nossas economias irá dar para pagar.
- Emy?
- Preciso te falar algo que talvez possa nos ajudar -ela me olha confusa.
Explico toda a situação para ela desde o início, depois de explicado ela me
olha incrédula
- Você aceitou?
- Lisa não é querer ser chata mas você está meio que sem opção, quer dizer,
você tem menos de um mês para quitar a dívida toda e é muito dinheiro,
mucura -ela diz- Tempos desesperados exigem medidas desesperadas.
- Eu não posso aceitar, Emy. É um plano que provavelmente não vai dá
certo.
- Provavelmente, mas é sua única jogada para se livrar disso logo de vez, se
caso algo der errado nós encontramos outro jeito, eu posso dobrar no
trabalho ou arranjar outro, pense a respeito e qualquer coisa eu estarei aqui
-ela diz e eu sorrio pequeno.
- Você viu isso? -ela riu- Nossa, você deveria agradecer por me ter.
Eu disse as vezes.
Não suporto dar razão para Emy, mas ela está certa, eu não posso correr
risco de ir morar na rua com minha melhor amiga e além do mais é só
fingimento não preciso realmente se casar com meu chefe arrogante.
- Não posso pedir para você se matar de trabalhar para pagar uma dívida
minha -respirei fundo- Não tenho muito tempo então terei de aceitar.
- Vai dá tudo certo -ela disse alisando minhas costas- Será que você pode
repetir a parte do "Você tem razão"? Adoro como soa -revirei os olhos.
- Não, e agora eu vou tomar banho -me levantei indo em direção ao meu
quarto, mas antes jogo uma almofada nela com força demais.
Infelizmente vou ter que aceitar a proposta, não quero nem ver a cara dele
de satisfação amanhã ou eu juro que vou bater nela todinha, depois do
banho volto para cozinha janto com Emy e coloco meu despertador para
tocar. Espero que esse bendito me acorde amanhã se não ele nunca mais vai
apitar.
3° capítulo
Dylan Venturelli
Desço as escadas do meu apartamento indo direto para cozinha tomar meu
café que Benta já deve ter preparado. Benta foi governanta da minha
família por um bom tempo, ela praticamente me criou junto com meu
irmão, até que eu a chamei para trabalhar para mim.
- Bom dia, meu menino -ela diz toda meiga e eu sorrio para ela.
- Sua mãe passou por aqui está manhã e pediu para eu avisar a você que vá
até a casa dela, creio que ela precise falar com você.
- Dona Monica? Mas está muito cedo Benta, a que horas ela veio aqui? -
pergunto.
Olho pro meu relógio e eram apenas 7:30 da manhã como ela passou aqui
tão cedo? Algo está errado.
(...)
- Mãe?
- Mãe? Cadê você mulher? -digo já irritado.
- Estou aqui meu filho -me viro e a vejo descendo as escadas, com seu
cabelo loiro arrumado, seus olhos azuis me encarando com felicidade, ela
vestia uma blusa branca e uma saia preta um pouco justa demais, mamãe
sempre foi vaidosa.
- Por que foi ao meu apartamento as 6:00 da manhã? -pergunto assim que
ela para de me abraçar.
- Venha, vamos para a sala de estar -ela aponta e nós caminhamos para a
sala.
Perguntei assim que nos sentamos no sofá com ela ao meu lado.
Nesse momento Gregório Venturelli, meu pai, entra na sala com seus olhos
verdes escuros cansados, seu cabelo preto penteado para trás com apenas
uma calça jeans e uma blusa de manga preta, meu pai é um coroa bonito,
mas é o oposto de minha mãe.
Como sou o filho mais velho fiquei no seu lugar na empresa e agora ele
trabalha mais em casa revisando contratos e essas coisas, meu irmão, Adam
Venturelli, está viajando a negócios e só volta no final de semana, meu
irmão é a cópia fiel da minha mãe e eu do meu pai.
- Oi pai -respondo.
-Filho, seu pai e eu temos que conversar com você -ela diz.
- Dylan você já está com quase 30 anos... -ela diz fazendo uma pausa-
Achamos que já está na hora de você se estabilizar.
- Achamos que você precisa de uma mulher ao seu lado, uma pessoa para
estar com você e ajudá-lo a manter o seu posto na empresa -ele diz calmo.
- E bom para os negócios filho, pode parecer que não mas é -meu pai diz.
- Tudo bem filho, está tudo bem -ela diz com uma cara amorosa.
Sorri para ela e respirei fundo. Não sei o que é mais estranho, eu ter que
noivar perante a sociedade para continuar na presidência da empresa ou
minha mãe querer me apresentar um filho de amigos porque aparentemente
na visão dela eu sou gay, não tenho nada contra, mas não é o que eu gosto.
Merda.
- Que ótimo meu filho, estou muito feliz por você -mamãe fala e me
abraça.
Congelei, e agora o que eu vou dizer? Tudo bem, eu dormir com muitas
mulheres mas isso não significa que eu lembro do nome delas, por isso eu
disse o único nome de mulher que eu decorei além de minha mãe e Benta.
Me odeio no momento.
- Estou feliz por vocês querido e quero conhecê-la, que tal nesse final de
semana? -mamãe pergunta.
Talvez por que ela não seja sua noiva de verdade? Meu subconsciente me
diz. Porra, eu estou tão ferrado.
(...)
Chego na empresa puto da vida, como vou abordar Lisa sobre isso? Ela vai
rir da minha cara com toda certeza, vou tentar ser o mais sério possível,
mas não vou desistir, não gosto de levar não e não vou levar dela.
Lisa é uma mulher muito atraente, seu cabelo preto liso, sua pele branca
como algodão, olhos azuis igual uma piscina que chega até a ser
hipnotizante, muito gostosa e bem baixinha apesar de usar salto, ela não
engana ninguém com aquilo.
A conheci na entrevista para o cargo onde ela foi muito bem por sinal
mesmo sem experiência, pôr fim a contratei, agora eu preciso fazer com
que ela aceite, ela precisa ser minha noiva por algum tempo.
Ligo para meu amigo que é detetive e peço informações sobre ela, isso é
estranho? Completamente, mas é necessário, deve ter algo que me seja útil
e realmente tinha, descobri que Lisa tem uma dívida enorme de seus pais
que foi deixada para ela na morte de ambos, era uma quantia muito alta
para ser quitada e minha mente deu um estalo, é isso!
- Lisa, venha na minha sala agora -digo e ela deve saber que é sério pois eu
não a chamo pelo seu primeiro nome.
Ela entra na sala com sua saia sempre modelando sua cintura, consigo notar
que ela quase não usa maquiagem então àquela e sua beleza natural, eu
adoro isso, faço menção para ela sentar e ela se senta com um bloco em
mãos.
- Sr. Venturelli em que posso ser útil? -ah você nem imagina.
Engoli em seco, acho que vou ter uma ereção aqui mesmo, apesar de tratar
Lisa muito mal eu a acho muito competente e muito responsável, tirando o
seu atraso claro, mas ela tem muito potencial e apesar disso ela nunca me
faltou com respeito mesmo eu merecendo, acho o melhor dela por que
apesar do que eu faço ela não me devolve com vingança, apenas com a
imaginação por que eu sei que ela me acha um babaca e tenho quase
certeza que ela me odeia, mas fazer o que eu? adoro perturba-la.
- Quero que você seja minha noiva -digo ríspido, ela fica pálida seu rosto
fica cheio de dúvida e surpresa, droga, deveria ser menos direto - Calma...
Respirei fundo.
- Minha família, mais especificamente meu pai, diz que eu preciso de uma
noiva para me manter no posto de CEO e passar um bom papel para a
sociedade, para não perder isso quero que você -aponto para ela- Seja
minha noiva por um pequeno tempo.
Como eu suspeitava, ela riu mais ela riu tanto acho que ficou uns 5 minutos
rindo da minha cara, já estava ficando puto.
- Lisa preste atenção, eu sei que isso e super clichê mas eu preciso de uma
noiva e eu só pensei em você -cocei o queixo- O seu nome é o único que eu
decorei além do da minha mãe.
- Porque você é perfeita para essa história, todos vão acreditar que nos
apaixonamos porque você e eu vivemos juntos. Todos sempre veem com
você e já devem ter boatos de que tenhamos transado de qualquer maneira,
não será tão difícil de acreditar -explicou.
- Lisa, eu posso te oferecer o que você mais precisa -digo e ela fica
confusa.
- Que é?
- Como você sabe sobre isso? Mesmo sendo meu chefe você não precisa
saber sobre minhas dívidas -me questiona.
- Eu apenas sei, então você vai aceitar? Preciso da resposta -falei e ela fica
incrédula.
- Mas é claro que não, pirou de vez foi? - levanto uma sobrancelha e ela se
encolhe.
- Tudo bem, mas saiba que a oferta ainda está de pé, estarei aqui se mudar
de ideia...agora traga um café para mim -faço menção para ela sair.
Preciso ficar sozinho e trabalhar, isso com certeza vai me fazer ficar
melhor.
Estou tão nervosa que acordei antes do meu despertador, coisa que é
raridade.
Estou criando coragem para falar ao meu chefe que eu aceito sua proposta,
não sei como vou tocar no assunto -ah, oi Sr. Venturelli eu aceito ser sua
noiva de mentira e mentir pra toda sua família e amigos- Super normal,
coisas que fazemos no dia a dia.
Saio do meu quarto já arrumado, hoje optei por uma calça jeans clara, uma
blusa branca e um blazer da cor vermelho que eu amo, passei meu batom
vermelho da coragem e calcei meu sapato alto branco.
- Como se fosse fácil -sussurro indo pegar minha bolsa, carteira e alguns
documentos.
Pego tudo e dou um beijo na bochecha dela que está parada me olhando.
- Tchau, Emy.
- Não.
- Tchau, Emily.
Fecho a porta e vou rumo as ruas de Nova York, não tomei café
propositalmente pois queria tomar algo do Starbucks, faço meu pedido a
uma loira simpática e saio para pegar um táxi.
Chego na empresa passando pela recepcionista e dando bom dia, subo pro
último andar enquanto esfregava meus dedos, nervosismo é horrível. Como
estava cedo fui logo adiantando a papelada e preparei os papéis para a
xerox.
Ligo a máquina que está em minha sala e ela não quer pegar de jeito
nenhum.
Bato nela para ver se funciona, mas ela não liga, bato de novo dessa vez
mais forte, porém nada acontece
- Oi, Lisa -uma voz masculina diz e eu me viro para ver quem é.
-Ah, oi Gustavo -Gustavo trabalha para o irmão de Dylan há dois anos, nos
meus primeiros dias ele me ajudou a manter as coisas em ordem com o
babaca.
Nessa hora bato nela de novo, acho que vou quebrar a máquina se
continuar com isso, mas não é que funcionou.
- Que bom que lhe agrado Gustavo -digo levantando-se e indo pra máquina
para manter distância.
- E muito Srta. Morris -fico sem graça com seu comentário e dou um
sorrisinho nervoso.
- Escuta Lisa, que tal irmos beber alguma coisa depois do trabalho, sabe, só
pra conversarmos?
- Ah n..
Dylan aparece na porta com seu terno preto que eu tanto acho sexy e com
sua barba por fazer, seus olhos verdes estavam irritados, eu o conheço bem
a ponto de dizer que aquilo não era mau humor.
Era pior.
- Nos falamos depois, Lisa -Gustavo diz e vai embora, agradeço por isso.
Pego meu bloco de anotações, ajeito minha blusa e vou para a sala dele,
bato na porta e escuto sua voz atrás dela.
- Entre.
- Não, pode ir -me viro para sair, mas lembro da maldita máquina em
minha sala.
- Pode, mas seja rápida -ele diz sem desviar os olhos do MacBook.
Saio da sala dele e vou em direção a minha, pego os papéis e volto para lá,
quando entro Dylan já não está mais olhando para o seu computador, agora
ele me olha estranho. Percebo que ele está analisando todo meu corpo na
cara de pau e eu coro, por que eu fico assim perto dele? eu hein.
- Ótimo Srta. Morris -meu sobrenome fica tão sexy em sua boca.
Faço menção de sair mais ele segura meu braço e me puxa de volta colando
nossos corpos, consigo sentir seu hálito de menta.
- Sim, Sr. Venturelli -digo e ele fica tenso- Eu aceito ser sua noiva.
Sinto o alívio em seus olhos e logo depois ele sorri para mim, Dylan pede
para eu sentar e eu caminho até a cadeira na frente da sua mesa eu me sento
esperando e o espero falar.
- Que bom que aceitou Lisa -ele diz se sentando na sua cadeira.
- Estou ouvindo.
- Como é?
- Sente-se -ordena.
- Lisa se sente, por favor -ele me olha e eu me sento, preciso acabar logo
com isso.
- Anote neste papel tudo o que for necessário da sua conta para eu depositar
a quantia e você quitar suas dívidas, irei depositar a primeira parte depois
que você for apresentada a família que por falar nisso será nesse final de
semana, meus pais irão conhece-la então se faça de apaixonada por mim e
também não quero ter essa fama a qual se refere, não se envolva com
ninguém, se quiser sair com o tal Gustavo que saia somente depois,
entendeu?
- Tudo bem Dylan, depois eu saio com ele então -minto e ele me dá um
sorriso falso- Só isso?
- Não, você vai sair comigo está noite -Isso não foi um pedido e sim uma
ordem!
Não preciso dizer nada a Dylan, mas eu tenho uma necessidade estranha de
lhe contar as coisas mesmo não sendo de seu respectivo respeito.
Sei que não tenho nada para esta noite a não ser o convite de Gustavo, mas
não é como se eu fosse aceitar e então eu falo a desculpa mais estúpida que
já inventei.
- Comprar o que?
- Eu irei com você e depois vamos jantar -ele diz ríspido -Agora me traga
os contratos, Lisa.
Me levantei da cadeira meio desnorteada e saí da sala olhando para ele uma
última vez que voltou a encarar o Macbook, eu sabia que não iria ganhar
nada discutindo com esse homem, ele é impossível.
- Vamos?
Olho para trás e o vejo, ele está com os cabelos desalinhados se apoiando
na porta, Dylan é tão bonito, mas é um babaca e agora eu sou noiva desse
babaca, só me meto em furada.
- Vamos -passei pela porta o deixando para trás que tinha um sorriso de
lado.
Dizer que demorou um século até chegar o térreo é eufemismo pois levou
uma eternidade.
Minha tensão está evidente ali dentro, estar em um lugar fechado com um
homem que me intimida tanto me desperta alguns desejos que eu mesma
nem sabia que tinha.
Quando saímos todos os olhares caem sobre nós, me encolho não gostando
de muita atenção e agora que eu percebi o quanto os boatos que Dylan
mencionou realmente acontecem, eles com certeza devem achar que nós
dois temos alguma coisa, olhei para Dylan que também está me
observando.
- Nada -ele coloca a mão na minha costa me guiando para fora, sinto meu
corpo se arrepiar com seu toque, mas puxo as mangas do blazer mais para
baixo.
Do lado de fora da empresa nós chegamos na sua BMW preta e ele abriu a
porta do carro para mim, entrei no veículo e ele e entrou logo depois, Dylan
começou a dirigir ficando extremamente sexy com as mãos no volante e
seu Rolex brilhando em meio a escuridão do carro, acho que estou
babando.
- A uma lojinha que vende essas coisas, te guio até chegar lá -olho pra fora
do carro
- Certo.
Mas eu não sei quase nada sobre sua vida pessoal e já que serei sua noiva
por um tempo eu preciso saber alguns detalhes sobre ele e sua família,
apenas informações básicas.
- Como assim?
- Coisas pequenas Dylan, como sua comida preferida, se tem alergia a algo,
sua família -digo e olho para ele- Creio que saber da sua família será
importante.
- Pois saiba que é, apesar de ser sua secretária eu não sei todos os detalhes
sobre você, até porque nunca tivemos uma conversa de pessoas normais.
- Dylan são apenas informações pequenas, não quero ser uma noiva
patética que não sabe nada sobre você -digo tentando o convencer.
- Digamos que você é mais -digo e ele revira os olhos pegando minha
referência ao noivado falso.
- E a sua?
- Você fica linda de vermelho -ele diz em tom de voz sexy e me encara.
Seus olhos estavam maliciosos e eu tenho quase certeza que algo impuro
passava pelo sua mente naquele momento.
- E a sua primeira vez? -olho para minhas mãos abaixando a cabeça, minha
primeira vez não, não merece ser lembrada e sim esquecida, apreendi a
viver com isso e assim irei continuar vivendo.
- Chegamos -digo aliviada e desço do carro, não o espero vou direto para
loja.
Quando entro vejo um homem atrás do balcão lendo um jornal, ele parecia
ter mais de 50 anos e seu cabelo era grisalho, o homem estava vestindo
uma blusa de manga branca e uma calça jeans escura.
- Olá -o cumprimento.
Dylan aparece atrás de mim e acena com a cabeça para o homem que faz o
mesmo e logo depois volta sua atenção para o jornal.
- Aqui -digo olhando pro potinho azul que está em minha mão.
- Deixe-me ver -Dylan pega o objeto- Está perfeito, vamos estou com
fome.
- Você quem quis comprar esse potinho -ele fala colocando as mãos no
bolso da calça social.
infelizmente,
Passei por ele indo direto para o caixa e logo depois Dylan aparece
passando a mão na barba rala, ele se oferece para pagar, mas não o deixo,
tenho certeza absoluta de que posso pagar por isso.
Término de pagar o potinho que agora está e uma embalagem e vamos para
carro.
- Nós estamos indo jantar Lisa e não me contrarie -ele diz com a voz firme.
- Não é não, se fosse você saberia -ele me olha com um sorrisinho de lado,
rolo os olhos e ficamos em silêncio até chegar no restaurante.
- Não, nós traga um salmão ao molho de alcaparras -ele diz e olha para
mim- E a melhor garrafa de vinho tinto.
- Benta trabalha comigo em minha casa, é como uma segunda mãe para
mim.
Dylan olhou para as minhas mãos em cima da mesa por alguns segundos e
subiu até chegar no meu rosto, ele encarou meu pescoço e logo depois
meus olhos.
- O que?
- Respondendo sua pergunta, não, eu não sou virgem, Dylan -digo e ele me
encara sem demonstrar nada.
Bebo um gole de vinho e o encaro também, ele passa a mão pela taça
fazendo círculos e me olha sobre seus longos cílios
Olhei para sua boca rosada e mordi meu lábio inferior com força vendo ele
resmungar algo que foi inaudível para mim, o desejo entre nós dois é
inegável.
Foi incrível como ele conseguiu me deixar molhada com apenas um olhar.
Deus, preciso sair da sua direção o mais rápido possível.
Vamos para a saída e eu pego meu celular para ver que horas eram e tinha
mais de cinco ligações perdidas de Emily, acabei me esquecendo de avisar
sobre o incidente do potinho.
- alô, Mucura?
- Onde diabos você está? já é quase 00:00, estou preocupada, você nunca
chega a esse horário.
- Está tudo bem, já estou indo pra casa falaremos depois -Dylan me olha.
Dou meu endereço para que Dylan me deixe em casa e assim ele o faz sem
dizer nada, chego em frente ao meu apartamento e olho para ele.
- Boa noite, Sr. Venturelli -saio do carro ouvindo uma risada sair dele.
- Tá, pode ir falando Lisa Morris, aquele no carro era o chefe babaca?
- Para que tudo isso? Você sabe que é tudo uma farsa.
- Você precisa estar linda para a família do seu noivo, Lisa -Emily diz
passando a mão em vários vestidos de uma loja.
- Não, está louca? Está perfeito em você -Emily se levanta e vem em minha
direção.
Ri baixo.
Confesso que o colar ficou perfeito com vestido, deu um charme mais
elegante a tudo, mas não cabe no meu orçamento eu não posso levá-lo.
- Sim está lindo mais não posso levá-lo, Emy -digo passando a mão no
colar.
- Moça, levaremos o vestido e o colar por favor -ela diz pra mulher que
estava nos atendendo.
- Me impeça, Lisa Morris -ela diz com o cartão de crédito na mão, sorrio e
lhe dou um abraço.
Tomo uma ducha fria, estou um pouco nervosa é claro, não sei se irei
conseguir fingir para todos por muito tempo mas tenho de fazer isso, é
minha estabilidade e de Emy que está em jogo, não posso perder meu
apartamento.
Coloco meu vestido com cuidado para não amarrotá-lo, calço meu sapato
alto nude e passo uma maquiagem forte nos olhos e um batom fraco
deixando meu cabelo secar naturalmente.
- Você está linda, srta. Morris -ele diz se aproximando e eu sinto o seu
hálito de menta.
- Você também Sr. Venturelli -digo e nos encaramos por alguns segundos
até que Emy chama nossa atenção:
- Já acabaram crianças? Escute Lisa, vou sair com um carinha hoje então
não vou estar aqui quando você voltar, leve sua chave senão ficará pra fora.
Apenas confirmo com a cabeça sem entender muito bem o que ela disse
apenas olho para Dylan que ainda está me encarando.
- Vou para cozinha, tchau para vocês dois -Emy diz e se vai.
- Não, meu motorista irá nos levar -ele diz e me ajuda a entrar no carro.
- Preciso dizer uma coisa para você -ele diz meio sério.
- Esta noite você não será somente apresentada aos meus pais -ele diz me
encarando.
- Hoje é a nossa festa de noivado -ele diz como se fosse a coisa mais
normal do mundo.
- Meus pais fizeram uma festa para você, você não será apresentada
somente a eles e sim para todos nossos amigos está noite, há pessoas
extremamente importantes aqui dentro, então prepare sua parte atriz e me
impressione -ele diz e toca a campainha.
Não consegui absorver muito bem o que Dylan acabou de dizer, hoje era
apenas para me apresentar aos seus pais primeiro e não uma festa com um
monte de gente, não estou preparada pra isso.
- Mãe, está é Lisa Morris, minha noiva. Lisa essa é Monica Venturelli,
minha mãe.
A casa era ainda mais linda por dentro, o hall de entrada era do tamanho do
meu apartamento e bem no centro tinha uma mesa com um vazo enorme
com flores brancas que suponho que seja do jardim.
Fomos direto para sala de jantar que devia ter no máximo umas 100
pessoas sentadas em jogos de mesas espalhadas, quase desmaio, sou
extremamente tímida, ter muitas pessoas me olhando me deixa tensa.
Avisto um homem vindo em nossa direção, vejo que é muito parecido com
Dylan.
- Você deve ser Lisa Morris, certo? -ele diz apontando para mim.
Eu olho para o homem loiro com grandes olhos azuis, ele é uns 2
centímetros mais baixo que Dylan, seu terno azul claro deve custar mais
que meu salário em um ano, seu cheiro é amadeirado e sua barba está por
fazer, ele parecia demais fisicamente com Monica.
- Solte-a, Adam -Dylan lança um olhar mortal para ele que ainda está
segurando meu braço, mas que porra!
- Tudo bem, tudo bem, relaxa -ele me solta- Olá cunhada meu nome é
Adam Venturelli, sou o irmão gostoso do seu noivo, uma pena você ter
conhecido ele primeiro -ele diz com um sorriso bobo e beija minha mão.
- Ai cara mas que porra, é brincadeira -Adam diz alisando o seu próprio
braço, rio dos dois.
Mesmo trabalhando para Dylan eu nunca tinha visto seu irmão, Adam
sempre trabalhou viajando pelo mundo fazendo parcerias e essas coisas,
toda vez que voltava nunca tinha tempo de ir a empresa e eu não faço ideia
do por que, ambos não tem muita semelhança, digamos que Dylan puxou
para o pai e Adam para a mãe.
- Querida venha aqui, quero lhe apresentar a algumas pessoas primeiro -ela
pega minha mão e nós duas saímos deixando para trás os três homens
discutindo.
Chegamos em uma mesa onde havia um casal que aparentavam ter mais de
60 anos.
- Mãe e pai, essa é a noiva do Dylan seu neto mais velho -Monica diz.
- Olá minha jovem, sou Otávio Mitchell -o homem me saúda.
- Olá, sou noiva do seu neto Dylan -levanto minha mão, mas ela não a
pega, olho para Monica que está com um olhar triste.
- Sim ela está -ele diz e toca na mão de Francine a olhando carinhosamente
- Você me parece ser uma ótima pessoa Lisa, de um bom coração -Otávio
me encara.
Que merda.
- Ótima moça essa que você escolheu para se casar, Dylan -Otávio diz e
sorri para ele.
Otávio pega a mão de Dylan e o puxa, sussurra algo em seu ouvido que eu
não consigo ouvir e o solta. Olho para Dylan, mas como de costume não
expressa nenhuma reação.
Dylan se levantou pegando uma taça e a levou consigo até o centro da sala
onde podia ser visto por todos, ai meu Deus.
- Atenção por favor -ele diz alto para que todos pudessem o escutar.
Todos viraram para ele que estava sorrindo que nem um idiota para mim.
- Como todos vocês já sabem, hoje é a minha festa de noivado -eu não
sabia, idiota!!- Com a mulher da minha vida, Lisa Morris essa mulher é
você, desde a primeira vez que eu a vi eu soube que você seria a pessoa
certa para mim, tudo em você é apaixonante seu cheiro, seu jeito, seus
olhos, sua personalidade que eu tanto amo -Dylan me chama até o centro,
eu reluto um pouco mas acabo aceitando e paro na sua frente.
- Você é tudo o que eu preciso, Lisa -ele se ajoelha e tira uma caixinha
vermelha do bolso- Eu sei que já pedi antes mas ainda não tinha o anel
certo para você -coloco a mão na boca fingindo estar emocionada.
- Não ande para trás, Lisa -Dylan sussurra e aperta minha mão de leve para
que eu possa responder, acabei esquecendo que Dylan estava ali de joelhos
e estávamos no meio de um pedido falso.
- Pensei que ia desistir -ele fala no meu ouvindo ainda abraçado a mim.
- Foi por pouco -me solto do abraço e beijo sua bochecha vendo ele sorri de
lado em seguida.
- Ah meu filho que linda declaração -Monica chega nos abraçando de novo,
essa mulher é muito fã de abraços.
- Parabéns maninho agora você está amarrado -Adam diz com a mão no
peito e um olhar de pena.
- Não se preocupe sua vez irá chegar maninho -Dylan diz e Adam faz um
sinal com a cruz com os dedos para ele.
Casais começam a ser formar na pista de dança e uma música suave toca,
Dylan e eu começamos a dançar também.
Dylan me conduz toda a dança e eu apoio minha cabeça em seu ombro para
mostrar afeto em público.
- Um pouco.
- Posso? -um homem com estrutura média, cabelos pretos e olhos castanhos
estende a mão para mim, olho para Dylan que assente um pouco relutante.
- Sou Ricardo Lopez, um velho amigo -ele me puxa para ficar mais perto.
- Agora entendo o fascínio, você é linda e tem um belo corpo -ele desce a
mão até o início da minha bunda.
- Já chega -tirei suas mãos de mim- Nunca mais me toque -saio o deixando
sozinho no salão e vários olhares estranhos foram lançados para ele.
Eu poderia fazer um chilique, mas não seria conveniente para Dylan já que
tem pessoas superimportantes aqui que podem acabar com a carreira de
negócios dele em um estalar de dedos, mas não significa que não irei contar
a ele.
Ando em direção a uma porta branca que leva até uma estufa na parte
externa da casa, olhei para trás vendo Dylan se aproximar do tal homem e
logo em seguida apontar para o hall provavelmente o mandando embora.
- O que faz aqui? -me assusto com Dylan que está parado em pé na porta
parecendo um fantasma.
O encaro e ele faz o mesmo, ele olha para minha boca e seus olhos de
sérios se transformam rapidamente.
- Obrigada.
O peito de Dylan subia e descia normalmente enquanto seus olhos
analisavam o meu rosto, ele andou até mim colocando uma mão no bolso
da calça social e levou o polegar da outra até o meu lábio inferior me
fazendo ofegar.
Ele me puxou lentamente fazendo seu corpo colar no meu e tirou a mão do
bolso abraçando minha cintura em seguida, engoli em seco.
Ele cola nossas testas e passa a língua nos lábios, ambos estamos ofegantes
até que ele me beija, nossas bocas se encaixam perfeitamente e nossas
línguas iniciam um beijo intenso e gostoso, Dylan coloca a mão na minha
nunca tomando posse do beijo e eu acabo soltando um gemido em sua
boca.
Ele me empurrou um pouco até meu corpo bater na mesa de madeira e ele
me colocar em cima dela, puxei seu cabelo arrancado um gemido dele,
ninguém nunca tinha me beijando assim antes. Dylan puxou meu corpo
para frente e eu apertei minhas pernas ao seu redor, sua mão livre desceu
pelo meu corpo que estava em chamas até chegar na barra do meu vestido,
ele parou de me beijar e me encarou com os olhos transbordando de desejo.
Minha respiração ficou escassa quando eu senti seu dedo chegar na minha
calcinha por cima do tecido, cacete.
Dylan olhou para mim com um sorrisinho convencido e eu sorri falso para
ele. Eu estava com vontade de me enterrar! Acabei de beijar o homem o
qual eu disse que não teria nada, meu segundo nome deveria
"contraditório".
- Trouxe Lisa para conhecer a estufa, ela gosta muito de flores -quem olha
até pensa que ele sabe mesmo.
- Ah isso é ótimo, você pode nos visitar quando quiser para ver a estufa,
Monica irá adorar.
- Sim, vocês ainda têm convidados -Gregório diz e sai primeiro pela porta,
Dylan me olha divertido.
- Não quer ver se sua calcinha está bagunçada também? -Pergunta com os
lábios no meu ouvido enquanto saímos da estufa.
Não respondi por que entramos salão e rápido algumas pessoas vieram falar
conosco obviamente sobre negócios, um garçom passou por mim e eu
peguei uma taça de champanhe.
- Lisa, pegue suas coisas, nós já vamos -Dylan diz e se despede dos pais.
Vou a minha mesa e pego minha bolsinha de mão.
- Meu marido me disse que foi conhecer a estufa, que tal voltar aqui para
me ajudar a cuidar das rosas?
- Ótimo, venha aqui no Domingo, e podemos almoçar todos juntos -ela diz
e agarra o braço do marido.
- Certo, vamos baby. Você deve estar cansada -Dylan pega minha mão e
saímos da grande casa depois que me despedi deles.
- Meus pais amaram você -Dylan diz e me ajuda a entrar no carro que
estava nos esperando.
- Seus pais são ótimos Dylan, eu também gostei deles -ele entrou no carro e
sorri para mim.
Peguei minha bolsa para pegar minhas chaves, mas eu não as acho. Mexo
na minúscula bolsa um pouco agoniada tentando encontrar, mas é em vão.
- E daí?
- E daí que sem elas eu não entro no apartamento, gênio -digo verificando a
bolsa novamente.
O celular de Jon tocou umas mil vezes e nenhuma delas ele me atendeu, e
quando ele não me atende esse horário é porque está de plantão no
trabalho. Que droga!
- E aí?
- Tudo bem, você pode ir ao meu apartamento -me viro para ele que está
com um sorriso fraco.
- Você não tem grana para um hotel aí com você têm? -mexo na bolsa que
está somente meu celular.
- Mas...
- Nenhum pio, Morris -ele repete o que eu disse a ele antes e sorri para
mim.
Estou ferrada, o plano era evitar ficar sozinha com ele e não passar a noite
no seu apartamento, espero que a noite voe.
8° capítulo
Lisa
Dylan me levou até a cozinha onde havia uma mesa de vidro com uma
cesta de frutas sobre e um balcão de granito.
- Estou falando de não ter me contando que hoje era a festa, você me pegou
desprevenida, Dylan. Eu podia ter feito algo errado ou ter falado algo
errado para alguém.
- Certo, nós fomos bem de qualquer maneira -bebo outro gole de água.
- Sim, só isso.
Não vou falar daquele beijo com você se é isso que está pensando.
Me ajeito no banco e olho para meus dedos, eu sempre faço isso quando
estou nervosa ou excitada e no momento eu estou os dois.
- O que você quer fazer? -o encaro e ele está com as pupilas dilatadas.
Dylan volta com uma blusa social e uma cueca box, ambos ainda estavam
na embalagem.
Não consigo agradecer pois ele já havia partido para porta ao lado.
Entro no quarto que era um cômodo amplo, a parede tinha uma textura
cinza claro e tinha uma cama de casal bem exagerada.
Fui direto para banheiro e tomo uma ducha relaxante, visto somente a blusa
social branca pois tenho o costume de dormir sem nada por baixo, me deito
na cama e desligo o abajur para tentar dormir.
Mas só consigo pensar nele, na sua boca na minha, sobre o que ele disse
que faria comigo, até eu fugir dele.
Durmo meia hora depois somente pensando naquele arrogante.
Dylan
Ela me deixa confuso, é evidente que ela se sente atraída por mim não sou
idiota, e eu me sinto atraído por ela de uma forma que nunca me senti por
outra mulher.
Eu a quero tanto, sentir sua boca na minha foi a melhor sensação da noite.
Ainda pouco quando ela fugiu de mim, me senti culpado pela primeira vez,
não sabia se tinha a ofendido ou a deixado mal, e isso me confundiu.
Como não consegui dormir me levantei e vi que eram 3:30h da manhã, saí
do meu quarto passando pelo quarto de Lisa e vi que a porta estava um
pouco aberta, mas não quis entrar ela deve estar dormindo.
Desci as escadas e fui pra cozinha beber um copo de água e foi aí que eu a
vi sentada sobre o balcão de granito, ela estava tão linda com a minha blusa
social que mais parecia um vestido, as mangas estavam enroladas até os
cotovelos e o seu cabelo caia como uma cascata em meio a escuridão da
cozinha que era iluminada apenas pela luz da lua que atravessa as janelas.
Sorri de lado e passei por ela sentindo seu cheiro, bebo minha água e a
pego olhando pra mim com uma expressão estranha.
- Quer conversar?
- Não está muito tarde para isso? -ela pergunta com um sorrisinho bobo.
Eu comia a parte do flocos e ela chocolate, e assim reservamos, ter Lisa por
perto é muito agradável mas ela ainda continua desastrada.
- Aí me desculpa Dylan, não foi minha intenção -Ela tentou tirar uma
colher de sorvete do pote, mas usou força demais e agora eu estou coberto
de chocolate e ela também.
- Deixa que eu limpo -ela diz ainda na pia e eu me virei para encara-la.
Lisa pega um pano branco e eu não deixo de notar suas pernas torneadas,
seu corpo lindo e pequeno me deixa excitado facilmente.
Ela vem até mim e encara meu corpo com sorvete de chocolate espalhado
pela minha barriga, ela começa a passar o pano lentamente e meu
amiguinho aqui já está acordando.
- Não, eu que fiz a sujeira agora deixe-me limpar -ela me olha e vai se
abaixando para terminar de me limpar.
Levantei a cabeça olhando para cima e respirei fundo, sua mão pequena
desce mais um pouco até a entrada do meu membro e eu solto um
grunhido.
Foda-se.
Estiquei meu braço até pegar o seu e a puxar para cima com força fazendo
seu corpo colar no meu, Lisa se assustou um pouco e logo depois deu um
suspiro.
Ela sorriu mordendo o lábio inferior, infernos!! Essa mulher vai ser a
minha perdição.
Apertei seu corpo contra o meu e ela apertou minha costa com as suas
unhas me fazendo dar um gemido abafado, parei de beijá-la e me
concentrei em deixar beijos no seu pescoço e dar pequenas mordidas.
Apertei seus seios redondos sobre a blusa e ouvir ela gemer, foram músicas
para os meus ouvidos
Suas mãos envolvem meu cabelo e ela os puxa me trazendo mais para si,
empurro meu membro na sua intimidade a fazendo arfar.
- Você é linda, Lisa -deixo beijos castos por todo seu corpo.
- Porra, Lisa.
- Não quero aumentar o meu ego só quero ouvir você pedir -falei.
- Dylan... - aperto o seu seio esquerdo com a outra mão- Você é um babaca.
Tirei meu dedo de dentro dela e ela me olha furiosa, coloquei minha mão
na sua nuca a fazendo me encarar com mais proximidade.
Minha outra mão foi para a blusa social e delicadamente fui abrindo os
botões um por um enquanto ela respirava com diferente.
- Diga -ordeno.
- Por favor -ela fez uma pausa quando meus dedos apertaram o bico dos
seus seios rígidos - Me faça gozar -ela me encara- Agora.
- Humm...Por favor.
Continuo fazendo movimentos circulares com a língua e ela se contorce na
mesa jogando a cabeça para trás sutilmente.
Sugo o seu clitóris com mais força a levando ao êxtase e ela ela goza
deliciosamente na minha boca.
Passei a língua nos lábios e me levantei para vê-la com o rosto corado e as
pernas trêmulas.
Peguei a blusa social que ainda estava no seu corpo e a fechei botão por
botão enquanto ela me encarava, seus olhos estavam brilhantes e meio
cansados por não ter dormido direito.
- Acho que agora você vai conseguir dormir muito bem -falei e ela riu
baixo.
- Vá dormir, baby.
Sorri totalmente satisfeito por sentir o seu gosto e fazê-la gozar na minha
boca, meu foco era apenas dar prazer a Lisa e foi exatamente o que eu fiz.
9° capítulo
Lisa
Eu realmente tinha tido o melhor orgasmo da minha vida com meu próprio
chefe. E o pior é que eu não me arrependo nenhum um pouco.
Se vocês virem a vergonha da minha cara por favor não pisem, ela ainda
pode ser útil.
Me levanto indo direto para o banheiro que tem nesse quarto enorme, vejo
que tem uma escova de dentes lacrada e será essa mesmo que irei usar.
- Sim eu dormir na casa dele, mas não transamos a noite inteira, irei pra
casa daqui a pouco.
- Até.
Guardei o celular e saí do quarto indo para as escadas, olhei novamente
para o apartamento de Dylan é conclui que é bem fácil alguém se perder
aqui dentro.
Fui direto para a cozinha e avistei uma mulher tirando alguns bolinhos do
forno, ela vira o rosto quando percebe minha presença e olha para mim.
Ele está sem camisa e eu pude ver como seu corpo era musculoso, seus
braços eram fortes e sua barriga era bem definida, ele usava apenas uma
calça moletom que modelava sua cintura, Cristo! Ele estava muito lindo.
- Sim, muito bem -respondi e passei a língua nos lábios que estavam secos.
- Sou Lisa, é um prazer -ela sorriu- Dylan me falou muito de você Benta -
aperto sua mão e sorrio amigavelmente.
Benta devia estar na casa dos 50, ela tinha alguns cabelos brancos e era um
pouco baixa, seus olhos era pretos e sua pele era parda.
- Você comeu sorvete ontem, meu menino? Cheguei hoje pela manhã e
parece que um furacão tinha passado por aqui -me engasgo com o copo de
suco que estava tomando.
- Sim eu comi e estava uma delícia -ele me olha malicioso mas eu desvio o
olhar.
- Você ofereceu a Lisa? Aposto que ela iria gostar do sorvete que eu faço -
Benta pergunta inocentemente.
Ótimo.
- Ah sim, acho que ela gostou bastante, você gostou Lisa? -eu sabia
perfeitamente do que ele estava falando e não era sobre sorvete.
- Sim estava muito bom Benta, você é uma ótima cozinheira -digo e ela
abre um sorriso grande.
- Eu sei, mas irei para casa trocar de roupa, não vou assim -apontei pro
vestido que agora estava sujo de geleia.
- Você fica linda com qualquer coisa -ele se levanta e fica na minha frente,
sinto sua respiração em junção a minha.
Coloco meu cabelo atrás da orelha e olho para baixo, Dylan pega meu
queixo e levanta me fazendo olhar pra ele.
- Levarei você pra casa e de lá iremos pra casa dos meus pais -ele diz-
Tudo bem?
- Tudo bem -é só o que eu digo antes dele me beijar, era um beijo lento e
suave e seus lábios macios se encaixam muito bem aos meus.
Nos afastamos e ele sorriu, olhei para Benta de soslaio que estava vendo
tudo e eu fico vermelha de vergonha.
Assenti com a cabeça e ele saiu da cozinha, virei pra Benta que me olhava
estranho.
- Meu menino gosta de você -ela diz e volta lavar alguns pratos.
Quase tive uma crise de risos, mas o meu telefone começou a tocar me
impedindo de fazê-lo. Olhei para tela vendo o nome de Jon na mesma.
Pedi licença a Benta e me afasto feliz da vida por não ter começado aquele
assunto.
- Claro que não, você é especial demais pra isso, Jon -sorrio e escuto a
mesma ação do outro lado da linha.
- Bem que eu queria, mas estarei ocupada, deixa para a próxima -passo a
mão em um quadro que tinha ali.
- Até segunda -desligo o telefone e dou de cara com Dylan que não está
com a cara boa.
- Dylan -chamo e ele me ignora- Dylan olha pra mim -ele o faz.
Ele não diz nada e o elevador chega, ele entra e eu entro em seguida.
- Mentiroso?
- E surdo.
No mesmo instante ele me encarou com um semblante irritado, não que ele
já não estivesse.
Olhei pra ele que está vestindo uma calça jeans surrada e uma blusa preta
de manga, é a primeira vez que eu o vejo assim... tão informal.
- Você deveria procurar alguém para ajudar você com essa bipolaridade.
- Ok, já chega.
- Você está tão excitada que eu consigo ver os seus seios por cima desse
vestido -ele diz no meu ouvido enquanto estou ofegante.
Dylan levou seu dedo livre até as minhas coxas e subiu até a minha
intimidade, o olhei irritada por estar usando meu corpo contra mim.
- Babaca.
Com a minha mão livre eu puxo sua camisa preta o fazendo aproximar o
rosto do meu, Dylan me olha sério e eu passo a língua nos lábios, ele se
inclina para me beijar e quando estamos perto o suficiente ele sorri de lado
e me olha nos olhos.
Saí do elevador indo para o carro, abri a porta sabendo que ele já estava lá
dentro e apenas sentei no banco sem encara-lo, ele não disse mais nada e eu
muito menos.
Cruzei os braços irritada e olhei para fora do carro ouvindo um suspiro sair
dele. Depois de longos minutos em silêncio nós chegamos na frente do meu
apartamento, ele virou para me encarar mas eu continuei olhando para
frente.
- Você vai entrar? -perguntei fazendo pouco caso.
- Vai demorar...
Subimos até o meu andar e eu bati na porta já que não estava com a minha
chave, bati duas vezes até Emily abrir.
- Tá na cara que algo está errado, ele está com cara de poucos amigos e
você está irritada.
Suspiro e falo tudo o que aconteceu nessas últimas horas e Emily apenas
me encara.
Depois dela pegar meu sabonete nós duas saímos do quarto, Dylan estava
mexendo no seu celular e quando me vê se levanta do sofá parando na
minha frente.
- Jon me ligou hoje de manhã e me disse que você tinha falado com ele
sobre almoçar na segunda, então eu vou com vocês, só para avisar mesmo -
ela diz e vai pro seu quarto.
- Não que seja da sua conta, mas Jon é gay - ele suspira e eu acho que é de
alívio.
- Ok.
- Nada, vamos?
- O que aconteceu?
- Não.
- Certo.
Nós dois saímos do apartamento comigo andando na sua frente e ele atrás
de mim, eu conseguia sentir seu olhar no meu corpo.
Dylan abriu a porta do carro para mim assim que chegamos nele e ele
entrou depois dando partida no carro, começou a tocar uma música do DJ
brasileiro: Ocean Alok, ele era muito bom.
Comecei a cantar a música baixinho, mas depois minha voz começou a
ficar mais alta e eu não me importei com nada, me deixei envolver com
melodia e cantei livremente.
Olhei para lado vendo Dylan sorrir e começar a dar batuques no volante no
ritmo da música enquanto eu cantava, parecíamos dois adolescentes.
Sorri quando a música acabou e olhei pra ele que estava sorrindo também,
ele é tão lindo quando está sorrindo.
Que droga.
- Você deveria fazer isso mais vezes -afirmo e ele me olha curioso.
- Batucar o volante?
- Não, sorrir -ele me olha por alguns segundos e depois volta a olhar pra
frente.
Encarei seus olhos verdes e dei um longo suspiro por saber que ele estava
falando aquilo de verdade.
- Eu aceito sua desculpa, só não faça de novo -falei e ele balança a cabeça
concordando.
Passamos pelo portão onde o porteiro nos deixou entrar assim que viu
Dylan.
- Me chame de Gregório por favor, você já faz parte da família agora -dou
um sorriso nervoso.
- Ela está na estufa, por que você não vai lá com ela, Lisa?
- Querida, que bom que veio -ela passa a mão sem luva no meu braço.
- Vem, vou lhe emprestar um macacão e uma blusa para me ajudar nisso
aqui -ela aponta para as flores que estavam no vazo.
Ela literalmente me puxa pra fora da estufa e fomos para um quarto que eu
não sabia qual era, mas me parceria ser de Dylan.
Passeio pelo quarto e vejo que o quarto era realmente de Dylan, suas fotos
entregavam. O quarto não parecia ter mudado acho que os pais de Dylan o
mantiveram assim, tudo ainda estava intocável.
Passo a mão em uma foto que me chamou atenção, era Dylan e Adam mais
novos com uma menina que eu não conhecia, acho que era alguma prima
distante.
O rosto de Dylan aparece assim que ele passa pela porta e a fecha em
seguida, vi quando ele girou a chave e olhou para mim totalmente sereno.
O olhei com uma sobrancelha levantada vendo que ele não iria sair daqui,
dei de ombros e peguei o macacão me virando e ficando de costas para ele.
Vesti a roupa calmamente e olhei por cima do ombro vendo o mesmo me
encarar com atenção, seus olhos percorrem minhas pernas e subiam
minuciosamente até minha bunda e costas.
Engoli em seco quando sua mão direita pousou na minha nuca e a apertou
de leve, Dylan traçou seu dedo indicador pelas minhas costas indo até
embaixo e abriu a mão para apertar minha cintura, eu estava ficando sem
fôlego com toda aquela tensão que ele estava criando.
Dylan foi dando beijos no meu maxilar até me virar de frente para ele e
encarar meus olhos, vi desejos neles e suspirei antes dele se aproximar e
encostar os lábios nos meus delicadamente, passei minhas mãos pelos seus
braços indo até o seu rosto onde coloquei ambas nas suas bochechas.
Beijar esse arrogante é tão bom, como sua língua se envolve com a minha é
alucinante. Como seus dedos vão para a minha cintura me puxando mais
para ele é excitante, Dylan consegue arrancar suspiros meus facilmente e
isso terrível, para o meu coração no caso.
- Eu preciso de você, Dylan -deixo sair sem querer depois que nos
afastamos por falta de ar.
Ele sorriu.
Ouvimos passos do lado de fora e logo uma batida na porta nos fez parar.
- Vocês dois estão aí? -não posso ver mas a voz não me é estranha.
- Já vai empata foda -Dylan grita e não posso deixar de rir alto.
- Diga que já vamos descer -Dylan puxa Adam pelo braço que estava
sorrindo para mim, ele praticamente expulsa o irmão do quarto e fecha a
porta.
- Não faça isso -ele disse passando o polegar pelo meu lábio inferior.
- Se prepare para não se sentar mais tarde, baby -foi o que ele disse antes de
me deixar sozinha no quarto com mil pensamentos.
- Você demorou.
- Estou pronta! -sorrio e começo a ajudá-la com as belas rosas que tinham
ali.
Dylan
- Gregório tem algo para nos contar, maninho -Adam se levanta e se serve
um Bourbon que meu pai tinha no escritório.
- A Entreprise Technologies irá fazer uma fusão -na mesma hora meus
olhos se arregalam.
Fusão consistia em fundir algo, para nós significa que teremos de fundir
nossa empresa com outra. O que é totalmente precipitado e atualmente
desnecessário.
- Favor? Pai, você não pode fazer uma fusão apenas por um favor -o
questiono.
- Eu sei que não, mas como já disse irá nos beneficiar, vamos ganhar com
essa fusão podem acreditar -ele diz confiante.
- Quem é a dona da empresa? -Adam pergunta.
- Rubi Mendonza.
- Seu nome é Rubi porque seu pai é apaixonado pela pedra preciosa -papai
explica.
- Sim eu tenho, só tem mais uma coisa -me levanto e pego um Bourbon
para mim, enchi o copo pela metade e voltei a me sentar.
- Adam, você terá que trabalhar na empresa em tempo integral -agora foi eu
que me engasguei e Adam dá um tapinha na minha costa.
Adam fica sem se mover e continua encarando meu pai com um olhar que
não sei descrever, mas sua cara é muito engraçada.
- Ei, Adam! -estalo meus dedos na sua frente e ele finalmente se mexe.
- Por que você não coloca o Dylan nessa função? -sabia que essa idiota ia
jogar o trabalho para cima de mim.
- Dylan já tem trabalho demais Adam, você será o cabeça disso tudo,
espero que se de bem com Rubi porque será com ela que irá tratar de todos
os problemas, trabalharam em equipe então, por favor, não dê em cima
dela.
- Ela é bonita? -meu pai apenas confirma com a cabeça respondendo minha
pergunta.
- Não prometa nada, maninho -dou um tapa em seu ombro e Adam me olha
furioso.
- A fusão só irá acontecer daqui a alguns meses, ainda temos alguns
assuntos a discutir com nossa mais nova afiliada.
Não vou mentir que não estou surpreso com essa notícia repentina, meu
irmão então nem se fale, Adam sempre está viajando resolvendo contratos
e trabalhando a distância, trabalhar permanente na empresa será uma
grande mudança para ele.
- Dylan me parecia atentando -limpo uma lágrima que estava descendo pelo
meu rosto de tanto rir.
- Está muito bom, posso comer mais uma vez? -olho para Monica que
estava sorrindo.
- Pode sim querida, eu também irei comer mais uma vez -ela pisca me
fazendo sorrir.
Olho para Dylan que estava me olhando divertido.
Continuamos a conversar sobre todos os tipos de assuntos, os pais de Dylan
são maravilhosos e muito gentis.
Percebi Adam aéreo, mas ignorei, vai ver ele é assim mesmo.
Terminei de comer meu segundo prato e já estava satisfeita.
Monica se levanta e vai para cozinha pegar a sobremesa, ela volta com um
bolo de chocolate e põe sobre a mesa.
Vejo os olhos de Dylan e Adam brilharem, eles se entreolharam e depois
olham para o pai.
Já vi que Dylan gosta muito de doce e pelo visto são todos os três que
gostam, Monica corta o bolo e entrega para o marido que está sorrindo aos
quatro ventos.
Depois dos três comerem TODO o bolo, vi que já estava ficando tarde e
parece que Dylan leu minha mente.
- Bom, nós já estamos indo -ele diz e nos despedimos de seus pais.
- Hora da diversão, Srta. Morris -ele sussurra apenas para que eu possa
ouvir e me arrepio dos pés a cabeça.
- Olá -diz um homem alto com os olhos pretos e o cabelo loiro apagado,
aparentava ter uns 30 anos.
- Acho que você esqueceu uma coisa aqui - Dylan puxa o cartão da minha
mão e levanta no ar.
- Pode pegar de volta, minha mulher não vai precisar -o homem o encara
surpreso e pega o cartão da mão de Dylan e se vai assustado.
- Sim, minha -não deveria gostar de escutar isso, mas eu gostei, infernos! -
Tecnicamente você é, assim como eu sou seu homem.
Não falo nada apenas balanço a cabeça confirmando, ele sorri de lado.
Nessa hora o elevador se abre liberando o hall. Dylan me puxa para dentro
e ataca minha boca do jeito que só ele sabe, ele tira minha jaqueta e me
deita no sofá, seu beijo é desesperado e intenso, eu gosto disso.
Suas mãos passeiam pelo meu corpo até chegar nos meus seios onde ele
aperta com suas mãos másculas.
Dylan tira minha blusa e logo depois meu sutiã me deixando exposta para
ele, sua boca chupa e morde meu seio direito enquanto sua outra mão dá
atenção ao meu seio esquerdo, ele para puxa minha calcinha para baixo e
logo depois a passando pelas minhas pernas.
- Você será minha está noite, Lisa -seus olhos se fixam no meu corpo e eu
fico bastante excitada com aquilo.
Dylan me carrega e posso sentir seu membro duro, fomos pro quarto e
rapidamente Dylan me põe sobre a cama, ele tira a blusa revelando seu
corpo definido e logo depois sua calça e cueca boxer, me assusto quando
vejo como é grande, mordo o lábio inferior e o olho maliciosamente.
- Porra! -ele diz e sobe em cima de mim.
- Não se mexa -ele diz e vai deixando beijos por todo meu corpo.
- Pronta?
- Sim.
Estou embriagada de prazer, meu corpo todo está a mercê dele, posso sentir
cada centímetro seu dentro de mim, arranho suas costas e ele geme rouco.
- Dylan...
- Goza para mim, Lisa -suas palavras são como ordens que eu preciso
seguir.
Na mesma hora gozo com toda força e Dylan goza logo depois, vê-lo sentir
prazer é muito bom e saber que a noite de sexo está só começando é melhor
ainda.
Ele cai sobre meu ombro e cheira o meu cabelo, já percebi que não é a
primeira vez que ele faz isso.
Ele tira a camisinha a dando um nó e joga no cesto de lixo que havia no seu
quarto.
Nossa respiração está desregular e ainda posso sentir meu corpo pedindo
por mais, olho pra ele que estava sorrindo ao meu lado na cama.
- Acho que vamos ter que mudar a parte do acordo sobre não ter relações
comigo -ele diz me fazendo sorrir de lado.
Me aproximei dele apenas para beijá-lo no rosto mas ele virou e eu beijei
seus lábios, as mãos de Dylan puxaram minha cintura na sua direção e com
calma eu sentei em cima dele.
Me inclinei deitando no seu peito e passei minha mão no seu cabelo vendo
ele me encarar.
Não sei por quanto tempo ficamos nos encarando, mas só desviei quando
ele deu um sorriso bobo para mim e eu sorri do mesmo jeito em seguida.
Beijei seu peito e ele passou os dedos pelo meu cabelo como se o tivesse
penteando, fechei os olhos recebendo uma sensação boa.
- Lisa?
- Oi -o encarei.
Eu já tinha imaginado sexo com Dylan, mas nada comparado ao que estou
sentindo agora.
Ainda estou me acostumando com a luz que entra no quarto quando escuto
um barulho irritante.
- Lisa! Você está bem? -seu rosto é de preocupação e puta que pariu que
rosto, como esse homem consegue ser bonito até ao acordar?
Dylan me entrega o objeto e olha para o meu corpo, nesse tempo todo eu
não percebi que estava nua. Senti minhas bochechas esquentarem e dei um
sorriso meio sem graça.
- Alô?
- Pelo amor de Deus mulher, não atende mais esse telefone não? -na mesma
hora reconheci a voz.
- O que aconteceu Emily Estela Brooks? -digo seu nome todo para ela
saber que estou puta.
- Nossa que mal humor, não diga meu nome inteiro porque isso não me
assusta, pelo menos não mais -ela riu.
- Isso não importa, temos que ir pra empresa, você tem uma reunião às
10:00 da manhã.
Ele se levanta e abraça minha cintura, sinto seu membro roçar minha
barriga enquanto ele dá beijos por todo meu pescoço até chegar na minha
boca.
Nós beijamos calmo e suave, Dylan pede passagem para aprofundar o beijo
mas não dou. O afasto e ele me olha surpreso.
Saio do banheiro enrolada com uma toalha e só agora percebo que não
trouxe nenhuma roupa limpa, merda!
- Há uma loja de roupas na frente do prédio, por isso foi rápido -ele grita do
banheiro como se conseguisse ler minha mente.
Estava sem calcinha por baixo da saia já que a minha já não estava mais em
condição de uso e nenhuma foi comprada, penso que talvez Dylan tenha
feito isso propositalmente, sorrio com o pensamento
Como ele não tem secador deixarei meus cabelos secarem naturalmente,
termino de me arrumar e Dylan sai do banheiro com a toalha na cintura e o
resíduos da água escorrendo pelo seu corpo, eu poderia beijar cada
centímetro dele.
Vejo ele se arrumar e colocar seu famoso terno preto, ele optou por uma
gravata azul marinho de seda e eu o olho interrogativa.
- Azul também?
- Você é linda -ele diz e eu levanto a ponta dos pés para alcançar seus
lábios.
Saímos do quarto quando ele agarrou a minha mão, não tomaremos café
aqui e sim no Starbucks, isso se der tempo.
Calço meus sapatos e já no estacionamento vejo meia dúzia de carros com
o nome Venturelli nas placas.
Olhei para Dylan meio surpresa que deu de ombros, eram muitos carros.
Entramos em uma Ranger Rover preta com o teto solar vermelho e
seguimos viagem, não deu tempo de pararmos no Starbucks então fomos
direto para a empresa, Dylan foi direto para a sala de reuniões e eu fui para
minha sala.
Abri a porta e vejo Emily sentada na minha cadeira girando igual uma
criança.
- Certo, eu estou saindo com um carinha já faz um tempo e eu acho que ele
vai me pedir em namoro então eu vou dispensá-lo -minha boca faz um
grande "o"
- Já faz alguns meses, eu sempre te disse que estava saindo com alguém
mas você nunca me deu atenção.
- Sinto muito por isso, muita coisa tem acontecido nesses últimos dias, mas
se você for terminar tudo certifique-se de que ele tenha entendido -um
sorriso pequeno se amplia no seu rosto e me levanto para abraçá-la.
- Sim, agora me conte a sua novidade -ela diz enquanto nos afastamos.
Me encosto na mesa e fico na sua frente enquanto Emy fica toda jogada na
cadeira.
- Transei com Dylan -digo baixo para que ninguém escute, apenas ela.
Na mesma hora Emy arregala os olhos e coloca a mão na boca, ri da sua
ação.
- Foi bom?
- Digamos que Dylan sabe o que está fazendo -ela me olha maliciosa e
começa a me cutucar repetidamente fazendo cócegas.
- Nunca! -falo.
- Não é uma reunião meu gay preferido. É só uma visita -Emy explica.
- Que já está na hora de acabar, tenho que trabalhar -Emy faz uma carranca.
- Sim, diga a ele que preciso fazer uma reunião com os Venturelli presente.
Depois de alguns minutos vejo Dylan passando pra sua sala, mas antes para
na minha.
- Na verdade não -seu sorriso se desmancha e me seguro para não rir- Nem
percebi.
Nos afastamos por falta de ar e ele ainda estava com as mãos na minha
bunda.
Revirei os olhos e me lembro do recado que lhe foi deixado. Vou até o meu
bloquinho e o vejo resmungar por sair do seu aperto.
- Uma mulher ligou pedindo uma reunião com você, seu irmão e se
possível seu pai -franziu o cenho.
- Ah sim eu sei quem é, a empresa dela irá fazer uma fusão com a nossa.
É claro que é normal almoçarmos juntos eu era a sua noiva, mas saber que
ele me chamou apenas por causa disso me incomodou; por que isso me
incomodou? Não éramos nada, apenas para os outros então precisamos
manter a farsa, mas hoje não dá.
- Marquei de almoçar com meus dois amigos hoje, não vou poder -digo e
ele aperta o maxilar.
- Tudo bem, amanhã então -ele passa o dedo nos meus lábios e se aproxima
para me beijar, mas não o faz.
(...)
Entro e paro na frente da mesa onde ele estava com alguns papéis na mão.
- Estou saindo -ele assente com a cabeça e eu me viro para ir embora até
que se passa uma ideia pela minha cabeça.
- Ir com vocês?
- Sim...quer dizer, não, deixa para lá não sei por que perguntei isso -me viro
para ir embora.
- Lisa.
Parei quando sua voz chegou aos meus ouvidos e fiquei de costas para ele.
Eu só soube onde ele estava quando senti sua respiração no meu pescoço,
me viro ficando frente a frente com ele e sinto seu cheiro que invade
minhas narinas.
- Eu gostaria muito de ir -ele diz e eu olho para o seu corpo, minhas mãos
coçam para tocá-lo.
Dylan coloca a mão no meu maxilar e me traz para si, nossos lábios estão
quase se encostando quando alguém aparece na porta.
- Maninho! Você sabia que tem tanta gostosas aqui? -Adam aparece na sala
e me tira da minha bolha com Dylan.
Adam é tão bonito quanto o irmão, ele está com um terno cinza escuro que
deixava perceptível seus músculos, sua gravata era de seda e seus cabelos
estavam muito bem penteados.
Está óbvio a cara de surpresa do irmão, até parece que Dylan é de outro
planeta.
- Você pode vir se quiser -sugeri e Dylan me olha como se fosse me punir.
- É claro que sim, cunhada -um sorriso lascivo surge em sua boca.
- Vamos, já estou com fome -ele praticamente me puxa para fora da sala e
vamos direto para o elevador.
Dylan
Puxei Lisa para o elevador e Adam estava atrás de nós com um sorrisinho
ridículo.
Lisa olhava para mim e para meu irmão estanho, parecia que estava vendo
duas fatias de bolo.
Fomos no meu carro já que estávamos indo todos para o mesmo lugar.
Depois de Adam discutir com Lisa sobre quem iria na frente é claro.
- Por que ela tem que ir na frente? -ele questiona olhando para mim.
- Cara, ela te chamou pelo sobrenome é melhor você ir atrás -falo com um
sorriso divertido.
Adam fecha a cara e senta no banco de trás e cruza os braços resmungando
igual uma criança.
Lisa entra e segue reto sem nem olhar para os lados. Ela para em uma mesa
do canto a direita que dá visão para fora do restaurante, nela está Emily e
um homem o qual não reconheço, mas ao me lembrar da conversa de
ontem só pode ser o tal do Jon.
- Adam -ele aperta a mão de Jon que olha pra ele quase babando, sorri com
o seu desconforto.
- Sou Jon, o melhor amigo -ele diz pra mim com uma voz quase que
protetora.
- Sou Dylan, o noivo da sua melhor amiga -sorrio lascivo e seu rosto é de
completa surpresa.
Lisa revirou os olhos e pediu para nos sentarmos e no meio disso cochichou
algo no ouvido de Jon.
Como as mesas eram redondas eu me sentei ao lado de Lisa que está ao
lado de Emily e Adam, Jon fica ao meu lado para completar o círculo.
- Está feliz não está? -ela me olha com uma sobrancelha interrogativa.
- Eu sei que está quase para soltar fogos porque vai dar tempo de
comermos a sobremesa -ela sussurra no meu ouvido e me olha tentadora.
Como Lisa reage a mim e algo que eu não posso descrever, só sei que é
bom para caralho saber que sou eu quem a faço ficar assim e sou eu quem a
deixo com as bochechas coradas depois de fode-la.
Ela sorri e não posso deixar de fazer o mesmo, ela morde o lábio e eu sei
que ela quer tanto quanto eu, eu preciso a ter em minhas mãos agora
mesmo.
A olho malicioso e sei que ela entendeu o recado pois se levanta pedindo
licença aos amigos e vai até o banheiro.
Ainda bem.
Vou direto para o banheiro feminino olhando por cima do ombro para saber
se ninguém está me vendo entrar em um banheiro de mulher.
Não dou tempo para que ela responda pois já tomei sua boca na minha.
A beijo como se minha vida dependesse disso, minhas mãos deslizam pelo
seu corpo e a levo para dentro de uma cabine grande o suficiente para dois.
Levantei um pouco sua blusa apertando seus seios e volto a beijá-la, minha
mão desce deslizando pelo seu corpo e chego aonde eu quero colocando
um dedo dentro dela e é incrível como ela já está molhada.
Parei o que estava fazendo e desabotoou minha calça, mas não a tiro, pego
uma camisinha em meu bolso e a rasgo deslizando pelo meu membro.
Deixo alguns beijos e marcas no seu corpo para ela lembrar do que fizemos
mais tarde, aumento a velocidade e ela fecha os olhos cravando as unhas
nas minhas costas.
- Olhe pra mim -ela não o faz.
- Lisa, olhe pra mim -digo firme e seus olhos se encontram com os meus.
Eles estão brilhando e os meus não devem estar diferentes, sinto seu corpo
tremer e sei que ela já está prestes a gozar.
Puxo seu cabelo liberando seu pescoço onde dou vários beijos molhados,
apoio minha mão direita na parede da cabine para conseguir me enterrar
mais profundamente na baixinha enquanto a outra está em volta da sua
cintura, Lisa jogou a cabeça para trás e gemeu levando as mãos para o meu
rosto.
Dou mais algumas estocadas e sinto minha liberação vindo junto com a
dela.
Gozamos juntos e vejo Lisa sorrir contra meu ombro, ficamos alguns
segundos somente ouvindo a respiração um do outro enquanto eu ainda
estava dentro dela.
- Temos que ir, estão nos esperando -ela fala e eu faço uma carranca por ter
que deixá-la, mais que porra está acontecendo comigo?
Ela se vira e encara meu peito, olho pra baixo para ver o que tem de errado
e não vejo nada, Lisa para na minha frente e pega na minha gravata.
Pago a conta e caminho de volta para mesa com um sorriso nos lábios
como se nada tivesse acontecido.
14° capítulo
Lisa
Só que mais uma vez o desejo falou mais alto fazendo minha intimidade
pulsar pelo seu contanto, quando estou perto de Dylan eu não consigo
pensar direito.
Não sei bem o que acontece, mas sei que Dylan provoca isso em mim, ele
me faz sentir desejada, como se eu fosse a única mulher para seus olhos e
isso é ruim, muito ruim.
- Oi, Jon.
- Por que não me disse que estava noiva?
Eu não havia dito nada a Jon sobre meu suposto noivado e muito menos
que era com o meu chefe que tanto detesto, não tive tempo de fazer isso,
quando Dylan disse a ele que era meu noivo quase dou um tapa em sua
cabeça, mas me lembrei que todos precisam acreditar que isso era verdade.
- Me desculpe por não ter contado Jon, aconteceu tudo muito rápido.
- Tudo bem, Lisa. Só quero que me conte uma novidade dessas -olho para
baixo um pouco arrependida até porque Jon quer apenas o meu bem.
- Sinto muito, Jon. Você é meu melhor amigo, eu queria ter contado antes.
- Me perdoa meu, gay preferido? -pisco várias vezes e Jon coloca a mão no
queixo como se estivesse pensativo.
- Humm talvez, se você me disser se aquele loirinho ali é gay -ele aponta
pro Adam.
- Sinto muito flor, mas acho que Adam é hétero -Jon faz uma carranca e ri
da sua cara.
Jon era o gay mais divertido e educado que eu conhecia, ele era um pouco
reservado em questão da sua sexualidade e tinha um ótimo gosto para
homens.
- Eu gosto dele -Jon é muito bom em saber se uma pessoa está mentindo, já
perdi a conta de inúmeras vezes que ele me pegou mentindo sobre ter pego
as sua blusas, não tenho culpa se são tão confortáveis.
- Tudo bem, mas se essa babaca te machucar eu vou matar ele, está ouvido?
-diz sério e me dá um abraço apertado cheio de carinho.
- Não vou impedir, meu segurança -nos abraçamos mais uma vez, meu
carinho por Jon é muito grande, tenho sorte por tê-lo na minha vida e por
isso minha consciência pesa, por ter que mentir para quem só quer o meu
bem.
Continuei a fazer meu trabalho até que vejo a tela do meu celular brilhar,
era Emy.
Havia um link para um site de fofocas, espero o link carregar e vejo várias
fotos minhas e de Dylan: no restaurante francês, na mansão quando
estávamos chegando e outra no restaurante em que fomos hoje, em todas as
fotos não aparecia muito bem meu rosto, mas se você olhasse bem, daria
pra saber que sou eu.
Assim que descobrirem que sou sua secretária várias pessoas vão me
intitular como uma vagabunda interesseira que só está tentando subir na
vida, mas é aí que tá, isso sinceramente não me importa, só me chateia que
eu não terei mais privacidade se sempre vai ter alguém para tirar fotos
minhas, entende?
Dylan já deve estar acostumado com isso já que sempre está nesses sites
com várias fotos de suas aventuras de uma noite por aí.
Bloqueio o celular e coloco na minha cabeça que será assim daqui pra
frente, com pessoas sempre tirando fotos nossas e aparecimentos em
qualquer site de fofocas.
Começo a fazer alguns desenhos para me distrair já que meu trabalho
estava adiantado, eu sempre deixo tudo assim e então ele se torna mais
produtivo.
- Você está pronta? -pergunto a Emy e apoio as mãos nos seus ombros.
Emily havia recebido uma ligação de sua mãe para jantarem fora em
família, mas o problema era que ela odiava essa programação, de acordo
com ela seu pai só sabia a diminuir e fazer com que ela se sentisse inútil, o
que eu discordava plenamente.
Emily era inteligente e talentosa, não é qualquer uma que consegue ser a
melhor estilista da sua empresa e ela conseguia, me orgulhava muito da
minha amiga e se seus pais não enxergavam isso...o problema era deles.
Emily me pediu para ir com ela porque não queria ficar sozinha, fiquei um
pouco triste por ela, deve ser horrível ficar em um lugar onde seu próprio
sangue não acredita em você.
Emy estava com um vestido da cor pêssego que marcava sua cintura, optou
por uma maquiagem não muito forte, mas o suficiente para realçar sua
beleza, por último calçou seu sapato nude e secou seu cabelo.
Eu estava com um vestido branco de seda com um pequeno laço nas costas
e um decote bonito na frente, eu gostava dele pois deixava minhas pernas
torneadas e era muito confortável, calcei meu sapato alto preto e optei por
apenas um batom vermelho vivo, uma máscara de cílios e meu cabelo em
um rabo de cavalo.
Fomos no carro de Emy já que eu não tenho um, no caminho ela ligou o
rádio e fomos cantando as músicas que nele tocavam, logo estávamos na
frente do restaurante e sinto Emy ficando nervosa.
Aperto sua mão tentando confortá-la e passar confiança, acho que deu certo
pois ela vai em direção a recepcionista que nos leva até a mesa.
Logo reconheço Jack e Marie Brooks, Jack estava com um terno azul
escuro e uma gravata listrada, Marie estava com uma saia verde musgo e
uma blusa preta social de mangas compridas, estavam conversando
despreocupados com o irmão mais velho de Emy que parecia
extremamente desinteressado na conversa.
- Olá Sr. e Sra. Brooks -os saúdo que apenas balançam a cabeça.
- Olá, Lisa.
Nos sentamos nas cadeiras e Elias decide mudar de lugar para se setar ao
meu lado.
Ele estava com uma blusa social branca e uma calça jeans rasgada, usava
um cordão de ouro e possuía algumas tatuagens nas mãos, seus cabelos
eram loiros e seus olhos eram pretos, ele era muito bonito mas também era
um galinha.
Já perdi as contas de quantas vezes ele tentou ter algo comigo, mas sempre
me esquivei, já pegou praticamente todas as outras amigas de Emy e as
deixou um verdadeiro caco depois de descartá-las, Elias era um cara apenas
para uma simples foda.
Emily deu um longo gole quase acabando com a bebida em seu copo, ela
estava tensa.
- Então minha filha como está no emprego? -Marie pergunta e Emy levanta
uma sobrancelha.
- Está tudo ótimo mamãe, na verdade, fui promovida semana passada -Emy
sorriu feliz.
- Promoção? Você não faz nada além de rabiscar papéis, uma criança de
seis anos poderia fazer isso -Jack diz e revira os olhos- Promoção?
Ridículo.
- Meu trabalho é mais do que isso -Emy diz tentando esconder sua
irritação.
- Isso é o que você diz, mas seu trabalho é ridículo igual a você, deveria se
espelhar no seu irmão que está trabalhando em um hospital com uma
verdadeira profissão -diz grosso.
Seu pai não aceitava ela ser uma estilista e não ser uma médica como todos
na família, por isso essa implicância toda.
Marie é a única que apoia Emy sobre o seu trabalho, ela só quer que a filha
seja feliz.
Olho para Jack com uma cara de poucos amigos e não me intimido com seu
olhar de reprovação, a sigo para o banheiro e procuro da primeira até a
última cabine que é onde ela está.
- Qual o problema dele, Lisa? Porque ele simplesmente não aceita que eu
não quero ser uma porra de médica -diz e uma lágrima escorreu do seu
rosto.
- Você pode ser o que você quiser, Emily. Não deixe que ele diga o
contrário -aperto sua mão na minha e vejo outras lágrimas caírem de seu
rosto e pingar na minha perna.
Se passam alguns segundos e ela ainda estava com a cabeça baixa e eu
ainda estava abaixada sentindo um desconforto na perna, decido me
levantar e ajudá-la de alguma forma. Estendo minha mão que ainda estava
com a cabeça baixa.
- Vamos, Emily. Você é mais do que isso, não permita que aquele homem
te faça se sentir uma inútil, levante e encare, seja uma mulher forte nessa
situação.
Ela levanta a cabeça e pega minha mão, a ajudo levantar e vamos para
frente do espelho. Ela começa a ajeitar a maquiagem que estava um pouco
borrada, mas nada que não tenha concerto.
Ajeito meu cabelo para que o rabo de cavalo fique mais firme, passo o dedo
ao redor da boca para tirar vestígios de batom e saímos do banheiro.
Emily estava com o queixo erguido, parecia mais confiante e dava passos
firmes em direção aos seus pais e seu irmão.
Logo nos sentamos e vejo alguns olhares de nojo de Jack para a filha, esse
cara é louco!
- Mas e aí? Está saído com alguém? -me engasgo com a pergunta inusitada.
- O quê? Foi uma pergunta inocente -Emy semi cerrou os olhos na sua
direção, provavelmente já conhecendo a fama do irmão.
Pelo canto de olho vejo Elias se levantar e estender a mão para mim.
Balanço a cabeça tentada a aceitar, mas algo me diz que eu não devo.
- Vamos lá, eu sei que você quer dançar. Só serão alguns minutos -diz.
Olho pra Emily que jogou a cabeça para o lado, olhei para a mão estendida
de Elias e a toquei sutilmente, me levantei indo para o centro com ele. Só
são alguns minutos mesmo.
Chegamos na pista e coloco a mão direita no seu ombro e ele passa a mão
na minha cintura me colando ao seu corpo um pouco mais do que o
necessário, me afasto e ele sorri.
Ele está ofegante por conta da dança e eu também, minhas mãos estão em
seu peito e nossos lábios estão próximos, olhei para seus olhos que estavam
com as pupilas dilatadas e apertei a boca em uma linha reta.
Ele avança para me beijar, mas viro o rosto a tempo para que não o faça,
ele acaba beijando minha bochecha e parece confuso.
Devia pensar que eu estava dando mole para ele, mas eu não estava, eu só
queria dançar porque realmente o ambiente me chamou atenção e como só
tinha ele conhecido ali pra isso eu aceitei, não iria dançar com pai de
Emily, seria estranho, Credo.
Elias me fez girar e me distanciou, mas sem soltar sua mão da minha, me
puxou para que o encontra-se de novo, mas no meio do giro acabo
perdendo o equilíbrio e sinto suas mãos me agarrarem para que eu não caia
e pague um mico. Elias segura minha cintura e me cola no seu corpo para
me firmar, olho pra ele e tudo acontece muito rápido.
Seus lábios estão nos meus e minhas mãos foram para o seu peito tentando
afastá-lo, suas mãos tocavam o meu cabelo enquanto tentava aprofundar o
beijo, mas não o deixo fazer isso. Tentei empurrar seu peito novamente,
mas foi inútil, Elias continuava no mesmo lugar parecendo uma porra de
rocha.
- Para, Elias -tento me soltar dos seus braços, mas ele ainda me prendia e
tentava me beijar, mas que porra essa cara tá fazendo.
Mas sinto Elias ser afastado bruscamente por um corpo alto e forte, ele é
empurrado para trás com tanta força que caí no chão com o ato. Fixo meu
olhar no tal homem é um arrepio percorre minha espinha.
Dylan.
Ele me encara com fúria em seus olhos, provavelmente viu o que aconteceu
e interpretou tudo errado, merda!
16° capítulo
Dylan
Recuso a chamada sem ao menos ver quem é, estava com uma papelada
importante que precisava da minha atenção.
- Venturelli.
- E aí, maninho?
- Adam, Porra o que você quer? Estou ocupado, cara! -me levanto da
cadeira frustrado.
- Você tem 5 segundos para me dizer o que quer -me apoio na mesa- um,
dois, ...
- Espero que não seja alguma idiotice sua Adam, porque dessa vez eu te
mato -falo com ele ainda na linha, mas ele não responde.
Mas onde ele achou balões daquele formato? Até hoje não sei a resposta.
Peter era meu melhor amigo desde sempre, nossas famílias sempre foram
unidas e eu o considerava como um irmão, nos conhecemos quando eu
tinha 7 anos e ele 10 anos, éramos inseparáveis até que eu assumi a
empresa e ganhei responsabilidades dobradas e ele estava empenhado na
sua própria empresa, mas ainda saímos juntos de vez em quando, Peter
estava fora do país há quase um mês e finalmente tinha voltado.
- Adam queria fazer uma surpresa -aponta pra Adam que estava encostado
na parede parecendo um vulto.
- Entrem -me afasto e deixo os dois entrarem fechando a porta logo depois.
- Primeiro vamos comer porque eu estou faminto e depois vamos para uma
boate que eu acabei de comprar -Peter diz.
- Não, depois de amanhã. Obvio que é agora -meu irmão diz debochado.
Penso por alguns segundos e decido aceitar, minha mente precisa descansar
um pouco.
Eu consigo terminar o trabalho que ainda falta depois e Lisa poderá me
ajudar nisso.
- Vou só trocar de roupa -digo e Peter levanta as mãos pra cima como se
estivesse comemorando.
Subo para meu quarto e visto minha calça jeans preta e uma blusa cinza de
mangas cumpridas, passo as mãos no meu cabelo que estavam um pouco
bagunçados e coloco meu relógio, passo meu perfume habitual e desço as
escadas. Vejo os dois jogados no sofá, Peter está no celular e Adam está
brincando com a sua mão como se estivesse contando repetidamente.
- Vamos, meninas -falo e vou direto para porta com os dois atrás.
- Boa noite, Sr. Venturelli -uma mulher fala em tom de voz sexy e sorri pra
mim oferecida.
Ela é alta e tem os cabelos loiros, sua boca e pequena e fina, seus olhos são
pretos e seu corpo e esguio, ela é gostosa.
Ela sorri ainda mais oferecida e agora passa a encarar Peter e depois olha
pra meu irmão que pisca e ela se derrete.
- A mesa de sempre, por favor -digo e ela parece despertar e me pede para
segui-la até a minha mesa.
- Cara, que mulher é aquela? -ele aponta para uma mulher que está vestida
de branco, mas não consigo ver seu rosto.
- Aí, essa doeu -Peter diz e Adam coloca a mão no peito, ri dos dois.
Quase no final da música ele faz um movimento para girá-la, mas sem
soltar sua mão, ela de repente se desequilibra e só assim eu consigo ver o
seu rosto.
Merda, era a Lisa!
Eu estou estático e agora mais do que nunca eu não tiro meus olhos dela.
O cara com quem ela estava dançando consegue a pegar e a firmar no seu
corpo, travo meu maxilar no exato momento em que ele a beija, eu acho
que nunca fiquei tão irritado em toda a minha vida.
Minha vontade era de socar toda a cara daquele filho da puta e depois levar
a baixinha para me explicar que porra está acontecendo.
Lisa tenta se afastar dele, mas ele não à solta, suas mãos o empurram, mas
ele ainda a prende, não posso ficar aqui parado vendo essa cena.
Dou passos longos na direção dos dois e minha raiva cresce quando eu
ouço Lisa pedir para ele parar.
Não penso duas vezes e empurro o filho da puta com força, tanta que ele
caiu no chão, olhei para Lisa que parece surpresa e assustada ao mesmo
tempo.
Toco seu rosto procurando indícios de que ela esteja machucada e ela me
olha ofegante. Nesse momento eu estou pouco me fodendo para quem
estiver olhando, eu só preciso saber se ela está bem.
Suspiro.
Sinto uma mão puxar meu braço e me fazer soltar o rosto de Lisa.
- Ei, que porra você está fazendo? -ele pergunta agora de pé.
- Nunca mais toque nela -levanto a gola da sua camisa e o olho como se
fosse matá-lo.
- Acho que você não entendeu -ele sorri debochado- Ela está comigo.
Solto a gola da sua camisa e na mesma hora dou um soco em seu rosto
seguido de mais outros dois, ele cambaleia para trás e avança para cima de
mim agarrado minha cintura, mas não consegue me derrubar, dou uma
cotovelada nas suas costas e ouço ele gemer de dor.
- Dylan, por favor solte-o -Lisa grita e a essa altura eu sei que todos estão
vidrados na briga.
Puxo o cara pelo braço e pego seu rosto com a minha mão fazendo com que
ele me encare.
- Nunca mais diga isso -empurro seu rosto e vejo o sangue escorrendo pelo
seu nariz.
Ele passa as costas da mão e limpa o sangue do seu rosto, olho em volta e
todos estão nos encarando, pessoas me olham assustadas e outras em
reprovação, mas só tem duas pessoas que estão rindo igual duas hienas:
Peter e Adam.
Volto minha atenção ao cara na minha frente e ainda vejo deboche nos seus
olhos.
A raiva me domina e parto para cima dele novamente, dou vários socos em
seu rosto e ele acaba caindo no chão, continuo o socando até ele desmaiar.
Eu estou descontrolado
Eu simplesmente não sei o que aconteceu, eu estou domado pela raiva é a
única coisa que eu quero e bater na cara desse filho da puta por ter tocado
em Lisa.
- Sempre pare quando uma mulher diz para parar -gritei dando o último
soco.
Peter me empurra e eu dou passos para trás vendo sangue nas minhas mãos,
ele se agacha e põe os dedos no pescoço do homem para sentir sua
pulsação.
Lisa
Olhei para Dylan que finalmente se afastou de Elias, seu peito subia e
descia por conta da respiração descontrolada.
Olhei pra Dylan e vê-lo daquele jeito me deixou assustada, seus olhos
estavam diferentes do que eu conhecia, estavam frios, escuros, domados
pela raiva, jamais tinha o visto assim. Se não tivesse ninguém ali
provavelmente ele teria o matado, mas por sorte tinha.
- Você está bem? -Emy pergunta e toca meu braço me vendo paralisada.
Eu não estava nada bem, Elias tentou me agarrar a força e meu chefe barra
noivo o mandou para o hospital.
Saio de fininho para que Dylan não me veja, não quero encará-lo agora,
caminho até conseguir chamar um táxi e logo passa um, o carro encosta
perto da calçada depois de acenar para ele eu abro a porta.
Antes de entrar sou impedida por uma mão forte que fecha a porta com
força, me assusto e vejo Dylan parado na minha frente.
- Pode ir, ela vai comigo -ele dá dois tapas na traseira do carro para que o
homem siga viagem.
Passo os olhos pelo seu corpo e nem parece que ele acabou de sair de uma
briga, a não ser pela camisa ensanguentada.
- Você está com medo de mim? -ele pergunta com o cenho franzido.
Eu estava cansada, meu corpo pedia pra deitar e esquecer o que tinha
acontecido.
- Por favor, me deixa te levar para casa -seu olhar é suplicante e eu decido
aceitar.
Caminhamos até o seu carro e ele me leva pra casa, fico em silêncio em
todo o trajeto. Dylan me encarava as vezes e dava um longo suspiro.
- Obrigada por ter me defendido hoje -um sorriso pequeno aparece em seus
lábios.
- Ele estava forçando você a beijá-lo -suspira- O que eu fiz foi pouco para o
que ele merece.
Suspirei e me vem à cabeça que talvez Dylan tenha ficado com ciúmes,
mas logo afasto. Ele apenas quis me ajudar quando viu que Elias não estava
disposto a me soltar.
Suspiro profundamente
Me permito pensar no que aconteceu apenas dessa vez, que Elias seria
realmente capaz de me forçar a fazer alguma coisa mesmo estando em
público, começo a me lembrar do que aconteceu anos atrás e de como eu
jamais conseguirei esquecer o que aconteceu, senti lágrimas escorrendo
pelos meus olhos e coloquei a mão no rosto te tentando controlar, mas
agora é algo que eu não consigo.
- Lisa.
Merda!
Merda!
Lisa estava chorando na minha frente e eu não tenho ideia do que fazer, eu
não sabia se eu a abraçava ou tentava dizer alguma coisa.
Eu não era bom em consolar pessoas, nunca soube o que fazer.
Ver Lisa assim foi uma merda, vê-la tão vulnerável e triste foi como uma
faca no meu peito, uma sensação nada agradável.
Por fim, decido abraçá-la e envolvo seu corpo pequeno junto ao meu, senti
uma eletricidade passar pelo meu corpo e suspirei.
Tentei passar segurança a ela enquanto ela apenas soluçava no meu ombro,
passei as mãos no seu cabelo e logo depois nas suas costas para confortá-la,
peguei a chave da sua mão e me afastei um pouco.
Abri a porta para nós dois entramos, ela me disse onde era o seu quarto e eu
a levei até lá. A deitei na cama e tirei seus sapatos vendo-a encarar o teto,
peguei um cobertor que tinha ali e a embrulhei deixando apenas a sua
cabeça para fora, Lisa me encarou e eu vi que o choro estava cessando aos
poucos, seus olhos transmitiam dor e medo.
Lisa não pode ter ficado assim apenas pelo idiota, havia acontecido algo
mais sério e eu queria muito saber o que é, mas esse não é o momento para
perguntar.
Me abaixei e dei um beijo na sua testa, me virei para ir embora, mas ela
pega a minha mão me fazendo parar.
- Sim, a não ser que você queira que eu fique, você quer que eu fique Lisa?
-pergunto ansioso.
Faço carinho no seu cabelo e alguns minutos depois ela estava dormindo,
cheiro seu cabelo e aprecio o cheiro gostoso que vem dele, eu não sei o que
aconteceu com Lisa no passado, mas é algo que eu vou descobrir.
Não sei quem é aquele cara, mas se eu vê-lo de novo dessa vez eu mesmo
vou me certificar que ele esteja morto, fico puto só de lembrar.
- Filho da puta -sussurro e sinto Lisa se mexer, mas logo volta a dormir.
A olho e sinto meu peito se aquecer, Lisa está acabando com a minha
sanidade mental, meu pensamento sempre está nela e eu estou confuso,
confuso o suficiente para não saber o que estou sentindo.
Isso é tudo inédito pra mim, eu nunca apenas dormir com uma mulher, Lisa
está sendo a primeira não só nisso, mas como em muitas outras coisas, não
sei o que fazer.
Lisa
Sinto um corpo enorme me apertando com o braço sobre mim, olho para
trás e vejo Dylan dormindo serenamente, sorri de lado.
Quando eu pedi para ele ficar eu realmente pensei que Dylan não iria
aceitar, mas ele aceitou. Me senti segura nos seus braços como não me
sinto a muito tempo.
Dylan me ajudou e me colocou na cama, deitei no seu peito e simplesmente
apaguei sentindo um alívio na mesma hora.
Olhei para o despertador e vi que são 4:30 da manhã, minha garganta está
seca eu preciso de água, tiro o braço de Dylan cuidadosamente para que ele
não acorde.
Mando uma resposta pra ela dizendo que Dylan havia me trazido para casa
e que estava tudo bem, logo depois ela responde.
"Como assim?"
"Ainda não conversamos sobre o que aconteceu, ele está dormindo no meu
quarto nesse instante" -explico.
"O quê?"
"Você não devia estar dormindo, Brooks? São 4:30 da manhã" -pergunto.
"Não consigo dormir, a casa dos meus pais é estranha, parece até que eu
estou em um filme de terror" -explica.
"Trabalhou esse corpinho a noite inteira com seu chefe não foi?
Hummmm" -gargalho alto e logo tapo a boca para não fazer tanto barulho
com a minha risada.
"Conseguiu?" -perguntou
"Eu acho que ele está se apaixonado por você, mas és cega demais pra
enxergar" -falou.
Me engasguei com a água e puta que pariu por que isso sempre acontece?
Sinto uma mão no meu ombro e me viro assustada vendo Dylan parado
deslizando as mãos nas minhas costas.
- Isso é um perigo na sua mão -ele pega o copo e o leva até a boca bebendo
todo o líquido que ainda tinha.
- Ele é irmão de Emily, seu nome é Elias -Dylan trava o maxilar e olho para
o lado.
- Por que você quer saber o sobrenome dele? -pergunto com os olhos
semicerrados.
Cruzo os braços e levanto uma sobrancelha para ele que sorri pequeno.
Peguei meu celular e mandei uma mensagem para Emily dizendo para
conversarmos depois.
Me levantei caminhando até o sofá e quando fui me sentar ao seu lado ele
me puxou para o seu colo, minhas pernas ficaram uma em cada lado da sua
cintura e ele me encarou divertido.
- Sentar aqui.
Coloquei minhas mãos nos seus ombros e suas mãos desceram indo até a
minha bunda.
- Você é bem safada, Morris -ele diz colando sua testa na minha.
- Preciso foder você -falou tirando as mãos da minha bunda indo até as
minhas coxas- Mas não agora.
- O quê? -Pergunto.
Desviei o olhar olhando para tudo menos para ele, suspirei e passei a mão
no rosto. Ele está certo...infelizmente.
Nos separamos e ele agarrou minhas coxas, ele levantou comigo no seu
colo e eu abracei seu corpo enquanto andávamos para o meu quarto.
Foi a última coisa que ele disse antes de fechar a porta do meu quarto e nos
deitarmos na cama.
18° capítulo
Lisa
Completamente ferrada.
Era assim que eu me sentia.
Mas eu não posso, eu sei que vou me machucar se isso acontecer, sou
apenas um acordo e um amor falso que logo teria fim.
Terminei o que estava fazendo e voltei para a cama, me deitei ao seu lado e
suspirei encarando seu rosto fodidamente lindo enquanto o mesmo dormia.
Cada vez que ele me olha, cada vez que me toca, cada vez que me beija,
cada vez que transamos eu me sinto ainda mais atraída, parece que cada
vez fica melhor, Dylan é o meu vício assim como ele é a minha perdição.
Eu não posso gostar desse babaca! Eu estou louca é isso, só pode ser isso.
- Meu Deus Dylan, não me assusta desse jeito homem! -digo e ele gargalha.
Ele sorri de lado e sobe em cima de mim prendendo minha cintura, minhas
mãos estavam presas ao lado da minha cabeça e eu olhei para o seu peito
desnudo e apenas a calça jeans sustentada na sua cintura.
Dylan se afasta um pouco e vai tirando minha calça moletom e logo depois
minha calcinha, o ajudei a tirar minha blusa e abri minhas pernas para ele
se posicionar entre elas.
Ele olhou para os meus seios e deu um sorriso divertido como se tivesse
acabado de ganhar seu doce preferido, ele se inclina na direção deles e
ainda me olha antes de levar um a boca e apertar o outro.
Coloquei minhas mãos nas suas costas e as arranhei de leve ouvindo ele dar
um gemido rouco no meu ouvido, seus movimentos ficaram um pouco
mais lentos e eu arfei o sentindo em cada parte de mim.
Ele foi para o lado e nós trocamos a posição, Dylan apertou minhas coxas e
eu o encarei ofegante.
Suas mãos foram para a minha cintura e as minhas vão para o seu cabelo o
apertando de leve, colei minha testa na sua e comecei a me movimentar no
seu colo.
Dylan me beijou com as mãos na minha cintura me fazendo ir para frente e
para trás com mais rapidez, gemi na sua boca e ele sorriu subindo as mãos
pelo meu corpo.
Toquei no seu peito e fiz ele deitar as costas na cama, seus olhos me
encaram por completo e ele coloca as mãos nos meus seios os apertando
fazendo meu corpo estremecer.
Coloquei minhas mãos em cima das suas e as apertei quando senti meu
clímax chegar, Dylan e eu gozamos juntos quando me inclinei sobre ele o
beijando gentilmente.
Suas mãos deslizaram pelas minhas costas e ele apertou minha bunda com
força me fazendo sorrir no meio do beijo.
Nos encaramos ofegantes e ele tirou uma mexa do meu cabelo o colocando
atrás da minha orelha.
(...)
Fiz um café caprichado para nós dois depois que tomamos banho, fritei
alguns ovos com bacon, cortei algumas frutas, fiz algumas panquecas e um
suco de maracujá delicioso.
- Ainda não acredito que vocês irão fazer isso -coloco meus braços em
volta da sua nuca e puxo seus cabelos suavemente.
- Nem eu, mas talvez ter uma empresa de designer não seja tão ruim assim
-falou.
- Espero que dê certo para Adam também, porque será ele que irá trabalhar
com Rubi Mendoza.
Arregalo os olhos, Adam com toda certeza deve ter odiado a ideia.
Olhei para os sua boca e ele se aproximou colando nossos lábios, um beijo
lento e intenso foi se formando.
Dylan apertava minha cintura de leve enquanto eu puxava seus cabelos o
trazendo mais para mim, beijos assim são tão bons.
Nós afastamos quando ouvi alguém tossir do outro lado da sala, olhei para
o lado e vi Emy parada com os braços cruzados sorrindo travessa.
- Certo, já vou baby te ligo mais tarde. Podemos jantar juntos? Quero
conversar sobre ontem -balanço a cabeça em concordância e suspiro.
Também quero conversar com Dylan sobre ontem, não quero que ele ache
que gostei daquele beijo horrível.
- Mais uma coisa -aponta pra Emily -Qual é o seu sobrenome mesmo?
Emy pisca confusa e eu arregalo os olhos.
Dylan olha pra mim e dá o sorriso mais cínico do mundo. Pronto, agora ele
sabe o sobrenome de Elias. Para que eu fui falar que ele é irmão de Emily?
- Não farei, mas se acontecer de novo não vou pensar duas vezes -diz
firme.
O levo até a porta e nos despedimos com um beijo rápido, volto para a sala
e vejo Emily sorrindo. Mas não é qualquer sorriso é o seu sorriso
convencido.
- Ah Mucura! Eu não acredito que você está apaixonada por ele -ele grita
alto para um cacete e dá várias palminhas.
- Como você pode dizer isso? Estamos "juntos" -faço sinal com aspas - Não
tem nem 1 mês.
- O amor não tem nada haver com o tempo Lisa, pessoas se apaixonam sem
mesmo nunca terem se visto por que o amor é mais do que isso.
Levanto uma sobrancelha para ela e coloco a mão na cintura também, Emy
filósofa? Acho que não.
- Você é péssima nisso -digo rindo.
- Lisa, o que eu tô querendo dizer é vocês podem não estar juntos nessa
farsa nem um mês, mas você sabe o quanto ele é... -ela gesticulou com as
mãos.
- Intenso?
- Isso -ela apontou para mim- As coisas entre vocês dois podem acontecer
mais rápido do que você pensa, talvez você já esteja apaixonada por ele
mas não quer admitir.
Dou a volta no sofá de encontro com ela e pego suas mãos a encarando.
- Certo, agora chega desse papo de amor e vamos sair, preciso comprar
alguns remédios -digo e ela franze o cenho.
Olhei para Emily que estava com uma expressão de cansaço e ela ainda
nem fez nada.
- Sair para onde, Mucura? -Pergunta indo para o seu quarto e eu a sigo.
Ela levanta a cabeça e me encara com os olhos quase que fechando como
se estivesse tentada a aceitar, mas logo coloca a cara no travesseiro.
Vou até o meu quarto e fico atrás do que usar, por fim escolho uma calça
jeans e uma camiseta lilás, passei jaqueta de couro preta pelos meus braços
e calcei uma sapatilha confortável. Nova York estava chegando no inverno,
já estava começando a ficar frio já que as chuvas eram sempre constantes.
Saí do quarto e Emily ainda não estava pronta, fui até o seu e ela estava
apoiada no criado mudo com um dedo na boca.
- Calma mucura, falta escolher o batom -diz e pega vários batons com
diferentes cores.
Emy estava com um vestido azul florido e um saltinho, seus cabelos
estavam presos a um rabo de cavalo e os olhos estavam esfumados.
Me aproximei para analisá-lo melhor, ele era prateado com algumas pedras
de diamantes e apenas uma pedra vermelha no centro, era um anel muito
bonito que daria elegância a qualquer mulher que o usasse.
Era uma mulher alta com o corpo esguio e com uma cintura fina, seus
cabelos eram longos e castanhos assim como seus olhos, sua pele era
bronzeada e ela tinha um rosto fino como de boneca. Tudo nela parecia
natural, a mulher usava uma calça jeans azul clara com uma blusa social
branca e um sapato alto preto, ela parecia ter sotaque então provavelmente
não era daqui.
- Está tudo bem, quem nunca andou distraída com o celular que atire a
primeira pedra -digo e ela sorri.
- Certo -balanço a cabeça e só agora percebo que Emy não está aqui.
Ela se vai e eu olho para os lados, vejo Emily babando em uma cascata de
chocolate e vou até ela dando um peteleco na sua testa.
- Vou na farmácia, vem comigo -a puxo pelo braço e vamos comprar minha
amiguinha.
- Você vai comer esses quatro sorvetes? -ela afasta os sorvetes de mim com
uma cara irritada.
Sorri de lado e olho pra Emy com os seus quatro sorvetes. O celular vibra
novamente e leio a mensagem.
Ela diz com as duas mãos ocupadas por sorvetes, espero que essa porra não
derreta no caminho. Abro a porta do carro e ela logo entra.
Passo a mão no guarda-roupa frustrada, parece que não tenho nada para
vestir mesmo tendo quase 30 pares de roupas aí dentro.
Ele era muito bonito, tinha um decote favorável na parte da frente e sua
alça era bem fina, ele era todo rendado, mas era muito longo.
Queria vestir algo um pouco mais curto para o jantar. Suspirei e logo veio
uma ideia na minha cabeça:
- Emy -a chamo.
Estou encarando o anel quando Emy bate na porta com o vestido já cortado
um pouco diferente. Ando em sua direção e ela estende o vestido para que
eu possa experimentá-lo.
Passei a mão pelo vestido e olhei pra Emy que limpou uma sujeira invisível
do ombro, sempre modesta.
- Isso porque você só está indo jantar com ele -diz e pega o sorvete de volta
do criado mudo que já estava derretido.
- Gosto de estar bem arrumada -digo e pego meu telefone enquanto Emy
bebe o sorvete igual água.
São exatamente 20:57 e tenho certeza Dylan já está para chegar. Calço meu
sapato alto e coloco um brinco dourado. Vou para a sala e bebo um pouco
de água, faço os últimos retoques e ouço a campainha soar, olho para o
celular e são exatamente 21:00 da noite. Dylan é extremamente pontual,
diferente de mim é claro.
Andei até a porta e abri vendo o moreno a minha frente, Dylan está com
uma calça jeans preta e uma blusa social branca até os cotovelos marcando
sua barriga definida, usava um sapato marrom também social e no braço
esquerdo está usando um relógio dourado, seus cabelos estão bagunçados o
deixando sexy.
Ele me olha por algumas frações de segundos, seus olhos passeiam pelo
meu corpo e eu coro envergonhada, meu olhar se encontra com o seu e vejo
um sorriso se ampliar em seu rosto.
Passei a língua nos lábios e Dylan aperta os punhos, sorri para ele que veio
na minha direção fazendo seu corpo colar no meu me levando até a parede,
sua boca ávida toma a minha em um beijo ardente, suas mãos estão
apertando minha bunda por cima do vestido e minha mão direita está
apertando sua nuca.
- Ainda bem -coloco as mãos em volta do seu pescoço com a bolsa ainda na
mão.
Dei alguns beijos no seu rosto e puxei seus cabelos suavemente, Dylan
apertava a minha cintura contra si e eu já podia sentir sua ereção se
formando, ele se afasta de mim e levanta uma mão.
- Acho melhor irmos antes que eu te foda aqui mesmo -falou sério.
Sempre direto.
Sorri de lado e digo para ele esperar só mais um pouco, vou até o meu
quarto e passo outra camada de batom matte só para garantir e mexo nos
meus cabelos dando um pouco de volume.
Saio do quarto e Dylan estende o braço para mim, o sigo até o seu carro e
partimos para o restaurante.
Estou um pouco tensa porque não quero falar sobre o meu passado com
Dylan, ele não é idiota pois ele sabe que não fiquei daquele jeito apenas por
Elias. Meu passado é algo que ainda me tormenta e me deixa
desconfortável, essa semana acordei duas vezes na madrugada com
pesadelos e flashbacks horríveis.
Ninguém sabe sobre isso, nem Emy sabe por que não queria atormentá-la
com os meus problemas.
Um homem alto e simpático nos guiou até a nossa mesa e logo nos
sentamos.
O garçom nos indicou o prato mais famoso do restaurante e Dylan e eu o
escolhemos.
Um vinho branco chegou a nossa mesa e me deliciei no sabor, era muito
bom. Dylan deu um grande gole e despejou a taça na mesa.
Cruzo as mãos em cima da mesa, mas antes que eu possa dizer algo o
garçom chega e põe uma sopa de entrada para abrir o nosso apetite. Coloca
o meu prato a minha frente e encara descaradamente o meu corpo, me
mexo desconfortável na cadeira e um sorrisinho se alarga no seu rosto.
- Ela me pediu para que eu fosse com ela e eu aceitei, fomos para o
restaurante e logo os insultos começaram, Emy foi para o banheiro eu a
apoiei como uma amiga tem que fazer, e eu acho que deu certo porque ela
voltou mais confiante para a mesa.
Dylan estava atento a tudo o que eu dizia, não tinha nenhuma expressão no
rosto.
- Não, ele apenas dava em cima de mim, mas nunca chegou a esse ponto.
Na hora que eu ia botar aquele filha da mãe no lugar a voz de Dylan surge.
- Gosta do que vê? -perguntou.
- E que ela é a minha noiva -diz ríspido e se inclina para frente puxando o
pulso do homem fazendo ele encarar seus olhos verdes- Então trate de tirar
os olhos da minha mulher porque da próxima vez eu acabo com você -dito
isso ele solta o homem e dá um sorrisinho cínico.
- Ele queria você Lisa e isso ele não pode ter - diz e bebe o vinho.
- Eu não sou sua Dylan, isso -aponto para mim e para ele - É apenas um
acordo e vai acabar em breve, nós dois sabemos disso.
Dito isso ele fecha os olhos e suspira profundamente, parece estar contando
até dez.
O encaro por mais alguns segundos e começo a comer vendo ele fazer o
mesmo, estávamos em silêncio e uma coisa me veio a mente quando os
pensamentos voltaram para a minha explicação ainda agora, como Dylan
sabia que eu estava justo naquele restaurante?
- Você precisa aprender receber elogios, Lisa -Ele diz analisando minha
expressão.
- Eu sei...recebê-los -digo.
Dylan olhou para o meu decote e passou a língua nos lábios, engoli em
seco o vendo se inclinar na mesa para falar mais perto de mim.
- Este vestido está perfeito em você -ele diz- Seus seios prendem minha
atenção facilmente assim como seus olhos que denunciam muita coisa
agora.
- Como por exemplo, sua boca está entre aberta o que significa que sua
respiração está um pouco escassa, tenho quase certeza que suas mãos estão
na sua coxa agora, assim você as aperta e tenta diminuir seu nervosismo.
Que porra...
- E eu aposto que você está molhada pra mim agora -ele diz em um
sussurro me encarando fixamente- Como eu quero descobrir, Lisa.
- Absolutamente nada.
Louco.
Era assim que eu estava, era assim que Lisa me deixava.
Lisa era radiante e parecia um anjo dormindo, calma e angelical. Seu corpo
pequeno nos meus lençóis me acalmava e me deixava em êxtase também.
Há tempos que não tenho vontade sequer de dormir com outra mulher,
apenas ela.
Como se ela fosse a única que poderia me satisfazer por completo, a dona
dos meus pensamentos tem um 1,57 e está confundindo toda a porra da
minha mente.
É bom conhecer seu corpo mais do que ela mesma. Sei o que ela gosta, sei
o que a deixa excitada, sei o necessário para fazê-la gozar.
Mas estou me excedendo demais, nós dois sabemos que é um noivado falso
e que não passa de um acordo mesmo eu não sentido isso.
Não sei se conseguirei deixá-la ir quando chegar a hora, gosto de estar com
ela, gosto da sua boca inteligente, gosto de admirá-la, eu gosto dela.
Lisa está a maior parte do tempo na minha cabeça, seu cheiro, seu toque,
suas bochechas coradas depois do sexo...
Balanço minha cabeça para espantar esses pensamentos e me assusto
quando um telefone começa a tocar.
Me levanto rapidamente, mas logo o celular para de apitar, acho que foi
apenas uma mensagem. Mas quem mandaria uma mensagem a essa hora?
A luz do celular e refletida novamente e vejo que é o meu.
Reviro os olhos.
É Dom, ela é minha foda casual fixa a alguns meses. Toda vez que eu
estava carente eu pedia para ela vir e ela rápido aparecia no meu
apartamento.
Mas não transo com ela desde que me envolvi com Lisa e não foi apenas
pelo acordo, foi porque eu não queria mesmo.
Dominic é uma modelo nacional que faz bastante sucesso nas capas de
revistas de Nova York, mas não passa de uma puta interesseira, éramos
apenas sexo.
Bufo irritado e peço para que ela não venha novamente, mas dessa vez
mais firme, não quero que Lisa a veja e pense besteira.
Franzi o cenho.
- Vim ver você Dylan, há dias que você não me procura e nem manda
mensagem.
- É por acaso você não está sentindo a minha falta? -ela se aproxima e me
empurra para trás fechando a porta atrás de si- Ela poderia se juntar a nós.
- Não -digo seco porque eu realmente não estava e não creio que Lisa irá
querer isso, eu mesmo não quero.
Fui me afastando dela, mas não porque não consigo me segurar ou algo do
tipo, mas porque não confio nela. O tipo de Dominic não se importa se
você está em um relacionamento ou não.
- Tem certeza? -ela diz e tira seu vestido ficando apenas de calcinha e sutiã.
Jesus.
- Vista-se -ordeno.
Dom tira o sutiã liberando seus seios, puta que pariu! Essa mulher é louca.
- Qual é Dylan, vai me dizer que você não quer me foder, aqui mesmo! -diz
e se aproxima.
Dom se joga em cima de mim e me beija desesperadamente, tento tirá-la
dos meu braços, mas ela parece uma preguiça amarrada no meu pescoço.
Diz debochada.
- Uma pena que provavelmente será uma corna, você pode não a trair
comigo, mas a traíra com outra. Você não é homem de uma mulher só
Dylan, sua vida só se resume a sexo casual e ela logo verá isso, você sabe
que sim.
Sorri
- Seu filho da puta! Você não pode me usar e descartar como se eu fosse
um lixo.
- Você me quer, eu sei que quer -ela diz e tenta me beijar novamente.
Tento agarrar seus braços e tirá-la de cima de mim, mas a mulher não para
de se debater. Quando eu ouço alguém tossir nós dois paramos
imediatamente, olho para a minha baixinha que está vestida com a minha
blusa social e os braços cruzados.
Dom resmunga algo e Lisa caminha até nós parando ao meu lado me
lançando um sorrisinho, por que não parecia que ela estava brava? Isso é
bom ou ruim?
Ela me olha maliciosamente e joga um beijo no ar para mim, vejo Lisa ficar
vermelha.
- Dom vá embora, eu já disse que não quero mais nada com você -digo e
ela ainda continua ali estática.
- Ainda não terminei com você ursinho -ela diz e se aproxima de mim para
tocar no meu peito.
Lisa para na sua frente e agarra seus pulsos, Dom lança um olhar mortal a
Lisa que a solta fazendo a mesma recuar.
- Quem você pensa que é sua vadia? -ela pergunta fazendo Lisa sorrir.
- Eu sou a noiva dele e a pessoa que vai acertar essa sua cara plastificada se
você não sair daqui agora mesmo -Lisa se aproxima dela.
- Por que querida -faz uma pausa - Vontade é o que não me falta.
Dom olha pra mim e não posso deixar de sorrir, eu sabia que Lisa tinha
uma personalidade forte mas puta que pariu vê-la enfrentar Dom é
sensacional.
- Você não passa de uma mulherzinha qualquer que ele está comendo, ele
não vai se satisfazer apenas com você e na primeira oportunidade ele vai te
chutar -Dom diz carregada pela raiva.
- Igual ele está fazendo com você agora? Entendo, mas olha...ele já disse
que não quer você então aceite e vá embora. Não quero acabar com a
minha paciência e você poderia pelo menos ter um pouco de amor-próprio.
Dom está quase cuspindo fogo pela boca e Lisa a encarava com os olhos
determinados.
- Garanto a você que se humilhar para ir para cama com um cara é uma
cena ridícula de se ver, Dylan está em um relacionamento agora, se não tem
respeito com isso pelo menos tenha consigo mesma.
Dominic deu grito de ódio e partiu pra cima de Lisa para batê-la, mas antes
que ela conseguisse Lisa deu um belo tapa no seu rosto que ecoou por todo
o apartamento.
Dominic estava com a mão onde o tapa foi dado e tinha um sorriso
estranho no rosto, ela parecia que a qualquer momento ia surtar, olhou para
Lisa com ódio nos olhos.
- Saia daqui e não volte mais -Lisa disse com uma expressão séria no rosto.
Dom olhou para mim com os olhos lacrimejando de raiva e pegou suas
coisas saindo do apartamento a passos duros.
Ela ficou alguns minutos ali encarando a porta sem dizer nada, apenas
cruzou os braços e se virou para mim.
MINUTOS ANTES
Lisa
Acordo no meio da noite com uma extrema vontade de fazer xixi. Olho
para o lado e Dylan não estava na cama.
Me levanto e vou ao banheiro porque com tanta urina na minha bexiga não
consigo raciocinar direito.
- Qual é Dylan, vai me dizer que você não quer me foder, aqui mesmo! -
ergo as sobrancelhas.
- Dom! Me solta sua maluca! -Dylan consegue a tirar do seu pescoço e ela
sorri para ele que nem louca.
- Uma pena que provavelmente será uma corna, você pode não a trair
comigo, mas a traíra com outra. Você não é homem de uma mulher só
Dylan, sua vida só se resume a sexo casual e ela logo verá isso, você sabe
que sim.
Não queria que isso tivesse mexido comigo, mas infelizmente mexeu.
Porque mesmo se tivéssemos um relacionamento de verdade
provavelmente isso iria acontecer.
- Você sabe qual é o seu problema? - ele pergunta e ela nega com a cabeça.
- Seu filho da puta! Você não pode me usar e descartar como se eu fosse
um lixo.
Ela pulou em cima de Dylan mais uma vez e os dois acabam indo para o
chão, senti uma irritação tomar conta do meu corpo com aquilo.
Paro na frente dos dois e vejo Dylan tentar tirá-la de cima dele, mas a
biscate não colabora. Tossi para chamar atenção dos dois e cruzo os braços
irritada.
AGORA
Estava parada olhando para porta enquanto Dylan estava atrás de mim, eu
sentia seu olhar queimando na minha pele.
Me viro para ele e cruzo os braços, o mesmo caminha até mim e me olha
nos olhos procurando alguma coisa.
Vejo ele suspirar de alívio e abraçar a minha cintura, o abraço forte. Seus
braços me trazem conforto e percebi que não tinha lugar melhor para eu
estar.
Não falamos nada apenas ficamos abraçados por algum tempo, Dylan fazia
carinho na minha cabeça e eu alisava suas costas nuas.
- O que ela disse... não leve a sério - falou e eu abri os olhos - Eu sei que
tenho uma péssima fama, mas...
Coloquei os dedos nos lábios dele e o puxei para mim selando nossas
bocas.
O beijei suavemente e me afastei, olhei no fundo dos seus olhos e
massageie seus cabelos.
(...)
Dylan está deitado atrás de mim dormindo que nem um bebê. Vejo no
relógio da parede que já são 8:37 e decido me levantar para fazer o café da
manhã.
Ponho tudo na mesa e corro para coar o café, e muito mais gostoso do que
as máquinas de expresso.
Sorrio quando suas mãos apertaram meus seios por cima da blusa.
- Eu vou bater em você se eu derramar isso aqui -digo irritada e ele sorri de
lado.
- Certo, mas você me deve um orgasmo -ele diz e beija meu pescoço, pega
um jornal e se senta na mesa.
Franzi o cenho. Será que é ladrão? Não, pouco provável já que esse lugar é
uma fortaleza.
- Não tenho culpa se esse cabeça de vento sempre está assim como se não
trepasse a anos -Adam diz e eu dou um sorriso abafado.
- Você que não transa já que está sempre me perturbando, maninho! -Dylan
cruza os braços.
- Lisa, esse é Peter Ross meu melhor amigo -ele me apresenta o tal homem.
Peter era um homem muito bonito, era alto com rosto esculpido e uma
barba de tirar o fôlego, sua pele era parda quase que morena com algumas
tatuagens que tinha no seu peito, consegui ver porque sua blusa tinha dois
botões abertos. Seus olhos eram castanhos e seus cabelos eram da mesma
cor, ele vestia uma calça jeans surrada e a camisa preta com dois botões
abertos com uma jaqueta cinza por cima.
- Olá, Lisa -ele estende a mão e eu vejo alguns anéis em seus dedos, a pego
de bom grado.
Peter era bonito, mas Dylan é muito mais, no meu ponto de vista claro.
Peter olha pra mim um pouco desconfortável, ele coça a nuca e me olha de
cima a baixo.
Olho para o meu corpo e rápido entendo, eu estava apenas com a blusa
social de Dylan que era branca quase que transparente e a luz que entrava
no apartamento também não ajudava, tenho quase certeza que dava para
ver a minha calcinha em tom de vermelho vivo. Porra eu estava
praticamente nua já que dava pra ver tudo!
- Você poderia pegar meu celular que está lá no quarto? -confirmo entendo
perfeitamente o que ele quis dizer.
Dylan faz um movimento com a mão para os dois se virarem, Adam revira
os olhos e Peter dá uma risada. Os dois ficam de costas para nós.
Saio quase que correndo para o quarto e entro no ambiente, comecei a rir
da situação bem constrangedora.
Vou para o chuveiro rindo e espero a água aquecer um pouco. Tiro a blusa
social e minha calcinha, coloco o dedo na água que já está morna e adentro
o box, começo minha higiene matinal.
Pego o shampoo de Dylan e passo nos meus cabelos, espero que ele não se
importe.
Depois de tomar banho eu escovo meus dentes com a escova que usei da
última vez e saio do banheiro com a toalha enrolada no corpo. Seco meus
cabelos com a toalha mesmo e olho em volta do quarto percebendo uma
sacola de compras em cima da poltrona escrito meu nome nela.
Caminho até a sacola e vejo que são roupas de marcas, todas ainda com a
etiqueta. O cupom fiscal está dizendo que foi comprada há um dia atrás e
puta merda, elas são muito caras. Todo meu salário iria nessas roupas e
ainda me deixaria de prestação por meses.
Ainda olhando para sacola sem entender a pego e jogo na cama, seis peças
se espalham no colchão e todas as roupas são vestidos de cores variadas e
diferentes detalhes.
Não acredito que Dylan comprou tudo isso para mim, não sei por que, mas
algo me diz que isso está errado. Não quero que Dylan fique gastando
comigo sem necessidade e por um preço tão alto, não sou uma
aproveitadora!
Ouço a porta do quarto ser aberta por Dylan que entra no quarto e franze o
cenho olhado para as roupas na cama.
Me viro pra ele e o olho interrogativa.
23° capítulo
Lisa
- Para você usá-los -disse o óbvio e eu olhei com uma cara de tédio.
- Dylan, não quero que você fique gastando dinheiro comigo sem
necessidade, você já viu o preço disso?
Me levanto da cama.
- Eu gasto a porra do meu dinheiro todo com você se eu quiser. Esse preço
não chega nem perto de me preocupar, aceite-os por favor.
Não quero que ele pense que eu estou me aproveitando dessa situação.
Sua mão puxa meu cabelo delicadamente para o lado deixando meu
pescoço livre para contanto, ele passa a língua me deixando arrepiada e eu
reviro os olhos irritada.
- Por que não? É só um presente meu para você -diz e se aproxima, mas o
afasto com a mãos.
Sei que se o deixar se aproximar de mim ele vai ganhar essa pequena
discussão.
Olho para os vestidos e uma ideia surge na minha cabeça.
Dylan pisca várias vezes e abre a boca para falar algo mas não fala nada,
seu rosto é de completa confusão e surpresa. É bem engraçada.
Ele diz e um sorriso enorme cresce em mim, corro até a sua direção e dou
vários beijos pelo seu rosto fazendo ele rir abraçando minha cintura.
- Claro, mas por que um orfanato? -ele pergunta mexendo nos fiapos da
minha toalha.
Sorri e olhei para baixo, Dylan colocou a mecha do meu cabelo atrás da
minha orelha e segurou meu queixo para que eu o olhasse.
- Eu acho uma ótima ideia -coloco meus braços em volta do seu pescoço e
o beijei apertando seu cabelo.
Dylan apertava meu corpo contra o seu fazendo um roçar com os nossos
sexos, suas mãos apertavam minha bunda com força.
Gemi baixinho quando ele mordeu meu lábio inferior.
Sorri diante daquela confissão porque era exatamente assim que eu também
me sentia.
- O que você está vendo? -ele pergunta me olhando por cima do ombro.
Dylan se virou de frente para mim e beijou minha testa, sorri de lado e saí
do banheiro indo até a cama para me vestir. Escolho o azul Royal que vinha
até o meio das coxas e tinha pequenos detalhes espalhados por ele, visto a
peça íntima que veio com os vestidos, não quero vestir a calcinha da noite
passada.
Um telefone toca e vejo que não é o meu, Dylan vai até o aparelho e o
atende.
Suspirou.
- Sim
- Você... -coçou a nuca- Não quer ir comigo? -é a primeira vez que vejo
Dylan tímido e ele fica muito fofo.
Eu quero ficar um pouco mais com Dylan, mas acho que estou o sufocando
demais, não posso me acostumar a ficar com ele o tempo inteiro.
- Tenho que ir pra casa Dylan, Emy deve estar me esperando e...
- Então levamos sua amiga também -disse e me puxou pelo braço até
sairmos do quarto.
- Dylan! -grito.
O olhei irritada.
Senti sua barba roçar no meu pescoço e seus lábios no meu ouvido me
fazendo estremecer, passei a língua nos lábios que estavam secos e suas
mãos que estavam no meu tronco subiram um pouco até ele apertar meus
seios de leve.
Passei um mês viajando para fora dos Estados unidos fechando contratos
importantes e cheguei há alguns dias atrás.
Adam e Dylan Venturelli são meus dois melhores amigos, os únicos que
não me passariam a perna e estariam comigo se alguma merda acontecesse.
Nate Venturelli também é meu braço direito, mas infelizmente está na Itália
e se recusa a vir para Nova York, estamos tentando convence-lo a anos.
Ele me disse que Dylan ainda não sabia que eu estava de volta e queria
fazer uma surpresa, na verdade ninguém sabia. Mas Adam me perturbou
tanto com os telefonemas de madrugada e a porra dos áudios onde ele
mandava eu tomar no cú que acabei dizendo a ele.
Naquela noite nós dois arrastamos Dylan para a boate para comemorar a
minha volta no estilo certo, primeiro fomos para o restaurante de Dylan
comer algo e depois iríamos beber até o cú dizer chega e eu transaria com a
primeira mulher gostosa que aparecesse.
Depois que ele mandou aquele cara para hospital eu vi o que eu nunca tinha
visto antes.
Dylan estava morrendo de ciúmes, isso com certeza ele estava sentindo.
- Olha, se não é o noivo do ano -digo sarcástico e ele entra na minha casa.
- De onde você veio? -Me sirvo um whisky também e vejo ele meio
perturbado com algo.
- Estava com o meu pai e Adam -bebeu um gole- Nossa empresa fará uma
fusão dentro de pouco meses.
- Carlos Mendoza? Pensei que ele estivesse aposentado -Me sento no sofá.
- O que? -perguntou.
Dylan me contou que tinha feito um acordo com ela para que os dois
ficassem noivos e em troca pagar uma dívida extremamente altas que ela
estava devendo. Iriam fingir para todos os familiares e amigos importantes
para não perder a imagem de CEO, e pelo visto todos tinha acreditado, até
eu acreditei.
E a minha primeira reação ao ouvir tudo isso foi rir, mas eu rir para
caralho!
Passei mais ou menos uns 15 minutos rindo da sua cara, eu precisava
aproveitar aquele momento.
Não é todo dia que você vê seu melhor amigo ficar noivo para não perder o
posto de CEO.
- Eu sei disso, mas não deixa de ser a ideia mais clichê que eu já ouvi -
sorri.
- Não sei nem porque perguntei -digo bebendo um gole do whisky depois.
- No início estava tudo profissional, mas nem eu e nem ela conseguiu nos
segurar.
- É um acordo de restrição, não é? Você e ela não podem ficar com outras
pessoas.
Franzi o cenho.
- Você não sente vontade de fazer sexo com outras mulheres? -pergunto.
- Você está fudido meu parceiro -digo e ele levanta uma sobrancelha.
Seus olhos saltam e sua respiração se altera, ele se livra da minha mão e
anda até o outro lado enquanto eu dou risada do seu desespero.
- Não, você está ficando louco -ele dizia andando de um lado para o outro.
- Dylan, você deve pensar nela a todo momento, você faz sexo apenas com
ela sem contar os brilhos nos seus olhos que dariam pra iluminar a porra de
um campo de futebol.
Ele sorriu sem graça e balançou a cabeça negativamente.
- Eu não estou apaixonado por ela -disse não me convencendo- Isso seria
estranho e rápido demais.
Discutir com ele não vai dar resultado, ele irá descobrir por si só.
Agora eu estou aqui na minha sala olhando pela janela quando meus
pensamentos são interrompidos por um Adam risonho que entra na minha
sala sem bater.
- Adam, o que devo a sua chata presença? -digo e ele coloca a mão no peito
fingindo estar ofendido.
- Porque ele vai achar que eu estou o sacaneando e você se lembra do que
aconteceu da última vez.
Sorri ao me lembrar, uma vez Adam disse que iria acontecer uma festa do
mesmo tipo em uma recepção muito famosa, mas ele acabou errando o dia
ao contar a Dylan e sem querer o mandou para uma festa onde estava
ocorrendo uma exposição de masoquismo. Dylan cuspia fogo quando nos
contou que uma mulher queria bater na sua bunda e o prender em algemas.
- Não posso sair agora Adam estou com trabalho para fazer -escondo o
sorriso e volto a ler os papéis.
- Se você não for eu vou encher o seu celular de áudios e não adianta me
bloquear porque eu vou ligar pro seu telefone a todo momento, seja ele o
pessoal, o da sua casa e do seu escritório. Você vai enjoar de mim, mas do
que já enjoa.
Droga.
(...)
Vesti meu terno de azul escuro e fui para o estacionamento quando recebi
uma ligação nada agradável.
Eu tinha duas boates na cidade e uma delas Dylan era o meu sócio e nessa
foi que aconteceu o problema. Pedi para que o informasse que nos
encontraríamos lá.
Ela havia mandado uma mensagem que queria me ver hoje a noite e claro
aceitei, não dispenso uma boa foda.
Ela caiu em uma pequena área que tinha barro e acabou se sujando toda,
sua calça era branca e sua blusa era meio que rosa não sei direito, estava
concentrado demais no seu corpo que era formado por belas curvas, seus
cabelos eram amarelos como o sol.
Fiquei sem fala por alguns segundos e ele arqueou uma sobrancelha, olhei
para baixo vendo meu estado e logo voltei a mim.
- Você é cego por acaso? Olha o que você fez -aponto para o meu corpo.
- Eu fiz? Não ponha a culpa em mim, você que estava com os olhos no
celular e não na rua prestando atenção nos seus passos.
- Você que não presta atenção, parece uma parede levando todo mundo,
idiota.
Vi o homem suspirar.
Peguei sua mão e senti um pequeno choque me atingir, ele sentiu também
porque fez uma cara de confuso. Me ajudou a levantar e juntou meu celular
do chão, mas antes de me devolver ele leu o que tinha na tela.
Agora que vi o tal gesto percebi que ele tinha algumas tatuagens nos dedos
e em na mão, não duvido que tenha também por baixo desse terno.
Revirei os olhos e ajeitei minha roupa, abaixei minha blusa que estava um
pouco bagunçada e tentei limpar um pouco a calça, mas era inútil já que a
porra era branca.
Nesse meio tempo fiquei resmungando baixinho para mim mesma, tenho
um péssimo costume de fazer isso. Estou com a cabeça baixa quando
escuto uma risadinha.
- O que ainda está fazendo aqui? -pergunto para o idiota que me sujou toda.
Ergui a minha mão fechada na altura do seu rosto que a olhou atentamente,
quando vi que tinha sua atenção levantei o dedo do meio bem na sua cara e
sai andando de lá, o deixando com cara de tacho.
Ele estava dizendo para eu voltar e seguir adiante, ou seja, teria que voltar
por onde passei e ver aquele idiota de novo.
- Ah, olha ela aí -disse e cruzou os braços- Que bom que voltou.
- Vi no seu celular que estava indo para a boate Fast club que por
coincidência...é para onde estou indo.
Fechei a cara, não acredito que essa cara vai para o mesmo lugar que eu.
- E? -pergunto ríspida.
Olhei para ele e me lembrei da minha calça toda suja de barro. Uma
irritação me subiu, além de arrogante é mal-educado. Não teve a decência
de se desculpar.
- Calma? Você quer calma então vai morar no mato, eu estou toda suja por
sua culpa.
- Já disse que a culpa foi sua, você que estava distraída -falou sério.
Até que ele se vira e sai andando, pisco várias vezes e solto a respiração
que nem sabia que estava segurando. Intenso.
Olho em volta e sigo adiante atrás daquele brutamonte, ele dá passos largos
e eu praticamente corro. Porra! Eu não sei o endereço.
Quando dobramos uma rua eu vejo a placa da boate, nossa! É bem grande.
Ele chegou primeiro que eu lógico, mas foi parado por um senhor que
pedia alguns trocados, passei por ele e dei um sorrisinho ridículo enquanto
eu via ele dá uma nota de 100 dólares para senhor.
100 dólares? Será que ele não quer me dar algumas notas? eu deveria ter
pedido isso antes de mandá-lo a merda.
Adentrei o ambiente e segui reto quando sem querer acabei tropeçando em
uma vassoura e quase caio no chão.
Os três olharam para trás e nos viram, eu com a cara de quem comeu e não
gostou e ele com a cara de quem iria matar um.
- Dylan, podemos falar no escritório? -Peter pede a Dylan que acena com a
cabeça.
A Susie aparece sabe Deus de onde na nossa frente com um grande sorriso
no rosto.
- Obrigada Dylan, você é muito educado e é uma pena que não possa dizer
isso de outras pessoas...-Emy diz e dá de ombros.
Depois que os dois saem, Natalie vulgo perua volta a polir as bebidas e
Susie nos cumprimenta.
Susie parecia ser uma pessoa gentil e receptiva, usava uma bota de cano
curto e um short jeans azul com um casaco listrado na cintura, sua camiseta
era preta com rosto do Charlie Chaplin estampada.
- Vocês querem alguma coisa, água? Whisky? -pergunta.
Não são nem 11h da manhã, Emy só bebe whisky quando está estressada
ou nervosa...não, espera. Ela beberia whisky o dia inteiro de deixassem.
Susie nos deixa a sós e entra em uma portinha onde creio eu fique os
estoques de bebidas, Emy e eu fomos até umas das mesas de vidro.
- Meu carro parou de funcionar esta manhã por isso decidi vir de táxi, mas
o taxista me disse que aqui era via única por isso teria que dar a volta pela
boate o que demoraria muito mais tempo, então decidi vir andando sendo
guiada pelo GPS do celular.
Suspirou.
- O cara já estava tão velhinho que acho que nem viu as ruas direito,
provavelmente não enxerga nem as próprias bolas.
Escutamos Natalie chamar por Susie que vai até ela e dou continuidade a
conversa com Emily
- E então?
Deu um gole no Bourbon de uma vez, ela parecia aérea com se ainda
faltasse alguma coisa a ser contada.
Ela falava olhando para o nada concentrada nas suas descrições, não sei
muito bem o que aconteceu, mas mexeu com a minha amiga.
Eu ri ainda mais, Emy é toda desbocada e fala a primeira coisa que vem na
mente, imagino esse "encontro" que ela teve com Peter.
- Mas espera, por que ele estaria aqui? -ela parceria pensar.
- Peter?
Ela virou o celular e tinha várias fotos minhas saindo do restaurante com
ele.
Algumas legendas me atacando por eu ser uma simples secretaria e
comentários maldosos de mulheres invejosas.
E outros apoiando o meu relacionamento com ele.
- Lisa, eu acabei de te conhecer, mas pelo pouco que vi posso dizer que
você e essa mulher que descrevem nesse site não são a mesma pessoa -
Susie me conforta.
Sorri em agradecimento.
- Não vou deixar esses urubus acabarem com a minha paz interior -faço a
posição dos monges com as mãos e as duas começam a rir.
Nós três caímos nas gargalhadas quando eu sinto uma mão máscula tocar o
meu ombro e um cheiro que eu reconheceria em qualquer lugar.
- Terei que ficar mais um pouco aqui na boate, Peter e eu estamos tentando
resolver um problema e levará mais tempo do que o previsto, não posso
ficar com você hoje -ele diz e pressiona os dedos nos olhos parecendo
aborrecido.
Me aproximo dele colocando as mãos no seu peito, ele me encara com seus
lindos olhos verdes. Levanto um pouco os pés e dou um selinho nos seus
lábios.
Ele sorri e me beija urgente explorando toda a minha boca, ele aperta
minha cintura forte como se eu fosse fugir.
- Cala a boca, Peter -Dylan fala com ele que mostra o dedo do meio.
Sorri de lado.
- Meu motorista irá levar você e Brooks para onde vocês quiserem -ele
coloca uma mecha do meu cabelo para trás.
- Mas...
- Sem, mas Lisa, você irá com ele deixe de ser teimosa.
Dylan diz sério e eu concordo com a cabeça, não quero o deixar mais
estressado do que ele está até por que discutir não irá nos levar a lugar
nenhum.
- Grosso -sussurro.
- Teimosa.
Me viro para sair, mas ele segura meu braço, levanto uma sobrancelha para
ele.
- Meu beijo de despedida, baixinha -ele sorri lascivo e me puxa para o seu
peito.
- Mas antes -coloco um dedo nos seus lábios - Queria levar Susie para
almoçar comigo e Emily.
Ele franziu o cenho e olhou para Susie que conversava normalmente com
Emily, enquanto Peter estava no bar mexendo no celular.
Ele olhou para mim e parceria pensativo, ergueu o pulso para ver o relógio.
- Obrigada!
Cheguei à mesa onde as meninas estavam e pedi para que Susie pegasse
suas coisas que iríamos almoçar, ela rapidamente o fez.
Dylan se aproximou da nossa mesa juntamente com Peter.
- Tem outras coisas que eu faço muito melhor, quer ver loirinha? -Peter
pergunta com um sorrisinho de lado.
- Cretino -sussurra.
Susie aparece bem na hora graças ao senhor bom Deus! Se esses dois
começassem a discutir eu sinto que não iríamos sair daqui hoje.
- Espere! -Susie puxa algo da sua bolsa, mas que parece uma mochila de
tão grande.
- Susie, você é um anjo -Emy pega o short e agradece indo até o banheiro
depois que Dylan disse onde era.
Nós quatro estávamos parados conversando e vi que Peter era uma pessoa
fácil de conversar mesmo sendo convencido igual a Dylan.
Emily saiu do banheiro e vi que Peter a encarava da cabeça aos pés, mas
desviou assim que ela olhou para ele.
- Srta. Morris.
Ele abre a porta do carro para nós três que entramos e fomos para o
restaurante mais próximo.
26° capítulo
Lisa
Entramos no restaurante que estava bem movimentado por sinal, fui direto
para a mesa do fundo ao lado da janela.
Não sei por que, mas eu adoro as mesas isoladas dos restaurantes.
Susie nos contou um pouco mais sobre ela e seus motivos para morar na
cidade que nunca dorme.
- Eu morava com a minha mãe em Seattle, mas há alguns meses atrás ela
faleceu de leucemia -ela diz triste- Vim para Nova York porque não queria
continuar morando na minha antiga casa, não queria nada que eu me
lembrasse que eu perdi quem eu mais amava, mesmo ela estando nos meus
pensamentos todos os dias.
Fiquei bastante surpresa, quem visse Susie não diria que ela tinha passado
por isso, ela é tão sorridente e alto astral.
- Sinto muito -digo e toco sua mão enquanto Emy alisa suas costas para
confortá-la.
- Porque o estado dela estava piorando e eu tive que voltar a Seattle para
ficarmos juntas, algumas semanas depois ela faleceu -Susie respirou fundo-
Foi horrível...mas depois disso eu vim para cá.
Ela mexeu na franjinha que tinha em seus rostos e desviou o olhar, Emily e
eu nos olhamos e eu toquei na mão de Susie por cima da mesa e Emy a
abraçou de lado.
Conheço Susie a menos de 1 dia, mas parece que já somos amigas a anos.
- Meu Deus! Conheço vocês duas a menos de 4 horas e já falei o que não
tinha falado para ninguém -Susie limpa uma lágrima sorrateira enquanto
sorria.
Nós três estávamos rindo igual três hienas que eu acho que algumas
pessoas nos olhavam torto, mas eu ri ainda mais quando vi nossos pratos se
aproximando, Jesus! Como eu amo comer.
Estudei com Emy e Jon desde o início da nossa vida acadêmica, de cara nos
tornamos os três mosqueteiros, fazíamos tudo juntos.
Mas quando chegou o último ano do ensino médio meu mundo veio ao
chão.
Foi o pior dia da minha vida, eu tinha apenas 17 anos quando tudo
aconteceu. Eu fiquei completamente devastada, os únicos que ficaram ao
meu lado foram Jon, Emily e Elisa.
Minha mãe e ela sempre foram muito unidas, tanto que haviam feito um
tipo de acordo judicial, se algo acontecesse com ela e meu pai Elisa ficaria
com a minha guarda e cuidaria de mim até eu completar 18 anos e ir para
faculdade. E foi exatamente isso o que aconteceu.
Eu ficaria na sua casa para terminar o último ano do ensino médio que
tinha acabado de começar e só então eu iria seguir com a minha vida.
Entraria para a faculdade e arranjaria um emprego para me manter.
Eu iria morar com ela e seu marido Bob por um ano. Seria uma ajuda até eu
me mudar para o campus e assumir as rédeas, até por que faltava 1 ano para
o ensino médio acabar. Apenas 12 meses certo? Passariam tão rápido que
eu nem perceberia.
- Eu que te pergunto, você ficou com essa cara de mongol de repente -Emy
disse e franziu o cenho.
- Já vai dar 14h preciso voltar para boate -diz Susie e eu confirmo com a
cabeça.
- Vamos! -falei.
Já eram 21:30 e percebo que Dylan não me ligou, chequei meu celular pelo
menos umas 3 vezes e nada. Tínhamos marcado de jantar em seu
apartamento, mas não tive notícias suas, será que aconteceu algo?
Decido ligar para ele, vou nos contatos e pressiono no seu número. Já está
no quarto toque e ele não me atende, no sétimo eu decido desligar.
Mais um início de semana começou, era segunda feira e eu estava com meu
humor matinal maravilhoso!
- Não responda a minha pergunta com outra, você sabe que eu odeio isso -
ela empurrou meu ombro de leve me fazendo sorrir de lado.
- Eu conheço você e eu sei quando tem algo te chateando. Desde do nosso
almoço com Susie no sábado você está assim -Emy disse me encarando.
Eu sabia perfeitamente por que eu estava assim, mas não queria admitir em
voz alta.
- Tá! Tá bom, eu te conto para com isso -me viro na sua direção.
- Eu vou matar aquele babaca, o que ele fez para você? -Abro a boca para
falar algo mas levanta a mão me impedindo- Não, nem me fala. Vou agora
mesmo lá no apartamento dele e arrancar aquelas bolas...
- Vou cortar cada uma com um machado e dá para animais da flores, sabe o
que podemos fazer depois? As sobras podemos queimar e assistir com uma
cerveja na mão...
- Quero dizer o que está me chateando -digo e ela sorri sem graça.
- Ah sim claro, pode continuar -deu dois tapinhas na minha perna para que
eu continuasse e me encarou com atenção.
- Desde sábado que Dylan não me deu notícias suas, não me ligou nem uma
vez...nem para cancelar nosso jantar, Eu estou ficando preocupada, Emy.
Eu sei que Dylan não precisa me dizer o que ele faz, não sou sua namorada
e muito menos sua mãe, ele não me deve satisfação assim como eu não
devo a ele. Mas isso não me deixa menos preocupada e insegura.
- Lisa não fique assim, deve ter acontecido algo para que ele não entrasse
em contanto com você.
Olho para ela confusa, por que ela precisa dar essa informação para um
cara que nem conhecemos? Ele pode ser um psicopata e a gente não sabe.
Caleb é muito charmoso, ele tem cabelo castanho e olhos pretos, seu rosto
parece que foi desenhado a lápis com lindas covinhas, seu corpo é grande e
atlético.
O tipo perfeito de Emy.
- Trabalhamos o dia todo então deve ser por isso -digo e ele me encara.
- Trabalho de noite, mas ajudo na boate pela manhã sempre que posso -ele
diz e cruza os braços.
- Até mais, Caleb -Emy sorriu maliciosa e Caleb piscou para ela.
- Hoje à noite vai rolar uma festa na boate, umas das melhores do mês -me
entregou um cartão com o endereço - Vocês estão convidadas.
Vamos é?
- Ótimo! Espero vocês duas lá. Aqui está o meu número -apontou pro
cartão - Me liguem quando chegar que eu pego vocês.
Dito isso ele sai e o elevador se fecha, Emy sorri extremamente maliciosa.
- Não -digo.
- Sim! -gritou.
- Nós duas pelo visto -ela diz e puxa o cartão da minha mão- E o gostosão
do Caleb também -diz e guarda o cartão na bolsa.
- Sim você vai, não vou te deixar em casa lamentando por um babaca -ela
diz e abre a porta do carro.
- Foda-se aquele idiota e vamos dançar um pouco, vai ser ótimo para você
se distrair desse fora que levou -ela diz ligando o carro.
Não sou muito fã de boates, mas não vou ficar em casa pensando naquele
bastardo que eu nem sei se está vivo, não vou ficar esperando-o me ligar.
Além do mais, ele sabe onde me encontrar se quiser falar comigo.
- Emily não solta essa porra! -digo desesperada e ela só faz rir de mim.
Emily é louca.
(...)
Cliquei no botão e respirei fundo, eu iria ver Dylan daqui a pouco segundos
e precisava me controlar para não o matar por ter me deixado preocupada.
Eu não deveria nem me importar.
Fui direto para a minha sala e descansei minha bolsa sobre a mesa, vi a
pilha de documentos que estava me esperando e suspirei.
Dei a volta na mesa tirando meu casaco preto, hoje optei por uma calça
jeans e uma camisa cinza que vai até os pulsos com saltos também pretos e
detalhes dourados.
Dei duas batidas na porta e ninguém respondeu, foi o suficiente para saber
que ele não veio para a empresa hoje. Será que...ele está me evitando?
Voltei para a minha sala decepcionada com intuito de terminar meu
trabalho bem rápido e ir aquela boate beber e dançar a noite toda.
- Está linda, Mucura -ela se vira pra mim e volta a secar os cabelos-
Coloque os brincos prateados vai ficar ótimo em você.
Era um vestido rosa e o outro era vinho, optei pelo rosa que me chamou
atenção de imediato. Tomei uma ducha relaxante e agora eu estava aqui no
seu quarto calçando meu salto e esperando Emy terminar de secar o cabelo.
Fiz uma maquiagem rápida, esfumei os olhos, passei um delineado e por
fim um batom vinho.
Emy estava com o vestido vinho de renda com os cabelos soltos, seus olhos
castanhos estavam em destaque por causa da sombra clara que ocupava
seus olhos e na boca um batom da mesma cor do vestido.
- Nós duas vamos beber Lisa e não é pouco, além do mais -guardou o
celular na bolsa- Tenho quase certeza de que irei voltar com Caleb hoje a
noite.
Sorri da sua safadeza. Logo o Uber chegou e fomos para a boate que não
ficava muito longe do nosso apartamento demorando apenas 20 minutos.
Assim que chegamos havia uma fila imensa na frente com uns brutamontes
na porta. Emy pescou seu celular da bolsa e digitou o número que estava no
cartão que Caleb havia nos dado mais cedo e levou até o ouvido em
seguida.
Franzi o cenho e vi uma agitação na entrada, era Caleb. Ele saiu da boate e
passou os olhos pela multidão até que nos avistou e deu um sorriso
encantador para Emily, ele caminhou até onde estávamos.
- Caralho! Ele quer muito você -sussurrei pra Emy que me empurrou de
leve.
Caleb foi na frente e trocou algumas palavras com o segurança que nos
deixou passar tranquilamente enquanto algumas pessoas nos olharam com
raiva.
- Legal -Emy apontou para um cara que estava tomando vários shots
seguidos, parecia um tipo de competição.
Virei a bebida azul de uma vez só e senti rasgar a minha garganta. Não
pretendo beber muito já que sou muito fraca pra bebida, mas passarei de
pelo menos 3 copos.
- Certas meninas, meu chefe precisam falar comigo -ele diz olhando no seu
celular- Volto em um minuto.
- Guarde uma dança para mim -Caleb diz olhando na direção da Emily que
sorriu docemente, mas que de doce não tem nada.
- Já volto Mucura, não bebe o meu whisky -apontou o dedo pra mim.
Ela andou até a pista de dança e começou a dançar e não demorou muito
para o cara se aproximar dela e começarem a dançar juntos.
Sorri.
Me pergunto o que aconteceu com aquela carinha que ela estava ficando,
ela realmente se afastou do cara porque ele queria namorar com ela. Emily
não gosta de relacionamentos sérios.
- Do que a mulher mais bonita dessa boate está rindo? -diz um voz não
conhecida.
Olho para o lado e vejo um cara super aleatório, seu cabelo era um loiro
desbotado e seus olhos estavam dilatados, ele cheirava a cigarro e tinha
estrutura média.
Sorrio cínica e nervosa ao mesmo tempo, saio do bar, mas antes o cara
pega o meu braço me parando. Qual o problemas dos homens em levar um
não. Se ele tentar algo eu vou deixar ele sem testículos, vou encarnar Emily
Brooks.
- Está indo por quê? É falta de educação ignorar os outros gostosa -Diz ele.
Diz uma voz feminina ao nosso lado e ambos nos viramos para ver de
quem se tratava.
Vi uma mulher de cabelos castanhos e olhos da mesma cor e... espera! Eu a
conhecia.
O cara se virou pra mim novamente e sorriu malicioso com os seus dentes
amarelados.
- Só acho engraçado que um cara como você tenha feito essa pergunta para
todos os rabos de saia que tem nesse lugar por que aparentemente está
desesperado por sexo -a mulher sorri sarcástica- É tão típico -ela
complementa.
- Que você vá embora e a deixa em paz, porque só um cego não veria que
ela não está interessada em você -ela balança o canudo na bebida e da mais
um gole.
- Além disso, você vai precisar de muito mais do que chamar uma mulher
de a mais bonita dessa boate só pra enfiar esse seu pau nojento.
- Vão se foder suas lésbicas -ele sai de lá espumando de raiva nos dando
um olhar de morte.
- Obrigada, eu estava quase pra chutar as bolas dele -digo e ela concorda
com a cabeça.
- Me chamo Lisa -estendo a minha mão.
- Me chamo Rubi.
- Então você é Lisa Morris, certo? Você é a noiva de Dylan -concordo com
a cabeça.
- Bem...eu ia encontrar meu amigo Josh aqui, mas pelo visto ele não vem.
- Ah entendi, você pode ficar comigo e com a minha amiga Emily, ela está
ali -aponto pra pista de dança e a vejo quase comendo o carinha que ela
estava dançando- Por ali -sorri torto.
- Já gosto de você apenas por ter o espantado -Emy diz e Rubi assente.
- Esses caras são um bando de idiotas, não podem ver uma mulher sozinha
que já acham que podem levar elas para cama -rubi diz.
- Exatamente, ainda mais Lisa que tem uma carinha de safada -Emy sorri e
eu fecho a cara.
- Eu não estou falando nada, mas vou aceitar o que você disse -Rubi diz e
bate na mão de Emy.
- Que tal irmos dançar, madames? -Emy pergunta fazendo uma reverência.
Quase eu caio no processo, mas Rubi me segurou. Odeio ser fraca para
bebida!
Nós três dançamos ao som de X do Nick Jam e J Balvin.
Continuei dançando sem me importar muito, ainda não tinha visto o seu
rosto e não queria, mas ele dançava muito bem. E por um segundo imaginei
ser Dylan ali dançando comigo, mas não era.
De repente sinto sua respiração na minha nuca e seu lábios no meu ouvido.
Me viro para ele e realmente não era os olhos verdes que eu tanto gosto.
Decido me afastar e não correr o risco de ser vista publicamente agarrada
com outro.
- É...eu já vou indo, obrigada pela dança -sorri pequeno e me esquivo dos
seus braços.
Ele era alto e musculoso, dono de grandes olhos azuis e um cabelo ruivo
com uma barba rala da mesma cor. Ele era muito bonito.
- Noivo? -ele pergunta e sorri sarcástico- E ele está aqui? Porque eu não
estou vendo -pergunta debochado.
Engoli em seco.
A voz me faz estremecer por completo deixando todo meu corpo em alerta,
meu coração bate freneticamente
Puta merda!
Alguém me enterra pelo amor de Deus.
Dylan estava ali parado, olhando no fundo dos meus olhos. Se um olhar me
matasse com toda certeza estaria mortinha.
Inferno!
- Não devia deixar sua noiva sozinha por aí -o ruivo me encarou como se
eu fosse um doce de padaria- Alguém pode roubá-la de você.
- Não se preocupe com isso, ninguém vai tirá-la de mim -Dylan diz
colocando a mão na minha cintura de um modo possessivo.
- Quero conversar com você, por favor vamos sair daqui -ele pega a minha
mão e eu rápido o faço soltar.
Eu poderia ir conversar com ele e sair desse lugar, mas ele precisa saber
que eu fiquei chateada. Dylan já fez isso antes, ele viajou pra fora de Nova
York por cinco dias e voltou como se nada tivesse acontecido. Mas dessa
vez eu sinto que preciso de uma explicação.
Ele olhava todos os detalhes do meu rosto e tinha uma expressão estranha,
parecia arrependido e com uma enorme vontade de tocar no meu rosto.
- Acho que vou dançar mais um pouco, você se importa? Acho que não -
deixo o copo na sua mão e saio de lá.
Emily estava dançando com Caleb e então resolvi dançar com Rubi que
estava com os braços para cima e rebolava sem pudor.
Me aproximei mais dela e passei os braços na sua cintura e ela pelos meus
ombros, dançamos bem próxima uma da outra.
Até demais.
Me virei de costas e suas mãos voaram para minha cintura, tenho quase
certeza de que Rubi está bêbada, acho que nós duas estamos.
- Não, todos os caras dessa boate estão de pau duro por causa de vocês duas
-aponta pra mim e para Rubi que sorri alto chamando nossa atenção.
- Eu não quero ir embora -me solto- Ainda quero dançar, acho que vou
chamar aquele ruivinho pra dançar comigo de novo.
- Uma porra que você vai fazer isso -ele diz quase soltando fumaça.
Passo os olhos pela boate e vejo o ruivo virando um copo com um líquido
transparente.
- Todo mundo está olhando para nós -digo enquanto atravessamos a metade
da boate.
- Você não se importava com isso a um minuto atrás -ele diz e me joga
mais um pouco para cima me firmando.
- Mas que porra você está fazendo com a minha amiga? -Emy pergunta
quando se aproxima de nós.
- Você sumiu! -digo olhando nos seus olhos- Eu fiquei preocupada com
você.
Seu peito subia e descia, sua respiração estava ofegante e seus olhos
estavam com um brilho diferente, parecia suplicante e arrependido.
- Eu te esperei naquela noite, mas você não apareceu e não teve a decência
de me ligar, você me deu um furo Venturelli -digo irritada.
Olhei nos seus olhos e hesitei por um momento, mas eu queria saber o que
tinha acontecido para ele deixar Nova York assim tão rápido.
Ele apoia a testa na minha e sinto seu cheiro invadir as minhas narinas me
deixando em êxtase.
- Por favor -ele pede e nosso narizes se tocam- Há um motivo para isso.
- Tudo bem -ele abre os olhos- Mas eu quero que você me explique o que
aconteceu -digo e ele sorri de lado.
- Cara, você a carregou por toda a boate, eu precisava saber onde isso ia
terminar -Adam diz e ouço Peter rir.
- Nós viemos por isso também -Rubi confessa e Emy segura o riso.
- Como você soube que eu estava aqui? -pergunto para Dylan mesmo já
tendo uma ideia.
- Eu sou o dono da boate, vi você entrando com a sua amiga e liguei pra ele
-Peter explica assim que eu o encaro.
- E você -aponto para a loira- Irá me contar tudo o que aconteceu com
Caleb -digo e ela pisca.
- Caleb trabalha para mim, você vai sair com ele? -Peter pergunta olhando
para Emy.
- Não diria sair, eu vou só... -ela para e coloca a mão na cintura.
- Para que você quer saber? -ela pergunta com uma sobrancelha erguida.
- Nada de mais, loirinha -ele revira os olhos e sai andando sem olhar pra
trás.
- Mas que porra! Até parece que vocês nunca mais vão se ver.
- Puta que caralho! -Adam grita assustado -Quer me matar de susto porra,
quase eu caio morto aqui -ele coloca a mão no peito.
Adam é bem dramático.
Tirei meus sapatos e deixei ao lado do sofá, ele foi até a cozinha e eu o
segui. Dylan pegou uma garrafa de água e me entregou.
Sentei no banquinho e ele ao meu lado, o encarei e esperei ele falar alguma
coisa.
Eu vi os seus olhos marejados e sua respiração falhar. Não deve ser fácil
para ele falar sobre isso agora.
- Ana foi levada ao hospital, ficou horas ligada a aparelhos e foi o tempo
necessário para eu e Peter viajarmos para Chicago.
- Eu vi Lisa, eu vi quando ela deu o último suspiro. Minha prima está morta
por causa de um motorista bêbado.
Senti meu coração doer, meus olhos foram traídos pelas lágrimas e chorei.
Não consegui me segurar, eu aqui com raiva por que tomei um fora
enquanto sua prima estava em uma cama de hospital e agora ela está morta.
Dylan estava sério, mas eu sabia que aquilo era um capa, ele não estava
bem e sim acabado, eu sei que ele queria chorar mas é orgulhoso demais
para fazer isso na minha frente.
- Eu sinto muito, muito mesmo -digo- Não quero que banque o forte na
minha frente Dylan, você pode confiar em mim.
Ele olha no fundo dos meus olhos e me abraça e eu retribui na mesma hora.
Dylan me apertava com força como se dependesse de mim.
- Ela morreu Lisa -ele falou baixo enquanto lágrimas escorriam do seu
rosto.
O afasto um pouco e limpo uma lágrima que ameaçava cair. Ver Dylan
quebrado foi horrível porque me deixou mil vezes mais quebrada do que
ele.
- Tenho certeza de que ela também o amava, mas agora você precisa ser
forte. Por ela e por sua família que também precisa de você.
Concordei desviando o olhar dando atenção a minha mão que mexia no seu
cabelo.
O levei para dentro do banheiro e liguei o chuveiro. Eu sei que ele poderia
fazer isso sozinho, mas por algum motivo eu queria cuidar dele e fazê-lo se
sentir bem.
- Dylan, por favor tome banho. Você está muito cansado e...
- Não iremos fazer nada, apenas tomar banho -ele diz e solta meu braço-
Por favor, Lisa.
Suspiro.
- Certo, mas não iremos fazer nada -ele concorda com a cabeça.
Tiro meu vestido e minhas peças íntimas. Eu não tenho mais vergonha da
minha nudes quando estou com Dylan, pelo contrário eu me sinto livre.
Acho que já temos intimidade suficiente para isso.
Entramos no banheiro e deixei a água cair no seu corpo enquanto eu
passava sabonete nele e vice e versa. Quando terminamos de tomar banho,
saímos do box e me enrolei em uma toalha, escovei os dentes e fui para o
quarto com Dylan atrás de mim.
Ele foi pro closet e voltou com uma camiseta preta nas mãos e duas cuecas
box.
- Vista -me entregou a camisa e a cueca.
Coloquei a cueca que ficou igual um shortinho e a camisa que ficou bem
larga no meu corpo, ou seja, extremamente confortável.
Dylan vestiu a cueca e nós nos deitamos na cama, puxei o lençol até o meu
quadril e ele fez o mesmo, deitamo-nos de frente um para o outro nos
encarando por intermináveis segundos. Cada um com os seus próprios
pensamentos.
O encarei.
- Sem problemas.
Eu acho que tenho algum buraco negro na minha barriga porque eu vivo
comendo.
- E eu com sono, mas uma baixinha não me deixa dormir -ele diz
brincalhão e coloca o rosto no travesseiro.
- Benta deve estar na cozinha, desça e coma algo -ele diz e volta a dormir.
Grosso!
Dylan não me deixou ir para a empresa hoje, de acordo com ele eu estou de
"folga". Mas amanhã retornaremos a Entreprise para terminar uns projetos
e deixar tudo pronto para viajarmos amanhã pela tarde.
Desci da cama e fui para o banheiro, tirei minha roupa e tomei uma ducha
rápida saindo do box algum tempo depois, peguei outra peça de roupa dele
e amarrei meu cabelo em um coque, a camisa branca me deixava
confortável assim como a cueca boxer dessa vez verde escura.
Peguei uma torrada com Nutella e dei uma bela mordida, gemi com o gosto
bom na minha boca. Benta me serviu o café e colocou jarras de sucos no
sabor abacaxi e laranja, tomei o de laranja.
- Por que não come comigo? -ela me encara- Digo...eu não gosto de comer
sozinha.
- Parece que o meu menino gosta mesmo de você -ela diz do nada me
fazendo franzi o cenho.
- Ele gosta de você ué, mesmo que vocês estejam em um noivado falso.
Coisa que eu não aprovei -ela passa o dedo na sobrancelha como se
estivesse a penteando -Eu posso ver que os seus olhos se iluminam quando
ele vê você.
- Você me parece ser uma mulher de bom coração, uma mulher que eu
sempre desejei ao meu menino. Espero que no final disso tudo vocês dois
não saiam machucados -ela diz seria.
Suspirei triste.
- Você sabe quem é Ana, certo? -pergunto enquanto ela me entrega uma
xícara para enxugar.
- Eu soube a notícia através da dona Monica, foi ela que ligou para Dylan
que na mesma hora foi para o aeroporto e viajou para ver a prima, Peter foi
com ele...acho que estavam juntos na hora e Adam chegou algumas horas
depois.
- Dylan era muito apegado a prima, todos os quatro eram. Você deve
imaginar o choque que eles receberem ao saber que a menininha deles não
está mais entre nós -seus olhos estavam marejados.
- Não conheço o Nate, mas o conheço os outros três e ele são bem unidos
mesmo -enxugo o último prato tentado mudar de assunto, não quero ver
Benta chorar.
- Sim eles são -ela sorri.
- Você pode ficar a vontade minha menina, eu preciso sair agora e comprar
umas coisinhas para cá -ela diz e eu pisco pra ela.
Benta saí da cozinha e eu olho em volta procurando algo para fazer, Dylan
mora sozinho nesse apartamento gigantesco, meu noivinho é um tanto
exagerado.
Eu amo livros, preciso voltar a ler o mais rápido possível. Passei a mão
pelas prateleiras tocando cada um quando escuto um balbuciar vindo da
porta.
Olhei para a mesma e Dylan estava lá com as costas apoiada na parede, seu
cabelo estava meio úmido o que indica que ele tomou banho e já estava
devidamente trocado, uma calça moletom escura estava apoiada na sua
cintura e suas mãos estavam dentro dos bolsos.
Coro imediatamente, espero que ele não ache que eu estava bisbilhotando,
mesmo que eu esteja. Droga!
Sorri agradecida e andei mais um pouco pela biblioteca e Dylan não tirava
os olhos de mim.
- Você tem muitos livros -digo e ele passa o dedo nos lábios.
- Você deve amar esse livro então -mostrei o livro pra ele que sorriu
divertido.
Ele cruzou os braços e eu coloco o livro na mesa que estava atrás de mim e
passo a língua nos lábios.
Ele passa os dedos no meu rosto e depois nos meus lábios, sua mão desce
para o meu pescoço e vai até os meus seios que ele acaricia por cima da
blusa.
Abri os olhos sem entender, mas o obedeci, me virei ficando de costas para
ele. Dylan se aproximou de mim me fazendo sentir seu membro na minha
bunda, ele colocou meu cabelo para o lado e beijou meu pescoço fazendo
meu corpo se arrepiar.
Se distanciou de mim e tocou perto da minha nuca como se fosse me dar
alguma ordem e foi o que ele fez.
A única coisa que se podia ouvir era o barulho da minha respiração que
estava um pouco descompassada.
Dylan levantou minha blusa passando as mãos por dentro dela e apertou
meus seios com força me fazendo dar um gemido.
Em seguida puxou a cueca que eu estava usando até as minhas pernas me
fazendo tirá-la.
Eu estava completamente ansiosa para sentir ele dentro de mim. Ele fazia
tudo calmamente deixando tudo ainda mais excitante com o seu toque.
Dylan definitivamente sabe o que está fazendo.
Ele pegou minhas mãos e levou até as minhas costas fazendo eu ficar com
o rosto na mesa e o corpo colado nela.
Ele segurou meus pulsos com a sua mão esquerda e sua direita deslizou na
minha coxa afastando minhas pernas me fazendo arfar com aquele simples
contanto.
Eu me sentia encharcada.
- Você queria saber minhas maneiras, Srta. Morris -ele diz e abaixa a calça
moletom e se inclina sobre o meu corpo.
- Minha maneira é te foder com força até você perder a razão -sussurrou
com os lábios no meu ouvido.
Olho de relance para o seu rosto e vejo ele dar um suspiro e fechar os olhos
por alguns segundos se movimentando dentro mim.
- Você gosta de ser fodida com força? -ele pergunta e eu aperto sua mão na
minha gemendo seu nome.
- Responda -pede.
- Sim, gosto quando você me fode com força -digo sentindo seu membro
mais duro dentro de mim.
Dylan soltou minhas mãos para me deixar fazer tal ato, apoiei meus
cotovelos na mesa e inclinei a cabeça para o lado enquanto ele beijou meu
ombro enquanto saia e entrava dentro de mim
Rapidamente Dylan entrelaçou nossas mãos e levou a direita até o meio das
minhas pernas massageando meu clitóris com ambas as mãos mexendo e
provocando enquanto eu apoiava meu corpo no braço esquerdo.
Mordi o lábio inferior e gemi baixo quando ele beijou meu pescoço.
Senti meu corpo tremer e eu sabia que estava quase gozando. Dylan
sussurrou algumas coisas no meu ouvido e eu acabei gozando
deliciosamente segundos depois. Ele gozou logo em seguida, mas antes
saiu de dentro de mim e gozou nas minhas costas onde sua camisa cobria.
Dylan me fez levantar e logo depois puxou a blusa para fora do meu corpo,
ele a enrolou e passou nas minhas costas limpando os resíduos, me virei de
frente e encarei seus olhos verdes e vi que ele já tinha puxado a calça para
cima, seu olhar focou nos meus seios.
- Eu senti falta disso também -ele fala sussurrando quando nos afastamos
devagar.
Ele colocou a cueca que eu estava usando no bolso e logo depois me
levantou do chão agarrando minhas coxas, apertei minhas pernas na sua
cintura e ele andou comigo para fora da biblioteca.
Meus seios estavam colados no seu peito e eu apoiei minha cabeça no seu
ombro passando a mão na sua barba rala e ele sorriu de lado para mim
depois.
(...)
Saí do banheiro enrolada na toalha deixando-o lá. Procuro por meu vestido
e o acho em cima da poltrona, quando vou pegá-lo meu celular toca. Vou
até ele que está no criado mudo e atendo no terceiro toque sem ler a
identificação na tela.
- Alô -digo.
Suspiro, veio em ótima hora doutora. Preciso das minhas preciosas pílulas,
sem pensar duas vezes eu confirmo minha presença e ela desliga logo
depois. Se fosse qualquer outro dia eu provavelmente não poderia ir já que
estaria na empresa, mas como estou de "folga" não vejo por que não.
Posso passar o resto do dia com ele depois da consulta, ele não vai se
importar.
Pego meu vestido passando pela minha cabeça em seguida, Dylan sai do
banheiro com a toalha enrolada na cintura e eu me concentro para não pular
em cima dele.
- Eu preciso ir ao médico...
- Você está bem? Está sentindo algo? -Pergunta com as mãos pousadas nas
minhas bochechas.
Olho para ele que nem uma boba, sua preocupação comigo é tão fofa.
- O quê? Não -coloco as mãos no seu braço- A ginecologista remarcou
minha consulta e eu preciso estar lá em duas horas.
Ele assente e diz que vai me levar até lá indo até o seu closet, ajeito meus
cabelos e Dylan volta com uma roupa casual, desci as escadas e peguei
meu salto que estava no mesmo lugar que eu tinha deixando ontem e
fomos para o estacionamento.
Pego o elevador e subo para o meu andar, fecho os olhos sorrindo que nem
uma idiota pensando naquele arrogante gostoso.
Quando Dylan encosta seus lábios nos meus me fazem ficar sem chão, meu
coração praticamente quer pular do peito quando ele me toca. Seu jeito
autoritário e sexy de ser só mexem ainda mais comigo.
Céus.
Ele sai rindo e puxa Emily para fora dando aquele beijo de cinema, me
aproximo dos dois e tento entrar sem ser vista já que eles estão um pouco
bem pouco distantes da porta.
- Por que você está sorrindo assim? -ela pergunta com cenho franzido.
- Você está bem? Eu te vi sendo carregada pela boate ontem -ele diz e fico
vermelha de vergonha e raiva ao mesmo tempo.
Emy segura o riso e eu levanto uma sobrancelha para ela com uma olhar
nada bom.
- A prima dele morreu em um acidente de carro por isso ele teve que deixar
Nova York tão rápido, ele era muito próximo dela mesmo ela morando em
outro lugar. Na verdade, os quatro eram.
- Irei no funeral com ele que será no Domingo mas vamos viajar amanhã
pela parte da tarde para ficar com a sua família em Chicago -digo.
- Quarta-feira -digo.
- Agora há pouco você disse os quatro, quem são esses quatro? -ela
pergunta confusa.
- Adam, Dylan, Nate que é primo e Peter -digo e ela faz um carranca
quando pronunciei o nome de Peter mas logo depois riu.
- Oi
Ela levanta e fica emburrada mas logo depois solta um sorriso alegre me
fazendo rolar os olhos.
- É claro que eu ia, nos ajudar sempre em primeiro plano -ela diz e eu
sorrio.
- Vou tomar um banho e depois saímos -ela diz e vai para o seu quarto.
Me levanto e vou para o meu, separo uma calça jeans azul clara e uma
blusa preta com uma jaqueta jeans da mesma cor da calça e por último uma
bota cano curto preta.
Me visto e passo um pouco de gloss na boca e estou pronta, pego uma
bolsa de alça e coloco meus documentos junto do meu celular.
(...)
Pedi pra ela pegar algumas frutas, mas não foi isso que ela me trouxe 3
minutos depois.
Emy está do meu lado rindo de algo no seu celular, olhei pra tela e vi o
nome de Caleb.
- A conversa está boa então já que você não tira esse sorrisinho do rosto -
digo e ela revira os olhos.
Andamos mais um pouco e pego um iogurte de morango.
- Para com isso -ela diz e eu a solto para ela poder respirar.
- Você prefere uma menina ou menino? Ah o que vier tá bom né? -cruzo os
braços sorrindo.
- Será que Dylan vai gostar de ter um garotão? -ela pergunta e sorri da
minha cara de raiva.
Ela olha pro lado e vê uma lata de leite para recém-nascidos e me entrega.
Eu sei provocar, mas Emily é mil vezes melhor do que eu nisso. Ela é o
próprio capeta quando quer.
Pagamos todas as coisas e fomos para o carro cantando todas as músicas
que tocaram durante a viagem, chegamos pouco tempo depois e guardamos
as compras, eu fui para o meu quarto tomar um banho.
"Irei mandar meu motorista pegar você. Traga outra peça de roupa, iremos
juntos pra empresa amanhã ".
Olhei para a hora que foi enviado e já tinha se passado 20 minutos desde a
mensagem, o motorista já está vindo! Ótimo ainda nem tomei banho.
Tomo uma ducha rápida e visto o primeiro vestido que eu vejo, ele é cinza
com algumas listras verdes e fica um pouco acima do joelho. Escovei meus
cabelos quando escuto uma buzina, vou até a janela e vejo o mesmo
homem da outra vez.
Pego uma saia preta, uma blusa social, peças íntimas e por último o salto
guardando tudo em uma bolsa, saio do quarto e me despeço de Emily que
estava conversando no celular, com certeza com Caleb.
- Olá -o cumprimento.
- Sr. Venturelli falou que isso iria acontecer -ele diz despertando minha
curiosidade.
- Ele disse?
- Ele me disse que você iria perguntar meu nome porque é um pouco
curiosa -ele diz e eu sorri de canto.
Não sou tão curiosa assim.
Bryant parece ser legal, pressinto que teremos uma boa amizade.
Fui até a cozinha e a luz estava desligada, andei até o interruptor e acho que
pisei em uma poça de água? liguei a luz e o que vi me deixou
completamente surpresa e preocupada.
Deixei Lisa no seu apartamento e arranquei com o carro, hoje eu iria tentar
me redimir por ter ficado tempos sem dar notícias minhas.
Sei que eu devia ter lhe dito pelo menos que eu estava vivo. Mas me
entenda, minha prima que eu amo tanto! Tinha acabado de morrer e eu
como um homem egoísta me afundei no luto e não liguei pra preocupação
de ninguém que se importa, um erro confesso.
Quando vi Lisa na boate meu coração acelerou três vezes mais e pela
primeira vez eu senti medo, medo de que ela não me perdoasse, mas ela o
fez.
Lisa é uma mulher extraordinária, talvez eu não a mereça, mas que se foda.
Aquela baixinha me enfeitiçou de uma maneira que eu nem sei muito bem
como explicar. Eu só penso naquela boca rosada e naquelas íris azuis
encantadoras.
Mas que porra eu tava dizendo? O que eu tava fazendo? As perguntas que
rodeavam a minha mente.
Eu nunca tinha feito isso para ninguém, mas por algum motivo eu quero
fazer isso por Lisa.
O tempo que passei longe dela foram os piores, eu sentia a porra da sua
falta a todo momento porque qualquer coisinha eu me lembrava dela.
Desde o peixe com alcaparras que eu comi no jantar porque eu me lembrei
que esse e o seu prato preferido, sem falar no cheiro dela que parecia estar
em todo lugar que eu ia.
Você deve estar pensando, por que ele não liga para Benta? Eu por um
momento pensei nisso, mas me lembrei que Benta não tem celular, ela diz
que isso é uma droga que envenena as pessoas e bom ela não está muito
errada e além do mais eu havia dado essa semana de folga para a mesma.
O jeito vai ser falar com esses dois idiotas, ligo para eles por vídeo
chamada e depois de alguns minutos eles me atendem.
- Vou fazer um jantar pra Lisa está noite e preciso que vocês me ajudem a
escolher um prato.
Silêncio.
- Não me faça repetir, cara. Você sabe que eu odeio repetir as coisas -digo.
- Você está nos dizendo que irá fazer um jantar para uma mulher? -Adam
pergunta.
- Sim -digo.
- Mas eu quero fazer agora, porra! Vocês vão me ajudar ou não? -digo já
sem paciência.
- Sei lá ué, só dei a sugestão não sou um dos jurados do Master chef -ele
diz.
- Me parece uma boa ideia então...quer dizer, eu não sei -Peter diz.
5 minutos depois...
- Puta que pariu eu não consigo fazer isso!!por que eu tenho que fazer
molho? Era pra isso ser fácil -grito puto.
Decido tomar um banho enquanto isso, mando uma mensagem para Lisa
dizendo que Bryant meu motorista irá pegá-la e a trazer para cá.
Entro no quarto e sinto o cheiro de Lisa invadir minhas narinas, seu cheiro
está impregnado em todo lugar, eu gosto disso.
Tiro minhas roupas e vou para o banheiro.
Fico vários minutos sentindo a água cair no meu cabelo e deslizando pelo
meu corpo.
**
Espero que Lisa não se sinta muito incomodada por ter que fingir para
praticamente todos os Venturelli. Minha família não é muito normal
quando estão todos reunidos. Os únicos que são sérios são meu pai, eu e o
meu primo Nathaniel.
O resto é igual a Adam: falam muito merda! mas eu amo cada um deles.
Olhando pelo lado bom terei Lisa comigo a todo momento. Deus! Essa
mulher não sai da minha mente.
Eu ainda estou no chão quando eu vejo que ligaram a luz, adivinha quem
era? Isso aí você acertou.
Suspiro irritado.
Eu não acredito que a mulher que eu supostamente estou apaixonado está
me vendo assim.
- Talvez -digo louco para jogar ela em cima dessa mesa e fodê-la.
Touche
- Meu Deus, Dylan -ela diz e pega o meu pulso avaliando minha mão.
- Está tudo bem-digo com indiferença.
- Ah claro está tudo ótimo, suas mãos só estão queimadas -ela diz com
deboche.
- Se você não me deixar fazer o curativo eu juro que vou ligar para Adam e
contar que você estava no chão da cozinha pelado e no escuro.
Ela vai até onde eu disse e volta segundos depois com a caixinha vermelha,
trás até mim e se senta na minha frente.
Pega um líquido transparente e despeja um pouco na minha mão, sinto
arder um pouco, mas nada demais. Lisa pega um plástico com uma faixa
dentro.
Ela pega a minha mão direita e começa a enfaixar devagar, parecia bastante
concentrada no que estava fazendo e eu estava bastante concentrado nela.
- Depois que meus pais morreram eu fiquei na guarda de uma mulher muito
especial para mim, às vezes ela se machucava e eu cuidava de algumas
feridas -ela diz e sorri triste.
- Cuidamos uma da outra -ela diz mais para si do que para mim.
Percebo que ela ficou estranha de repente, mas tenta disfarçar dando um
sorriso nada confortador.
Ela faz a mesma coisa só que agora na outra mão, eu queimei as duas mãos.
Dá para acreditar?
- E o que você...
- Certo -sussurro.
- Me desculpe, e só que...eu não gosto de falar sobre isso -ela coloca a mão
no meu rosto e sorri terno.
- Que tal você ir lá para cima se trocar enquanto eu arrumo isso aqui para
jantarmos? -Pergunta e eu concordo.
Subo as escadas e entro no quarto, vou até o criado mudo e pego meu
celular.
Fui até o closet e digito o número do meu detetive que me ajuda com
algumas informações. Pressiono a tecla e ele atende no terceiro toque.
Tem água para todo lado parece que eu estou em uma piscina.
Seco o chão por vários minutos e arrumo umas coisas que tinham sobre a
mesa, provavelmente o que ele usou para fazer a lasanha. Que está com
uma cara boa. Pego dois pratos e coloco sobre a mesa, coloco a travessa
que ainda estava muito quente perto dos pratos.
Pego os talheres e procuro as taças, olho ao redor e as vejo lá no topo do
armário.
Vou até lá e me estico, meus dedos chegam a tocar na taça mas não o
suficiente para agarrar, tento mais uma vez e ouço uma risadinha.
Ele estava vestindo apenas uma calça moletom preta e uma camisa azul
escura.
Pego as taças da sua mão e coloco na mesa, Dylan pega o vinho e sentamos
para comer.
Corto o pedaço da lasanha e coloco no seu prato fazendo o mesmo com o
meu logo em seguida.
Dylan nos serve o vinho e me olha apreensivo e nervoso. Ele com toda
certeza nunca cozinhou pra ninguém antes, principalmente para uma
mulher. Levei um pedaço até a boca e mastigo sentindo um gosto bom,
realmente estava melhor do que eu havia esperado.
- E aí? -ele pergunta com uma carinha extremamente fofa.
- Só digo a verdade -ele leva um pedaço até a boca e geme com o gosto.
- Caralho isso tá ótimo -ele diz e come mais um pedaço- Eu sou um ótimo
cozinheiro -diz bebendo um gole de vinho.
Afirmo com a cabeça, não quero acabar com os seus sonhos logo agora.
Bebo um gole de vinho e continuamos conversando sobre assuntos
aleatórios.
- Eu não tenho muito tempo para fazer isso, meu tempo livre eu gasto
lendo, treinando ou caindo na cozinha -ele diz e sorri de lado.
Idiota.
- Cabia os dois nessa porta, você sabe né? -ele diz me fazendo sorrir.
- Vem cá, baby -ele me puxa para o seu peito e abraça meu corpo.
- Não vou conseguir deixar você ir embora -escuto uma voz grossa e calma.
- Dylan... -digo sonolenta.
(...)
- Por que você está encarando o sofá desse jeito? -ele pergunta rindo.
Subo as escadas morta de sono e entro no quarto, tiro meu vestido com uma
lentidão e entro no chuveiro gelado para ver se me esperta. Fico cerca de
cinco minutos só com cabeça embaixo do chuveiro e depois faço minha
higiene.
- Essa é a coisa mais sexy que eu já vi -ele diz e aponta pra minha calcinha.
Como se isso fosse possível, esse babaca já transou com modelos e atrizes
extremamente mais sexy do que eu.
- Nunca falei tanta verdade em toda minha vida -ele diz sério.
- Você é a coisa mais sexy que eu já pus meus olhos -ele diz e afasta meus
cabelos para o lado.
- Não duvide disso Lisa, você é a protagonista dos meus sonhos eróticos -
ele beija meu pescoço- A única que está nos meus pensamentos -ele beija
meu maxilar- Então quando eu digo que você é a coisa mais sexy que já vi
-ele morde meu lábio inferior- É a verdade.
Nem preciso dizer como eu estou me sentindo né? Louca para tirar esse
terno que ele está usando.
- Caralho, eu adoraria saber se você está molhada agora -ele diz no meu
ouvido me fazendo arfar- Mas não vou conseguir te tocar do jeito que eu
quero se minha mão estiver desse jeito -se afasta.
- Meu bebê -ele diz e admira o carro com um sorriso enorme. Eu nem sabia
que ele tinha tanto dente assim.
Dylan olha sério pro Bryant que para de sorrir na hora e eu tenho vontade
de jogar Dylan numa fogueira pra queimar o resto do corpo.
Entro no carro revirando os olhos e eu acho que deixei minha boca lá fora,
porra o carro era maravilhoso por dentro! Os bancos eram de couro branco
e o painel tinha várias configurações. sem falar no volante que parecia
macio e atrativo, Só faltava o carro ter digital.
- Você sabe que ele tem idade para ser meu pai né? -digo e ele assente.
- Sei e só que quando se trata de você eu não consigo controlar -ele diz e
faz biquinho- Desculpe.
- Não.
- O que aconteceu com as suas mãos? -Adam pergunta e faz uma cara
engraçada.
- Preciso falar com você -Adam diz e os dois foram pro escritório e eu fui
pra minha sala.
Sorri.
- Já ia até você -ele diz e bate na perna para que eu sente nela.
- Ia mandar você para casa e arrumar algo que ainda esteja faltando...mas
aqui está tão bom -ele diz e encara meus peitos descaradamente.
Ele deu uma gargalhada gostosa e eu acabei rindo junto com ele.
- Vá para casa, irei te pegar as 16h -ele diz e eu confirmo com a cabeça.
- Toda vez que você mente você toca no nariz -digo e ele me olha surpreso.
Me aproximo dos seus lábios e dou beijo quente explorando toda sua boca
até ficarmos sem fôlego.
- Até depois e por favor coma algo -digo e saio da sala rebolando.
Pego minha bolsa de cima da mesa e saio da empresa, pego um táxi que me
leva até o meu prédio.
E só agora que eu me lembro que não fiz nenhuma mala, preciso arrumar
minhas roupas. Olho para o relógio do meu celular e ainda são 13h da
tarde, tenho tempo para fazer isso.
Vou no contanto do celular e ligo pra Jon que atende no segundo toque.
- Finalmente hein -ele diz com a voz de quem está fugindo irritação.
- Estou bem, estou te ligando para você passar aqui em casa agora e assim
almoçamos juntos, irei viajar com Dylan daqui a três horas e quero me
despedir de você -digo.
- Beleza, irei ligar para Emy para almoçar conosco -ele concorda e desligo
telefone.
Chego no meu destino e pago o taxista, entro no meu prédio e ligo para
Emy dizendo que Jon irá almoçar aqui em casa e ela logo desligou dizendo
que comida de graça e com ela mesma.
Vou para o quarto e tomo um banho relaxante, vou a procura de uma mala
pequena e começo a separar minhas roupas enquanto ambos não chegam.
35° Capítulo
Lisa
- Tá tá bom Jon me solta! -ela grita e Jon a coloca no chão que abre os
braços fingindo se equilibrar.
- Podemos sair quando você voltar, faz um tempo que não saio com vocês -
ele diz com uma voz manhosa e eu sorrio.
- Claro que faz, Emily nem liga mais para mim e Lisa só quer sair com o
bilionário gostosão -ele diz e cruza os braços.
- Vamos marcar isso direito tá bom? Com calma e... -digo, mas ele me
corta.
Os dois me olharam com cara de tédio e eu reviro os olhos, sei que não vou
conseguir convencer esses dois. Pego a lata de coca e junto com as deles.
- Topo -falei.
- Tchau Mucura, faça muito sexo mais cuidado para não engravidar -Emy
diz e eu dou um tapa de leve no seu braço.
Separo meus remédios para dormir colocando perto da minha bolsa, uma
coisa que me deixa apavorada é avião. Minhas mãos suam e eu sinto muita
vontade de vomitar. Como uma coisa daquele tamanho é permitida voar
por aí? por que se cair provavelmente vai morrer todo mundo, sem falar na
turbulência que me deixa transtornada.
Rapidamente vesti uma saia jeans média e uma blusa lilás de mangas
compridas, calcei minha bota cinza e deixei meus cabelos soltos. Eu estava
passando meu perfume habitual quando eu escuto uma batida na porta, até
que Dylan não demorou tanto vindo da empresa para cá.
- Chamei Emily para sair e preciso saber do que ela gosta -ele diz.
- Ela me disse que não vai em encontros então isso não é um encontro.
- Emily é uma garota legal e pela primeira vez estou disposto a ficar com
uma mulher mais do que uma vez, mas eu não faço ideia do que fazer.
Tudo bem, se ele quer tentar algo com a minha amiga eu irei ajudá-lo.
- Sim, sua amiga é linda e engraçada apesar de não ter filtros às vezes mas
eu gosto dela assim -ele diz e ambos sorrimos.
- Então tudo bem, mas se você a magoar eu mato você -digo e ele sorri.
- Você não faria... -faço a cara que Dylan faz quando está com raiva e
levanto uma sobrancelha.
- Você se meteu com Emily Brooks, sua vida jamais será a mesma -digo e
toco o ombro dele.
- Vou sair com ela na sexta feira, me deseje sorte -ele diz.
- Você vai se sair bem, só dê chocolate a ela que vai dar tudo certo -digo e
ele me abraça.
Fico surpresa com o ato piscando várias vezes seguidas, ele se afasta e eu
sorri sem graça.
- Caleb, muito prazer -Caleb estende a mão, mas ele não a pega.
- Caleb este é o meu noivo, Dylan este e o amigo próximo de Emily, bem
próximo -digo.
Ele concorda com a cabeça sem desviar dos olhos de Caleb. Só Dylan para
parecer tão calmo e ameaçador ao mesmo tempo.
- Nos vemos depois então, Caleb -digo e ele vai para a porta ao lado.
- Ele te chamou para sair? Você transou com ele? -ele pergunta incrédulo.
Suspirei puta e procurei a paciência que eu não tenho pra lidar com um
Dylan ciumento.
- Caleb não me chamou para sair, ele vai sair com Emily. Só veio aqui para
me pergunta do que ela gosta -digo e ele suspira.
- Minha vontade agora era te jogar nessa porra de cama e gritar aos quatro
ventos que você é minha -ele disse e fechou os olhos.
- Você deveria confiar em mim, mas acho que você não consegue -digo e
tiro suas mãos na minha nuca.
- Você não deveria pensar assim, nós não temos nada, não de verdade -digo
e aperto meus dedos.
- Foda-se se você não for minha de verdade, mas você é minha de mentira -
ele alisa minha bochecha.
Pera, o que?
Uma lágrima solitária caiu do meu rosto e eu não faço ideia do porquê eu
estou chorando, droga!
- Por que você está chorando? -ele pergunta e limpa a lágrima.
- Eu sou um completo babaca por te fazer chorar, eu não mereço você Lisa
não mereço sua preocupação, não mereço seu sorriso de felicidade se eu
sempre o tiro -ele diz e se afasta.
- Você é um babaca sim -digo e limpo outra lágrima- Mas ainda não desisti
de você, Dylan.
Ele me encara confuso e eu me aproximo dele tocando seu rosto, ele desvia
o olhar parecendo envergonhado.
- Preciso que você confie em mim, que me deixe explicar se uma situação
dessas acontecer, assim como eu também deixaria você me explicar se
fosse com você, não me acuse de coisas que eu não fiz por que homens e
mulheres sempre estarão no nosso dia a dia, você escolhe se quer ou não
fazer algo com elas.
- Prometa que irá conversar comigo primeiro e confiar em mim -digo e ele
suspira.
Sorrio fraco e o abraço apertado como se ele fosse fugir, ele apoia o queixo
na minha cabeça e retribui o abraço. Dylan tira toda minha força quando
dúvida de mim. Mas eu não consigo o afastar, não mais.
36° capítulo
Lisa
Me afasto de Dylan e passo a costas das mãos nos meus olhos para enxugar
os resíduos das minhas lágrimas.
- Vamos! Temos uma viagem para fazer -digo e ele sorri terno.
Analiso suas mãos e vejo ele fazer uma careta quando eu encosto na palma.
- Começou a doer agora, mas não se preocupe, irá passar -deu de ombros.
Ele estava a nossa espera com um pequeno sorriso, dessa vez ele olhou em
meus olhos e até falou comigo. Não duvido nada de que tenha dedo de
Dylan nisso, mas ignorei.
- Por que não estamos em uma fila para pegar um avião? -pergunto a
Dylan.
- Por que vamos no meu avião -ele diz e o carro para.
Ele desceu do carro dando a volta e abrindo a porta para mim, saí do
mesmo e o chão estava um pouco molhado por conta da chuva, levantei o
olhar e vi um jatinho parado na nossa frente escrita Venturelli na parte
traseira. Por que Dylan adora colocar o sobrenome dele nas coisas?
Ele era ainda mais bonito por dentro, tinha 7 poltronas cinzas pela extensão
do avião, duas delas dividiam mesas que eram brancas com pequenos vasos
de flores em cada uma delas, havia duas portas no fundo do avião, suponho
que seja o quarto e o banheiro.
Não, eu não estou bem, eu estou num treco que eu tenho pavor e ainda não
me trouxeram a porra da minha bolsa com os meus remédios para dormir.
- Espere aqui tentarei resolver isso -ele se levanta e vai até a cabine onde
fica as comissárias de bordo eu acho sei lá, não estou conseguindo pensar.
- Respira, respira, respira você não vai morrer -repeti várias vezes.
- Não, não, não! Não está aqui -digo virando a bolsa de cabeça para baixo.
- Lisa, se acalme -Dylan diz e eu tenho vontade de socar seu belo rosto.
- Não me peça para ficar calma, Venturelli -digo e procuro na bolsa mais
uma vez.
Eu estou quase rasgando a bolsa então desisto, eu não acredito que não
peguei essa porra de remédio, jogo a bolsa do meu lado e coloco a mão no
rosto.
Meu corpo estremece quando sinto o avião balançar, minha boca fica seca e
minha mão começa a suar.
Sinto outra vez o avião balançar, mas dessa vez mais forte me fazendo dar
um grito de susto.
- Isso é uma turbulência? -pergunto já sabendo a resposta.
Minha alma que estava no meu corpo não estava mais, começo a respirar
com dificuldade e aperto minhas mãos uma na outra, sempre faço isso
quando estou nervosa.
- Para de chorar, Lisa -Dylan diz e se levanta- Odiei da última vez e ainda
odeio.
- Senhor proteja minha amiga Emily e cuide dela para mim por favor, não
deixe ela fazer idiotices porque ela faz muito.
- Cuide do Jon para mim também por favor, proteja meu segurança e ache
alguém para ele se casar.
Sinto o avião sacudir outra vez e corro para os braços da única pessoa que
eu me sinto segura.
Dylan
Eu não sabia que Lisa tinha pânico de avião, me sinto um idiota por não ter
perguntado isso antes. Me sinto pior ainda por seu corpo tão pequeno estar
agarrado ao meu implorando por segurança.
Olhei para aqueles olhos azuis que estavam tristes e apavorados, ela
sussurrava que estava com medo e meu coração se quebrou por pequenos
segundos.
Passei meus dedos pelo seu lábio inferior e vi ela fechar os olhos.
- Foda-se -digo.
Pego Lisa no meu colo e ela entrelaça as pernas na minha cintura, seus
braços agarram meu pescoço e eu sentia sua respiração quente na minha
nuca, caminho com ela até ao quarto que ficava no final do avião. Não
estou me importando com a dor que sinto em minhas mãos, Lisa é mais
importante que isso e agora eu preciso a abraçar e tentar acalma-la.
Comecei a fazer carinho no seu cabelo e sussurrava que tudo iria ficar bem,
ela apenas soluçava agarrada ao meu braço como se aquilo fosse seu escape
para fugir dali.
- Está tudo bem. Tente dormir, minha baixinha -digo no seu ouvido ainda
fazendo carinho no seu cabelo.
Sua respiração aos poucos vai se suavizando e o aperto no meu braço vai
diminuindo.
Abraço seu corpo ainda mais quando percebo que ela dormiu, seu rosto
estava coberto pelas lágrimas derramadas e seu corpo estava encolhido
naquela cama enorme.
Tão...ela.
Sussurro para mim mesmo e fecho os olhos, aos poucos vou pegando no
sono e adormeci agarrado a minha baixinha.
37° capítulo
Lisa
Oh Deus.
- Já iremos pousar, não se preocupe -ele diz e me puxa para o seu corpo.
- Baby, acho que é mais seguro estarmos sentados quando o avião pousar.
Nos levantamos e Dylan colocou seu braço em volta do meu ombro dando
seu melhor sorriso confortador.
Dylan olhou pra mim e franziu o cenho, seguiu meu olhar e olhou pra
cabine e suspirou irritado.
Quando ele ia falar alguma coisa escutamos a voz do piloto dizendo que já
iríamos pousar, respirei tensa.
- O que? -pergunto.
Aí meu Deus.
- Não abra os olhos, feche de novo -ele diz e eu faço o que ele pediu.
- Perguntei se você está escutando o barulho do mar que chega até os seus
pés e é puxado de volta. O barulho dos nossos risos enquanto corremos
pela praia, imagine Lisa -ele diz e minha mente automaticamente imagina.
Minha mente reproduz essa cena e eu não deixo de sorrir que nem uma
idiota, Dylan e eu correndo pela praia e apenas nos dois rindo igual um
casal de apaixonados.
Abri meus olhos percebendo que ele tinha parado de falar, pisquei confusa
quando Dylan disse que nós já havíamos pousado e nem percebi por estar
imaginando uma cena que nunca aconteceu.
Elas se pareciam muito, o que mudava era cor do cabelo já que uma era
loira e a outra era ruiva.
- Não irei aceitar que funcionários meus tratem minha noiva com deboche e
atitudes infantis. Portanto, estão demitidas.
Não senti um pingo de pena, talvez eu fosse má por estar dizendo isso mas
elas mereceram.
Ele abriu a porta do carro e eu entrei com ele entrando logo em seguida, o
motorista já estava no banco da frente e acenou quando Dylan disse para
ele seguir.
Olhei para fora do carro e elas ainda estavam confusas e incrédulas, a ruiva
me olhou e eu dei um tchauzinho bem falso para ela que fechou a cara.
Era muito bonita e... grande. Porra, tenho certeza de que vou me perder
aqui dentro.
Engoli em seco quando o carro para e o motorista abre a porta para mim.
Saio do mesmo e Dylan estende o braço sorridente.
- Olá, família -Dylan diz e todos os olhos se voltam para nós dois.
A sala estava composta por 3 casais contando com pais de Dylan e dois
homens que conversavam calmamente.
- Lisa, minha querida estava sentindo sua falta -ela diz e Dylan arqueia uma
sobrancelha.
Jimmy era moreno de olhos azuis e Agatha era loira de olhos pretos e usava
um vestido florido, eles pareciam ter mais de 30 anos.
Dylan sorri pra eles e me puxa mais uma vez para o segundo e último casal.
Esse casal parecia ser mais jovem, a mulher era morena de grandes olhos
verdes e o homem era loiro de grandes olhos verdes também.
- Essa é minha prima Jane e seu marido Michael -Dylan diz e ela sorri pra
mim genuinamente.
- Meu Deus você é muito linda, o que está fazendo com esse babaca? -ela
pergunta e Dylan solta um palavrão para prima.
- Eu com toda certeza deveria ter batido uma foto -sussurro para mim
mesma, mas os três me escutam.
- Nada, ela está falando sozinha, ela faz muito isso -ele diz e me puxa mais
uma vez.
Nos aproximamos dos dois homens que pareciam ter a idade de Dylan, um
era mais bonito que o outro devo dizer.
- Olá, Dylan -Kevin diz num tom indiferente e solta minha mão.
- Olá Lisa, sou Filipe primo de Dylan -ele diz aperta minha mão.
- E aí, cara? -Dylan o abraça e das dois tapinhas nas suas costas como dois
camaradas.
- Então, Noivos? Quem diria hein priminho, sempre rodeado das mulheres
mais gostosas de Nova York decide ficar com uma mulher só, estou
impressionado -Kevin diz e Dylan bufa.
Kevin travou maxilar mais logo depois sorriu falso e se virou dizendo que
ia pegar uma bebida.
Sorri de lado e olhei pela sala, vi uma fotografia de Adam, Dylan e Peter
com a mesma mulher que eu vi no porta retrata quando estava na casa dos
pais de Dylan em Nova York, ela era realmente uma prima distante.
- É uma pena que você não a tenha conhecido, ela iria adorar você -Filipe
diz.
- Tenho certeza de que também iria gostar dela -digo e Dylan abraça minha
cintura me encarando.
- O cara mais sexy de Chicago tem que ser -Ele diz e Dylan revira os olhos.
- Só porque uma revista diz isso não quer dizer que é verdade, tabloides
mentem as vezes- Dylan diz.
- Claro que é, eu sou sexy aceite isso -ele diz.
- Arrumar as malas baby e não fazer sexo, mas se você quiser... -ele diz a
última frase em tom malicioso.
- Meu Deus -digo com as bochechas vermelhas- Não vamos falar disso na
frente do seu primo -digo e sorrio sem graça.
- É cara, não quero saber como vocês fazem sexo -ele diz e Dylan sorri.
- Vamos logo, quero tirar esse terno -Dylan diz e pega na minha mão.
Andamos até seus pais e Dylan avisa que iríamos subir até o seu quarto e
iríamos descer para jantar mais tarde. Subi aquelas escadas que não
pareciam ter fim e andamos até o final de um corredor imenso e dobramos
para direita caminhando até o último quarto que tinha ali.
Dylan abriu a porta me deixando entrar primeiro, levei a mão até a boca
quando me deparei com a beleza daquele quarto. Nem precisaríamos sair
daqui.
Eu não sei o quanto a família Venturelli é rica mas com certeza eles
esbanjam luxo por onde passam.
- Vou tomar um banho -ele diz e coloca nossas malas sobre a cama.
A mão desse homem deve estar pedindo por um novo dono de tanto que ele
maltrata ela.
Ele retirou a caixinha vermelha da mala e olhou pra mim com uma cara de
cachorro abandonado.
- Quando você sair do banho eu faço outro curativo pra você -digo e ele faz
uma reverência em agradecimento.
Ele vai até o banheiro e eu vou atrás do meu celular que estava na minha
bolsa.
Procuro na bolsa preta que estava em cima da cômoda.
Pego o aparelho e digito o número de Emy nos contatos, ela atende no
quarto toque.
- Mucura!
- Emily eu trouxe pizza e vinho... e pra sobremesa pode ser você, o que
acha? - Uma voz de homem fala do outro lado da linha.
- Caleb, ele está aqui para me confortar já que você me deixou -Emy diz
chorosa.
Ouço um grito vindo do telefone e tenho quase certeza de que escutei Caleb
carregar Emy, céus eu não vou escutar isso.
- Te ligo depois, Emy -digo e ela resmunga algo quase que um gemido.
Dylan pergunta e levanto o olhar para ele que está estreitando os olhos.
Passo por ele sentido seu cheiro masculino e vou para o banheiro, preciso
tomar um banho e comer, já estou ficando com fome.
Sempre fui muito bom em ler as pessoas, talvez seja por isso que me tornei
um homem bem-sucedido no ramo dos negócios.
Raiva, angústia, dor, prazer, tesão. São as coisas que eu consigo identificar
facilmente.
Como nesse exato momento, eu sei perfeitamente o que Lisa quer, seu
corpo a entrega e clama por uma boa foda. Quando ela me viu só de toalha
sua respiração mudou a fazendo soltar um gemido de frustração e
excitação, ela provavelmente nem percebeu por que mordeu o lábio
inferior.
Preciso foder minha baixinha porque não é só ela que está subindo pelas
paredes.
Estou tenha quase certeza de que estou criando um mostro do sexo.
Minhas mãos já estão sarando mesmo que eu ainda tenha dificuldade para
tocar em algumas coisas.
Não vou conseguir transar com ela sem tocá-la, será uma tortura para mim
pode acreditar.
Mas não significa que não podemos fazer outras coisas certo? Ela pode
assumir o controle e cavalgar em cima de mim, eu posso beijá-la até ela se
contorcer na minha boca ou ela pode experimentar meu amiguinho que está
sedento por ela, só ela.
Ela saí do banheiro com uma toalha que fica acima das coxas quase
mostrando demais, seus cabelos estão presos em um coque e sinto o cheiro
da sua pele daqui meu pau já dando sinal de vida, Deus!
Lisa é tão sexy que provavelmente nem percebe.
Ela caminha até sua mala e eu não tiro os olhos dela, ela separa um vestido
soltinho com algumas listras e uma calcinha vermelha. Porra vermelha não.
Ela se aproximou de mim e se senta ao meu lado dando o sorriso mais lindo
que eu já vi.
Não gosto de me sentir assim, será que é assim que significa estar
apaixonado?
Ri de qualquer merda que a pessoa faça e sempre querer mais desse sorriso
por que nunca vai ser o suficiente?
- Sua mão esquerda sangrou -ela diz e me desperto dos meus pensamentos.
- Você está com sangue na sua mão esquerda, não percebeu isso quando foi
tomar banho? -ela pergunta
Tava ocupado demais pensando nas mil maneiras que eu vou te foder
quando essa porra melhorar.
- Bom pelo menos sua mão direita está menos vermelha e não parece ter
sinais de queimadura grave -ela diz.
- Isso é a cura para sua queimadura, sua bisavó fazia remédios caseiros e
esse irá fazer isso sumir de hoje para amanhã, passe agora a noite e de
manhã você tira.
- Hoje para amanhã? Mãe isso é um pouco difícil -digo e ela levanta uma
sobrancelha.
- Se isso sarar até amanhã você vai me dar um iate -ela diz séria e Lisa
sorri.
- Ótimo, estou louca para viajar de barco, mas seu pai é um chato dizendo
que não quer, agora ou ele vai comigo ou eu vou sem ele.
Lisa abre a boca para falar alguma coisa, mas fecha logo em seguida e
começa a rir.
- Prepare-se para perder -minha mãe diz e sorri lascivo pra mim.
- Pode me dar, Monica. Deixa que eu passo nele -Lisa diz e ela entrega o
frasco.
- Quero ver ele comprando um iate pra você -ela diz e sorri cúmplice com a
minha mãe.
- Eu a amo, não a deixe escapar -Monica aponta para mim e Lisa pisca pra
ela.
Porra, até minha mãe consegue dizer que ama ela e eu não consigo.
- Não demorem, o jantar será servido em 5 minutos -ela diz e sai do quarto.
- Sua mãe é uma figura - ela diz sorridente.
- Você sabe que se isso funcionar ela vai me cobrar a porra de um iate até
eu ficar de cabelos brancos -digo e ela sorri de lado.
Lisa passa aquele negócio amarelo na minha mão esquerda e um cheiro não
muito bom sai do frasco.
- Mas que porra tem aqui dentro? -ela pergunta olhando para o frasco
curiosa.
- Dois que não sabem -digo e ela começa a enfaixar a mão para o remédio
não sair.
- Acho que você vai ter que comprar um iate para sua mãe -ela diz e eu
reviro os olhos.
Lisa termina com a minha mão esquerda e ambos saímos para fora do
quarto, caminhamos lado a lado até a sala de jantar e todos já estavam
sentados conversando.
Minha família é um pouco diferente das outras, quando alguém morre não
deixamos o luto se tornar constante, fazemos de tudo para os outros
familiares se sentirem bem, mesmo que eu não tenha reagido bem com a
notícia me afastando um pouco deles quando estive aqui antes eu sei que
ajudamos uns aos outros, então não ache estranho se eles sempre estiverem
sorrindo ou fazendo alguma idiotice. Acreditamos que Ana iria odiar nos
ver chorando pelos cantos.
A mesa da sala de jantar é enorme então cabe todos nós sem problemas,
Lisa se sentou ao lado de Jane e eu me sentei ao seu lado. As duas pareciam
conversar como se conhecessem a anos.
- Onde está Michael? -Perguntei a Jane já que seu marido não estava ao seu
lado.
- Coloquei sonífero na bebida dele para ele parar de me encher o saco.
- Liguei para ele quando estava saindo de Nova York e me pareceu bastante
aborrecido -Adam diz.
Nathaniel é com toda certeza o mais sério de todos nós, o cara é uma pedra
mas é um homem bom.
Não conversei com Lisa sobre isso, eu tenho alguma coisa em mente mas
não a preparei para um questionário de perguntas de uma família curiosa.
Sei que ela está nervosa, o aperto na minha perna diz isso claramente,
resolvo tomar a frente da história.
- Uma vez ela cedeu com tanta insistência minha e saímos para jantar, devo
lhes dizer que foi a melhor coisa que eu fiz. De imediato eu gostei da sua
personalidade e caráter -a encaro- Ela é uma pessoa fácil de conversar e
agradável quando não está me irritando -sorrimos um para o outro- O
sorriso dela...é o motivo para eu sorrir também- Lisa me encarava séria
agora e era como se todos na sala de jantar tivesse sumido e ficado só nos
dois.
Eu olhava sua íris azuis que me encaravam com um brilho a mais como se
estivesse hipnotizada.
- Não quero que ela saia da minha vida nem agora e nem nunca porque
absolutamente ninguém pode a tirar de mim -digo falando mais como um
desabafo.
Ficamos olhando um para o outro por segundos? Minutos? Não sei direito,
mas eu não desviava os olhos dela até que meu primo nos tira da nossa
bolha.
Mas foi bom ter falado isso para Lisa, mesmo ela achando que seja uma
mentira.
Olhei para Peter e ele estava com uma sobrancelha arqueada enquanto
Adam ria da minha cara, idiota!
Porra eu tinha acabado de falar para Lisa que eu sou apaixonado por ela e
ela não vai acreditar em nenhuma palavra que eu disse, preciso de tempo.
- Depois nós começamos a sair mais vezes e Dylan ficava bastante no meu
apartamento e tantas coisas aconteceram conosco dois e acabamos nos
apaixonando. Começamos a namorar há alguns meses atrás, mas pedi pra
Dylan não contar a ninguém -Lisa diz firme.
- As coisas estavam ficando mais sérias entre nós dois então eu decidi a
pedir em noivado, planejei um jantar pra ela na beira da praia, fiz o pedido
e ela disse sim e agora aqui estamos -digo e bebo dois goles seguidos de
vinho.
- Ah, vocês são ótimos juntos -Minha mãe diz e sorri terno.
Lisa estava quieta e sorria de vez em quando, ela é esperta tenho certeza de
que está passando um milhão de coisas nessa cabecinha.
Preciso intervir, ela não pode pensar coisas que não existem.
- Se nos deem licença eu vou levar Lisa para dar uma volta no jardim -digo
e ela franze o cenho.
- Não transem nos arbustos -Adam diz e eu mostro o dedo do meio pra ele.
Preciso confessar meus sentimentos, ela tem que saber que eu a amo e
talvez ela possa ser minha, minha de verdade e eu ser dela.
- Sim, Dylan. Eu entendi não se preocupe, não irei me apaixonar por você e
nem você por mim, isso é apenas um acordo.
Não Lisa, isso não é um acordo porra! Eu estou apaixonado por você de
verdade. Isso era o que devia ter dito, mas não foi isso que saiu da minha
boca.
Ótimo! Eu sou um verdadeiro covarde por não falar dos meus sentimentos,
mas é pior ainda saber que ela não corresponde o que eu sinto, meu
sentimento por ela não é recíproco.
Ficou bastante claro agora, Lisa não quer nada comigo além de um acordo.
Depois de caminhar com Dylan no jardim nós dois voltamos para a mesa
de jantar e comemos a sobremesa.
Dylan ficou meio estranho desde então, ele me encarava triste e as vezes
dava um longo suspiro.
Eu ainda estou abalada pelo que ele disse sobre nós dois, as palavras
"Completamente apaixonado por ela" não deixavam minha mente em paz.
Eu tinha ficado hipnotizada conforme as palavras saiam da sua boca e eu
quis que fosse verdade, eu realmente quis.
Mas como posso acreditar quando tem uma farsa que nos rodeia e sempre
nos puxa para a realidade?
Não acredito que ele tenha se apaixonado por mim, Dylan Venturelli é o
cara mais mulherengo que eu conheço, ele não deixaria as outras mulheres
para ficar com uma só.
Deixaria?
Amo?
É claro que eu estou apaixonada por ele, me apaixonei por esse arrogante
gostoso que na maioria do tempo é um babaca.
Parabéns Lisa Morris, você se apaixona pelo cara mais cafajeste que você
conhece e para melhorar ele é seu chefe.
Que clichê.
Agora eu estou aqui sentada ao lado dele que está conversando com sua
família dando o sorriso que eu mais amo nesse mundo. Céus como eu
quero beijá-lo agora e contar o que sinto, mas eu seria patética se eu fizesse
isso, Dylan não sente a mesma coisa.
Preciso falar com Emily, preciso contar isso a alguém. Precisa ser agora.
- Não -sim, me apaixonei por você- É que eu prometi que iria ligar para ela
agora.
- Ei, está tudo bem? Por que está me ligando a essa hora? -ela pergunta.
- Não eu não estou bem, lembra que eu te disse que você seria a primeira a
saber se...
- Eu me apaixonei por ele, Emily -digo e uma lágrima escorre dos meus
olhos.
- E o pior é que ele nunca vai sentir o mesmo porque eu não passo de um
acordo que tem fim -digo e as lágrimas me atingem com força.
Merda! Eu odeio chorar.
Contei o que aconteceu no jantar e ela ouvia tudo atentamente, contei sobre
como seus olhos estavam brilhantes enquanto ele se "declarava" e como ele
tentou esclarecer no final de que não sentia nada daquilo que havia dito, ele
pode não ter falado com essas palavras, mas eu não precisei de muito para
entender.
- Você parou para pensar que talvez o que ele ia dizer quando vocês
estavam no jardim fosse outra coisa? -Emy pergunta.
- Não, eu não o deixei falar -digo e deito minha cabeça no travesseiro com
a lágrimas ainda descendo do meu rosto.
- Porque eu não queria ouvir ele dizer o que eu já sabia então eu mesma
disse -suspiro- Ia ser humilhante demais -digo.
- Sim, Emily. Não vejo motivos para um cara como Dylan gostar de mim.
- Eu acho que você está se precipitando, Lisa. Você não deixou ele dizer o
que ele queria intervindo na conversa dizendo uma coisa que sinceramente
eu não acho que seja verdade, os cafajestes também podem amar desde
que seja a mulher certa para eles, Dylan também pode gostar de você mas
agora ele deve estar pensado que o sentimento não é recíproco porque
você fez a idiotice de interromper o molhador de calcinhas.
- Você acha que ele está pensando que eu não gosto dele? -pergunto,
- Minha cara melhor amiga está escrita na testa dele, mas vocês são lerdos
demais para assumir.
- Eu não sou lerda, só um pouco lenta -rebato.
- Porra! Eu fiz merda -digo mais para mim do que para ela.
- Que bom que você sabe e já que você me acordou vou fazer um lanchinho
da madrugada -ela diz.
- Nos ajudarmos...
Quer uma dica? Não faça acordo de casamento com o seu chefe.
(...)
Dia seguinte...
Acordei com uma terrível dor de cabeça por conta do choro e quando olhei
para o lado Dylan não estava lá.
Seu lado estava bagunçado o que significa que ele dormiu aqui comigo,
mas não ouvi e nem senti ele deitar ao meu lado.
- Ele saiu com Adam, Peter e Nathaniel para comprar bebidas já que meu
marido esqueceu de comprá-las -Monica diz e olha pro marido irritada.
Comecei a tomar café e vi que Kevin não tirava os olhos de mim, já estava
me sentindo incomodada.
- Meu primo tem muita sorte de ter você, uma pena que ele chegou antes de
mim -ele diz e eu o encaro.
- Por que diz isso? -pergunto querendo saber onde esse cara quer chegar.
- Porque, querida Lisa -ele inclinou o corpo na mesa- Ontem quando você
subiu para o quarto meu primo idiota não foi atrás de você para te foder, eu
estava quase indo no lugar dele -ele diz e eu arregalo os olhos.
- Dylan adora uma brecha para fazer sexo, por que ele não foi atrás de
você? Vocês brigaram ou vão esperar até o casamento? -Kevin diz com um
sorrisinho idiota dos lábios.
- Se algo acontece entre Dylan e eu interessa somente a nós dois, não devo
satisfação para um primo mal-amado que quer puxar o tapete do meu
noivo, sinto muito, mas você nunca vai conseguir nada comigo -digo
irritada.
- Obrigado por me receber aqui, Sra. Venturelli -falou uma voz familiar.
Seus olhos castanhos acenaram para todos que estavam na mesa e quando
pararam em mim se fixaram. Porra, só pode ser brincadeira.
40° capítulo
Lisa
Tristan tem o cabelo mais loiro que eu já vi, seus olhos castanhos são
dóceis e intrigantes, seu corpo era definido e tinha uma tatuagem na mão
direita que não estava lá quando namoramos.
Infelizmente.
- Sim -digo.
- De onde você os conhece Tristan? -pergunto a ele me referindo aos
Venturelli.
- Bom, ela é noiva de Dylan -Kevin diz e Tristan me encara com uma
sobrancelha erguida.
- Sim, ela é -Dylan aparece sabe Deus de onde é os olhos são voltados para
ele.
Percebi quando Peter e Adam ficarem atrás de Dylan e um homem qual não
conheço parar ao lado de Monica, suponho que seja Nathaniel.
- É cara, nós namoramos por alguns anos -Tristan diz e Dylan olha para ele
apertando os olhos.
- 1 ano e 2 meses pra ser exato -Tristan diz e eu tenho vontade de esganá-
lo.
- Isso não importa agora, quer dizer, já faz algum tempo então... -falei.
Nathaniel parece ser o Venturelli mais calmo e sério, sua postura de macho
alfa deixava isso bem claro, ele era um pouco mais alto que Dylan e um
corpo mais forte, seus olhos pareciam ser de um cinza escuro até
combinando com seu cabelo preto, seu rosto era perfeito, sua boca era
desenhada e carnuda, ele era lindo. Uma pena que eu só gosto do cara
amarrada que está aqui na minha frente.
Tristan puxou a cadeira ao meu lado e Dylan lançou seu olhar de morte
para ele.
Terminamos de tomar café e Monica supôs que seria uma boa ideia
ficarmos na piscina porque estava fazendo muito calor em Chicago, vamos
fazer um almoço e encerrar a noite vendo os álbuns de família e lembrar de
momentos felizes de Ana quando ainda estavam em todos juntos.
Porra!
Não acredito que não coloquei nenhum biquini naquela mala, sempre
esquecemos algo.
Fizemos o trajeto até o shopping em silêncio a não ser por Jane que falava
pelos cotovelos, acho que se a gente não chegasse logo Adam iria jogar ela
pela janela do carro.
- Não vou -ele passa a mão no cabelo loiro sedoso- Vou transar no
provador, é diferente -ele diz e Jane revira os olhos.
Entramos na loja e uma mulher muito atraente vem nos atender, seus olhos
não saem de Dylan parecendo que Jane e eu nem estávamos ali.
- Olá, posso te ajudar -ela diz para Dylan- Quer dizer vocês -ela nota nossa
presença.
Ela nos leva até outra parte da loja com várias opções, Jane joga uma pilha
de biquínis para cima de mim que coloco em uma enorme mesa de vidro.
- Não conta que eu te disse isso -ela diz e Dylan coloca as mãos na cintura.
- Idiota, até parece que iríamos falar desse negocinho aí -Jane diz e eu
levantei uma sobrancelha, certo, disso eu discordo.
- Dylan, cala sua boca! -Jane briga com ele pedindo para ele não interferir
na minha escolha.
Na verdade, eu mesma não gostei do biquini, ele mostra demais para quem
vai nadar com a família do noivo, já disse da calcinha fio dental? Incomoda
bastante essa merda.
- Eu não gostei dele, Jane -digo e ela faz uma cara de triste.
Peguei um maiô sem decote na frente, mas tinha decote atrás, ele era verde
com alguns coqueiros.
- Também não gostei muito dos coqueiros -digo e Dylan cruza os braços.
- Eu acho que está perfeito -ele opina e Jane colocou as mãos na cintura.
Reviro os olhos novamente e começo a mexer nas peças que estão muito
bem divididas, me distrair mexendo em todos e finalmente eu achei um do
meu interesse, ele era azul escuro com alguns detalhes verdes e algumas
flores dando um ar feminino e delicado, era bem simples e sinceramente foi
o que eu mais gostei.
- Eu gostei desse.
Me virei para falar com Jane e Dylan, mas eu não a achei na loja, apenas
ele que parou de mexer nos detalhes da sua blusa e se aproximou de mim.
Seus dedos se dirigem até os meus lábios e meus olhos se fixam nos dele,
sua boca vai se aproximando da minha sem nenhum momento seu olhar
desgrudar do meu e quando ele está quase me beijando a vendedora
aparece.
Pagamos a peça e Dylan ligou para o irmão dizendo que já iriamos embora.
Adam apareceu 5 minutos depois com um sorriso enorme e voltamos para a
mansão.
41° capítulo
Lisa
Depois que chegamos fui direto para o quarto trocar de roupa, Dylan vinha
atrás de mim, mas foi impedido por seu pai.
Talvez não faça parte do acordo, mas eu realmente não estou ligando para
isso no momento.
Sem falar na merda que é Tristan estar aqui, só de olhar para aquela carinha
de santo que ele faz me dá arrepios.
Mas não existe ninguém perfeito, se você acha que tem alguém assim você
está completamente errado.
Não posso ser tão hipócrita também porque Tristan foi uma pessoa muito
importante para mim depois que eu saí da casa de Elisa e Bob, digamos que
ele me apoiou e me fez esquecer de alguns momentos ruins que eu passei.
Foi o primeiro homem que eu me permitir ser um pouco mais aberta e
descobrir amar..., mas com a sua capacidade de fazer merda ele acabou
com isso.
Passamos a morar juntos e tudo isso durou anos da minha vida, desde a
faculdade até o nosso término há um ano, ou "1 ano e 2 meses" homem
fingido do caralho.
Tristan e eu nos dávamos super bem até ele começar a dar desculpas
esfarrapadas e idiotas sobre onde estava.
Me dediquei e me doei a ele de corpo e alma até eu pega-ló com uma
prostituta de quinta transando no banheiro no mesmo restaurante que eu
estava com Emily naquele dia, uma puta coincidência eu estar no mesmo
restaurante e na mesma hora. Destino? Bom, não sei.
Só sei que o idiota estava me traindo com a metade de Nova York, Emily
me avisou várias vezes que Tristan era um canalha e que ele não me
merecia, mas eu nunca dei ouvidos a ela.Eu fiquei destruída, eu pensava
que ele me amava, mas era somente palavras sem um fundo de verdade,
naquele mesmo dia eu arrumei minhas malas do seu apartamento e sai a
procura de um apartamento para mim.
Seu corpo chocou com meu sem querer e quase eu caio para trás.
Quer apostar quanto que ele vai querer se desculpar comigo? Façam suas
apostas senhoras e senhores.
42° capítulo
Lisa
- Você sabe por que, nunca foi minha intenção te machucar -HA- Eu te
amava, mas a infantilidade me fez te perder -ele diz e eu sorrio sarcástica.
- Você não me amava Tristan, se me amasse você não teria transado com
metade da nossa cidade -digo e ele abaixa a cabeça envergonhado.
- Eu não tinha noção nenhuma das consequências que iriam vir, eu sofri
tanto nesse último ano porque nenhuma mulher me fez te esquecer, eu
sempre vou te amar Lisa -ele diz e se aproxima de mim gradativamente.
Deus me livre.
- Você é doente, como pode me dizer isso quando sua namorada está morta
e você está na casa da família dela -digo e o empurro.
- Eu gostava de Ana, mas eu não a amava como eu amo você -ele diz.
Tristan rápido puxa meu pulso e me colide no seu peito me fazendo sentir
seu perfume forte...ou é o cheiro do desespero.
- Me solta seu idiota, eu vou gritar -digo e ele aperta meu pulso mais forte.
- Diga nos meus olhos que você não sente mais nada por mim, que aquele
tempo que ficamos juntos não valeram de nada -ele diz me encarando.
- Além do mais, você nunca foi tudo isso. Eu precisei de alguém que
conseguisse me satisfazer e minha única opção foi transar com as putas de
Nova York que são bem melhores do que você -ele diz e começo a chorar
de ódio.
- Como eu fui gostar de um canalha que nem você? -pergunto e limpo uma
lágrima da minha bochecha.
- Você é um idiota Tristan, hoje eu agradeço a Deus por ter pego você
transando naquele banheiro com aquela prostitua. Porque finalmente eu me
livrei do cara egoísta e desprezível que você é -digo e ele me encara com
ódio.
- Refiz minha vida e hoje eu sou muito mais feliz do que um dia eu já fui
ao seu lado, Dylan me faz feliz e eu o amo como nunca amei voc...
Tristan não me deixa concluir e puxa meu braço com tanta força que
provavelmente vai deixar marcar, eu o encaro e tento me soltar.
"Respira Lisa, isso não tem nada haver com ele, não é a mesma situação.
Você está bem agora" - repetia mentalmente.
- Me solta, você está me machucando -digo e ele aperta meu braço ainda
mais me fazendo dar um gemido de dor.
- Você é uma vadiazinha, eu sei que sente minha falta -ele diz.
Levanto meu outro braço e tento dar um tapa no seu rosto, mas ele
consegue me segurar antes de acontecer e me prender como se eu fosse um
animal indefeso.
Mas suas mãos não ficaram em mim por muito tempo, meu corpo foi
puxado para trás e o homem a minha frente se afastou de mim
imediatamente.
Passo a mão no meu braço onde está vermelho e me viro para encarar
Dylan com o seu semblante fechado. ele me colocou atrás de si e me olhou
por alguns segundos para ver se eu estava bem.
- Só estávamos conversando -Tristan faz pouco caso e Dylan o encara.
- Não toque nela -ele diz- Caso contrário, eu vou foder com a sua vida e
acabar com a essa sua carreira de merda.
- Relaxa, não fiz nada -Tristan diz e se vira indo embora com um sorrisinho
idiota no rosto.
Dylan se vira pra mim e encara meu corpo, ele trava o maxilar quando vê a
vermelhidão que está meu braço.
- Eu sinto muito, eu deveria ter vindo com você -ele diz e afasta o cabelo
que estava caindo no meu rosto.
- Não está não, aquele cara detestável que toda minha família adora te
machucou. Você não está entendo o ódio que eu estou sentindo por ver ele
que ele tocou em você -ele diz e fixa os olhos no meu braço novamente.
Dylan rápido se vira e parece querer seguir Tristan com certeza para acabar
com a cara dele, mas não quero que ele me deixe, não agora, puxo seu
braço antes dele ir.
- Só um soco, vai ser rápido -um leve sorriso aparece em meu rosto.
- Está tudo bem já passou eu só... -limpo meu rosto com as costas das
mãos- Preciso ir ao quarto e vestir alguma blusa pra esconder essas marcas,
vem comigo -digo e caminho pelo corredor.
Vou até minha mala e procuro uma blusa de manga, provavelmente vou
parecer uma retardada por estar usando uma blusa de manga nesse sol.
- Provavelmente não vou tomar banho de piscina hoje, não quero que sua
família veja essa marca e pense...
- Dylan...
- Sim, depois que terminamos de estudar ele me pediu para morar com ele e
eu aceitei -digo e Dylan me olhava irritado.
- Então quando você entrou na empresa você tinha acabado de terminar seu
relacionamento com aquele imbecil?
- Sim -digo.
Sei que esse não é o melhor momento para eu me declarar para ele mas eu
preciso dizer isso, está entalado na minha garganta. É agora ou nunca.
- Eu...
Dylan franze o cenho e um certa confusão e alívio domina seus olhos, ele
não fala nada apenas me encara.
43° capítulo
Lisa
Tipo você contar seus sentimentos e ficar na expectativa de que essa pessoa
também sinta a mesma coisa por você?
Pois é, acabei de fazer isso e estou quase para arrancar os cabelos aqui
porque Dylan ainda não falou porra nenhuma.
Será que ele vai me atacar? Ele parece querer fazer isso.
- Dylan, está tudo bem. Você não sentir o mesmo por mim não vai mudar
nada, mas, precisava colocar isso pra fora.
- Eu gosto de você, eu sei que o seu motivo principal para manter o acordo
era você continuar na presidência e em nenhum momento nós dois falamos
de sentimentos envolvidos.
- Foda-se esse acordo, Lisa. Isso não importa agora -ele diz e eu ignoro.
- Saiba que nada vai mudar, não vou deixar os meus sentimentos interferir
nos seus planos e quando tudo acabar... -digo olhando pra baixo.
- Bom, seu corpo perfeito colaborou para eu me apaixonar por você -digo e
ele faz cara de ofendido e depois dá de ombros.
- Não quero que nada acabe entre a gente e sim que comece, eu te amo e
quero você na minha vida -ele diz e eu dou um sorriso tão grande que acho
que quem está lá em Paris está vendo.
Dylan puxa o fio do meu biquíni e o tira deixando meus seios encostados
no seu peito.
- Ainda não transei envolvendo amor, será que é diferente? -ele pergunta e
me leva para cama.
- Você vai ter que fazer para descobrir -digo e ele sorri.
Sua dedos deslizaram pelos meus seios e desceram até embaixo onde sua
mão máscula apertou minha intimidade por cima do short me fazendo arfar.
- Somente seu.
Ele sorriu satisfeito e desabotoou meu short o puxando pelas minhas pernas
até que ele estivesse fora. Dylan beijou minha intimidade por cima do
biquíni me fazendo dar um gemido baixo.
Ele subiu dando beijos na minha barriga até chegar na minha boca, Dylan
continuou me beijando e eu senti a calcinha ser arrastada pro lado e ele
inseri dois dedos de uma vez.
Gemi na sua boca e seus olhos não desgrudavam dos meus, ele parecia
gravar cada feição minha.
Nunca passou pela minha cabeça estar apaixonada pelo meu chefe, mas
olha que legal, aconteceu.
Senti a primeira estocada me atingir com força, arquei meu corpo e Dylan
saia e entrava dentro de mim enquanto sua língua deslizava pelo meu
pescoço, isso estava muito bom.
- Eu iria enlouquecer se não tocasse em você -ele diz e estoca mais rápido.
Levei minhas mãos até a sua costa e o puxei mais pra mim querendo o
maior contato possível, contrai meu sexo e Dylan deu um gemido rouco.
Ele pegou minhas mãos que estavam nas suas costas e as colocou na cama
entrelaçando nossos dedos logo em seguida.
Senti minha excitação chegar no limite e sabia que já iria gozar, Dylan deu
estocadas mais fortes me fazendo sentir sua pélvis bem no meu clitóris, ele
mordeu o lóbulo da minha orelha e sussurrou.
- Sim, sexo com quem você ama é mil vezes melhor -ele diz e me dá um
selinho demorado.
Me viro de lado encarando seu belo corpo, ele se vira também e ficamos
um de frente para o outro. Minha mão pousou no seu rosto e eu acariciei
sua barba que já estava começando a crescer.
- Porque ontem à noite você deixou bem claro que não sentia nada por
mim, era apenas um acordo -ele diz e eu reviro os olhos.
- Você não deveria acreditar nas coisas que eu falo quando estou triste -
digo e ele me puxa pela cintura.
- Certo, eu gosto de escutar isso. Diga mais vezes -ele fala e se aproxima de
mim me beijando.
Sua língua brincou com a minha como se estivessem dançando entre si, eu
nunca vou me cansar desse homem.
44° capítulo
Dylan
Bobo.
Com cara de bobo apaixonado é como estou olhando para a linda mulher
que virou minha vida de cabeça para baixo.
Que tirou a graça de todas as outras e que tem meu coração nas mãos, o
cara mulherengo de Nova York finalmente tinha se apaixonado e ele tava
contente para porra.
Mas a única mulher que me importa está bem ali, com os cabelos
balançando por conta do vento e conversando animadamente com Jane,
Agatha e minha mãe.
Ainda é possível ver o seu braço vermelho, mas sem marcas de mãos ou
hematomas,
eu disse a ela que não precisava esconder.
Reviro os olhos e direciono meu olhar para Lisa que deu um grande sorriso
pra Jane, minha prima já deve estar falando merda com certeza.
Lisa pousa os olhos em mim e eu pisco para ela bebendo um gole da minha
cerveja, vejo quando ela coloca o cabelo atrás da orelha e morde o lábio.
Sorri lascivo e sinto uma leve excitação no meu pau. Porra! Essa mulher
mexe demais comigo.
- Eu vivi para ver meu melhor amigo apaixonado puta que pariu isso é
muito meu momento -Peter diz e cruza os braços sorridente mostrando as
tatuagens que cobriam seu braço.
- Relaxa, esse negócio de apaixonado até combina com você -Adam diz e
eu levanto uma sobrancelha.
- Rubi vai te visitar no hospício fica tranquilo -Peter diz e Adam o encara
puto.
- Cara, eu estou me segurando para não dar um soco na sua cara -Adam diz
e escondo um meio sorriso.
- A qual é Adam? Vai me dizer que você não a acha bonita -meu irmão
arqueou uma sobrancelha.
- Eu transei com uma mulher que aparentemente era amiga dela, quando eu
estava indo embora Rubi apareceu no apartamento da amiga e eu acabei
flertando com ela enquanto a mesma ainda estava dormindo -ele diz.
- Você transou com a amiga da tal Rubi e deu em cima dela logo depois
enquanto a outra mulher ainda estava dormindo? Na casa dela ainda.
- É -Adam confirma.
- Sim, eu merecia UM tapa e não dois -ele diz e Peter começa a rir.
- Seguidas.
- Puta merda! -digo e Peter está rindo que nem uma hiena.
- Cara, eu teria mandado você a merda e depois te batido -Peter diz e Adam
sorri lascivo.
- Você conheceu alguém? Ô meu filho rezei tanto por isso, essa sua vida de
balada é horrível! Você precisa de uma mulher que te ame e não que some
no dia seguinte depois que vocês transaram -Minha mãe diz e Adam revira
os olhos.
- Não tem casamento nenhum mãe, Peter que é retardado não liga não -ele
diz e Peter dá um empurrão no seu ombro.
Nem devo dizer como Lisa deu um grande sorriso quando escutou a
palavra "almoçarmos"
Tristan as vezes encarava Lisa, mas desviava segundos depois, percebi ele
olhar pro braço dela e abaixar a cabeça como se estivesse arrependido, meu
sangue ferveu instantaneamente.
Se ele tocar nela mais uma única vez eu o expulso daqui com as costelas
quebradas e nome sujo, acabarei com essa sua reputação de jornalista
bonzinho nos jornais.
Lisa aperta minha coxa por debaixo da mesa me encarando com o cenho
franzido.
Olhei para seus lindos olhos e acho que me apaixonei mais um pouco. Isso
é possível?
- Pensando em mim espero -ela diz com voz sexy e eu me seguro pra não a
carregar e a levar para o quarto.
- Não gosto de pensar quando se trata de você -me aproximo do seu ouvido
e sussurro - Gosto de agir.
Mordi o lóbulo da sua orelha e dou um beijo perto do seu rosto, vejo ela
ruborizar e sorrir em seguida. E bom ver que eu mexo com Lisa assim
como ela mexe comigo.
Passei a mão em uma mecha do seu cabelo que estava no seu ombro e o
coloquei para trás, me afastei dela e depois Kevin tossiu falsamente
chamando nossa atenção.
(...)
Nós vimos e revimos os álbuns de família que minha mãe havia trazido,
muitas recordações e histórias apareceram nos fazendo rir e outros
choraram de saudade.
Foi bem engraçado a cara de raiva de Jane, rimos ainda mais com as
piadinhas idiotas de Adam.
Estava apenas Lisa e eu na piscina e ela estava deitada nos meus braços
como se eu a tivesse segurando enquanto ela flutuava na água.
- Você encara tanto as pessoas que chega a ser intimidante -ela diz e eu dou
de ombros.
- Eu faço isso também, acho que todo mundo deveria fazer isso as vezes.
Acalma a mente -ela diz e eu concordo.
- E você? -pergunto.
- Gosto de desenhar eu acho...
- Tudo?
- Uma vez eu refiz o meu quarto inteiro em uma folha de papel, coloquei
tudo em ordem pensando que talvez ficaria melhor daquele jeito -ela diz
em um tom nostálgico.
- Sempre fui muito boa com números então fiz aulas de administração e me
formei -ela diz envolve seus braços na minha cintura.
- Você se arrepende?
- Se você me perguntasse isso a alguns tempos atrás eu diria que sim, mas
não tenho mais tanta vontade -falou.
- E isso é ruim?
- Sim e não, meu pai sempre me incentivou a desenhar e eu amo muito por
isso mais...
- Tudo bem se não quiser contar -digo e ela nega sussurrando um "eu quero
contar" e assim ela me conta:
Ela confessa e eu vejo seus olhos marejados, não preciso ser um gênio para
saber como Lisa sente falta dos pais dela, deve ser uma merda não ter os
pais por perto quando você precisa deles.
- Você não está sozinha, Lisa -a encaro sério- Você nunca mais se sentirá
sozinha se depender de mim.
Ela coloca as mãos na minha nuca e cola sua testa na minha, nossos narizes
se tocam e eu não tiro a porra dos olhos da sua boca.
Levo meus lábios até o seu e sinto seu corpo arrepiar quando eu a pego pela
cintura a fazendo se levantar chocando meu membro contra seu sexo, ela
estar apenas com uma pequena peça na parte debaixo ajuda no contanto.
A puxo para a parte mais funda da piscina, ela coloca as pernas em volta do
meu quadril e seu peito se choca no meu em um abraço.
Não pretendo transar com ela agora eu só a quero segurar como se ela fosse
meu bem mais precioso por que de fato ela é.
Lisa não parece pensar diferente por que encosta a cabeça no meu peito e a
única coisa que escutamos e a nossa respiração normalizada e seu coração
batendo no mesmo ritmo que o meu.
A sexta tinha passado bem rápido, Dylan propôs que nós dois fôssemos ao
Navy Pier que é um dos lugares famosos aqui de Chicago e assim fizemos.
Arregalo os olhos e olho para o meu corpo, ele estava certo, eu tinha
apenas o lençol cobrindo meu corpo e nem tinha percebido.
Saí da janela e fui na direção da cama, mas Dylan puxou meu lençol me
fazendo resmungar, ele me jogou ao seu lado e subiu em cima de mim.
- O que eu faço com você, Lisa Morris? Estava enrolada em um pano fino
quase que transparente na frente da janela permitindo que os homens vejam
o incrível corpo que é meu.
Coitado.
- Não foi minha culpa eu nem percebi que estava só com o lençol -digo e
ele sorri de lado.
- Admitiu sim
- Meu
- Meu
- Seu
- Meu
- Meu
- Como você...
Começou um beijo calmo, mas logo foi se aprofundando quando sua língua
pediu passagem e eu cedi transformando em um beijo quente.
(...)
Coloquei uma saia jeans clara e uma blusa azul lisa com botões brancos na
frente, era bem casual.
Suas mãos passearam pelas minhas pernas desde o tornozelo até as minhas
coxas, suas mãos pararam na minha bunda onde ele apertou com força,
seus dedos foram até o topo da minha calcinha e ele a retirou
delicadamente sem desviar os olhos dos meus.
Dylan bateu na minha perna para que ele conseguisse a tirar de vez,
levantei a perna e depois a outra e a minha calcinha já estava
definitivamente fora do meu corpo.
- Dylan, eu estou na casa dos seus pais não seria um pouco estranho eu
andar por aí nua?
- Relaxe, baixinha. Sou o único que sabe que você está sem a sua linda
calcinha -ele diz.
- Você é um...
Dylan apertou minha perna por debaixo da mesa e senti um arrepio, mas
ignorei.
- Dylan vai conosco também não é, querido? -pergunto divertida com a sua
cara de surpresa.
- Além de ser boa pinta é claro, o cara não se casou 6 vezes à toa -Gregório
aparece na sala sorridente.
- Você está sem a bendita calcinha não vou deixar você sair assim sem que
eu esteja por perto -ele diz e um sorriso zombeteiro surge em meus lábios.
- Acho que Dylan quer ficar Monica, vamos lá conhecer o Roger -digo e
me levanto.
Até parece.
Andamos até a parte onde ficam os carros, Monica estava a nossa frente e
ele estava caminhando ao meu lado.
- Eu quero ir.
- Você não deveria já que está sem a porra da parte de baixo -ele diz
claramente irritado.
- Considere como o seu castigo por ter feito isso -digo e ele trava o maxilar.
- Além do mais, você é único que sabe que eu estou sem a minha linda
calcinha -repito suas palavras jogando contra ele mesmo.
- Para você aprender, Venturelli. Não é só você que sabe brincar -digo e
entramos no carro.
Mesmo que seja um pouco estranho não me importo em andar sem minha
peça íntima, até porque eu não vou sair dando piruetas pela floricultura.
Não sou tão louca assim.
Se não tivesse o letreiro indicando que ali vendia flores com certeza
ninguém adivinharia.
Passamos pela grande porta e eu fiquei chocada com aquele lugar, as rosas
era separada por cores em grandes fileiras compondo cada cor, parecia que
eu estava em um filme, o teto era de vidro deixando a luz do sol iluminar o
local.
A mulher parecia estar nos seus 50 anos e o homem era mais jovem, acho
que esse é o Roger, Monica começou a conversar com eles até ela dirigir
toda sua atenção para a mulher que não estava com uma cara boa.
- Começar o que?
- Dylan sua mãe está brigando com aquela mulher, elas podem sair no tapa.
- Isso não vai acontecer.
- Como você sabe? Vamos lá ajudar sua mãe e acabar com isso, a mulher
parece terrivelmente irritada -digo e Dylan sorri de canto.
- Tia?
- Toda vez que se encontram elas brigam como dois cães raivosos, por isso
ninguém gosta de vir aqui com ela.
- Mas por que sua mãe vem aqui se sempre brigam? -pergunto confusa.
- Ela não gosta de comprar flores que não sejam aqui, ela diz que não tem
flores melhores do que estás em toda Chicago, mas ela jamais admitiria
isso para a irmã.
- Minha mãe é uma manteiga, o que ela diz sobre ser a melhor floricultura
de Chicago pode até ser verdade, mas que ela vem aqui só por isso é
mentira -ele diz.
- Por que querendo ou não ela sente muita falta de ter a irmã por perto, mas
não tem coragem de dizer isso pelo jeito que Munique iria reagir.
- Fale com ela direito, sua bruxa -Monica diz e Munique mostra o dedo do
meio para a irmã.
- Sou Roger Thompson -o tal Roger levanta a mão pra mim oferecendo um
sorriso encantador
- Sou Dylan, noivo dela -ele diz e Roger levanta uma sobrancelha.
- Não sei nem por que me espanto, os homens Venturelli são todos
possessivos -ela diz e Monica aperta o punho.
- Você também não está nada mal para uma cinquentona -ela bate no
ombro dele com força.
- Então ela é sua namorada? Ela é muito bonita -ela diz e aperta meu
queixo também.
- É por que somos irmãs -Munique diz e uma ideia surge na minha cabeça
mais uma vez.
- Então deve ser por isso que Monica falou extremamente bem da sua
floricultura.
- Ela falou bem, também né vocês são irmãs tem que ficar juntas e apoiar
uma à outra em qualquer caso, acho o respeito bem importante entre a
família -digo e Dylan está perplexo.
- Dylan me falou que ela só compra flores aqui por que é a melhor de toda
Chicago, não estou surpresa por que Monica só gosta do que é bom e
aparentemente sua floricultura está nessa lista -digo e Munique dá um meio
sorriso.
Não sei por que estou me metendo, mas minha intuição me diz que eu
deveria ajudar de alguma forma, ou eu só sou intrometida demais...Deus
me perdoe.
- Me desculpe por discutir com você, eu não deveria ter falado aquelas
coisas.
Olhei pra Dylan que parecia não acreditar no que estava vendo e Roger
também não.
- Nós precisamos de 300 flores brancas sem espinhos e 100 da cor amarela
-Monica diz.
- Vocês duas podem ir, Dylan e eu vamos olhar algumas aqui mesmo -digo
e Dylan concorda entendo o que eu quero fazer.
Dylan sorri terno para mim e suas mãos pousam nas minhas bochechas e
rápido ele me beija com carinho e quente ao mesmo tempo.
Nos separamos e ele me abraçou forte, Roger já não estava mais lá, acho
que ele saiu assim que as duas entraram no elevador.
- Eu sei.
- Tem razão, preciso parar de andar com você -digo e ele sorri.
Ele me deu um selinho demorado e eu me senti muito bem como toda vez
que ele me beija.
Passeamos um pouco no meio das rosas já que aquele lugar era enorme, na
parte mais afastada estava as rosas vermelhas, caminhei até lá sorridente.
Dylan estava atrás de mim, mas parou quando recebeu uma ligação, ele
apontou para o celular dizendo que era da empresa de Nova York, assenti e
continuei caminhando até as rosas.
Levantei minimamente e olhei para onde ele estava, seus olhos passearam
pela floricultura, mas ele não tinha me visto ainda, ele olhou para o Roger e
desviou os olhos na minha direção, me abaixei com tudo.
Nem sei por que estou fazendo isso, vou no psiquiatra quando voltarmos
para Nova York.
Sorri para mim mesma e olhei para o lado, vi um pingente de lua caído no
chão e estiquei o braço para pegá-lo, ele era prateado e tinha um "A"
gravado.
Tomei um susto que quase caio para o lado, olhei para cima e vi Dylan me
encarando risonho.
- Pois é...
Dylan olhou pro pingente e viu o "A" gravado, ele olhou para o lado
parecendo pensativo.
Dylan deu leve batidinhas na minha bunda como que estivesse limpando,
mas ele só estava abaixando a saia mesmo, olhei pra trás e o encarei
apertando os lábios.
- Eu meio que não sabia onde tinha caído, mas sim eu o guardei todo esse
tempo.
- Mentira!
- Queremos nossa tia de volta e nossa família completa mais uma vez -ele
diz e vejo olhos marejados.
Dylan pegou o celular do bolso e ligou para o que parecia ser o motorista
da mansão.
- Irei com o carro, o motorista irá leva-la depois -ele diz e abraça a mãe
apertado e depois a tia.
As duas deram grandes sorriso na nossa direção, Dylan pegou minha mão e
nos dois saímos de lá.
Dylan sorriu para mim e mostrou o dedo do meio pro homem que tirava
fotos sem parar, não pude deixar de rir.
Olhei pra Dylan que estava com o braço apoiado em um tipo de descanso
do lado do banco e a outra mão no volante, seus olhos fixados a sua frente e
o cabelo bagunçado, automaticamente parei de prestar atenção na cidade.
Mordi o lábio vendo como ele estava incrivelmente sexy, ele tirou o braço
do apoio e passou o polegar nos lábios.
Merda.
Abri os olhos e engoli em seco, o fato de eu estar sem calcinha não ajudava
muito, olhei para ele que estava com o cenho franzido.
Me sinto ridícula.
Apertei os lábios e cruzei os braços sobre os meus seios para cobrir como
eles estavam rígidos.
Ela assente com a cabeça e aperta os dedos fortemente até ficarem brancos,
certo.
Uma das coisas que eu aprendi sobre ela, Lisa só faz isso quando está
nervosa ou excitada, olhei para o seu rosto e não tinha nenhum traço de
nervosismo, abaixei meu olhar para o seu corpo e vi seus seios rígidos e as
coxas tocando uma na outra.
- Lisa...
- Sim.
Lisa empurrou meu assento para trás e eu ajudei a fazer isso, ela olhou em
volta como se estivesse checando se alguém estava nós vendo, meio
impossível já que as janelas do carro eram de vidro fumê.
Não consegui completar porque ela atacou minha boca ferozmente, suas
mãos puxavam meu cabelo e minhas mãos foram para sua cintura
apertando com força.
Ela gemia na minha boca me deixando louco, suas mãos saíram do meu
cabelo e ela começou a desabotoar minha calça a abaixando com rapidez.
Ela sentou fazendo meu membro invadir sua entrada e eu arfei sentindo sua
carne quente e macia, mandei ela se movimentar e ela rápido me obedeceu,
levantei sua blusa e puxei o sutiã sem alça para baixo liberando seus seios.
Comecei a chupar seu seio esquerdo e gemidos saiam da sua boca enquanto
ela fechava os olhos e jogava a cabeça para trás, a visão que eu tive dela em
cima de mim com toda certeza eu nunca mais iria esquecer, ela começou a
se movimentar mais rápido e eu agarrei seu quadril para ajudá-la.
Puxei seu cabelo de um jeito possessivo e ouvi ela gemer baixinho, Lisa
começou a rebolar com vontade em cima do meu membro e eu dei dois
tapas na sua bunda, beijei seu pescoço deixando uma marca grande ali.
- Eu te amo mais.
Coloquei minha mão na sua costa para ela se para ela se inclinar e mordi
seu lábio com força.
Sorri feliz beijando todo seu rosto e por último colei nossa boca com um
beijo ardente.
Colocou o sutiã ajeitando a blusa e depois a saia, subi minha calça e puxei
o banco pra frente, ela prendeu o cabelo em um coque despojado e me
encarou sorridente.
Isso é tão bobo, mas tão especial para nós dois. Sou um puto sortudo por tê-
la.
Voltei a dirigir até a mansão com a mão em sua perna e sorridente como o
bozo.
- Vou tomar um banho e colocar uma calcinha -Lisa diz e sussurra a última
parte.
Levantei as sobrancelhas.
- Sim -responde.
- E a empresa na Itália?
- Mendoza não são um problema são aliados -ele suspira e continua- Quero
ficar perto da minha família, Dylan. Quero poder vê-los sempre que quiser
e não esperar uma tragédia acontecer para eu poder arranjar tempo e
aparecer -ele disse sério.
Ele me encarou.
- Certo! Eu tenho a vaga perfeita para você -me levantei colocando o copo
de bebida na mesa.
- Qual?
- Sênior -corrijo.
- Contratado então, o último cara estava me dando dor de cabeça -digo e ele
sorri de lado.
- Bom...bem vindo a sua mais nova empresa -digo e o abraço dando dois
tapinhas nas suas costas.
- Vamos! Temos que dar a notícia que você será o mais novo morador de
NY e o nosso mais novo contratado -digo e ando em direção a porta.
- Sim, já estava tudo certo eu só precisava que você dissesse sim o que eu
sabia que você faria, você é bom demais para negar emprego para o seu
primo do coração -ele diz sorridente.
- Porra finalmente! Aquele cara que você contratou era um tapado -Peter
diz e meu pai concorda.
- Cara que bom! Pelo menos vou ter alguém mais interessante pra
conversar do que esses dois idiotas -Adam diz e aponta para mim e para
Peter.
- Sim, a Ana e os pais moravam em Chicago, Filipe tem uma empresa aqui
e Kevin trabalha com ele, o resto de nós mora em Nova York -digo e ela
concorda.
- Nathaniel diz que isso foi a 33 anos atrás portanto não tem mais
importância já que não conheceu os próprios pais, ele diz que está bem.
Me viro para encara-los e vejo minha mãe aparecer na sala sorridente, pelo
visto a conversa com a irmã foi boa.
Meu pai explica o que aconteceu e ela dá um grande abraço de urso no meu
primo, depois disso fomos chamados para o almoço.
- MUCURA!!!!
- Eu não acredito!! Puta merda você é uma sortuda do caralho - ela grita-
Está namorando com um dos bilionários mais fodas de Nova York e não é
eu que to dizendo isso é a FORBS.
- Emily.
- Dylan não tem nenhum primo ou parente gostosão para sua melhor
amiga aqui? To brincando...ou não.
- Você é louca -sorrio - Irei voltar amanhã de tarde por favor me diz que eu
não vou encontrar Caleb de cueca no sofá.
- Deus me livre.
- Como assim está aqui? Por que esse imbecil está aí?
Resumi a ela o que aconteceu desde que vi Tristan e ouvir ela bufar de
raiva enquanto as palavras saiam da minha boca.
- Ele ia, mas eu não deixei, a família dele está toda reunida e ver Dylan
batendo nele por minha causa ia ser horrível, sem falar que todos o amam
por aqui -digo.
- Lisa por favor fique longe desse cara, ele é doente -ela diz preocupada.
- Está tudo bem, estou sempre com Dylan ou outros familiares -digo, olho
para o céu estrelado e a lua que está na fase minguante.
- Porra!
- Ela tem um amigo gay também e pedi para ela levá-lo - Emily deu uma
gargalhada diabólica.
Agatha se levantou para pegar uma bebida e trouxe uma margarita bem
fraca pra mim.
- Ainda não tem data, mas estamos...indo com calma -Dylan diz e olha pra
mim.
- Posso saber por que? -Dylan pergunta com uma sobrancelha erguida.
- Ela -ele aponta pra mim- É com ela que estou impressionado.
Isso é verdade, eu sempre disse que eu não gostaria de me casar pelo menos
não naquela época.
Tristan caminhou até o mini bar e pegou outra bebida, ele virou o copo o
deixando vazio e continuou a falar.
- Até mesmo quando eu disse que me casaria com ela e daria a porra do
mundo se fosse preciso -ele sorriu irônico- Mas pelo visto o que eu tinha
para oferecer não era suficiente.
- Que você é uma interesseira, Lisa Morris -ele diz e caminha até o sofá
novamente, mas não se senta- Irá se casar com ele apenas pelos bilhões de
dólares que ele tem.
- Não sou interesseira, Tristan. Só não quis me casar com você porque não
o amava suficiente e além do mais estávamos na faculdade -digo e ele
estreita os olhos- Não me interessa o dinheiro de ninguém e se Dylan fosse
o cara mais pobres do mundo e eu me apaixonasse, com certeza me casaria
com ele.
- O que foi, Dylan? Não aguenta saber que a sua garota é uma interesseira
de quinta -ele se inclina e coloca a mão na boca como se fosse contar um
segredo- E que eu já peguei de todas as formas.
- Já parou pensar que talvez você fosse o problema? -Dylan pergunta e ele
o encara- Até por que foi você que acabou com o relacionamento quando
decidiu a trair com uma prostituta.
Engoli em seco e fechei os olhos por uma fração de segundos, quando abri
todos me olhavam incrédulos e até com pena.
- Então ela te contou -ele sorriu de lado - Ela te disse que chegamos a
morar juntos? Que ela sempre voltava para mim no final do dia e fazíamos
amor como dois loucos? -Dylan apertou o maxilar e fechou os punhos.
- Isso é o passado Tristan e eu te amava sim, mas não chega nem perto do
que eu sinto por Dylan -digo a verdade e me levanto.
- Pode até ser, mas esse negócio de casamento é pura hipocrisia -Tristan
disse.
- Cara, você não era o homem certo para ela, aceita isso -Adam diz fazendo
ele levantar uma sobrancelha.
Não demorou cinco segundo e Dylan desferiu um soco no seu rosto com
tanta força que eu acho que eu ouvi alguma coisa quebrando. Tristan
passou a costa da mão no nariz e avançou em cima de Dylan com rapidez.
Merda.
- Você é um idiota por pensar que ela te ama -ele chuta a barriga de Dylan
que estava no chão- Ela só quer seu dinheiro.
- Ela vai voltar correndo para mim quando perceber que você não a satisfaz
-ele aponta para si e eu pude ver o quanto ele estava descontrolado.
- Obrigado por ter sido o filha da puta e assim ela largou você, perdeu sua
chance e eu fui inteligente o suficiente para agarrá-la.
Os olhos de Tristan escurecem e ele aperta o punho, vai para cima de Dylan
e dá mais um soco no seu rosto, Dylan agarra a cintura de Tristan e tenta
derrubá-lo.
- Pelo amor de Deus parem com isso agora mesmo! -Monica gritou.
- Vocês vão acabar se matando -Jane diz e sai da cozinha com a mão no
estômago, Michael e Monica vão atrás dela.
- Quando você for para o hospital seu riquinho de merda não se preocupe
que eu vou estar lá para consola-la. A tirar de você vai ser a coisa mais fácil
que eu vou fazer -Tristan diz.
Ele pegou Tristan pela gola da camisa e o socou novamente, ele já estava
ficando inconsciente e Dylan não parecia querer parar.
Ouço Tristan cuspir sangue e Dylan desviar do meu olhar e olha para ele, o
mesmo me empurra pro lado e tenta ir novamente até o idiota que estava no
chão.
Ele para mas seus olhos não desviam de Tristan, seu peito subia e descia
com a respiração descontrolada, suas mãos completamente ensanguentadas
e alguns cortes na boca e no supercílio.
Ele tentou sair mais uma vez, mas eu coloquei as mãos no seu rosto.
- Pare, por favor! -uma lágrima desce do meu rosto- Eu estou aqui com
você -digo e ele respira fundo.
- Tristan está desmaiado você não precisa mais bater nele -digo e ele
concorda relutante.
Ele olhou pra Tristan que tinha desmaiado e vi ele fechar os olhos, o
abracei que me abraçou de volta.
Sangue é o que mais tinha no chão daquela cozinha, ver Dylan daquele
jeito não me deixou assustada como da última vez, só me deixou surpresa
por ele não ter feito isso antes.
- Lisa, leve-o para o quarto e cuide desses ferimentos -Peter diz coloca o
celular no ouvido.
Puxei Dylan pela mão até chegarmos no quarto, peguei sua caixinha
vermelha de primeiros socorros e cuidei dos seus ferimentos.
Limpei seu rosto com a gaze e vi ele dar um grunhido de dor, coloquei um
curativo onde estava mais machucado.
- Eu não deveria ter exposto o seu passado daquele jeito, sinto muito -ele
diz e eu o encaro.
- E eu com você, olha só como você está. Está parecendo aqueles lutadores
de MMA depois de uma luta -digo e ele sorri.
- Você tinha que ter visto o outro cara.
- Eu o amei, mas o que eu sinto por você é mil vezes mais forte e não se
compara a nada do que eu senti por ele -o cortei.
- Eu nunca amei ninguém antes Lisa, você é a primeira e eu quero que seja
a última.
Me abaixei a altura dos seus lábios e o beijei calmamente, não era um beijo
intenso era um beijo simples apenas sentindo a maciez dos seus lábios nos
meus.
Tirei sua blusa por completo que estava suja de sangue e depois a calça o
deixando apenas de cueca boxer, ele se deitou na cama e eu o cobri com o
lençol a altura da sua cintura.
Me deitei ao seu lado e me cobri até os ombros, aquela noite estava fria.
Fiquei alguns minutos encarando seus pequenos cortes, um suspiro alto sai
dos meus lábios.
(...)
Eu gosto da Jane ela é uma pessoa legal, mas no momento ela é a pior
pessoa do mundo por ter me acordado.
Dylan acorda e olha para mim sorridente, mas depois olha para Jane, seu
sorriso desaparece.
- Bom dia, bela adormecida lutadora -ela diz e Dylan leva as mãos até o
rosto.
- Que vocês se vistam e desçam para o funeral da nossa prima -ela diz e
Dylan respira fundo.
Tirei minha roupa e tomo uma ducha fria, fico com a cabeça embaixo do
chuveiro sentindo todo meu corpo acordar, escuto o barulho do box abrir e
Dylan entrar no mesmo.
Sorri vendo-o envolver minha cintura com a água ainda caindo no nosso
corpo.
- Oi.
Com a aproximação eu pude ver melhor seu rosto com os pequenos cortes
no supercílio.
Desço meu olhar para sua barriga e creio que onde está mais machucado
seja seu tronco e os hematomas roxos confirmam isso.
- Como você está? -Perguntei- Creio que hoje será um dia difícil.
Coloquei um vestido preto de alça rodado que vinha até o joelho e sem
nenhum decote, Dylan colocou um terno preto com a camisa social também
preta.
Eu estava até sentindo falta de vê-lo com terno, ele fica muito sexy.
Andamos lado a lado até o jardim e vi várias pessoas ali, umas estavam
chorando e outras comendo. Os Venturelli estavam em uma parte afastada
perto do caixão de Ana que estava fechado.
Fomos até eles e notei que Tristan não estava ali, respirei aliviada e apertei
braço de Dylan.
Monica olhou pra Dylan e tocou nos cortes que tinha no rosto do filho, ele
pegou a mão dela e beijou delicadamente.
- Eu estou bem -ele disse e ela concordou.
Ouvi um choro alto que chamou nossa atenção, era uma mulher de cabelos
loiros e bem parecida com a Ana, ela estava debruçada no caixão e
lágrimas caíam repetidamente do seu rosto.
- Minha filha! Eu vou sentir tanto a sua falta Ana, só Deus sabe o quanto -
ela dizia e todos a olhavam tristes.
Jimmy foi até ela começou a confortá-la, seus soluços eram constantes e
quando percebi uma lágrima descia do meu rosto.
Ver uma mãe no funeral da própria filha é uma das coisas mais tristes que
se pode vivenciar.
Dylan abraçou minha cintura e eu agarrei seu tronco com cuidado para não
o machucar, ele beijou o topo da minha cabeça e acariciou minhas costas.
Pelo o que entendi e pelo que Jane me contou, Antonella era casada com o
irmão de Jimmy que faleceu devido a um câncer no estômago e desde então
tinha sido apenas elas duas aqui em Chicago.
Antonella gritava e dizia que queria a filha de volta, ela chorava em cima
do caixão como uma criança, pessoas tentaram tirar ela, mas a mesma não
estava disposta a deixar a filha.
- Não me deixe por favor! Acorde Ana, eu só tenho você. Minha filha, você
não pode estar morta. ACORDA -ela grita e cai no chão desamparada.
Me virei e coloquei a cabeça no peito de Dylan para não ver mais aquela
cena. Ele me abraçou forte e eu ouvir sua respiração falhar um pouco.
Alguns minutos depois Dylan voltou e sorriu pra família e todos deram um
sorriso confortador de volta.
Isso é uma das coisas que eu mais gostei nos Venturelli, eles se amam
demais, sempre ajudam um ao outro e independente do que aconteça você
pode contar com eles.
É uma ótima família, qualquer homem ou mulher terá sorte de entrar nela.
Depois foram um por um até o caixão falar alguma coisa e voltaram para
seu respectivo lugar. As pessoas já tinham indo embora e só estávamos nós
lá.
- Eu sei que não cheguei a te conhecer..., mas tenho certeza que iria gostar
de você, pelo pouco que me falaram eu percebi que você era uma mulher
incrível, todos que estão aqui te amam incondicionalmente e fariam tudo
para te ver bem, descanse em Paz Ana.
Todos concordam e do nada Jane colocou a mão na boca e percebi que ela
estava pálida.
Agatha se aproxima e coloca seus cabelos para trás enquanto ela parecia
estar vomitando toda a refeição de 5 pessoas.
- Leve-a no médico eu sei muito bem o que é isso -Monica diz olhando
para Michael.
Jane para de vomitar e seu marido a guia até o carro para leva-la ao
hospital. Espero que ela fique bem e não seja nada demais.
Os outros foram para os carros e seguiram para enterrar Ana. Nós ficamos
na casa, mas especificamente na cozinha tomando café, eu estava faminta.
- Obrigada por ter falado aquilo para Ana eu consegui ouvir -ela diz e eu
aceno.
- E obrigada por ter feito aquilo na floricultura, se você não fizesse aquilo
nenhuma de nos duas cederia -ela diz.
- Ainda não, mas já conseguimos olhar uma para outra sem querer nós
matar -ela diz e eu sorri de lado.
- Não ele não está, desde que o doutor disse que eu estava grávida ele ficou
assim, eu que vim dirigindo com medo dele bater o carro -Jane diz.
- Eu estou bem! Só não estou acreditando ainda -ele diz e Jane se aproxima
do marido.
- Você não ficou feliz com a notícia? -ela pergunta triste e ele nega.
- Não meu amor não é isso, é que é um filho, uma vida está crescendo aqui
-ele toca na barriga dela - Eu estou com um puta medo -ele diz e ela sorri.
- Eu não estou com medo eu estou apavorada, Michael. O que Deus nos
deu é uma baita de uma responsabilidade, mas eu sei que se eu tiver você
por perto eu vou conseguir enfrentar qualquer coisa -ela diz e ele sorri de
lado.
Jane e Michael foram correndo para Nova York fazer o pré-natal do bebê
que Adam cismou que vai ser uma menina.
Nathaniel voltou para Itália dizendo que ia resolver algumas coisas por lá,
mas em 1 semana ele iria pra Nova York e ficar de vez.
Jimmy e Agatha foram duas horas depois que chegaram do funeral e Kevin
junto com Philipe tinham acabado de sair.
Kevin veio se desculpar comigo por tudo o que ele disse e eu aceitei suas
desculpas, mas claro, ele pra lá e eu pra cá.
Dylan me disse que vinha se despedir dos pais e que iríamos com Peter e
Adam.
- O que tem? Ele é o cara mais rápido do mundo inteiro, imagina viajar
pelos lugares sempre que quiser. Ia ser foda -ele diz e Dylan sorri.
- Eu seria o Batman.
Sério que eles estão discutindo se Dylan seria a porra de um bom Batman?
Sasha?
- Sim.
- Por que diabos você está conversando com a arquiteta gostosa? -Adam
pergunta.
Escuta primeiro Lisa, escuta primeiro -eu dizia para mim mesma.
- É mesmo -Adam diz sorridente -Lisa tem alguma influência nisso tudo?
- Sim, ela tem -Dylan diz e eu sorri amplamente- Estou enrolando Sasha a
semana inteira porque quero levar Lisa comigo e saber sua opinião, mas
ainda não consegui tempo.
- Lisa conquistou mesmo você, hein. Pelo que eu vi ela parece ser uma
mulher madura e centrada em toda essa situação -Peter diz.
Babaca.
- Temos que voltar para Nova York -ele diz e outros dois se levantam.
(...)
Ele se inclinou e beijou todo meu rosto, não gosto de ser acordada, mas
desse jeito eu gosto.
Sorri e o peguei pela camisa o beijando com vontade, Dylan arfou quando
eu puxei de leve seu cabelo.
Ele subiu em cima de mim e minhas pernas foram para sua cintura
deixando nossos corpos mais próximos, rimos juntos
- Estou.
- Eu devo estar...
Eu não estava com medo, mas estava apreensiva por estar nesse treco.
- De nada srta. Morris, agora vamos temos que descer desse avião -ele diz e
eu concordo.
- Baile? -pergunto.
- Com você pedindo desse jeito quem sou eu para recusar -digo debochada
dando de ombros em seguida.
- Certo.
Ele carregou minha mala até a minha porta, olhei no relógio no pulso dele e
já estava na hora de Emily estar em casa. Bati na porta por que não levei
minha chave e ela rápido veio abrir.
- Lisa! -me abraçou apertado e eu retribui.
- Óbvio que sim, mucura. Entra logo temos muito o que fofocar -ela diz me
fazendo sorrir.
- Oi, Dylan -ela diz e levanta uma mão para que ele batesse.
- Olá, Emily.
Emily pegou minha mala que estava na porta e colocou para dentro nos
deixando sozinhos.
- Ainda quer ficar comigo? Meu deus até eu estou enjoada de mim mesma -
digo e ele balança a cabeça.
- Eu quero ficar sempre com você, mas também quero que descanse e... vá
fofocar com a sua amiga.
Sorri de lado.
Dylan caminha até o elevador me deixando ter a bela visão das suas costas,
coisa linda de ser ver meu Deus.
- Irei mandar Bryant te levar para empresa amanhã -ele grita e aperta o
botão do elevador.
- Não diga não porque não vou aceitar -ele diz e entra no elevador.
Mordi o lábio inferior e contei a Emily sobre a briga que teve ontem e que
Tristan provavelmente ainda está no hospital, ela abriu o maior sorriso que
eu já vi nos últimos anos.
- Não estou mais com sono, mas quero uma xícara de chá -digo piscando
várias vezes.
Ela revira os olhos e se levanta indo até a cozinha preparar meu chá.
A sigo e me sento no banquinho ficando a sua frente somente com um
balcão de mármore nos separando.
Ela coloca a água na chaleira e bota para ferver, pega uma das nossas
xícaras brancas e coloca na minha frente.
- Estou -ela bate palmas- Só espero que dê certo, Emily. Não quero me
machucar, Dylan já entrou demais no meu coração e não sei se consigo
tirá-lo tão facilmente -desabafo.
Ela acabou fazendo um para ela também e ficamos conversando por mais
tempo, Emily me disse que estava bastante próxima de Caleb e pelo jeito
que ela falava me parecia que estava acontecendo algo a mais.
Depois do chá eu fui para o meu quarto, tomei um banho de banheira e fui
desarrumar minha mala.
51° capítulo
Lisa
Você conhece alguém que tem a capacidade de perder tudo o que tem? Por
que eu tenho e esse alguém se chama Emily Brooks.
Às vezes eu perco minhas chaves, mas não vamos tocar nesse assunto
agora.
- Merda! Eu não sei aonde está -ela joga as almofadas do sofá no chão.
- Você vai arrumar isso aí -digo calçando meu sapato alto bege.
- Você não pode usar uma caneta? -digo e saí correndo para a porta
tentando desviar da almofada que ela jogou na minha direção.
Subo para o meu andar e vou direto para minha sala, vejo alguns
formulários a minha espera e papéis importantes para Dylan revisar, coloco
minha bolsa em cima da mesa e ajeito minha blusa bege com pequeno
decote e dois fiozinhos soltos na parte da frente e minha saia social branca.
Pego os papéis e vou até a sala de Dylan, abro a porta e o vejo sem o paletó
somente com a blusa social enrolada até os cotovelos e seu cheiro por toda
sala.
Ando até ele que ainda não pareceu notar que eu estou aqui, quando paro
na sua frente ele olha pra cima e abre um grande sorriso.
- Bom di...
Nem termino de falar e ele já está me beijando como um louco, suas mãos
estão na minha bunda apertando forte e eu estou puxando sua gravata preta.
- Senti saudade -ele diz quando paramos de nos beijar somente por falta de
ar.
Coloco a mão no peito como se estivesse ofendida e digo que sou uma
ótima mentirosa caso contrário ninguém da família dele iria acreditar em
mim.
- Mentimos tão bem que até virou realidade -digo e ele sorri.
Me afastei e entreguei a ele os papéis necessários e saí da sua sala indo até
a minha para começar a trabalhar.
Decidi comer aqui porque ainda tinha muito trabalho a ser finalizado e
quanto mais rápido terminasse seriam menos problemas para minha cabeça.
Rubi estava ali com uma saia preta que chegava até os seus joelhos e uma
blusa de manga de uma cor avermelhada, seu cabelo tinha uma trança
embutida.
- É exatamente por isso que estou aqui, vim conversar com Dylan para
concretizar a data da fusão e discutir alguns termos para a empresa.
- Dylan não está aqui no momento e sim em uma reunião de negócios -digo
e ela coça a testa em um ato nervoso.
- Porra, é quase impossível falar com esse homem -ela diz e descansa a
costas na cadeira.
Um certo homem loiro pairou na minha mente nesse momento.
- Adam deve estar aqui se você quiser falar com ele -digo.
Rubi arregalou os olhos e fez uma cara de quem comeu alguma coisa ruim.
Pela maneira que ela falou parecia que não tinha sido algo bom até soou
como um arrependimento.
- Eu fui pra uma balada com uma amiga em uma noite, saímos para beber e
dançar à beça, mas meu pai me ligou inúmeras vezes naquela noite e na
última eu decidi atender, ele tinha descoberto que a nossa empresa estava
quase falindo. Na mesma hora eu fui até ele por que o desespero na sua voz
era nítida.
Concordei.
- Falei com a minha amiga e ela disse para eu ir embora que ela ficaria
bem.
Saí da boate prometendo ir no seu apartamento no dia seguinte para levar
seu café da manhã, a conhecendo eu sabia que ela estaria só o pó. Fui até lá
e ela tinha me dado a chave para uma emergência e assim consegui entrar.
- Não, eu devolvi para ela -ela diz e eu peço pra ela prosseguir.
- Ela ainda estava dormindo, foi a deixa perfeita pra ele sair de lá como o
maior babaca que ele é e de bônus ela me odiar.
Franzi o cenho e apoiei as mãos na mesa e senti que ainda tinha mais.
- Falei algumas coisas para ele que talvez tenham sido um pouquinho
pesadas -ela sorriu travessa- Acabamos discutindo e ele começou a jogar
todo aquele charme para cima de mim eu dei dois tapas nele.
- Mas espera, por que ela te odiaria? -pergunto confusa e o sorriso de Rubi
morre.
- Melinda é uma mulher que se apaixona muito fácil e ela acha que todos os
caras que ela transa também estão apaixonados por ela, mas tudo é somente
sexo casual. Naquele dia depois que Adam foi embora ela jurou de pé junto
que eu o tinha mandado embora por que eu estava com inveja dela por ela
ter encontrado o "grande amor da sua vida" -Ela faz aspas com o dedo.
- Cristo!
- Pois é, ela me expulsou do apartamento e desde então nunca mais quis me
ver.
- Não tudo bem, se ela acha tudo aquilo pouco me importa. Já ouviu aquele
ditado "Eu não perdi eu me livrei"?
- Você tem razão, se ela acabou com a amizade de vocês por causa de um
cara cafajeste com toda certeza ela não era sua amiga de verdade -digo e
batemos na mão uma da outra.
Ela deu um sorriso grande que iluminou seus olhos castanhos, Rubi não
parecia ser daqui e algumas palavras que ela falava saiam diferentes.
- Não, ela está no Brasil. Quando fiz 17 anos eu vim embora para Nova
York, fiz faculdade aqui e me formei para assumir a presidência já que meu
pai precisava se aposentar.
- Nem tanto Lisa, nossa empresa sofreu um roubo de milhões que nos
deixou a beira da falência e eu tive parcela de culpa.
- Culpa?
-Por minha culpa foi roubado milhões da empresa, mas graças a Gregório
Venturelli isso vai mudar.
- Não fique sem graça, ele foi outro atraso na minha vida e eu fui estúpida o
suficiente para confiar nele -ela diz olhando para as unhas.
- Ele foi preso não foi? O cara roubou você -digo indignada.
- Meu Deus e eu pensava que Dylan era um babaca -digo com a mão na
boca.
O ódio nos seus olhos quando falou do seu ex noivo era nítido, mas a
decepção parecia ser mais forte.
- Bom, espero que você e Adam se deem bem, Dylan me disse que vocês
iam trabalhar juntos na maioria das coisas -digo e ela coloca a mão no
coração como se estivesse com dor.
- É, eu soube. Espero que aquele loiro mantenha as mãos longe de mim -ela
diz e nós duas começamos a rir.
- Irei tentar, Srta. Mendoza.
Olhei para Rubi e vi ela apreensiva pela probabilidade de ele ter escutado a
nossa conversa.
- Ora, claro que não Sr. Venturelli sou um livro aberto -ela diz com um tom
divertido e Adam suspira.
- De mim? Que privilégio ter o meu nome na sua boca, Srta. Mendoza.
- Certamente preciso arranjar assuntos melhores -ela diz e olha pra mim.
Adam nem sequer olhou nos meus olhos porque ele estava concentrado
demais encarando Rubi com certa irritação no rosto.
- Estou falando do dia que você fodeu minha amiga a noite inteira e no dia
seguinte queria me levar para cama no apartamento dela.
- Na minha cara só tem beleza e agora pensando melhor ainda bem que eu
não o fiz -ele colocou o envelope na minha mesa- Não valeria a pena.
Ele pisca e Rubi aperta os lábios, ela estava praticamente bufando e Adam
sorria da sua irritação.
- Nos vemos na sexta e mande um beijo pra Emily -Rubi diz e se levanta.
- Entregue isso a batgirl, ele sabe do que se trata, até mais cunhada -ele diz
e se vira indo em direção a porta.
- Farei o possível -ele diz e faz um coração com as mãos para mim antes de
sair pela porta.
Sorri e me lembro de Dylan que não me deu notícias até agora, olhei no
relógio e faltava 1 hora para meu expediente acabar.
Não acredito que não vou vê-lo mais hoje, soltei um longo suspiro
derrotada sabendo que não posso ligar para ele já que o mesmo está em
reunião. Decido ir até a lanchonete da empresa e comprar alguma coisa pra
comer e subo minutos depois com um sanduíche natural e uma lata de
refrigerante.
Devoro tudo enquanto trabalho e no final do expediente arrumo minhas
coisas para ir embora quando meu telefone começar a tocar.
- Alô -digo.
- Oi, baby.
- Não e sim, estou cansado pra caralho e ainda estou nessa porra de reunião
-ele diz e suspira.
- Dylan! Vem aqui ver isso, está completamente errado cara -uma voz
masculina surge.
- Seu expediente já acabou e suponho que não vou poder ver você mais
hoje, eu sinto muito, o que eu mais quero agora é estar com você, mas esses
bandos de marmanjos não querem me deixar ir embora -ele diz.
- Você é requisitado em todos os lugares, Venturelli. E pelo visto minha
concorrência não é só com as mulheres -digo e escuto um sorriso do outro
lado.
Tomei uma ducha e vesti umas das blusas de Jon e um shortinho curto,
tomei meu anticoncepcional e vi um bilhete de Emily dizendo que ia jantar
com Caleb então eu só a veria amanhã de manhã também.
Me levantei e fui direto fazer minha higiene matinal, lavei meu cabelo que
estava mais sujo do que o lixo do banheiro e passei sabonete liquido no
meu corpo todo.
Saí do mesmo e coloquei a toalha no cabelo para ajudar secar e fiquei nua
decidindo que roupa iria vestir.
Optei por uma saia preta com alguns detalhes brancos e uma camisa azul
escura, coloquei um blazer preto por cima e coloquei os saltos.
Abri a porta do meu quarto e vi que estava sozinha, deduzi que Emily ainda
estava com Caleb.
Tomei meu café da manhã e saí do meu apartamento para pegar um ônibus
quando vejo Bryant parado no mesmo carro que ele tinha vindo ontem de
manhã.
- Olá, Bryant. Por que está aqui? -não me lembro de Dylan dizer algo.
Franzi o cenho, mas assenti mesmo assim, por que Dylan não me disse
nada?
Bryant abriu a porta do carro e eu entrei sem falar nada, ele dá partida e
seguimos caminho.
- Dylan já está na empresa? -pergunto olhando para Bryant pelo retrovisor.
Suspirei.
Ótimo! Estou louca para ver aquele bastardo e ele não está aqui e de acordo
com a sua agenda ele não tem nenhuma reunião com clientes que possa
ocupa-lo.
- Isso é patético, ele não faria isso e eu confio nele. Isso! Relacionamento
sem confiança não anda para frente.
Me levanto e vou até a copa da empresa que fica no andar abaixo do que eu
estava, não venho muito aqui porque as mulheres que frequentam esse
lugar são extremamente fofoqueiras e também por que não tenho muito
tempo de vir.
Seus olhos eram de um preto muito bonito e seu cabelo era castanho com
uma franja, ela tinha algumas sardas no nariz e parecia ser bem jovem.
Creio que ela esteja fazendo estágio.
- Oi -sorrio pequeno.
- Pode me chamar de Lisa -digo e estendo uma mão para ela que a pega
sorrindo.
Minha respiração estava fraca e o peito dele subia e descia enquanto seus
olhos passeavam pelo corpo.
Uma tensão foi instalada e minhas mãos coçam para tocá-lo, eu o queria ali
e agora.
Seus olhos encontraram os meus novamente e vi suas pupilas dilatadas, ele
quer o mesmo que eu.
Sua boca se entre abriu e eu apertei meus dedos fortemente, Dylan olhou
pra minha mão e deu um meio sorriso.
Minhas mãos estavam na sua cintura enquanto meu sapato alto rodeava seu
quadril o puxando mais para mim.
Ele levantou minha saia com a minha ajuda e logo depois meu blazer, levei
meus dedos para a barra da minha camisa a tirando em seguida mostrando
meus seios que não estavam cobertos pelo sutiã.
Ele sorriu de lado tirando o terno e o jogou em algum lugar da sala, tratei
de abrir os botões da sua calça.
- Como você quer isso, Lisa? -ele perguntou enquanto torturava a minha
entrada com o seu membro.
- Forte.
- Não se mexa -ele ordena- Eu quero ver o seu corpo quando eu o tomar pra
mim.
- Toque nos seus seios, Lisa -ele diz com a voz rouca.
Levei minhas mãos até os meus seios e os apertei com força sentindo meu
corpo implorar por mais. Eu gemia seu nome enquanto ele entrava e saia de
dentro de mim.
Sua mão puxou meu braço me fazendo sentar novamente e ele rápido me
beijou.
Ele se inclina até o meu ouvido e tira o cabelo que estava caindo no meu
olho e sussurra:
Fiz o que ele disse e arfei quando senti seu membro me penetrar
novamente, mas agora seus dedos também trabalhavam lá em baixo em
meu clítoris.
- Está fazendo muito barulho, Lisa -ele disse no meu ouvido e eu fechei os
olhos- Quieta.
Gozei nos seus dedos e no seu sexo ao mesmo tempo e alguns segundos
depois ele gozou puxando meu cabelo e me beijando.
Sorri no meio do beijo quando percebi que ele gozou, estávamos ofegantes
quando Dylan se retirou de mim e me sentou na mesa novamente indo até o
banheiro que tinha no seu escritório e trazendo lenços de papel.
- Por que não me disse que Bryant iria me buscar hoje? -pergunto e ele me
encara.
- Você não estava na sua mesa quando cheguei, onde estava? -perguntou.
- Fui pegar uma coisa importante que eu só poderia pegar agora de manhã
cedo por isso demorei um pouco para chegar, agora é sua vez.
Ele suspirou parecendo nervoso, Dylan foi até a gaveta que ficava na sua
mesa e pegou uma caixinha. Ele parou na minha frente com os olhos
brilhando.
Peguei a caixinha que era cinza com um laço dourado em cima, abri a
mesma e vi um anel fino e delicado prateado, olhei para o homem a minha
frente que estava com um sorriso bobo.
- Eu quis comprar um anel para você -ele pega a caixinha da minha mão e
tirando da caixinha.
Sorri que nem o gato de Alice no país das maravilhas e senti meu peito
transbordar de felicidade.
- Sim.
Eu diria sim até a palavra ter outro significado, diria sim todas as vezes
necessárias que ele me pedisse e não me cansaria.
Assenti e ele colocou a mão na minha nuca e beijou minha testa em um ato
de carinho e proteção.
53° capítulo
Lisa
A semana passou bem rápido desde o dia que Dylan me deu aquele anel, no
mesmo dia eu passei a noite com ele e foi maravilhoso, no dia seguinte eu
dormir no seu apartamento mais uma vez.
Sobrando a quinta que Jon dormiu comigo e com Emily, nós três assistimos
filmes comendo vários doces e depois encerramos com uma boa dose de
Whisky.
Não foi nada fácil tirar aquela carranca que Dylan estava depois que eu
disse que não iria dormir com ele no seu apartamento, mas com alguns
truques eu consegui deixar seu humor melhor.
Rubi e o pretendente de Jon que se chamava Josh iam nos esperar no bar e
Emily e Jon iriam conosco.
Eu estava usando minha blusa de manga preta aberta nas costas e uma saia
jeans um pouco rasgada que ia até no meio das minhas coxas e um sapato
alto também preto.
Ela usava um vestido bem justo da cor vermelho sangue com alças bem
finas, seu sapato também era preto.
- Se eu não gostasse de macho eu pegava vocês duas assim -ele diz e estala
os dedos.
Sorrimos e eu encarei Jon, ele estava vestindo uma calça jeans, uma blusa
verde escura com uma jaqueta marrom por cima e um tênis branco.
- Você está sexy também, tudo isso é para Josh? -pergunto.
- Óbvio que é, ele até passou aquele perfume importado que ele usa só em
ocasiões especiais -Emily diz e pisca para ele.
- Estou sentindo que vou encontrar o amor da minha vida! -ele diz
enquanto eu passava o batom vinho e Emy o vermelho.
- Que bom! Aí você se casa logo e larga do nosso pé -Emily diz e Jon
mostra o dedo pra ela.
- A primeira que vai largar do nosso pé é a Lisa já que vai casar com o
bilionário gostoso -Jon diz e eu sorrio de lado.
Paro de tentar arrumar meu cabelo por que ele estava um verdadeiro ninho
e decido prender ele em um rabo de cavalo.
Jon não gosta muito do Caleb, desde o dia que se conheceram eles
implicam um com o outro.
- Não somos não, nós só saímos para jantar algumas vezes e transamos
depois, não é nada sério -ela diz dando de ombros.
Sorri vendo a cara de irritação do meu amigo e escuto meu celular tocar,
atendo sem ver quem é.
- Oi -atendo.
- Já vamos descer.
- Por que ele é sempre tão pontual? -ela pergunta revirando os olhos.
Dylan usava uma camiseta azul marinho com uma jaqueta preta por cima e
uma calça jeans surrada, os cabelos bagunçados como sempre e um grande
relógio no pulso.
Me aproximo dele e rápido colo nossos lábios, ele aperta minha cintura e
ouvimos alguém tossir.
Agradeço e ele elogia Emily também que coloca a mão na boca como se
estivesse sem graça.
Jon e Dylan se cumprimentam com um aperto de mãos bem forte mas não
falam nada.
- Peter e eu vamos à boate agora e ele insistiu para que você e Lisa fossem
com a gente, óbvio que não concordei por que você é um purgante e Lisa é
mil vezes mais legal então deveríamos te deixar em casa -ele diz e Dylan
revira os olhos.
- Lisa e eu já estamos indo a uma boate. -Dylan diz e o irmão repete o que
ele falou como se estivesse falando com outra pessoa
- Você nem chamou a gente seu corno -A voz de Peter surgiu.
- Eu fui o convidado cara não posso te convidar -Dylan diz com um tom
divertido.
Me lembrei que Rubi e Adam não se dão muito bem e Emily e Peter muito
menos, porra!
- O que? Eles só estão atrás de diversão assim como a gente -disse Jon.
Olhei para o bar e avistei Rubi, apontei na sua direção e fomos todos até
ela.
Rubi vestia um body preto cavado nos seios e uma saia de couto preta, ela
tinha um colar com uma cruz prata que ia até os seios e como o decote era
aberto dava pra ver muito bem a cruz prata colada no seu corpo.
- Nós acabamos de pedir uns shots para vocês -ela diz e olha por cima das
nossas cabeças.
- Oi, Dylan -ela diz e aperta a mão dele com um sorriso genuíno e ele faz o
mesmo.
- Você deve ser o Jon -ela diz e ele concorda a abraçando apertado.
Depois que eles se soltam um rapaz loiro, alto e incrivelmente bonito
aparece.
Fomos até o balcão pegar os shots que tinham chegado e viramos tudo de
uma vez, fiz uma breve careta e Dylan riu de mim.
- Adam está vindo para cá -digo e ela franze o cenho- Ele meio que
descobriu por que meu amigo ali tem uma boca grande e eu sei que você e
ele...
- Até que enfim, quer dizer, claro! -ele diz fazendo Josh rir.
- Você não me disse que ela estaria aqui -Peter diz olhando pra Dylan
referindo-se a Emily.
- Não está gostando querido? É só da meia volta -ela diz e Peter a encara.
- Vocês não vão brigar hoje, né? Viemos nós divertir e não brigar -digo e
eles me encaram.
- Quer se dar bem, Sr. Venturelli? -Pergunto sugestiva e ele sorri colocando
a mão na minha nuca e me beijando.
Começamos a nos beijar e minha língua tocou a sua em ritmo intenso, sua
outra mão puxou minha cintura fazendo nossos sexos se colidir, porra isso
é bom demais.
- Rubi estava me contando que o cara que ela estava beijando é uma
verdadeira cachoeira -Emy diz sorrindo.
- O cara me deixou toda molhada e não foi de um jeito bom -Rubi diz e eu
sorrio.
- Ei! Calma morena, assim você pode se engasgar e eu não quero que isso
aconteça.
- Sou Alex e essas são meus irmãos Chris e Will -o que estava na minha
frente diz e depois aponta para os respectivos.
- Sou Rubi e essas são minhas amigas Emily e Lisa -ela aponta para nós
duas.
- Ok, vamos ficar por aqui mesmo -Will diz e alisa a bochecha de Emily.
- Ela é brava, acho que escolhemos as certas! -Will diz e eu levanto uma
sobrancelha.
- Escolheram para que? -Rubi pergunta encarando Chris que estava na sua
frente.
- Nós estávamos por aqui quando notamos vocês três nesse no bar rindo e
se divertindo e se me permitem vocês são incrivelmente gostosas -Chris
fala e se aproxima de Rubi.
- Vocês são hilários -Emily diz a bate no ombro de Will com força fazendo
ele ir um pouco para trás.
- O cara está propondo uma orgia com a gente dá para acreditar? -Rubi
pergunta e coloca a mão na boca rindo.
- Somos Alex, Will e Chris King -Chris diz colocando a mão no bolso da
calça.
- Eles vivem em revistas e sites, são uns dos caras mais ricos de Nova York
-Will responde.
- Do que você estava falando Rubi? -Adam pergunta olhando pra ela.
- Não te interessa cara e nós vamos dançar agora -disse Chris pegando na
mão da Rubi.
Ela rápido se soltou e ele fez uma cara de irritado.
- Não? A qual é, vem logo -Ele diz e tenta puxar ela mais uma vez.
Adam coloca a mão no peito de Chris e coloca Rubi atrás dele, ele sorri
irônico e balança a cabeça.
- Acho que ela não quer dançar com você -Ele diz e cruza os braços.
- Você por acaso é o pai dela? -Chris pergunta e Adam estreita os olhos.
- Chris, vamos embora elas estão acompanhadas -Will diz e puxa o braço
do irmão.
- Não quer vir com a gente? Vocês são três e eles são só dois, acho que
você está sobrando -Alex diz pra mim.
- Certeza? Podemos ser só eu e você está noite, acho que meus irmãos não
iriam se importar -Alex diz com um sorriso galanteador.
- Ele não falou com você -Chris diz apontando para Peter.
- Vamos lá, Emily! Vai ser divertido -Alex diz olhando para mim.
- Meu nome é Lisa e não Emily, agora, dá para vocês irem embora? -
pergunto já ficando sem paciência.
- Vão embora caso contrário vão ganhar um nariz quebrado -Peter diz
depois que encarou Dylan.
- Ele tem razão, por que não tomamos uns drinks? -Alex pergunta cruzando
os braços.
-Não sabia que galinha bebia álcool -Emy diz olhando para ele.
- SUA ESTÚPIDA! -Alex grita depois que ela deu uma joelhada nas bolas
dele.
- Vai xingar sua mãe seu canalha! -ela diz e depois dá um sorriso de lado.
-Sua imbecil você me paga -Alex diz e avança para cima de Emily.
- Vamos embora! Essas putas não valem a pena -Chris diz e os três viram
de costas.
Adam olha para nós três e aperta o maxilar, ele encara os irmãos que ainda
estavam perto e vai até Chris.
Adam se aproxima e toca no ombro dele.
- He-Man? -Adam pergunta.
- Na verdade...eu mudei.
Alex se vira assustado e Will ampara o irmão que está com o nariz
sangrando.
Peter vai até eles igual uma bala e Dylan sorri de lado.
- Vai se foder seu babaca -Chris fala e empurra Adam com força.
- Por que sempre que eu estou reunida com vocês esse tipo de coisa
acontece? -pergunto baixinho.
Nós três nos aproximamos e vejo Emily pegar uma garrafa que eu acho que
era de Jack Daniels e tacar na cabeça de Alex que cai no chão com as mãos
na mesma.
- Nessa boate não é tolerado brigas! -Ele diz e olha para todos nós.
- Marcos, não queríamos briga só... -Dylan diz, mas Alex o corta.
- Não queriam briga? Foi esse filha da puta aí que bateu no meu irmão a
troco de nada -ele diz apontando para Adam.
Adam trava o maxilar tentando ir para cima dele de novo, mas vejo dois
seguranças se aproximarem para segura-lo.
Ele aponta para gente e para os He-Man que estão cuspindo fogo.
Começamos a falar novamente.
- Vão embora agora! Ou terei que pedir para os seguranças fazerem isso -O
velho calvo diz.
- Não sei, a única vadia que eu estou vendo é ele -digo e o velho levanta
uma sobrancelha.
- Vocês três estão se achando muito só por serem as vadias dos irmãos
Venturelli e o famoso Ross -Ele diz e Dylan cruza os braços.
- Não grite com a minha noiva, Marcos -Dylan diz e pega na minha mão.
- Não as chame de vadias quando você vive traindo a sua esposa com uma -
Dylan olha em volta e acha uma mulher de cabelo escuro com um vestido
longo que está com a boca aberta.
- Jasmine! Aí está -Dylan sorri- Sinto muito você descobrir assim, mas seu
marido já transou com todas as funcionárias daqui e sem falar das
prostitutas que esse lugar recebe.
Jasmine olha para o marido com sangue nos olhos e ele está com uma
expressão de desespero no rosto.
- Você é linda, vá viver sua vida longe desse lixo humano -Dylan diz e olha
para Peter e Adam.
Adam pegou Rubi pela mão e Peter fez o mesmo com Emily, nós
estávamos de costas quando Peter se virou e disse.
- Ah! Mais uma coisa, acho melhor você procurar outro emprego porque
essa boate não será sua por muito tempo.
- Eles foram uns cretinos, mereciam umas palmadas -Adam diz sorrindo de
lado.
Ir para boate com esses 5 vai entrar na minha lista de coisas para pensar
duas vezes antes de fazer.
- O auge foi quando eles fizeram a proposta de sexo -Rubi diz e os três nos
encaram com uma sobrancelha levantada enquanto nós rimos.
- Nenhum pouco.
Fomos até a sala de estar para assistir alguma coisa e provavelmente dormir
15 minutos depois.
55° capítulo
Era uma espécie de galpão abandonado com janelas quebradas e um cheiro
forte que ocupava o lugar.
Minhas mãos estavam amarradas na cadeira assim como meus pés, tinham
hematomas no meu braço e eu podia sentir gosto de sangue na minha boca.
Olhei para cima avistado a pessoa na minha frente que simplesmente não
tinha rosto, era apenas um borrão branco com um sorriso amarelo que
vestia roupas masculinas.
- Eu quero ouvir você gritar -ele disse passando o canivete pela minha
bochecha.
Ele solta meu rosto e se afasta um pouco, um sorriso diabólico surge nos
seus lábios.
Vejo ele levantar a mão que continha o canivete e olhar para a minha outra
coxa, eu sei o que ele vai fazer.
- Não, não faça isso. Por favor! -comecei a me debater na cadeira, mas ele
agarrou meus cabelos e me fez encara-lo.
- Ele não vem te salvar Lisa, eu o matarei antes disso acontecer -ele diz e
tira o canivete da minha coxa.
- Não... -minha voz estava fraca e eu não conseguia mais sentir a minha
perna, apenas o ver o sangue escorrendo.
- Não se preocupe, Angel. Você está comigo agora.
Ele desceu as mãos para a calça jeans que eu usava e a tirou rapidamente.
Comecei a bater os braços na barra enquanto ele tirava a minha calcinha.
- Não, sai de cima de mim. Por favor não faz isso -começo a gritar
desesperada.
Olhei para o relógio e eram 4:00 da manhã, depois de assistir filmes com
Dylan nós subimos para o quarto para descansar.
- Beba.
Peguei o copo da sua mão e bebi todo líquido. Se passaram alguns minutos
e eu me sentia um pouco melhor.
Fazia meses que eu não tinha mais esses pesadelos com esse apelido dos
infernos, eu estava assustada.
Ele acena e me puxa colando nossos corpos, encostei a cabeça no seu peito
enquanto ele acariciava meus cabelos, me senti bem instantaneamente.
Balancei a cabeça e ele suspira, mas não insiste mais, pouso minha perna
em cima do seu quadril e sinto ele me apertar.
- Acho que você estava ouvindo coisas -ele diz em tom de brincadeira.
- Babaca.
Ele sorriu ainda mais e ficou de frente pra mim, nossos narizes se tocaram e
sua respiração estava em junção com a minha.
Ele podia me fazer esquecer tudo de ruim apenas com um simples beijo.
56° capítulo
Lisa
Nesse meio tempo Dylan me contou sobre a sua ação altruísta de construir
um lar para os órfãos, não falei que eu já sabia por que os brilhos nos seus
olhos quando ele me contou foi contagiante, preferi não falar nada.
Dylan me pediu para desenhar algumas partes da casa, mas eu não quis,
deixei a arquiteta trabalhar. Ela era bem simpática.
Em 4 meses o orfanato seria entregue para ele e poderíamos abrigar as
crianças, fiquei extremamente feliz com isso.
Meu relacionamento com Dylan está caminhando muito bem, maioria dos
dias eu durmo no seu apartamento por insistência dele, ainda discutimos
por coisas bestas e eu acho que o viciei em filmes e séries.
Encaro seus lindos olhos verdes com um sorriso de lado, hoje era Domingo
e estávamos no seu apartamento.
- Você é a única mulher que eu me relacionei que não tem frescura para
comer -diz.
Ele estava comendo uma fatia de torta que Benta deixou para nós.
- Comida é vida -aponto a colher na sua direção- As vezes até acho que
como por dois -sorri olhando pro sorvete.
- Você pensa em ter filhos? -ele pergunta levando um pedaço de torta até a
boca.
Desviei o olhar pensativa, era óbvio que eu queria ter filhos, mas acho que
o momento não seria esse.
- Eu penso sim.
- Sim, mas acho que esse não seria o momento, você não acha?
- Na verdade não, ter um filho meu na sua barriga seria a coisa mais
maravilhosa que Deus poderia me dar -ele diz e empurra o prato pra frente.
- Estou brincando -ele diz e passa a mão no cabelo- Menos na parte de não
medir esforços para engravidar você.
- Se você fizer isso eu arranho seu carro preferido -digo e ele para de sorrir.
- Eu nunca mais olharia para você -diz calmo.
- Talvez eu deva lhe ensinar a se comportar -diz olhando pra minha boca.
Meu corpo já implorava por ele e eu precisava que ele me tocasse mais.
Balancei a cabeça em concordância e ele encostou os lábios nos meus.
Fiquei sem entender quando ele me afastou, mas rápido um grito de susto
saiu dos meus lábios quando ele me coloca no seu ombro sem nenhuma
dificuldade.
Olhei ele se despir na minha frente tirando a calça moletom liberando seu
membro que apontava na minha direção.
Passei a língua nos lábios e me levantei, o fiz sentar na cama e ele tentou
me puxar para sentar no seu colo, mas não deixei.
- Espera -digo.
Vê-lo sentir prazer apenas por causa da minha boca foi uma das coisas mais
fodas que eu já vi.
Levei minha boca até onde pude já que não conseguia chegar até o final e o
masturbei ao mesmo tempo, acariciei seus testículos e ele quebrou o
contato visual quando gemeu jogando a cabeça para trás.
Sorri internamente me sentido vitoriosa por dar prazer ao meu homem, que
alguns minutos atrás tinha dito que queria um filho comigo, que queria uma
família. Eu jamais conseguirei amar outro homem como eu o amo esse
arrogante gostoso.
- Puta que pariu -ele diz quando eu o chupo com mais força.
Dylan tirou alguns fios de cabelo que estavam no meu rosto e agarrou meu
cabelo em um rabo de cavalo. Quando eu percebi que ele estava prestes a
gozar ele me afastou minimamente e gozou nos meus seios falando meu
nome.
- Você foi o primeiro homem que eu gostei de fazer isso -abraço seu
quadril.
- Tristan? Não foi agradável, ele quase arranca meu cabelo pressionado
minha cabeça, sem falar nas coisas broxantes que ele dizia pra mim -digo a
verdade.
- Acho que eu preciso estar dentro de você agora -ele diz e eu pressiono
meu corpo no dele.
Um gemido traidor saiu dos meus lábios e vi ele sorrir do tal ato, ele
caminhou até o banheiro, mas é claro que ele teve que tentar novamente.
- NÃO.
(...)
Ele sorriu genuíno e deu play. Logo o rosto de Adam Sandler apareceu e
alguns minutos depois Jennifer Aniston ocupou a tela.
O filme que ele tinha colocado era esposa de mentirinha e era um ótimo
filme de comédia.
- Caralho! Acho que vou me mudar para o seu prédio, só tem mulher bonita
aqui.
- Cara, você precisa aprender a bater -Dylan diz dando pausa no filme.
Agora que eu percebi que ele tinha uma espécie de documento na mão
direita, bem na primeira folha está escrito Technology Designer e algumas
letras miúdas.
- Eu adoro ver meu irmão assim -ele joga uma pipoca pra cima que cai
diretamente na sua boca- Feliz.
Dylan e eu sorrimos um para o outro e eu sabia que ele me fazia muito feliz
também, em apenas alguns meses de relacionamento ele me fez a mulher
mais feliz do mundo e a mais brava também, equilíbrio.
- Óbvio, maninho. Ele me disse que está tudo de acordo, sem bulas, sem
entrelinhas surpresas e nada dessas coisas, o contrato está limpo -Adam diz.
Dylan concorda e pega uma caneta que tem na mesinha ao lado do sofá
colocando na mesa de centro e assina aqueles milhões de papéis.
- Vocês não deveriam assinar isso com todos presentes, tipo uma mini
reunião? -pergunto.
- Ela disse que não poderia fazer essa reunião por agora -Adam diz jogando
outra pipoca na boca- Mas precisa da fusão o quanto antes.
Rapidamente me lembrei que Rubi havia me dito a alguns dias atrás que ela
iria ao Brasil ver a mãe que estava doente e não sabia quando iria voltar.
- Sim -respondo.
- O que? -Dylan pergunta e ele faz um sinal com o dedo para ele esperar.
Peter, Adam e Dylan que foram pegar ele no aeroporto, Nate tinha ficado
na casa de Adam por um tempo até que ele conseguisse um apartamento
próprio.
- Vejo vocês depois -ele atende o celular que estava tocando- Oi meu amor.
Adam diz com uma voz manhosa e debochada ao mesmo tempo, olhei pra
Dylan que apenas revirou os olhos dizendo:
"É o Peter"
Adam saiu porta a fora e nossa deixou sozinhos novamente para assistir o
nosso filme.
- Vamos logo!
Dylan ficou uns 45 minutos apenas para escolher o terno que eu sei que vai
ser o mesmo de sempre: Preto.
- Escolha a preta que tem alguns detalhes cinzas, ela é bem bonita! -gritei
de volta, mas ele não responde.
Fui até o espelho ver se minha roupa estava suja ou amarrotada, mas ela
estava boa.
Eu vestia uma saia social com uma blusa branca de renda, por cima um
blazer com alguns botões dourados na frente e por último um salto preto.
Meus cabelos estavam soltos e tinha uma leve maquiagem no rosto, peguei
uns papéis em cima do criado mudo e vi que estava faltando um em
específico.
Perguntei conferindo mais uma vez toda a papelada na minha mão, mas não
estava.
Saí do quarto e fui até o escritório a procura do papel, abri a enorme porta e
entrei olhando diretamente para a mesa dele.
Tinha alguns papéis, mas nada do qual eu realmente queria.
Fiquei procurando e de relance vi o contrato embaixo de um porta lápis,
Dylan provavelmente estava lendo ontem a noite.
Peguei o mesmo e dei uma organizada naquela mesa que estava uma
bagunça, coloquei todos perto do porta lápis e de longe eu vi uma espécie
de envelope extremamente lacrado.
"Campbell".
E adivinha? Ele estava com o terno preto e a gravata que eu havia sugerido,
os cabelos bagunçados como sempre e o cheiro dele por todo lugar.
- Bom, provavelmente você estaria ferrado com tanta bagunça, sem falar no
seu esquecimento que está acontecendo bastante acho que já é a idade né?
e...
- Está bom já entendi, vamos embora -Dylan pega na minha mão e saímos
do apartamento.
Encontramos Bryant que nos levou até o tal clube que ficava 45 minutos de
onde estávamos. Quando chegamos fomos recepcionados por duas
mulheres muito elegantes e bem bonitas.
Entramos na sala de reunião e Dylan falou com todos como se os
conhecesse a anos, eles pareciam ter gostado da atitude dele... pareciam até
mais confortáveis.
A reunião começou e eu prestei atenção em tudo o que acontecia, fiz
algumas anotações caso Dylan precisasse depois e assim foi até duas horas
depois quando a reunião chegou ao fim e eles assinaram o contrato.
Eles sorriam e davam tapinhas nas costas dele falando alguma coisa que eu
não consegui entender. Acho que eles estavam ensinando Dylan a falar
"Negócio fechado" em japonês, não pude conter um sorriso.
Saí da sala já que a reunião já tinha acabado e Dylan apenas me olhou com
um olhar interrogativo, falei que precisa ir ao banheiro sem falar nada
apenas mexer os lábios.
Ele concordou e foi puxado para um abraço por um olhinho fechado, eles
eram fofos.
Era um homem com cabelos claros e olhos pretos, sua altura deveria ser no
máximo 1,80 e sua expressão era de alguém sério. Quando ele me viu seus
lábios fizeram fricção um no outro e rapidamente me deu a impressão de
que ele me conhecia.
Ele pareceu se repreender por alguns instantes, mas logo assumiu sua
postura séria mais uma vez.
Ele parecia querer fugir como o Diabo foge da cruz, isso é muito estranho.
- Certo, eu preciso ir. Me desculpe mais uma vez -digo e ele apenas acena.
Saio da sua frente e caminho na direção oposta, me permito olhar para trás
e ele estava me encarando com o cenho franzido, quem diabos é esse
homem?
Caminho até a sala e todos os japoneses tinham ido embora, a não ser por
um que estava conversando com Dylan atentamente.
- Claro -digo.
Saímos da sala e Dylan coloca a mão nas minhas costas, caminhamos até o
carro onde Bryant estava.
Enzo olhou pra Dylan e os dois acenaram um para outro como se tivesse
acabado de fazer negócio. Dylan me encarou e sorriu terno.
Ele sorriu.
Bryant arrancou com o carro indo até o Starbucks mais perto, eu apoiei a
cabeça no ombro de Dylan enquanto ele entrelaçou nossas mãos.
58° capítulo
Lisa
Esse seria o seu primeiro evento com junção das empresas, ela estava
ansiosa.
Emily estava a caminho daqui ela só não veio antes por que seu carro deu
problema mais um vez, mas ela já conseguiu resolver
Rubi estava com uma calça Jeans e uma camiseta branca com uma
sapatilha da cor azul escura que parecia até preto.
- Na verdade eu não sei -franzo o cenho- Ela me diz que está tudo bem mas
eu não acredito nela.
- Acho que sim, quando meu tio me ligou dizendo que ela estava no
hospital eu rápido tratei de ir até ela. Quando cheguei ela estava bastante
abatida, mas com um sorriso.
- Mandou, ela disse que estava bem e que meu tio não precisava ter ligado -
ela bufa- Ela tecnicamente me expulsou do hospital, mas não quero falar
sobre isso.
Cortei o papo atendendo seu pedido e andamos por todo shopping, avistei
um vestido extremamente lindo.
- Rubi! -a chamo.
- Oi -ela parou de morder os churros e seguiu o meu olhar.
Ela pegou na minha mão me puxando para a loja, quando entrei meus olhos
foram direto nele.
Ela aponta.
O coloquei no meu corpo e minha boca abriu, ele ficou muito bom em
mim. Minhas curvas estavam acentuadas no limite certo, na lateral da
minha coxa esquerda havia uma fenda que deixava minha perna a mostra,
ele parecia ser de seda com uma cor meio rosa e bege, era diferente de
todos os vestidos que Rubi e eu vimos hoje.
Um pouco abaixo dos meus seios ele fazia um entrelaçado que puxava
formando um x nas minhas costas fazendo com que não ficassem
completamente nuas, mas a abertura chegava até o meu bumbum e no lado
do meu tronco era aberto dando um ar mais sensual.
Acho que fiquei uns 10 minutos no provador somente olhando pra ele e
girando como se eu estivesse em um filme da Disney.
Fui até a Rubi que não estava, mas o rosto de Emily apareceu no meu
campo de visão, ela mexia no celular freneticamente e segurava uma
pequena bolsa.
- Ei -a chamo, mas ela não me olha.
Ela usava um vestido preto com algumas partes brilhantes, não tinha alças
o que dava mais volume aos seus seios, ele também tinha uma fenda, mas
não era na parte da coxa e sim na parte da frente, era muito bonito e sexy.
- Você também, porra como a gente não viu esse vestido antes? -pergunto e
Emy dá de ombros.
Dylan me deu um cartão preto dizendo que era sem limites e unicamente
para mim, na hora eu não quis aceitar e até rolou uma discussão, mas no
final ele me fez aceitar.
- Fast food? -Emy pergunta quando saímos da loja com os nossos vestidos.
- Eu acho que engordei uns 5 quilos só comendo essas porcarias -Emy diz
colocando uma batata na boca.
- Você é uma puta sortuda que come e não engorda -Rubi diz mordendo
seu hambúrguer.
Rubi e Emy pararam na hora para me encarar, Rubi parou com uma
batatinha no ar e Emy bebendo o refrigerante.
- Acho que você está ouvindo coisas -repito o que ele me disse uma vez.
Ouvi uma risada gostosa do outro lado da linha e acho que eu ouvi uma
porta ser fechada, parecia ser de carro.
- Eu escuto muito bem, Lisa. Seus gemidos são o que eu mais gosto de
ouvir -ele diz e eu arregalo os olhos.
Olhei para Emy e Rubi que me encaravam, mas graças a Deus não podiam
escutar o que ele falava.
- Quando você está embaixo de mim gemendo meu nome -ouvi uma risada
baixa- Nunca escutei coisa melhor.
Engoli em seco.
- Certo até daqui a pouco...amor -ele diz rindo e eu reviro os olhos da sua
provocação.
- Vai me provocando, Venturelli. Bora ver quem sabe provocar mais -digo
e escuto a linha ficar muda, mas posso ouvir sua respiração.
Coloquei a mão na boca para abafar o que ia dizer e me virei para o outro
lado.
- Meu vestido tem uma abertura na perna esquerda dando a uma bela visão
das minhas pernas, já até imaginei seus dedos percorrendo por elas indo até
a lingerie branca que eu estou pensando em usar hoje -escuto ele respirar
fundo.
- Você é má.
- Não! -aviso.
- Te aconselho a não usar nada -Emy diz e eu dou um tapa de leve no seu
braço.
- Meu Deus, Emy! -Rubi diz e me encara- Usa a calcinha branca mais fina
assim ele pode rasgar sem problemas.
Ela diz e Emy começa a rir, porra eu pensei que ela ia falar outra coisa.
- Isso! Ótima ideia -Emy diz apontando para ela que pisca.
- O que? Nem estamos falando mais da cor da sua calcinha -Rubi diz
comendo uma batata.
E eu vou mesmo!
59° capítulo
Lisa
Já eram 18:30 quando saímos do shopping, depois que nós três comemos
fomos andar um pouco e jogar conversa fora.
Ela entrou no seu Audi prata e sumiu da nossa visão, Emy e eu andamos
até o seu carro com ela dizendo que ia fazer uma maquiagem fodastica em
mim.
- Vai logo! A maquiagem demora -ela diz jogando a toalha na minha cara.
Emy saiu do banheiro e me deixou sozinha para tomar banho, não molhei
meu cabelo e apenas o prendi em um rabo de cavalo.
Fiz minha higiene usando produtos que deixariam minha pele hidratada e
bonita, saio do banheiro que estava coberto de vapor quente, me enxuguei e
fui para o meu quarto.
- Brooks! -a chamo.
Emy aparece com uma maleta maior que o meu criado mudo e a coloca no
chão.
Ela bate a mão uma na outra e sorri.
- Vamos começar.
(...)
Já tinha se passado uma hora e meia e ela ainda estava finalizando a porra
da maquiagem. Nós demoramos mais porque eu não parava de mexer, já
perdi as contas de quantas vezes ela disse que ia me bater.
- Eu fico com medo de você enfiar essa porra no meu olho -digo e ela bufa.
- Falta só o batom -ela diz olhando pra uma bolsa que continha os mais
variados batons.
- Bom...como seu vestido é uma cor mais suave e seus olhos já estão
bastantes carregados acho que se você jogasse um batom forte iria ficar
meio que nada haver com tudo isso aí -ela diz apontando para mim.
Emy pegou um batom claro quase que nude e passou em mim sem
problemas.
Emily tem vários talentos e um deles é que a filha da mãe fala francês
fluentemente.
- Você sabe que eu não entendo quando você fala essas coisas -digo
revirando os olhos.
Ela riu e guardou as coisas dela tudo de volta na maleta e me ajudou a pôr o
vestido e os sapatos.
- Já sei!
- Às 20:00 -digo.
Olho pro meu celular e são 20:00 em ponto, sempre no horário certo.
Passei pela sala e Emy estava no seu quarto, abri a porta e tive que me
segurar na mesma para não avançar no meu namorado.
Dylan estava de smoking e puta que pariu! Ele estava fodidamente gostoso,
Deus! É até pecado alguém andar assim na terra.
O colete preto no seu tronco definido só fazia jus a tudo de bom que tem ali
embaixo, a sua gravata borboleta de seda perfeitamente alinhada no centro,
ele estava uma tentação.
Dylan passou os olhos no meu vestido com aquele olhar que deixava minha
pele queimando e eu não estava diferente já que eu também o encarava
como uma felina prestes a dar o bote.
Foda?
Ele tira uma pequena caixa de dentro do paletó e me entrega. Abri a mesma
e vi um colar e brinco de brilhantes.
Ando até o meu quarto e sinto o olhar dele queimando na minha bunda,
sorrio internamente e pegou uma bolsa de mão da cor creme e coloco os
brincos que ele me deu voltando para a sala.
Ele abriu a porta para eu entrar dando a volta logo em seguida, deu partida
e fomos em direção a grande mansão onde seria a festa.
Olho para o outro lado e vejo Dylan entregando a chave para outro homem
de colete vermelho.
Dylan apertou minha cintura e bufou, olhei para ele e levantei meu queixo
na sua direção pedindo um simples selinho antes de entramos, ele se
inclinou e me beijou com carinho.
Um deles passou por nós e eu peguei uma taça de espumante levando até a
boca.
"Não quero bater nos meus futuros sócios por olhar você de forma
maliciosa"
Senti uma mão tocar o meu ombro e me virei, era uma mulher de mais ou
menos uns 25 anos e usava um vestido verde com um decote um tanto
exagerado já que seus peitos quase batiam na minha cara.
- Olá -ela sorriu de um jeito mais falso do que esse silicone que tem no seu
peito.
- Oi -digo séria.
- Me chamo Alice, sou a noiva de Carlos Drummond -ela diz isso como se
fosse um currículo.
- Sou Lisa Morris -digo e ela levanta uma sobrancelha.
- Fútil que nem você? -Rubi apareceu do meu lado e sorriu para mim.
- Não vou nem dizer qual laia é a sua por que querida Alice, laia mais baixa
que a sua não tem -Rubi diz sorrindo.
Ele sorriu galanteador para ela que sorriu pequeno um pouco relutante
dizendo um "claro"
- Srta. Mendoza foi anunciado a alguns dias atrás que sua empresa de
designer fará uma fusão com uma empresa de tecnologia, um pouco
incomum você não acha? -ele pergunta olhando para ela atentamente.
- Creio que seu pensamento é diferente do meu meu Sr. Muniz, não acho
incomum duas empresas quererem juntar forças e se tornarem uma só, a
Technology Designer foi benéfico para ambas as partes e lhe garanto que
projetos inovadores estarão por vir.
Rubi diz isso de um jeito tão hipnotizante que o homem a nossa frente
estava atônito olhando fixamente para ela, ele parecia um tanto curioso.
- Qual será o seu cargo na empresa? -pergunta olhando para os seus lábios.
- Terá bastante contato com os chefões já que todo trabalho que você fizer
terá que passar por um deles -ela acena- Quem trabalhará com você em
relação a isso, Srta. Mendoza? -ele pergunta olhando dentro dos olhos dela.
- Eu irei, Fernando.
Adam chega na hora vestido por um smoking bem definido no seu corpo e
me dá um abraço apertado e logo depois aperta a mão de Rubi como se
fosse um homem.
- Ideias quais você não viu ainda, Sr. Venturelli -ela diz olhando pra ele-
Não tem como saber se são ótimas.
Ela diz na mais calma possível e vejo Adam trincar o maxilar antes de dar
um sorriso de lado.
- Bom...eu voltarei depois com mais perguntas -Fernando diz mas os dois
não param de se encarar.
- Eu já estou indo então -digo para o vento- Você vem comigo Rubi? -ainda
se encaravam- É, acho que não.
Saí de perto daqueles dois e fui em direção a Dylan que agarrou minha
cintura assim que me aproximei.
Eu andei tanto em círculos que eu acho que tem algumas pegadas minhas
coladas no chão.
As bebidas e comidas estão ótimas, mas tem alguma coisa que está me
incomodando, era como se eu estivesse sendo observada a cada maldito
segundo.
- Se você quiser ir embora nós vamos agora mesmo -ele beija minha
bochecha- E eu posso fazer uma massagem em você.
Fui em direção as escadas e levantei um pouco meu vestido para poder ver
onde eu estava pisando, andei até o final de um grande corredor e entrei na
última porta.
O banheiro era branco e enorme, tudo era muito luxuoso e fino, o papel
higiênico parecia ser de seda e a banheira era quase do tamanho de um
carro.
Fiz xixi sossegada e me limpei, fui até a pia e lavei minhas mãos com um
sabonete extremamente cheiroso, ajeito meu vestido e escuto passos do
lado de fora.
A pessoa do outro lado bateu na porta e eu disse que estava ocupado, mas
ela continuou batendo mas dessa vez mais forte.
Eu a abri e levantei meu olhar para pessoa que estava na minha frente.
- Olá Angel.
5 anos atrás
- Lisa! Você está bem? -Emily estava ao meu lado e Jon do outro.
- Ainda não entendo o porquê, sexta feira é o dia da bagaçada -Jon diz
entrelaçando o braço no meu.
- Não pra mim -digo.
Por um lado, eu me sentia ótima por sair de lá mas outra parte minha ficava
com o coração na mão por deixar Elisa sozinha.
Abri a porta esbranquiçada e fui até o meu quarto largando meus cadernos
lá mesmo e fui até Elisa que estava no quarto.
Nós recorremos ajuda e descobri que a doença não estava tão avançada,
mas se não fizéssemos a quimioterapia logo ela poderia ser agravar e Elisa
poderia morrer.
Me desesperei no mesmo instante, Elisa era a única coisa que eu tinha mais
perto de uma mãe, eu não aguentaria perde-la também.
- Vou tomar um banho, eu volto para dar um beijo de boa noite -digo e
beijo sua mão.
Fiz minha higiene e fiz o mesmo ritual de toda sexta feira, me depilei e
passei o sabonete que cheirava a coco.
Coloquei o baby doll rosa de seda ficando completamente nua por baixo.
Naquele mesmo dia ele foi ao meu quarto no meio da noite e disse que iria
pagar o tratamento dela, eu fiquei muito aliviada, mas era óbvio que ele
precisava de algo em troca, algo não, ele precisava de alguém.
Eu chorei tanto naquele dia que fiquei o dia todo trancada no quarto sem
comer absolutamente nada.
Eu tentei ignorar e dizia para mim mesma que ele não podia estar falando
sério, como uma pessoa poderia ser tão fria a ponto de deixar a esposa
morrer? Bom...Bob Davis era.
Mas era como se seu plano estivesse todo arquitetado e a doença de Elisa
só foi um ponta pé inicial para ele conseguir o que queria.
Elisa passou mal em uma noite com uma febre muito alta e sagrando sem
parar, eu sabia que o estágio dela estava avançando, eu corria desesperada
pela casa procurando por algum dinheiro para que eu chamasse um táxi
para irmos ao hospital e a única coisa que Bob fazia era beber cerveja da
boca da garrafa enquanto assistia um jogo de futebol qualquer.
Eu implorei para ele que a levasse no hospital, mas a única coisa que ele
disse foi:
"Elisa terá o melhor tratamento que eu puder pagar, ela ficará bem de
novo, mas eu já disse que quero você em troca, por um ano, nada além
disso"
"Você vai mesmo deixar ela morrer? Pensei que você tivesse coração,
Angel"
Nessa hora eu a ouvi gritar de dor e comecei a chorar mais uma vez, ela iria
morrer e eu não podia fazer nada, fechei os olhos e só pedia ajuda a Deus
para ele me dar forças enquanto eu tivesse que passar por tudo que estava
por vir.
"Tudo bem Bob, mas por favor! Não a deixe morrer, não a deixe morrer"
Ele deu o sorriso mais diabólico que eu já vi em toda a minha vida e puxou
meu cabelo me fazendo encara-lo e me beijou, na mesma hora senti repulsa
e um gosto de cerveja barata, ele mordeu meu lábio com tanta força que ele
sangrava.
"Garota esperta, escute bem Lisa, irei falar só uma vez. Você irá me
satisfazer todos os dias, toda madrugada eu irei ao seu quarto e quero
você depilada, com aquele pijaminha de seda que deixa sua bunda linda -
ele cheira meu pescoço- Quero você com cheiro de coco e sem
absolutamente nada por baixo, você entendeu?
Não respondi apenas concordei e ele me empurrou para trás com força e
subiu as escadas indo até o seu quarto pegar a mulher que já estava ficando
inconsciente, ele a pegou no colo e a levou para o carro indo ao hospital.
Ele não me deixou ir porque me queria em casa quando ele voltasse, e ali
eu soube que o meu verdadeiro inferno tinha começado.
Eu já tentei escapar tantas vezes, mas as ameaças de morte que Bob faz
contra Elisa, Emily e Jon não me permitem fazer isso por que eu sei que ele
os mataria sem hesitar, Ele é completamente louco e compulsivo.
Fui pro meu quarto novamente e Bob ainda não tinha chegado e já eram
21:00 da noite, me deitei na cama tentando descansar um pouco e senti
meus olhos pesarem e acabei dormindo.
Bob fazia sexo comigo quase todos os dias, mas a sexta feira em especial
era a pior de todas por que não era ele que transava comigo e sim seu
amigo Simon.
Ele me dividia com ele apenas nas sextas feiras, eu apanhei tanto no dia em
que ele me disse que seu amigo também iria transar comigo por que eu
neguei de cara. Mas bob só me batia onde minha pele não ficava a mostra.
- Sente-se na cama e abra as pernas, ele já está chegando e quer ver você
assim quando passar por essa porta -Bob diz e sai do quarto.
Me perguntei por vários meses se Bob deve algo a Simon e ele paga
oferecendo uma jovem de 17 anos como sexo fixo, mas eu concluir que
não, os dois só são completamente doentes.
Fiz o que ele disse e esperei por aquele desgraçado que não demorou muito
a entrar no meu quarto com um sorriso de orelha a orelha.
Durante aquele ano inteiro a minha vida foi um completo inferno graças a
Bob Davis.
Atualmente
- Como você...
- Está vivo? -ele me empurrou para dentro do banheiro com tanta força que
me fez cair no chão e fechou a porta, mas não a trancou.
Me arrastei para longe dele até o box do banheiro tocando as costas naquele
vidro frio.
- Não...isso não é real, ele está morto -eu dizia com os olhos fechados.
- Me solta seu filho da puta! -gritei antes dele me levantar e tapar minha
boca.
- Calada sua vadia! -ele me virou fazendo minhas costas ficarem no seu
peito enquanto sua mão ainda estava na minha boca.
- Percebi que você se divertiu bastante enquanto eu estava fora -ele cheirou
meu cabelo- Dylan Venturelli...quem diria.
- Bravinha, do jeito que eu me lembro -ele diz descendo a boca até o meu
pescoço.
Mordi um dos seus dedos e ele me soltou dando um gemido de dor, corri
até a porta, mas ele conseguiu me alcançar.
- Você não mudou nada a não ser pelo seu corpo que está bem melhor do
que antes.
Bob dizia enquanto eu tentava me soltar dos seus braços, ele me levou até o
espelho que tinha no banheiro e me prendeu com força fazendo eu gemer
de dor.
- Depois que Elisa morreu eu procurei por você sua estúpida, mas você já
estava na faculdade prestes a completar 18 anos, eu fiquei muito irritado
por não conseguir mais a sua guarda, Angel.
Ele passa a outra mão no meu cabelo e lágrimas de ódio começam a cair do
meu rosto enquanto eu tentava arquitetar um plano pra sair dali, todas as
pessoas estavam lá em baixo então era óbvio que ninguém iria me escutar.
- Você conseguiu o que você queria por 1 ano inteiro, você me estuprou
junto com aquele seu amigo filha da puta que agora está morto, você
deveria ter seguido os passos dele e morrer também -digo e seus olhos
estão fervendo de ódio.
Bob empurra o seu corpo contra o meu me fazendo sentir sua ereção,
automaticamente tentei me desviar dela, mas ele me prendeu mais forte.
Dito isso sua boca avança para a minha e ele começa a me beijar
violentamente, aproveito o momento de distração e dou uma joelhada com
toda minha força no meio das suas pernas.
- Quem fez isso com você? -ele perguntou olhando para o meu pescoço.
- Me tira daqui eu não quero ficar mais um segundo nesse lugar -eu puxava
seu braço.
Eu estava muito assustada por esse demônio ter voltado, Bob deveria estar
morto e bem longe de mim. Eu pensava que ele tinha morrido naquele
incêndio, obviamente eu estava errada.
- No início do ano eu fui para a casa dela, Elisa era casada com um homem
chamado Bob e tudo estava indo bem, mas no segundo mês que eu estava
morando com eles, Elisa descobriu que estava com leucemia e
precisávamos iniciar o tratamento da quimioterapia -desviei o olhar.
- Bob não quis pagar o tratamento mesmo ela sendo sua própria esposa, ela
ficou muito mal com isso porque ela sabia que se não começasse logo ela
poderia morrer -uma lágrima descia do meu rosto e Dylan estava sem
expressão.
- No dia que ele havia dito que não ia pagar nada ele foi até o meu quarto
no meio da noite para dizer que tinha mudado de ideia e que a ajudaria,
mas...
Eu não conseguia olhar para ele, mas eu sabia que ele estava espumando de
raiva e os punhos fechados confirmavam isso.
- Ele queria que eu fizesse sexo com ele em troca de salvar a vida de Elisa -
digo e ele abre os olhos.
- Ele tirou sua virgindade? Por isso você não quis falar disso comigo -ele
diz e eu concordo.
- Na primeira noite ele me estuprou e me fez ameaças que eu sabia que iria
cumprir mas eu recuei não aceitando sua condição, eu iria tentar arrumar
dinheiro com alguém ou arranjar um trabalho, mas uma noite Elisa passou
muito mal e ele se recusou a leva-la no hospital, eu estava desesperada
tentando salvar a vida dela então ele se aproveitou da oportunidade para me
manipular e conseguir o que queria, alguns meses depois ele me ofereceu a
um amigo que também passou a me estuprar, eu me recusei mas Bob me
ameaçou e machucou Elisa de todas as formas enquanto eu assistia tudo.
- Filha da puta, eu vou matar esse cara, qual era o nome do amigo? -ele
sussurra baixo.
- Era Simon, mas ele já está morto -digo e ele passa a mão no cabelo.
- Dylan, eu juro que eu não queria, mas Elisa era a única pessoa que eu
tinha para me ajudar, eu a amava muito, em nenhum momento eu
concordei por espontânea vontade de fazer sexo com ele...eu...só
- O que você está falando? Lisa, você não tem que se explicar esse cara é
um doente e um cara completamente fudido por ter tocado em você -ele diz
me puxando para os seus braços e me abraça forte.
- Eu te amo você sabe disso, esse cara vai pagar pelo que ele fez com você,
cada míseros segundos que ele te tocou ou te ameaçou, ele vai pagar.
- Eu só não quero ele perto de mim, Dylan. Com esse cara por aí eu jamais
vou ter paz novamente -digo colocando a mão no seu braço.
- 3 dias depois que eu fui para faculdade Bob deu um surto por não me ter
mais lá para satisfaze-lo, eu não sei direito o que aconteceu porque eu já
não estava mais lá, mas eu soube que a casa foi incendiada por um
acidente, Elisa e ele morreram queimados e Simon também estava na hora
e realmente faleceu com as intensas queimaduras de 3° grau.
- Mas...
- Exatamente, ele está vivo quando deveria estar morto, isso só pode
significar que ele matou Elisa cumprindo o que tanto me ameaçava. Ela
está morta agora e é tudo culpo minha -digo de cabeça baixa.
- Não é culpa sua, a culpa é dele que abusou de você por todo aquele
tempo.
- Você não sabe o que realmente aconteceu então não se culpe antes de
saber. Ela sabia que Bob estuprava você?
- Não, mas no dia que eu fui embora ela me encorajou a ir e disse uma
coisa estranha -digo pensativa.
- Ela me disse que agora ia ficar tudo bem e que era para eu ir sem olhar
para trás por que finalmente eu iria ser feliz e todos que tinham me feito
sofrer iriam pagar.
- Não sei com certeza e acho que nunca vou saber -sorri sem um pingo de
humor.
O peguei vendo que ele não estava mais lacrado, mas estava fechado.
Idade: 22 anos
Pais foram mortos quando ela tinha 17 anos ficando legalmente na guarda
de Elisa Davis, um acordo judicial onde a mesma teria de ficar com a
guardiã até seus 18 anos.
Ouvi passos se aproximando e logo depois levantei o olhar para Dylan que
guardava o celular no bolso.
- Lisa...
- Eu fiz isso no dia daquele jantar que fiz pra você aqui, liguei para o meu
detetive particular Enzo Avellar e pedi informações pessoais sobre você -o
encaro um pouco magoada.
Enzo?
Era por isso que ele me conhecia, porque ele mesmo soube todos os
detalhes da minha vida.
- Deus.
- Ele me entregou esse envelope dois dias depois do nosso jantar, eu entrei
em uma batalha interna de abri-lo e descobrir ou esperar você confiar em
mim suficiente para me contar o que tanto te incomodava.
- Para de mentir! Estava aberto o que indica que você leu -apontei
- Eu sei que está aberto -ele se aproxima- O envelope está aberto, mas eu
não o li, eu decidi não fazer isso e esperar por você, esperar você confiar
em mim para me contar.
- Eu preciso dormir.
Eu sei que deveríamos conversar sobre isso, mas eu estou tão exausta
mentalmente que eu prefiro conversar sobre isso outra hora.
Me virei para subir e tentar dormir para conversarmos com a cabeça mais
fria, mas sua mão no meu braço me impediu.
Ele está chorando com medo de me perder e eu estou com medo de que
isso realmente aconteça.
Bob me achou e não vai parar até me matar, eu sinto isso. Eu sinto que
estamos todos em perigo.
62° capítulo
Lisa
Eu o encarava chateada, mas querendo ele perto de mim, isso era realmente
uma batalha interna.
Um lado meu queria mandá-lo para o inferno por ter feito isso, mas o outro
lado queria o abraçar e pedir para que ele não me soltasse. Era isso que
significava amar Dylan Venturelli.
- Eu não vou me afastar de você eu só não entendo por que você fez isso,
Dylan. Não tinha necessidade -digo limpando as lágrimas que desciam do
meu rosto- Eu contaria a coisa que mais me fez mal quando eu me sentisse
pronta.
- Me desculpe.
Ele colocou a testa na minha e eu coloquei uma mão no seu braço, acho
que ficamos alguns segundos naquela posição, estávamos ofegantes mesmo
sem ter feito nada.
Respirei fundo.
- Tudo bem, deixarei você sozinha -ele diz e beija minha testa.
Levantei um pouco meu vestido e andei para subi as escadas sem olhar para
trás, fui para o quarto e me livrei daquelas peças de roupa que pareciam
pesar mais de 80kg. Eu estava exausta.
Pensei em meus pais por longos minutos até que eu conseguir pegar no
sono.
(...)
- NÃO!
Peguei a jarra de água que estava no criado mudo e enchi o copo bebendo
todo o liquido.
Olhei para o lado e a cama estava vazia e rapidamente me senti vazia
também.
- Ai merda! -quase eu caio para trás, mas ele segurou meu braço rindo.
- Era você que estava me vendo dormir -ele diz sorrindo e solta meu braço.
- Não, está faltando algo para eu conseguir dormir -ele diz e coloca o braço
atrás da cabeça.
- Hum.
- Minha oferta ainda está de pé caso você queira se deitar aqui -ele diz.
Me deito com ele e ficamos estilo conchinha, mas ele não me tocava,
ofereci um pouco do meu lençol e ele aceitou de bom grado.
- Você que está distante demais, assim o lençol não consegue cobrir nós
dois.
Logicamente ele estava certo, mas eu sei o que ele está tentando fazer.
- Humm não estou satisfeito -ele diz e puxa minha cintura com força
fazendo meu corpo colar no seu.
- Dylan...
Filha da puta!
- Lisa!
- Você está acordando quem estava dormindo -ele diz irritado e eu sorrio.
Fecho os olhos e ele bufa, sua mão estava na minha cintura e seu corpo
colado no meu, ficamos vários minutos em silêncio, mas eu sabia que ele
não estava dormindo.
Ficamos nos encarando por alguns segundos, eu podia ver seu peito subir e
descer e sua respiração chegar até a minha boca me deixando louco para
beija-lo.
Ele se aproximou um pouco relutante, mas por fim me beijou, sua língua
invadiu minha boca explorando cada centímetro dela e suas mãos fortes me
apertaram contra ele.
Minhas mãos foram para o seu cabelo, mas ele as tirou de lá e parou de me
beijar, o encarei com o cenho franzido.
- Vamos dormir, você ainda está muito abalada com tudo isso.
Ele riu alto e eu revirei os olhos, me virei de costas mais uma vez eu me
aninhei no seu corpo me sentindo segura e protegida.
- Hummm.
- E daí que você tem que atender, gênio -jogo uma almofada nele.
- Claro, acho que os convidados vão adorar me ver com uma blusa social
quase transparente e uma calcinha minúscula por baixo -começo a andar
em direção a porta.
- Nem fodendo, porta e eu, você e roupa. Te vejo lá em cima -ele diz e eu
sorrio de lado.
Subo a escada enquanto ele abre a porta, entrei no quarto dele tirando as
roupas indo direto para o chuveiro.
Já que não iríamos trabalhar hoje porque era domingo, eu irei vestir algo
mais confortável. Coloquei uma bermuda moletom, um suéter preto e fiz
um rabo de cavalo.
Como Dylan não subiu suponho que ainda esteja com a visita, desci as
escadas e ouvi mais de 5 vozes.
- Mas que...
- Seguranças? -pergunto.
- Sim, aqueles que vão proteger sua integridade física e moral e...
- Nome do que?
- Da droga que você está fumando? Como eu vou andar por aí com 7 caras
atrás de mim?
Ele revirou os olhos e cruzou os braços, eu lutei pra não olhar pra sua
barriga trincada, mas não consegui evitar, senti algo formigar em mim.
Não precisa ser tão gostoso desse jeito.
- Não mude de assunto! Eu não posso ter 7 caras me vigiando o dia todo.
Tudo bem, talvez ter seguranças perto de mim enquanto Bob está por aí
não seria má ideia, mas 7? Chamaria atenção demais e do mesmo jeito que
pode ajudar pode não favorecer tanto quanto ele pensa.
- Baby, você nem vai perceber que eles estão lá -ele diz mexendo no nariz.
Cruzei os braços.
- Eu acho que...
- 7 -manteve-se firme.
- Não gostei de negociar com você -ele diz indo na direção da cozinha para
dispensar os outros MIB.
Eles eram gêmeos idênticos e apenas acenaram para mim, já estou vendo
que vou me confundir toda.
Fiz algumas panquecas jogando mel por cima e fiz os bolinhos que Dylan é
viciado, alguns minutos depois os três saíram indo até a porta.
- Para que?
- Ele me disse que tem alguns papéis sobre as pessoas que ficaram com a
sua guarda.
- Eu não aceitei.
- Aceite -digo e ele me olha surpreso- Talvez ele tenha descoberto algo
sobre Bob ou sobre a noite daquele incêndio.
- NÃO.
- Eu só estou...
- Frustrada?
- Óbvio que não -mordo o lábio inferior quando ele passa a mão no cabelo.
Só por que eu estou sentindo meu corpo pegar fogo apenas porque ele está
do meu lado ou sentindo um leve incomodo na minha intimidade ou
torcendo pra ele me jogar no ombro igual um homem das cavernas e me
levar pro quarto pra me fuder com vontade não significa que eu esteja
necessitada. Né?
- Eu estou bem.
Acabei em confirmação.
Ele mexeu a cabeça como fosse me beijar, mas sem fazer o tal ato, seu
olhar era tão intenso que me fez estremecer toda.
- Diga que está- ele sussurrou baixo e eu apertei meu dedo indicador no
polegar até ficarem brancos- Eu prometo que nunca mais farei algo desse
tipo, a última coisa que eu quero é magoar você.
- Está -falei em um tom de voz baixo, seus dedos faziam carinho no meu
pescoço- Não faça nada do tipo de novo, caso contrário seu café terá um
leve gosto de terra.
- Eu prometo, sem segredos ou qualquer coisa que possa fazer mal a nós
dois -ele coloca sua testa na minha.
- Sem segredos -digo e levanto um pouco a cabeça para beijá-lo, mas não
consigo.
- S... sim -digo ofegante quando sinto sua ereção no meu corpo.
- Dylan...
Meu coração estava tão acelerado que eu pensei por um momento ter o
ouvido, o poder que ele exercia sobre mim era algo incomum e totalmente
dominante.
- Onde? -ele desceu a mão pela minha barriga até seus dedos adentrarem
meu short- Aqui?
Gemi jogando a cabeça para trás quando seus dedos tocaram na minha
intimidade.
- Você está sentindo isso? -ele afasta minha calcinha e me penetra com o
dedo- Isso, essa sensação, somente eu quero causar em você.
Arfei alto sentindo seu segundo dedo ser inserido, ele continuou me
instigando enquanto me observava gemer seu nome.
Dylan me levou até a mesa prendendo meu corpo entre ela e ele, seus dedos
saíram da minha intimidade e foram até o meu short que ele retirou o
jogando em um canto qualquer.
Dylan começa a apertar meu seio e um gemido alto sai dos meus lábios
quando sinto ele sugar meu clitóris com força.
- Oi, coisa linda -Emy diz cantando meu segurança o qual eu não sei
diferenciar.
- Eu sou o Pj, Sra. Venturelli -ele diz com a sua voz grossa que fez Emy
sorrir.
Sorri sem graça por ter errado seu nome e pelo sobrenome que ele havia me
dado.
- Desculpe-me.
Ele acena como quem diz estar tudo bem e volta para sua posição que
consistia ficar com as mãos na frente do corpo e postura extremamente reta.
Eu estava no meu apartamento para encontrar Emily e lhe contar tudo o que
havia acontecido, eu achei que ela merecia a verdade já que tem um louco
compulsivo atrás de mim e possivelmente dela.
Eu nunca tive coragem para contar a Jon e ela sobre o que aconteceu
comigo, era tão difícil dizer tudo aquilo em voz alta que preferi enterrar
dentro de mim e que com o tempo eu pudesse esquecer e seguir em frente.
- Pj, você poderia nos deixar sozinhas por alguns minutos? -pergunto.
Ele me olhou e parecia relutante em atender meu pedido, ele olhou para
Emy e depois para mim novamente até que ele negou com a cabeça.
- Sinto muito, mas tenho ordens explícitas de não deixar você sozinha.
- Eu não estarei sozinha, Emy está aqui comigo e qualquer coisa eu irei
gritar.
Ela cruzou os braços na sua frente e ele olhou para baixo encontrando com
o seu olhar, Pj parecia querer rir da sua atitude.
- Se você não nos deixar sozinhas eu vou bater em você com uma frigideira
e depois eu vou amarrar você na minha cama -ela sorriu maliciosa.
Ele por um momento arregalou os olhos quando ela disse aquilo, mas se
recompôs.
Ele acenou se retirando da sala e indo até o irmão que estava na mesma
postura só que do lado de fora. Ele fechou a porta e Emy veio até mim se
sentando no sofá que era aonde eu estava.
- Ele sabe disso? -ela pareceu pensativa até que deu de ombros.
Suas sobrancelhas estavam tão levantadas que parecia que ela tinha feito
algum tipo de cirurgia plástica, a boca entre aberta e os olhos extremamente
confusos.
Depois de contar tudo ela não disse nada e apenas avançou para cima de
mim me dando o abraço mais apertado de que já havia me dado.
- Meu Deus! Eu sinto muito Lisa, eu não acredito que nunca percebi ou...
- Você não tinha como saber -falei, mas eu sabia que o motivo dela não
saber era porque eu queria mantê-la sã e salva.
- Não interessa, eu deveria ter percebido alguma coisa, Deus! Eu fui uma
péssima amiga -ela colocou a mão no rosto.
- Eu não podia contar por que ele ameaçou matar você e Jon se eu fizesse e
eu juro por Deus Emy, ele faria sem pensar duas vezes.
Ela tirou a mão do rosto e percebi que ela estava chorando, a abracei ainda
mais porque eu sei que ela está se sentindo culpada de alguma forma por
não ter me ajudado.
- Como aquele idiota teve coragem de fazer isso? Ah eu quero cortar aquele
pinto fora e dar pra ele comer -ela diz irritada.
Sorrio de lado e ela segurou minha mão.
Ela pareceu pensativa encarando a televisão e logo depois olhou para mim.
- Uma vez eu vi seu braço roxo, mas a blusa era de manga então conseguia
esconder, eu fui abraçar você e levantei a blusa sem que você percebesse e
vi aquele negócio horrível no seu braço, você me disse que tinha se batido
sem querer.
Acenei.
- Era ele o tempo todo, os roxos no meu corpo eram provocados por ele -
digo e uma lágrima escapa do meu rosto.
- Não, e se ele souber vai atrás de Bob até o quinto dos infernos.
Jon estava viajando de férias para outro lado da cidade, ele tinha viajado
com Josh.
Os dois se tornaram bem mais íntimos do que o esperado, Rubi me disse
que Josh vai pedi-lo em namoro nessa viagem e eu fiquei super feliz com
isso, meu amigo merece alguém tão legal quanto ele.
Suspirei.
Ela balançou a cabeça e parecia assustada, eu não queria assustá-la, mas ela
precisava ficar.
- Claro, eu vou pedir para Caleb ficar aqui comigo com mais frequência -
diz.
Nós viramos para olhar para porta e vimos Rubi entrando com uma sacola
em uma mão e na outra com um café da manhã completo.
Hoje era segunda, mas eu vim direto para cá quando Dylan me deu o dia de
folga e ficou trabalhando no seu escritório.
Rubi já tinha vindo várias vezes no nosso apartamento no último mês e por
isso o porteiro a libera sem problemas.
- Eu vim trazer sua roupa que ficou lá em casa e você não me lembrou de te
trazer e...um café da manhã recheado, imaginei que ainda não tomaram
café.
Ela concordou, mas pareceu desconfiada, chamou Emy para pegar sua
roupa que tinha ficado na casa dela desde o dia da boate a um mês atrás.
- Mas eu disse isso a ela no mesmo dia que você deixou lá não sei como ela
lembrou.
Franzi o cenho.
- Você não tinha falado com ela esses tempos sobre trazer o vestido? -
perguntei.
Emy me encarou confusa e fez o que eu disse, ela pegou pela alça e o
estendeu.
- O que...
O vestido que Emy usava naquele dia era vermelho que agora estava sujo
com tinta preta e alguns rasgos na região dos seios.
Como diabos esse cara sabia que esse vestido era de Emily? Como ele
conseguiu invadir o apartamento de Rubi? Ele estava nos vigiando todo
esse tempo? Eram tantas perguntas na minha mente, mas uma era a mais
assustadora.
Rubi parecia nervosa e eu sabia que infelizmente ela estava na mira dele já
que o mesmo invadiu seu apartamento para ela trazer o vestido até nós.
- Não foi Lua que colocou o vestido na sua cama e ela nem tinha intenção -
digo e Rubi levanta uma sobrancelha confusa.
- Como uma pessoa pode ser tão má esse ponto? -ela pergunta quando nos
afastamos.
- Uma pessoa fria e sem humanidade como aquele filha da puta -Emy diz e
ela concorda
- Rubi, ele invadiu seu apartamento e eu não sei se é uma boa ideia você
continuar morando lá -digo e ela suspira.
Bob é um ser desprezível e eu sei que ele vai tentar usar as pessoas
próximas de mim para me atingir e o caso de Rubi só comprovou isso.
- Lisa!
Ouvimos a porta ser aberta e Dylan passar por ela com a sua "gangue". Eu
tinha ligado para contar o que havia acontecido e quando eu o expliquei
apenas desligou o celular dizendo que estava vindo até o meu apartamento.
- Estou bem.
Me viro e cumprimento Adam e Peter que estão atrás de nós com as mãos
na calça jeans.
- Não podíamos deixar ele dirigir do jeito que estava quando desligou o
celular -Peter diz.
Dylan olhou para trás e travou maxilar fazendo os dois pararem de rir.
- Eu falei para você não dirigir tão rápido, a culpa é sua por ele ter batido a
cabeça sem querer, agora ele está fantasiando aí -disse Adam olhado para
Peter.
Emy e Rubi dão um riso baixo e os dois parecem notar as duas sentadas no
sofá.
- Olha, minha colega de trabalho está aqui -Adam diz sorrindo de lado.
- Ainda falta 3 semanas, Tinker -Rubi diz e ele fecha a cara.
- Quem falou meu "apelido" a ela? -Adam faz aspas com os dedos.
- Fui eu, me desculpe, mas ela arrancou de mim -Digo e ele franze o cenho.
Adam olhou para ela que desviou olhando para Emily fingindo conversar
com a mesma.
Quando ele ia falar alguma coisa o celular dele começou a tocar e todos
focamos nele.
- Adam.
Adam foi até o telefone que tinha na parede e ligou para o porteiro
conversando rapidamente.
Subir? Quem vai subir? E desde quando Adam pode liberar a subida de
alguém? Vou bater nesse loiro.
- Achamos que ele esteja nos vigiando desde que voltamos de Chicago e
por isso ele sabe todos os seus passos.
- O que ele está tentando dizer e que ele obrigou Dylan a falar -Peter diz e
se aproxima da gente junto com Adam.
Suspirei.
- Eles só sabem que um cara que te fez mal no passado está atrás de você -
Dylan diz e eu assinto.
Alguém bate na porta e Adam vai até ela, 4 homens entram no meu
apartamento com alguma equipamentos estranhos.
Oh.
- Eles irão vistoriar seu apartamento atrás de câmeras e escutas, Lisa -Peter
explica.
- Achamos que ele está vigiando vocês e por isso sabe o que se passa a todo
momento -Adam diz.
- Estava cheio de escutas no seu quarto -ele aponta pra mim- Duas micro
câmeras estavam no criado mudo e a outra no banheiro de frente para o
box.
- No seu quarto Srta. -ele aponta para Emy- Tinham duas escutas, mas sem
câmeras.
- Sim, se foi mesmo esse tal homem que instalou todas essas coisas aqui eu
afirmo com total certeza de que ele sabia o que estava fazendo, trabalho
nesse ramo a anos e é muito difícil essas coisas passaram por mim, mas
pela primeira vez eu fiquei impressionado com a perfeição que as coisas
foram escondidas -ele diz e Dylan me abraça por trás.
- Sr. Venturelli eu recomendo que elas se mudem para outro lugar até este
estar totalmente seguro, todas as escutas e câmeras que estão nessa mesa já
foram destruídas.
- Eu vou sair do meu apartamento já que aquele fodido o invadiu e vou para
o apartamento que meu pai comprou que é uma fortaleza e totalmente
seguro. Emily, nós podemos ficar lá. -Rubi propôs.
- Claro, eu é que não vou ficar aqui sozinha correndo risco daquele velho
me ver pelada -Emy diz.
- Arrume suas coisas então, vou falar com Lua para dizer que estamos nos
mudando e depois que tudo isso passar nós voltamos para nossas casas -
Rubi diz e ela assente.
Fui até o meu quarto pegando duas malas grandes e colocando todas as
minhas roupas dentro delas, uma lágrima desceu pelo meu rosto, mas não
era de tristeza ou de raiva, era apenas de medo. Medo de que ele possa
machucar meus amigos e o homem da minha vida.
- Certo! Primeiro, a culpa não é sua. Ele é o único culpado de tudo isso
estar acontecendo não se martiriza por isso -diz e eu o encaro.
- Eu sempre vou estar ao seu lado para dizer que vai ficar tudo bem e agora
não vai ser diferente, mas eu preciso que você seja aquela mulher forte que
você sempre foi.
- Estou.
- Ótimo, estou doido para morar com você -ele diz e me solta.
Franzi o cenho.
- Antes que você pense demais, eu não estou fazendo isso só por causa do
que acabou de acontecer, eu realmente quero você morando comigo. Eu ia
te pedir isso a uma semana, mas eu ficava com medo de você me dizer um
não por estar cedo demais, mas que se foda -ele coloca a mão na minha
nuca.
- Agressiva -ele diz e me beija mais uma vez me fazendo rir no meio do
beijo.
66° capítulo
Lisa
Já faz uma semana desde que eu sai do meu apartamento e vim morar com
Dylan, as coisas entre nós se fortalecem a cada dia e parece que eu sempre
me apaixono um pouco mais, se é que isso é possível.
Não tive mais nenhuma notícia de Bob, ele simplesmente evaporou com os
joguinhos idiotas dele, mas isso não está me cheirando bem. Bob é um
estúpido compulsivo e eu sei que ele está planejando alguma coisa.
Só piorando a situação.
- Sim.
- Estamos trancafiados em casa a dias, sei que é ruim. Vamos jantar com os
seguranças por perto e depois voltamos para casa -ele diz e desliza o
polegar pelo meu rosto- Espero que isso ajude a você sorrir um pouco mais.
Subimos para o nosso andar ele foi direto para sala dele enquanto eu ia na
minha pegar a agenda do dia, organizei umas coisas e fui até ele.
Passamos a sua agenda e ele fazia cara de tédio cada vez que eu falava que
ele tinha uma reunião.
Jp não estava convicto em deixa-lo entrar até que eu autorizasse, fiz sinal
para o homem se aproximar e ele passou pela porta dando um riso falso
para Jp.
Ele parou na minha frente e pegou um cartão que estava em cima da caixa.
- Ei, quem mandou isso? -ele já estava entrando no elevador- Mal educado
-sussurrei.
Deixei o cartão de lado já que não tinha nome de quem enviou e peguei a
caixa, Pj me encarava estranho enquanto eu cortava a fita adesiva e abria a
caixa.
Assim que olhei exatamente para o que era eu congelei, meu sorriso morreu
e apenas uma angústia me subiu.
- Eu não sei, ela apenas abriu a caixa e a jogou longe segundos depois -Pj
explica.
- Tirem isso daqui! -minha voz saiu mais alta do que o planejado.
Jp pegou o pijama que eu usava e saiu pela porta me deixando sozinha com
Pj.
Olhei para ele que estava sério e vi Dylan aparecer na porta com uma
caneta descansando na orelha e a blusa social enrolada até os cotovelos.
Ele entrou na sala vindo até mim, ele olhou para Pj que apenas acenou e
saiu porta a fora.
- Bob -digo e ele franze o cenho.
- Ele me enviou uma caixa com o vestido de seda que eu usava para ele -
digo e Dylan suspira- Um entregador veio aqui e...
Ele tirou o celular do bolso e digitou alguma coisa levando até a orelha.
Dylan puxou meu braço e me abraçou apertado, respirei fundo enquanto ele
acariciava meu cabelo.
- Tenho gente atrás de Bob, irão pegá-lo mais cedo ou mais tarde.
Nos afastamos e ele me deu um sorriso genuíno, que me fez sorrir também.
- Você ainda quer sair está noite? Nós podemos deixar para amanhã se você
quiser.
Neguei e ele concordou, Dylan estava saindo pela porta, mas se virou
novamente para me encarar.
Ele sorri e sai pela porta enquanto Pj entra na sala assumindo seu posto.
Continuei meu trabalho e almocei com Dylan na sala dele conversando
coisas aleatórias.
Caleb quer um relacionamento com ela, mas minha amiga não quer nada
sério com ele, pelo menos é o que ela me diz.
Continuei fazendo meu trabalho e acabei indo na sala de Adam duas vezes
para entregar alguns documentos a ele que eu havia esquecido de entregar
mais cedo.
Sai da sala com os dois atrás de mim e entrei no elevador com a sensação
de que esqueci algo, dei de ombros e a porta abriu liberando o saguão.
Fomos para fora da empresa e aguardei Dylan lá fora já que o mesmo
estava perto.
Abri minha bolsa e procurei meu celular, mas ele não estava, merda! Eu
esqueci lá em cima.
Olhei para ele que parecia nervoso, Pj olhou para o irmão e depois me
encarou.
- Porque você não vai pegar o celular lá em cima Jp? Eu fico com ela -ele
diz.
- Solta ela!
- Abaixa a arma! Eu vou explodir essa linda cabecinha se não soltar essa
merda -ele fez mais pressão com a arma na minha cabeça.
A arma saiu da minha cabeça apenas para ele apontar para o chão e atirar
perto do meu pé me fazendo dar um pulo de susto.
- Vou mata-lo primeiro -ele diz e eu tento acerta-lo de algum jeito, mas seu
aperto é forte demais.
Ouvi um barulho de carro atrás de mim e eu jurava que era Dylan, mas não
era, Pj me arrastou até uma espécie de van enquanto eu tentava escapar de
qualquer forma, tentei bater nos países baixos ou pisar no pé, mas nada
funcionou, ele me colocou na van fechando a porta enquanto Jp estava no
chão com sangue saindo do seu ombro.
Olhei uma última vez pela janela quando senti algo forte bater na minha
cabeça me fazendo desmaiar instantaneamente.
Dor.
Eu estava com muita dor na cabeça e tenho quase certeza de que ela está
sagrando.
Abri os olhos com cuidado e a única coisa que eu conseguia focar era em
um painel de carro, olhei para as janelas e eu via as árvores em todo lugar,
mas sem prédios ou casas, parecia ser o meio do nada.
Olhei para a frente e a luz do sol estava no meu rosto, já amanheceu? Fui
levantar minhas mãos para cobrir meu rosto, mas eu não conseguia.
- Bob, para com isso -digo puxando as algemas com força- Me deixa ir
embora!
- Dinheiro, Angel.
É claro.
Ele acelerou ainda mais fazendo uma curva extremamente perigosa, não
tinha ninguém na estrada apenas nós dois e o barulho daquele carro que
ecoava no meu ouvido.
Quando a curva foi feita e o carro ter deixado o rastro dos pneus eu levantei
a cabeça assustada e ele com a respiração ofegante do meu lado.
Bob puxou meu cabelo me fazendo gemer de dor o apertando mais forte
quando me ouviu.
Ele apertou minhas mãos até as machucar dentro da algema me fazendo dar
um pulo do seu aperto, ele soltou meu cabelo e logo depois minha mão
enquanto eu o encarava com ódio nos olhos.
- Espero que tenha se despedido do seu noivo, porque agora -deu partida no
carro- Você não o verá mais.
Ele começou a dirigir novamente e eu fechei os olhos sentindo cada
milímetro do meu corpo apavorado.
Para casa dele? Pensei que ele fosse me levar para um galpão abandonado
ou esses lugares que sequestradores sempre levam suas vítimas, mas
estávamos falando de Bob, é claro que não seria nada disso.
- Minha casa é um verdadeiro refúgio, os únicos que sabem que ela existe
são meu filho e eu.
- Somente um, mas ele está tentando salvar a prostituta da mãe dele.
Como Bob tem filhos? Quando ele estava com Elisa eu nunca soube de
algum filho que eles viessem a ter.
Respirei fundo.
- Você ficará comigo, Angel. Mas dessa vez...você não vai embora.
(...)
Ele estava dirigindo por horas e cada vez que eu via um hotel eu tentava
fazer algum aceno com a cabeça ou gritava para que alguém me visse, mas
sem sucesso, Bob apenas ria de mim e depois revirava os olhos.
- Os vidros são fumês, ninguém pode ver você e não vão te escutar.
Eu sei que isso é um pouco inútil porque mesmo que me vissem não teriam
como parar Bob em um carro com velocidade um pouco alta, mas a
esperança é a última que morre.
- Espero que lembre do nosso ritual porque hoje eu vou tirar o atraso de 5
anos sua vadia - ele disse irritado.
Eu não estava mais aguentando aquele filha da puta olhando a cada cinco
segundos para os meus peitos e suspirar frustrado, se eu começasse a puxar
assunto talvez ele foque em outra coisa.
- Conheço pessoas que são ótimas nessas coisas, só esperei você e a aquela
maluquinha da sua amiga sair do apartamento para colocá-los.
Suspirei.
- Eu sabia que não poderia te ter enquanto você estava na faculdade, depois
que ela acabou eu procurei por você, mas já tinha perdido seu paradeiro. A
polícia não sabia que eu estava vivo e você também não, eu era
praticamente um fantasma, mas aí eu te vi com ele e foi assim que eu te
achei... fiquei muito irritado e decidi vir atrás de você para pegar o que me
foi tirado a 5 anos atrás -ele parecia um louco quando dizia aquilo.
Bob levantou a mão direita e faltava seu último dedo. Puta merda!
- O cara até hoje é dado como desaparecido, mas todos pensam que ele está
morto.
- Não.
- Vai se foder.
Ele parou o carro tão rápido que fez meu corpo ir para frente, esticou o
braço para pegar algo no banco de trás e logo eu vi que era uma corda
amarrada em estilo de cordão.
- Se você disser isso mais uma vez eu te mato enforcada aqui mesmo e
depois me mato, você entendeu?
Enquanto ele ouvia a outra pessoa falar eu procurei pelo carro alguma coisa
que pudesse me ajudar a tirar essas algemas, fiquei a ligação inteira
tentando achar algo e bufei irritada quando não consegui, olhei para o meu
reflexo na janela e meus olhos foram até a presilha que tinha no meu
cabelo, Porra, é isso.
Não é como se eu soubesse usar para abrir uma algema, mas não custa
tentar.
- A polícia está atrás de você e não duvido que o FBI também esteja -por
um momento meu peito se encheu de esperança, mas ele acabou com ela
segundos depois.
- Uma pena que seja em vão, quase ninguém conhece esse lugar.
Olhei pela janela e uma lágrima escorreu pelo meu rosto, em apenas
algumas horas Bob tentou me matar duas vezes.
Não sei o que vai acontecer nas próximas horas, mas eu espero sair viva.
68°capitúlo
Lisa
Bob estava dirigindo enquanto dizia isso, ainda estávamos na estrada e ele
teria que parar o carro para pôr combustível, acho que fazer aquela
estupidez de acelerar o carro só fez o idiota perder gasolina.
- Tudo bem.
Tentei tirar aquela algema mais rápido possível mesmo não sabendo o que
eu estava fazendo, suspirei frustrada. Coloquei o grampo na boca e me
inclinei na porta forçando o grampo no botão até a janela abaixar.
O homem ainda estava no carro parecendo procurar alguma coisa até que
comecei a gritar como uma louca.
- Por favor! Sou Lisa Morris, fujam e chamem a polícia -gritei alto.
Voltei a tentar me livrar daquilo enquanto o casal estava aparentemente
confuso, mas rápido ligou o carro novamente, continuei tentando até
conseguir me soltar. Bob tirou uma arma da cintura e apontou para eles.
Abri a porta do carro e saí correndo, mas antes gritei para eles fugirem.
Comecei a correr na direção oposta de onde o casal estava e ouvi Bob gritar
irritado, ele apontou a arma para mim e depois voltou para o casal, eu sabia
que ele viria atrás de mim e assim eles conseguiriam fugir.
- Merda, Lisa!
- Sua estúpida! -ele chutou minha barriga me fazendo ficar sem ar.
- Eu disse para você não fazer nenhuma gracinha -ele se abaixou e subiu
em cima de mim prendendo meus braços acima da minha cabeça.
- Por favor...me deixa ir embora, você vai me matar Bob, eu sei que vai -eu
disse chorando.
- Eu vou te matar -ele rasgou minha blusa- Mas antes disso acontecer, eu
vou me satisfazer, Angel.
- Não! Bob, por favor, por favor! Eu me rendo a você, eu me rendo a você.
Era óbvio que estava mentindo! Eu nunca iria parar de lutar, por agora eu
precisava tirar ele de cima de mim e rezar para o casal ligar para a polícia,
para isso eu preciso estar viva e fingir ser dele para ter mais liberdade.
Balancei a cabeça negando já que não conseguia falar com as mãos dele
apertando meu pescoço.
- Boa menina, vou levantar você agora e vamos embora. Essa cena apenas
me deixou ansioso para estar dentro de você -ele largou meu pescoço-
Você vai se entregar a mim por livre e espontânea vontade?
- Sim.
- Ótimo.
- Não vou fazer isso, eu já sou sua novamente e isso só vai me machucar
antes de você me ter de verdade, você não me quer inchada ou com
hematomas nos braços, não é? Aposto que se quisesse algumas marcas no
meu corpo você mesmo teria que causa-las.
Digo me aproximando dele o encarando com um olhar intenso. Mas por
dentro eu estava com tanto nojo que sentia meu estômago embrulhar.
- Se você quer me algemar que seja na cama -digo me segurando para não
revirar os olhos.
Ele sorriu e puxou meu braço atacando minha boca em um beijo nojento,
sua boca invadiu a minha enquanto eu apertava meus olhos com força para
não o afastar.
Depois que ele se afastou de mim eu dei o sorriso mais falso da minha vida
e ele jogou as algemas no banco de trás.
(...)
Estava chovendo!
Ele dirigiu por mais alguns minutos e chegamos até o lugar com o nome
"Marquise Motel".
Ele foi a até a recepcionista por baixo de chuva e ficou lá por longos
minutos.
Minha mente começa a imaginar o que vai acontecer em seguida e a
imagem de Bob me estuprando no quarto de um hotel me deixa angustiada.
Como eu sei que ele vai me querer completamente entregue eu preciso
fazer parecer que estou indisposta.
Encosto a cabeça no banco e finjo dormir rezando para que ele caia nessa,
Bob nunca tocou comigo desacordada, apenas Simon fazia isso as vezes,
mas ele não. Bob sempre quis me ouvir gemer de dor ou olhar no fundo dos
meus olhos.
Revirei os olhos por de baixo da blusa e me segurei para não fazer o que fiz
no posto de gasolina porque agora Bob me mataria, mataria a recepcionista
e todos que estão nesse hotel de estrada.
Mas não era qualquer coisa que ele estava falando, Bob estava me contando
o que havia acontecido naquele incêndio a 5 anos atrás.
69° capítulo
Lisa
Eu não fazia ideia do porque ele estar me contando isso agora, eu jamais
vou entender esse homem.
- No dia que você foi para a faculdade foi um dos piores dias da minha
vida, Angel. Eu perdi você e Elisa descobriu sobre o que eu fazia com a
filhinha dela.
Ela descobriu!
Me virei de costas para ele e me aconcheguei na cama colocando uma
palma da mão na minha bochecha.
- Ela descobriu na noite antes de você ir embora, a última vez que eu tive
você foi quando ela descobriu. Ela nos espiou pela porta e viu você lutando
contra mim enquanto eu me enterrava em você -Uma lágrima caiu do meu
rosto- Eu a vi naquela noite, mas deixei ela apreciar o show, quando eu
acabei a vi deitada na cama e me deitei ao lado dela, ela devia pensar que
eu não a tinha visto naquela noite, mas ela estava errada.
- No terceiro dia que você não estava mais lá eu voltei para casa e a mulher
estava com uma arma me esperando na cozinha, dá para acreditar? O fogão
estava fedendo a gasolina e eu sabia que ela iria botar fogo naquilo e matar
nos dois.
- Nós discutimos por longos minutos, eu nem sei como ela arranjou forças
para me enfrentar, mas a filha da puta atirou em mim acertando meu ombro
em cheio, provavelmente mirando na minha cabeça, mas errou, Elisa
sempre teve péssima mira.
Respirei fundo.
- Ela continuou lutando até conseguir pegar a arma dele de novo e apontar
para o fogão, eu me levantei rápido e me joguei pela janela quando ela
disparou, a casa explodiu no mesmo instante matando os dois que estavam
lá dentro.
Me segurei para não soluçar enquanto ele falava o que aconteceu com a
única mulher que me ajudou de verdade.
- Ela queria vingar você, Angel. E por pouco conseguiu, mas eu ainda
estava vivo, o único que ela matou foi Simon -ele respirou fundo- Ela
realmente amava você e eu a conheço suficiente para saber que ela me
mataria se me visse de novo.
- Abra a porra dos olhos se não quiser que eu estupre você como da
primeira vez -diz irritado.
- Não era para você ter escutado, Lisa. Eu pensei que você estivesse
dormindo.
Ele diz olhando para o meu corpo e logo depois para a minha boca.
- Era para você ficar com a ilusão de que você tenha a matado e não ela ter
tentando se vingar por você, doce e amorosa Elisa.
- Eu não fiz nada com ela, ela fez comigo. Elisa me deu uma cicatriz que
toda vez que eu olho eu me lembro de como ela te defendeu com unhas e
dentes, aquele dia foi o único que eu a achei sexy de verdade.
- Cala essa boca! -ele me deu um tapa forte e senti minha bochecha arder
logo depois.
Ele parou assim que ouviu um barulho vindo do lado de fora, ele saiu de
cima de mim rapidamente e foi até a janela que tinha luzes coloridas
invadindo a pequena brecha.
- Merda!
Ele corre até mim e me puxa pelo braço me machucando, Bob abriu a porta
e correu até o carro, uma luz branca veio do céu e eu olhei para cima vendo
um helicóptero sobrevoando o hotel, sorri de felicidade, o casal conseguiu.
Ele me jogou dentro do carro e começou a dar ré para sair dali, mas 3
carros da polícia apareceram o cercando.
- Dylan -me inclinei para frente tentei olhar para fora, mas Bob me
empurrou para o banco de volta.
Bob olhou para os lados e viu uma pequena brecha e acelerou conseguindo
se desviar dos policiais e voltar a estrada, ele pisou no acelerador e assim
começou a perseguição, a chuva já tinha parado, mas as pistas ainda
estavam molhadas dificultando a direção de Bob e dos policiais.
Ficamos longos minutos naquilo e o olhar dele era tão assustador que me
fazia arrepiar inteira.
- Bob, se entrega por favor, eles já acharam a gente não temos para onde ir.
Ele me olhou com tanto ódio que pensei que ele fosse me matar ali mesmo.
- Você quer voltar para ele, não é? Para o seu noivinho de merda.
- Cala a boca! A culpa é toda sua -ele limpou o nariz com a costa da mão.
- Se eu não posso ter você -ele olhou para frente- Então ele também não
pode.
- O que você está fazendo? Você vai nos matar -ele olhou para mim e foi
até o meu quadril tirando meu cinto de segurança.
Meu irmão gritava para mim, mas eu estava quase dando um soco no seu
rosto.
Eu estava morrendo por dentro, Lisa havia sido levada pelo próprio
segurança e eu não fazia ideia para onde, a única coisa que eu sabia era que
Pj já era um homem morto.
- Cara, nós vamos achá-la, mas você precisa se acalmar -Peter diz.
- Toda Nova York sabe que ela foi sequestrada, alguém alguma hora vai
vê-la -disse Rubi.
Adam e Peter apenas arrancaram dele com quem ela estava confirmando
meu pensamento, Lisa estava com o cara que a estuprou diversas vezes e eu
não posso fazer caralho nenhum, passar mais uma noite sem ela chega a ser
sufocante.
- Ela vai voltar para você Dylan, eu conheço minha amiga e eu sei que ela
não vai desistir tão fácil -disse Emily.
Ele andou até nos 5 e também me deu o olhar encorajador, olhei para eles e
senti menos mal, eles são ótimos amigos.
O meu telefone interrompeu Emily e eu rápido corri até ele para atender.
- Dylan
- Sr. Venturelli, temos uma pista sobre sua noiva -Meu coração acelerou-
Um casal estava de viagem para fora de Nova York quando parou para
abastecer e viu sua noiva aos gritos com um homem.
- Onde?
- O endereço já foi enviado para o seu celular, eu imaginei que o Senho iria
querer ir e me adiantei.
- Eu realmente não estou ligando para isso no momento, eu vou com vocês
pegar a minha noiva de volta e ninguém vai me impedir -digo e ele suspira.
Peguei meu celular e coloquei no endereço o entregando para que ele lesse.
- Como eu estava dizendo, vai demorar até chegarem, então eles podem
pegar meu helicóptero -ele diz e me solta.
- Ele tem razão Dylan, se eles fossem com o helicóptero os logos minutos
seriam reduzidos, vão conseguir alcança-los, a chuva não está muito forte -
Adam diz.
- Me dê 5 minutos
Peter diz tirando o celular do bolso e se afastando.
- Eu não sei o que esse cara fez para ela, mas coisa boa não foi,
então...quando você o ver me prometa que vai desfigurar a cara dele.
Respirei fundo e liguei para o homem que estava à frente sobre o sequestro
de Lisa, o informei que tínhamos o helicóptero disponível.
Olho para eles que acenaram com a cabeça e andei até porta, mas os dois
gritaram me impedindo.
- Vamos, você fica indisciplinado sem a Lisa por perto -Adam diz
brincando.
- Nossa amiga está com um monstro e precisamos dar apoio a ela também -
Diz Emy.
- Não acho que seja uma boa ideia -Nate diz- Eu irei ficar aqui com vocês e
aquele amigo dela está chegando aqui, não é? vocês precisam conforta-lo e
explicar o que está acontecendo.
As duas respiram fundo e por fim acenam relutantes.
(...)
Eu olhava em volta e a única coisa que eu via era árvores e algumas luzes
que eram de hotéis de quinta, o canalha a arrastou para o meio do nada.
Ele falou com motorista que apenas acenou e depois olhou para mim.
Meu coração se encheu novamente apenas por saber que ela está viva, ela
olhou para cima e viu o helicóptero e um sorriso brotou nos seus lábios,
mas morreu assim que o homem a jogou dentro do carro e entrou em
seguida, nós o cercamos e o detetive falou com ele por um megafone.
Puxei o megafone da sua mão e falei com ela, mesmo sabendo que não
obteria resposta, quando falo que iria salvá-la o tal Bob conseguiu sair de
onde estava por uma pequena brecha e entrou na estrada.
Desci do carro rezando para que ela não tenha morrido, ela não pode
morrer!
Respirei fundo e comecei a andar até ela, mas ouvi um barulho de porta
sendo aberta, era Bob.
Ele se levantou e seus olhos se fixaram nos meus, apertei o punho quando
vi ele sorrir de lado.
Ele andou até entrar na estrada novamente e parou ficando de costas para as
pessoas que a ajudavam, era como se ele fosse me impedir de chegar até
ela.
Bob não parecia que tinha acabado de sofrer um acidente, e quando ele fez
um sinal me chamando eu sabia que iria desfigurar todo o seu rosto.
Eu sabia que todos os policiais que estavam ali tinham armas potentes
apontando para nós dois, mas eu não me importo.
Não o deixei terminar quando dei um soco tão forte no seu rosto que ouvi
algo se quebrar.
Ele conseguiu me empurrar e nesse vacilo ele deu um soco no rosto, ouvi
as armas fazerem um barulho, mas sem disparar, Bob deu uma joelhada na
minha barriga e logo depois no meu rosto, apoiei a mão no chão para me
firmar enquanto ele limpava o rosto com a mão esquerda.
- Eu disse a ela, Dylan. Se eu não posso tê-la então você também não pode
e agora ela está morta.
O encarei me levantando.
- Aí que você está errado, Bob -puxei as mangas da blusa para cima- Quem
não pode tê-la aqui é você.
Ele estreitou os olhos e veio para cima de mim, agarrei seu punho quando
ele levantou e soquei seu rosto em seguida, ele se inclinou e aproveitei para
dar uma joelhada na sua cabeça e jogá-lo no chão, ele cuspiu sangue e eu
me aproximei e continuei a soca-lo, o rosto de Bob estava ensanguentado,
mas as suas mãos ainda tentavam me impedir, a chuva caia sobre nós
enquanto eu o batia sem dó, parecia cena digna de filme.
- Não vou matar você, Bob -ele tirou a mão do rosto- Vou deixar a cadeia
fazer isso, você vai saber como é ser estuprado por alguém.
Olhei para ele que continuou deitado no chão tossindo sangue enquanto eu
me levantava.
- Eu disse que eu não ia te matar -ele me encarou- Mas outra pessoa vai.
Seu olhar frio se desfez e deboche era visível nos seus olhos.
- Mas eu não quero ir preso por matar você, eu quero estar ao lado dela
para dar a notícia que você vai apodrecer na cadeia.
O soquei pela última vez e vi ele voltar para o chão onde é o lugar dele.
Os policiais se aproximaram apontando as armas na sua direção e Bob
levantou as mãos em forma de rendição.
- Ela vai ficar bem, não é? -perguntei para o homem vestido de branco à
minha frente.
Olhei para o lado onde Bob estava sendo algemado enquanto seu rosto
estava desfigurado, vi ele entrando no carro de polícia e Peter e Adam
acenaram para mim.
Eu não via a hora de olhar nos seus olhos para dizer que tudo iria ficar bem
e que agora ela estava em segurança de verdade.
71° capítulo
Dylan
Uma enfermeira dizia enquanto eu tentava passar por ela para chegar até
Lisa que estava do outro lado da sala sendo examinada.
- Senhor, o médico voltará com mais notícias sobre a paciente, mas por
agora você precisa sentar e esperar.
Ela dizia isso enquanto Nathaniel se aproximava com Emily, Rubi e Jon do
lado.
- Cadê ela? Ela está bem? -Emy pergunta olhando para a enfermaria.
- Ela está sendo examinada, por favor, vocês não podem vê-la agora -a
mulher dizia irritada.
Ele me puxa pelo braço nos levando até a sala de espera, me sentei no
banco atordoado e coloquei os cotovelos na minha perna com as mãos na
cabeça.
- Ela vai ficar bem -Jon diz com a mão no meu ombro- Minha flor é muito
forte.
- Vai ficar tudo bem -ela diz me dando outro abraço e suspirei me sentindo
melhor.
- Imaginei que você se molharia nessa chuva então separei uma peça de
roupa para você, Peter e Adam, espero que não se importe -ele aponta para
Rubi que levanta outra sacolinha.
(...)
O médico piscou várias vezes e voltou a olhar para a prancheta, ele mexeu
em uns papéis e nos encarou.
- Como assim sente muito? Ela está bem ou não? -pergunto nervoso.
Eu sentia minhas mãos suarem e minha boca ficar seca, eu piscava várias
vezes tentando acreditar no que ele estava me falando.
- Sua noiva está em coma, Sr. Venturelli -E aquela última frase foi o
suficiente para eu levar a mão até a testa e repetir para mim mesmo que o
médico estava mentindo, mas ele não estava.
Emy abraçou Rubi e começou a chorar, olhei para o médico que estava
com os rostos sem expressão, olhei para o meu irmão e o meu melhor
amigo que piscavam confusos e Nathaniel apenas estava de cabeça baixa.
Minha mãe estava com a cabeça na curva do pescoço do meu pai e chorava
baixinho, Jon se sentou no banco parecendo não acreditar.
Coloquei a mão na minha nuca e na minha vida inteira eu nunca senti a dor
que estou sentindo agora, parece que a minha felicidade foi tirada de mim e
realmente foi, a mulher da minha vida está na porra de uma cama de
hospital em coma.
- Sim, mas apenas um de cada vez -ele diz e me pede para segui-lo.
- Vamos sair dessa -passei o dedo na maçã do seu rosto sentindo uma
lágrima solitária descendo pelo meu.
Me sentei em um banco que tinha ali e encostei meu nariz na sua bochecha
dando um pequeno beijo em seguida.
Duas semanas,
Esse é o tempo desde que eu descobrir que ela estava em coma.
E de acordo com o médico isso demoraria meses ou até anos. Fiquei louco
quando soube disso, mas infelizmente essa é a minha realidade.
- Posso entrar?
Ouvi uma voz perguntar da porta e acenei para o meu pai com um sorriso
de lado, ele andou até a poltrona que eu estava e olhou para Lisa.
Eu havia contado aos meus pais sobre meu noivado falso com Lisa, eu não
via mais motivos para esconder a verdade quando eu realmente me
apaixonei por ela, minha mãe ficou um pouco confusa, mas depois
entendeu que eu a amo de verdade, e meu pai apenas riu por um longo
tempo.
- Sim -minto.
Sorri fraco e ele apertou meu ombro como se quisesse dizer que ele estava
ali para me apoiar e eu era grato por isso.
- Sou seu pai, não a pessoa que você cumprimenta na rua -ele levantou uma
sobrancelha.
Olhei para ela e senti a mesma dor no peito toda vez que eu a olho nessa
cama.
- Eu preciso dela, pai -encarei seu rosto e a imaginei sorrindo para mim.
- Não estou com cabeça -digo e olho para ele- Sinto muito.
- Vim aqui para lhe falar algo -diz e eu aceno para ele continuar.
Eu realmente não estava com cabeça para fazer nada naquela empresa, se
eu continuasse trabalhando eu provavelmente colocaria contratos em riscos
com a minha falta de paciência e ignorância.
- Tenho certeza que Adam se sairá bem-digo e meu pai cruza as pernas.
- Colocarei outra pessoa para trabalhar com Rubi já que seu irmão estará na
presidência e bem ocupado, ela ficou ansiosa. -Ele diz e ambos sorrimos.
- É uma boa ideia, na verdade não sei como não pensei nisso antes -meu pai
suspirou.
- Vai ficar tudo bem-digo e me levanto- Eu não estou apto a conduzir uma
empresa agora.
- Ela vai acordar, filho -ele deu dois tapinhas na minha costa- Eu sei que
vai.
- Certo.
Ele aperta a mão de Lisa antes de sair e eu me aproximo dela alisando seu
cabelo preto.
Eu não sabia se ela conseguia me ouvir, mas eu esperava que sim, eu
conversava com ela todos os dias mesmo que não obtivesse resposta, isso
me acalmava.
Saber que qualquer dia ela poderia acordar para que eu pudesse olhar seus
olhos tão lindos era a motivação necessária para eu sempre estar ao lado
dela.
73° capítulo
Dylan
- Batgirl!
- Estou indo.
- É eu sei cara...Dylan!
Comecei a andar até o quarto de Lisa novamente e Adam vem falando todo
o trajeto.
Entrei no quarto e ele fechou a porta atrás de si, fui até a janela e encarei a
rua movimentada de Nova York.
- Primeiro: eu não posso imaginar a dor que você está sentindo por ver
quem você ama desacordada nessa cama, mas você ser um cara sem
esperanças vai te destruir, negatividade gera negatividade então acredite
que ela -ele apontou para Lisa - Vai acordar desse coma maldito e vai
voltar para você, ela te ama e se fosse você no lugar dela... não iria perder
as esperanças como você está quase fazendo.
- Eu sei que você não perdeu as esperanças, o Dylan que eu conheço não as
perderia -o encarei- Tenha fé e ela vai estar nos seus braços novamente.
Ele sorriu quando nos separamos e pegou o café da minha mão bebendo um
gole.
- Vou para a empresa, alguém precisa estar à frente daquilo tudo -ele diz e
ajeita o terno azul claro.
- Eu soube que você e Rubi ainda não vão trabalhar juntos -digo e ele acena
me devolvendo o café.
- Cafajeste -falei.
- Não como você era -ela bateu no meu ombro e eu ri em seguida.
Demorei para amar alguém de verdade e agora que consegui não irei deixa-
la tão facilmente.
Nos despedimos e ele saiu porta a fora, me joguei no sofá e tentei dormir
um pouco já que não dormi na noite anterior.
(...)
- Adivinha, Jon está namorando com Josh! Pois é... nosso amigo
desencalhou e eu aqui encalhada.
- Você provavelmente iria dizer "Para de drama Brooks que o Caleb quer
alguma coisa e blá blá " -ela diz e eu me seguro para não rir.
- Mas...sei lá, acho que não iríamos dar certo, pelo menos não agora -ela
diz olhando para baixo - Caleb é um bom homem, mas...
- Você não gosta dele -digo e ela olha para mim estreitando os olhos.
- Não sabia que era fofoqueiro -ela diz com as mãos na cintura.
- Não sou, mas não sou surdo -digo e me levanto parando do outro lado da
cama.
- Eu estava.
- Eu não estou fedendo Emily! Eu tomei banho de manhã -digo e ela sorri.
- Estou brincando, menos na parte da barba -ela riu e olhou para Lisa.
- Não precisa eu...
- Ai meu Deus você viu isso! -ela gritou apontando para a amiga.
- Eu sei disso, eu venho aqui quase todos os dias -ela mexe no próprio
cabelo- Será que ela pode escutar a gente?
Molhador de calcinhas?
- Eu tenho que ir -ela diz e ajeita a bolsa que está no seu ombro.
Emy deu um beijo na testa da amiga e acenou para mim antes de ir embora.
3 meses depois...
Adentrei meu apartamento e apenas joguei minha jaqueta no sofá, subi para
o meu quarto tirando todas minhas roupas e entrei no box para tomar um
banho.
Discutimos um pouco, mas eu sabia que eles só queriam meu bem e cedi,
Bryant me trouxe até aqui e ficou me encarando pelo retrovisor de 5 em 5
minutos, eu estava quase para demiti-lo.
Fiz minha higiene e depois de longos minutos eu saí do banheiro com uma
toalha enrolada na cintura e parei na frente do espelho.
Meu corpo magro denunciou que eu não comia direito, as olheiras nos
meus olhos eram visíveis e minha barba estava enorme.
Quando dei a primeira garfada eu ouvi meu celular tocar, larguei o garfo
que fez um barulho irritante e caminhei até a minha jaqueta onde estava o
bendito aparelho.
- O que é?
- Dylan...
- Lisa.
Apertei a jaqueta quando ouvi ele falar o nome dela e na mesma hora
minha mente entrou em alerta.
- Ela acordou.
Meu coração bateu mil vezes mais rápido, minhas pernas travaram assim
como o celular no meu ouvido, pisquei várias vezes tentando acreditar,
todos os dias eu pedia para que ela acordasse e agora...ela acordou, eu não
estou acreditando, eu preciso vê-la.
Puta que pariu! Eu não vou aguentar se ela não se lembrar de mim, ela tem
que se lembrar.
- Ela está sendo avaliada, não podemos entrar -Emy grita e quando eu estou
chegando na porta, meu coração para.
A voz dela chega até os meus ouvidos e meu peito se enche de alívio, ela
está acordada!
- Dylan...
75° capítulo
Lisa Morris
- Água.
Bob,
Acidente,
Helicóptero,
Ele...
Dylan!
Abri os olhos e vi meu dedo indicador com um aparelho ligado assim como
uma agulha enfiada na minha mão direita, tinha alguns balões e ursos em
um sofá no canto do quarto dando um ar mais alegre.
Meus olhos pairam sobre a porta que estava sendo aberta, tentei falar
alguma coisa, mas a minha voz não saia, acho que forcei minhas cordas
vocais quando falei "Água".
- Oi! Eu trouxe outro ursinho para você -Rubi entrou no quarto mexendo na
sua bolsa e tirando um pequeno ursinho azul de dentro - Eu sei que já
trouxe muitos, mas olha...eu não me importo -ela riu e andou até o sofá
colocando o ursinho entre os outros.
- Ai meu Deus! Você está bem? Você quer alguma coisa? DYLAN VAI
SURTAR -ela colocou as mãos na cabeça e me encarou entusiasmada.
Sorri de lado e puxei sua mão para que ela me abraçasse e assim ela o fez,
ela me deu um abraço tão apertando como se não tivesse me visto a anos.
Nos afastamos e ela ficou me encarando como se o que visse não fosse real.
- Água?
Acenei.
- Olá, Srta. Morris -ele tirou uma espécie de mini lanterna do bolso e mirou
no meu olho esquerdo e depois no direito.
- Vou lhe fazer algumas perguntas e quero que pisque se a resposta for sim
ou pisque duas vezes se a resposta for não, você entendeu?
Pisquei duas vezes, eu não sabia, mas não acho que seja muito já que
provavelmente a algumas horas atrás eu estava com Bob.
- Você estava em coma Senhorita, você ficou desacordada por exato três
meses.
Ele acena.
O doutor parou de falar quando a porta foi aberta e rapidamente ele olha
para a mesma irritado.
Olhei para porta e meu coração pareceu acelerar trezentas vezes mais,
olhos verdes me encaravam e pareciam transmitir tantas coisas ao mesmo
tempo que era impossível identificar.
- Dylan...
- Lisa.
Ele deu um passo à frente e meu peito se apertou, ele não estava perto de
mim, mas eu podia sentir o calor que seu corpo emanava.
Dylan estava diferente fisicamente, ele parecia bem mais magro e sua barba
por fazer o fazia envelhecer 10 anos, as olheiras nos seus olhos eram
notáveis.
- Você está...
- Ela se lembra, Sr. Venturelli. Sua noiva não perdeu a memória -ele diz e
vejo Dylan respirar aliviado.
O médico sorriu e saiu do quarto, segui seus passos com os olhos e quando
ele fechou a porta Dylan avançou sobre mim.
- Eu não consigo acreditar -ele diz e uma lágrima caiu dos seus olhos.
Dylan ergueu meu rosto e olhou cada centímetro dele, seu polegar se
movimentava para cima e para baixo na minha bochecha e minhas mãos
foram para o seu braço.
- Eu pensei que tinha perdido você -ele diz e meu aperto no seu braço
aumenta.
Não terminei de tentar entender porque senti seus lábios tocaram minha
testa e ele repetir "obrigado" várias vezes, eu pude sentir sua lágrima cair
na minha bochecha, Deus! Eu não acredito que fiquei desacordada por três
meses.
Ele se afastou colando nossas testas como ele sempre faz e um sorriso saiu
dos meus lábios.
(...)
- LISA!
- Ai meu Deus...é verdade -Emily correu até mim e me abraçou com força.
- Porra! Finalmente, mucura -sorri e ela riu alto.
- Estou, mas eu adoraria comer algum cheese burger agora -digo e ela sorri.
Dylan estava no seu apartamento para pegar algumas roupas para mim, o
médico disse que eu ainda não tinha alta porque precisava fazer alguns
exames, mas é claro que Dylan não o deu ouvidos, mas vou fazer os
exames mesmo assim e ainda preciso fazer um pouco de fisioterapia.
Concordei.
- E o Peter? -perguntei.
- Está vivo -ela diz e coloca a mão no queixo parecendo pensar na próxima
pessoa que iria falar.
Ela concordou e pegou a garrafa de água da minha mão e bebeu o resto que
tinha.
- E Caleb?
Ela deu uma pequena engasgada e depois sorriu triste.
- Eu estou muito feliz que você tenha acordado -ela beijou minha testa-
Convença o molhador de calcinhas tirar aquela barba -ela diz e eu revirei os
olhos sorrindo.
- Eu preciso ir, tenho que voltar para o inferno...quer dizer trabalho -ela riu
e pegou sua bolsa da cadeira.
Susie tinha 22 anos, mas não parecia nenhum pouco, a franjinha no seu
cabelo e o rosto fino a faziam parecer ter 17 para 18 anos, ela era bem
bonita.
- Você é uma ótima amiga, Susie -digo e ela pisca algumas vezes com a
boca entre aberta.
- Amiga?
- Só falta você conhecer Rubi, ela é ótima também -digo e ela concorda.
- Eu adoraria continuar aqui conversando com você, mas a boate vai abrir
daqui a algumas horas e eu preciso estar lá -ela diz e se levanta.
- Não vou.
Ela me abraça e se vira para ir embora, abre a porta, mas a pessoa do outro
lado a abriu primeiro fazendo com que Susie desses passos para trás.
O rosto de Nathaniel surge no quarto e seus olhos focam na pessoa a sua
frente, seu semblante muda por alguns segundos e um sorriso que eu
conhecia muito bem surge, esse é o sorriso cafajeste dos Venturelli, eu sei
porque vejo um desses quase toda hora.
- Vi o que?
Revirei os olhos.
- Nem todas caem no charme dos Venturelli -digo e ele levanta uma
sobrancelha.
Bom, eu caí e tenho certeza que sempre cairia no charme daqueles olhos
verdes.
- É, tanto faz.
- Eu vim com Dylan, ele me pediu para arranjar um lugar para por algumas
coisas pessoais suas -ele diz.
Ouço um barulho da porta e o vejo com uma caixa em cada mão, ele coloca
no sofá ocupando metade, ele se vira para mim e percebo que ele tirou a
barba.
- Eu trouxe tudo o que você precisa -ele diz.
- É Adam, tenho que ir -ele diz e se despede de nós dois saindo pela porta
em seguida.
Olhei para Dylan e não pude deixar de comentar sobre a sua barba recém
tirada.
Ele mordeu meu lábio inferior e me beijou, mas dessa vez com vontade,
sua mão foi para a minha nuca e sua boca cada vez mais explorava a
minha, mas ele parou.
- Sim.
- Por favor não ameace o médico a me dar alta -digo e ele revira os olhos.
Olhei para o meu arrogante gostoso que estava com os olhos brilhantes,
sorri de lado.
Entrei no carro com Dylan me escoltando, digamos que nesses últimos dias
ele está bastante protetor. Compreensível.
Olhei para Dylan que estava focado na pista a sua frente e sorri
abertamente, Rubi me contou que ele não saiu do meu lado durante esses
três meses, acho que aquele sofá era a sua segunda casa.
Olhei para frente e vi que todos os carros passavam por nós, alguns
buzinavam irritados me fazendo franzir o cenho.
- Dylan? -o chamei.
- Sim, amor.
- Eu não estou com medo -ele diz olhando para mim que levantei uma
sobrancelha.
- Certo, tome cuidado a 60km/h porque esse é o limite da pista -digo dando
um tapinha na sua perna e ele sorri de lado.
- O que? -meus dedos foram para seu cabelo enquanto ele estudava meu
rosto.
Levantei meu queixo na sua direção para que ele me beijasse e assim ele
fez, sua boca tomou a minha em um beijo suave, mas muito significativo,
eu adoro beijá-lo.
Dylan tinha ido até a empresa para acertar algumas coisas com Adam já
que o loiro tinha ocupado seu cargo durante o tempo em que estive no
hospital.
Por um momento eu pensei que talvez ele tivesse me traído e agora estava
com peso na consciência, Rubi e Emy me asseguraram que isso não era
provável já que o mesmo não saiu do meu lado em nenhum momento,
apenas no dia em que eu acordei.
Eu acreditei nelas e eu acredito que não seja isso, Dylan não faria tal coisa
comigo e se fizesse eu cortaria suas bolas e venderia em algum mercado
ilegal.
Passei os dedos pelos livros e olhei para a mesa que ficava no centro, me
aproximei dela e sorri ao me lembrar do que Dylan e eu fizemos nessa
biblioteca.
O modo como ele conduz e conhece meu corpo é surreal, o jeito como ele
se movimentava dentro de mim fazendo com que inúmeros gemidos
saíssem da minha boca é simplesmente perfeito.
Me assustei quando ouvi sua voz grossa da porta e olhei para ele que vestia
seu famoso terno de três peças. Eu já disse o quanto ele fica sexy de terno?
- Você...
- O dia em que você me fez gozar aqui -parei na sua frente e ele me
encarou irritado.
- Mas agora...você quase não chega perto de mim -ele passou a mão no
cabelo.
- Então o que está acontecendo? -coloquei a mão no seu rosto, mas ele não
me encarou.
- Ainda sente desejo por mim? -passei a mão nos seus braços e ele fechou
os olhos.
- O que? -perguntei.
Coloquei a mão na sua nuca e aproximei seu rosto do meu, sua boca a
centímetros da minha e nossos olhos presos um ao outro.
Ele arfou quando sentiu minha mão no seu membro, colei nossos lábios em
um beijo feroz e intenso, mas ele agarrou meu cabelo e puxou para o lado
aspirando o cheiro do meu pescoço, eu sabia que já estava totalmente
pronta para ele.
Ele para de beijar meu corpo e me encara com as pupilas dilatadas, seus
olhos pairam na minha boca e depois nos meus olhos, Dylan cerra o
maxilar e parece jogar tudo pro alto quando me carrega fazendo com que
minhas pernas ficassem em volta da sua cintura, saímos da biblioteca as
pressas e ele subiu a escadas abrindo a porta do quarto em seguida com
certa urgência.
Dylan tirou minha blusa e depois o short que eu usava, ele colocou a mão
na minha barriga me inclinando para trás e eu deitei na cama com os braços
ao lado da minha cabeça.
Sem em nenhum momento meu olhar desgrudar do seu ele tirou a blusa
social branca e jogou no chão, a cueca box foi a última peça tirada e meu
corpo tremia de excitação.
Ele parou os movimentos aos poucos e seu corpo quente ainda estava em
cima de mim, o envolvi em um abraço e beijei seu rosto.
Ele levantou um pouco o rosto e me deu beijo casto nos lábios, minhas
mãos foram para o seu cabelo e ele aprofundou o beijo, mas parou me
olhando sério.
- O que foi?
O joguei para o lado rapidamente e ele começou a rir, me levantei e fui até
o banheiro atrás de um roupão.
Voltei para onde ele estava e quase jogo o abajur em cima dele.
- Você não toma aquilo a meses, não é? Já que você estava... -perguntou e
eu acenei.
- Então...
Mesma coisa séria com a pílula do dia seguinte, o efeito ainda seria
cortado. Vou ter um mini Dylan? Oh Deus, não, não, não.
- Claro que não, eu estava tão desesperado quanto você que nem percebi.
- Danny?
- Nosso filho, Lisa -ele falou sério- E se for menina? Você poderia
escolher.
- Cristo!
Revirei os olhos e ele me puxou pela mão me fazendo deitar ao seu lado e
me encarou.
Semanas depois...
Perguntei para o homem a minha frente que segurava uma venda preta nas
mãos.
Estava escurecendo quando Dylan me puxou do sofá e me arrastou até a
porta elevador.
- Você é bastante curiosa, não deixa nem eu fazer uma surpresa para você -
revira os olhos.
Ri alto e peguei a venda da sua mão, coloquei a mesma e ouvi ele sorrir.
Perguntei sabendo que essa frase o deixaria aéreo por alguns segundos,
ouvi ele suspirar e sorri internamente
Estendi minha mão que ele agarrou me levando até o elevador, quando
chegamos no estacionamento ouço a porta de um carro ser aberta e Dylan
praticamente me jogar lá dentro.
Fiquei esperando-o entrar no carro, mas ele não o fez, fiquei segundos que
pareciam horas dentro do carro, quando eu ia chama-lo o babaca aparece.
Dylan deu partida e eu pedi para ele ligar o rádio para tocar alguma coisa,
como eu estava vendada eu não podia contar as árvores então fiquei
imaginando o que as pessoas da rua pensariam se me vissem com uma
venda preta nos olhos no banco de um carro, sorri com o pensamento.
- Não, já chegamos.
Ele deu uma pequena curva no carro e puxou o freio de mão, ouvi ele sair
do mesmo abrindo a porta para mim em seguida, Dylan me guiou até uma
espécie de calçada e uma brisa fria soprou meu cabelo com um barulho de
mar no fundo, por que estávamos em uma praia?
Eu não estava de sapato alto e sim com uma sapatilha baixa, tirei a mesma
e entreguei para ele que deve ter jogando em um lugar qualquer.
Fiz o que ele disse e senti a areia no meu pé direito e depois do esquerdo,
sorri abertamente quando ele envolveu minha cintura, começamos a
caminhar e eu já estava ficando mais ansiosa do que eu realmente estava.
- Por que não me disse que iríamos vir à uma praia? Eu teria trazido um
biquini -falo divertida e ele sorri pelo nariz.
Ele me ajudou a subir uma espécie de degrau e parou na minha frente, sua
respiração se juntava com a minha antes dele me dar um beijo terno nos
lábios.
- Preparada? -perguntou.
Dylan deslizou a venda para fora dos meus olhos e eu continuei com os
olhos fechados.
- Uau! -exclamo.
Ele diz e eu sorrio divertida, Dylan pegou uma garrafa de champanhe que
estava em um balde com gelo e despejou nas duas taças.
- Eu fiz esse jantar para você, para mostrar o quanto eu te amo -ele diz e
coloca a garrafa de volta no balde.
Eu sempre lia nos livros ou assistia nos filmes as protagonistas tendo seu
final feliz em praias, eu acho tão romântico e um pouco clichê, mas quem
não gosta de um? A Emy talvez.
- Nós passamos por muita coisa nesses últimos meses -encolhi os ombros-
Mas...conseguimos enfrentar tudo juntos.
- E é isso que eu quero Lisa, enfrentar tudo com você ao meu lado -ele se
levantou e parou na minha frente
- Eu só quero olhar seu sorriso todos os dias ao acordar, quero estar ao seu
lado nas suas conquistas e te dar meu total apoio, eu quero evoluir e passar
o resto da minha vida com você então...
Ele se abaixou ficando de joelhos e o sorriso que eu tinha no rosto
simplesmente sumiu, meu estômago foi tomado pela ansiedade e
nervosismo.
Tive a sensação de que eu ficar quieta por segundos com ele de joelhos já
tinha acontecido antes.
- Sim.
- Porra! Eu nunca fiquei tão nervoso em toda minha vida -ele disse antes de
me rodar.
Gargalhei alto quando ele me pôs no chão, Dylan colocou o anel no meu
dedo e deu um beijo em cima do mesmo.
- Eu te amo -digo.
- Para sempre.
(...)
- Achei! -ele levantou o par de sapato no ar e jogou para mim que calcei em
seguida.
- Vamos, estou louco para tirar essas roupas de você -ele diz e eu bato no
seu ombro.
- 1 mês?
Parei de falar quando senti meu estômago embrulhar e alguns pontos pretos
embaçaram minha visão, eu preciso vomitar.
- Tudo bem se você não quiser, Lisa. Não precisa mandar eu parar o...
- Para o carro!
Botei a mão nos joelhos e inclinei meu corpo para frente vomitando tudo o
que eu havia comido no jantar.
- Merda.
Ouvi a voz de Dylan e segundos depois ele estava ao meu lado segurando
meu cabelo e alisando minhas costas, eu nunca tinha vomitado tanto em
toda minha vida.
- Não se encha de esperanças, talvez tenha sido algo que eu comi no jantar
-dou de ombros.
Dylan e eu conversamos sobre ter filhos e ele deixou bem claro que me
queria grávida, mas ele também precisa ficar consciente de que talvez eu
realmente não esteja. Mesmo que eu também queira muito.
- Vamos fazer assim, se você não estiver grávida vamos nos casar no tempo
que você quiser.
Ele confirma.
- Você está fazendo uma aposta sobre o nosso filho que nem sabemos se
está aqui dentro? -aponto para a minha barriga.
- Quero ver se eu não estiver com um bebê aqui dentro -digo e ele semi
cerrou os olhos- Vou fazer você...
Olhei para o meu noivo que deu um grande sorriso e começou a andar, mas
eu o impedi segurando seu braço direito.
- Dylan...
- Está tarde, as farmácias perto daqui já estão fechadas -ele fica de frente
para mim- E eu não vou esperar até amanhã.
Suspirou.
Ele começou a andar novamente e pediu para eu esperar um pouco que ele
ia conversar com alguém da recepção, fui até o bebedouro e me servi um
pouco de água, do lado tinha uma pequena mesa com algumas balas de
menta e aproveitei e comi algumas.
- Quanto?
- O suficiente.
Minutos depois uma médica entra com uma prancheta e colocando o jaleco
branco, ela me vê e sorri para mim.
- Lisa?
- Sim.
- Claro
- Hoje ela teve um -Dylan diz e ela olha para ele concordando.
- Eu pensei que tivesse comido algo que não me fez bem e meu estômago
rejeitou, não achei que fosse algo alarmante -digo cruzando os braços.
- Bom...
- Essas coisas que você está sentindo são sintomas básicos de gravidez de
semanas -ela diz e se levanta- Mas para ter certeza, eu quero que você deite
na cadeira ginecológica e puxe o vestido até a cintura.
A médica andou até o outro lado da sala indo até um aparelho e Dylan se
aproximou de mim.
Senti uma leve pressão na minha barriga, mas nada doloroso, Dylan se
aproximou de mim e beijou minha têmpora.
- Escutem isso.
- Claro, Sr. Venturelli -ela diz e retira o aparelho de mim- Voltarei com
mais detalhes.
Não consigo saber se ela saiu ou não ou o que ela fez porque estou
concentrada demais olhando para a minha barriga.
Ele sorriu para mim tentando me acalmar, uma mão direita saiu do meu
rosto e desceu até encostar na minha barriga. Olhei para ela e depois para
ele.
- Vamos sim -ele colocou a testa na minha e tocou meus lábios com o
polegar.
- Eu amo tanto, tanto você -ele diz e eu suspirei dando um sorriso logo
depois.
(...)
Os únicos que não estavam aqui eram Susie e Nate, já que a mesma está em
hora de trabalho na boate e Nate não estava em Nova York, Susie e eu nos
aproximamos bastante nessas últimas semanas, mas ela ainda não conheceu
Rubi
- Bom, primeiro...
- Filho!
Dylan franziu o cenho virando o rosto para o lado contrário e avistou sua
mãe e seu pai correndo até nós.
- Seu irmão nos ligou dizendo que você estava no hospital -seu pai diz.
- Foi mal, eu só disse que você estava no hospital e ela desligou -ele aponta
para mãe.
- Vai ficar sem esse dedo, Adam Drew Venturelli -ela diz com a
sobrancelha levantada.
- Espera aí cunhada -Adam levanta o dedo- Por que vocês estão com roupas
de banho?
- Ah, nós estávamos no iate quando Adam nos ligou -Gregório diz.
Pois é, Dylan realmente deu o iate para a mãe, como ele disse, aposta é
aposta.
- Sim, ué. Fomos namorar um pouquinho, seu pai não quis ir de manhã
então fomos de noite, mesmo o iate não saindo do lugar -Monica diz.
- Obrigado, filho -Gregório diz olhando para Dylan e depois olha para a
mulher malicioso.
Os seis ficam em silêncio por vários segundos, mas depois todos eles
vieram correndo nos abraçar felicitando Dylan e a mim.
- Vamos nos casar em um mês -digo e ela parece confusa assim como Rubi.
- Mas...
- Tudo bem, mas primeiro expliquem por que raios vocês estão em um
hospital -diz Peter.
- Você acha que eles estão bem? -Dylan pergunta sussurrando para mim.
- Eu não acredito, EU VOU SER VOVÓ - Monica grita a última parte antes
de me dar um abraço de urso.
- Dylan vai morrer do coração! -Peter diz rindo e meu noivo revira os olhos
- Cala boca! Não vou ser um pai ciumento -Ele diz cruzando os braços.
- Titia vai te levar para Disney! -Rubi diz olhando para minha barriga antes
de alisa-la também.
Marcarei meu pré-natal o quanto antes para o meu bebê, Deus! Eu estou tão
feliz.
Senti uma mão me puxar um pouco para longe e me virei para ele que
sorriu alegre e me deu um leve beijo nos lábios envolvendo os braços na
minha cintura.
- Eu soube que as grávidas tem inúmeros desejos -ele aperta minha cintura-
Sem falar no mau humor constante.
- Ricardo? Claro que não -Rubi diz e olha pra mim- Respeitem a Cloé.
- Não vai ser uma menina! -ele diz e Rubi olha feio pra ele.
- É claro que vai, uma linda menina -ela diz e cruza as mãos sorridente.
- Eu acho que vai ser um menino -Peter diz e Adam ergue a mão batendo
na dele.
- Não vai não, vai ser uma menina -Emy diz e faz o mesmo ato com Rubi.
- Não acredito que eles estão discutindo sobre o sexo do nosso bebê -digo e
Dylan balança a cabeça sorridente.
- Fechado -falo.
Ele concorda e coloca a mão no meu ombro me levando até eles que ainda
estavam discutindo o sexo do nosso bebê.
Eu não acredito que acabei de apostar o sexo do meu filho! Meu Deus. Não
sei o que é pior, eu apostar ou ser a segunda vez que eu faço isso.
79° capítulo
Lisa
Era hoje!
Hoje eu iria ver meu filho! Mesmo que ele seja tão pequeno eu não poderia
estar mais feliz.
Olhei para os meus peitos na frente do espelho e deixei minha cabeça cair
para o lado.
- Você acha?
- Falta algumas semanas para nos casarmos -ele me encarou pelo espelho-
Estou contando as horas para você ser minha.
Me virei de frente para ele colocando meus braços em volta do seu pescoço
e suas mãos desceram para a minha cintura.
- Eu já sou sua com casamento ou não -falo e ele se aproxima até me beijar.
As mãos dele vão para os meus seios e eu acabo dando um gemido de dor
quando ele aperta levemente.
- Auu -digo e ele se afasta rapidamente
Quando Dylan contou que eu estava grávida ela ficou extremamente feliz,
dava até pulinhos batendo palmas, foi muito fofo.
(...)
- Estou tentando.
Ele mexe no botão de novo até que o barulho para e ele respira aliviado.
- Você acha que eu não conseguiria ver meu próprio filho? Claro que não -
digo com a voz mais fina do que o normal.
- Por enquanto -ela disse e se voltou para o meu lado mexendo na máquina.
Horas depois...
- Então você achava que eu comia demais? Por um batalhão pelo visto.
- Não exatam...
Ele se inclinou para frente e pegou na minha mão, me olhou com carinho e
a apertou de leve.
- Você não está gorda, apesar de que você vai ficar um pouco maior já que
nosso filho vai ter que crescer aí dentro -ele olhou para a minha barriga- E
eu não vejo a hora disso acontecer.
Sorri alegre limpando uma lágrima que desceu do meu rosto e Dylan
respirou aliviado.
Ele sorriu antes de um barulho de celular vir do seu bolso, ele tirou o
aparelho de lá e o atendeu em seguida.
- Venturelli.
Voltei a comer e dei um sorriso satisfeita, olhei para ele que estava sério,
seus olhos verdes estavam mais escuros e por um momento pensei o pior
quando escutei ele falar "detetive".
- Bob.
Meu coração errou uma batida e apertei meus dedos um no outro em meu
ato de nervosismo.
- Baby, suas emoções estão a flor da pele não sei se você irá reagir bem...
- Conte-me.
Ele se ajeitou na cadeira e entrelaçou as os dedos em cima da mesa, sua
postura séria estava presente.
Para mim foi impossível conter o alívio que me dominou, um longo suspiro
saiu da minha boca e fechei os olhos por alguns segundos absorvendo a
notícia.
Ele pegou na minha mão e eu abri os olhos, sorri fraco na sua direção e
acenei.
- Agora estou.
Arregalei os olhos.
- Meu Deus.
- Eu não estou com nenhum pouco de pena, o desgraçado quase tirou você
de mim. Isso é o mínimo que ele deve receber.
Acenei, eu posso ser uma pessoa horrível por estar aliviada por causa da
morte de alguém, mas eu sei que agora eu estaria em paz e que nosso filho
não teria que nascer em um mundo com aquele homem.
Lisa
Me virei para encarar Dylan que estava com os olhos fechados, mexi em
alguns fios do seu cabelo e tracei um caminho com meus dedos até o seu
queixo.
Ele se remexeu um pouco antes de abrir os olhos e sorrir para mim com o
sorriso de molhar calcinhas.
- Para de ser chato- Adam diz e bate uma mão na outra- Já estou com tudo
que você precisa.
- Ta falando do que seu idiota? Você é mais velho que eu -Dylan diz.
- Só três anos -Peter caminhou até ele e deu um tapa na sua testa- Levanta,
batgirl.
Olhei no relógio é já eram 9:00, ainda bem que as meninas não chegaram,
se elas me vissem dormindo...
- Mucuraaa!
Por incrível que pareça Rubi entrou primeiro no quarto, ela entrou sorrindo
mas assim que viu todos nós ela parou de sorrir.
- Emily, ele ainda está aqui -ela gritou para a minha amiga que parecia estar
na escada.
- Eu moro aqui, lembra? -Dylan gritou e eu tenho certeza que ela revirou os
olhos.
Dylan fechou os olhos e eu coloquei minhas mãos sobre eles, Rubi ajudou
Emy a passar com o vestido branco para o banheiro trancando a porta em
seguida, tirei minhas mãos dos seus olhos e Adam fez um sinal com o dedo
o chamando.
- Te espero no altar.
Ele sorriu e me deu beijo suave logo descendo para minha barriga onde ele
alisou e deu um beijo demorado.
(...)
- Aqui!
Ela se levantou e colocou em cima da cama, andou até mim e pegou nas
minhas mãos.
Meu vestido era um sonho de princesa, eu fiquei encantado por ele desde o
primeiro dia que eu o vi, o mesmo consistia de mangas longas
completamente rendadas com as costas não muito nuas e com um decote
muito bonito na parte da frente. O tecido modelava minha cintura e as
mangas caiam sobre os meus dedos o deixando um ar mais elegante.
Rubi olhou para ela com uma sobrancelha levantada e ela olhou para mim.
- Não mais que a minha amiga aqui, você que está incrível -ela diz e eu
sorri revirando os olhos.
- Está mesmo, e se alguém perguntar fala que foi eu que fiz o seu vestido.
- Bom, vamos ficar ainda mais com os nossos vestidos de madrinhas -Emy
coloca a mão na cintura.
- Calma minha filha, temos tempo, ainda falta -Rubi diz olhando no relógio
de pulso- 30 minutos.
- Merda! -as duas correram até uma sacola diferente das outras.
Elas tiraram dois vestidos da cor bege que tinham uma pequena fenda na
perna esquerda e um decote favorável na parte da frente.
- Pelo menos já estão maquiadas -digo.
- Emily, esse cheiro, só está me deixando com mais desejo -digo quase
salivando.
- Espero que meu filho não nasça com cara de bolo -digo e as duas reviram
os olhos.
O elevador chegou e entramos no mesmo, descemos até o estacionamento e
de longe vi Bryant.
Nessa hora um homem muito lindo saiu do elevador, ele parecia ter saído
de uma revista masculina e o melhor, o cheiro do bolo chegou até o meu
nariz, ele segurava uma vasilha com o bolo lá dentro.
- Dizem que é pecado deixar uma grávida sem comer o que ela quer -digo
olhando pro bolo e as duas parecem despertar.
Rubi caminhou até ele em passos rápidos e nós caminhando até o carro,
mas eu pude ouvir um pouco da conversa.
- Você é muito, muito gato e eu preciso desse bolo -ela aponta e o cara
franze o cenho.
Bryant nos olhou pelo retrovisor e sorriu de lado dando partida no carro.
- Pelo menos seu filho não vai ter cara de bolo -Rubi diz.
- Chegamos.
Rubi parou no meu lado esquerdo e Emy no lado direito, coloquei o véu e
peguei o buquê de rosas vermelhas da mão de Emily, eu escolhi essas rosas
porque eram as favoritas da minha mãe e pensei que desse jeito eu estaria
mais perto dela de alguma maneira.
Respirei fundo e encarei Dylan pela primeira vez desde que as postas se
abriram, ele estava com um terno cinza claro com uma pequena flor
vermelha no bolso do paletó, seu sorriso perfeito foi direcionado a mim e
foi inevitável não sorrir de volta.
Dylan entrelaçou nossos dedos e percebi que era a famosa fala do padre.
- Sim, eu aceito.
- Sim, eu aceito.
- Dylan, eu nunca iria achar palavras corretas para te dizer agora, mas eu
sei que eu não preciso delas para provar o quanto eu te amo, você era a
peça que faltava para eu ser feliz, você me deu amor, alegria, risadas e o
mais importante -coloquei minha mão na minha barriga- Você me deu um
filho.
Percebi algumas pessoas chorando enquanto ele me encarava com os olhos
quase lacrimejando.
- Eu prometo te amar até o fim dos nossos dias e ser sua para toda a
eternidade meu...arrogante gostoso.
- Lisa, não tem nenhum outro lugar do mundo em que eu queria estar a não
ser aqui, me casando com você. Todos os dias quando eu acordo eu
agradeço por ter feito aquele acordo idiota -ele diz e o padre balança a
cabeça.
- Por que ele só me fez enxergar que eu sou apaixonado por você, seus
olhos, seu sorriso e até seu ato de nervosismo. Você desperta algo em mim
que eu nunca senti e nem tinha ideia que existia, mas eu sou extremamente
grato a você por me fazer senti-lo. Quero você para sempre, quero te amar
para sempre e quero ter uma linda família com você, apenas você.
Enxuguei a lágrima que descia do meu olho esquerdo e sorri para ele.
Peter veio até nós com uma caixinha de veludo azul e entregou a Dylan.
- Lisa, eu te dou esta aliança como sinal de que escolhi você para ser minha
esposa e minha melhor amiga. Receba-a e saiba que eu te amo -Dylan
colocou a aliança no meu dedo anelar da mão esquerda.
- Dylan, eu te dou esta aliança como sinal de que escolhi você para ser meu
esposo e meu melhor amigo. Receba-a e saiba que eu te amo -Coloquei a
aliança no seu dedo.
- É com grande alegria que vós declaro Marido e mulher -O padre encarou
Dylan- Pode beijar a noiva.
- Eu amo você.
- Agora, Sra. Venturelli -ele entrelaçou meus dedos nos seus- Vamos
comemorar.
(...)
- Aos noivos!
- Até a lua de mel -Ele se aproximou para sussurrar no meu ouvido - Por
que não vai ser eu que vai falar baby, é você que vai gritar meu nome.
- Pervertido.
Dylan agarrou minha mão e fomos até o centro do salão onde outros casais
também dançavam, sua mão direita agarrou minha cintura e sua mão
esquerda juntou com a minha.
Suas mãos alisam minhas costas enquanto eu brincava com a flor vermelha
no seu terno.
- E aí, Mucura?
- Oi, gente.
- Relaxem, estou grávida não doente. Além do mais, eu ainda quero bolo.
- Eu jamais vou esquecer aquela cena -digo rindo e Rubi colocou a mão na
testa.
- Oi, gente.
- Rubi, está é Susie Jones uma amiga nossa e Susie essa é Rubi Mendoza
outra amiga.
- Eu trabalhei na empresa de Rubi por alguns meses, mas tive que sair para
cuidar da minha mãe -diz Susie.
- Eu sinto muito pelo o que aconteceu -Rubi diz e ela sorri triste.
- Obrigada por vir -ela acena- Quando eu voltar nós podemos fazer alguma
coisa juntas.
- Um mês? Quando eu me casar quero uma lua de mel com tanto tempo.
Sorrimos.
- Bom, só traga meu sobrinho de volta -Emy diz alisando minha barriga.
Concordei sorridente.
- E aí, meninas?
- Cunhada!
- Bom, já que vocês estão aqui -Dylan aponta para Adam e Rubi- Por favor
não se matem na empresa enquanto eu estiver fora, tudo bem?
- Do que você está falando? Nos damos bem -Adam diz e Rubi concorda.
- Não foi por que eu quis, babaca. Você que esbarrou em mim saindo do
elevador com essa sua pressa desnecessária.
- Você é uma...
- Está bom gente! -Emy diz.
- Vocês estão parecendo cão e gato -Peter diz e eu levanto uma sobrancelha
pra ele- Estão trabalhando juntos a quanto tempo?
- 1 Mês maninho.
- Porra! 1 mês longe dela? Perfeito -Adam diz apontando para Rubi que
bateu na mão dele.
O buquê caiu na mão de Rubi que rápido passou para Emy que jogou
caindo na mão de Susie que acabou jogando longe.
Olhei para elas que apenas deram de ombros gritando um "Deus me livre".
Desci do pequeno palco e andei até o centro procurando por Dylan. Ele
estava conversando com alguns homens de terno e cada movimento seu
parecia ser em câmera lenta, suas mãos se moviam calmamente e seu
sorriso perfeito estava a mostra, seus olhos verdes brilhantes que estavam
focados no homem logo se direcionam a mim como um ímã.
Eu o amo tanto que tudo o que ele faz é hipnotizante para mim, eu acho que
nunca vou me cansar desse homem.
Sou a secretária eficiente e ele o chefe mulherengo que tinham tudo para
dar errado, mas graças a um acordo de casamento tudo deu certo no final, e
se você me perguntasse se valeu apenas eu diria que faria tudo de novo e
mais uma vez, eu nunca me cansaria de me apaixonar por ele e ver ele
comer bolinhos de frutas.
Nunca pensei que pudesse amar alguém tanto quanto eu o amo, mas a vida
é completa de surpresas.
E hoje, eu percebo que ter feito um acordo com um babaca foi a melhor
decisão que eu tomei por que eu não sei se conseguiria sobreviver sem ele.
Fim.
Epílogo
Você consegue.
É só uma piscina.
Encarei meus dedos e rezei um pouco antes de descer tão devagar que eu
acho que meu filho já está com 10 anos, me inclinei na direção dele que me
pegou delicadamente e colocou os braços na minha cintura.
Passei a mão no cabelo o colocando para trás e ele sorriu na minha direção.
- Ainda bem, já pensou eu ter que matar meu marido com apenas dois dias
de casamento, seria triste.
Digo e ele sorri.
Arfei quando senti sua mão apertar minha intimidade por cima do biquíni
azul claro.
- O presente é mais para você do que para mim, digamos que você vai
gostar mais.
- Certo, só...
Ele se moveu com dificuldade já que eu estava prendendo sua perna, perna
com a minha.
- Baby?
- Sim.
- Eu preciso me mover.
- Ah tá.
Soltei minhas pernas das suas, mas agarrei seu tronco com força enquanto
ele ria de mim.
Ele diz e eu mostro um dedo do meio para ele que abre a boca ofendido.
- Porra, me assustei.
Ele sorriu concordando e seguimos para dentro da casa para trocar de roupa
e sair pelas ruas da Itália.
(...)
- Quero.
Levei uma colher até a boca e gemi com o gosto, estava delicioso.
Dylan me encarou e sorriu, ofereci um pouco a ele que negou e eu dei
ombros, vai sobrar mais para mim mesmo.
- Desculpe, é que dizem que bebê recém-nascido nasce com cara de joelho.
- NÃO, já chega de apostar coisas sobre nosso filho -digo e ele gargalha.
- Você é muito chato, não sei por que me casei com você -digo mexendo no
copinho que agora não tinha mais nada.
- Não vejo a hora de ser mãe -digo enquanto ele alisava meus cabelos.
- Vamos para casa -Peguei na sua mão- Quero ver aquele presente.
Sorri na sua direção e ele me ajudou a levantar, mas no meio do ato ele me
puxou agarrando minhas pernas e me colocando no colo.
- Dylan!
- Me coloca no chão!
Olhei para meu arrogante gostoso que me segurava sem fazer nenhum
esforço. Ainda bem que eu estava com um short jeans.