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1° capítulo

Lisa Morris

Onde está? Onde está? Onde está?


Eu não mereço isso logo pela manhã.

Eu definitivamente sou muito azarada, quem é que perde a própria chave


do apartamento dentro do apartamento? Eu, Lisa Morris deveria ganhar um
prêmio.

Faz uns 5 minutos que estou procurando desesperadamente por essa


bendita chave e para piorar eu estou atrasada.

Depois de mais longos 5 minutos encontro a maldita chave que estava atrás
do sofá, tenho que me lembrar de comprar um potinho para guardá-la não é
a primeira vez que isso acontece.

Me olhei no espelho e ajeitei meu cabelo preto, passei um pouco de


maquiagem para disfarçar essa cara de zumbi, passei lápis de olho que
ajudou a destacar meus olhos azuis, vesti minha saia preta com uma blusa
branca social e o sapato alto sempre presente na minha vida rotineira, eles
me ajudam a pelo menos disfarçar a minha altura que é um pouco baixa,
bem pouco.

Depois de aprovar minha roupa eu saio do apartamento as pressas, deixo o


café pronto para Emily minha colega de quarto e minha melhor amiga,
dividimos o apartamento a pouco mais de 1 ano, nos damos super bem.

Pego um táxi pois pelo horário esperar um ônibus irá demorar muito mais.

Chego 25 minutos atrasada, que merda, demorou mais do que pensei.

Corro para o elevador e subo para o último andar, o andar do meu querido
chefe quer dizer o meu chefe babaca porquê e isso que ele é querido é um
ova.

Seu nome é Dylan Venturelli de 29 anos, Presidente da empresa Entreprise


Technologies uma das maiores empresas de tecnologia de Nova York, o
CEO bilionário mais cobiçado pelas mulheres de acordo com as revistas e
sites.
Dylan é um tremendo babaca, por que eu digo isso? Pelo simples fato dele
me tratar como um ser insignificante, eu não revido, pois, preciso desse
emprego e além do mais ele é meu chefe e ser demitida agora não está nos
meus planos.

Chego em minha pequena sala, pego alguns documentos os reviso


rapidamente e separo alguns para levar ao Sr. Venturelli para ele assinar,
estou de saída quando esbarro em alguém e acabo caindo no chão com o
choque.

- Mas que droga -falo, talvez alto demais.

Tento pegar os papéis do chão, mas são muitos, quando consigo pegá-los
olho finalmente para cima e vejo quem está me encarando da cabeça aos
pés, quer dizer, somente minhas pernas, Dylan as observa que infelizmente
ficaram a mostra por conta da saia que subiu, senti minhas bochechas
esquentarem.

Me levanto com um pouco de dificuldade e nada do babaca me ajudar, já


de pé eu consigo o observar melhor, ele está com o terno preto habitual e a
blusa social branca que tinha uma gravata preta sustentada na gola, seus
sapatos perfeitamente engraxados e cabelo negro um pouco bagunçado mas
que fica ótimo nele, seus olhos verdes intensos agora estão focados nos
meus, sua boca rosa e carnuda deveria ser um pecado capital, seu maxilar
estupidamente esculpido só o dava mais charme, Dylan era simplesmente
divino mas não deixava de ser um arrogante.

- Srta. Morris preste mais atenção -diz com sua voz grossa.

- Me desculpe Sr. Venturelli eu não o vi.

- Percebi, esses papéis são para mim?

- Sim eu estava levando neste exato momento para o Sr. assinar -digo.

- Mas por que só agora Srta. Morris?

Congelei, tenho certeza de que ele sabia o motivo, mas queria ouvir sair da
minha boca, ele sabia perfeitamente que era porque eu estava atrasada.

- Eu acabei me enrolando um pouco hoje e cheguei atrasada, me desculpe


não acontecerá novamente -digo.
- Espero que sim, por que dá próxima vez não irá precisar subir até esse
andar porque estará no olho da rua Srta. Morris, não lhe pago para se
atrasar gosto da pontualidade dos meus funcionários, fui claro? -pergunta.

Somente assenti com a cabeça preferi ficar quieta a acabar falando merda,
sou um pouco explosiva, quando eu estiver com raiva ninguém me segura
porque eu mato um.

Além do mais, eu estava errada. Chegar atrasada é falta de profissionalismo


ainda mais quando você é a secretária particular de um CEO importante.

Mas ele não precisa ser tão grosso...

- Deixe os papéis na minha sala, tenho uma reunião agora, mas isso você já
sabe, quando eu voltar eu assino já que sua incompetência o tratou de
atrasá-los -diz.

- Sim, Sr. Venturelli. Estarão em sua mesa.

Falei isso de uma forma doce, mas como um vulcão em erupção por dentro.

- Certo, a propósito, essa saia caiu bem em você.

E ele se vai, olho para minha saia preta que agora está um pouco levantada
apesar de eu tê-la baixado ainda pouco.

(...)

Eu tenho apenas duas pessoas na minha vida que são mais importantes do
que tudo para mim, Emily e Jon são meus dois melhores amigos que eu
confio cegamente, ambos me ajudaram muito na morte dos meus pais e eu
sou muito grata por isso, não sei o que faria sem os dois.

Depois do expediente marcamos de nós encontrar os três em um bar perto


da empresa, nada de mais apenas para beber e conversar.

Andei pelo bar procurando por eles e não demorou muito para eu vê-los em
um banquinho que tinha ali, corri até eles e lhes plantei um monte de
beijinhos.

Jon estava bem arrumado claro, cabelos penteados e sedosos, as vezes tinha
até inveja do seu cabelo por que sempre que o vento batia neles parecia que
se mexiam em câmera lenta, meu amigo particularmente era muito lindo,
era alto, olhos verdes, sobrancelha grossa, corpo musculoso e tudo mais,
infelizmente, infelizmente mesmo ele gostava da mesma coisa que eu.
Trágico.

- Lisa, minha flor. Você está bem? -me pergunta.

- Estou ótima, Jon -digo e dou um beijo na cabeça de Emy que estava
sentada ao lado dele.

Emily Brooks, minha melhor amiga e minha colega de quarto, Emy era
loira e tinha lindos olhos castanhos, bem-vestida como sempre, ela tem um
dom para moda e não é à toa que trabalha com isso, sua pele bronzeada
estava brilhando.

Acho que aquilo era glitter.

- Oi, Morris -ela disse e comeu uma batatinha.

- Oi...Emily por que você está brilhando? -pergunto.

- Ah isso -aponta para o seu corpo- Isso foi um acidente -ela faz aspas com
o dedo- no trabalho, a cobra da Suzana que derramou em mim e tenho
certeza de que foi de propósito -ri da sua cara de deboche

- Então, Lisa. Como foi com o querido chefe hoje? -Jon pergunta.

- Normal, apenas trabalho -fecho a cara me lembrando do tombo que levei


hoje de manhã.

- Por que eu não acredito em você? -Emy pergunta.

- Porque você é louca e vamos mudar de assunto.

Foi uma péssima desculpa, mas ninguém merece falar de Dylan Venturelli
agora.

- Então Jon, como foi no emprego de segurança? -digo mudando de


assunto.

Jon é segurança em uma empresa importante um pouco perto do meu


trabalho, ele começou a falar sobre seu trabalho e logo depois foi a vez de
Emy falar sobre como estava sendo sua vida de estilista.

Depois de ficarmos quase 3 horas no bar conversando nós decidimos ir


embora, Emily estava sem o carro dela e eu não tenho um, triste.
Jon nos levou no seu carro até o nosso apartamento e nos despedimos
quando ele foi embora, eu fui direto para meu quarto e tomei um longo
banho, escovei os dentes e dei boa noite para Emy que estava jogada no
sofá assistindo American horror story. Ela e fanática por essa série, é um
pouco assustadora e eu me cago toda vez que assisto com ela, mas ela não
precisa saber disso, vou direto para cama e só me jogo pegando no sono
rapidamente.
2° capítulo
Lisa

Acordei desesperada pensando que já estava atrasada, mas graças a Deus


eu não estava, ainda faltava 1 hora até meu despertador tocar por isso
dormi novamente, apenas para descansar os olhos novamente.

Mas todos deveriam saber que isso muita das vezes não funciona.

- Lisa acorde você vai se atrasar, DE NOVO.

Ouvi uma voz falar na minha direção e abri os olhos devagar vendo Emily
com uma xícara, que pelo cheiro denunciou ser café, na minha frente.

-Emily mulher, ainda está cedo -falo sonolenta- Ainda é 7:45 -digo olhando
para o despertador- AI MEU DEUS VOU ME ATRASAR!

Praticamente pulo da cama, tenho que estar na empresa 8:00 da manhã, que
droga.
Eu preciso ter controle do meu horário e da minha vida.

- Bebe -Emily estende a xícara de café enquanto eu tirava a primeira roupa


que via do meu guarda roupa.

- Depois.

- Bebe logo, depois você não vai beber -Emy me olhou com uma cara de
cachorro abandonado.

Ela estava tentando me fazer comer algo já que eu não tenho muito o
costume de comer pela manhã, mas se não comer eu posso muito bem
passar mal.

Peguei a xícara da mão dela e dei umas duas goladas, ela sorriu.

- Tem algo para você comer na cozinha -ela disse e pega a xícara da minha
mão.

- Você não precisa se preocupar com isso -falei.

- Lisa, você é minha melhor amiga. É claro que eu me preocupo -ela disse
sorrindo mas depois ficou séria de novo- E também foi o primeiro café
expresso que eu fiz na máquina nova, precisava de uma cobaia.
Emily sai do quarto e eu ri baixo.

Me arrumo rapidamente colocando uma saia social e minha blusa rosa


bebê, não passei maquiagem forte apenas um batom bem fraquinho e calcei
meu sapato alto preto, fui para a cozinha fazendo um coque formal no
cabelo.

Comi torradas que graças a Deus já vieram prontas e embaladas, tinha ovos
e bacon, mas eram os ovos e bacon da Emily. Minha amiga não era muito
boa na cozinha.

Depois de escovar os dentes eu saí do apartamento rapidamente e peguei


outro táxi já com peso na consciência por estar gastando dinheiro com
táxis, preciso me acordar mais cedo.
Depois de minutos eu consegui chegar no horário, com apenas um minuto a
mais. Meu chefe ainda não tinha chegado, Dylan Venturelli é sempre tão
pontual que me é até estranho ele não estar aqui, certeza que estava com
alguma conquista por aí.

Depois de tratar alguns papéis, marcar umas reuniões para o babaca, ele
chega na empresa parecendo frustrado com algo, seu semblante não era os
dos melhores, será que aconteceu alguma coisa? Fico pensativa por um
tempo até que ele me chama para sua sala.

- Lisa, venha até a minha sala, agora -ele diz um pouco alterado.

Ok, agora tenho certeza de que algo aconteceu, ele nunca me chamou pelo
meu primeiro nome.

Entro na sala sorrateiramente e ele estava lindo como sempre, o cabelo


bagunçado, o terno cinza modelado para seu corpo, sapatos sociais pretos e
seu cheiro em toda a maldita sala, é tão bom, ele faz menção para eu sentar
e eu me sento com meu bloquinho em mãos

- Sr. Venturelli, em que posso ser útil?

- Quero algo de você Srta. Morris -diz sério.

Cristo! o que será que ele quer, comecei a ficar nervosa...não que eu já não
estivesse.

- O que você quer, Sr. Venturelli?

- Quero que você seja minha noiva -ele simplesmente diz- Calma...
Calma?

Pisquei várias vezes tentando entender.

Tenho duas hipóteses para isso,


Primeiro: Ele pode estar fazendo uma piada de muito mal gosto ou...o
sequestraram e colocaram outro no lugar.

- O que? -pergunto o encarando igual uma retardada.

Dylan suspirou.

- Minha família, mais especificamente meu pai, diz que eu preciso de uma
noiva para me manter no posto de CEO, para não perder isso quero que
você -ele aponta para mim- Seja minha noiva por um pequeno tempo.

Caio na gargalhada, não consegui me segurar! como ele pode dizer uma
coisa dessas é clichê demais, fico quase 5 minutos rindo até que finalmente
ele diz.

- Já acabou? -diz irritado

- Ahh... Sim, sim espera -levantei o dedo indicador pedindo para ele
esperar.

- Lisa preste atenção, eu sei que isso é super clichê, mas eu preciso de uma
noiva e eu só pensei em você -ele coçou o queixo- O seu nome é o único
que eu decorei além do da minha mãe.

Céus.

- Por que..., mas por quê? Você... -pergunto me recompondo

Preciso de água.

- Porque você é perfeita para história, todos vão acreditar que nos
apaixonamos porque você e eu vivemos juntos. Todos sempre me veem
com você e já devem ter boatos de que tenhamos transado de qualquer
maneira, não será tão difícil de acreditar.

Existe boatos sobre isso? Credo.

- Boatos? Isso é ridículo -digo incrédula

- Lisa, eu posso te oferecer o que você mais precisa.


- Que é? - pergunto confusa.

- Posso pagar todas a dívidas do funeral dos seus pais e as dívidas do banco
que ficou para você.

Eu fecho a cara, com ele sabe dessa dívida enorme do funeral e a do banco
que ficaram tudo para eu pagar depois da morte dos meus pais, confesso
que é muito dinheiro levaria muito tempo para conseguir quitar aquela
dívida, mas eu estou conseguido aos poucos, bem pouco, mês passado o
banco me ligou ameaçando tirar meu apartamento que apesar de dividir
com Emily está no meu nome, me desesperei, tive que arranjar dinheiro do
quintos dos infernos para pagar pelo menos a metade, mas ainda falta
muito.

- Como você sabe sobre isso? Mesmo sendo meu chefe você não precisa
saber sobre minhas dívidas -o questiono.

- Eu apenas sei, então você vai aceitar? Preciso da resposta -ele diz

- Mas é claro que não, pirou de vez foi? -ele me olha com uma sobrancelha
levantada, ok passei dos limites, mas não me arrependo, falo mesmo.

- Olha, você está muito confusa e surpresa sobre isso, totalmente


compreensível. Pense e amanhã me dê a resposta, tudo bem?

- Já disse que não -até parece que eu vou aceitar.

- Tudo bem, mas saiba que a oferta ainda está de pé, estarei aqui se mudar
de idéia...agora traga um café pra mim -ele diz fazendo sinal com a mão
para mim me levantar, o por favor foi tirado do vocabulário dele.

Depois de sair da sala fico pensativa sobre isso, como ele pode me oferecer
uma coisa tão séria dessas?

(...)

Depois do trabalho vou direto para casa, estou muito cansada já que o dia
hoje foi bem cansativo, só quero minha belíssima cama.

Chego em casa e vejo Emily na cozinha fazendo o nosso jantar.

- E aí, mucura? -Emily e eu nos tratamos assim, é bem engraçado, mas é


tudo brincadeira, eu a amo muito.
- E aí, glitterzinho? -ela bufa, tenho certeza de que ela está lembrando da
mulher que jogou glitter nela.

- Chegou correspondência para você, está aí em cima do balcão -ela diz.

Pego a correspondência e meu coração acelera, é do banco filho da puta,


abro o papel e diz que eu preciso pagar as dívidas caso contrário levariam o
apartamento.

Seria cômico se não fosse trágico, por um momento eu pensei que o senhor
celestial estivesse do lado do meu chefe babaca por que mandar uma coisa
dessas no mesmo dia em que ele me propôs um noivado falso é sacanagem.

- Isso só pode ser brincadeira -eu grito de raiva.

- O que foi mulher? Está tudo bem?

- Não Emy não está, é do banco e eles querem a outra metade do dinheiro
senão vão levar nosso apartamento.

- Mas Lisa, é muito dinheiro, você não tem tudo isso, acho que nem
juntando nossas economias irá dar para pagar.

- É eu sei -passo a mão no rosto frustrada, me sento no sofá e fico minutos


pensativa sobre minha proposta que me foi feita pela manhã.

Não, seria loucura certo? Sim, seria loucura.


Mas eu não posso morar na rua.

- Emy?

- Euuu -ela grita da cozinha vindo até a sala.

- Preciso te falar algo que talvez possa nos ajudar -ela me olha confusa.

Explico toda a situação para ela desde o início, depois de explicado ela me
olha incrédula

- Você aceitou?

- Óbvio que não.

- Lisa não é querer ser chata mas você está meio que sem opção, quer dizer,
você tem menos de um mês para quitar a dívida toda e é muito dinheiro,
mucura -ela diz- Tempos desesperados exigem medidas desesperadas.
- Eu não posso aceitar, Emy. É um plano que provavelmente não vai dá
certo.

- Provavelmente, mas é sua única jogada para se livrar disso logo de vez, se
caso algo der errado nós encontramos outro jeito, eu posso dobrar no
trabalho ou arranjar outro, pense a respeito e qualquer coisa eu estarei aqui
-ela diz e eu sorrio pequeno.

Emily as vezes sabe ser madura.

- Você viu isso? -ela riu- Nossa, você deveria agradecer por me ter.

Eu disse as vezes.

Não suporto dar razão para Emy, mas ela está certa, eu não posso correr
risco de ir morar na rua com minha melhor amiga e além do mais é só
fingimento não preciso realmente se casar com meu chefe arrogante.

- Tá certo, você tem razão.

- É claro que tenho -viu só e disso que eu tô falando.

- Não posso pedir para você se matar de trabalhar para pagar uma dívida
minha -respirei fundo- Não tenho muito tempo então terei de aceitar.

- Vai dá tudo certo -ela disse alisando minhas costas- Será que você pode
repetir a parte do "Você tem razão"? Adoro como soa -revirei os olhos.

- Não, e agora eu vou tomar banho -me levantei indo em direção ao meu
quarto, mas antes jogo uma almofada nela com força demais.

- Aiii...Lisa sua retardada! -ela grita com a mão na cabeça.

- Também te amo -grito trancando a porta.

Infelizmente vou ter que aceitar a proposta, não quero nem ver a cara dele
de satisfação amanhã ou eu juro que vou bater nela todinha, depois do
banho volto para cozinha janto com Emy e coloco meu despertador para
tocar. Espero que esse bendito me acorde amanhã se não ele nunca mais vai
apitar.
3° capítulo
Dylan Venturelli

Me levantei bem cedo pois não gosto de me atrasar, sou extremamente


pontual com tudo.

Desço as escadas do meu apartamento indo direto para cozinha tomar meu
café que Benta já deve ter preparado. Benta foi governanta da minha
família por um bom tempo, ela praticamente me criou junto com meu
irmão, até que eu a chamei para trabalhar para mim.

- Bom dia Benta.

Cheguei na cozinha vendo várias delícias na mesa e me sentei mordendo


um pedaço do bolinho de frutas

- Bom dia, meu menino -ela diz toda meiga e eu sorrio para ela.

- Sua mãe passou por aqui está manhã e pediu para eu avisar a você que vá
até a casa dela, creio que ela precise falar com você.

- Dona Monica? Mas está muito cedo Benta, a que horas ela veio aqui? -
pergunto.

- Acho que era umas 6h -ela diz.

Olho pro meu relógio e eram apenas 7:30 da manhã como ela passou aqui
tão cedo? Algo está errado.

- Tudo bem, obrigado Benta -digo já me levantando destino a casa da


minha mãe, o que será tão importante para ela vir até minha casa àquela
hora da manhã?

(...)

Passei pelo grande portão da mansão Venturelli e estacionei meu carro na


entrada, desci da minha BMW preta fechando a porta em seguida, andei
normalmente para a porta e girei a maçaneta dourada entrando na casa
dando de cara com o hall.

- Mãe? -pergunto olhando para os lados.

- Mãe?
- Mãe? Cadê você mulher? -digo já irritado.

- Estou aqui meu filho -me viro e a vejo descendo as escadas, com seu
cabelo loiro arrumado, seus olhos azuis me encarando com felicidade, ela
vestia uma blusa branca e uma saia preta um pouco justa demais, mamãe
sempre foi vaidosa.

- Por que foi ao meu apartamento as 6:00 da manhã? -pergunto assim que
ela para de me abraçar.

- Venha, vamos para a sala de estar -ela aponta e nós caminhamos para a
sala.

- Dá para me dizer o que está acontecendo?

Perguntei assim que nos sentamos no sofá com ela ao meu lado.

Nesse momento Gregório Venturelli, meu pai, entra na sala com seus olhos
verdes escuros cansados, seu cabelo preto penteado para trás com apenas
uma calça jeans e uma blusa de manga preta, meu pai é um coroa bonito,
mas é o oposto de minha mãe.

Como sou o filho mais velho fiquei no seu lugar na empresa e agora ele
trabalha mais em casa revisando contratos e essas coisas, meu irmão, Adam
Venturelli, está viajando a negócios e só volta no final de semana, meu
irmão é a cópia fiel da minha mãe e eu do meu pai.

- Meu filho -ele me saúda.

- Oi pai -respondo.

-Filho, seu pai e eu temos que conversar com você -ela diz.

- Estou ouvido -digo.

- Dylan você já está com quase 30 anos... -ela diz fazendo uma pausa-
Achamos que já está na hora de você se estabilizar.

- Como assim? -perguntei.

- Achamos que você precisa de uma mulher ao seu lado, uma pessoa para
estar com você e ajudá-lo a manter o seu posto na empresa -ele diz calmo.

- Tá bom, cadê as câmeras? -é alguma pegadinha?


- Não tem câmeras Dylan, você precisa de uma noiva -ele diz sério.

- Mas o que isso tem haver com a empresa?

- E bom para os negócios filho, pode parecer que não mas é -meu pai diz.

- Queremos apresentá-lo para algumas filhas de nossos amigos ou filhos


não sei, vai que você se interessa por alguém -mamãe diz.

- Mãe, eu não sou gay -digo a ela.

- Tudo bem filho, está tudo bem -ela diz com uma cara amorosa.

Sorri para ela e respirei fundo. Não sei o que é mais estranho, eu ter que
noivar perante a sociedade para continuar na presidência da empresa ou
minha mãe querer me apresentar um filho de amigos porque aparentemente
na visão dela eu sou gay, não tenho nada contra, mas não é o que eu gosto.

- E quem disse que eu não estou com alguém?

Não, Venturelli. Cala a boca.

- Você está? -papai pergunta surpreso.

- Sim -minto- A propósito já está na hora de vocês a conhecerem.

Merda.

- Que ótimo meu filho, estou muito feliz por você -mamãe fala e me
abraça.

- Qual o nome dela? -papai pergunta meio desconfiado.

Congelei, e agora o que eu vou dizer? Tudo bem, eu dormir com muitas
mulheres mas isso não significa que eu lembro do nome delas, por isso eu
disse o único nome de mulher que eu decorei além de minha mãe e Benta.

- Seu nome é Lisa Morris.

Me odeio no momento.

- Ahhh...lindo nome -mamãe diz toda dengosa.

- Ela não é sua secretária? -papai pergunta.


- Sim, ela é -dei um sorriso nervoso- Lisa e eu estamos juntos a alguns
meses, mas preferimos não comentar nada.

- Como isso aconteceu? -Gregório pergunta.

- Bom, com tantas horas trabalhando juntos meio que aconteceu, na


verdade sempre tive uma queda por ela, mas não falava nada, vai que ela
me acha um louco -e deve achar mesmo- Eu a chamei para sair e foi isso,
estamos noivos agora.

- Estou feliz por vocês querido e quero conhecê-la, que tal nesse final de
semana? -mamãe pergunta.

- Claro, por que não?

Talvez por que ela não seja sua noiva de verdade? Meu subconsciente me
diz. Porra, eu estou tão ferrado.

(...)

Chego na empresa puto da vida, como vou abordar Lisa sobre isso? Ela vai
rir da minha cara com toda certeza, vou tentar ser o mais sério possível,
mas não vou desistir, não gosto de levar não e não vou levar dela.

Lisa é uma mulher muito atraente, seu cabelo preto liso, sua pele branca
como algodão, olhos azuis igual uma piscina que chega até a ser
hipnotizante, muito gostosa e bem baixinha apesar de usar salto, ela não
engana ninguém com aquilo.

A conheci na entrevista para o cargo onde ela foi muito bem por sinal
mesmo sem experiência, pôr fim a contratei, agora eu preciso fazer com
que ela aceite, ela precisa ser minha noiva por algum tempo.

Ligo para meu amigo que é detetive e peço informações sobre ela, isso é
estranho? Completamente, mas é necessário, deve ter algo que me seja útil
e realmente tinha, descobri que Lisa tem uma dívida enorme de seus pais
que foi deixada para ela na morte de ambos, era uma quantia muito alta
para ser quitada e minha mente deu um estalo, é isso!

- Lisa, venha na minha sala agora -digo e ela deve saber que é sério pois eu
não a chamo pelo seu primeiro nome.

Ela entra na sala com sua saia sempre modelando sua cintura, consigo notar
que ela quase não usa maquiagem então àquela e sua beleza natural, eu
adoro isso, faço menção para ela sentar e ela se senta com um bloco em
mãos.

- Sr. Venturelli em que posso ser útil? -ah você nem imagina.

- Quero algo de você Srta. Morris -ela fica tensa.

- O que você quer Sr. Venturelli?

Engoli em seco, acho que vou ter uma ereção aqui mesmo, apesar de tratar
Lisa muito mal eu a acho muito competente e muito responsável, tirando o
seu atraso claro, mas ela tem muito potencial e apesar disso ela nunca me
faltou com respeito mesmo eu merecendo, acho o melhor dela por que
apesar do que eu faço ela não me devolve com vingança, apenas com a
imaginação por que eu sei que ela me acha um babaca e tenho quase
certeza que ela me odeia, mas fazer o que eu? adoro perturba-la.

- Quero que você seja minha noiva -digo ríspido, ela fica pálida seu rosto
fica cheio de dúvida e surpresa, droga, deveria ser menos direto - Calma...

- O que? -ela pergunta, sério que vou ter que repetir?

Respirei fundo.

- Minha família, mais especificamente meu pai, diz que eu preciso de uma
noiva para me manter no posto de CEO e passar um bom papel para a
sociedade, para não perder isso quero que você -aponto para ela- Seja
minha noiva por um pequeno tempo.

Como eu suspeitava, ela riu mais ela riu tanto acho que ficou uns 5 minutos
rindo da minha cara, já estava ficando puto.

- Já acabou? -pergunto irritado.

- Ahh...sim, sim espera -ela diz levantando um dedo, Deus me ajude.

- Lisa preste atenção, eu sei que isso e super clichê mas eu preciso de uma
noiva e eu só pensei em você -cocei o queixo- O seu nome é o único que eu
decorei além do da minha mãe.

- Por que..., mas por quê?

- Porque você é perfeita para essa história, todos vão acreditar que nos
apaixonamos porque você e eu vivemos juntos. Todos sempre veem com
você e já devem ter boatos de que tenhamos transado de qualquer maneira,
não será tão difícil de acreditar -explicou.

- Boatos? -isso é ridículo -ela diz.

- Lisa, eu posso te oferecer o que você mais precisa -digo e ela fica
confusa.

- Que é?

- Posso pagar todas as divididas do funeral do seus pais e as dívidas do


banco que ficou para você -digo e ela fecha a cara.

- Como você sabe sobre isso? Mesmo sendo meu chefe você não precisa
saber sobre minhas dívidas -me questiona.

- Eu apenas sei, então você vai aceitar? Preciso da resposta -falei e ela fica
incrédula.

- Mas é claro que não, pirou de vez foi? - levanto uma sobrancelha e ela se
encolhe.

- Olha, você está muito confusa e surpresa sobre isso, totalmente


compreensível. Pense e amanhã me dê a resposta, tudo bem? -digo me
segurando para não a prender contra a parede e ensiná-la bons modos.

- Já disse que não -Deus me dê paciência com essa mulher.

- Tudo bem, mas saiba que a oferta ainda está de pé, estarei aqui se mudar
de ideia...agora traga um café para mim -faço menção para ela sair.

Preciso ficar sozinho e trabalhar, isso com certeza vai me fazer ficar
melhor.

Depois de horas já estava no fim do expediente e eu vi Lisa indo embora


aparentando estar cansada, eu espero muito que ela me diga sim caso
contrário serei um homem fodido, já me comprometi não tenho como sair
dessa, ela tem que aceitar.

Peguei minhas chaves de cima da mesa em seguida da carteira, irei a um


bar por perto para beber uma boa dose de whisky e ir atrás de alguma
mulher que me dê algumas horas de sexo, será uma ótima distração.
4° capítulo
Lisa

Estou tão nervosa que acordei antes do meu despertador, coisa que é
raridade.

Estou criando coragem para falar ao meu chefe que eu aceito sua proposta,
não sei como vou tocar no assunto -ah, oi Sr. Venturelli eu aceito ser sua
noiva de mentira e mentir pra toda sua família e amigos- Super normal,
coisas que fazemos no dia a dia.

Saio do meu quarto já arrumado, hoje optei por uma calça jeans clara, uma
blusa branca e um blazer da cor vermelho que eu amo, passei meu batom
vermelho da coragem e calcei meu sapato alto branco.

- Nossa você está linda -Emy surge da cozinha me assustando.

- Mas que porra, não me assusta assim não, Emily.

- Desculpa, está nervosa? Até passou o batom da coragem -ela diz se


aproximando.

- Pois é, eu estou nervosa.

Vermelho sempre me deixa mais confiante.

- Relaxa, é só falar logo de uma vez.

- Como se fosse fácil -sussurro indo pegar minha bolsa, carteira e alguns
documentos.

Pego tudo e dou um beijo na bochecha dela que está parada me olhando.

- Tchau, Emy.

- Não vai comer algo?

- Não.

- Lisaaa -ela diz em tom de preocupação.

- Tchau, Emily.
Fecho a porta e vou rumo as ruas de Nova York, não tomei café
propositalmente pois queria tomar algo do Starbucks, faço meu pedido a
uma loira simpática e saio para pegar um táxi.

Chego na empresa passando pela recepcionista e dando bom dia, subo pro
último andar enquanto esfregava meus dedos, nervosismo é horrível. Como
estava cedo fui logo adiantando a papelada e preparei os papéis para a
xerox.

Ligo a máquina que está em minha sala e ela não quer pegar de jeito
nenhum.

Bato nela para ver se funciona, mas ela não liga, bato de novo dessa vez
mais forte, porém nada acontece

- Oi, Lisa -uma voz masculina diz e eu me viro para ver quem é.

-Ah, oi Gustavo -Gustavo trabalha para o irmão de Dylan há dois anos, nos
meus primeiros dias ele me ajudou a manter as coisas em ordem com o
babaca.

- Nossa, também estou feliz em te ver.

- Aí Gustavo me desculpa, e que eu tô com um problema com essa máquina


estúpida, ela não quer funcionar.

- Quer que eu chame o homem da manutenção?

- Não, espera -digo com a mão levantada- Vou fazê-la funcionar.

Nessa hora bato nela de novo, acho que vou quebrar a máquina se
continuar com isso, mas não é que funcionou.

- Ahhh finalmente -me jogo na cadeira depois da máquina ligar.

Gustavo está em pé com um sorriso no canto da boca, ele é alto com o


cabelo loiro e olhos castanhos, corpo musculoso, com um terno azul claro e
uma gravata cinza, ele está muito bonito.

- Do que está rindo? -pergunto

- De você -ele diz se aproximando

- Que bom que lhe agrado Gustavo -digo levantando-se e indo pra máquina
para manter distância.
- E muito Srta. Morris -fico sem graça com seu comentário e dou um
sorrisinho nervoso.

Gustavo tem uma fama na empresa de pegar todas a mulheres daqui e


depois a largá-las como se não fossem nada, mas não sou uma delas.

- Escuta Lisa, que tal irmos beber alguma coisa depois do trabalho, sabe, só
pra conversarmos?

Na hora que ia dizer não a máquina desliga

- Mas que droga, essa merda tá quebrada -grito com raiva

Gustavo tosse em sinal para que eu responda sua pergunta.

- Ah n..

- Srta. Morris, compareça a minha sala.

Dylan aparece na porta com seu terno preto que eu tanto acho sexy e com
sua barba por fazer, seus olhos verdes estavam irritados, eu o conheço bem
a ponto de dizer que aquilo não era mau humor.

Era pior.

- Nos falamos depois, Lisa -Gustavo diz e vai embora, agradeço por isso.

Pego meu bloco de anotações, ajeito minha blusa e vou para a sala dele,
bato na porta e escuto sua voz atrás dela.

- Entre.

- Sr. Venturelli? -Dylan está sentado mexendo no seu MacBook e em


nenhum momento ele me olha.

- Preciso dos papéis do contrato com a empresa Center Tech, depois de eu


revisa-los
quero que você marque uma reunião com eles -ele diz irritado.

- Sim Sr., mais alguma coisa? -pergunto.

- Não, pode ir -me viro para sair, mas lembro da maldita máquina em
minha sala.

- Hum, Sr. Venturelli a máquina de xerox quebrou e...


- E?

- E eu preciso imprimir uns papéis, e a manutenção demora pra


chegar...posso usar a sua? -aponto pra máquina na sala dele.

- Pode, mas seja rápida -ele diz sem desviar os olhos do MacBook.

Saio da sala dele e vou em direção a minha, pego os papéis e volto para lá,
quando entro Dylan já não está mais olhando para o seu computador, agora
ele me olha estranho. Percebo que ele está analisando todo meu corpo na
cara de pau e eu coro, por que eu fico assim perto dele? eu hein.

Começo meu trabalho e imprimo vários papéis e a todo momento sinto os


olhos de Dylan em cima de mim, finalmente acabo e me viro para ele que
já não está mais na sua cadeira sim em pé na minha frente, como não
percebi que ele se levantou?

- Hum...Sr. Venturelli já acabei -falo sentido sua respiração perto demais.

- Ótimo Srta. Morris -meu sobrenome fica tão sexy em sua boca.

Faço menção de sair mais ele segura meu braço e me puxa de volta colando
nossos corpos, consigo sentir seu hálito de menta.

- Você pensou na minha proposta?

- Sim, Sr. Venturelli -digo e ele fica tenso- Eu aceito ser sua noiva.

Sinto o alívio em seus olhos e logo depois ele sorri para mim, Dylan pede
para eu sentar e eu caminho até a cadeira na frente da sua mesa eu me sento
esperando e o espero falar.

- Que bom que aceitou Lisa -ele diz se sentando na sua cadeira.

- Sim, mas tenho algumas condições -digo

- Estou ouvindo.

- Bom, primeiro: não quero ter relações sexuais com você.


segundo: irei fingir para sua família e amigos quando for necessário e
apenas isso.
terceiro: não quero ter fama de corna então você não poderá se envolver
com ninguém por aí até isso acabar.

Ele me encarou por intermináveis segundos antes dizer:


- Tudo bem -ele encostou as costas na cadeira- Tem certeza sobre não ter
relações comigo? você não vai se arrepender -ele diz com um sorrisinho
malicioso e eu bufo.

- Absoluta, Sr. Venturelli -que convencido.

- Ok, mas você vai implorar, Lisa.

- Vai sonhando -falo irritada, me levanto para ir embora e ele me detém.

- Espere tenho condições também -ele diz.

- Como é?

- Sente-se -ordena.

- Estou bem em pé obrigada -digo e cruzo os braços.

- Lisa se sente, por favor -ele me olha e eu me sento, preciso acabar logo
com isso.

- Estou ouvindo -repito o que ele disse.

- Primeiro quero que você pare de me chamar de Sr. Venturelli, apesar de


adorar meu sobrenome na sua boca minha família vai estranhar que você
ainda me chame assim.

- Tudo bem Dylan, só isso? -digo e ele sorri.

- Anote neste papel tudo o que for necessário da sua conta para eu depositar
a quantia e você quitar suas dívidas, irei depositar a primeira parte depois
que você for apresentada a família que por falar nisso será nesse final de
semana, meus pais irão conhece-la então se faça de apaixonada por mim e
também não quero ter essa fama a qual se refere, não se envolva com
ninguém, se quiser sair com o tal Gustavo que saia somente depois,
entendeu?

- Você ouviu a nossa conversa? -pergunto com os olhos semicerrados.

- Sim -ele diz na maior cara lavada.

- Tudo bem Dylan, depois eu saio com ele então -minto e ele me dá um
sorriso falso- Só isso?
- Não, você vai sair comigo está noite -Isso não foi um pedido e sim uma
ordem!

- Para que? -pergunto.

- Ainda quero acertar umas coisas com você.

- Estarei ocupada sinto muito -minto de novo.

- Com o que Lisa? -sinto seu semblante mudar.

Não preciso dizer nada a Dylan, mas eu tenho uma necessidade estranha de
lhe contar as coisas mesmo não sendo de seu respectivo respeito.

Sei que não tenho nada para esta noite a não ser o convite de Gustavo, mas
não é como se eu fosse aceitar e então eu falo a desculpa mais estúpida que
já inventei.

- Vou comprar um potinho -Quase eu coloco a mão na testa em reprovação.

- Comprar o que?

- Um potinho, sabe, para minhas chaves eu sempre to perdendo elas -digo


nervosa

- Irei com você -ele diz e eu arregalo os olhos.

- Não...não precisa -Meu Deus, espero que ele não vá.

- Eu irei com você e depois vamos jantar -ele diz ríspido -Agora me traga
os contratos, Lisa.

Me levantei da cadeira meio desnorteada e saí da sala olhando para ele uma
última vez que voltou a encarar o Macbook, eu sabia que não iria ganhar
nada discutindo com esse homem, ele é impossível.

Depois de entregar os contratos a ele e voltar ao meu trabalho que pareceu


uma eternidade o dia finalmente acaba, olhei no relógio que marcava 18:30
e estou esperando ele sair da sua sala para irmos comprar a porra do
potinho, não acredito que essa foi a única ideia que passou pela minha
cabeça.
5° capítulo
Lisa

Cá estou eu sentada na minha cadeira esperando meu chefe aparecer para


irmos a uma lojinha que eu conheço e comprar meu potinho.

Isso soa tão ridículo.

Giro a caneta na mão repetidamente e me levanto. Pego meu blazer


vermelho da cadeira e o visto ficando de costas para a porta.

- Vamos?

Olho para trás e o vejo, ele está com os cabelos desalinhados se apoiando
na porta, Dylan é tão bonito, mas é um babaca e agora eu sou noiva desse
babaca, só me meto em furada.

Peguei minha bolsa de cima da mesa e andei até ele.

- Vamos -passei pela porta o deixando para trás que tinha um sorriso de
lado.

Dizer que demorou um século até chegar o térreo é eufemismo pois levou
uma eternidade.

Minha tensão está evidente ali dentro, estar em um lugar fechado com um
homem que me intimida tanto me desperta alguns desejos que eu mesma
nem sabia que tinha.

Quando saímos todos os olhares caem sobre nós, me encolho não gostando
de muita atenção e agora que eu percebi o quanto os boatos que Dylan
mencionou realmente acontecem, eles com certeza devem achar que nós
dois temos alguma coisa, olhei para Dylan que também está me
observando.

- O que foi? -pergunto.

- Nada -ele coloca a mão na minha costa me guiando para fora, sinto meu
corpo se arrepiar com seu toque, mas puxo as mangas do blazer mais para
baixo.

Do lado de fora da empresa nós chegamos na sua BMW preta e ele abriu a
porta do carro para mim, entrei no veículo e ele e entrou logo depois, Dylan
começou a dirigir ficando extremamente sexy com as mãos no volante e
seu Rolex brilhando em meio a escuridão do carro, acho que estou
babando.

- Onde estamos indo? -ele pergunta me puxando do meu devaneio.

- A uma lojinha que vende essas coisas, te guio até chegar lá -olho pra fora
do carro

- Certo.

O guio pelas ruas e mesmo dirigindo eu senti ele me observando o quanto


podia.

Dylan tem um verdadeiro dom para os negócios eu já o vi em ação e posso


dizer que o homem sabe muito bem o que está fazendo, sempre profissional
com todos ele realmente nasceu para isso.

Mas eu não sei quase nada sobre sua vida pessoal e já que serei sua noiva
por um tempo eu preciso saber alguns detalhes sobre ele e sua família,
apenas informações básicas.

- Preciso saber coisas sobre você -digo olhando para janela.

- Como assim?

- Coisas pequenas Dylan, como sua comida preferida, se tem alergia a algo,
sua família -digo e olho para ele- Creio que saber da sua família será
importante.

- Não acho que isso seja necessário -ele diz.

- Pois saiba que é, apesar de ser sua secretária eu não sei todos os detalhes
sobre você, até porque nunca tivemos uma conversa de pessoas normais.

- Claro que já tivemos Lisa, isso não e necessário.

- Dylan são apenas informações pequenas, não quero ser uma noiva
patética que não sabe nada sobre você -digo tentando o convencer.

Ele solta uma mão do volante e assente com a cabeça.

- Você começa -ele diz.


- Bom, sou alérgica a amendoim e minha comida preferida e tudo que
envolva peixe.

- Amendoim? -ele pergunta sorrindo- Bem clichê.

- Digamos que você é mais -digo e ele revira os olhos pegando minha
referência ao noivado falso.

- Sua vez -digo.

- Sou alérgico a morangos e minha comida preferida e cordeiro assado.

- Qual sua cor preferida? -eu pergunto

- Preto -claro que é preto.

- E a sua?

- Vermelho -respondo e ele concorda balançando a cabeça.

- Você fica linda de vermelho -ele diz em tom de voz sexy e me encara.

Seus olhos estavam maliciosos e eu tenho quase certeza que algo impuro
passava pelo sua mente naquele momento.

- Vamos mudar de tópico -digo desviando o olhar.

- Tudo bem -ele diz e volta a atenção para a estrada.

- Onde foi seu primeiro beijo? -ele me pergunta.

- Foi embaixo da escada na minha antiga escola, eu tinha 16 anos na época


e o menino 17, e você?

- Foi na minha antiga escola também, eu tinha 11 anos e ela 14.

Por que não estou surpresa?

- E a sua primeira vez? -olho para minhas mãos abaixando a cabeça, minha
primeira vez não, não merece ser lembrada e sim esquecida, apreendi a
viver com isso e assim irei continuar vivendo.

- Vire para direita já estamos chegando -digo mudando de assunto.


- Você não vai me responder? -ele pergunta virando a direita e nego com a
cabeça lembrando do que aconteceu.

- Chegamos -digo aliviada e desço do carro, não o espero vou direto para
loja.

Quando entro vejo um homem atrás do balcão lendo um jornal, ele parecia
ter mais de 50 anos e seu cabelo era grisalho, o homem estava vestindo
uma blusa de manga branca e uma calça jeans escura.

- Olá -o cumprimento.

- Boa noite mocinha -me cumprimenta.

Dylan aparece atrás de mim e acena com a cabeça para o homem que faz o
mesmo e logo depois volta sua atenção para o jornal.

Passo pelas prateleiras que estão muito bem-organizadas com várias


bugigangas e coisas para decoração de casas e jardins, olhei para trás vendo
Dylan analisar as coisas com o cenho franzido provavelmente tentando
entender para o que servia metade daquelas coisas, sorri de lado.

- Aqui -digo olhando pro potinho azul que está em minha mão.

- Deixe-me ver -Dylan pega o objeto- Está perfeito, vamos estou com
fome.

- Ah obrigada, sua ajuda foi superimportante -falei e ele levantou uma


sobrancelha.

- Você quem quis comprar esse potinho -ele fala colocando as mãos no
bolso da calça social.

- E você quem quis vir comigo.

infelizmente,

Passei por ele indo direto para o caixa e logo depois Dylan aparece
passando a mão na barba rala, ele se oferece para pagar, mas não o deixo,
tenho certeza absoluta de que posso pagar por isso.

Término de pagar o potinho que agora está e uma embalagem e vamos para
carro.

- Vamos jantar agora -ele diz e começa a dirigir novamente.


- Não estou com fome, pode me deixar em casa por favor? -pergunto e ele
me olha irritado.

- Nós estamos indo jantar Lisa e não me contrarie -ele diz com a voz firme.

- Isso é sequestro sabia -digo

- Não é não, se fosse você saberia -ele me olha com um sorrisinho de lado,
rolo os olhos e ficamos em silêncio até chegar no restaurante.

Dylan entrega a chave para o manobrista e entramos, era simplesmente


lindo, as janelas da entrada eram de vidro que davam uma visão de dentro,
tinha dois lustres dourados pendurados, um na entrada e outro no meio do
restaurante dando elegância e charme ao local.

Sentamos em uma mesa para dois e logo o garçom veio.

- Sr. Venturelli -o garçom o saúda- O mesmo de sempre?

- Não, nós traga um salmão ao molho de alcaparras -ele diz e olha para
mim- E a melhor garrafa de vinho tinto.

O homem assente com a cabeça e vai embora.

- Então, alguém sabe sobre o nosso acordo? -pergunto curiosa colocando as


mãos em cima na mesa.

Ele passa o dedo no lábio inferior em um movimento que me deixa


desnorteada.

- Somente meu irmão e Benta -Benta?

- Benta? -pergunto confusa.

- Benta trabalha comigo em minha casa, é como uma segunda mãe para
mim.

Dylan olhou para as minhas mãos em cima da mesa por alguns segundos e
subiu até chegar no meu rosto, ele encarou meu pescoço e logo depois
meus olhos.

Por alguns segundos eu me senti sem roupas.


-Ah entendo, a única que sabe é minha amiga, e não se preocupe Emily é
de minha confiança -bebo a água que está sobre a mesa tentando me
recompor desse olhar estranho.

- Lisa, você é virgem? -eu me engasgo com a água e o olho.

Não existe ninguém mais direto que Dylan.

- O que?

- Perguntei se você é virgem.

No momento que eu ia responder o garçom chega e coloca nossos pratos


que por sinal é o meu preferido, coloca duas taças de vinho tinto e se afasta.

- Respondendo sua pergunta, não, eu não sou virgem, Dylan -digo e ele me
encara sem demonstrar nada.

Como todo meu peixe me sentindo satisfeita e a todo momento Dylan me


olha como se fosse me comer ao invés da comida que está no seu prato.

Bebo um gole de vinho e o encaro também, ele passa a mão pela taça
fazendo círculos e me olha sobre seus longos cílios

Olhei para sua boca rosada e mordi meu lábio inferior com força vendo ele
resmungar algo que foi inaudível para mim, o desejo entre nós dois é
inegável.

Foi incrível como ele conseguiu me deixar molhada com apenas um olhar.
Deus, preciso sair da sua direção o mais rápido possível.

- Vou ao banheiro -coloco guardanapo na mesa e me levanto, tenho quase


certeza que Dylan está olhando para a minha bunda nesse exato momento.

Entro naquele espaço imenso bem exagerado para um banheiro, as paredes


são rústicas e o piso de marfim, há quatro cabines e eu entro na segunda.

Me aliviei e constatei que minha calcinha estava meio molhada, ótimo.


Além de precisar de um banho e calcinha nova eu tenho a impressão de que
vou precisar da minha resistência com Dylan Venturelli por que não será
fácil resistir a ele ainda mais quando ele me olha daquele jeito. Não posso
ir contra minhas próprias condições.

Saí da cabine e parei na frente do espelho, arrumei meu cabelo lavando as


mãos logo depois.
Saio do banheiro segurando minha bolsa e ajeitando minha blusa, dou de
cara com Dylan que está de pé com os dedos no lábio inferior parecendo
pensativo.

- Dylan...o que foi? -pergunto e ele se aproxima.

- A conta já está paga, já podemos ir embora -ele estende a mão e eu aceito.

Vamos para a saída e eu pego meu celular para ver que horas eram e tinha
mais de cinco ligações perdidas de Emily, acabei me esquecendo de avisar
sobre o incidente do potinho.

Disco o número dela e ela atende no segundo toque.

- alô, Mucura?

- Oi Emy -digo rindo.

- Onde diabos você está? já é quase 00:00, estou preocupada, você nunca
chega a esse horário.

- Está tudo bem, já estou indo pra casa falaremos depois -Dylan me olha.

- Tudo bem, até -Ela diz e eu desligo o telefone.

Dou meu endereço para que Dylan me deixe em casa e assim ele o faz sem
dizer nada, chego em frente ao meu apartamento e olho para ele.

- Obrigada pelo jantar -digo agradecida.

- De nada, minha noiva -ele diz me fazendo sorrir de lado.

- Nenhum beijinho de despedida? -ele pergunta fazendo biquinho.

- Boa noite, Sr. Venturelli -saio do carro ouvindo uma risada sair dele.

Vou em direção ao meu apartamento e vejo uma Emily parada em pé com


um rosto nada amigável.

- Tá, pode ir falando Lisa Morris, aquele no carro era o chefe babaca?

Coloco minha bolsa no balcão e tiro meu potinho da embalagem colocando


minhas chaves, olho pra Emy.

- Oi para você também, e sim era ele.


- O que? Então você falou com ele?

- Sim Emy, já sou sua noiva de mentira.

Ela da pulinhos de alegria e me abraça, fico sem entender.

- Para que tudo isso? Você sabe que é tudo uma farsa.

- Eu sei disso, mas não me impede de torcer para vocês se apaixonarem de


verdade.

- Isso está fora de cogitação.

- Se você diz -ela me encara com os olhos brilhando.

- O que foi? -pergunto.

- Nada -ela diz piscando mais do que o necessário.

- Ok, vou tomar um banho -digo indo em direção ao meu quarto

Tomo um banho de banheira para relaxar, visto meu pijama confortável e


me jogo na cama, fecho os olhos tentando dormir mas Dylan invade minha
mente por alguns minutos, penso nos seus olhos verdes me olhando de uma
maneira que me desconcerta, fico pensando em como ele deve ser bom de
cama, fico molhada só de imaginar, óbvio que tem uma tensão sexual entre
nós dois, mas não posso me deixar levar, eu não posso me apaixonar por
aquele babaca.
6° capítulo
Lisa

- Eu não entendo o porquê de estarmos aqui -digo sentada em um pufe.

- Você precisa estar linda para a família do seu noivo, Lisa -Emily diz
passando a mão em vários vestidos de uma loja.

- Eu tenho roupas -me levanto e paro na sua frente.

Estamos há 2 horas rodeando esse shopping atrás de um vestido, hoje a


noite irei conhecer os pais de Dylan e de acordo com Emily tenho que estar
impecável.

Não gosto muito de shopping principalmente com Emily Brooks, essa


mulher é maluca, já experimentei tantos vestidos que acho que emagreci
uns 2 kg.

- Toma, experimente esse -ela me entrega um vestido- Tenho uma boa


intuição sobre ele.

Peguei o vestido indo para o provador, tirei minhas roupas e passei o


vestido sobre a minha cabeça. Não é querendo me achar mas o vestido me
caiu como uma luva, ele é azul Tiffany com rendas na parte de cima, seu
decote apenas realça ainda mais os meus seios.

Saio do provador e Emily está com os olhos arregalados.

- Puta merda -ela grunhiu.

- O que foi? Está feio? -passo a mão no vestido alisando-o.

- Não, está louca? Está perfeito em você -Emily se levanta e vem em minha
direção.

- Está faltando algo -ela passa a mão no queixo me olhando de cima a


baixo.

- Já sei -estala os dedos e vai em direção a um colar que eu fiquei uns 20


minutos olhando, eu simplesmente me apaixonei por ele.

- Me deixa colocar em você.


- Não Emy esse colar é caro, você já viu o preço dessa coisa? -digo
colocando minha mão na sua.

- Para de ser teimosa e me deixe colocar em você -Emily me vira


bruscamente e coloca o colar- Além do mais ele está em promoção.

Ri baixo.

- Está lindo -ela diz batendo palmas.

Confesso que o colar ficou perfeito com vestido, deu um charme mais
elegante a tudo, mas não cabe no meu orçamento eu não posso levá-lo.

- Sim está lindo mais não posso levá-lo, Emy -digo passando a mão no
colar.

- Você não vai, eu vou -a olho confusa.

- Moça, levaremos o vestido e o colar por favor -ela diz pra mulher que
estava nos atendendo.

- Você não vai comprar isso para mim, Emily.

- Me impeça, Lisa Morris -ela diz com o cartão de crédito na mão, sorrio e
lhe dou um abraço.

- Obrigada, por tudo!

- Não agradeça, agora vamos chega de melação.

Depois das compras fomos para casa, tinha de começar a me arrumar,


Dylan passaria em casa às 20h e do jeito que sou atrasada acabaria
passando da hora.

Tomo uma ducha fria, estou um pouco nervosa é claro, não sei se irei
conseguir fingir para todos por muito tempo mas tenho de fazer isso, é
minha estabilidade e de Emy que está em jogo, não posso perder meu
apartamento.

Coloco meu vestido com cuidado para não amarrotá-lo, calço meu sapato
alto nude e passo uma maquiagem forte nos olhos e um batom fraco
deixando meu cabelo secar naturalmente.

São 20h em ponto e ouço a campainha soar, Emy me chama:


- Lisaaa, o babaca chegou.

Saio do quarto e me deparo com Dylan entrando no apartamento, ele está


de smoking preto feito sobre medida, seu cabelo está bagunçado como
quem acabou de foder, ele cheira a loção pós-barba e seus sapatos pretos
estão brilhando assim como seus olhos verdes.

- Você está linda, srta. Morris -ele diz se aproximando e eu sinto o seu
hálito de menta.

- Você também Sr. Venturelli -digo e nos encaramos por alguns segundos
até que Emy chama nossa atenção:

- Já acabaram crianças? Escute Lisa, vou sair com um carinha hoje então
não vou estar aqui quando você voltar, leve sua chave senão ficará pra fora.

Apenas confirmo com a cabeça sem entender muito bem o que ela disse
apenas olho para Dylan que ainda está me encarando.

- Vou para cozinha, tchau para vocês dois -Emy diz e se vai.

- Vamos? -ele estende o braço para mim e eu o aceito.

- Usem camisinha -ela grita da cozinha e eu coro de vergonha, é proibido


matar a melhor amiga?

Dylan riu baixo e eu balancei a cabeça negativamente, saímos do prédio e


ele me conduziu até sua BMW preta e um homem abre a porta para nós
dois.

- Você não vai dirigir? -pergunto confusa.

- Não, meu motorista irá nos levar -ele diz e me ajuda a entrar no carro.

Começamos o trajeto até a casa dos seus pais, entramos em um bairro


muito bem-conceituado em Nova York apenas para gente de alta classe
onde só tinham mansões e carros luxuosos na garagem. Uma mansão
chamou minha atenção, nela havia um jardim com rosas pretas e brancas,
era bastante iluminada e é justo nessa que o carro para.

- Chegamos -Dylan sai do carro e abre a porta para mim.

- Essa é a casa dos seus pais? -pergunto impressionada.


- Sim -paramos em frente a uma porta branca enorme com a maçaneta
dourada.

- Preciso dizer uma coisa para você -ele diz meio sério.

O olhei sem entender e levantei uma sobrancelha o incentivando a dizer.

- Esta noite você não será somente apresentada aos meus pais -ele diz me
encarando.

- Como não? -pergunto franzido o cenho.

- Hoje é a nossa festa de noivado -ele diz como se fosse a coisa mais
normal do mundo.

- O que? -eu vou matar esse babaca.

- Meus pais fizeram uma festa para você, você não será apresentada
somente a eles e sim para todos nossos amigos está noite, há pessoas
extremamente importantes aqui dentro, então prepare sua parte atriz e me
impressione -ele diz e toca a campainha.

Não consegui absorver muito bem o que Dylan acabou de dizer, hoje era
apenas para me apresentar aos seus pais primeiro e não uma festa com um
monte de gente, não estou preparada pra isso.

A porta abre e eu vejo uma mulher loira com um penteado para lá de


elegante.

- Dylan -ela o abraça com carinho, essa só pode ser a mãe.


7° capítulo
Lisa

- Olá, mãe -Dylan diz tentando sair dos braços dela.

Depois de se soltar ele me apresenta:

- Mãe, está é Lisa Morris, minha noiva. Lisa essa é Monica Venturelli,
minha mãe.

Estendo minha mão para cumprimentá-la, mas ela a empurra e me abraça


tirando meu fôlego. Meu Deus, não tenho mais pulmões.

- Minha querida -ela diz me soltando e eu respiro novamente- Você é tão


linda.

- Digo o mesmo, Sra. Venturelli -digo educada com a mão no peito.

- Me chame de Monica, vamos entrem estamos esperando por vocês -ela


diz e nós entramos.

A casa era ainda mais linda por dentro, o hall de entrada era do tamanho do
meu apartamento e bem no centro tinha uma mesa com um vazo enorme
com flores brancas que suponho que seja do jardim.

Fomos direto para sala de jantar que devia ter no máximo umas 100
pessoas sentadas em jogos de mesas espalhadas, quase desmaio, sou
extremamente tímida, ter muitas pessoas me olhando me deixa tensa.

Avisto um homem vindo em nossa direção, vejo que é muito parecido com
Dylan.

- Pai -Dylan o cumprimenta e ele faz o mesmo.

- Você deve ser Lisa Morris, certo? -ele diz apontando para mim.

- Sim, sou eu -o cumprimento com mão.

- Sou Gregório Venturelli ao seu dispor -sorrio e olho para Dylan, a


semelhança entre os dois é notável.

Me assusto quando alguém puxa meu braço rápido demais.


- O que você faz com a minha noiva? -o homem pergunta para Dylan.

Eu olho para o homem loiro com grandes olhos azuis, ele é uns 2
centímetros mais baixo que Dylan, seu terno azul claro deve custar mais
que meu salário em um ano, seu cheiro é amadeirado e sua barba está por
fazer, ele parecia demais fisicamente com Monica.

- Solte-a, Adam -Dylan lança um olhar mortal para ele que ainda está
segurando meu braço, mas que porra!

- Tudo bem, tudo bem, relaxa -ele me solta- Olá cunhada meu nome é
Adam Venturelli, sou o irmão gostoso do seu noivo, uma pena você ter
conhecido ele primeiro -ele diz com um sorriso bobo e beija minha mão.

- Você é um idiota -Dylan o empurra e Adam devolve a ação, parecem duas


crianças.

- Meninos, por favor. Vocês já estão com quase 30 anos -Gregório


repreende os filhos

Adam se volta para mim e diz:

- Olha, cunhada se você se cansar dele me procure -Dylan acaba dando um


soco no seu braço direito com força.

- Ai cara mas que porra, é brincadeira -Adam diz alisando o seu próprio
braço, rio dos dois.

Mesmo trabalhando para Dylan eu nunca tinha visto seu irmão, Adam
sempre trabalhou viajando pelo mundo fazendo parcerias e essas coisas,
toda vez que voltava nunca tinha tempo de ir a empresa e eu não faço ideia
do por que, ambos não tem muita semelhança, digamos que Dylan puxou
para o pai e Adam para a mãe.

Monica me chama tirando-me de minha diversão.

- Querida venha aqui, quero lhe apresentar a algumas pessoas primeiro -ela
pega minha mão e nós duas saímos deixando para trás os três homens
discutindo.

Chegamos em uma mesa onde havia um casal que aparentavam ter mais de
60 anos.

- Mãe e pai, essa é a noiva do Dylan seu neto mais velho -Monica diz.
- Olá minha jovem, sou Otávio Mitchell -o homem me saúda.

- Oi, sou Lisa Morris -aperto sua mão.

- Está e minha esposa, Francine Mitchell -Otávio a apresenta.

- Olá, sou noiva do seu neto Dylan -levanto minha mão, mas ela não a
pega, olho para Monica que está com um olhar triste.

- Minha esposa sofreu um acidente a alguns anos e teve algumas sequelas


na cabeça, mas está viva, ela não fala desde o acidente -Otávio explica com
a voz triste.

- Entendo -me aproximo de Francine e dou um beijo em sua bochecha para


cumprimentá-la- Sua esposa está ótima Sr. Mitchell se me permite o elogio.

Seu rosto se ilumina ao pensar na esposa.

- Sim ela está -ele diz e toca na mão de Francine a olhando carinhosamente

- Você me parece ser uma ótima pessoa Lisa, de um bom coração -Otávio
me encara.

- Eu concordo -Dylan aparece e coloca a mão em minha cintura me


puxando para perto e meu corpo reage a ele instantaneamente.

Que merda.

- Estava te procurando -ele sussurra apenas para que eu ouça.

- Ótima moça essa que você escolheu para se casar, Dylan -Otávio diz e
sorri para ele.

- Outra coisa em que concordamos -Dylan me olha com cara de


apaixonado, mas sei que é mentira então faço o mesmo.

Devíamos considerar fazer filmes nacionais.

Otávio pega a mão de Dylan e o puxa, sussurra algo em seu ouvido que eu
não consigo ouvir e o solta. Olho para Dylan, mas como de costume não
expressa nenhuma reação.

- Vamos? Ainda temos convidados -Monica diz e saímos rumo as várias


mesas que têm ali, a noite vai ser longa.
Passamos quase toda a festa falando com os convidados e minhas
bochechas doíam de tanto sorrir, fui apresentada a familiares, homens de
negócios, donos de cassinos, donos de hotéis e tudo mais.

Logo depois veio o jantar e todos se sentaram em suas respectivas mesas,


me sentei ao lado de Dylan e comi um cordeiro assado com batatas que
estava delicioso.

Dylan se levantou pegando uma taça e a levou consigo até o centro da sala
onde podia ser visto por todos, ai meu Deus.

- Atenção por favor -ele diz alto para que todos pudessem o escutar.

Todos viraram para ele que estava sorrindo que nem um idiota para mim.

- Como todos vocês já sabem, hoje é a minha festa de noivado -eu não
sabia, idiota!!- Com a mulher da minha vida, Lisa Morris essa mulher é
você, desde a primeira vez que eu a vi eu soube que você seria a pessoa
certa para mim, tudo em você é apaixonante seu cheiro, seu jeito, seus
olhos, sua personalidade que eu tanto amo -Dylan me chama até o centro,
eu reluto um pouco mas acabo aceitando e paro na sua frente.

- Você é tudo o que eu preciso, Lisa -ele se ajoelha e tira uma caixinha
vermelha do bolso- Eu sei que já pedi antes mas ainda não tinha o anel
certo para você -coloco a mão na boca fingindo estar emocionada.

Definitivamente Dylan sabe atuar.

- Você aceita casar comigo?

Naquele momento me senti um pouco culpada por estar enganando todos


que estavam ali, a cara de felicidade de Monica e Gregório era evidente,
eles realmente achavam que o filho tinha se apaixonado...mas eles não
podiam estar mais errados.

- Não ande para trás, Lisa -Dylan sussurra e aperta minha mão de leve para
que eu possa responder, acabei esquecendo que Dylan estava ali de joelhos
e estávamos no meio de um pedido falso.

- Sim, eu aceito meu amor -Dylan sorrir e me abraça enquanto todos


começam a aplaudir.

- Pensei que ia desistir -ele fala no meu ouvindo ainda abraçado a mim.
- Foi por pouco -me solto do abraço e beijo sua bochecha vendo ele sorri de
lado em seguida.

- Se aproveitando de mim? -Pergunta convencido.

- Cala a boca -Falei.

- Ah meu filho que linda declaração -Monica chega nos abraçando de novo,
essa mulher é muito fã de abraços.

- Parabéns maninho agora você está amarrado -Adam diz com a mão no
peito e um olhar de pena.

- Não se preocupe sua vez irá chegar maninho -Dylan diz e Adam faz um
sinal com a cruz com os dedos para ele.

Casais começam a ser formar na pista de dança e uma música suave toca,
Dylan e eu começamos a dançar também.

Dylan me conduz toda a dança e eu apoio minha cabeça em seu ombro para
mostrar afeto em público.

- Está cansada? -ele me pergunta.

- Um pouco.

- Iremos em breve -ele beija minha cabeça e a cheira.

Que droga foi essa!? ele acabou de cheirar meu cabelo?

- Posso? -um homem com estrutura média, cabelos pretos e olhos castanhos
estende a mão para mim, olho para Dylan que assente um pouco relutante.

Começamos a dançar e ele me encara meio estranho.

- Então, você é a sortuda?

- Lisa Morris prazer, quem é você?

- Sou Ricardo Lopez, um velho amigo -ele me puxa para ficar mais perto.

- Agora entendo o fascínio, você é linda e tem um belo corpo -ele desce a
mão até o início da minha bunda.

- Ajeite sua mão agora mesmo se não quiser que eu grite.


- Adoraria ouvir você gritar, boneca -mas quem esse idiota pensa que é?

Sorri falso e o encarei com os olhos fulminantes.

- Já chega -tirei suas mãos de mim- Nunca mais me toque -saio o deixando
sozinho no salão e vários olhares estranhos foram lançados para ele.

Eu poderia fazer um chilique, mas não seria conveniente para Dylan já que
tem pessoas superimportantes aqui que podem acabar com a carreira de
negócios dele em um estalar de dedos, mas não significa que não irei contar
a ele.

Ando em direção a uma porta branca que leva até uma estufa na parte
externa da casa, olhei para trás vendo Dylan se aproximar do tal homem e
logo em seguida apontar para o hall provavelmente o mandando embora.

Entrei na estufa respirando fundo, alguns pensamentos do passado rodam


minha mente, mas rápido se dissipam quando eu vejo e me impressiono
com tantas rosas de cores variadas que tem nessa estufa, tem rosas pretas,
azuis, vermelhas e até roxas que eu nem sabia que existiam.

Um sorriso de sinceridade brota em meus lábios pela primeira vez na noite,


rosas me lembram minha mãe, ela era apaixonada por rosas vermelhas,
pego uma rosa e cheiro sentido seu doce perfume.

- O que faz aqui? -me assusto com Dylan que está parado em pé na porta
parecendo um fantasma.

- Meu Deus -coloco a mão no meu peito- Vá assustar outra.

- Vi quando você veio para cá, está tudo bem?

- Queria esfriar a cabeça um pouco -coloco a rosa em cima de uma mesa de


madeira que tinha ali- Aquele homem.

- Ricardo fez algo para você? -ele pergunta.

- Não, exatamente. Só me disse coisas ridículas -falei e ele suspirou.

- Me desculpe, irei tomar providências.

O encaro e ele faz o mesmo, ele olha para minha boca e seus olhos de
sérios se transformam rapidamente.

- Obrigada.
O peito de Dylan subia e descia normalmente enquanto seus olhos
analisavam o meu rosto, ele andou até mim colocando uma mão no bolso
da calça social e levou o polegar da outra até o meu lábio inferior me
fazendo ofegar.

- Você está linda nesse vestido.

Ele me puxou lentamente fazendo seu corpo colar no meu e tirou a mão do
bolso abraçando minha cintura em seguida, engoli em seco.

- Eu adoro como você reage a mim, Lisa.

Dylan aperta minha cintura com força e um resmungo disfarçado de


gemido saí da minha boca.

- Eu acho...hum...é, acho que estão chamando por nós dois -minto.

- Hum hum, devem estar.

Ele cola nossas testas e passa a língua nos lábios, ambos estamos ofegantes
até que ele me beija, nossas bocas se encaixam perfeitamente e nossas
línguas iniciam um beijo intenso e gostoso, Dylan coloca a mão na minha
nunca tomando posse do beijo e eu acabo soltando um gemido em sua
boca.

Ele me empurrou um pouco até meu corpo bater na mesa de madeira e ele
me colocar em cima dela, puxei seu cabelo arrancado um gemido dele,
ninguém nunca tinha me beijando assim antes. Dylan puxou meu corpo
para frente e eu apertei minhas pernas ao seu redor, sua mão livre desceu
pelo meu corpo que estava em chamas até chegar na barra do meu vestido,
ele parou de me beijar e me encarou com os olhos transbordando de desejo.

Minha respiração ficou escassa quando eu senti seu dedo chegar na minha
calcinha por cima do tecido, cacete.

- Dylan? Onde você está? -Gregório chama pelo filho.

Dylan resmungou frustrado e se afastou de mim, mas antes me ajudou a


descer da mesa e eu ajeitei meu cabelo que está bagunçado e meu vestido
que estava na mesma situação.

- Estamos aqui, pai -ele grita e ajeita a gravata.

Não demora muito e Gregório aparece com um sorriso nos lábios.


- Aí estão, vocês. Quase não os acho.

Dylan olhou para mim com um sorrisinho convencido e eu sorri falso para
ele. Eu estava com vontade de me enterrar! Acabei de beijar o homem o
qual eu disse que não teria nada, meu segundo nome deveria
"contraditório".

- Trouxe Lisa para conhecer a estufa, ela gosta muito de flores -quem olha
até pensa que ele sabe mesmo.

- Sim, é verdade -confirmo e Dylan coloca o braço em volta de mim.

- Ah isso é ótimo, você pode nos visitar quando quiser para ver a estufa,
Monica irá adorar.

- Claro que sim, será um prazer -digo e sorrio amigável.

- Vamos? -Dylan pergunta.

- Sim, vocês ainda têm convidados -Gregório diz e sai primeiro pela porta,
Dylan me olha divertido.

- Nenhum pio, Venturelli -ele levanta as mãos em rendição e sorri.

- Vamos -ele estende a mão direita e eu a aceito.

- Não quer ver se sua calcinha está bagunçada também? -Pergunta com os
lábios no meu ouvido enquanto saímos da estufa.

Não respondi por que entramos salão e rápido algumas pessoas vieram falar
conosco obviamente sobre negócios, um garçom passou por mim e eu
peguei uma taça de champanhe.

Não consegui me concentrar em nada do que aquelas pessoas estavam


falando, apenas fiquei pensando no meu beijo com Dylan e seu dedo por
cima da minha calcinha, Deus! Não vou conseguir me conter se acontecer
novamente, preciso evitar ficar em lugares sozinha com Dylan, senão será
minha perdição.

Já está bem tarde e o último convidado já se foi, e eu estou com energia de


sobra, não deveria ter bebido álcool, eu sempre fico com mais energia do
que o normal quando bebo.

- Lisa, pegue suas coisas, nós já vamos -Dylan diz e se despede dos pais.
Vou a minha mesa e pego minha bolsinha de mão.

Volto e Monica me encara.

- Você gosta de rosas, Lisa?

- Sim, por quê?

- Meu marido me disse que foi conhecer a estufa, que tal voltar aqui para
me ajudar a cuidar das rosas?

-Hum...Claro, quem sou eu para recusar? - sorri para ela

- Ótimo, venha aqui no Domingo, e podemos almoçar todos juntos -ela diz
e agarra o braço do marido.

- Certo, vamos baby. Você deve estar cansada -Dylan pega minha mão e
saímos da grande casa depois que me despedi deles.

Andamos normalmente para o carro que estava estacionado em uma vaga


perto da entrada da casa.

- Meus pais amaram você -Dylan diz e me ajuda a entrar no carro que
estava nos esperando.

- Seus pais são ótimos Dylan, eu também gostei deles -ele entrou no carro e
sorri para mim.

Peguei minha bolsa para pegar minhas chaves, mas eu não as acho. Mexo
na minúscula bolsa um pouco agoniada tentando encontrar, mas é em vão.

- O que aconteceu? -ele pergunta vendo meu desespero.

- Minhas chaves, elas não estão aqui.

- E daí?

- E daí que sem elas eu não entro no apartamento, gênio -digo verificando a
bolsa novamente.

- Sua amiga deve estar lá, não é?

Por que ele parece tão cínico?


- Não, ela me disse que ia passar a noite fora e eu tinha que pegar a chave,
mas que merda -coloco a mão no rosto e semicerrei os olhos

- Você não tem nada a haver com isso, não é?

- Claro que não! -ele parecia ofendido.

- Certo -digo e pego meu celular ligando para Jon.

- O que você está fazendo?

- Ligando para um amigo e ver se posso ficar lá -respondo.

O celular de Jon tocou umas mil vezes e nenhuma delas ele me atendeu, e
quando ele não me atende esse horário é porque está de plantão no
trabalho. Que droga!

- E aí?

Balancei a cabeça negando.

- Então, você não tem para onde ir?

- Pelo visto não.

- Tudo bem, você pode ir ao meu apartamento -me viro para ele que está
com um sorriso fraco.

- Ah não, não precisa.

- Precisa sim, para onde você vai?

- Ainda não sei, mas posso ir para um hotel.

- Você não tem grana para um hotel aí com você têm? -mexo na bolsa que
está somente meu celular.

- Não -olho para ele derrotada.

- Então você vai para casa comigo.

- Mas...

- Nenhum pio, Morris -ele repete o que eu disse a ele antes e sorri para
mim.
Estou ferrada, o plano era evitar ficar sozinha com ele e não passar a noite
no seu apartamento, espero que a noite voe.
8° capítulo
Lisa

Grande, muito grande, é assim que defino o apartamento de Dylan.

Acabamos de chegar em frente a um prédio e subimos para a cobertura, o


elevador parou e demos de cara com o hall de entrada, o piso era preto e as
paredes de uma cor escura, havia uma mesa de centro rústica assim como o
resto dos móveis.

Dylan me levou até a cozinha onde havia uma mesa de vidro com uma
cesta de frutas sobre e um balcão de granito.

- Quer beber alguma coisa? -perguntou.

- Sim, água, por favor.

Ele abre a geladeira e me entrega uma garrafa de água pequena em seguida,


bebi com vontade já que minha garganta estava seca.

Me sento no banquinho que também era de granito e Dylan se serve um


whisky.

- Quero falar com você -digo

- O que foi? -ele se senta ao meu lado.

- Você me pegou de surpresa hoje.

- Do que está falando? -ele arqueia uma sobrancelha.

- Estou falando de não ter me contando que hoje era a festa, você me pegou
desprevenida, Dylan. Eu podia ter feito algo errado ou ter falado algo
errado para alguém.

- Eu ia te falar quando estávamos na sua casa, mas por alguma razão eu


esqueci.

- Certo, nós fomos bem de qualquer maneira -bebo outro gole de água.

- Só isso? -ele me olha com um sorrisinho de lado.

- Sim, só isso.
Não vou falar daquele beijo com você se é isso que está pensando.

- Tem certeza? -ele bebe um gole de whisky.

- Tenho, você quer falar algo? -o provoco

- Falar não, fazer sim -o ar ficou pesado no mesmo instante, ele me


encarava com desejo como se estivesse faminto.

Me ajeito no banco e olho para meus dedos, eu sempre faço isso quando
estou nervosa ou excitada e no momento eu estou os dois.

- O que você quer fazer? -o encaro e ele está com as pupilas dilatadas.

- Primeiro eu ia tirar você desse vestido -ele se aproxima um pouco e


coloca a mão na mesa me fazendo encará-la- E depois colocar você sobre
essa mesa de vidro e te foder até eu ouvir meu nome sair da sua boca.

Sinto minhas bochechas esquentarem e a minha calcinha já era, Dylan olha


para minha boca e... não, não, não eu já sei o que vem por aí.

Me levanto rapidamente do banquinho e me afasto um pouco.

- Você pode me mostrar onde eu vou dormir?

- Claro -sinto decepção na sua voz.

Ele se levanta e fomos em direção a uma escada de mármore, na parte de


cima havia um corredor com cinco portas, paramos na quarta.

- Espere aqui -ele diz e entra em outro quarto.

Dylan volta com uma blusa social e uma cueca box, ambos ainda estavam
na embalagem.

- Se sentirá mais confortável com isso, meu quarto e ao lado do seu,


qualquer coisa me chame -ele me entrega as roupas.

Não consigo agradecer pois ele já havia partido para porta ao lado.

Entro no quarto que era um cômodo amplo, a parede tinha uma textura
cinza claro e tinha uma cama de casal bem exagerada.
Fui direto para banheiro e tomo uma ducha relaxante, visto somente a blusa
social branca pois tenho o costume de dormir sem nada por baixo, me deito
na cama e desligo o abajur para tentar dormir.

Mas só consigo pensar nele, na sua boca na minha, sobre o que ele disse
que faria comigo, até eu fugir dele.
Durmo meia hora depois somente pensando naquele arrogante.

Dylan

- Mais que merda -sussurro e me viro de um lado para o outro na cama,


estou impaciente e Lisa me deixou assim.

Ela me deixa confuso, é evidente que ela se sente atraída por mim não sou
idiota, e eu me sinto atraído por ela de uma forma que nunca me senti por
outra mulher.

Eu a quero tanto, sentir sua boca na minha foi a melhor sensação da noite.
Ainda pouco quando ela fugiu de mim, me senti culpado pela primeira vez,
não sabia se tinha a ofendido ou a deixado mal, e isso me confundiu.

Como não consegui dormir me levantei e vi que eram 3:30h da manhã, saí
do meu quarto passando pelo quarto de Lisa e vi que a porta estava um
pouco aberta, mas não quis entrar ela deve estar dormindo.

Desci as escadas e fui pra cozinha beber um copo de água e foi aí que eu a
vi sentada sobre o balcão de granito, ela estava tão linda com a minha blusa
social que mais parecia um vestido, as mangas estavam enroladas até os
cotovelos e o seu cabelo caia como uma cascata em meio a escuridão da
cozinha que era iluminada apenas pela luz da lua que atravessa as janelas.

- Aii mais que... Pare de me assustar, Dylan - falou irritada.

Sorri de lado e passei por ela sentindo seu cheiro, bebo minha água e a
pego olhando pra mim com uma expressão estranha.

- Gosta do que vê? -sorrio malicioso e ela revira os olhos.

- Por que acordou agora? -pergunto e guardo a água de volta na geladeira.

- Tive um pesadelo com meus pais -falou triste.

- Quer conversar?

- Não, tudo bem -sorriu fraco.


Porque vê-la triste me deixa tão mal, isso nunca aconteceu antes.

- Você quer sorvete? -sorvete é a solução.

- Não está muito tarde para isso? -ela pergunta com um sorrisinho bobo.

- Nunca é tarde para sorvete, baby -peguei o pote de sorvete na geladeira do


sabor flocos e chocolate com mais duas colheres.

Ela desceu do balcão de granito e eu fui até ela encarando o sorvete,


coloquei o pote no balcão dando uma colher a ela em seguida.

Eu comia a parte do flocos e ela chocolate, e assim reservamos, ter Lisa por
perto é muito agradável mas ela ainda continua desastrada.

- Aí me desculpa Dylan, não foi minha intenção -Ela tentou tirar uma
colher de sorvete do pote, mas usou força demais e agora eu estou coberto
de chocolate e ela também.

O pote do sorvete havia caído no chão e eu prontamente me abaixei para


pegá-lo enquanto ela saiu de onde estava indo até a pia.

- Não tem problema -falei colocando o pote no balcão.

- Deixa que eu limpo -ela diz ainda na pia e eu me virei para encara-la.

Lisa pega um pano branco e eu não deixo de notar suas pernas torneadas,
seu corpo lindo e pequeno me deixa excitado facilmente.

Ela vem até mim e encara meu corpo com sorvete de chocolate espalhado
pela minha barriga, ela começa a passar o pano lentamente e meu
amiguinho aqui já está acordando.

- Deixe-me fazer isso, Lisa -digo tentando disfarçar minha excitação.

- Não, eu que fiz a sujeira agora deixe-me limpar -ela me olha e vai se
abaixando para terminar de me limpar.

Não falo nada, deixo ela fazer o quer.


Lisa pressiona o pano e eu olho para baixo a vendo de joelhos, Deus me
ajude.

Levantei a cabeça olhando para cima e respirei fundo, sua mão pequena
desce mais um pouco até a entrada do meu membro e eu solto um
grunhido.
Foda-se.

Estiquei meu braço até pegar o seu e a puxar para cima com força fazendo
seu corpo colar no meu, Lisa se assustou um pouco e logo depois deu um
suspiro.

- Preciso sentir o seu gosto -falei a empurrando até o balcão de granito.

Ela sorriu mordendo o lábio inferior, infernos!! Essa mulher vai ser a
minha perdição.

A levantei colocando seu corpo em cima do balcão de granito sem


nenhuma dificuldade e me coloquei no meio das suas pernas,
Olhei para a sua boca e ela fez o mesmo, eu preciso beija-lá e assim o faço.
Eu a beijo como se não a beijasse a anos, seus lábios macios se envolvem
com os meus e de início ela reluta como se tivesse se dado conta do que
acabou de fazer, mas me dá passagem segundos depois e nossas línguas se
encontram novamente.

Apertei seu corpo contra o meu e ela apertou minha costa com as suas
unhas me fazendo dar um gemido abafado, parei de beijá-la e me
concentrei em deixar beijos no seu pescoço e dar pequenas mordidas.

Apertei seus seios redondos sobre a blusa e ouvir ela gemer, foram músicas
para os meus ouvidos
Suas mãos envolvem meu cabelo e ela os puxa me trazendo mais para si,
empurro meu membro na sua intimidade a fazendo arfar.

- Você é linda, Lisa -deixo beijos castos por todo seu corpo.

A inclino fazendo ela apoiar as mãos no balcão, me afastei um pouco para


dar beijos na sua perna e vou subindo até sua intimidade, levantei uma
sobrancelha quando me dei conta que ela não estava usando a cueca boxer
que eu havia lhe dado.

- Você está nua? -pergunto sorridente.

- Sim -ela me olha com os olhos embriagados de prazer.

- Porra, Lisa.

A beijo na boca novamente e coloco um dedo dentro dela, ela geme em


minha boca e começo a massagear seu clitóris em movimentos lentos e
torturantes, coloco dois dedos e ela se contorce sobre a mesa mais não
aumento a velocidade, ela me olha descontente.
- Me diz o que você quer? –ela está ofegante.

- Não vou implorar, Venturelli.

Retiro um dedo e paro meus movimentos.

- Só me dizer o que você quer e eu te darei -ela me olha irritada.

- Não vou inflar o seu ego -ela diz.

- Não quero aumentar o meu ego só quero ouvir você pedir -falei.

- Dylan... - aperto o seu seio esquerdo com a outra mão- Você é um babaca.

- Peça -ordeno e ela me encara com um misto de sensações.

Tirei meu dedo de dentro dela e ela me olha furiosa, coloquei minha mão
na sua nuca a fazendo me encarar com mais proximidade.

- Peça e eu farei você gozar, nada além disso.

Minha outra mão foi para a blusa social e delicadamente fui abrindo os
botões um por um enquanto ela respirava com diferente.

- Diga -ordeno.

- Por favor -ela fez uma pausa quando meus dedos apertaram o bico dos
seus seios rígidos - Me faça gozar -ela me encara- Agora.

Puxei seu cabelo tomando sua boca em um beijo quente e possessivo,


afasto sua blusa para o lado sem realmente tira-la, puxei o corpo de Lisa
um pouco mais para frente e parei de beija-la fazendo-a se inclinar para trás
novamente me dando uma visão que provavelmente não vou esquecer.
Beijei seu pescoço e fui descendo até os seus seios onde dei um beijo
demorado, olhei para cima vendo ela fechar os olhos e sorri internamente.
Passei o nariz na sua barriga lentamente até chegar na sua intimidade e eu
vi perfeitamente quando ela baixou o olhar se encontrando com o meu.

Sorri antes de começar a sugar sua intimidade e fazer movimentos


circulares com a minha língua a fazendo gemer, Lisa colocou as mãos no
meu cabelo quando sentiu eu passar a língua por cima do seu clitóris.

- Humm...Por favor.
Continuo fazendo movimentos circulares com a língua e ela se contorce na
mesa jogando a cabeça para trás sutilmente.
Sugo o seu clitóris com mais força a levando ao êxtase e ela ela goza
deliciosamente na minha boca.
Passei a língua nos lábios e me levantei para vê-la com o rosto corado e as
pernas trêmulas.

Peguei a blusa social que ainda estava no seu corpo e a fechei botão por
botão enquanto ela me encarava, seus olhos estavam brilhantes e meio
cansados por não ter dormido direito.

- Você é muito bom nisso -ela diz relaxando os músculos.

- Acho que agora você vai conseguir dormir muito bem -falei e ela riu
baixo.

- Vá dormir, baby.

Coloquei minha mão na sua bochecha e a puxei para um beijei demorado.


Me afastei dela vendo-a descer do balcão de granito e andar em direção a
escada esfregando os olhos.

Sorri totalmente satisfeito por sentir o seu gosto e fazê-la gozar na minha
boca, meu foco era apenas dar prazer a Lisa e foi exatamente o que eu fiz.
9° capítulo
Lisa

Abro os olhos e pisco repetidamente.

Olhei em volta e sorri de lado quando as cenas da madrugada de ontem


invadiram minha mente.

Eu realmente tinha tido o melhor orgasmo da minha vida com meu próprio
chefe. E o pior é que eu não me arrependo nenhum um pouco.

Se vocês virem a vergonha da minha cara por favor não pisem, ela ainda
pode ser útil.

Me levanto indo direto para o banheiro que tem nesse quarto enorme, vejo
que tem uma escova de dentes lacrada e será essa mesmo que irei usar.

Antes fiz um coque no meu cabelo e tomei um banho demorado, depois


disso escovei os dentes e coloquei meu vestido de ontem, minha calcinha
estava muito bem guardada na minha bolsa, dobrei a blusa de Dylan a
deixando sobre a cama.

Pego meu celular e vejo uma mensagem de Emily:

- Eu espero muito que você tenha dormido na casa do babaca e tenha


transado com ele a noite inteira, Bom dia raio de sol.

Rio da sua mensagem e vejo que já são 9h da manhã, trato de responder.

- Sim eu dormir na casa dele, mas não transamos a noite inteira, irei pra
casa daqui a pouco.

Passou-se alguns segundos e vejo a tela do meu celular brilhar.

- Falhou na missão :-) estou brincando, estarei esperando quero saber de


tudo.

- Até daqui a pouco.

- Até.
Guardei o celular e saí do quarto indo para as escadas, olhei novamente
para o apartamento de Dylan é conclui que é bem fácil alguém se perder
aqui dentro.

Fui direto para a cozinha e avistei uma mulher tirando alguns bolinhos do
forno, ela vira o rosto quando percebe minha presença e olha para mim.

- Ah bom dia, querida -ela coloca os bolinhos no balcão e logo as cenas de


ontem invadem minha mente.

- Bom dia -me aproximei mais e vi Dylan em pé do outro lado da cozinha.

Ele está sem camisa e eu pude ver como seu corpo era musculoso, seus
braços eram fortes e sua barriga era bem definida, ele usava apenas uma
calça moletom que modelava sua cintura, Cristo! Ele estava muito lindo.

- Bom dia Srta. Morris, dormiu bem? - Dylan pergunta.

- Sim, muito bem -respondi e passei a língua nos lábios que estavam secos.

- Sou Benta, é um prazer conhecê-la -Benta se aproxima de mim e estende


a mão.

- Sou Lisa, é um prazer -ela sorriu- Dylan me falou muito de você Benta -
aperto sua mão e sorrio amigavelmente.

Benta devia estar na casa dos 50, ela tinha alguns cabelos brancos e era um
pouco baixa, seus olhos era pretos e sua pele era parda.

- Ah meu menino é maravilhoso não acha? Vamos se sente, o café já está


pronto -ela sorri e junta as mãos.

Me sento na mesa ao lado de Dylan que está na ponta, começamos a tomar


café em silêncio e Dylan não tirava os olhos de mim.

- Você comeu sorvete ontem, meu menino? Cheguei hoje pela manhã e
parece que um furacão tinha passado por aqui -me engasgo com o copo de
suco que estava tomando.

Dylan me olha divertido e passa o dedo no lábio inferior, já percebi que


isso é um hábito.

- Sim eu comi e estava uma delícia -ele me olha malicioso mas eu desvio o
olhar.
- Você ofereceu a Lisa? Aposto que ela iria gostar do sorvete que eu faço -
Benta pergunta inocentemente.

Ótimo.

- Ah sim, acho que ela gostou bastante, você gostou Lisa? -eu sabia
perfeitamente do que ele estava falando e não era sobre sorvete.

- Sim estava muito bom Benta, você é uma ótima cozinheira -digo e ela
abre um sorriso grande.

Olhei para Dylan em seguida que sorriu de lado e balançou a cabeça


concordando.

Comecei a comer um bolinho de geleia delicioso e acabei derrubando um


pouco de geleia no meu vestido, passei o dedo sobre o mesmo e coloquei
na boca para limpá-lo, Dylan olhava atentamente a cada movimento até
passar a mão na barba e pegar o jornal que estava em cima da mesa.

Terminamos de comer tranquilamente e agradeci a Benta, me virei para


Dylan que estava com a xícara de café na mão.

- Estou indo -ele me olha e coloca a xícara na mesa.

- Para onde? -pergunta confuso.

- Pra casa ué -me levanto.

- Vamos almoçar com a minha família daqui a pouco Lisa.

- Eu sei, mas irei para casa trocar de roupa, não vou assim -apontei pro
vestido que agora estava sujo de geleia.

- Você fica linda com qualquer coisa -ele se levanta e fica na minha frente,
sinto sua respiração em junção a minha.

Coloco meu cabelo atrás da orelha e olho para baixo, Dylan pega meu
queixo e levanta me fazendo olhar pra ele.

- Levarei você pra casa e de lá iremos pra casa dos meus pais -ele diz-
Tudo bem?

- Tudo bem -é só o que eu digo antes dele me beijar, era um beijo lento e
suave e seus lábios macios se encaixam muito bem aos meus.
Nos afastamos e ele sorriu, olhei para Benta de soslaio que estava vendo
tudo e eu fico vermelha de vergonha.

- Irei trocar de roupa, me espere aqui embaixo.

Assenti com a cabeça e ele saiu da cozinha, virei pra Benta que me olhava
estranho.

- Meu menino gosta de você -ela diz e volta lavar alguns pratos.

Quase tive uma crise de risos, mas o meu telefone começou a tocar me
impedindo de fazê-lo. Olhei para tela vendo o nome de Jon na mesma.

- Preciso atender -falei e ela concordou.

Pedi licença a Benta e me afasto feliz da vida por não ter começado aquele
assunto.

Fui para o hall de entrada e atendi no quarto toque:

- Minha flor! Me esqueceu foi?

- Claro que não, você é especial demais pra isso, Jon -sorrio e escuto a
mesma ação do outro lado da linha.

- Escute, Emily e eu vamos sair com alguns colegas de trabalho, quer ir


com a gente?

- Bem que eu queria, mas estarei ocupada, deixa para a próxima -passo a
mão em um quadro que tinha ali.

- Tá bom flor, vamos almoçar na segunda né? Nem pense em negar.

- No mesmo horário e no mesmo restaurante.

- Certo, até segunda -se despediu

- Até segunda -desligo o telefone e dou de cara com Dylan que não está
com a cara boa.

- O que foi? -pergunto sem entender.

- Nada, vamos -ele pega meu braço e me leva até o elevador.

- Espere, quero me despedir de Benta -digo me soltando de seus braços.


- Não se preocupe, você a verá novamente -ele desvia o olhar.

- Dylan -chamo e ele me ignora- Dylan olha pra mim -ele o faz.

- O que aconteceu? -pergunto me aproximando do seu rosto.

Qual o problema desse homem?


Não, a pergunta é... por que eu me importo?

Ele não diz nada e o elevador chega, ele entra e eu entro em seguida.

Dylan aperta o botão e fica em silêncio com as mãos atrás do corpo.

- Mais que porra, dá pra me dizer o que aconteceu? -pergunto irritada.

- Não aconteceu nada -esse homem é extremamente bipolar.

- Você é bem mentiroso -ele me olha e passa a mão no cabelo.

- Mentiroso?

- E surdo.

No mesmo instante ele me encarou com um semblante irritado, não que ele
já não estivesse.
Olhei pra ele que está vestindo uma calça jeans surrada e uma blusa preta
de manga, é a primeira vez que eu o vejo assim... tão informal.

- O que é? -Perguntei vendo ele travar o maxilar.

- Esqueça -ele diz e olha para frente.

- Você deveria procurar alguém para ajudar você com essa bipolaridade.

- Ok, já chega.

Franzi o cenho e rapidamente seu corpo se virou vindo na minha direção,


engoli em seco quando ele me empurrou contra a parede do elevador.

- Você fala demais.

Na mesma hora ele começa a me beijar intensamente colocando as mãos no


meu corpo e me puxando para ele, sua língua percorre por toda a minha
boca me deixando louca.
Vou tocar em seu cabelo mas ele pega as minhas mãos e prende ao lado do
meu corpo me deixando imóvel. Dylan morde meu lábio inferior e eu
gemo, paramos de nos beijar por falta de ar mas ele começa a beijar meu
pescoço e pressionar seu membro no lugar que está implorando por
atenção.

- Você está tão excitada que eu consigo ver os seus seios por cima desse
vestido -ele diz no meu ouvido enquanto estou ofegante.

- Você está me deixando...

- Necessitada, sim eu sei -ele completa e solta minha mão direita.

Dylan levou seu dedo livre até as minhas coxas e subiu até a minha
intimidade, o olhei irritada por estar usando meu corpo contra mim.

- Você está nua -ele diz mordendo o lábio inferior.

- Babaca.

- Tão molhada -ele diz quando um dedo seu me penetra e eu dou um


suspiro de prazer.

Com a minha mão livre eu puxo sua camisa preta o fazendo aproximar o
rosto do meu, Dylan me olha sério e eu passo a língua nos lábios, ele se
inclina para me beijar e quando estamos perto o suficiente ele sorri de lado
e me olha nos olhos.

- Uma pena que não vou fazer nada.

Dito isso ele se afasta me soltando e eu me afasto da parede do elevador


com a respiração descontrolada, as portas foram abertas e Dylan saiu por
ela me deixando para trás.

Eu estou puta da vida, me corpo todo está gritando por atenção.

Dylan é um...filha da puta.

Saí do elevador indo para o carro, abri a porta sabendo que ele já estava lá
dentro e apenas sentei no banco sem encara-lo, ele não disse mais nada e eu
muito menos.
Cruzei os braços irritada e olhei para fora do carro ouvindo um suspiro sair
dele. Depois de longos minutos em silêncio nós chegamos na frente do meu
apartamento, ele virou para me encarar mas eu continuei olhando para
frente.
- Você vai entrar? -perguntei fazendo pouco caso.

- Vai demorar...

- Vai -o cortei e ele apertou os dedos no volante.

- Certo, vamos -ele diz e nós dois saímos do carro.

Subimos até o meu andar e eu bati na porta já que não estava com a minha
chave, bati duas vezes até Emily abrir.

- Mucuraaa -Emy praticamente grita e me abraça assim que a porta foi


aberta.

- Oi, Emily -a abraço de volta.

Nos afastamos e ela encarou Dylan e depois me encarou dando um sorriso


sem graça.

- Me dê alguns minutos e estarei pronta - Falei assim que entramos no


apartamento.

Dylan assente e se senta no sofá enquanto Emy e eu íamos para o meu


quarto.

Tiro meus sapatos e ela me ajudou a tirar o vestido.

- O que aconteceu entre vocês dois? -pergunta e eu a encaro.

- Como assim? -me sento na cama.

- Tá na cara que algo está errado, ele está com cara de poucos amigos e
você está irritada.

Suspiro e falo tudo o que aconteceu nessas últimas horas e Emily apenas
me encara.

- Quer dizer que vocês não transaram? -pergunta.

- De tudo que eu falei você só ouviu essa parte? -pergunto sorrindo.

- Em grande parte sim, mas falando sério, Dylan me parece um homem


complicado e intenso, toma cuidado para não se apaixonar.

- Vou tomar -me levanto e começo a me vestir.


Emy foi até o meu banheiro dizendo que precisava fazer xixi e eu coloquei
uma calcinha e logo depois a calca jeans, uma blusa cor creme e uma
jaqueta cinza por cima e por último uma bota preta, passo apenas uma
máscara de cílios e um batom fraco.

- Posso roubar um sabonete seu? -ela pergunta saindo do meu banheiro


com a caixa dos meus sabonetes na mão.

- Só um -digo e ela sorri para mim.

Depois dela pegar meu sabonete nós duas saímos do quarto, Dylan estava
mexendo no seu celular e quando me vê se levanta do sofá parando na
minha frente.

- Você está bonita.

- Obrigada -falo seca.

- Lisa -Emy me chama e eu me viro pra olhá-la.

- Jon me ligou hoje de manhã e me disse que você tinha falado com ele
sobre almoçar na segunda, então eu vou com vocês, só para avisar mesmo -
ela diz e vai pro seu quarto.

Olho pra Dylan que está pensativo e logo me encara novamente.

- Quem é Jon? -ele pergunta sério

- Meu melhor amigo -respondo e ele sobe as mangas da blusa até o


cotovelo.

- Vocês já tiveram alguma coisa? -mas que pergunta é essa?

- Não que seja da sua conta, mas Jon é gay - ele suspira e eu acho que é de
alívio.

- Ok.

- Por que o interesse? -Pergunto com os olhos semicerrados.

- Nada, vamos?

Levantei um pouco o queixo e ele me olhou sem entender, cruzei os braços


na altura do peito e Dylan suspirou.
- Você sempre faz perguntas sem fundamento?

- Não, aparentemente sou um babaca calculista -ele diz.

- O que aconteceu?

- Você sempre faz perguntas demais?

- Vai me responder ou não?

- Não.

- Certo.

Nós dois saímos do apartamento comigo andando na sua frente e ele atrás
de mim, eu conseguia sentir seu olhar no meu corpo.

Dylan abriu a porta do carro para mim assim que chegamos nele e ele
entrou depois dando partida no carro, começou a tocar uma música do DJ
brasileiro: Ocean Alok, ele era muito bom.
Comecei a cantar a música baixinho, mas depois minha voz começou a
ficar mais alta e eu não me importei com nada, me deixei envolver com
melodia e cantei livremente.

Olhei para lado vendo Dylan sorrir e começar a dar batuques no volante no
ritmo da música enquanto eu cantava, parecíamos dois adolescentes.

Sorri quando a música acabou e olhei pra ele que estava sorrindo também,
ele é tão lindo quando está sorrindo.

Que droga.

- Você deveria fazer isso mais vezes -afirmo e ele me olha curioso.

- Batucar o volante?

- Não, sorrir -ele me olha por alguns segundos e depois volta a olhar pra
frente.

Pisquei algumas vezes e encostei a cabeça na janela contando as árvores


que tinha pelo caminho, eu adoro fazer isso.

- Sinto muito -Dylan diz meio baixo e aperta a mão no volante.

- Pelo o quê? -eu queria ouvir ele dizer.


- Por hoje de manhã, pelo que fiz. Não deveria ter feito aquilo, me desculpe
- ele diz olhando pra mim.

Encarei seus olhos verdes e dei um longo suspiro por saber que ele estava
falando aquilo de verdade.

- Eu aceito sua desculpa, só não faça de novo -falei e ele balança a cabeça
concordando.

- Não vou -diz e eu sorrio fraco vendo-o sorrir em seguida.

Virei o rosto voltando a contar as árvores e tempos depois nós chegamos


em frente à mansão.

Passamos pelo portão onde o porteiro nos deixou entrar assim que viu
Dylan.

Saímos do carro normalmente e a atmosfera pesada que estava entre nós


dois está se dissipando, Dylan abriu a porta e nós entramos.
A casa era ainda mais bonita a luz do dia com toda a certeza, passamos pela
cozinha e vimos Gregório com um cigarro na mão.

- Olá pai -Gregório se vira e apaga o cigarro.

- Filho! -ele cumprimenta Dylan e se vira para mim- Lisa.

- Olá Sr. Venturelli -ele me abraçou.

- Me chame de Gregório por favor, você já faz parte da família agora -dou
um sorriso nervoso.

- Onde está a mamãe? -Dylan pergunta.

- Ela está na estufa, por que você não vai lá com ela, Lisa?

- Claro, nos vemos depois? - Pergunto a Dylan e ele concorda.

Antes de sair eu deixo um beijo estalado na boca de Dylan que ficou


surpreso com o ato, mas logo depois retribuiu.

Passo pela porta branca novamente e foi impossível não me lembrar do


beijo que Dylan me deu, ando pelos corredores e logo veja Monica, ela está
com umas luvas amarelas, um macacão de jardinagem e uma flor na
cabeça, ela está engraçada e muito fofa.
Assim que me vê abre um sorriso, me aproximo e ela tira a luva da mão
direita.

- Querida, que bom que veio -ela passa a mão sem luva no meu braço.

- Obrigada por me convidar, Monica -sorrio e olho para as flores.

- Vem, vou lhe emprestar um macacão e uma blusa para me ajudar nisso
aqui -ela aponta para as flores que estavam no vazo.

Ela literalmente me puxa pra fora da estufa e fomos para um quarto que eu
não sabia qual era, mas me parceria ser de Dylan.

- A roupa está separada pra você em cima da cama, pode se trocar a


vontade que estarei esperando lá embaixo -ela pisca e se vai.

Passeio pelo quarto e vejo que o quarto era realmente de Dylan, suas fotos
entregavam. O quarto não parecia ter mudado acho que os pais de Dylan o
mantiveram assim, tudo ainda estava intocável.

Passo a mão em uma foto que me chamou atenção, era Dylan e Adam mais
novos com uma menina que eu não conhecia, acho que era alguma prima
distante.

Me viro e começo a tirar minha jaqueta e minha blusa, logo em seguida


minhas botas e minha calça ficando só de calcinha e sutiã.
Escuto um barulho na maçaneta e rapidamente me cubro com as mãos,
inútil? Óbvio!
10° capítulo
Lisa

O rosto de Dylan aparece assim que ele passa pela porta e a fecha em
seguida, vi quando ele girou a chave e olhou para mim totalmente sereno.

- O que faz aqui? -perguntei.

- Vim ver você -ele se aproxima encarando meu corpo.

- Você já viu, poder ir agora? Quero trocar de roupa.

Ele assente e coloca as mãos na frente do corpo me analisando.

O olhei com uma sobrancelha levantada vendo que ele não iria sair daqui,
dei de ombros e peguei o macacão me virando e ficando de costas para ele.
Vesti a roupa calmamente e olhei por cima do ombro vendo o mesmo me
encarar com atenção, seus olhos percorrem minhas pernas e subiam
minuciosamente até minha bunda e costas.

Ele deu um suspiro e vi quando ele se aproximou parando atrás de mim,


olhei para frente sentindo sua respiração em minha nuca. Eu encarava
alguns pôsteres de bandas na parede enquanto apertava meus dedos.

Engoli em seco quando sua mão direita pousou na minha nuca e a apertou
de leve, Dylan traçou seu dedo indicador pelas minhas costas indo até
embaixo e abriu a mão para apertar minha cintura, eu estava ficando sem
fôlego com toda aquela tensão que ele estava criando.

Seu rosto se aproximou da minha nuca lentamente e ele deixou um beijo


molhado, a mão de Dylan foi para o meu pescoço o apertando de leve e eu
joguei minha cabeça pro lado dando livre acesso a ele.

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- Você é perfeita -sussurra no meu ouvido.

Dylan foi dando beijos no meu maxilar até me virar de frente para ele e
encarar meus olhos, vi desejos neles e suspirei antes dele se aproximar e
encostar os lábios nos meus delicadamente, passei minhas mãos pelos seus
braços indo até o seu rosto onde coloquei ambas nas suas bochechas.

Beijar esse arrogante é tão bom, como sua língua se envolve com a minha é
alucinante. Como seus dedos vão para a minha cintura me puxando mais
para ele é excitante, Dylan consegue arrancar suspiros meus facilmente e
isso terrível, para o meu coração no caso.

- Eu preciso de você, Dylan -deixo sair sem querer depois que nos
afastamos por falta de ar.

Ele sorriu.

- Também preciso de você, baby -ele diz e é a minha vez de sorrir.

Me aproximo novamente para beijá-lo e rápido sua boca estava na minha


novamente, coloquei meus braços no seu pescoço e ele levou as mãos para
as minhas pernas as tirando do chão e levando para a sua cintura, sorri do
meio do beijo e ele mordeu meu lábio inferior.

Ouvimos passos do lado de fora e logo uma batida na porta nos fez parar.

- Vocês dois estão aí? -não posso ver mas a voz não me é estranha.

Dylan me encarou e eu sorri de lado.

- Quieta, talvez ele vá embora -Dylan sussurra e volta a me beijar.

- Eu sei que está aí maninho, abre logo a porta.

- Porra! -Dylan diz frustrado.

Ele me solta e eu prendo meu cabelo em um coque passando a mão no


rosto depois para tentar disfarçar nossa pouca vergonha na cara, ouvimos
outras batidas só que dessa vez mais forte.

- Já vai empata foda -Dylan grita e não posso deixar de rir alto.

Ele me entrega a blusa e espera eu me vestir para então abrir a porta.


Dylan caminha até ela girando a chave e vemos Adam que estava sério mas
assim que nós vê abre um grande sorriso malicioso fazendo Dylan revirar
os olhos.

- Que porra você quer? -ele pergunta sem paciência.


- Nosso pai está nos chamando, ele quer falar de negócios e nossa mãe já
perguntou três vezes por Lisa -Adam faz o número três com as mãos.

- Cunhada -Adam entra no quarto vindo na minha direção.

- Oi, Adam -sorrio vendo ele beijar minha mão.

- Diga que já vamos descer -Dylan puxa Adam pelo braço que estava
sorrindo para mim, ele praticamente expulsa o irmão do quarto e fecha a
porta.

Ele se aproxima de mim e coloca a mão em volta do meu rosto.


Mordo o lábio inferior e Dylan me olha por alguns segundos.

- Não faça isso -ele disse passando o polegar pelo meu lábio inferior.

Dylan ainda me beija delicadamente antes de ir em direção a porta, olho


para sua bunda durinha e mil coisas passam pela minha cabeça, mas apenas
uma frase se fixa:

- Se prepare para não se sentar mais tarde, baby -foi o que ele disse antes de
me deixar sozinha no quarto com mil pensamentos.

Depois de me recompor saio do cômodo e desço as escadas indo de


encontro com Monica, a vejo na estufa e me aproximo.

- Aconteceu algo querida? -pergunta assim que me vê.

- Não, por quê? -pergunto fingindo demência.

- Você demorou.

- Ah sim, Dylan quis me apresentar alguns cômodos da casa -ela sorri


amigavelmente e me entrega uma pá de jardinagem.

- Vamos começar -ela bate a mão uma na outra fazendo um estalo.

- Estou pronta! -sorrio e começo a ajudá-la com as belas rosas que tinham
ali.

Dylan

Adam e eu sempre fomos muito unidos e sempre ajudamos um ao outro,


não importa a circunstância. Isso também vale para duas pessoas que
cresceram comigo na Itália, outros que eu confio cegamente.
Só que no momento...eu quero esganar meu irmão já aquele empata foda
interrompeu meu momento com Lisa e eu estou puto da vida!

Depois de deixar Lisa no quarto contra minha vontade fui em direção ao


escritório de meu pai, entro e dou de cara com os dois que estão
cochichando algo, puxo uma cadeira e me sento ao lado de Adam.

- Do que estão falando? -pergunto curioso.

- Gregório tem algo para nos contar, maninho -Adam se levanta e se serve
um Bourbon que meu pai tinha no escritório.

- Tenho algumas novidades -ele diz e pede pra Adam se sentar.

- Meninos como vocês dois sabem eu não trabalho fisicamente na empresa


mas trato alguns assuntos em casa, Dylan sendo meu filho mais velho dei o
cargo mais importante a ele.

- O que eu acho injusto -Adam levanta o copo no alto e eu reviro os olhos.

- Ele tem muitas responsabilidades e tem feito um ótimo trabalho desde


então, mas me surgiu uma proposta recentemente -eu já estava ficando
nervoso.

- A Entreprise Technologies irá fazer uma fusão -na mesma hora meus
olhos se arregalam.

Adam se engasga com o Bourbon e dou dois tapinhas na sua costa.

- Fusão? Por quê? -meu irmão pergunta confuso.

Fusão consistia em fundir algo, para nós significa que teremos de fundir
nossa empresa com outra. O que é totalmente precipitado e atualmente
desnecessário.

- Há uma empresa de designer que está quase falindo e a dona da empresa é


filha de um amigo de longa data a quem devo um grande favor, fazendo
essa fusão poderemos ajudá-la e nos ajudar, ter um empresa de designer irá
nos beneficiar em grandes projetos no futuro.

- Favor? Pai, você não pode fazer uma fusão apenas por um favor -o
questiono.

- Eu sei que não, mas como já disse irá nos beneficiar, vamos ganhar com
essa fusão podem acreditar -ele diz confiante.
- Quem é a dona da empresa? -Adam pergunta.

- Rubi Mendonza.

- Rubi? Nome diferente -falo

- Seu nome é Rubi porque seu pai é apaixonado pela pedra preciosa -papai
explica.

Meu irmão e eu ainda estávamos surpresos, nossa empresa é conhecida


mundialmente e uma notícia de fusão será um choque para todos, porém,
meu pai é um homem inteligente e ele sabe o que está fazendo.

- Você tem certeza disso certo? -pergunto já sabendo a resposta.

- Sim eu tenho, só tem mais uma coisa -me levanto e pego um Bourbon
para mim, enchi o copo pela metade e voltei a me sentar.

- Adam, você terá que trabalhar na empresa em tempo integral -agora foi eu
que me engasguei e Adam dá um tapinha na minha costa.

- O que? -ele pergunta sorrindo mais sei que é de nervoso.

- Quero você a frente de tudo da fusão, trabalhará mais e nos deixará


informados sobre tudo o que acontece dentro da empresa, sei que está
acostumado a viajar pelo mundo, mas precisamos de você aqui.

Adam fica sem se mover e continua encarando meu pai com um olhar que
não sei descrever, mas sua cara é muito engraçada.

- Ei, Adam! -estalo meus dedos na sua frente e ele finalmente se mexe.

- Por que você não coloca o Dylan nessa função? -sabia que essa idiota ia
jogar o trabalho para cima de mim.

- Dylan já tem trabalho demais Adam, você será o cabeça disso tudo,
espero que se de bem com Rubi porque será com ela que irá tratar de todos
os problemas, trabalharam em equipe então, por favor, não dê em cima
dela.

- Ela é bonita? -meu pai apenas confirma com a cabeça respondendo minha
pergunta.

- Não prometa nada, maninho -dou um tapa em seu ombro e Adam me olha
furioso.
- A fusão só irá acontecer daqui a alguns meses, ainda temos alguns
assuntos a discutir com nossa mais nova afiliada.

Não vou mentir que não estou surpreso com essa notícia repentina, meu
irmão então nem se fale, Adam sempre está viajando resolvendo contratos
e trabalhando a distância, trabalhar permanente na empresa será uma
grande mudança para ele.

Ficamos mais alguns minutos discutindo outros assuntos sobre a empresa.


Porém, meus pensamentos já tinham mudado, eles estavam em uma
baixinha de olhos azuis que está linda com um macacão de jardinagem.

Balanço a cabeça afastando o pensamento, por que estou pensando nela?


11° capítulo
Lisa

Minhas bochechas estavam doendo de tanto sorrir, Monica me contou


algumas aventuras de Dylan quando mais novo, de como ele se escondeu
em uma máquina de lavar roupa brincado de esconde-esconde.

- Eu estava desesperada, já havia chamado a polícia para procurar meu


filho aparentemente desaparecido -ela diz divertida.

- Até que Gregório escuta um barulho estranho vindo da máquina de lavar e


decide verificar, Dylan dá um pulo de dentro assustando meu marido que
de branco ficou azul -rio das suas palavras.

- Dylan me parecia atentando -limpo uma lágrima que estava descendo pelo
meu rosto de tanto rir.

- Você nem imagina querida -terminamos com as rosas e a estufa estava


radiante.

- Ficou muito bom -digo e Monica dá várias palminhas.

- Vamos, está na hora de chamar as crianças para comer -Monica entrelaça


seu braço no meu e saímos rumo aos homens Venturelli.

Chegamos na mesa que já estava posta e vimos os três homens já sentados


conversando, pareciam nos esperar, assim que percebem nossa presença
nos encaram.

Monica dá a volta na mesa e senta ao lado do marido, Dylan faz um


movimento com o braço para eu me sentar e me sento ao seu lado sentindo
minha pulsação acelerar.

A comida foi servida e era um delicioso pato ao molho de laranja que


estava divino e as batatas gratinadas me surpreenderam, estava tudo
delicioso! Por isso pedir pra comer mais uma vez.

- Está muito bom, posso comer mais uma vez? -olho para Monica que
estava sorrindo.

- Pode sim querida, eu também irei comer mais uma vez -ela pisca me
fazendo sorrir.
Olho para Dylan que estava me olhando divertido.
Continuamos a conversar sobre todos os tipos de assuntos, os pais de Dylan
são maravilhosos e muito gentis.

Percebi Adam aéreo, mas ignorei, vai ver ele é assim mesmo.
Terminei de comer meu segundo prato e já estava satisfeita.

Aceita sobremesa, Lisa? -Gregório me pergunta.

- Não Gregório, muito obrigada já estou satisfeita -digo e ele assente.

Mesmo se eu quisesse eu não iria conseguir comer mais nada agora.

- Eu quero -Dylan e Adam dizem em uníssono.

Monica se levanta e vai para cozinha pegar a sobremesa, ela volta com um
bolo de chocolate e põe sobre a mesa.
Vejo os olhos de Dylan e Adam brilharem, eles se entreolharam e depois
olham para o pai.

- Nada disso, eu serei o primeiro -Gregório adverte e os dois dão um


suspiro derrotados.

Já vi que Dylan gosta muito de doce e pelo visto são todos os três que
gostam, Monica corta o bolo e entrega para o marido que está sorrindo aos
quatro ventos.

Depois dos três comerem TODO o bolo, vi que já estava ficando tarde e
parece que Dylan leu minha mente.

- Bom, nós já estamos indo -ele diz e nos despedimos de seus pais.

- Hora da diversão, Srta. Morris -ele sussurra apenas para que eu possa
ouvir e me arrepio dos pés a cabeça.

Adam também foi embora e nos despedimos na entrada da casa.


Fizemos o trajeto em um silêncio confortável, não demorou muito e já
estávamos na entrada do prédio de Dylan, fomos pro elevador e uma tensão
caiu sobre nós dois, meu coração estava acelerado e os lábios entreabertos,
olhei para meus dedos e escuto a porta do elevador abrir.

- Olá -diz um homem alto com os olhos pretos e o cabelo loiro apagado,
aparentava ter uns 30 anos.

Seus olhos pousam em mim o fazendo dar um sorriso malicioso.


O elevador começou a subir e paramos no andar do tal homem que era
antes do de Dylan.
Quando ele estava saindo me deu um cartão que continha um número.

- Me ligue, princesa -ele diz e vira as costas para ir embora mais é


impedido.

- Acho que você esqueceu uma coisa aqui - Dylan puxa o cartão da minha
mão e levanta no ar.

- Pode pegar de volta, minha mulher não vai precisar -o homem o encara
surpreso e pega o cartão da mão de Dylan e se vai assustado.

- Sua mulher? -questiono.

- Sim, minha -não deveria gostar de escutar isso, mas eu gostei, infernos! -
Tecnicamente você é, assim como eu sou seu homem.

- Isso não é verdade -falo e o elevador começa a subir novamente.

- Quer que eu te mostre? -Ele se aproxima de mim me prendendo contra a


parede do elevador, mas não me toca.

Não falo nada apenas balanço a cabeça confirmando, ele sorri de lado.

Nessa hora o elevador se abre liberando o hall. Dylan me puxa para dentro
e ataca minha boca do jeito que só ele sabe, ele tira minha jaqueta e me
deita no sofá, seu beijo é desesperado e intenso, eu gosto disso.

Suas mãos passeiam pelo meu corpo até chegar nos meus seios onde ele
aperta com suas mãos másculas.

Dylan tira minha blusa e logo depois meu sutiã me deixando exposta para
ele, sua boca chupa e morde meu seio direito enquanto sua outra mão dá
atenção ao meu seio esquerdo, ele para puxa minha calcinha para baixo e
logo depois a passando pelas minhas pernas.

- Você será minha está noite, Lisa -seus olhos se fixam no meu corpo e eu
fico bastante excitada com aquilo.

Dylan me carrega e posso sentir seu membro duro, fomos pro quarto e
rapidamente Dylan me põe sobre a cama, ele tira a blusa revelando seu
corpo definido e logo depois sua calça e cueca boxer, me assusto quando
vejo como é grande, mordo o lábio inferior e o olho maliciosamente.
- Porra! -ele diz e sobe em cima de mim.

Dylan leva minhas mãos as prendendo ao lado da minha cabeça me


deixando imóvel.

- Não se mexa -ele diz e vai deixando beijos por todo meu corpo.

Começa a sugar minha intimidade e meu corpo se contorce, Dylan faz


movimentos com a língua que me levam ao delírio, sinto ele colocar um
dedo dentro de mim e passar a língua no meu clitóris, reviro os olhos com
tanto prazer.
Dylan aumenta o ritmo e isso me faz explodir em um orgasmo alucinante,
ele suga todo meu líquido e pega uma camisinha que estava em cima da
cabeceira.

Ele abre a embalagem e eu o olho atentamente, ele se posiciona na minha


entrada e me deixa um selinho.

- Pronta?

- Sim.

Me sinto invadida pelo seu membro grande e grosso, suas estocadas


começam devagar em um prazer delicioso e agoniante ao mesmo tempo,
fecho os olhos sentindo a deliciosa sensação.

Estou embriagada de prazer, meu corpo todo está a mercê dele, posso sentir
cada centímetro seu dentro de mim, arranho suas costas e ele geme rouco.

- Gostosa -sussurra em meu ouvido- Você é incrível.

- Dylan...

Meu gemido ecoa pelo quarto e o sinto aumentar a velocidade, suas


estocadas ficam rápidas e duras.
Nossos corpos estão quentes e suados,
Mexo meu quadril para me acostumar melhor com seu tamanho.

- Goza para mim, Lisa -suas palavras são como ordens que eu preciso
seguir.

Na mesma hora gozo com toda força e Dylan goza logo depois, vê-lo sentir
prazer é muito bom e saber que a noite de sexo está só começando é melhor
ainda.
Ele cai sobre meu ombro e cheira o meu cabelo, já percebi que não é a
primeira vez que ele faz isso.

Ele tira a camisinha a dando um nó e joga no cesto de lixo que havia no seu
quarto.

Nossa respiração está desregular e ainda posso sentir meu corpo pedindo
por mais, olho pra ele que estava sorrindo ao meu lado na cama.

- Acho que vamos ter que mudar a parte do acordo sobre não ter relações
comigo -ele diz me fazendo sorrir de lado.

Me aproximei dele apenas para beijá-lo no rosto mas ele virou e eu beijei
seus lábios, as mãos de Dylan puxaram minha cintura na sua direção e com
calma eu sentei em cima dele.

Me inclinei deitando no seu peito e passei minha mão no seu cabelo vendo
ele me encarar.

Não sei por quanto tempo ficamos nos encarando, mas só desviei quando
ele deu um sorriso bobo para mim e eu sorri do mesmo jeito em seguida.

Beijei seu peito e ele passou os dedos pelo meu cabelo como se o tivesse
penteando, fechei os olhos recebendo uma sensação boa.

- Lisa?

- Oi -o encarei.

- Preciso foder você de novo.

Ri dele que esticou o braço pegando outra camisinha e mostrando para


mim.

- Por que eu acho que você é um ninfomaníaco?

- Talvez eu seja -ele sorriu.

Eu já tinha imaginado sexo com Dylan, mas nada comparado ao que estou
sentindo agora.

Será que estou muito ferrada?


12° capítulo
Lisa

Ainda estou me acostumando com a luz que entra no quarto quando escuto
um barulho irritante.

Olhei em volta e vi o meu celular tocando descontroladamente em cima da


cômoda, saí da cama indo a passos rápidos para atender mas na mesma
hora me arrependo.

Minhas pernas acabam falhando e acabei caindo no chão do quarto.

- Cacete! -grito e ouço Dylan acordar meio assustado.

- Lisa! Você está bem? -seu rosto é de preocupação e puta que pariu que
rosto, como esse homem consegue ser bonito até ao acordar?

- Sim, eu só...cai -ele me ajuda a levantar e me senta na cama.

- Sente-se, deixa que eu atendo.

- Não! Deixe que eu atendo, só me dê o telefone -o aparelho continuava


tocando.

Dylan me entrega o objeto e olha para o meu corpo, nesse tempo todo eu
não percebi que estava nua. Senti minhas bochechas esquentarem e dei um
sorriso meio sem graça.

Atendi o telefone no trigésimo toque, quem será que está me perturbando a


esse horário?

- Alô?

- Pelo amor de Deus mulher, não atende mais esse telefone não? -na mesma
hora reconheci a voz.

- O que aconteceu Emily Estela Brooks? -digo seu nome todo para ela
saber que estou puta.

- Nossa que mal humor, não diga meu nome inteiro porque isso não me
assusta, pelo menos não mais -ela riu.

- O que aconteceu? -pergunto sem paciência e com um humor nada bom.


- Eu estou aqui na empresa do seu chefe gostoso e você não está, pensei
que já estava na hora de vocês trabalharem -olho para Dylan que estava
deitado com as mãos na cabeça.

- Que horas são, Emy? -pergunto.

- São 9:30 mucura -droga!

- Chegarei aí em 20 minutos -ela concorda e me despeço.

Desligo o telefone e vejo que realmente são 9:30, guardei o celular e me


levanto virando de frente para ele, sinto todo meu corpo dolorido e faço
uma careta com a dor.

- Está doendo muito? -ele sorri de lado.

- Estou assim porque acabei de cair -minto.

- Você e eu sabemos que isso não é verdade.

- Isso não importa, temos que ir pra empresa, você tem uma reunião às
10:00 da manhã.

Ele se levanta e abraça minha cintura, sinto seu membro roçar minha
barriga enquanto ele dá beijos por todo meu pescoço até chegar na minha
boca.

Nós beijamos calmo e suave, Dylan pede passagem para aprofundar o beijo
mas não dou. O afasto e ele me olha surpreso.

- Vou tomar um banho e me arrumar, você precisa ir para aquela reunião


porque ela é extremamente importante.

Vou para o banheiro o deixando com uma expressão irritada, tomo um


banho de água gelada para me despertar e faço minha higiene matinal com
uma escova de dentes que estava lacrada ao lado da de Dylan.

Saio do banheiro enrolada com uma toalha e só agora percebo que não
trouxe nenhuma roupa limpa, merda!

Dylan estava sentado na cama e parecia distante.


Quando me vê se levanta e coloca as mãos em volta da minha cabeça.
- Mandei meu motorista comprar algumas roupas para você, está em cima
da cama -ele diz e vai para o banheiro me deixando um beijo casto, nossa
demorei tanto assim no banheiro a ponto de comprar roupas?

- Há uma loja de roupas na frente do prédio, por isso foi rápido -ele grita do
banheiro como se conseguisse ler minha mente.

Começo a me arrumar com o que tinha na sacola, peguei a saia preta de


couro, a blusa azul marinho e um blazer branco com alguns detalhes pretos,
por último o salto alto que eu tanto gosto, deixei para calçá-los depois.

Estava sem calcinha por baixo da saia já que a minha já não estava mais em
condição de uso e nenhuma foi comprada, penso que talvez Dylan tenha
feito isso propositalmente, sorrio com o pensamento

Como ele não tem secador deixarei meus cabelos secarem naturalmente,
termino de me arrumar e Dylan sai do banheiro com a toalha na cintura e o
resíduos da água escorrendo pelo seu corpo, eu poderia beijar cada
centímetro dele.

Vejo ele se arrumar e colocar seu famoso terno preto, ele optou por uma
gravata azul marinho de seda e eu o olho interrogativa.

- Azul também?

- Para combinar -ele diz e alisa a gravata.

Como ela estava um pouco torta me prontifico a ajudá-lo, coloco a gravata


no lugar certo a alinhando no centro.

Termino e Dylan me encara por intermináveis segundos.

- Você é linda -ele diz e eu levanto a ponta dos pés para alcançar seus
lábios.

- Você também é lindo -digo e ele me deu um sorriso pequeno.

Saímos do quarto quando ele agarrou a minha mão, não tomaremos café
aqui e sim no Starbucks, isso se der tempo.
Calço meus sapatos e já no estacionamento vejo meia dúzia de carros com
o nome Venturelli nas placas.

Olhei para Dylan meio surpresa que deu de ombros, eram muitos carros.
Entramos em uma Ranger Rover preta com o teto solar vermelho e
seguimos viagem, não deu tempo de pararmos no Starbucks então fomos
direto para a empresa, Dylan foi direto para a sala de reuniões e eu fui para
minha sala.

Abri a porta e vejo Emily sentada na minha cadeira girando igual uma
criança.

- Emy -a chamo e ela para.

- Lisa -ela corre para me abraçar e eu a abraço de volta.

- Tenho novidades -ela se senta na cadeira novamente.

- Também tenho -dou a volta na mesa e sento na minha cadeira.

- Você primeiro -ela diz e eu nego

- Diga você primeiro.

- Certo, eu estou saindo com um carinha já faz um tempo e eu acho que ele
vai me pedir em namoro então eu vou dispensá-lo -minha boca faz um
grande "o"

- Saindo? Há quanto tempo? -pergunto.

- Já faz alguns meses, eu sempre te disse que estava saindo com alguém
mas você nunca me deu atenção.

Me sinto um pouco culpada, Emily é minha melhor amiga e parte disso é


saber escutá-la e apoiá-la quando preciso.
Mas com tanto trabalho, contas a serem pagas e ameaças do banco acabei
me distraindo, e agora esse negócio com Dylan eu estou um pouco distante
dela.

- Sinto muito por isso, muita coisa tem acontecido nesses últimos dias, mas
se você for terminar tudo certifique-se de que ele tenha entendido -um
sorriso pequeno se amplia no seu rosto e me levanto para abraçá-la.

- Sim, agora me conte a sua novidade -ela diz enquanto nos afastamos.

Me encosto na mesa e fico na sua frente enquanto Emy fica toda jogada na
cadeira.

- Transei com Dylan -digo baixo para que ninguém escute, apenas ela.
Na mesma hora Emy arregala os olhos e coloca a mão na boca, ri da sua
ação.

- Ah meu Deus!! Lisa sua safada -grita um pouco alto demais.

- shi! Emy fale baixo -rimos.

- Quando? -ela pergunta

- Aconteceu ontem em seu apartamento -digo me lembrando dos


acontecimentos de ontem à noite.

- Foi bom?

- Digamos que Dylan sabe o que está fazendo -ela me olha maliciosa e
começa a me cutucar repetidamente fazendo cócegas.

- Emily Brooks, pare! -ela continua com a tortura.

Emily e eu sempre fomos assim, brincamos igual duas crianças e ás vezes


nos tratamos igual uma criança, mas sabemos a hora de estar serias
também. Ela e eu sempre tivemos uma ligação especial para tudo, nós
ajudamos sempre está em primeiro plano.

- Para cacete! -ela diz enquanto faço cócegas nela também.

- Nunca! -falo.

De repente ouço o telefone da minha mesa tocar, paro a sessão de tortura e


vou atender enquanto Emy se recompõe.

- Enterprises Technologies, secretária de Dylan Venturelli em que posso


ajudar?

- Lisa, sou eu o Jon.

- Jon! O que foi flor? -pergunto e Emy se aproxima.

- Ainda vamos almoçar, né flor? -pergunta e eu coloco no viva voz.

- Sim, Emy irá conosco -digo.

- Sim eu sei, Emily é uma piada -ele ri.

- Infelizmente eu concordo -Emy diz e ambas sorrimos.


- Ah! eu não acredito que as duas estão fazendo uma reunião sem mim -ele
diz ofendido.

- Não é uma reunião meu gay preferido. É só uma visita -Emy explica.

- Que já está na hora de acabar, tenho que trabalhar -Emy faz uma carranca.

- Jon nos vemos daqui a pouco, no mesmo restaurante -nos despedimos e


desligo o telefone.

Emily se despede e vai embora, volto aos meus afazeres e adianto o


trabalho como sempre faço, olho no relógio e vejo que a reunião de Dylan
já estava prestes a acabar.

Separo algumas coisas importantes para ele revisar depois e atendo


inúmeras ligações, uma em específica me deixou curiosa.
Era uma mulher com uma voz firme e confiante, fiz a mesma saudação de
sempre.

- Sr. Venturelli se encontra? -pergunta a voz do outro lado da linha.

- No momento está em uma reunião, quer deixar algum recado?

- Sim, diga a ele que preciso fazer uma reunião com os Venturelli presente.

- Sim, claro. Passarei o recado, em nome de quem por favor?

- Rubi Mendoza -Rubi? Que nome diferente.

- Anotado, Srta. Mendoza -ela desliga o telefone e anoto no meu bloquinho


o recado.

Depois de alguns minutos vejo Dylan passando pra sua sala, mas antes para
na minha.

- Sentiu saudade, baby? -ele pergunta encostado na porta com um sorriso


de lado.

- Na verdade não -seu sorriso se desmancha e me seguro para não rir- Nem
percebi.

Ele se aproxima e se inclina no braço da cadeira onde eu estava sentada me


deixando sem saída. Engoli em seco o encarando.
- Bom saber -ele cola os lábios nos meus delicadamente me provocando,
mais que filho da puta.

Dylan se afasta e eu não gosto do afastamento, o puxo para um beijo nada


delicado e minha língua explora sua boca quando ele me faz levantar, sua
mão desce até minha bunda a apertando com força e um gemido escapa de
mim.

Nos afastamos por falta de ar e ele ainda estava com as mãos na minha
bunda.

- Se isso não é saudade...eu não sei o que é -falou.

Revirei os olhos e me lembro do recado que lhe foi deixado. Vou até o meu
bloquinho e o vejo resmungar por sair do seu aperto.

- Uma mulher ligou pedindo uma reunião com você, seu irmão e se
possível seu pai -franziu o cenho.

- Quem era? -pergunta confuso.

- Seu nome é Rubi Mendoza -leio no bloquinho e Dylan parece reconhecer.

- Ah sim eu sei quem é, a empresa dela irá fazer uma fusão com a nossa.

Na mesma hora meus olhos se arregalam, os Venturelli fazendo uma fusão?


Jamais pensei que eles iriam fazer uma coisa assim.

- Fusão? -pergunto surpresa.

- Sim, meu pai aparentemente acha uma boa ideia.

- Você não acha? -pergunto e me sento na cadeira.

- Até acho, mas no momento não seria o ideal.

- Entendo -digo e coloco um clipe em alguns papéis para organizá-los.

- Almoça comigo? -ele pergunta, na mesma hora me espanto.

- Almoçar com você? -levanto uma sobrancelha.

- Sim, qual o problema?

- Nunca almoçamos juntos por que agora?


- Porque -ele me puxa e cola nossos corpos- Você é minha noiva, é normal
almoçarmos juntos.

É claro que é normal almoçarmos juntos eu era a sua noiva, mas saber que
ele me chamou apenas por causa disso me incomodou; por que isso me
incomodou? Não éramos nada, apenas para os outros então precisamos
manter a farsa, mas hoje não dá.

- Marquei de almoçar com meus dois amigos hoje, não vou poder -digo e
ele aperta o maxilar.

- Tudo bem, amanhã então -ele passa o dedo nos meus lábios e se aproxima
para me beijar, mas não o faz.

(...)

Se passam mais algumas horas e já está na hora do almoço, eu estava com


muita fome já que não tinha tomado café da manhã, visto meu blazer
branco e pego minhas coisas.

Vou em direção a sala dele e bato na porta.

- Entre -sua voz é firme como de costume.

Entro e paro na frente da mesa onde ele estava com alguns papéis na mão.

- Estou saindo -ele assente com a cabeça e eu me viro para ir embora até
que se passa uma ideia pela minha cabeça.

- Você...quer ir almoçar conosco? -pergunto receosa.

Dylan para o que estava fazendo e me encara com uma sobrancelha


levantada.
13° capítulo
Lisa

Não conseguia ler as expressões de Dylan, seu rosto não esboçava


absolutamente nada.

Ele largou os papéis na mesa e cruzou as mãos.

- Ir com vocês?

- Sim...quer dizer, não, deixa para lá não sei por que perguntei isso -me viro
para ir embora.

- Lisa.

Parei quando sua voz chegou aos meus ouvidos e fiquei de costas para ele.

Eu só soube onde ele estava quando senti sua respiração no meu pescoço,
me viro ficando frente a frente com ele e sinto seu cheiro que invade
minhas narinas.

- Eu gostaria muito de ir -ele diz e eu olho para o seu corpo, minhas mãos
coçam para tocá-lo.

Dylan coloca a mão no meu maxilar e me traz para si, nossos lábios estão
quase se encostando quando alguém aparece na porta.

- Maninho! Você sabia que tem tanta gostosas aqui? -Adam aparece na sala
e me tira da minha bolha com Dylan.

Nos afastamos e ouço Dylan resmungar.

- Me desculpem, atrapalhei alguma coisa?

Adam é tão bonito quanto o irmão, ele está com um terno cinza escuro que
deixava perceptível seus músculos, sua gravata era de seda e seus cabelos
estavam muito bem penteados.

Os irmãos Venturelli com toda certeza são o próprio pecado.

Não, nós estamos de saída -Dylan diz e o irmão o olha confuso.

- Nós? -Adam pergunta.


- Sim, irei almoçar com Lisa e alguns amigos -explica.

Está óbvio a cara de surpresa do irmão, até parece que Dylan é de outro
planeta.

- Você pode vir se quiser -sugeri e Dylan me olha como se fosse me punir.

- É claro que sim, cunhada -um sorriso lascivo surge em sua boca.

- Por que a cara de surpreso? -pergunto e quando Adam vai responder


Dylan o corta.

- Vamos, já estou com fome -ele praticamente me puxa para fora da sala e
vamos direto para o elevador.

Dylan

Puxei Lisa para o elevador e Adam estava atrás de nós com um sorrisinho
ridículo.

Entramos no pequeno quadrado e pressionei o botão do térreo, ficamos em


silêncio em todo o trajeto.

Lisa olhava para mim e para meu irmão estanho, parecia que estava vendo
duas fatias de bolo.

Fomos no meu carro já que estávamos indo todos para o mesmo lugar.
Depois de Adam discutir com Lisa sobre quem iria na frente é claro.

- Por que ela tem que ir na frente? -ele questiona olhando para mim.

- Eu vou na frente -Lisa diz.

- A qual é Lisa, eu sou o irmão e deveria ir na frente -Lisa para na frente


dele e Adam recua um pouco.

- Eu vou na frente, Venturelli -Lisa lança um olhar ameaçador para o meu


irmão e coloca a mão na cintura.

Uma baixinha com raiva, é apenas isso que eu vejo.

- Cara, ela te chamou pelo sobrenome é melhor você ir atrás -falo com um
sorriso divertido.
Adam fecha a cara e senta no banco de trás e cruza os braços resmungando
igual uma criança.

Finalmente entramos no carro e fomos para o restaurante com Adam


resmungando no banco de trás.

- Um dos melhores negociadores do mundo perde para uma mulher de 1,56


de altura, inacreditável -Adam diz com uma carranca

- 1,57, querido -Lisa o corrige e eu dou um sorriso de lado me divertindo


com aquilo.

Chegamos no restaurante e estaciono o carro, é um lugar calmo e muito


bonito. Não é muito longe da empresa o que é melhor ainda.

Lisa entra e segue reto sem nem olhar para os lados. Ela para em uma mesa
do canto a direita que dá visão para fora do restaurante, nela está Emily e
um homem o qual não reconheço, mas ao me lembrar da conversa de
ontem só pode ser o tal do Jon.

A seguimos e os vejo a cumprimentar e logo em seguida cumprimentar a


mim e ao meu irmão.

- Adam -ele aperta a mão de Jon que olha pra ele quase babando, sorri com
o seu desconforto.

- Sou Jon, muito prazer -Adam assente e vai cumprimentar Emily.

- Sou Jon, o melhor amigo -ele diz pra mim com uma voz quase que
protetora.

- Sou Dylan, o noivo da sua melhor amiga -sorrio lascivo e seu rosto é de
completa surpresa.

Lisa revirou os olhos e pediu para nos sentarmos e no meio disso cochichou
algo no ouvido de Jon.
Como as mesas eram redondas eu me sentei ao lado de Lisa que está ao
lado de Emily e Adam, Jon fica ao meu lado para completar o círculo.

Conversamos agradavelmente sobre nossos trabalhos, gostos, hobbies e


outras coisas, mas a cada 30 segundos vejo um olhar mortal de Jon sobre
mim mas não me importo, apenas me concentro em cada sorriso de Lisa,
sempre que podia eu a olhava e via como ela era linda, como seu sorriso
era contagiante e como estar perto dela me acalmava.
A comida estava muito boa e como ainda tínhamos tempo até voltar a
empresa decidimos pedir sobremesa, tentei disfarçar minha felicidade e
ninguém percebeu tirando a baixinha aqui do meu lado.

- Está feliz não está? -ela me olha com uma sobrancelha interrogativa.

- Não entendi -faço cara de paisagem.

- Eu sei que está quase para soltar fogos porque vai dar tempo de
comermos a sobremesa -ela sussurra no meu ouvido e me olha tentadora.

- Eu preferiria que você fosse a sobremesa -agora sou eu quem sussurro no


seu ouvido e a vejo estremecer.

Como Lisa reage a mim e algo que eu não posso descrever, só sei que é
bom para caralho saber que sou eu quem a faço ficar assim e sou eu quem a
deixo com as bochechas coradas depois de fode-la.

- Eu acho que iria gostar disso -ela diz me pegando completamente de


surpresa.

Ela sorri e não posso deixar de fazer o mesmo, ela morde o lábio e eu sei
que ela quer tanto quanto eu, eu preciso a ter em minhas mãos agora
mesmo.

- Vá ao banheiro -sussurro apenas para que ela ouça.

A olho malicioso e sei que ela entendeu o recado pois se levanta pedindo
licença aos amigos e vai até o banheiro.

Olhei para eles que estavam dispersos conversando e sorri de lado.

- Vou pagar a conta -digo e jogo o guardanapo na mesa não atraindo a


atenção deles.

Ainda bem.

Vou direto para o banheiro feminino olhando por cima do ombro para saber
se ninguém está me vendo entrar em um banheiro de mulher.

Abro o porta e felizmente não tem ninguém, apenas a baixinha que eu


preciso foder o mais rápido possível.

Lisa está se olhando no espelho e ajeitando o cabelo.


- Acho melhor você fazer isso depois.

Não dou tempo para que ela responda pois já tomei sua boca na minha.

A beijo como se minha vida dependesse disso, minhas mãos deslizam pelo
seu corpo e a levo para dentro de uma cabine grande o suficiente para dois.

Tranquei a porta e me prontifico de levantar sua saia com rapidez, sorri


internamente por ela está nua assim como eu queria quando mandei meu
motorista não comprar peças íntimas para ela vestir.

- Nua conforme o planejado, Srta. Morris -mordo o lóbulo da sua orelha e


sua pele arrepia.

Levantei um pouco sua blusa apertando seus seios e volto a beijá-la, minha
mão desce deslizando pelo seu corpo e chego aonde eu quero colocando
um dedo dentro dela e é incrível como ela já está molhada.

- Sempre pronta -faço movimentos circulares em sua intimidade e ela


morde o lábio abafando um gemido.

- Eu posso ter você onde eu quiser Lisa, ninguém poderá me impedir de


foder você, entendeu? -Pergunto firme e ela concorda com a cabeça.

Preciso que ela saiba disso.

Parei o que estava fazendo e desabotoou minha calça, mas não a tiro, pego
uma camisinha em meu bolso e a rasgo deslizando pelo meu membro.

Lisa me olha com uma sobrancelha arqueada.

- Sempre pronto, Sr. Venturelli -sorri debochada.

- Ao seu dispor, Srta. Morris.

Carrego a baixinha em meu colo e suas pernas envolvem minha cintura.


Me posiciono na sua entrada e a preencho com meu membro com minhas
estocadas rápidas e duras, Lisa puxa meu cabelo me deixando mais
excitado do que eu já estava, nossas testas se colam e posso ver como seus
olhos transmitem excitação e perigo, nossa respiração está descompassada
e estamos em sincronia.

Deixo alguns beijos e marcas no seu corpo para ela lembrar do que fizemos
mais tarde, aumento a velocidade e ela fecha os olhos cravando as unhas
nas minhas costas.
- Olhe pra mim -ela não o faz.

- Lisa, olhe pra mim -digo firme e seus olhos se encontram com os meus.

Eles estão brilhando e os meus não devem estar diferentes, sinto seu corpo
tremer e sei que ela já está prestes a gozar.

- Não goze ainda -falo.

- Não me peça isso -sua voz sai extasiada.

Puxo seu cabelo liberando seu pescoço onde dou vários beijos molhados,
apoio minha mão direita na parede da cabine para conseguir me enterrar
mais profundamente na baixinha enquanto a outra está em volta da sua
cintura, Lisa jogou a cabeça para trás e gemeu levando as mãos para o meu
rosto.
Dou mais algumas estocadas e sinto minha liberação vindo junto com a
dela.

- Goza pra mim, Lisa -falo e na mesma hora ela me obedece.

Gozamos juntos e vejo Lisa sorrir contra meu ombro, ficamos alguns
segundos somente ouvindo a respiração um do outro enquanto eu ainda
estava dentro dela.

- Temos que ir, estão nos esperando -ela fala e eu faço uma carranca por ter
que deixá-la, mais que porra está acontecendo comigo?

A desço do meu colo com cuidado e a ponho em pé, vê-la saciada e


satisfeita alegrou meu dia. Ajeito minha calça jogando a camisinha no lixo,
Lisa desce a saia e eu a ajudo a se limpar com o papel higiênico.

Saímos da cabine e ela foi até o espelho ajeitar o cabelo em um coque, eu


estava ajeitando meu terno quando ela puxou a saia um pouco mais para
baixo e passou os dedos nos lábios.

Olhei suas bochechas coradas e dei um sorriso satisfeito.

Ela se vira e encara meu peito, olho pra baixo para ver o que tem de errado
e não vejo nada, Lisa para na minha frente e pega na minha gravata.

- Está torta -ela diz e alinha no centro.

- Sairei primeiro -fala e sai rebolando de propósito com aquela bunda


gostosa.
Espero passar alguns segundos e saio do banheiro com cuidado para
ninguém me ver.

Pago a conta e caminho de volta para mesa com um sorriso nos lábios
como se nada tivesse acontecido.
14° capítulo
Lisa

Não me imaginei fazendo aquilo no banheiro feminino com Dylan.

Só que mais uma vez o desejo falou mais alto fazendo minha intimidade
pulsar pelo seu contanto, quando estou perto de Dylan eu não consigo
pensar direito.
Não sei bem o que acontece, mas sei que Dylan provoca isso em mim, ele
me faz sentir desejada, como se eu fosse a única mulher para seus olhos e
isso é ruim, muito ruim.

Sentir o perigo por sermos pegos a qualquer momento transando no


banheiro feminino só deixou tudo mais excitante.

Saio do banheiro rebolando de propósito e vou rumo a mesa que meus


amigos estavam conversando pacientemente.
Me sento na cadeira como se nada tivesse acontecido e vejo Emily apertar
os olhos, droga!

- Demorou amiga, aconteceu alguma coisa? -Emy pergunta e todos olham


para mim.

- Não aconteceu nada demais -respondo rápido.

- Sei -sorriu sarcástica

A lanço um olhar de raiva e na mesma hora ela entende e levanta as mãos


em rendição.

Emily e eu conseguimos nos comunicar com apenas um olhar.

Dylan volta logo depois e a conversa flui normalmente enquanto comemos


a sobremesa. Como já estava na hora de todos voltarem a trabalhar então
nos despedimos e fomos embora.

Estávamos no estacionamento do restaurante quando Jon me chama e me


afasto do carro para chegar ao seu alcance.

- Lisa -seu semblante era de preocupação?

- Oi, Jon.
- Por que não me disse que estava noiva?

Eu não havia dito nada a Jon sobre meu suposto noivado e muito menos
que era com o meu chefe que tanto detesto, não tive tempo de fazer isso,
quando Dylan disse a ele que era meu noivo quase dou um tapa em sua
cabeça, mas me lembrei que todos precisam acreditar que isso era verdade.

- Me desculpe por não ter contado Jon, aconteceu tudo muito rápido.

- Tudo bem, Lisa. Só quero que me conte uma novidade dessas -olho para
baixo um pouco arrependida até porque Jon quer apenas o meu bem.

- Sinto muito, Jon. Você é meu melhor amigo, eu queria ter contado antes.

- Está tudo bem, flor -ele beija o topo da minha cabeça.

- Me perdoa meu, gay preferido? -pisco várias vezes e Jon coloca a mão no
queixo como se estivesse pensativo.

- Humm talvez, se você me disser se aquele loirinho ali é gay -ele aponta
pro Adam.

- Sinto muito flor, mas acho que Adam é hétero -Jon faz uma carranca e ri
da sua cara.

- Desperdício, um homem gostoso desse -Ambos sorrimos.

Jon era o gay mais divertido e educado que eu conhecia, ele era um pouco
reservado em questão da sua sexualidade e tinha um ótimo gosto para
homens.

- Você gosta mesmo dele? -paro de sorrir na hora e me concentro, essa


precisa sair convincente.

- Eu gosto dele -Jon é muito bom em saber se uma pessoa está mentindo, já
perdi a conta de inúmeras vezes que ele me pegou mentindo sobre ter pego
as sua blusas, não tenho culpa se são tão confortáveis.

- Tudo bem, mas se essa babaca te machucar eu vou matar ele, está ouvido?
-diz sério e me dá um abraço apertado cheio de carinho.

- Não vou impedir, meu segurança -nos abraçamos mais uma vez, meu
carinho por Jon é muito grande, tenho sorte por tê-lo na minha vida e por
isso minha consciência pesa, por ter que mentir para quem só quer o meu
bem.

Espanto esses pensamentos e vou para o carro, meus olhos se encontram


imediatamente com os de Dylan como um ímã.
Seu semblante era sério como de costume, fui ao banco de trás dessa vez já
Adam estava sentado na frente sorridente como o Bozo.

Voltamos para a empresa e o resto do dia passou rapidamente, fiquei um


pouco surpresa pela fusão acontecer, mas estou muito mais surpresa por
Adam, já que agora terá que trabalhar aqui todos os dias, ele provavelmente
vai enlouquecer.

Continuei a fazer meu trabalho até que vejo a tela do meu celular brilhar,
era Emy.

Havia um link para um site de fofocas, espero o link carregar e vejo várias
fotos minhas e de Dylan: no restaurante francês, na mansão quando
estávamos chegando e outra no restaurante em que fomos hoje, em todas as
fotos não aparecia muito bem meu rosto, mas se você olhasse bem, daria
pra saber que sou eu.

"Dylan Venturelli o Bilionário mais cobiçado de Nova York está noivo!!,


uma pena para gente né meninas!!! "

Ps: A noiva ainda não foi identificada, mas descobriremos logo.

Aí está, a pior parte disso tudo: Os abutres


Eu sabia que me tornaria uma pessoa pública assim que aceitasse isso, mas
não deixa de ser irritante estar em praticamente todas as colunas de fofocas.

Assim que descobrirem que sou sua secretária várias pessoas vão me
intitular como uma vagabunda interesseira que só está tentando subir na
vida, mas é aí que tá, isso sinceramente não me importa, só me chateia que
eu não terei mais privacidade se sempre vai ter alguém para tirar fotos
minhas, entende?

Dylan já deve estar acostumado com isso já que sempre está nesses sites
com várias fotos de suas aventuras de uma noite por aí.

Bloqueio o celular e coloco na minha cabeça que será assim daqui pra
frente, com pessoas sempre tirando fotos nossas e aparecimentos em
qualquer site de fofocas.
Começo a fazer alguns desenhos para me distrair já que meu trabalho
estava adiantado, eu sempre deixo tudo assim e então ele se torna mais
produtivo.

Meus desenhos são como um relaxamento para mim, me deixam calma e


concentrada. Eu amo desenhar desde os 13 anos quando ganhei meu
primeiro caderno de desenho, nele descobrir que gostava de preencher as
inúmeras folhas em branco, era nele que depositava toda a minha
criatividade.

Isso é o meu ponto de paz.


15° capítulo
Lisa

- Você está pronta? -pergunto a Emy e apoio as mãos nos seus ombros.

- Sim, eu acho -sorriu fraco

Emily havia recebido uma ligação de sua mãe para jantarem fora em
família, mas o problema era que ela odiava essa programação, de acordo
com ela seu pai só sabia a diminuir e fazer com que ela se sentisse inútil, o
que eu discordava plenamente.

Emily era inteligente e talentosa, não é qualquer uma que consegue ser a
melhor estilista da sua empresa e ela conseguia, me orgulhava muito da
minha amiga e se seus pais não enxergavam isso...o problema era deles.

Emily me pediu para ir com ela porque não queria ficar sozinha, fiquei um
pouco triste por ela, deve ser horrível ficar em um lugar onde seu próprio
sangue não acredita em você.

Rapidamente aceitei, é óbvio que não a deixarei sozinha, nos ajudarmos


sempre em primeiro plano.

O ponto de encontro era em um restaurante italiano não muito longe do


nosso apartamento, ambas nos arrumamos com calma já que o jantar seria
apenas as 20h.

Emy estava com um vestido da cor pêssego que marcava sua cintura, optou
por uma maquiagem não muito forte, mas o suficiente para realçar sua
beleza, por último calçou seu sapato nude e secou seu cabelo.

Eu estava com um vestido branco de seda com um pequeno laço nas costas
e um decote bonito na frente, eu gostava dele pois deixava minhas pernas
torneadas e era muito confortável, calcei meu sapato alto preto e optei por
apenas um batom vermelho vivo, uma máscara de cílios e meu cabelo em
um rabo de cavalo.

Fomos no carro de Emy já que eu não tenho um, no caminho ela ligou o
rádio e fomos cantando as músicas que nele tocavam, logo estávamos na
frente do restaurante e sinto Emy ficando nervosa.

Aperto sua mão tentando confortá-la e passar confiança, acho que deu certo
pois ela vai em direção a recepcionista que nos leva até a mesa.
Logo reconheço Jack e Marie Brooks, Jack estava com um terno azul
escuro e uma gravata listrada, Marie estava com uma saia verde musgo e
uma blusa preta social de mangas compridas, estavam conversando
despreocupados com o irmão mais velho de Emy que parecia
extremamente desinteressado na conversa.

Nos aproximamos da mesa e o pai de Emy foi o primeiro a se manifestar.

- Até que enfim vocês chegaram -Jack reclama.

- Não estamos atrasadas -Emily rebate.

- Olá Sr. e Sra. Brooks -os saúdo que apenas balançam a cabeça.

- Olá, Lisa.

- Oi, Elias -cumprimento o irmão de Emy.

- Você está fantástica -Ele praticamente me come com os olhos.

- Obrigada -sorrio sem graça.

Nos sentamos nas cadeiras e Elias decide mudar de lugar para se setar ao
meu lado.
Ele estava com uma blusa social branca e uma calça jeans rasgada, usava
um cordão de ouro e possuía algumas tatuagens nas mãos, seus cabelos
eram loiros e seus olhos eram pretos, ele era muito bonito mas também era
um galinha.
Já perdi as contas de quantas vezes ele tentou ter algo comigo, mas sempre
me esquivei, já pegou praticamente todas as outras amigas de Emy e as
deixou um verdadeiro caco depois de descartá-las, Elias era um cara apenas
para uma simples foda.

Todos nós fizemos o pedido quando o garçom se aproximou e escuto Emily


pedir uma bebida um pouco forte, talvez ela realmente precise.

Emily deu um longo gole quase acabando com a bebida em seu copo, ela
estava tensa.

- Então minha filha como está no emprego? -Marie pergunta e Emy levanta
uma sobrancelha.

- Está tudo ótimo mamãe, na verdade, fui promovida semana passada -Emy
sorriu feliz.
- Promoção? Você não faz nada além de rabiscar papéis, uma criança de
seis anos poderia fazer isso -Jack diz e revira os olhos- Promoção?
Ridículo.

- Meu trabalho é mais do que isso -Emy diz tentando esconder sua
irritação.

- Isso é o que você diz, mas seu trabalho é ridículo igual a você, deveria se
espelhar no seu irmão que está trabalhando em um hospital com uma
verdadeira profissão -diz grosso.

A família de Emily era de uma linhagem de médicos e todos seguiam os


passos, mas como ela me disse uma vez, Brooks não se via fazendo uma
coisa só para agradar os outros, faria algo que realmente gostasse e
desenhar roupas é o que ela gosta.

Seu pai não aceitava ela ser uma estilista e não ser uma médica como todos
na família, por isso essa implicância toda.

- Jack! Já chega -Marie adverte o marido.

Marie é a única que apoia Emy sobre o seu trabalho, ela só quer que a filha
seja feliz.

- Se me deem licença -Ela se levantou- Vou ao banheiro -Emy sai pisando


duro.

Olho para Jack com uma cara de poucos amigos e não me intimido com seu
olhar de reprovação, a sigo para o banheiro e procuro da primeira até a
última cabine que é onde ela está.

Emy estava sentada no assento e com as mãos apoiada na cabeça, me


abaixei até ela e deslizei as mãos nas suas costas para confortá-la.

- Você está bem? -pergunto.

- Qual o problema dele, Lisa? Porque ele simplesmente não aceita que eu
não quero ser uma porra de médica -diz e uma lágrima escorreu do seu
rosto.

- Você pode ser o que você quiser, Emily. Não deixe que ele diga o
contrário -aperto sua mão na minha e vejo outras lágrimas caírem de seu
rosto e pingar na minha perna.
Se passam alguns segundos e ela ainda estava com a cabeça baixa e eu
ainda estava abaixada sentindo um desconforto na perna, decido me
levantar e ajudá-la de alguma forma. Estendo minha mão que ainda estava
com a cabeça baixa.

- Vamos, Emily. Você é mais do que isso, não permita que aquele homem
te faça se sentir uma inútil, levante e encare, seja uma mulher forte nessa
situação.

Ela levanta a cabeça e pega minha mão, a ajudo levantar e vamos para
frente do espelho. Ela começa a ajeitar a maquiagem que estava um pouco
borrada, mas nada que não tenha concerto.

Já que eu estava no banheiro decido fazer xixi, eu já estava com vontade


mesmo.

Me alívio e saio da cabine levando minhas mãos até a torneira as lavando.


Emy estava com as mãos apoiadas na bancada encarando seu reflexo,
balanço as mãos para ajudar a seca-las e Emily me abraça parando minha
mão no ar, pisco um pouco confusa.

- Obrigada, mucura -reviro os olhos com o apelido e preciso urgentemente


pensar em um pra ela.

- Para o que precisar -devolvo o abraço.

- Nos ajudarmos -falou.

- Sempre em primeiro plano -digo apertando seu dedo mindinho.

Ajeito meu cabelo para que o rabo de cavalo fique mais firme, passo o dedo
ao redor da boca para tirar vestígios de batom e saímos do banheiro.

Emily estava com o queixo erguido, parecia mais confiante e dava passos
firmes em direção aos seus pais e seu irmão.

Logo nos sentamos e vejo alguns olhares de nojo de Jack para a filha, esse
cara é louco!

A comida logo chega e eu agradeço a Deus por isso já está quase


terminando, pego o garfo e enrolo no macarrão levando até a boca, sinto
Elias olhar pra mim.

- Então Lisa, como você está? -Elias tenta puxar assunto.


- Estou ótima e você? -pergunto educadamente.

- Bem, apenas cansado, sabe como é, trabalhos dobrados no hospital,


pessoas sempre querendo minha atenção, ser médico não é fácil -um sorriso
convencido aparece em seus lábios.

Me seguro para não revirar os olhos e apenas concordo com a cabeça


levando a taça de vinho até a boca.

- Mas e aí? Está saído com alguém? -me engasgo com a pergunta inusitada.

- Elias! -Emily o repreende.

- O quê? Foi uma pergunta inocente -Emy semi cerrou os olhos na sua
direção, provavelmente já conhecendo a fama do irmão.

Continuei a comer e suspirei, de certa forma eu estava com Dylan mesmo


sendo um relacionamento falso, as pessoas precisavam acreditar que era
verdade.

- Sim, estou saindo com alguém -respondo e ele sorri de lado.

A comida estava muito boa e a sobremesa melhor ainda, o restaurante era


bonito e agradável, mas era um restaurante diferente dos que eu estava
acostumada, porque bem no centro havia uma pista de dança, tocava
algumas músicas clássicas e alguns casais se formavam no centro.
O centro estava com uma luz fraca mas que dava pra enxergar
perfeitamente uns aos outros, ao redor estava iluminado apenas com lustres
pequenos pendurados no teto as pessoas conversavam despreocupadas sem
dar muita atenção ao que acontecia na pista de dança, parecia uma cena de
filme e fiquei encantada com aquilo.

Pelo canto de olho vejo Elias se levantar e estender a mão para mim.

- Me concede essa dança? -pergunta esperançoso.

Balanço a cabeça tentada a aceitar, mas algo me diz que eu não devo.

- Elias...não sei se...

- E só uma dança, Lisa -me corta.

- Acho que estou bem...

- Vamos lá, eu sei que você quer dançar. Só serão alguns minutos -diz.
Olho pra Emily que jogou a cabeça para o lado, olhei para a mão estendida
de Elias e a toquei sutilmente, me levantei indo para o centro com ele. Só
são alguns minutos mesmo.

Chegamos na pista e coloco a mão direita no seu ombro e ele passa a mão
na minha cintura me colando ao seu corpo um pouco mais do que o
necessário, me afasto e ele sorri.

- Relaxa, não vou te morder -sussurra em meu ouvido.

- Eu sei que não.

Logo começamos a nos movimentar no ritmo da música, demos passos


sincronizados e deixo Elias guiar meu corpo pela pista de dança, suas mãos
estão firmes em minha cintura e sinto ele me apertar.
Ele desce meu corpo me fazendo inclinar para trás e me dá um leve giro me
puxando para seu peito com força depois, sinto seu rosto perto demais do
meu.

Ele está ofegante por conta da dança e eu também, minhas mãos estão em
seu peito e nossos lábios estão próximos, olhei para seus olhos que estavam
com as pupilas dilatadas e apertei a boca em uma linha reta.
Ele avança para me beijar, mas viro o rosto a tempo para que não o faça,
ele acaba beijando minha bochecha e parece confuso.

- O que você está fazendo? -Pergunto e me afasto dele.

- Desculpe -ele levantou as mãos- Entendi errado, vamos terminar.

Devia pensar que eu estava dando mole para ele, mas eu não estava, eu só
queria dançar porque realmente o ambiente me chamou atenção e como só
tinha ele conhecido ali pra isso eu aceitei, não iria dançar com pai de
Emily, seria estranho, Credo.

Voltamos a dançar e eu estava um pouco mais afastada do seu corpo dessa


vez, Elias sabia dançar esse tipo de música e fiquei impressionada
confesso, seus movimentos eram ágeis e precisos e eu conseguia o
acompanhar.

Elias me fez girar e me distanciou, mas sem soltar sua mão da minha, me
puxou para que o encontra-se de novo, mas no meio do giro acabo
perdendo o equilíbrio e sinto suas mãos me agarrarem para que eu não caia
e pague um mico. Elias segura minha cintura e me cola no seu corpo para
me firmar, olho pra ele e tudo acontece muito rápido.
Seus lábios estão nos meus e minhas mãos foram para o seu peito tentando
afastá-lo, suas mãos tocavam o meu cabelo enquanto tentava aprofundar o
beijo, mas não o deixo fazer isso. Tentei empurrar seu peito novamente,
mas foi inútil, Elias continuava no mesmo lugar parecendo uma porra de
rocha.

- Para, Elias -tento me soltar dos seus braços, mas ele ainda me prendia e
tentava me beijar, mas que porra essa cara tá fazendo.

- É só um beijo, Lisa -suas mãos vão para minha nuca me puxando


novamente.

Mas sinto Elias ser afastado bruscamente por um corpo alto e forte, ele é
empurrado para trás com tanta força que caí no chão com o ato. Fixo meu
olhar no tal homem é um arrepio percorre minha espinha.

Dylan.

O que ele faz aqui?

Ele me encara com fúria em seus olhos, provavelmente viu o que aconteceu
e interpretou tudo errado, merda!
16° capítulo
Dylan

Estava em casa trabalhando no meu escritório quando vejo meu celular


tocar descontroladamente.

Recuso a chamada sem ao menos ver quem é, estava com uma papelada
importante que precisava da minha atenção.

Se passa alguns segundos e o celular toca novamente, reviro os olhos e


pego o aparelho vendo que o filho da mãe não vai desistir.

- Venturelli.

- E aí, maninho?

- Adam, Porra o que você quer? Estou ocupado, cara! -me levanto da
cadeira frustrado.

- Uma educação você, hein -Adam diz irônico.

- Você tem 5 segundos para me dizer o que quer -me apoio na mesa- um,
dois, ...

- Espera! Tenho uma surpresa para você -franzi o cenho e ouço a


campainha tocar.

- Vai atender a porta cabeça de vento -Adam diz.

- Olha como fala, idiota -saio do escritório e vou atender a porta.

- Espero que não seja alguma idiotice sua Adam, porque dessa vez eu te
mato -falo com ele ainda na linha, mas ele não responde.

Uma vez Adam contratou um sujeito para encher o meu apartamento de


balões em forma de pau enquanto eu estava fora, ele chamou meu
apartamento de lar do pau durante semanas, quase eu o mato enforcado
naquele dia, mas sorte dele que Benta não deixou.

Mas onde ele achou balões daquele formato? Até hoje não sei a resposta.

Coloco a mão na maçaneta e a abro, meus olhos se arregalam em surpresa e


um sorriso de felicidade surge em meus lábios.
- Peter! -o abraço.

Peter era meu melhor amigo desde sempre, nossas famílias sempre foram
unidas e eu o considerava como um irmão, nos conhecemos quando eu
tinha 7 anos e ele 10 anos, éramos inseparáveis até que eu assumi a
empresa e ganhei responsabilidades dobradas e ele estava empenhado na
sua própria empresa, mas ainda saímos juntos de vez em quando, Peter
estava fora do país há quase um mês e finalmente tinha voltado.

- E aí, sentiu saudades? -Peter pergunta e eu dou um soco de leve no seu


ombro enquanto ambos rimos.

- Cara, por que não me avisou que tinha chegado? -pergunto.

- Adam queria fazer uma surpresa -aponta pra Adam que estava encostado
na parede parecendo um vulto.

- Você está parecendo um fantasma -Peter diz a Adam sorri de lado.

- Entrem -me afasto e deixo os dois entrarem fechando a porta logo depois.

- Então maninho é o seguinte -Adam cruza os braços- Viemos te buscar.

- Para que? -pergunto curioso.

- Primeiro vamos comer porque eu estou faminto e depois vamos para uma
boate que eu acabei de comprar -Peter diz.

- Agora? -coço a nuca me lembrando do trabalho.

- Não, depois de amanhã. Obvio que é agora -meu irmão diz debochado.

Aperto os lábios e levanto uma sobrancelha, Adam me irrita


profundamente.

- Se anima, porra. Vamos comemorar minha volta -Peter diz e da vários


soquinhos na minha barriga sem muita força.

Penso por alguns segundos e decido aceitar, minha mente precisa descansar
um pouco.
Eu consigo terminar o trabalho que ainda falta depois e Lisa poderá me
ajudar nisso.

- Vou só trocar de roupa -digo e Peter levanta as mãos pra cima como se
estivesse comemorando.
Subo para meu quarto e visto minha calça jeans preta e uma blusa cinza de
mangas cumpridas, passo as mãos no meu cabelo que estavam um pouco
bagunçados e coloco meu relógio, passo meu perfume habitual e desço as
escadas. Vejo os dois jogados no sofá, Peter está no celular e Adam está
brincando com a sua mão como se estivesse contando repetidamente.

- Vamos, meninas -falo e vou direto para porta com os dois atrás.

Fomos direto para um restaurante para que possamos comer e depois ir


para a balada, sei que no acordo não posso ter relações com ninguém e
mesmo que lá seja um ótimo lugar pra fodas casuais não irei transar ou dar
em cima de nenhuma mulher.

Decidimos ir ao meu restaurante já que nos três curtimos comida italiana,


estaciono na frente do restaurante e entrego a chave para o homem o
estacionar. Entramos e a primeira coisa que noto é que o lugar está muito
bem movimentado, a pista de dança está com vários casais e as pessoas
bebem e conversamos distraidamente.

- Boa noite, Sr. Venturelli -uma mulher fala em tom de voz sexy e sorri pra
mim oferecida.

Ela é alta e tem os cabelos loiros, sua boca e pequena e fina, seus olhos são
pretos e seu corpo e esguio, ela é gostosa.

- Boa noite, princesa -Peter pega e beija sua mão.

Ela sorri ainda mais oferecida e agora passa a encarar Peter e depois olha
pra meu irmão que pisca e ela se derrete.

- A mesa de sempre, por favor -digo e ela parece despertar e me pede para
segui-la até a minha mesa.

Antes de irmos, sinto Adam me cutucar e apontar para a pista de dança.

- Cara, que mulher é aquela? -ele aponta para uma mulher que está vestida
de branco, mas não consigo ver seu rosto.

Peter olha e de imediato acha a mulher, ela consegue chamar a atenção de


qualquer um que pôr os olhos na pista de dança.

- Porra, que mulher gostosa -Peter diz e eu me concentro mais nela.

Seus movimentos são ágeis e calmos ao mesmo tempo, seu corpo se


movimenta fácil enquanto ela dança, suas pernas são torneadas a deixando
muito mais gostosa naquele vestido, eu simplesmente não consigo desviar o
olhar. Vejo o cara que está dançando com ela a inclinar para trás e a puxar
pra cima com força, seus lábios quase se encostam e quando o cara vai
beijá-la ela vira o rosto.

- Aí, essa doeu -Peter diz e Adam coloca a mão no peito, ri dos dois.

Eles continuam a dançar e eu vejo a malícia do homem sobre ela, ela é


simplesmente estonteante e muito gostosa.

Quase no final da música ele faz um movimento para girá-la, mas sem
soltar sua mão, ela de repente se desequilibra e só assim eu consigo ver o
seu rosto.
Merda, era a Lisa!

- Dylan...aquela não é a Lisa? -Adam pergunta e na mesma hora sinto meu


sangue ferver.

- Quem é Lisa? -Peter pergunta confuso.

Eu estou estático e agora mais do que nunca eu não tiro meus olhos dela.

- Minha noiva -falo apertando os punhos.

O cara com quem ela estava dançando consegue a pegar e a firmar no seu
corpo, travo meu maxilar no exato momento em que ele a beija, eu acho
que nunca fiquei tão irritado em toda a minha vida.

Minha vontade era de socar toda a cara daquele filho da puta e depois levar
a baixinha para me explicar que porra está acontecendo.
Lisa tenta se afastar dele, mas ele não à solta, suas mãos o empurram, mas
ele ainda a prende, não posso ficar aqui parado vendo essa cena.

Dou passos longos na direção dos dois e minha raiva cresce quando eu
ouço Lisa pedir para ele parar.

Não penso duas vezes e empurro o filho da puta com força, tanta que ele
caiu no chão, olhei para Lisa que parece surpresa e assustada ao mesmo
tempo.

Toco seu rosto procurando indícios de que ela esteja machucada e ela me
olha ofegante. Nesse momento eu estou pouco me fodendo para quem
estiver olhando, eu só preciso saber se ela está bem.

- Ele te machucou? -pergunto analisando-a.


- Não, eu estou bem -ela fala quase que em um sussurro.

Suspiro.

Sinto uma mão puxar meu braço e me fazer soltar o rosto de Lisa.

- Ei, que porra você está fazendo? -ele pergunta agora de pé.

- Nunca mais toque nela -levanto a gola da sua camisa e o olho como se
fosse matá-lo.

- Acho que você não entendeu -ele sorri debochado- Ela está comigo.

Solto a gola da sua camisa e na mesma hora dou um soco em seu rosto
seguido de mais outros dois, ele cambaleia para trás e avança para cima de
mim agarrado minha cintura, mas não consegue me derrubar, dou uma
cotovelada nas suas costas e ouço ele gemer de dor.

- Dylan, por favor solte-o -Lisa grita e a essa altura eu sei que todos estão
vidrados na briga.

Puxo o cara pelo braço e pego seu rosto com a minha mão fazendo com que
ele me encare.

- Nunca mais diga isso -empurro seu rosto e vejo o sangue escorrendo pelo
seu nariz.

Ele passa as costas da mão e limpa o sangue do seu rosto, olho em volta e
todos estão nos encarando, pessoas me olham assustadas e outras em
reprovação, mas só tem duas pessoas que estão rindo igual duas hienas:
Peter e Adam.

Volto minha atenção ao cara na minha frente e ainda vejo deboche nos seus
olhos.

- Só isso idiota? -ele abre os braços.

A raiva me domina e parto para cima dele novamente, dou vários socos em
seu rosto e ele acaba caindo no chão, continuo o socando até ele desmaiar.

Eu estou descontrolado
Eu simplesmente não sei o que aconteceu, eu estou domado pela raiva é a
única coisa que eu quero e bater na cara desse filho da puta por ter tocado
em Lisa.
- Sempre pare quando uma mulher diz para parar -gritei dando o último
soco.

Apenas parei porque senti alguém tocar em meu ombro e me afastar do


corpo desmaiado a minha frente.

Peter me empurra e eu dou passos para trás vendo sangue nas minhas mãos,
ele se agacha e põe os dedos no pescoço do homem para sentir sua
pulsação.

- Cara já chega, ele tá desmaiado.

Lisa

Olhei para Dylan que finalmente se afastou de Elias, seu peito subia e
descia por conta da respiração descontrolada.

Todos estavam olhando pra nós e me senti mais desconfortável do que já


estava.
O tal homem que afastou Dylan levantou e olhou para ele dando um
suspiro, olhei para Elias vendo seu rosto coberto pelo sangue e parecia ter
quebrado o nariz.

Vi o peito dele subir e descer e coloquei a mão na testa.

Suspiro aliviada, pelo menos ele não estava morto.

Olhei pra Dylan e vê-lo daquele jeito me deixou assustada, seus olhos
estavam diferentes do que eu conhecia, estavam frios, escuros, domados
pela raiva, jamais tinha o visto assim. Se não tivesse ninguém ali
provavelmente ele teria o matado, mas por sorte tinha.

Emy e seus pais se aproximam de Elias e rapidamente é chamado uma


ambulância, me desculpo com os três por isso ter acontecido.

- Você está bem? -Emy pergunta e toca meu braço me vendo paralisada.

- Estou bem -sorrio fraco.

Eu não estava nada bem, Elias tentou me agarrar a força e meu chefe barra
noivo o mandou para o hospital.

Alguns minutos depois a ambulância chega e Elias e levado para a


emergência, digo para Emy ir com eles e que eu iria de táxi, ela parecia
realmente preocupada com o irmão que ainda estava inconsciente e para ser
sincera prefiro voltar só para casa.

Saio de fininho para que Dylan não me veja, não quero encará-lo agora,
caminho até conseguir chamar um táxi e logo passa um, o carro encosta
perto da calçada depois de acenar para ele eu abro a porta.

Antes de entrar sou impedida por uma mão forte que fecha a porta com
força, me assusto e vejo Dylan parado na minha frente.

- Pode ir, ela vai comigo -ele dá dois tapas na traseira do carro para que o
homem siga viagem.

O olho apreensivo e me afasto um pouco.

- O que você quer? -pergunto.

- Vou te levar pra casa -Diz sério- Não fuja de mim.

Passo os olhos pelo seu corpo e nem parece que ele acabou de sair de uma
briga, a não ser pela camisa ensanguentada.

Balanço a cabeça e ele tenta me tocar, mas me esquivo do seu toque.

- Você está com medo de mim? -ele pergunta com o cenho franzido.

- Não...eu só -abraço meu corpo- Quero ir para casa.

Eu estava cansada, meu corpo pedia pra deitar e esquecer o que tinha
acontecido.

- Por favor, me deixa te levar para casa -seu olhar é suplicante e eu decido
aceitar.

Caminhamos até o seu carro e ele me leva pra casa, fico em silêncio em
todo o trajeto. Dylan me encarava as vezes e dava um longo suspiro.

Chegamos na frente do meu apartamento e Dylan me acompanha, pegamos


o elevador e logo estávamos na minha porta em um silêncio um pouco
desconfortável, decido quebrá-lo.

- Obrigada por ter me defendido hoje -um sorriso pequeno aparece em seus
lábios.

- Menos por tê-lo mandado para o hospital -dei um sorriso nervoso.


Seu sorriso morre e ele me encara incrédulo, o encaro de volta.

- Ele estava forçando você a beijá-lo -suspira- O que eu fiz foi pouco para o
que ele merece.

Suspirei e me vem à cabeça que talvez Dylan tenha ficado com ciúmes,
mas logo afasto. Ele apenas quis me ajudar quando viu que Elias não estava
disposto a me soltar.

- De toda a maneira, eu agradeço -ele assente e ficamos nos encarando por


um longo tempo.

- Você vai ficar bem? -Pergunta.

Suspiro profundamente

Me permito pensar no que aconteceu apenas dessa vez, que Elias seria
realmente capaz de me forçar a fazer alguma coisa mesmo estando em
público, começo a me lembrar do que aconteceu anos atrás e de como eu
jamais conseguirei esquecer o que aconteceu, senti lágrimas escorrendo
pelos meus olhos e coloquei a mão no rosto te tentando controlar, mas
agora é algo que eu não consigo.

- Lisa.

Dylan disse preocupado.


17° capítulo
Dylan

Merda!

Merda!

Lisa estava chorando na minha frente e eu não tenho ideia do que fazer, eu
não sabia se eu a abraçava ou tentava dizer alguma coisa.
Eu não era bom em consolar pessoas, nunca soube o que fazer.

Ver Lisa assim foi uma merda, vê-la tão vulnerável e triste foi como uma
faca no meu peito, uma sensação nada agradável.

Por fim, decido abraçá-la e envolvo seu corpo pequeno junto ao meu, senti
uma eletricidade passar pelo meu corpo e suspirei.

Tentei passar segurança a ela enquanto ela apenas soluçava no meu ombro,
passei as mãos no seu cabelo e logo depois nas suas costas para confortá-la,
peguei a chave da sua mão e me afastei um pouco.

Abri a porta para nós dois entramos, ela me disse onde era o seu quarto e eu
a levei até lá. A deitei na cama e tirei seus sapatos vendo-a encarar o teto,
peguei um cobertor que tinha ali e a embrulhei deixando apenas a sua
cabeça para fora, Lisa me encarou e eu vi que o choro estava cessando aos
poucos, seus olhos transmitiam dor e medo.

Lisa não pode ter ficado assim apenas pelo idiota, havia acontecido algo
mais sério e eu queria muito saber o que é, mas esse não é o momento para
perguntar.

Me abaixei e dei um beijo na sua testa, me virei para ir embora, mas ela
pega a minha mão me fazendo parar.

- Você já vai? -Pergunta com os olhos um pouco vermelhos por conta do


choro.

- Sim, a não ser que você queira que eu fique, você quer que eu fique Lisa?
-pergunto ansioso.

Porra! Eu não quero ir embora.

- Fica, por favor -assinto com a cabeça e sorri de lado.


Tirei meus sapatos e minha blusa já que a minha ainda estava com algumas
manchas de sangue, dou a volta na cama e me deito do seu lado, puxo a
baixinha para meu peito e a sinto relaxar.

Faço carinho no seu cabelo e alguns minutos depois ela estava dormindo,
cheiro seu cabelo e aprecio o cheiro gostoso que vem dele, eu não sei o que
aconteceu com Lisa no passado, mas é algo que eu vou descobrir.

Não sei quem é aquele cara, mas se eu vê-lo de novo dessa vez eu mesmo
vou me certificar que ele esteja morto, fico puto só de lembrar.

- Filho da puta -sussurro e sinto Lisa se mexer, mas logo volta a dormir.

A olho e sinto meu peito se aquecer, Lisa está acabando com a minha
sanidade mental, meu pensamento sempre está nela e eu estou confuso,
confuso o suficiente para não saber o que estou sentindo.

Isso é tudo inédito pra mim, eu nunca apenas dormir com uma mulher, Lisa
está sendo a primeira não só nisso, mas como em muitas outras coisas, não
sei o que fazer.

Quando eu a vejo meu coração acelera e eu fico nervoso igual a porra de


um adolescente, não penso direito quando estamos juntos e eu só quero a
tocar, a beijar e tirar gemidos de prazer da sua boca, várias e varias vezes,
apenas eu.

A encarei uma última antes de fechar os olhos e me render ao sono.

Lisa

Sinto um corpo enorme me apertando com o braço sobre mim, olho para
trás e vejo Dylan dormindo serenamente, sorri de lado.

Quando eu pedi para ele ficar eu realmente pensei que Dylan não iria
aceitar, mas ele aceitou. Me senti segura nos seus braços como não me
sinto a muito tempo.
Dylan me ajudou e me colocou na cama, deitei no seu peito e simplesmente
apaguei sentindo um alívio na mesma hora.

Olhei para o despertador e vi que são 4:30 da manhã, minha garganta está
seca eu preciso de água, tiro o braço de Dylan cuidadosamente para que ele
não acorde.

Coloco uma perna para fora e saio praticamente me arrastando da cama,


coloco a outra perna para fora e me levanto devagar.
Percebo que ainda estou com o vestido branco e trato de tirá-lo, visto
minha calça moletom que uso para dormir e uma camiseta rosa bebê.

Vou para cozinha e pego um copo de água, me sentei no banquinho


pegando meu celular e vendo várias mensagens de Emily dizendo que não
ia dormir em casa que provavelmente iria ficar na casa dos pais, Elias
estava bem, mas ainda estava no hospital para observação.

Mando uma resposta pra ela dizendo que Dylan havia me trazido para casa
e que estava tudo bem, logo depois ela responde.

"Está tudo bem entre vocês dois?" -perguntou.

"Na verdade, eu ainda não sei" -respondo

"Como assim?"

"Ainda não conversamos sobre o que aconteceu, ele está dormindo no meu
quarto nesse instante" -explico.

"O quê?"

"Eu pedi para ele ficar comigo ontem e ele o fez"

"Ah meu Deus! Vai que é tua, Mucura"

Sorri, Emy é louca.

"Você não devia estar dormindo, Brooks? São 4:30 da manhã" -pergunto.

"Não consigo dormir, a casa dos meus pais é estranha, parece até que eu
estou em um filme de terror" -explica.

"Eu só estava com sede mesmo"

"Trabalhou esse corpinho a noite inteira com seu chefe não foi?
Hummmm" -gargalho alto e logo tapo a boca para não fazer tanto barulho
com a minha risada.

"Não transamos, Emy. Ele apenas dormiu comigo"

"Dylan Venturelli apenas dormiu com você? Estou chocada"

Realmente é uma surpresa, duvido que Dylan apenas dorme com as


mulheres e não rola nada a mais.
"Tanto faz, Emy. Ele apenas quis me ajudar"

"Conseguiu?" -perguntou

"Sim" -respondo e bebo um gole da água.

"Eu acho que ele está se apaixonado por você, mas és cega demais pra
enxergar" -falou.

Me engasguei com a água e puta que pariu por que isso sempre acontece?
Sinto uma mão no meu ombro e me viro assustada vendo Dylan parado
deslizando as mãos nas minhas costas.

- Isso é um perigo na sua mão -ele pega o copo e o leva até a boca bebendo
todo o líquido que ainda tinha.

- Estou me superando -explico e ele se senta no banquinho ao lado do meu.

Ficamos alguns minutos em silêncio e é incrível como eu me sinto atraída


por ele, tudo nele me excita, o jeito como fala, o jeito como ele anda, o
jeito como ele passa os dedos nos lábios e me olha profundamente.

- Por que está acordada? -perguntou cortando o silêncio.

- Acordei com sede -abaixo os olhos e me concentro na sua barriga


trincada.

Deus! Esse homem exala masculinidade, mordo o lábio e olhos para os


meus dedos.

- Quem é aquele cara? -Dylan pergunta.

Levanto a cabeça e encontro seus olhos verdes cheios de curiosidade.

- Ele é irmão de Emily, seu nome é Elias -Dylan trava o maxilar e olho para
o lado.

- Me diga o sobrenome -ele ordena.

- Por que você quer saber o sobrenome dele? -pergunto com os olhos
semicerrados.

Ele fica em silêncio e passa a mão nos cabelos, fico um pouco


desconcertada mas logo me recomponho.
- Apenas curiosidade -explica dando de ombros.

Curiosidade é o escambau, ele quer o sobrenome de Elias para puxar sua


ficha e acabar com a sua carreira na medicina.

Cruzo os braços e levanto uma sobrancelha para ele que sorri pequeno.

- Você não vai me dizer? -pergunta.

Balanço a cabeça em dúvida e coloco a mão no queixo, talvez eu queira


que Elias sofra um pouquinho pelo que aconteceu ontem, mas acabar com a
carreira dele não, acho ninguém merece isso. Eu e o meu coração idiota, o
cara estava me agarrando e eu não quero acabar com ele.

- Não -digo e Dylan aperta os olhos.

- Certo, eu descubro depois -sorriu lascivo e se levantou.

Pude ver aquela bunda empinada e as costas largas e musculosas, eu estava


babando.
Ele andou até o sofá e se jogou lá, bateu no couro do sofá para que eu me
juntasse a ele, parecia que já era de casa esse folgado.

- Sente aqui, Lisa -pediu.

Peguei meu celular e mandei uma mensagem para Emily dizendo para
conversarmos depois.

Me levantei caminhando até o sofá e quando fui me sentar ao seu lado ele
me puxou para o seu colo, minhas pernas ficaram uma em cada lado da sua
cintura e ele me encarou divertido.

- Sentar aqui.

Ele apertou minha cintura me firmando.

Coloquei minhas mãos nos seus ombros e suas mãos desceram indo até a
minha bunda.

- Você está bem? -Ele pergunta.

- Sim -respondo e me inclino deixando seu rosto próximo do meu.


Dylan me dá um selinho rápido e eu reviro os olhos, coloquei minhas mãos
na sua nuca e o puxei para um beijo mais intenso, ele sorriu no meio dele e
eu acabei sorrindo também.

- Você é bem safada, Morris -ele diz colando sua testa na minha.

Minhas mãos estão no seu cabelo e ele continua me encarando, Dylan


aperta minha bunda com força e eu passo a língua nos lábios.

- Preciso foder você -falou tirando as mãos da minha bunda indo até as
minhas coxas- Mas não agora.

- O quê? -Pergunto.

- Lisa, você está exausta -diz- E estou falando emocionalmente.

Desviei o olhar olhando para tudo menos para ele, suspirei e passei a mão
no rosto. Ele está certo...infelizmente.

Coloquei minha cabeça no seu ombro e ele alisou meu cabelo.

- Quer me contar o que tanto te chateia? -Pergunta e eu franzo o cenho.

- Você se importa? -Pergunto surpresa.

Ele ficou em silêncio e eu fechei os olhos.

- Não, não quero contar -respondo sua pergunta.

Ele deu um suspiro e colocou as mãos na minha nuca me fazendo encará-


lo, seus lábios encostaram nos meus e eu fechei os olhos cansada.

Nos separamos e ele agarrou minhas coxas, ele levantou comigo no seu
colo e eu abracei seu corpo enquanto andávamos para o meu quarto.

- Vamos dormir, quando acordarmos eu quero você com energia.

Foi a última coisa que ele disse antes de fechar a porta do meu quarto e nos
deitarmos na cama.
18° capítulo
Lisa

Completamente ferrada.
Era assim que eu me sentia.

Me olhei na frente do espelho enquanto escovava os dentes, coloquei meu


cabelo para trás e joguei um pouco de água no meu rosto.

Dylan estava na minha mente a todo momento e eu temia que estivesse


apaixonada por ele.

Mas eu não posso, eu sei que vou me machucar se isso acontecer, sou
apenas um acordo e um amor falso que logo teria fim.

Terminei o que estava fazendo e voltei para a cama, me deitei ao seu lado e
suspirei encarando seu rosto fodidamente lindo enquanto o mesmo dormia.

Cada vez que ele me olha, cada vez que me toca, cada vez que me beija,
cada vez que transamos eu me sinto ainda mais atraída, parece que cada
vez fica melhor, Dylan é o meu vício assim como ele é a minha perdição.

Eu não posso gostar desse babaca! Eu estou louca é isso, só pode ser isso.

Eu não vou me apaixonar por ele e ponto.

Balanço a cabeça para que esses pensamentos sumam e volto minha


atenção para ele, apoio minha cabeça na mão e mexo no seu cabelo preto
macio, nossa! Por que meu cabelo, não é assim?

- Me vendo dormir Srta. Morris?

Dou um gritinho de susto e coloco a mão no rosto.

- Meu Deus Dylan, não me assusta desse jeito homem! -digo e ele gargalha.

Ele se aproxima de mim e cheira meu pescoço depositando um beijo,


Sobe um pouco e beija meu queixo até chegar nos meus lábios onde deixa
um beijo casto.

- Bom dia -diz com a voz rouca.

- Bom dia -digo e dou um selinho rápido nos seus lábios.


Ele me olha com a sobrancelha erguida como se estivesse descontente.

- O que é? -pergunto já sabendo do que se tratava.

- Quero um beijo de verdade.

- Depois Venturelli, vamos comer primeiro porque estou com fome de


cinco pessoas -não é brincadeira eu realmente estou com fome.

Ele sorri de lado e sobe em cima de mim prendendo minha cintura, minhas
mãos estavam presas ao lado da minha cabeça e eu olhei para o seu peito
desnudo e apenas a calça jeans sustentada na sua cintura.

- Eu também estou com fome, mas é de você.

Dylan se afasta um pouco e vai tirando minha calça moletom e logo depois
minha calcinha, o ajudei a tirar minha blusa e abri minhas pernas para ele
se posicionar entre elas.

Ele olhou para os meus seios e deu um sorriso divertido como se tivesse
acabado de ganhar seu doce preferido, ele se inclina na direção deles e
ainda me olha antes de levar um a boca e apertar o outro.

Fechei os olhos lentamente e mordi o lábio recebendo a sensação boa, gemi


baixinho quando ele coloca seu membro na minha entrada e em um
movimento rápido me sinto preenchida, meu corpo está pegando fogo e
cada vez mais eu sinto seu membro dentro de mim.

Coloquei minhas mãos nas suas costas e as arranhei de leve ouvindo ele dar
um gemido rouco no meu ouvido, seus movimentos ficaram um pouco
mais lentos e eu arfei o sentindo em cada parte de mim.

Meus gemidos saem descontrolados e posso ouvir o barulho dos nossos


corpos, sorri quando ele beijou meu pescoço e logo depois meu queixo,
sinto minha liberação vindo e aperto minhas pernas.

- Quero você em cima de mim -ele diz e eu o encaro.

Ele foi para o lado e nós trocamos a posição, Dylan apertou minhas coxas e
eu o encarei ofegante.

Suas mãos foram para a minha cintura e as minhas vão para o seu cabelo o
apertando de leve, colei minha testa na sua e comecei a me movimentar no
seu colo.
Dylan me beijou com as mãos na minha cintura me fazendo ir para frente e
para trás com mais rapidez, gemi na sua boca e ele sorriu subindo as mãos
pelo meu corpo.

Toquei no seu peito e fiz ele deitar as costas na cama, seus olhos me
encaram por completo e ele coloca as mãos nos meus seios os apertando
fazendo meu corpo estremecer.

- Estou quase lá, Lisa -falou.

Coloquei minhas mãos em cima das suas e as apertei quando senti meu
clímax chegar, Dylan e eu gozamos juntos quando me inclinei sobre ele o
beijando gentilmente.
Suas mãos deslizaram pelas minhas costas e ele apertou minha bunda com
força me fazendo sorrir no meio do beijo.

Nos encaramos ofegantes e ele tirou uma mexa do meu cabelo o colocando
atrás da minha orelha.

- Sexo matinal com você é incrível, baixinha -sussurrou.

- Baixinha? -pergunto fingindo irritação.

- Minha baixinha -deu um beijo na minha testa.

Um arrepio percorre meu corpo e o sinto me apertar, sorrio de lado.

(...)

Fiz um café caprichado para nós dois depois que tomamos banho, fritei
alguns ovos com bacon, cortei algumas frutas, fiz algumas panquecas e um
suco de maracujá delicioso.

Na verdade, acho que fiz tudo para mim, estou faminta.

Dylan e eu conversamos brevemente durante a refeição, não gosto de


conversar quando estou comendo, é uma hora sagrada precisa ser
respeitada.

Logo terminamos de comer e começo a lavar a louça enquanto Dylan a


enxuga.
Seu celular começa a tocar sem parar e ele o pesca do bolso e o atende.

- Venturelli -isso foi sexy.


- Agora? -pergunta e passa a mão no cabelo.

- Certo, estou indo -desliga o celular e coloca no bolso novamente enquanto


fomos para a sala.

- Aconteceu alguma coisa? -pergunto me aproximando.

- Meu pai quer me encontrar, provavelmente conversar sobre a fusão. -


Dylan coloca seus braços na minha cintura.

- Ainda não acredito que vocês irão fazer isso -coloco meus braços em
volta da sua nuca e puxo seus cabelos suavemente.

- Nem eu, mas talvez ter uma empresa de designer não seja tão ruim assim
-falou.

- Vai dar certo -Dylan sorri lascivo.

- Espero que dê certo para Adam também, porque será ele que irá trabalhar
com Rubi Mendoza.

Arregalo os olhos, Adam com toda certeza deve ter odiado a ideia.

- Ele odiou a ideia, não? -pergunto.

- O suficiente -falou e passou as mãos no meu rosto.

Olhei para os sua boca e ele se aproximou colando nossos lábios, um beijo
lento e intenso foi se formando.
Dylan apertava minha cintura de leve enquanto eu puxava seus cabelos o
trazendo mais para mim, beijos assim são tão bons.

Nós afastamos quando ouvi alguém tossir do outro lado da sala, olhei para
o lado e vi Emy parada com os braços cruzados sorrindo travessa.

- Emily -Dylan a cumprimenta que retribui com um sorriso.

- Certo, já vou baby te ligo mais tarde. Podemos jantar juntos? Quero
conversar sobre ontem -balanço a cabeça em concordância e suspiro.

Também quero conversar com Dylan sobre ontem, não quero que ele ache
que gostei daquele beijo horrível.

- Mais uma coisa -aponta pra Emily -Qual é o seu sobrenome mesmo?
Emy pisca confusa e eu arregalo os olhos.

- É Brooks -ela diz e eu coloco a mão na testa.

Dylan olha pra mim e dá o sorriso mais cínico do mundo. Pronto, agora ele
sabe o sobrenome de Elias. Para que eu fui falar que ele é irmão de Emily?

- Não faça nada, Venturelli -digo séria.

- Não farei, mas se acontecer de novo não vou pensar duas vezes -diz
firme.

O levo até a porta e nos despedimos com um beijo rápido, volto para a sala
e vejo Emily sorrindo. Mas não é qualquer sorriso é o seu sorriso
convencido.

- Ah Mucura! Eu não acredito que você está apaixonada por ele -ele grita
alto para um cacete e dá várias palminhas.

- Fala baixo porra, quer um megafone? -pergunto ironicamente- E eu não


estou apaixonada por ele -aponto um dedo na sua direção séria.

- Você está sim -ela corre e me abraça.

- Emily me solta! Eu não estou apaixonada por ele, temos só um acordo


lembra?

- Acordo coisa nenhuma, eu conheço você e sei que gosta dele.

Reviro os olhos e a faço me soltar fazendo cosquinha na sua barriga, corro


para trás do sofá enquanto ela está na minha frente como se a qualquer
momento fosse me dar o bote.

- Como você pode dizer isso? Estamos "juntos" -faço sinal com aspas - Não
tem nem 1 mês.

- Como se o tempo importasse -coloca a mão na cintura.

- O amor não tem nada haver com o tempo Lisa, pessoas se apaixonam sem
mesmo nunca terem se visto por que o amor é mais do que isso.

Levanto uma sobrancelha para ela e coloco a mão na cintura também, Emy
filósofa? Acho que não.
- Você é péssima nisso -digo rindo.

- E sério! -joga uma almofada na minha cara.

- Lisa, o que eu tô querendo dizer é vocês podem não estar juntos nessa
farsa nem um mês, mas você sabe o quanto ele é... -ela gesticulou com as
mãos.

- Intenso?

- Isso -ela apontou para mim- As coisas entre vocês dois podem acontecer
mais rápido do que você pensa, talvez você já esteja apaixonada por ele
mas não quer admitir.

Dou a volta no sofá de encontro com ela e pego suas mãos a encarando.

- Quando eu estiver apaixonada eu contarei a você -digo e ela concorda


com a cabeça.

- Deus me livre -sussurro para mim mesma.

- Certo, agora chega desse papo de amor e vamos sair, preciso comprar
alguns remédios -digo e ela franze o cenho.

Acabei me esquecendo de usar camisinha e pelo visto Dylan também, vou


comprar o remédio na farmácia do shopping e marcar uma consulta na
minha ginecologista preciso tomar pílulas, não queremos nenhuma surpresa
certo?
19° capítulo
Lisa

Olhei para Emily que estava com uma expressão de cansaço e ela ainda
nem fez nada.

- Sair para onde, Mucura? -Pergunta indo para o seu quarto e eu a sigo.

- Vamos no shopping e almoçar por lá, o que acha? -Pergunto e me apoio


na porta.

Emy tirou os sapatos e praticamente pulou na cama igual aquelas cenas de


filme.

- Ah! Eu não quero sair -resmungou.

- Podemos almoçar naquele fast food que você adora -falo.

Ela levanta a cabeça e me encara com os olhos quase que fechando como
se estivesse tentada a aceitar, mas logo coloca a cara no travesseiro.

- Eu pago -digo o que ela quer ouvir.

Ela levanta tão rápido que eu até me assusto no processo.

- Acha que eu devo ir de calça ou vestidinho básico? -pergunta analisando


seu guarda-roupa, sorri.

Vou até o meu quarto e fico atrás do que usar, por fim escolho uma calça
jeans e uma camiseta lilás, passei jaqueta de couro preta pelos meus braços
e calcei uma sapatilha confortável. Nova York estava chegando no inverno,
já estava começando a ficar frio já que as chuvas eram sempre constantes.

Passei um batom fraquinho e esfumei um pouco os olhos e escovei os


cabelos.

Saí do quarto e Emily ainda não estava pronta, fui até o seu e ela estava
apoiada no criado mudo com um dedo na boca.

- Vamos logo -resmungo.

- Calma mucura, falta escolher o batom -diz e pega vários batons com
diferentes cores.
Emy estava com um vestido azul florido e um saltinho, seus cabelos
estavam presos a um rabo de cavalo e os olhos estavam esfumados.

- Escolha qualquer um -falo irritada.

Emily é indecisa ao extremo.

- Certo sua chata -passou o batom nude.

Saímos do apartamento e fomos com o seu carro, cantamos a viagem toda


como de costume e rápido chegamos no shopping.
Passeamos um pouco e entramos em algumas lojas apenas para
experimentar roupas.

Sempre fiz isso com Emily, entramos nas lojas e começamos a


experimentar os vestidos que nunca iremos comprar, as vendedoras devem
nos odiar.

Saímos rindo da oitava loja de roupas que encontramos hoje. Passamos na


frente de uma joalheria famosa no shopping e um anel em específico
chamou minha atenção.

Me aproximei para analisá-lo melhor, ele era prateado com algumas pedras
de diamantes e apenas uma pedra vermelha no centro, era um anel muito
bonito que daria elegância a qualquer mulher que o usasse.

Fiquei o admirando por alguns minutos e sinto alguém esbarra em mim


quase que me levando ao chão.

- Me desculpe! Nossa eu não vi você.

Era uma mulher alta com o corpo esguio e com uma cintura fina, seus
cabelos eram longos e castanhos assim como seus olhos, sua pele era
bronzeada e ela tinha um rosto fino como de boneca. Tudo nela parecia
natural, a mulher usava uma calça jeans azul clara com uma blusa social
branca e um sapato alto preto, ela parecia ter sotaque então provavelmente
não era daqui.

- Não, tudo bem-digo sorrindo.

- Estava desatenta com celular, sinto muito mesmo -diz arrependida.

- Está tudo bem, quem nunca andou distraída com o celular que atire a
primeira pedra -digo e ela sorri.
- Certo -balanço a cabeça e só agora percebo que Emy não está aqui.

- Vou indo então -ela diz e eu concordo dando um sorriso amigável.

Ela se vai e eu olho para os lados, vejo Emily babando em uma cascata de
chocolate e vou até ela dando um peteleco na sua testa.

- Ai Lisa, isso dói -diz massageando a testa.

- Vou na farmácia, vem comigo -a puxo pelo braço e vamos comprar minha
amiguinha.

Depois de comprar a pílula e a ingerir no exato momento em que a tive em


mãos nós fomos até o fast food que Emily adora.

Ficamos conversando sobre seu emprego e eu contei mais algumas coisas a


atualizando, quando eu vi estávamos na máquina de sorvete prontas para
devorar.

Pedi um sorvete enquanto Emy pediu quatro, um na casquinha e os outros


três em um potinho.

- Você vai comer esses quatro sorvetes? -ela afasta os sorvetes de mim com
uma cara irritada.

- Tira o olho dos meus bebês -rolei os olhos

- Eu não quero seus sorvetes, só acho que é um exagero quatro sorvetes


sendo que você só tem uma boca.

- Primeiro: sorvete nunca é um exagero, segundo: eu não vou comer tudo


agora vou deixar para mais tarde.

Sorri de lado, de repente me lembrei de Dylan e da vez que estive na sua


casa, foi sorvete para todo lado.

Mordi o lábio inferior quando penso no melhor orgasmo que já tive, na


verdade, um homem nunca me deu mais de um orgasmo como Dylan me
dá, é simplesmente sensacional.

Sinto meu celular vibrar e vejo uma notificação na tela, pensando no


diabo...

"Ansioso pelo nosso jantar, Srta. Morris "


"Mal passo esperar, Sr. Venturelli"

Sorri de lado e olho pra Emy com os seus quatro sorvetes. O celular vibra
novamente e leio a mensagem.

"Te busco as 21h, baby. Esteja pronta para mim"

Jesus, para de encarar a tela quando sinto Emily me cutucar.

- Abre a porta para mim, mucura. Não alcanço.

Ela diz com as duas mãos ocupadas por sorvetes, espero que essa porra não
derreta no caminho. Abro a porta do carro e ela logo entra.

Fomos para casa normalmente e assim que chegamos decido descansar um


pouco, visto a blusa que roubei de Jon e suspirei me sentindo confortável.
Me deito na cama e em questão de tempo caio no sono.
20° capítulo
Lisa

Nesse exato momento estou na banheira com a cabeça apoiada no batente


com a pele macia e cheirosa.

Estou me sentindo totalmente relaxada.

Termino meu banho relaxante e me enrolo na toalha, saio do banheiro


enxugando meu corpo desde as pernas até o pescoço, passo meu hidratante
corporal e visto minha lingerie vermelha, paro na frente das minhas roupas
a procura de um vestido para esta noite.

Passo a mão no guarda-roupa frustrada, parece que não tenho nada para
vestir mesmo tendo quase 30 pares de roupas aí dentro.

Sento na cama derrotada e começo a mexer no meu cabelo, olho uma


última vez para minhas roupas e lá no fundo bem escondido eu vejo um
vestido preto longo.

Ele era muito bonito, tinha um decote favorável na parte da frente e sua
alça era bem fina, ele era todo rendado, mas era muito longo.

Queria vestir algo um pouco mais curto para o jantar. Suspirei e logo veio
uma ideia na minha cabeça:

Emily poderia cortá-lo.

- Emy -a chamo.

- Oi, mucura -ela aparece na porta com um potinho de sorvete.

Sorte dela que não derreteu.

- Quero ajuda -levanto a roupa.

Ela revira os olhos e pega o vestido deixando o sorvete no criado mudo.

- O que quer que eu faça? -diz analisando-o.


- Quero que você o deixe curto -ela me olha levando a mão até a cabeça
fazendo aquele sinal que o capitão faz.

Ela sai do quarto enquanto eu visto uma blusa do Jon, começo a me


maquiar enquanto ela corta o vestido.

Passei uma sombra fraca nos olhos, máscara de cílios, um pouco de pó


compacto e por último um batom vinho nos lábios.
Escovo meus cabelos e uso o secador, passo meu perfume habitual e coloco
meu anel de noivado que Dylan havia me dado.

Eu quase não o uso, apenas quando saímos em público ou coisas do tipo, a


imprensa sempre está no pé de Dylan e se me virem sem o anel será maior
alvoroço.
Quando aconteceu a briga no restaurante eu não estava o usando, por sorte
não tinha nenhum daqueles carinhas com várias câmeras do lado de fora
para reparar ou até mesmo ver aquela briga, acho que é proibido fotógrafos
naquele restaurante, graças ao senhor pai.

Estou encarando o anel quando Emy bate na porta com o vestido já cortado
um pouco diferente. Ando em sua direção e ela estende o vestido para que
eu possa experimentá-lo.

Coloquei o vestido e sorrir largamente, me agradou em todos os aspectos.


Ele continuava longo, mas apenas a renda cobria as minhas pernas, Emy
deve ter tirado o forro e cortado, ele se ajustou perfeitamente ao meu corpo
deixando minhas curvas acentuadas, seu decote só deu charme a todo o
resto.

Passei a mão pelo vestido e olhei pra Emy que limpou uma sujeira invisível
do ombro, sempre modesta.

- Ficou muito bom -dou algumas palminhas -Você é ótima.

- Eu sou incrível mesmo -sorriu e andou até mim.

- Isso porque você só está indo jantar com ele -diz e pega o sorvete de volta
do criado mudo que já estava derretido.

- Gosto de estar bem arrumada -digo e pego meu telefone enquanto Emy
bebe o sorvete igual água.

São exatamente 20:57 e tenho certeza Dylan já está para chegar. Calço meu
sapato alto e coloco um brinco dourado. Vou para a sala e bebo um pouco
de água, faço os últimos retoques e ouço a campainha soar, olho para o
celular e são exatamente 21:00 da noite. Dylan é extremamente pontual,
diferente de mim é claro.

Andei até a porta e abri vendo o moreno a minha frente, Dylan está com
uma calça jeans preta e uma blusa social branca até os cotovelos marcando
sua barriga definida, usava um sapato marrom também social e no braço
esquerdo está usando um relógio dourado, seus cabelos estão bagunçados o
deixando sexy.

Ele me olha por algumas frações de segundos, seus olhos passeiam pelo
meu corpo e eu coro envergonhada, meu olhar se encontra com o seu e vejo
um sorriso se ampliar em seu rosto.

- Você está esplêndida, Srta. Morris.

Sorri de lado e aperto as mãos na minha bolsinha que estou segurando.


O encaro e seu sorriso diminui um pouco, seus olhos verdes estão brilhando
e sua boca está semiaberta encarando a minha.

Passei a língua nos lábios e Dylan aperta os punhos, sorri para ele que veio
na minha direção fazendo seu corpo colar no meu me levando até a parede,
sua boca ávida toma a minha em um beijo ardente, suas mãos estão
apertando minha bunda por cima do vestido e minha mão direita está
apertando sua nuca.

Fomos parando o beijo por falta de ar e Dylan coloca a testa na minha


dando um sorriso safado.

- Não consegui me segurar -falou.

- Ainda bem -coloco as mãos em volta do seu pescoço com a bolsa ainda na
mão.

Dei alguns beijos no seu rosto e puxei seus cabelos suavemente, Dylan
apertava a minha cintura contra si e eu já podia sentir sua ereção se
formando, ele se afasta de mim e levanta uma mão.

- Acho melhor irmos antes que eu te foda aqui mesmo -falou sério.

Sempre direto.
Sorri de lado e digo para ele esperar só mais um pouco, vou até o meu
quarto e passo outra camada de batom matte só para garantir e mexo nos
meus cabelos dando um pouco de volume.

Saio do quarto e Dylan estende o braço para mim, o sigo até o seu carro e
partimos para o restaurante.

Estou um pouco tensa porque não quero falar sobre o meu passado com
Dylan, ele não é idiota pois ele sabe que não fiquei daquele jeito apenas por
Elias. Meu passado é algo que ainda me tormenta e me deixa
desconfortável, essa semana acordei duas vezes na madrugada com
pesadelos e flashbacks horríveis.

Ninguém sabe sobre isso, nem Emy sabe por que não queria atormentá-la
com os meus problemas.

Chegamos em um restaurante um pouco longe do meu apartamento, nem


preciso dizer que era tudo muito caro né? Porque era. Pessoas elegantes e
bem-vestidas conversam educadamente enquanto os garçons passeavam
pelas mesas para atender os pedidos.

Um homem alto e simpático nos guiou até a nossa mesa e logo nos
sentamos.
O garçom nos indicou o prato mais famoso do restaurante e Dylan e eu o
escolhemos.
Um vinho branco chegou a nossa mesa e me deliciei no sabor, era muito
bom. Dylan deu um grande gole e despejou a taça na mesa.

- O que você quer saber sobre ontem? -pergunto.

Dylan suspira e apoia o braço na cadeira me encarando.

- Tudo -disse sério.

Cruzo as mãos em cima da mesa, mas antes que eu possa dizer algo o
garçom chega e põe uma sopa de entrada para abrir o nosso apetite. Coloca
o meu prato a minha frente e encara descaradamente o meu corpo, me
mexo desconfortável na cadeira e um sorrisinho se alarga no seu rosto.

Dylan não percebe pois está concentrado demais apenas me encarando,


nem olhou para o homem. Ele se retira e nos deixa sozinhos.

Encaro Dylan e começo a falar.


- Emily tem problemas com seu pai por conta da sua profissão, ele não a
aceita ser uma estilista. Por causa disso, ela não gosta de ficar só com ele e
ouvir seus insultos horríveis.

Bebo um pouco de vinho e me concentro em continuar a falar.

- Ela me pediu para que eu fosse com ela e eu aceitei, fomos para o
restaurante e logo os insultos começaram, Emy foi para o banheiro eu a
apoiei como uma amiga tem que fazer, e eu acho que deu certo porque ela
voltou mais confiante para a mesa.

Olhei para a sopa e descartei a ideia.


Não tenho costume de comer entradas antes de jantar, esses negócios de
ricos não é para mim. Até porque apetite eu tenho de sobra.

Dylan me serve mais uma taça de vinho e cruza as pernas como um


verdadeiro CEO. Como ele realmente é.

- Fiquei bastante encantada com o lugar, exclusivamente com os casais que


ali estavam dançando, o irmão de Emy me propôs uma dança e eu aceitei.
Eu queria apenas dançar com alguém.

Dylan estava atento a tudo o que eu dizia, não tinha nenhuma expressão no
rosto.

- Logo começamos a dançar e Elias tentou me beijar, mas virei o rosto


antes disso acontecer. E em um simples giro eu acabei tropeçando e foi aí
que ele me segurou e me beijou a força. Tentei me afastar, mas ele não se
movia. Suas mãos estavam prendendo meus pulsos e eu não conseguia sair,
foi aí que você apareceu e... você já sabe o resto.

Dylan travou o maxilar e me lançou um olhar que eu não consigo decifrar.


Ele suspirou pesadamente.

- Ele já tentou algo parecido com você antes disso? -perguntou.

- Não, ele apenas dava em cima de mim, mas nunca chegou a esse ponto.

Ficamos alguns segundo em silêncio e percebo o garçom se aproximar


novamente dessa vez com os pratos principais.
Serviu primeiro Dylan e a mim depois, o homem olhou para os meus peitos
e logo depois me piscou safado.

Na hora que eu ia botar aquele filha da mãe no lugar a voz de Dylan surge.
- Gosta do que vê? -perguntou.

- Perdão -o garçom tira os olhos de mim e foca em Dylan.

- Ela é linda, não? -o garçom confirma com a cabeça um pouco receoso.

- Mas sabe o que é melhor? -pergunta com um pequeno sorriso.

O garçom fica em silêncio e Dylan lança um olhar mortal para ele.

- N... Não -o homem gagueja.

- E que ela é a minha noiva -diz ríspido e se inclina para frente puxando o
pulso do homem fazendo ele encarar seus olhos verdes- Então trate de tirar
os olhos da minha mulher porque da próxima vez eu acabo com você -dito
isso ele solta o homem e dá um sorrisinho cínico.

O garçom tinha uma expressão de medo no rosto e parecia estar suando.


Ele se desculpa comigo e parecia abalado com o que Venturelli havia dito.
Olha para Dylan novamente que arqueia uma sobrancelha e logo o homem
vai embora.

- Para que tudo isso, Dylan -digo e cruzo os braços.

- Isso o que, Morris? -diz tranquilo como se não tivesse ameaçado o


garçom há 10 segundos.

- Você é inacreditável -reviro os olhos.

- Ele queria você Lisa e isso ele não pode ter - diz e bebe o vinho.

- Deixa eu adivinhar, por que eu sou sua? -digo sarcástica.

- Exatamente -sorriu de lado.

- Eu não sou sua Dylan, isso -aponto para mim e para ele - É apenas um
acordo e vai acabar em breve, nós dois sabemos disso.

Dito isso ele fecha os olhos e suspira profundamente, parece estar contando
até dez.

- Não fale isso, baby -diz por fim.

- Estou sendo realista -digo séria.


- Então não seja -diz me encarando e depois desvia.

O encaro por mais alguns segundos e começo a comer vendo ele fazer o
mesmo, estávamos em silêncio e uma coisa me veio a mente quando os
pensamentos voltaram para a minha explicação ainda agora, como Dylan
sabia que eu estava justo naquele restaurante?

- Como sabia que eu estava naquele restaurante ontem a noite? -pergunto


curiosa.

Ele eleva o olhar e limpa a boca com o guardanapo.

- Eu gosto de comida italiana e pelo menos uma vez na semana eu estou lá


para saber como anda as coisas -franzi o cenho e o encarei confusa.

- Como assim? -pergunto.

- Eu sou o dono -diz e eu levanto as sobrancelhas surpresa.

- Encontrei você lá por acaso, na verdade era impossível não te perceber


naquele lugar, você estava linda naquele vestido -diz.

Sorrio sem jeito com o seu elogio e apertei as minhas mãos.

- Você precisa aprender receber elogios, Lisa -Ele diz analisando minha
expressão.

- Eu sei...recebê-los -digo.

Ficamos nos encarando e eu já podia sentir a tensão sexual aumentar, meu


corpo estava quente e minha respiração um pouco acelerada.

Dylan olhou para o meu decote e passou a língua nos lábios, engoli em
seco o vendo se inclinar na mesa para falar mais perto de mim.

- Este vestido está perfeito em você -ele diz- Seus seios prendem minha
atenção facilmente assim como seus olhos que denunciam muita coisa
agora.

Coloquei minhas mãos na minha coxa ficando ereta.

- Como por exemplo, sua boca está entre aberta o que significa que sua
respiração está um pouco escassa, tenho quase certeza que suas mãos estão
na sua coxa agora, assim você as aperta e tenta diminuir seu nervosismo.
Que porra...

- E eu aposto que você está molhada pra mim agora -ele diz em um
sussurro me encarando fixamente- Como eu quero descobrir, Lisa.

Aperto as coxas por baixo da mesa, esse cara é um verdadeiro molhador


das minhas calcinhas.

- Você parece conhecer bem o corpo de alguém -digo e ele nega.

- Eu conheço o seu corpo.

Dylan e eu somos um caso perdido, agora a pouco estávamos discutindo e


agora eu preciso senti-lo dentro de mim.

- E eu o quero embaixo de mim agora, algo contra?

Sorri olhando para as minhas coxas e o encarei novamente.

- Absolutamente nada.

Dylan sorriu lascivo.

- Vamos para o meu apartamento -diz e se levanta jogando o guardanapo na


mesa.
21° capítulo
Dylan

Louco.
Era assim que eu estava, era assim que Lisa me deixava.

Depois da transar com ela a algumas horas atrás quando chegamos do


restaurante, aqui estou eu sentado na minha poltrona bebendo um copo de
whisky enquanto eu a observo dormir pacificamente.

Lisa era radiante e parecia um anjo dormindo, calma e angelical. Seu corpo
pequeno nos meus lençóis me acalmava e me deixava em êxtase também.

Vê-la me ajuda a pensar e tentar entender algumas coisas que rondam


minha mente, em tão pouco tempo essa baixinha está deixando meu mundo
de cabeça para baixo.

Há tempos que não tenho vontade sequer de dormir com outra mulher,
apenas ela.
Como se ela fosse a única que poderia me satisfazer por completo, a dona
dos meus pensamentos tem um 1,57 e está confundindo toda a porra da
minha mente.

Sorri internamente me lembrando do que ela me disse enquanto eu estava


dentro dela, quando eu pedi para ela dizer que era minha. Seu corpo era
meu e o meu era seu naquele momento.

"Eu sou sua Dylan"

É bom conhecer seu corpo mais do que ela mesma. Sei o que ela gosta, sei
o que a deixa excitada, sei o necessário para fazê-la gozar.
Mas estou me excedendo demais, nós dois sabemos que é um noivado falso
e que não passa de um acordo mesmo eu não sentido isso.

Não sei se conseguirei deixá-la ir quando chegar a hora, gosto de estar com
ela, gosto da sua boca inteligente, gosto de admirá-la, eu gosto dela.

Lisa está a maior parte do tempo na minha cabeça, seu cheiro, seu toque,
suas bochechas coradas depois do sexo...
Balanço minha cabeça para espantar esses pensamentos e me assusto
quando um telefone começa a tocar.

Me levanto rapidamente, mas logo o celular para de apitar, acho que foi
apenas uma mensagem. Mas quem mandaria uma mensagem a essa hora?
A luz do celular e refletida novamente e vejo que é o meu.

Vou até ele e coloco no silencioso, desbloqueio e vejo uma mensagem.

" Estou com saudades de você "


"Estou indo até o seu apartamento para acertamos isso"

Reviro os olhos.

É Dom, ela é minha foda casual fixa a alguns meses. Toda vez que eu
estava carente eu pedia para ela vir e ela rápido aparecia no meu
apartamento.
Mas não transo com ela desde que me envolvi com Lisa e não foi apenas
pelo acordo, foi porque eu não queria mesmo.

Dominic é uma modelo nacional que faz bastante sucesso nas capas de
revistas de Nova York, mas não passa de uma puta interesseira, éramos
apenas sexo.

"Não venha Dominic, não a quero aqui"

Tento dispensá-la, mas parece ser em vão.

"Nossa você está muito estressado, vou cuidar você"

Bufo irritado e peço para que ela não venha novamente, mas dessa vez
mais firme, não quero que Lisa a veja e pense besteira.

"Tarde demais ursinho"

Franzi o cenho.

Ouço a campainha tocar e respiro fundo, são exatamente 3:30 da manhã é


essa louca aparece no meu apartamento, porra!
Eu sei que se não abrir a porta ela vai fazer um escândalo.

Desço as escadas e abro a porta nada contente.


Dom me olha de cima a baixo e morde os lábios. Ela está usando um
vestido rosa curto com um salto alto preto, seus peitos siliconados estão
quase pulando na minha cara.

- Olá ursinho -diz.

- O que você quer Dominic? -pergunto ríspido.

Eu realmente não quero ela aqui.

- Vim ver você Dylan, há dias que você não me procura e nem manda
mensagem.

- Eu estou noivo Dom e eu me cansei de você -digo e ela arregala os olhos.

- Noivo? -pergunta incrédula.

- Você ouviu -falei.

Ela olha para baixo um pouco surpresa e depois me olha de um jeito


safado.

- É por acaso você não está sentindo a minha falta? -ela se aproxima e me
empurra para trás fechando a porta atrás de si- Ela poderia se juntar a nós.

- Não -digo seco porque eu realmente não estava e não creio que Lisa irá
querer isso, eu mesmo não quero.

Fui me afastando dela, mas não porque não consigo me segurar ou algo do
tipo, mas porque não confio nela. O tipo de Dominic não se importa se
você está em um relacionamento ou não.

- Tem certeza? -ela diz e tira seu vestido ficando apenas de calcinha e sutiã.

Jesus.

- Vista-se -ordeno.

Dom tira o sutiã liberando seus seios, puta que pariu! Essa mulher é louca.

- Dominic, saia do meu apartamento -grito um pouco alterado.

- Qual é Dylan, vai me dizer que você não quer me foder, aqui mesmo! -diz
e se aproxima.
Dom se joga em cima de mim e me beija desesperadamente, tento tirá-la
dos meu braços, mas ela parece uma preguiça amarrada no meu pescoço.

- Dom! Me solta sua maluca -a tiro do meu pescoço e ela me olha


totalmente incrédula sorrindo que nem uma lunática.

- Porra! Eu não quero! -digo impaciente.

- Essa mulher te pegou de jeito hein, ursinho.

Diz debochada.

- Uma pena que provavelmente será uma corna, você pode não a trair
comigo, mas a traíra com outra. Você não é homem de uma mulher só
Dylan, sua vida só se resume a sexo casual e ela logo verá isso, você sabe
que sim.

Sorri

- Você sabe qual é o seu problema? -Pergunto e ela nega com um


sorrisinho convencido.

- Você não aceita ser dispensada, mas adivinha eu estou te dispensado


porque não quero mais absolutamente nada com você, deixando isso claro -
me aproximo- Minha noiva é capaz de me satisfazer sem problemas.

Digo e ela bufa de raiva, começa a me bater e me xingar de tudo quanto é


nome.

- Seu filho da puta! Você não pode me usar e descartar como se eu fosse
um lixo.

Dominic pula em cima de mim novamente e como não estava esperando


acabo indo para o chão com ela em cima de mim.

- Você me quer, eu sei que quer -ela diz e tenta me beijar novamente.

Tento agarrar seus braços e tirá-la de cima de mim, mas a mulher não para
de se debater. Quando eu ouço alguém tossir nós dois paramos
imediatamente, olho para a minha baixinha que está vestida com a minha
blusa social e os braços cruzados.

Dom dá um sorriso do tamanho da muralha da China e Lisa não está com a


cara nada boa. Droga! Espero que ela me deixe explicar.
22° capítulo
Dylan

Rapidamente tiro a mulher de cima de mim já que ela parou de se debater


que nem uma louca.

Dom resmunga algo e Lisa caminha até nós parando ao meu lado me
lançando um sorrisinho, por que não parecia que ela estava brava? Isso é
bom ou ruim?

- Você poderia se vestir, por favor? -pergunta para Dom.

Mas que porra? Essa mulher me surpreende cada vez mais.

Dom a olha com nojo e sorri sarcástica.

- Me vestir? Querida, nós ainda não acabamos.

Ela me olha maliciosamente e joga um beijo no ar para mim, vejo Lisa ficar
vermelha.

- Dom vá embora, eu já disse que não quero mais nada com você -digo e
ela ainda continua ali estática.

- Ainda não terminei com você ursinho -ela diz e se aproxima de mim para
tocar no meu peito.

Lisa para na sua frente e agarra seus pulsos, Dom lança um olhar mortal a
Lisa que a solta fazendo a mesma recuar.

- Se vista e saia daqui -Lisa diz firme.

- Quem você pensa que é sua vadia? -ela pergunta fazendo Lisa sorrir.

- Eu sou a noiva dele e a pessoa que vai acertar essa sua cara plastificada se
você não sair daqui agora mesmo -Lisa se aproxima dela.

- Por que querida -faz uma pausa - Vontade é o que não me falta.

Dom olha pra mim e não posso deixar de sorrir, eu sabia que Lisa tinha
uma personalidade forte mas puta que pariu vê-la enfrentar Dom é
sensacional.
- Você não passa de uma mulherzinha qualquer que ele está comendo, ele
não vai se satisfazer apenas com você e na primeira oportunidade ele vai te
chutar -Dom diz carregada pela raiva.

- Igual ele está fazendo com você agora? Entendo, mas olha...ele já disse
que não quer você então aceite e vá embora. Não quero acabar com a
minha paciência e você poderia pelo menos ter um pouco de amor-próprio.

Dom está quase cuspindo fogo pela boca e Lisa a encarava com os olhos
determinados.

- Garanto a você que se humilhar para ir para cama com um cara é uma
cena ridícula de se ver, Dylan está em um relacionamento agora, se não tem
respeito com isso pelo menos tenha consigo mesma.

Puta que pariu.

Dominic deu grito de ódio e partiu pra cima de Lisa para batê-la, mas antes
que ela conseguisse Lisa deu um belo tapa no seu rosto que ecoou por todo
o apartamento.

Dominic estava com a mão onde o tapa foi dado e tinha um sorriso
estranho no rosto, ela parecia que a qualquer momento ia surtar, olhou para
Lisa com ódio nos olhos.

- Saia daqui e não volte mais -Lisa disse com uma expressão séria no rosto.

Dom olhou para mim com os olhos lacrimejando de raiva e pegou suas
coisas saindo do apartamento a passos duros.

Se a baixinha disse aquilo para Dominic então provavelmente ela escutou


nossa conversa, agradeço mentalmente por isso mas ainda preciso da sua
confirmação.

Ela ficou alguns minutos ali encarando a porta sem dizer nada, apenas
cruzou os braços e se virou para mim.

MINUTOS ANTES

Lisa

Acordo no meio da noite com uma extrema vontade de fazer xixi. Olho
para o lado e Dylan não estava na cama.
Me levanto e vou ao banheiro porque com tanta urina na minha bexiga não
consigo raciocinar direito.

Me alívio e saio do quarto em direção a sala para procurar por Dylan,


chego na sala de estar e ouço vozes como se estivesse em uma discussão,
me escondo um pouco e olho para o centro vendo Dylan com uma mulher
que estava sem o sutiã quase esfregado os seios na cara dele. Mas que porra
tá acontecendo?

- Dominic saia do meu apartamento -Dylan grita meio alterado

- Qual é Dylan, vai me dizer que você não quer me foder, aqui mesmo! -
ergo as sobrancelhas.

Uma das fodas de Dylan, claro!

Quando vejo ela já está em cima dele o beijando desesperadamente. Dylan


tenta tirá-la dos seus braços, mas a biscate não desiste.

- Dom! Me solta sua maluca! -Dylan consegue a tirar do seu pescoço e ela
sorri para ele que nem louca.

- Porra! Eu não quero! -ele diz impaciente.

- Essa mulher te pegou de jeito hein ursinho.

Ela diz com o tom irônico na voz.

- Uma pena que provavelmente será uma corna, você pode não a trair
comigo, mas a traíra com outra. Você não é homem de uma mulher só
Dylan, sua vida só se resume a sexo casual e ela logo verá isso, você sabe
que sim.

Não queria que isso tivesse mexido comigo, mas infelizmente mexeu.
Porque mesmo se tivéssemos um relacionamento de verdade
provavelmente isso iria acontecer.

Dylan dá aquele sorrisinho que só ele sabe dar e diz:

- Você sabe qual é o seu problema? - ele pergunta e ela nega com a cabeça.

- Você não aceita ser dispensada, mas adivinha eu estou te dispensado


porque não quero mais absolutamente nada com você, deixando isso claro -
se aproximou- Minha noiva é capaz de me satisfazer sem problemas.
Foi impossível conter um sorriso que surgiu em meus lábios.

A mulher bufa de raiva e começa a bater e xingar Dylan de todos os nomes


possíveis.

- Seu filho da puta! Você não pode me usar e descartar como se eu fosse
um lixo.

Ela pulou em cima de Dylan mais uma vez e os dois acabam indo para o
chão, senti uma irritação tomar conta do meu corpo com aquilo.

- Você me quer, eu sei que quer -ela diz e tenta beijá-lo.

Já chega! Vou acabar com essa palhaçada.

Paro na frente dos dois e vejo Dylan tentar tirá-la de cima dele, mas a
biscate não colabora. Tossi para chamar atenção dos dois e cruzo os braços
irritada.

Os dois me olham surpresos.

Vou colocar essa vadia no lugar dela com classe!

AGORA

Estava parada olhando para porta enquanto Dylan estava atrás de mim, eu
sentia seu olhar queimando na minha pele.

Me viro para ele e cruzo os braços, o mesmo caminha até mim e me olha
nos olhos procurando alguma coisa.

- Eu ouvi a conversa -digo por fim.

Vejo ele suspirar de alívio e abraçar a minha cintura, o abraço forte. Seus
braços me trazem conforto e percebi que não tinha lugar melhor para eu
estar.

Não falamos nada apenas ficamos abraçados por algum tempo, Dylan fazia
carinho na minha cabeça e eu alisava suas costas nuas.

- Você é durona -ele sussurrou no meu ouvido me fazendo rir.

- Cuidado comigo, Venturelli -digo e ele se afasta e coloca a mão no meu


rosto.
Ele faz um carinho na minha bochecha e eu fecho os olhos aproveitando o
contato.

- O que ela disse... não leve a sério - falou e eu abri os olhos - Eu sei que
tenho uma péssima fama, mas...

Coloquei os dedos nos lábios dele e o puxei para mim selando nossas
bocas.
O beijei suavemente e me afastei, olhei no fundo dos seus olhos e
massageie seus cabelos.

- Está tudo bem.

Nos beijamos novamente.

- Vamos dormir, estou cansada -digo e ele concorda.

Assim nos terminamos aquela noite agitada, onde ex fodas aparecem no


meio da madrugada tentando enfiar a língua na boca de Dylan.
Maravilhoso não?

(...)

Acordo com a luz que invade o apartamento,


Dylan e eu acabamos dormindo no sofá mesmo depois de toda aquela
confusão, me mexi um pouco sentindo o conforto desse sofá.

Meu Deus, eu quero esse sofá.

Dylan está deitado atrás de mim dormindo que nem um bebê. Vejo no
relógio da parede que já são 8:37 e decido me levantar para fazer o café da
manhã.

Me direciono até a cozinha o deixando dormir no sofá. Pego alguns ovos e


bacon e os frito, escolho algumas frutas que estava na geladeira e faço um
suco de laranja.

Ponho tudo na mesa e corro para coar o café, e muito mais gostoso do que
as máquinas de expresso.

Quando estou colocando o café na cafeteira Dylan aparece com aquele


sorriso lindo que me desconcentra dos pés a cabeça.

- Bom dia -digo e ele me abraça por trás.


- Ficarei mal-acostumado assim -diz e morde o lóbulo da minha orelha.

Sorrio quando suas mãos apertaram meus seios por cima da blusa.

- Você está me atrapalhando -digo tentando me concentrar em coar o café


que ainda estava sendo despejado na cafeteira.

- Eu vou bater em você se eu derramar isso aqui -digo irritada e ele sorri de
lado.

- Certo, mas você me deve um orgasmo -ele diz e beija meu pescoço, pega
um jornal e se senta na mesa.

Sorri internamente e termino de preparar o café. Quando termino levo para


a mesa e me sento para comermos.

Estou comendo um morango delicioso e Dylan está lendo o jornal da


manhã quando escutamos a porta do apartamento ser aberta.

Franzi o cenho. Será que é ladrão? Não, pouco provável já que esse lugar é
uma fortaleza.

Coloquei meu morango em cima da mesa e Dylan guardou seu jornal


revirando os olhos.

- Maninho! -Adam aparece gritando e abraça Dylan por trás.

- Sai Adam, porra! -Dylan se levanta e o irmão dá uma gargalhada.

- Sempre de bom humor -diz um homem que surge atrás de Adam.

Era o mesmo homem que tirou Dylan de cima de Elias, eu me lembro do


seu rosto.

- Não tenho culpa se esse cabeça de vento sempre está assim como se não
trepasse a anos -Adam diz e eu dou um sorriso abafado.

- Você que não transa já que está sempre me perturbando, maninho! -Dylan
cruza os braços.

Adam revira os olhos e mostra o dedo do meio para o irmão.

- Muito maduro da sua parte -Dylan diz.

Adam se vira e seus olhos caem em mim abrindo um grande sorriso.


- Cunhada! -Adam diz e vem me abraçar, mas Dylan o impede.

Me levanto e abraço Adam. O que custa? E só um cumprimento. Dylan é


tão insensível as vezes.

- Olá, Adam -digo e ele sorri largamente.

- Lisa, esse é Peter Ross meu melhor amigo -ele me apresenta o tal homem.

Peter era um homem muito bonito, era alto com rosto esculpido e uma
barba de tirar o fôlego, sua pele era parda quase que morena com algumas
tatuagens que tinha no seu peito, consegui ver porque sua blusa tinha dois
botões abertos. Seus olhos eram castanhos e seus cabelos eram da mesma
cor, ele vestia uma calça jeans surrada e a camisa preta com dois botões
abertos com uma jaqueta cinza por cima.

- Olá, Lisa -ele estende a mão e eu vejo alguns anéis em seus dedos, a pego
de bom grado.

Peter era bonito, mas Dylan é muito mais, no meu ponto de vista claro.

Peter olha pra mim um pouco desconfortável, ele coça a nuca e me olha de
cima a baixo.

Dylan o encara com a sobrancelha erguida e os dois começam um diálogo


não verbal, Peter aponta a cabeça na minha direção e Dylan me analisa.

Certo! Agora eu estou um pouco desconfortável, acho que até Adam


estava.

Olho para o meu corpo e rápido entendo, eu estava apenas com a blusa
social de Dylan que era branca quase que transparente e a luz que entrava
no apartamento também não ajudava, tenho quase certeza que dava para
ver a minha calcinha em tom de vermelho vivo. Porra eu estava
praticamente nua já que dava pra ver tudo!

Eu coro instantaneamente. Tento me cobrir fechando os braços na altura


dos meus seios e Dylan rapidamente se coloca na minha frente cobrindo o
meu corpo com o seu.

- Lisa? -olho para ele que sorri desconcertado.

- Você poderia pegar meu celular que está lá no quarto? -confirmo entendo
perfeitamente o que ele quis dizer.
Dylan faz um movimento com a mão para os dois se virarem, Adam revira
os olhos e Peter dá uma risada. Os dois ficam de costas para nós.

Saio quase que correndo para o quarto e entro no ambiente, comecei a rir
da situação bem constrangedora.

Meu deus que vergonha.

Vou para o chuveiro rindo e espero a água aquecer um pouco. Tiro a blusa
social e minha calcinha, coloco o dedo na água que já está morna e adentro
o box, começo minha higiene matinal.

Pego o shampoo de Dylan e passo nos meus cabelos, espero que ele não se
importe.

Depois de tomar banho eu escovo meus dentes com a escova que usei da
última vez e saio do banheiro com a toalha enrolada no corpo. Seco meus
cabelos com a toalha mesmo e olho em volta do quarto percebendo uma
sacola de compras em cima da poltrona escrito meu nome nela.

Caminho até a sacola e vejo que são roupas de marcas, todas ainda com a
etiqueta. O cupom fiscal está dizendo que foi comprada há um dia atrás e
puta merda, elas são muito caras. Todo meu salário iria nessas roupas e
ainda me deixaria de prestação por meses.

Ainda olhando para sacola sem entender a pego e jogo na cama, seis peças
se espalham no colchão e todas as roupas são vestidos de cores variadas e
diferentes detalhes.

Não acredito que Dylan comprou tudo isso para mim, não sei por que, mas
algo me diz que isso está errado. Não quero que Dylan fique gastando
comigo sem necessidade e por um preço tão alto, não sou uma
aproveitadora!

Ouço a porta do quarto ser aberta por Dylan que entra no quarto e franze o
cenho olhado para as roupas na cama.
Me viro pra ele e o olho interrogativa.
23° capítulo
Lisa

Eu estava com a toalha enrolada no meu corpo sentado na beira da cama


enquanto Dylan estava em pé apoiando o quadril na cômoda do quarto.

- O que aconteceu Lisa? -ele pergunta.

- Por que me comprou esses vestidos? -pergunto e aponto para as roupas.

- Para você usá-los -disse o óbvio e eu olhei com uma cara de tédio.

- Dylan, não quero que você fique gastando dinheiro comigo sem
necessidade, você já viu o preço disso?

Me levanto da cama.

Ele me olha com a sobrancelha erguida e lança um sorrisinho lascivo,


caminha até mim e pega as minhas mãos dando um beijo em cada uma.

- Lisa, preste atenção -segurou minhas bochechas me fazendo encará-lo.

- Eu gasto a porra do meu dinheiro todo com você se eu quiser. Esse preço
não chega nem perto de me preocupar, aceite-os por favor.

Balanço a cabeça em negatividade.


Não me entenda mal, não é que eu não goste de receber presentes, mas eu
me sinto incomodada por receber esses seis vestidos com um preço tão
exagerado.

Não quero que ele pense que eu estou me aproveitando dessa situação.

- Por favor -ele diz e aperta a minha cintura.

Sua mão puxa meu cabelo delicadamente para o lado deixando meu
pescoço livre para contanto, ele passa a língua me deixando arrepiada e eu
reviro os olhos irritada.

Porra! Ele está tentando me distrair.

Me afasto dele e ponho a mão no seu peito.


- Ainda não terminamos de conversar -digo tentando me recuperar do seu
toque.

- Já terminamos sim, você aceitará meus presentes -diz certo.

- Não irei não -digo e ele faz uma carranca.

- Por que não? É só um presente meu para você -diz e se aproxima, mas o
afasto com a mãos.

Sei que se o deixar se aproximar de mim ele vai ganhar essa pequena
discussão.
Olho para os vestidos e uma ideia surge na minha cabeça.

- Tudo bem-digo e ele sorri vitorioso - Mas, tenho duas condições.

Ele fica sério e me dá total atenção.

- Irei aceitar apenas um vestido e não os seis -digo e ele ergue as


sobrancelhas- Ficarei com o que mais me agradar, os outros cinco você
pode devolver e doar a quantia de dinheiro para quem precisa -digo

Seria uma quantia extremamente generosa.

Dylan pisca várias vezes e abre a boca para falar algo mas não fala nada,
seu rosto é de completa confusão e surpresa. É bem engraçada.

- Você ficará apenas com um? -ele pergunta.

- Sim, essas são as minhas condições -digo certa.

Dylan passa o dedo no lábio e no cabelo em seguida, me olha de um jeito


que eu não sei decifrar e sorri de lado.

- Certo, Srta. Morris. Aceito suas condições.

Ele diz e um sorriso enorme cresce em mim, corro até a sua direção e dou
vários beijos pelo seu rosto fazendo ele rir abraçando minha cintura.

É importante para mim doar o dinheiro para quem realmente precisa.


Pedirei a Dylan que doe o dinheiro para um orfanato, eu sei exatamente o
que é crescer sem os pais ao seu lado. Talvez se comprarem alguns
brinquedos possam fazer essas crianças felizes.
- Você pode doar a um orfanato? -pergunto a ele.

- Claro, mas por que um orfanato? -ele pergunta mexendo nos fiapos da
minha toalha.

- Gosto de crianças. Além disso, o sorriso de felicidade delas é contagiante


porque você sabe que é de verdade.

Dylan me encara com admiração.

Sorri e olhei para baixo, Dylan colocou a mecha do meu cabelo atrás da
minha orelha e segurou meu queixo para que eu o olhasse.

- Podemos doar juntos então -ele diz e sorri de lado.

- Vamos ao um orfanato de sua preferência e faremos a doação juntos, o


que acha? -pergunta.

- Eu acho uma ótima ideia -coloco meus braços em volta do seu pescoço e
o beijei apertando seu cabelo.

Dylan apertava meu corpo contra o seu fazendo um roçar com os nossos
sexos, suas mãos apertavam minha bunda com força.
Gemi baixinho quando ele mordeu meu lábio inferior.

- Porra, eu não consigo me controlar quando estou perto de você -ele


sussurrou no meu ouvido me fazendo estremecer.

Sorri diante daquela confissão porque era exatamente assim que eu também
me sentia.

Dylan se afastou me dando um selinho rápido e virou de costas indo até o


banheiro, olhei para o seu corpo e dei um suspiro. Gostoso até demais.

Vi uma manchinha um pouco abaixo no seu ombro e andei até ele, o


mesmo parou na frente do espelho e me encarou.

- O que foi? -ele perguntou.

- Não tinha visto isso antes.

Ele franziu o cenho.


Passei meu indicador por cima e fixei meus olhos ali o admirando, parecia
ser de nascença e tinha um formato de âncora que pegava boa parte do seu
ombro esquerdo.

- O que você está vendo? -ele pergunta me olhando por cima do ombro.

- Seu sinal -digo e depois ele me encara pelo espelho.

- É de nascença, Adam e eu temos no mesmo lugar.

- E muito bonito -digo e ele dá um sorriso pequeno.

Dylan se virou de frente para mim e beijou minha testa, sorri de lado e saí
do banheiro indo até a cama para me vestir. Escolho o azul Royal que vinha
até o meio das coxas e tinha pequenos detalhes espalhados por ele, visto a
peça íntima que veio com os vestidos, não quero vestir a calcinha da noite
passada.

Me arrumo e deixo meu cabelo secar naturalmente, Dylan saí do banheiro


depois de um tempo segurando a toalha na cintura com apenas uma mão e
vai até o sei closet, ele saiu de lá minutos depois usando uma blusa social
preta que está enrolada até os cotovelos e uma calça jeans escura.

Um telefone toca e vejo que não é o meu, Dylan vai até o aparelho e o
atende.

- Dylan -faz uma pausa- Claro, eu entendo.

Suspirou.

- Chego aí em 15 minutos -franzi o cenho.

Desligou o telefone sem deixar a pessoa do outro lado da linha responder.


Me olhou intensamente e se aproximou de mim.

- Preciso sair agora, aconteceu um problema com a minha boate.

- Você tem uma boate? -pergunto surpresa.

- Sim

- Você é dono de muitas coisas -digo balançando a cabeça.

- Na verdade essa boate é minha e de Peter, somos sócios e eu irei


encontrá-lo agora.
- Certo, eu vou chamar um táxi para ir para casa.

- Você... -coçou a nuca- Não quer ir comigo? -é a primeira vez que vejo
Dylan tímido e ele fica muito fofo.

Eu quero ficar um pouco mais com Dylan, mas acho que estou o sufocando
demais, não posso me acostumar a ficar com ele o tempo inteiro.

- Não acho que seja uma boa ideia.

- Por que não? -Pergunta sério.

- Tenho que ir pra casa Dylan, Emy deve estar me esperando e...

- Então levamos sua amiga também -disse e me puxou pelo braço até
sairmos do quarto.

- Dylan -o chamo e ele me ignora.

Paramos na frente do elevador e ele pega o meu celular que estava na


minha bolsa.
Desbloqueia o aparelho facilmente por não ter nenhum tipo de senha e
pressiona alguma coisa.

Leva o celular até o ouvido e alguns segundos depois:

- Emily é o Dylan -ele diz e eu me aproximo tentando pegar o celular da


sua mão.

- Não se preocupe ela está bem.

Dylan é absurdamente mais alto do que eu então você já deve imaginar eu


tentando pegar o telefone do ouvido dele. Pareço uma criança tentando
pegar um galho de uma árvore alta demais.

- Dylan! -grito.

- Então, Lisa e eu estamos indo até a minha boate nesse instante e


queremos que você vá conosco -ele diz.

O olhei irritada.

- Certo, passarei o endereço por mensagem -sorriu e desligou em seguida.


Ele me entrega o celular e o peguei com uma violência tremenda fazendo
ele apertar a boca em uma linha reta e piscar algumas vezes.

- Abusado -digo e aperto o botão do elevador.

- Que você adora -sorriu convencido.

- Não tenha tanta certeza -minto.

- Hum sei -Me abraçou por trás.

- Me solte -digo e ele beija meu pescoço.

Mas que filha da puta!


Dylan sabe o meu ponto fraco e sabe muito bem quando utilizá-lo.

Senti sua barba roçar no meu pescoço e seus lábios no meu ouvido me
fazendo estremecer, passei a língua nos lábios que estavam secos e suas
mãos que estavam no meu tronco subiram um pouco até ele apertar meus
seios de leve.

- Me desculpe, baixinha -dei um suspiro e ele me virou de frente.

- Você é um babaca -digo e ele sorri.

Dylan me beija delicadamente em seguida e nós ouvimos o barulho do


elevador indicando que as portas foram abertas.

- Vamos -ele diz e pega na minha mão.


*BÔNUS*
Peter Ross

Estou parado em frente a vidraça da minha sala olhando a bela cidade de


Nova York e pensando no império que construir sozinho durante esses
anos.

Girando o anel no meu dedo indicador contemplei a bela vista, carros


trafegam pelas ruas e pessoas caminham normalmente. Era fim de semana,
mas eu precisava resolver umas coisas na empresa por isso estou aqui.

Passei um mês viajando para fora dos Estados unidos fechando contratos
importantes e cheguei há alguns dias atrás.

A primeira coisa que fiz além de transar com a comissária de bordo no


banheiro do avião foi encontrar o idiota do Adam.

Adam e Dylan Venturelli são meus dois melhores amigos, os únicos que
não me passariam a perna e estariam comigo se alguma merda acontecesse.
Nate Venturelli também é meu braço direito, mas infelizmente está na Itália
e se recusa a vir para Nova York, estamos tentando convence-lo a anos.

Adam se ofereceu para me pegar no aeroporto e eu aceitei. Precisava ver


um rosto conhecido.

Ele me disse que Dylan ainda não sabia que eu estava de volta e queria
fazer uma surpresa, na verdade ninguém sabia. Mas Adam me perturbou
tanto com os telefonemas de madrugada e a porra dos áudios onde ele
mandava eu tomar no cú que acabei dizendo a ele.

Adam sabe ser muito persuasivo quando quer.

Naquela noite nós dois arrastamos Dylan para a boate para comemorar a
minha volta no estilo certo, primeiro fomos para o restaurante de Dylan
comer algo e depois iríamos beber até o cú dizer chega e eu transaria com a
primeira mulher gostosa que aparecesse.

Mas havia apenas um detalhe que eu não fazia ideia.

Dylan estava noivo da sua secretária.


Nem em um milhão de anos eu pensei que isso fosse acontecer, é claro que
eu sabia que ele tinha uma tara pela mulher, mas se casar com ela? Não,
acho que não.

Depois que ele mandou aquele cara para hospital eu vi o que eu nunca tinha
visto antes.

Dylan estava morrendo de ciúmes, isso com certeza ele estava sentindo.

No dia seguinte ele apareceu no meu apartamento com um ridículo brilho


nos olhos.

- E aí, cara? -ele me cumprimenta.

- Olha, se não é o noivo do ano -digo sarcástico e ele entra na minha casa.

Se serve um whisky e se senta no sofá, estou pensando seriamente em


trocá-lo. Sofás brancos estão me atraindo ultimamente.

- De onde você veio? -Me sirvo um whisky também e vejo ele meio
perturbado com algo.

- Estava com o meu pai e Adam -bebeu um gole- Nossa empresa fará uma
fusão dentro de pouco meses.

Quase eu me engasgo com a bebida, os Venturelli fazendo uma fusão? Essa


é nova.

- Fusão? -pergunto surpreso.

- Pois é, a empresa de designer de Carlos Mendoza se juntará a nossa.

- Carlos Mendoza? Pensei que ele estivesse aposentado -Me sento no sofá.

- E está, sua filha está no comando da empresa.

- Qual o motivo da fusão? -pergunto.

- Um favor -ele diz e eu ergo a sobrancelhas- A empresa de Mendoza


estava na beira da falência e graças a um favor que meu pai devia, nós
vamos retirá-la da fossa.

Bebeu todo o líquido e se serviu mais.


- Nossa! -exclamo.

- O que? -perguntou.

- Passei um mês fora e olha o que aconteceu -bebi o resto do líquido.

Dylan sorriu de lado e concordou com a cabeça.

- A empresa está prestes a fazer uma fusão e eu estou noivo da minha


secretária -falou.

- Noivo... Quem diria -cruzei as pernas e apoiei o braço na extensão do


sofá.

- Então, quanto a isso... -ele disse sério.

Dylan me contou que tinha feito um acordo com ela para que os dois
ficassem noivos e em troca pagar uma dívida extremamente altas que ela
estava devendo. Iriam fingir para todos os familiares e amigos importantes
para não perder a imagem de CEO, e pelo visto todos tinha acreditado, até
eu acreditei.

E a minha primeira reação ao ouvir tudo isso foi rir, mas eu rir para
caralho!
Passei mais ou menos uns 15 minutos rindo da sua cara, eu precisava
aproveitar aquele momento.

Não é todo dia que você vê seu melhor amigo ficar noivo para não perder o
posto de CEO.

- Mais que porra! -ele disse irritado.

- Cara... Você é um idiota -jogo uma almofada no seu peito.

- Eu precisava fazer isso, Peter. Não posso perder a gerência da empresa.

- Eu sei disso, mas não deixa de ser a ideia mais clichê que eu já ouvi -
sorri.

Dylan revirou os olhos e eu ri mais ainda.

- Mas e essa mulher...

- Lisa -me disse o seu nome.


- Isso a Lisa, vocês estão burlando o acordo ou está tudo extremamente
profissional?

Um sorriso malicioso apareceu no seu rosto como resposta.

- Não sei nem porque perguntei -digo bebendo um gole do whisky depois.

- No início estava tudo profissional, mas nem eu e nem ela conseguiu nos
segurar.

- É um acordo de restrição, não é? Você e ela não podem ficar com outras
pessoas.

Ele acena em concordância.

- No início fiquei um pouco relutante, mas no momento eu estou


conseguindo me controlar sem problemas.

Franzi o cenho.

- Você não sente vontade de fazer sexo com outras mulheres? -pergunto.

- Não -ele diz baixo.

- Caralho! Você só está transando com ela então?

- Sim porra! Quer que eu desenhe? -disse irritado.

Seria um desenho interessante, me levantei e fui na sua direção colocando o


braço no seu ombro.

- Você está fudido meu parceiro -digo e ele levanta uma sobrancelha.

- O que você quer dizer? -perguntou confuso.

- Você está se apaixonando por ela.

Seus olhos saltam e sua respiração se altera, ele se livra da minha mão e
anda até o outro lado enquanto eu dou risada do seu desespero.

- Não, você está ficando louco -ele dizia andando de um lado para o outro.

- Dylan, você deve pensar nela a todo momento, você faz sexo apenas com
ela sem contar os brilhos nos seus olhos que dariam pra iluminar a porra de
um campo de futebol.
Ele sorriu sem graça e balançou a cabeça negativamente.

- Eu não estou apaixonado por ela -disse não me convencendo- Isso seria
estranho e rápido demais.

- Não é estranho é previsível, vocês estão em um acordo onde precisam


estar juntos a todo momento, sem falar nas horas que trabalham na sala
uma ao lado da outra. E não me venha falar de tempo por que isso é
mentira, você sabe que sempre teve uma tara por ela, e olha que você me
disse que a mulher te achava um babaca! O que você realmente é.

Ele me olha irritado e bufa.

- Talvez...eu goste de estar com ela, mas me apaixonar...acho que não -


falou.

- Tá bom então -levanto os braços em rendição.

Discutir com ele não vai dar resultado, ele irá descobrir por si só.

Agora eu estou aqui na minha sala olhando pela janela quando meus
pensamentos são interrompidos por um Adam risonho que entra na minha
sala sem bater.

- Peterzinho -eu odeio quando ele me chama assim.

- Adam, o que devo a sua chata presença? -digo e ele coloca a mão no peito
fingindo estar ofendido.

- Assim você me ofende -reviro os olhos.

Caminho até a mesa e me sento na minha cadeira.

- Fala logo, Adam -digo olhando para alguns papéis.

- Você e eu vamos ao apartamento de Dylan.

Levanto o olhar e suspiro.

- Não -digo sério.

- Sim, levanta-se logo -coçou o braço distraído.


- Já disse que não -bufo irritado.

- Precisamos contar a Dylan do baile beneficente que irá ocorrer daqui a


algumas semanas e você precisa estar presente.

- Por quê? -pergunto sem entender.

- Porque ele vai achar que eu estou o sacaneando e você se lembra do que
aconteceu da última vez.

Sorri ao me lembrar, uma vez Adam disse que iria acontecer uma festa do
mesmo tipo em uma recepção muito famosa, mas ele acabou errando o dia
ao contar a Dylan e sem querer o mandou para uma festa onde estava
ocorrendo uma exposição de masoquismo. Dylan cuspia fogo quando nos
contou que uma mulher queria bater na sua bunda e o prender em algemas.

- Não posso sair agora Adam estou com trabalho para fazer -escondo o
sorriso e volto a ler os papéis.

- Se você não for eu vou encher o seu celular de áudios e não adianta me
bloquear porque eu vou ligar pro seu telefone a todo momento, seja ele o
pessoal, o da sua casa e do seu escritório. Você vai enjoar de mim, mas do
que já enjoa.

Olhei nos seus olhos e vi sinceridade, Adam realmente faria aquilo.

Droga.

- Pegue a minha jaqueta.

(...)

Depois de contar a Dylan sobre a festa e passar um momento constrangedor


com Lisa, eu fui para casa trocar de roupa pois tinha uma reunião
importante ainda naquela manhã.

Vesti meu terno de azul escuro e fui para o estacionamento quando recebi
uma ligação nada agradável.

Eu tinha duas boates na cidade e uma delas Dylan era o meu sócio e nessa
foi que aconteceu o problema. Pedi para que o informasse que nos
encontraríamos lá.

Como a boate era praticamente na esquina do meu condomínio decidi ir


andando e aproveitar um pouco o dia que estava muito bonito.
Andei tranquilamente pela rua quando uma mensagem de Samantha chega
no meu celular.

Samantha é a mulher que atende minhas necessidades quando estou sem


saco para procurar mulher na rua, digamos que ela seja a minha foda casual
que está sempre a minha disposição e eu a sua.

Ela havia mandado uma mensagem que queria me ver hoje a noite e claro
aceitei, não dispenso uma boa foda.

Estava digitando quando esbarro em alguém que cai no impacto, meus


olhos caem nessa pessoa e vejo que é uma mulher.

Ela caiu em uma pequena área que tinha barro e acabou se sujando toda,
sua calça era branca e sua blusa era meio que rosa não sei direito, estava
concentrado demais no seu corpo que era formado por belas curvas, seus
cabelos eram amarelos como o sol.

Porra! Eu adoro loiras.


24° capítulo

Fiquei sem fala por alguns segundos e ele arqueou uma sobrancelha, olhei
para baixo vendo meu estado e logo voltei a mim.

- Você é cego por acaso? Olha o que você fez -aponto para o meu corpo.

Ele sorri de lado e meu sangue ferve.

- Eu fiz? Não ponha a culpa em mim, você que estava com os olhos no
celular e não na rua prestando atenção nos seus passos.

Era bonito demais para ser verdade.

- Você que não presta atenção, parece uma parede levando todo mundo,
idiota.

Vi o homem suspirar.

- Certo, tanto faz -me esticou a mão.

Olha, será que ele é educado?


Ata! Olha a piada, Brooks.

Peguei sua mão e senti um pequeno choque me atingir, ele sentiu também
porque fez uma cara de confuso. Me ajudou a levantar e juntou meu celular
do chão, mas antes de me devolver ele leu o que tinha na tela.

- Me dê isso- puxei o celular da sua mão - Você é abusado assim ou faz


curso?

Ele riu e eu fiquei um pouco tonta, era um sorriso muito bonito.

- Precisava saber o que tanto te distraia nesse negócio -disse e girou um


anel prateado no dedo indicador.

Agora que vi o tal gesto percebi que ele tinha algumas tatuagens nos dedos
e em na mão, não duvido que tenha também por baixo desse terno.

Revirei os olhos e ajeitei minha roupa, abaixei minha blusa que estava um
pouco bagunçada e tentei limpar um pouco a calça, mas era inútil já que a
porra era branca.
Nesse meio tempo fiquei resmungando baixinho para mim mesma, tenho
um péssimo costume de fazer isso. Estou com a cabeça baixa quando
escuto uma risadinha.

- O que ainda está fazendo aqui? -pergunto para o idiota que me sujou toda.

- Estava ouvindo você resmungar, você sempre faz isso? -perguntou


divertido.

Ergui a minha mão fechada na altura do seu rosto que a olhou atentamente,
quando vi que tinha sua atenção levantei o dedo do meio bem na sua cara e
sai andando de lá, o deixando com cara de tacho.

Peguei o celular e coloquei no GPS novamente, olhei várias vezes para o


celular para ver se era isso realmente o que eu estava vendo.

Eu estava indo na direção oposta.

Ele estava dizendo para eu voltar e seguir adiante, ou seja, teria que voltar
por onde passei e ver aquele idiota de novo.

Suspirei profundamente e me virei.


Ele estava lá em pé com as mãos no bolso com um sorriso maior que ele,
caminhei na sua direção tentando manter a calma para não voar no seu
pescoço.

- Ah, olha ela aí -disse e cruzou os braços- Que bom que voltou.

- O que você quer? -pergunto irritada.

- Vi no seu celular que estava indo para a boate Fast club que por
coincidência...é para onde estou indo.

Fechei a cara, não acredito que essa cara vai para o mesmo lugar que eu.

- E? -pergunto ríspida.

Ele sorriu e fez sinal com a mão para que eu passasse.

- Primeiro as damas ou nem tão damas assim.

- Cavalo -resmunguei sorrindo debochada e comecei a caminhar.


Apenas aceitei ir com ele porque eu não sabia o endereço e do jeito que o
GPS estava me guiando eu ia parar no Egito.

Estava andando de cara fechada e com os braços cruzados.

- Qual o seu nome? -perguntou de repente.

Olhei para ele e me lembrei da minha calça toda suja de barro. Uma
irritação me subiu, além de arrogante é mal-educado. Não teve a decência
de se desculpar.

- Não interessa -falo.

- Calma mulher, foi só uma pergunta -levantou as mãos em rendição.

- Calma? Você quer calma então vai morar no mato, eu estou toda suja por
sua culpa.

- Já disse que a culpa foi sua, você que estava distraída -falou sério.

- Vai a merda! -digo e aponto o dedo no seu peito.

Ele me olha como se fosse me atacar e se aproxima de mim ficando


extremamente perto, sinto seu cheiro com uma mistura de perfume e seu
próprio cheiro masculino.

Ele me encara por intermináveis segundos e fixa o olhar na minha boca,


passa a mão no cabelo frustrado e eu não consigo desviar o olhar dos seus
olhos. Meu dedo ainda está apoiado no seu peito e eu o sinto tocar na
minha mão a tirando de onde eu tocava.

Até que ele se vira e sai andando, pisco várias vezes e solto a respiração
que nem sabia que estava segurando. Intenso.

Olho em volta e sigo adiante atrás daquele brutamonte, ele dá passos largos
e eu praticamente corro. Porra! Eu não sei o endereço.

Quando dobramos uma rua eu vejo a placa da boate, nossa! É bem grande.
Ele chegou primeiro que eu lógico, mas foi parado por um senhor que
pedia alguns trocados, passei por ele e dei um sorrisinho ridículo enquanto
eu via ele dá uma nota de 100 dólares para senhor.

100 dólares? Será que ele não quer me dar algumas notas? eu deveria ter
pedido isso antes de mandá-lo a merda.
Adentrei o ambiente e segui reto quando sem querer acabei tropeçando em
uma vassoura e quase caio no chão.

Eu sou desastrada ao extremo!

Me firmei no chão e vi o idiota atrás de mim, andei rápido, mas ele me


alcançou e logo estávamos lado a lado.

Chegamos na pista de dança e vi Lisa e Dylan conversando com uma


mulher que parecia discutir com ela.

Os três olharam para trás e nos viram, eu com a cara de quem comeu e não
gostou e ele com a cara de quem iria matar um.

Não o conheço, mas já odeio esse cretino!


25° capítulo
Lisa

Os dois se aproximam e Emily me encara irritada como se algo a


incomodasse e Peter não estava tão diferente.

Os dois param na nossa frente e se encarando revirando os olhos em


seguida, o que está acontecendo?

- Dylan, podemos falar no escritório? -Peter pede a Dylan que acena com a
cabeça.

Dylan olha para mim e pra Emily e diz:

- Se vocês forem tomar algo é só pedir a Susie.

A Susie aparece sabe Deus de onde na nossa frente com um grande sorriso
no rosto.

- Obrigada Dylan, você é muito educado e é uma pena que não possa dizer
isso de outras pessoas...-Emy diz e dá de ombros.

Vejo Peter bufar irritado e sussurrar.

- Mulher irritada do caralho.

Sorri involuntariamente e paro na hora quando vejo Emy me lançar um


olhar de morte. Dylan chega perto de mim e alisa minha bochecha.

- Eu já volto, baixinha -beija minha têmpora.

Depois que os dois saem, Natalie vulgo perua volta a polir as bebidas e
Susie nos cumprimenta.

- Susie Jones -levanta a mão.

- Lisa Morris e essa e minha amiga Emily Brooks -fizemos os


cumprimentos.

Susie parecia ser uma pessoa gentil e receptiva, usava uma bota de cano
curto e um short jeans azul com um casaco listrado na cintura, sua camiseta
era preta com rosto do Charlie Chaplin estampada.
- Vocês querem alguma coisa, água? Whisky? -pergunta.

- Eu quero água, por favor -peço.

- Um Bourbon -Emy diz e eu arregalo os olhos.

Não são nem 11h da manhã, Emy só bebe whisky quando está estressada
ou nervosa...não, espera. Ela beberia whisky o dia inteiro de deixassem.

Susie nos deixa a sós e entra em uma portinha onde creio eu fique os
estoques de bebidas, Emy e eu fomos até umas das mesas de vidro.

- Conte o que aconteceu? -nos sentamos nas cadeiras de metal.

- Meu carro parou de funcionar esta manhã por isso decidi vir de táxi, mas
o taxista me disse que aqui era via única por isso teria que dar a volta pela
boate o que demoraria muito mais tempo, então decidi vir andando sendo
guiada pelo GPS do celular.

Suspirou.

- Emy, aqui são duas vias -digo e ela me encara confusa.

- Mas ele me disse...que era só uma.

Dou de ombros e ela começa a rir do nada.

- O cara já estava tão velhinho que acho que nem viu as ruas direito,
provavelmente não enxerga nem as próprias bolas.

Sorrimos e Susie se aproximou com as bebidas.

- Aqui meninas -disse com um sorriso pequeno.

- Obrigada -digamos em uníssono.

Escutamos Natalie chamar por Susie que vai até ela e dou continuidade a
conversa com Emily

- E então?

- Então, eu estava seguindo o endereço pelo celular quando eu esbarrei no


senhor músculos ali, acabei caindo no chão com o impacto e sujei toda a
minha calça.
Ela se levantou e me mostrou a calça que estava coberta de barro, caramba
nem com uma escovinha isso vai sair.

- Nós discutimos por um tempo e ele me ajudou a levantar, pegou o meu


celular do chão olhando pra tela na cara de pau e assim ele soube pra onde
eu estava vindo que por coincidência era o mesmo lugar que ele.

Deu um gole no Bourbon de uma vez, ela parecia aérea com se ainda
faltasse alguma coisa a ser contada.

- Só isso? -ele levanta o olhar para mim e balança a cabeça negando.

- Eu o mandei a merda e... ele se aproximou de mim como um tigre como


se fosse me atacar, me olhou no fundo dos olhos e encarou minha boca
como um predador, ele estava perto demais. Eu me senti muito intimidada,
odiei me sentir assim!

Ela falava olhando para o nada concentrada nas suas descrições, não sei
muito bem o que aconteceu, mas mexeu com a minha amiga.

- Ele é o homem mais bonito que já vi -confessou e não pude deixar de


sorrir.

- Você gostou dele -aponto pra ela.

- Certo, não se faça de louca -se desvia- Ele é um mal-educado, arrogante e


ainda é um cretino, pacote completo!

- Que você acha bonito -sorri divertida e Emy revira os olhos.

- Não sei por que te contei essa parte -falou.

Eu ri ainda mais, Emy é toda desbocada e fala a primeira coisa que vem na
mente, imagino esse "encontro" que ela teve com Peter.

- Mas espera, por que ele estaria aqui? -ela parceria pensar.

- Peter e Dylan são sócios, os donos da boate.

- Peter?

- Peter Ross, ele é o melhor amigo de Dylan.

Vejo Emy fazer um "o" com a boca com indiferença.


Ela se vira e pega a sua bolsa, tira o cartãozinho de dentro e me entrega.

- Você salvou minha vida -digo salvando os números no meu celular.

Continuamos conversando sobre outros assuntos e Susie se juntou a nós,


ela era bem divertida. Fizemos amizade bem rápido, descobri que ela
também tem 22 anos e está morando aqui em Nova York a pouco tempo já
que era de Seattle.

Estávamos conversando animadamente sobre várias coisas quando o


celular de Emy apita tão alto que ecoou pelo ambiente.

Ela pega o celular de uma forma desastrada e tentando abafar o barulho,


Susie e eu rimos do seu desespero. Ela desbloqueia o aparelho e sorri sem
graça.

Ela começa a ler as mensagens e às vezes me olha e se concentra no celular


novamente.

- Emily, o que você está lendo? -pergunto.

Ela suspira e diz.

- Uma matéria sobre você e Dylan... Eles já sabem quem você é.

Ela virou o celular e tinha várias fotos minhas saindo do restaurante com
ele.
Algumas legendas me atacando por eu ser uma simples secretaria e
comentários maldosos de mulheres invejosas.
E outros apoiando o meu relacionamento com ele.

Comecei a ler aquela merda toda e me acusaram de golpista, interesseira e


pobretona! Essa gente não tem mesmo que fazer!

Emily puxou o celular da minha mão interferindo na minha leitura, Susie


olhou para mim e sorriu ternamente.

- Não ligue pra esse bando de desocupados, eles só pensam no dinheiro em


que vão conseguir por essas matérias -Emy diz e guarda o celular na bolsa.

- É, eu sei -bebo um gole de água.

- Lisa, eu acabei de te conhecer, mas pelo pouco que vi posso dizer que
você e essa mulher que descrevem nesse site não são a mesma pessoa -
Susie me conforta.
Sorri em agradecimento.

- Não vou deixar esses urubus acabarem com a minha paz interior -faço a
posição dos monges com as mãos e as duas começam a rir.

- É isso aí, garota -as duas dizem em uníssono

Nós três caímos nas gargalhadas quando eu sinto uma mão máscula tocar o
meu ombro e um cheiro que eu reconheceria em qualquer lugar.

- Posso falar com você? -Dylan para ao meu lado.

Concordo com a cabeça e nos afastamos um pouco.

- Terei que ficar mais um pouco aqui na boate, Peter e eu estamos tentando
resolver um problema e levará mais tempo do que o previsto, não posso
ficar com você hoje -ele diz e pressiona os dedos nos olhos parecendo
aborrecido.

Me aproximo dele colocando as mãos no seu peito, ele me encara com seus
lindos olhos verdes. Levanto um pouco os pés e dou um selinho nos seus
lábios.

- Eu entendo, você precisa trabalhar -digo e ele envolve minha cintura.

É obvio que eu o entendo, Dylan é um homem de negócios e problemas


sempre aparecem. Não posso fazer uma birra apenas porque ele não poderá
ficar comigo.

Ele sorri e me beija urgente explorando toda a minha boca, ele aperta
minha cintura forte como se eu fosse fugir.

- Ei vocês dois arranjem um quarto -Peter grita do outro lado.

Dylan e eu nos afastamos.

- Cala a boca, Peter -Dylan fala com ele que mostra o dedo do meio.

Sorri de lado.

- Meu motorista irá levar você e Brooks para onde vocês quiserem -ele
coloca uma mecha do meu cabelo para trás.

- Nós podemos ir de táxi -digo.


- Não, você irá com o meu motorista -ele diz.

- Mas...

- Sem, mas Lisa, você irá com ele deixe de ser teimosa.

Dylan diz sério e eu concordo com a cabeça, não quero o deixar mais
estressado do que ele está até por que discutir não irá nos levar a lugar
nenhum.

- Grosso -sussurro.

- Teimosa.

Me viro para sair, mas ele segura meu braço, levanto uma sobrancelha para
ele.

- Meu beijo de despedida, baixinha -ele sorri lascivo e me puxa para o seu
peito.

- Todos que você quiser, Sr. Venturelli.

- Mas antes -coloco um dedo nos seus lábios - Queria levar Susie para
almoçar comigo e Emily.

Ele franziu o cenho e olhou para Susie que conversava normalmente com
Emily, enquanto Peter estava no bar mexendo no celular.

Ele olhou para mim e parceria pensativo, ergueu o pulso para ver o relógio.

- Traga-a às 14h -ele disse e eu sorri abertamente.

- Obrigada!

Cheguei à mesa onde as meninas estavam e pedi para que Susie pegasse
suas coisas que iríamos almoçar, ela rapidamente o fez.
Dylan se aproximou da nossa mesa juntamente com Peter.

- Podemos nos ver a noite, janta comigo no meu apartamento? -Dylan


pergunta e eu aceno concordando.

- Claro, cara -Peter responde com os olhos vidrados no celular.

- Você não, idiota -Dylan diz.


- Ah sim, não estava prestando atenção -Peter diz e Emy solta uma risada
sarcástica.

- É o que ele faz de melhor -Emy diz irônica.

- Tem outras coisas que eu faço muito melhor, quer ver loirinha? -Peter
pergunta com um sorrisinho de lado.

Emy sorri falso e revira os olhos.

- Cretino -sussurra.

- O que você disse? -Peter pergunta sério.

- Eu disse que você é...

- Nada! Ela não disse nada, vamos Emily -a corto.

Susie aparece bem na hora graças ao senhor bom Deus! Se esses dois
começassem a discutir eu sinto que não iríamos sair daqui hoje.

- O motorista está lá fora, me ligue qualquer coisa -Dylan diz e beija a


minha testa.

Dylan é tão fofo às vezes.

- Tchau, meninos -digo aos dois.

- Espere! -Susie puxa algo da sua bolsa, mas que parece uma mochila de
tão grande.

- Eu trouxe um short extra na minha bolsa, sabe...sou uma mulher


precavida, você pode vesti-lo Emily. É melhor do que ficar com essa calça
suja.

- Susie, você é um anjo -Emy pega o short e agradece indo até o banheiro
depois que Dylan disse onde era.

Nós quatro estávamos parados conversando e vi que Peter era uma pessoa
fácil de conversar mesmo sendo convencido igual a Dylan.

Emily saiu do banheiro e vi que Peter a encarava da cabeça aos pés, mas
desviou assim que ela olhou para ele.

- Vamos! Estou faminta -Susie disse.


Saímos da boate e vi um homem parado perto do carro que viemos, ele
acenou para mim.

- Srta. Morris.

- Olá -digo e ele acena.

Ele abre a porta do carro para nós três que entramos e fomos para o
restaurante mais próximo.
26° capítulo
Lisa

Entramos no restaurante que estava bem movimentado por sinal, fui direto
para a mesa do fundo ao lado da janela.

Não sei por que, mas eu adoro as mesas isoladas dos restaurantes.

Susie se sentou ao lado de Emy e eu na frente das duas. Olhei o cardápio e


pedi o prato do dia acompanhado por um bom suco de laranja que é o meu
preferido.

Susie nos contou um pouco mais sobre ela e seus motivos para morar na
cidade que nunca dorme.

- Então Susie, o que te fez morar aqui? -Emy pergunta.

Percebi seu olhar se entristecer.

- Eu morava com a minha mãe em Seattle, mas há alguns meses atrás ela
faleceu de leucemia -ela diz triste- Vim para Nova York porque não queria
continuar morando na minha antiga casa, não queria nada que eu me
lembrasse que eu perdi quem eu mais amava, mesmo ela estando nos meus
pensamentos todos os dias.

Fiquei bastante surpresa, quem visse Susie não diria que ela tinha passado
por isso, ela é tão sorridente e alto astral.

- Sinto muito -digo e toco sua mão enquanto Emy alisa suas costas para
confortá-la.

- Tudo bem, mas eu já estive em Nova York antes -a encaramos com


curiosidade- Precisávamos de dinheiro para pagar o hospital e uma
oportunidade surgiu para mim como assistente de um designer aqui em
NY, aceitei obviamente e fiquei por aqui apenas dois meses.

- Por que voltou? -Emy pergunta.

- Porque o estado dela estava piorando e eu tive que voltar a Seattle para
ficarmos juntas, algumas semanas depois ela faleceu -Susie respirou fundo-
Foi horrível...mas depois disso eu vim para cá.
Ela mexeu na franjinha que tinha em seus rostos e desviou o olhar, Emily e
eu nos olhamos e eu toquei na mão de Susie por cima da mesa e Emy a
abraçou de lado.

Conheço Susie a menos de 1 dia, mas parece que já somos amigas a anos.

- Meu Deus! Conheço vocês duas a menos de 4 horas e já falei o que não
tinha falado para ninguém -Susie limpa uma lágrima sorrateira enquanto
sorria.

Nós três estávamos rindo igual três hienas que eu acho que algumas
pessoas nos olhavam torto, mas eu ri ainda mais quando vi nossos pratos se
aproximando, Jesus! Como eu amo comer.

O garçom nos serviu e eu lógico ataquei, o cheiro estava divino.

Fizemos nossa refeição e conversamos entre pausas, nos divertimos


contando algumas histórias minhas e da Emy na nossa adolescência.

Estudei com Emy e Jon desde o início da nossa vida acadêmica, de cara nos
tornamos os três mosqueteiros, fazíamos tudo juntos.

Até iríamos para a mesma faculdade, Jon e eu faríamos administração, mas


ele acabou desistindo e Emy faria faculdade de moda.

Mas quando chegou o último ano do ensino médio meu mundo veio ao
chão.

Estávamos na primeira semana de aula e eu estava em casa terminado um


trabalho para entregar no dia seguinte quando eu recebi uma ligação de que
meus pais haviam sofrido um acidente de carro.

Foi chamado ajuda mas eles morreram no caminho para o hospital.

Foi o pior dia da minha vida, eu tinha apenas 17 anos quando tudo
aconteceu. Eu fiquei completamente devastada, os únicos que ficaram ao
meu lado foram Jon, Emily e Elisa.

Elisa era a nossa vizinha mais próxima, eu a considerava como uma


segunda mãe, uma figura familiar já que nunca tive familiares por perto.

Minha mãe e ela sempre foram muito unidas, tanto que haviam feito um
tipo de acordo judicial, se algo acontecesse com ela e meu pai Elisa ficaria
com a minha guarda e cuidaria de mim até eu completar 18 anos e ir para
faculdade. E foi exatamente isso o que aconteceu.

Eu ficaria na sua casa para terminar o último ano do ensino médio que
tinha acabado de começar e só então eu iria seguir com a minha vida.
Entraria para a faculdade e arranjaria um emprego para me manter.

Havíamos guardado dinheiro para pagar todos os anos necessários da


faculdade, assim não me preocuparia com as mensalidades.

Eu iria morar com ela e seu marido Bob por um ano. Seria uma ajuda até eu
me mudar para o campus e assumir as rédeas, até por que faltava 1 ano para
o ensino médio acabar. Apenas 12 meses certo? Passariam tão rápido que
eu nem perceberia.

Mas infelizmente não foi assim que aconteceu.

- Ei, Lisa! -ouço um estalar de dedos.

- Oi! O que houve? -respondo e vejo Emy me olhando.

- Eu que te pergunto, você ficou com essa cara de mongol de repente -Emy
disse e franziu o cenho.

- Desculpe, eu só estava...pensando -sorrio torto.

Pensando em tudo o que eu aguentei naquela maldita casa.

- Tá bom então -ela me olhou desconfiada.

- Já vai dar 14h preciso voltar para boate -diz Susie e eu confirmo com a
cabeça.

- Vamos! -falei.

Eu com toda certeza não suporto pensar sobre isso.

Pagamos a conta e saímos do restaurante.


Deixamos Susie na boate e fui para casa com Emy, ficamos jogando
conversa fora como sempre fazemos.

Já eram 21:30 e percebo que Dylan não me ligou, chequei meu celular pelo
menos umas 3 vezes e nada. Tínhamos marcado de jantar em seu
apartamento, mas não tive notícias suas, será que aconteceu algo?
Decido ligar para ele, vou nos contatos e pressiono no seu número. Já está
no quarto toque e ele não me atende, no sétimo eu decido desligar.

- Lisa! -Emy grita da sala- Vai começar Friends, vem logo.

Coloco o celular no criado mudo e suspiro.

O que será que aconteceu para ele me dar um belo de um furo?


27° capítulo
Lisa

Mais um início de semana começou, era segunda feira e eu estava com meu
humor matinal maravilhoso!

Ou nem tanto assim.

- Mucura, você viu a minha chave?

Emily andava de um lado para o outro, ela parecia frustrada e eu estava


comendo uma tigela de cereal super despreocupada.

- Deve estar no potinho, Emily. Procure -falei.

- Eu já procurei lá e não está -parou na minha frente e colocou a mão na


cintura.

Larguei a colher e levantei o olhar para encará-la.

- Se eu for até lá e achar...eu vou bater você -digo séria.

Emy deu de ombros e eu me levantei a procura da chave que eu tenho


certeza de que estava no potinho porque eu a coloquei lá.

Quando me aproximo eu vejo a chave prateada brilhando junto a minha, a


pego e levanto no ar dando um sorrisinho vitorioso.

- Aqui está -jogo para ela que a pega.

- Não estava lá quando eu procurei -falou.

- É porque você procurou errado -digo e me sento novamente para terminar


de comer.

Emy revirou os olhos e se aproximou de mim se sentando ao meu lado.

- O que aconteceu? -perguntou.

- Por que aconteceria algo? -mexo no cereal.

- Não responda a minha pergunta com outra, você sabe que eu odeio isso -
ela empurrou meu ombro de leve me fazendo sorrir de lado.
- Eu conheço você e eu sei quando tem algo te chateando. Desde do nosso
almoço com Susie no sábado você está assim -Emy disse me encarando.

Eu não a olhava apenas encarava a minha tigela de cereal.

Eu sabia perfeitamente por que eu estava assim, mas não queria admitir em
voz alta.

- Me diz Lisa! Me diz Lisa! Me diz Lisa! -repetiu incansáveis vezes.

- Tá! Tá bom, eu te conto para com isso -me viro na sua direção.

Suspirei e encarei seus olhos cheios de curiosidade.

- Dylan -digo apenas e ela se levanta com os braços pra cima.

- Eu vou matar aquele babaca, o que ele fez para você? -Abro a boca para
falar algo mas levanta a mão me impedindo- Não, nem me fala. Vou agora
mesmo lá no apartamento dele e arrancar aquelas bolas...

Arregaçou mangas invisíveis e fez cara de mau.

- Emy -a chamo enquanto ela estava resmungando como iria arrancar as


bolas de Dylan.

- Vou cortar cada uma com um machado e dá para animais da flores, sabe o
que podemos fazer depois? As sobras podemos queimar e assistir com uma
cerveja na mão...

- Emily! -grito e ela me olha finalmente.

- Quero dizer o que está me chateando -digo e ela sorri sem graça.

- Ah sim claro, pode continuar -deu dois tapinhas na minha perna para que
eu continuasse e me encarou com atenção.

- Desde sábado que Dylan não me deu notícias suas, não me ligou nem uma
vez...nem para cancelar nosso jantar, Eu estou ficando preocupada, Emy.

Eu sei que Dylan não precisa me dizer o que ele faz, não sou sua namorada
e muito menos sua mãe, ele não me deve satisfação assim como eu não
devo a ele. Mas isso não me deixa menos preocupada e insegura.

- Você tentou ligar para ele? -Emy pergunta.


- Eu liguei, mas ele não atende -digo e olho para as minhas mãos- E aí eu
parei de ligar.

- Lisa não fique assim, deve ter acontecido algo para que ele não entrasse
em contanto com você.

- É, deve ser -digo querendo acreditar nisso.

Sorri fraco e terminei com o meu cereal.


Emy me daria uma carona até a empresa e depois iria trabalhar.

Saímos do apartamento e esperei Emy trancar a porta quando o nosso


vizinho do lado também saia do apartamento.

- Olá -nós viramos e Emy solta um enorme sorriso.

- Olá -ela diz e eu sorrio.

- Me chamo Caleb -levantou a mão e nós o cumprimentamos.

- Emily e Lisa, somos colegas de quarto -Emy diz apontando.

Olho para ela confusa, por que ela precisa dar essa informação para um
cara que nem conhecemos? Ele pode ser um psicopata e a gente não sabe.

- Ah certo -ele riu mostrando suas covinhas.

Caleb é muito charmoso, ele tem cabelo castanho e olhos pretos, seu rosto
parece que foi desenhado a lápis com lindas covinhas, seu corpo é grande e
atlético.
O tipo perfeito de Emy.

- Você se mudou pra cá faz pouco tempo? -Emy pergunta.

- Sim, faz umas 3 semanas, mas só agora eu tive a oportunidade de falar


com ambas -ele diz e guarda a sua chave no bolso.

- Trabalhamos o dia todo então deve ser por isso -digo e ele me encara.

- Trabalho de noite, mas ajudo na boate pela manhã sempre que posso -ele
diz e cruza os braços.

- Você trabalha em uma boate? -Emy pergunta e ele confirma com um


sorriso.
- Legal -Emy diz e morde o lábio inferior.

Eu estou me sentindo um peixinho fora d'água.

- Nós já vamos então, foi um prazer conhecê-lo -digo.

- Igualmente, Lisa -acenou com a cabeça.

- Até mais, Caleb -Emy sorriu maliciosa e Caleb piscou para ela.

Minha amiga não deixa passar uma.

Fomos em direção ao elevador que logo chegou e entramos apertando o


botão do térreo. Até que escuto ele nos chamar, Caleb corre até a gente e
coloca as mãos para que as postas não se fechem.

- Hoje à noite vai rolar uma festa na boate, umas das melhores do mês -me
entregou um cartão com o endereço - Vocês estão convidadas.

- Nós vamos -Emy diz e eu automaticamente a encaro.

Vamos é?

- Ótimo! Espero vocês duas lá. Aqui está o meu número -apontou pro
cartão - Me liguem quando chegar que eu pego vocês.

Dito isso ele sai e o elevador se fecha, Emy sorri extremamente maliciosa.

- Não -digo.

- Sim! -gritou.

- Emily quem vai para uma festa em plena segunda feira?

- Nós duas pelo visto -ela diz e puxa o cartão da minha mão- E o gostosão
do Caleb também -diz e guarda o cartão na bolsa.

- Eu não vou -digo quando saímos do elevador em direção ao


estacionamento.

- Sim você vai, não vou te deixar em casa lamentando por um babaca -ela
diz e abre a porta do carro.

- Eu não estou me lamenta...


- To nem aí -colocou a chave na ignição.

- Foda-se aquele idiota e vamos dançar um pouco, vai ser ótimo para você
se distrair desse fora que levou -ela diz ligando o carro.

Não sou muito fã de boates, mas não vou ficar em casa pensando naquele
bastardo que eu nem sei se está vivo, não vou ficar esperando-o me ligar.
Além do mais, ele sabe onde me encontrar se quiser falar comigo.

- Certo, eu vou -digo decidida enquanto ela dirigia pelas ruas.

- Isso garota!! -ela bate palmas soltando o volante.

- Emily não solta essa porra! -digo desesperada e ela só faz rir de mim.

Emily é louca.

(...)

Cheguei na empresa no horário certo e fui em direção ao elevador


cumprimentando a recepcionista e o segurança do prédio.

Cliquei no botão e respirei fundo, eu iria ver Dylan daqui a pouco segundos
e precisava me controlar para não o matar por ter me deixado preocupada.
Eu não deveria nem me importar.

O elevador abriu liberando o saguão da presidência. A sala de Dylan estava


com a porta fechada e estava tudo um completo silêncio. Será que ele não
veio trabalhar?

Fui direto para a minha sala e descansei minha bolsa sobre a mesa, vi a
pilha de documentos que estava me esperando e suspirei.

Dei a volta na mesa tirando meu casaco preto, hoje optei por uma calça
jeans e uma camisa cinza que vai até os pulsos com saltos também pretos e
detalhes dourados.

Me sentei e comecei a analisar aquela pilha de papéis. Depois de um tempo


decido ir até a sala de Dylan e levar os documentos necessários para a
aquisição da fusão e conferir se ele realmente veio trabalhar.

Dei duas batidas na porta e ninguém respondeu, foi o suficiente para saber
que ele não veio para a empresa hoje. Será que...ele está me evitando?
Voltei para a minha sala decepcionada com intuito de terminar meu
trabalho bem rápido e ir aquela boate beber e dançar a noite toda.

Talvez Emy tenha razão, eu preciso mesmo me distrair um pouco.


28° capítulo
Lisa

- O que você acha?

Pergunto a Emy que está secando os cabelos enquanto eu me olhava no


espelho cercando cada detalhe do vestido rosado, o mesmo estava justo ao
meu corpo deixando minhas curvas bem acentuadas e dando uma bela
visão dos meus seios.

- Está linda, Mucura -ela se vira pra mim e volta a secar os cabelos-
Coloque os brincos prateados vai ficar ótimo em você.

Aceno com a cabeça e coloco os brincos.

Eu havia chegado a uma hora atrás e Emily já estava em casa me esperando


com dois vestidos na mão.

Era um vestido rosa e o outro era vinho, optei pelo rosa que me chamou
atenção de imediato. Tomei uma ducha relaxante e agora eu estava aqui no
seu quarto calçando meu salto e esperando Emy terminar de secar o cabelo.
Fiz uma maquiagem rápida, esfumei os olhos, passei um delineado e por
fim um batom vinho.

- Vamos! -ela desliga o secador e pega o seu telefone.

Emy estava com o vestido vinho de renda com os cabelos soltos, seus olhos
castanhos estavam em destaque por causa da sombra clara que ocupava
seus olhos e na boca um batom da mesma cor do vestido.

- 2 minutos -ela disse vidrada na tela do celular.

- 2 minutos o que? -pergunto passando um pouco de perfume.

- O carinha do Uber vai chegar em 2 minutos -falou.

- Pensei que fossemos no seu carro -digo me sentando na cama.

- Nós duas vamos beber Lisa e não é pouco, além do mais -guardou o
celular na bolsa- Tenho quase certeza de que irei voltar com Caleb hoje a
noite.
Sorri da sua safadeza. Logo o Uber chegou e fomos para a boate que não
ficava muito longe do nosso apartamento demorando apenas 20 minutos.
Assim que chegamos havia uma fila imensa na frente com uns brutamontes
na porta. Emy pescou seu celular da bolsa e digitou o número que estava no
cartão que Caleb havia nos dado mais cedo e levou até o ouvido em
seguida.

- Caleb é a Emily sua vizinha -pausa.

- Então, eu e Lisa estamos aqui fora e...

Ela distanciou o celular do ouvido percebendo que ele havia desligado.

- Ele desligou -ela disse incrédula.

Franzi o cenho e vi uma agitação na entrada, era Caleb. Ele saiu da boate e
passou os olhos pela multidão até que nos avistou e deu um sorriso
encantador para Emily, ele caminhou até onde estávamos.

- Caralho! Ele quer muito você -sussurrei pra Emy que me empurrou de
leve.

- Meninas, uau! -ele abre os braços e nos cumprimenta com um abraço.

- Vocês estão lindas -agradecemos em uníssono.

- Vamos, vou liberar a entrada de vocês duas.

Caleb foi na frente e trocou algumas palavras com o segurança que nos
deixou passar tranquilamente enquanto algumas pessoas nos olharam com
raiva.

Entramos e logo vi como estava movimentado mesmo em uma segunda


feira, pessoas dançavam no ritmo da música eletrônica com as mãos para
cima e havia muita gente no bar conversando entre si.

- Legal -Emy apontou para um cara que estava tomando vários shots
seguidos, parecia um tipo de competição.

Caleb nos levou até o bar e pediu duas bebidas ao garçom.

- E aí, gostaram? -ele pergunta.

- Sim -Emy responde olhando em volta.


- É bem legal -nossas bebidas chegaram e agradeci mentalmente, preciso de
álcool.

Virei a bebida azul de uma vez só e senti rasgar a minha garganta. Não
pretendo beber muito já que sou muito fraca pra bebida, mas passarei de
pelo menos 3 copos.

- Certas meninas, meu chefe precisam falar comigo -ele diz olhando no seu
celular- Volto em um minuto.

- Até mais -Emy diz e vira o copo de bebida.

- Guarde uma dança para mim -Caleb diz olhando na direção da Emily que
sorriu docemente, mas que de doce não tem nada.

Continuamos bebendo e conversando até que ela avista um carinha no meio


da boate que estava a secando.

- Já volto Mucura, não bebe o meu whisky -apontou o dedo pra mim.

Ela andou até a pista de dança e começou a dançar e não demorou muito
para o cara se aproximar dela e começarem a dançar juntos.

Sorri.

Me pergunto o que aconteceu com aquela carinha que ela estava ficando,
ela realmente se afastou do cara porque ele queria namorar com ela. Emily
não gosta de relacionamentos sérios.

- Do que a mulher mais bonita dessa boate está rindo? -diz um voz não
conhecida.

Olho para o lado e vejo um cara super aleatório, seu cabelo era um loiro
desbotado e seus olhos estavam dilatados, ele cheirava a cigarro e tinha
estrutura média.

- Não interessa a você -digo ríspida querendo que ele vá embora.

- As bravinhas são as que eu mais gosto -ele se aproxima e eu me afasto.

Sorrio cínica e nervosa ao mesmo tempo, saio do bar, mas antes o cara
pega o meu braço me parando. Qual o problemas dos homens em levar um
não. Se ele tentar algo eu vou deixar ele sem testículos, vou encarnar Emily
Brooks.
- Está indo por quê? É falta de educação ignorar os outros gostosa -Diz ele.

- Nossa, você é um completo idiota.

Diz uma voz feminina ao nosso lado e ambos nos viramos para ver de
quem se tratava.
Vi uma mulher de cabelos castanhos e olhos da mesma cor e... espera! Eu a
conhecia.

Era a mulher que esbarrou em mim no shopping naquele dia.

- Você quem é? -ele perguntou com desdém.

- Absolutamente ninguém -ela bebeu um gole da sua bebida que tinha um


guarda chuvinha.

O fiz soltar o meu braço.

O cara se virou pra mim novamente e sorriu malicioso com os seus dentes
amarelados.

- Só acho engraçado que um cara como você tenha feito essa pergunta para
todos os rabos de saia que tem nesse lugar por que aparentemente está
desesperado por sexo -a mulher sorri sarcástica- É tão típico -ela
complementa.

- Mas que porra você quer? -ele perguntou irritado.

- Que você vá embora e a deixa em paz, porque só um cego não veria que
ela não está interessada em você -ela balança o canudo na bebida e da mais
um gole.

- Além disso, você vai precisar de muito mais do que chamar uma mulher
de a mais bonita dessa boate só pra enfiar esse seu pau nojento.

Caralho! Não a conheço, mas já ganhou o meu respeito.

- Vão se foder suas lésbicas -ele sai de lá espumando de raiva nos dando
um olhar de morte.

- Adeus Sr. Pau pequeno -ela grita e nós duas sorrimos.

- Obrigada, eu estava quase pra chutar as bolas dele -digo e ela concorda
com a cabeça.
- Me chamo Lisa -estendo a minha mão.

- Me chamo Rubi.

Ela pega minha mão de bom grado.

- Rubi? Rubi Mendoza? -pergunto.

- Isso, como você sabe meu sobrenome?

- Eu trabalho para Dylan Venturelli.

Ela assente de leve e sorri.

- Parece que é a segunda vez que nos esbarramos -ela fala.

- Você se lembra então?

- De que quase te levo ao chão? Sim eu me lembro -sorriu divertida.

- Então você é Lisa Morris, certo? Você é a noiva de Dylan -concordo com
a cabeça.

Já estou conhecida pelo visto.

- Você está sozinha? -pergunto mudando de assunto, eu não quero falar


sobre ele.

- Bem...eu ia encontrar meu amigo Josh aqui, mas pelo visto ele não vem.

- Ah entendi, você pode ficar comigo e com a minha amiga Emily, ela está
ali -aponto pra pista de dança e a vejo quase comendo o carinha que ela
estava dançando- Por ali -sorri torto.

Rubi e eu estávamos conversando distraidamente e nesse meio tempo


descobrir que ela é uma companhia extremamente agradável e divertida.

Continuamos bebendo e rindo de coisas aleatórias quando alguns minutos


depois vejo Emily se aproximando e pegando o copo que estava na minha
mão e bebendo tudo.

- Céus, estava com sede -colocou o copo no balcão.

- Emily está é Rubi -apresento as duas.


- Oi garota! -Emy diz a dando um abraço caloroso.

- Emy a Rubi é a nova afiliada da empresa dos Venturelli, lembra que eu te


falei?

- Ah claro, nossa é um prazer -ela diz e sorri simpática.

- Vocês se conheceram agora? -Emy pergunta distraidamente.

- Na verdade sim, eu ajudei sua amiga com um macho escroto.

Emy me olha assustada e seu semblante se fecha.

- Já gosto de você apenas por ter o espantado -Emy diz e Rubi assente.

- Esses caras são um bando de idiotas, não podem ver uma mulher sozinha
que já acham que podem levar elas para cama -rubi diz.

- Exatamente, ainda mais Lisa que tem uma carinha de safada -Emy sorri e
eu fecho a cara.

- Eu não estou falando nada, mas vou aceitar o que você disse -Rubi diz e
bate na mão de Emy.

Mas que porra...

- Na cara de pau mesmo? -Pergunto fingindo irritação.

- Que tal irmos dançar, madames? -Emy pergunta fazendo uma reverência.

- Sim! -Rubi se levantou e agarrou meu braço me levando para a pista de


dança.

Quase eu caio no processo, mas Rubi me segurou. Odeio ser fraca para
bebida!
Nós três dançamos ao som de X do Nick Jam e J Balvin.

Eu me movimentava ao som da música e rebolava com as batidas, levei


minhas mãos para o alto e dancei como nunca tinha dançado antes, olhei
para o lado e vi as duas dançando e cantando também, pareciam não
perceber o que acontecia em volta.

Fechei os olhos e mexi minha cintura de forma lenta e sensual


acompanhando a música, eu não sabia muito bem o que estava fazendo eu
só fiz o que o meu corpo queria.
Ainda com os olhos fechados eu sinto uma mão envolver a minha cintura e
me puxar para o seu peito que definitivamente era de um homem, seu
cheiro era gostoso e suas mãos eram fortes.

Continuei dançando sem me importar muito, ainda não tinha visto o seu
rosto e não queria, mas ele dançava muito bem. E por um segundo imaginei
ser Dylan ali dançando comigo, mas não era.

De repente sinto sua respiração na minha nuca e seu lábios no meu ouvido.

- Você chama atenção de qualquer cara -ele sussurra.

Me viro para ele e realmente não era os olhos verdes que eu tanto gosto.
Decido me afastar e não correr o risco de ser vista publicamente agarrada
com outro.

- É...eu já vou indo, obrigada pela dança -sorri pequeno e me esquivo dos
seus braços.

- Não espera -ele me segura e me encara com uma luxúria absurda.

Ele era alto e musculoso, dono de grandes olhos azuis e um cabelo ruivo
com uma barba rala da mesma cor. Ele era muito bonito.

Ele pousou a mão na minha nuca e me encarou.

- Me da pelo menos um beijo -ele diz e se aproxima de mim.

Coloco a mão no seu braço e o afasto um pouco.

- Eu tenho noivo, sinto muito -digo e ele para.

- Noivo? -ele pergunta e sorri sarcástico- E ele está aqui? Porque eu não
estou vendo -pergunta debochado.

Engoli em seco.

- Na verdade, o noivo dela está bem aqui.

A voz me faz estremecer por completo deixando todo meu corpo em alerta,
meu coração bate freneticamente

De relance eu vi Peter se aproximando do bar e guardando o celular no


bolso, é claro.
29° capítulo
Lisa

Puta merda!
Alguém me enterra pelo amor de Deus.

Dylan estava ali parado, olhando no fundo dos meus olhos. Se um olhar me
matasse com toda certeza estaria mortinha.

Eu o encaro de volta e vejo ele apertar o maxilar, uma mistura de


sentimentos se apossaram de mim: raiva, preocupação, alívio e o mais forte
de todos: Saudade.

Eu estava magoada pela falta de consideração dele, mas eu preciso admitir


que senti sua falta demais.

Inferno!

Vê-lo na minha frente me deixou desconcertada, seu cabelo estava


bagunçado e tinha um leve indício de olheiras nos olhos, ele parecia
cansado e irritado, mas ainda estava lindo usando seu terno...

Terno? Por que ele está usando terno em uma boate?

- Não devia deixar sua noiva sozinha por aí -o ruivo me encarou como se
eu fosse um doce de padaria- Alguém pode roubá-la de você.

Dylan se vira para o ruivo que ainda estava me encarando e dá o sorriso


mais cínico do mundo.

- Não se preocupe com isso, ninguém vai tirá-la de mim -Dylan diz
colocando a mão na minha cintura de um modo possessivo.

Ahrg muito testosterona!

- EU NÃO SOU A PORRA DE UM OBJETO -grito e os dois me olham


assustados.

Passei a mão na testa.

- Preciso de uma bebida -tiro as mãos de Dylan da minha cintura e caminho


até o bar sabendo que ele está atrás de mim.
- Um whisky duplo -peço ao barman.

- Lisa -Dylan me chama.

- O que você quer? -pergunto ríspida.

- Quero conversar com você, por favor vamos sair daqui -ele pega a minha
mão e eu rápido o faço soltar.

- Não to a fim de conversar agora -o barman me entrega a bebida e eu bebo


um gole e Dylan apenas me encara.

Eu poderia ir conversar com ele e sair desse lugar, mas ele precisa saber
que eu fiquei chateada. Dylan já fez isso antes, ele viajou pra fora de Nova
York por cinco dias e voltou como se nada tivesse acontecido. Mas dessa
vez eu sinto que preciso de uma explicação.

Ele olhava todos os detalhes do meu rosto e tinha uma expressão estranha,
parecia arrependido e com uma enorme vontade de tocar no meu rosto.

- Acho que vou dançar mais um pouco, você se importa? Acho que não -
deixo o copo na sua mão e saio de lá.

Emily estava dançando com Caleb e então resolvi dançar com Rubi que
estava com os braços para cima e rebolava sem pudor.

Me aproximei dela e comecei a rebolar também, quando me viu deu sorriso


alegre e começamos a cantar juntas a música que estava tocando.

Eu dançava sem um pingo de vergonha porque eu sabia que Dylan estava


me olhando, eu sentia o seu olhar queimar todo meu corpo.

Olhei para lado e vi Caleb beijando Emy e dei um sorrisinho. De repente


começou a tocar uma música extremamente sexy, era parecida com aquelas
músicas de polidance. Me joguei ainda mais e Rubi me acompanhava.

Me aproximei mais dela e passei os braços na sua cintura e ela pelos meus
ombros, dançamos bem próxima uma da outra.

Até demais.

Olhei para o lado e vi Dylan e Adam completamente surpresos, Adam


também estava de terno e parecia cansando assim como o irmão. O que ele
faz aqui?
Adam olhou para mim e depois seus olhos pararam em Rubi sem conseguir
desviar, ele olhava cada centímetro do corpo dela parecendo surpreso.
como se conhecesse talvez?

Me virei de costas e suas mãos voaram para minha cintura, tenho quase
certeza de que Rubi está bêbada, acho que nós duas estamos.

- Já chega -sinto uma mão me puxar.

- Dylan, me solta! -digo para os olhos verdes que me encaravam


estressados.

- Não, todos os caras dessa boate estão de pau duro por causa de vocês duas
-aponta pra mim e para Rubi que sorri alto chamando nossa atenção.

- Eu conheço você -ele diz e aponta pra ela.

- Eu também conheço você -ela diz.

Bufo irritada percebendo que Dylan ainda está me segurando.

- Será que dá pra você me soltar? -pergunto.

- Nem fodendo, você vem comigo -ele diz sério.

- Eu não quero ir embora -me solto- Ainda quero dançar, acho que vou
chamar aquele ruivinho pra dançar comigo de novo.

- Uma porra que você vai fazer isso -ele diz quase soltando fumaça.

Passo os olhos pela boate e vejo o ruivo virando um copo com um líquido
transparente.

- Ei ruivinho -grito um pouco baixo, minha intenção não era realmente


chamá-lo.

- Droga, Lisa -Dylan envolve os braços na minha perna e me levanta sem


nenhuma dificuldade.

Me coloca no seu ombro e caminha para fora da boate parecendo um


homem das cavernas, aí que ódio desse babaca!

- Dylan! Me coloca no chão -grito batendo nas suas costas.


- Não -diz firme parecendo não se importar com os socos que eu estava
dando.

- Todo mundo está olhando para nós -digo enquanto atravessamos a metade
da boate.

- Você não se importava com isso a um minuto atrás -ele diz e me joga
mais um pouco para cima me firmando.

- Eu vou te matar seu ogro.

- Você pode tentar -ele diz.

Levanto a cabeça e vejo quatro pessoas correndo até nós.

Emily, Rubi, Adam e Peter.

O dia hoje deu pra reencontros.

Saímos da boate e Dylan ainda caminhava comigo no seu ombro e os


quatro ainda estavam atrás de nós.

Parecíamos um bando de loucos, eu no ombro de Dylan e o quatros


correndo ofegantes na nossa direção.

Dylan chegou perto de um carro em um beco um pouco escuro e me pôs no


chão finalmente!

- Mas que porra você está fazendo com a minha amiga? -Emy pergunta
quando se aproxima de nós.

- Por que você fez isso Dylan? -bato no seu braço.

- Quero conversar com você -ele diz e se aproxima de mim colocando a


mão na minha nuca, mas eu me afasto.

- Você sumiu! -digo olhando nos seus olhos- Eu fiquei preocupada com
você.

- Eu sei, me desculpe. Aconteceu muita coisa e eu tive que sair de Nova


York -seus olhos se focaram nos meus- Porra, eu senti sua falta.

Seu peito subia e descia, sua respiração estava ofegante e seus olhos
estavam com um brilho diferente, parecia suplicante e arrependido.
- Eu te esperei naquela noite, mas você não apareceu e não teve a decência
de me ligar, você me deu um furo Venturelli -digo irritada.

- Caralho isso tá melhor do que novela mexicana - Adam diz.

Os quatro começam a rir, mas param quando Dylan lança um olhar


impiedoso me fazendo revirar os olhos.

- Lisa -colocou a mão na minha bochecha e se aproximou- Aconteceu uma


coisa séria com um familiar e eu precisei viajar por um curto tempo, por
favor vem comigo e me deixa explicar.

Olhei nos seus olhos e hesitei por um momento, mas eu queria saber o que
tinha acontecido para ele deixar Nova York assim tão rápido.

Ele apoia a testa na minha e sinto seu cheiro invadir as minhas narinas me
deixando em êxtase.

- Por favor -ele pede e nosso narizes se tocam- Há um motivo para isso.

- Dylan -digo em um sussurro.

Ele fecha os olhos e suspira pesadamente.

- Por favor -diz baixo.

- Tudo bem -ele abre os olhos- Mas eu quero que você me explique o que
aconteceu -digo e ele sorri de lado.

- Contarei o que você quiser saber -ele beija minha têmpora.

Ouvimos alguém fingir uma tosse alta e automaticamente olhamos para o


lado.

- O que vocês ainda estão fazendo aqui? -Dylan pergunta com a


sobrancelha erguida.

- Cara, você a carregou por toda a boate, eu precisava saber onde isso ia
terminar -Adam diz e ouço Peter rir.

- Nós viemos por isso também -Rubi confessa e Emy segura o riso.

- Nossa Rubi até você -digo com um sorrisinho de lado.

- Você! Você é a Rubi -Dylan aponta para ela que confirma.


Adam fecha a cara sem nenhum motivo.

- É um prazer Dylan -ela dá um sorriso pequeno.

- Você quem é? -ela pergunta para Adam.

Adam semicerrou os olhos e deu um sorrisinho de deboche.

- Adam Venturelli, é um prazer Srta. Mendoza.

Rubi sorriu falso e apertou a mão de Adam.

- Como você soube que eu estava aqui? -pergunto para Dylan mesmo já
tendo uma ideia.

- Peter me ligou quando eu tinha acabado de chegar do aeroporto por isso


estou de terno, ele me disse que você estava aqui e rapidamente vim para cá
-Dylan diz.

- Eu sou o dono da boate, vi você entrando com a sua amiga e liguei pra ele
-Peter explica assim que eu o encaro.

Todos nós trocamos olhares até que Adam diz:

- Mundo pequeno! -diz sorridente.

- E como -Rubi diz sem ânimo.


30° capítulo
Lisa

Dylan abriu a porta do carro e eu rapidamente me despedi de Rubi e Emy.

- Dê o seu número para Emily, poderemos marcar alguma coisa depois -


digo a Rubi.

- Farei isso -ela diz e me abraça.

- E você -aponto para a loira- Irá me contar tudo o que aconteceu com
Caleb -digo e ela pisca.

- Caleb? -Peter pergunta.

- Sim, você sabe quem é? -Pergunto.

- Caleb trabalha para mim, você vai sair com ele? -Peter pergunta olhando
para Emy.

- Não diria sair, eu vou só... -ela para e coloca a mão na cintura.

- Para que você quer saber? -ela pergunta com uma sobrancelha erguida.

- Nada de mais, loirinha -ele revira os olhos e sai andando sem olhar pra
trás.

- Loirinha? Ninguém merece -Emily diz e eu dou um sorriso pequeno.

- Vamos, baby -Dylan praticamente me empurra para dentro do carro.

- Até mais, cunhada -Adam grita e Dylan revira os olhos.

- Até, Adam -sorri.

- Mas que porra! Até parece que vocês nunca mais vão se ver.

Nos assustamos de imediato quando um cara gritou na nossa direção, ele


estava se sentando no chão com o braço apoiado no joelho e como o beco é
escuro quase não dava para enxergá-lo.

- Puta que caralho! -Adam grita assustado -Quer me matar de susto porra,
quase eu caio morto aqui -ele coloca a mão no peito.
Adam é bem dramático.

Dylan dá a volta no carro e entra no mesmo.


Ele deu partida e entramos no tráfego da cidade. Dylan e eu não falamos
nada e eu me mexi no banco desconfortável.

Depois de alguns minutos chegamos no seu apartamento, ele abriu a porta e


nós dois entramos. Ele tirou o terno ficando somente de blusa social branca
e a calça escura.

Tirei meus sapatos e deixei ao lado do sofá, ele foi até a cozinha e eu o
segui. Dylan pegou uma garrafa de água e me entregou.

Sentei no banquinho e ele ao meu lado, o encarei e esperei ele falar alguma
coisa.

- Eu estava na boate com Peter quando eu recebi uma ligação.

Ele diz e bebe um pouco de água, parecia relutante.

- Minha prima Ana tinha sofrido um acidente, um caminhão bateu contra


seu carro -ele não me olhava apenas encarava um ponto fixo- O cara
avançou o sinal e arrastou o carro da minha prima a quilômetros de
distância.

Eu vi os seus olhos marejados e sua respiração falhar. Não deve ser fácil
para ele falar sobre isso agora.

- Dylan... -digo e toco na sua mão.

- Ana foi levada ao hospital, ficou horas ligada a aparelhos e foi o tempo
necessário para eu e Peter viajarmos para Chicago.

Ele fez uma pausa e suspirou pesadamente.

- Eu vi Lisa, eu vi quando ela deu o último suspiro. Minha prima está morta
por causa de um motorista bêbado.

Todo o álcool do meu organismo foi drenado no mesmo momento me


deixando totalmente sóbria.

Senti meu coração doer, meus olhos foram traídos pelas lágrimas e chorei.
Não consegui me segurar, eu aqui com raiva por que tomei um fora
enquanto sua prima estava em uma cama de hospital e agora ela está morta.
Dylan estava sério, mas eu sabia que aquilo era um capa, ele não estava
bem e sim acabado, eu sei que ele queria chorar mas é orgulhoso demais
para fazer isso na minha frente.

Me aproximei dele e toquei no seu rosto.

- Eu sinto muito, muito mesmo -digo- Não quero que banque o forte na
minha frente Dylan, você pode confiar em mim.

Ele olha no fundo dos meus olhos e me abraça e eu retribui na mesma hora.
Dylan me apertava com força como se dependesse de mim.

E é quando eu escuto um soluço e sinto algo molhar o meu ombro. Ele


estava chorando!

- Ela morreu Lisa -ele falou baixo enquanto lágrimas escorriam do seu
rosto.

Dei um suspiro o abraçando com força.

- Eu a amava tanto e um filho da puta bêbado a tirou da nossa família.

O afasto um pouco e limpo uma lágrima que ameaçava cair. Ver Dylan
quebrado foi horrível porque me deixou mil vezes mais quebrada do que
ele.

- Tenho certeza de que ela também o amava, mas agora você precisa ser
forte. Por ela e por sua família que também precisa de você.

Dylan concordou com a cabeça.

- O funeral será no Domingo, irei retornar para Chicago na quarta de tarde


e ficar na casa da família até o funeral acabar.

Concordei desviando o olhar dando atenção a minha mão que mexia no seu
cabelo.

- Venha comigo -o encarei- Eu quero você lá...do meu lado.

Não tive como negar e acho que eu nem conseguiria.


Se para fazer isso eu terei que ficar 4 dias inteiros em uma casa com
completos desconhecidos e fingindo ser noiva de mentirinha do meu chefe,
eu farei isso.

- Estarei lá com você -digo e ele sorri terno.

Se aproximou de mim e selou nossos lábios, o beijei com paixão sentindo o


gosto salgado das suas lágrimas e das minhas também.
Cessamos o beijo e o puxei pelo braço o levando até a escada.

- Você precisa tomar um banho e descansar, dormir um pouco lhe fará


bem-digo enquanto subimos as escadas.

- Eu realmente preciso de um banho -ele disse e adentrarmos o seu quarto.

O levei para dentro do banheiro e liguei o chuveiro. Eu sei que ele poderia
fazer isso sozinho, mas por algum motivo eu queria cuidar dele e fazê-lo se
sentir bem.

Ele tirou a roupa lentamente e eu me virei para sair do banheiro.

- Espera! -ele segurou meu braço.

- Toma banho comigo? -ele pede.

- Dylan, por favor tome banho. Você está muito cansado e...

- Não iremos fazer nada, apenas tomar banho -ele diz e solta meu braço-
Por favor, Lisa.

Suspiro.

- Certo, mas não iremos fazer nada -ele concorda com a cabeça.

Tiro meu vestido e minhas peças íntimas. Eu não tenho mais vergonha da
minha nudes quando estou com Dylan, pelo contrário eu me sinto livre.
Acho que já temos intimidade suficiente para isso.
Entramos no banheiro e deixei a água cair no seu corpo enquanto eu
passava sabonete nele e vice e versa. Quando terminamos de tomar banho,
saímos do box e me enrolei em uma toalha, escovei os dentes e fui para o
quarto com Dylan atrás de mim.

Ele foi pro closet e voltou com uma camiseta preta nas mãos e duas cuecas
box.
- Vista -me entregou a camisa e a cueca.

Coloquei a cueca que ficou igual um shortinho e a camisa que ficou bem
larga no meu corpo, ou seja, extremamente confortável.

Dylan vestiu a cueca e nós nos deitamos na cama, puxei o lençol até o meu
quadril e ele fez o mesmo, deitamo-nos de frente um para o outro nos
encarando por intermináveis segundos. Cada um com os seus próprios
pensamentos.

Dylan passou o dedo na maçã do meu rosto e eu sorri de lado com o


contanto. Fechei os olhos quando ele passou a mão no meu cabelo.

- Obrigado por ir comigo.

O encarei.

- Sem problemas.

Ele se aproxima beijando meus lábios de uma forma suave e eu fecho os


olhos lentamente.

Meu peito se aqueceu instantaneamente e nos afastamos apenas para eu


virar e ele abraçar meu corpo, senti sua respiração na minha nuca e logo um
beijo casto ser plantado na mesma.

Oh meu Deus, não sairei inteira disso nem fodendo.


31° capítulo
Lisa

Dizem que quando você se apaixona você sente as famosas borboletas no


estômago, o nervosismo só de pensar em ver a pessoa faz seu estômago
revirar.

Mas no momento o que eu estou sentindo no meu estômago é fome e não


borboletas.

Eu acho que tenho algum buraco negro na minha barriga porque eu vivo
comendo.

- Dylan -balanço o corpo desfalecido ao meu lado.

- Hummm -ele resmunga sonolento.

- Estou com fome -digo me sentando na cama.

- E eu com sono, mas uma baixinha não me deixa dormir -ele diz
brincalhão e coloca o rosto no travesseiro.

- É sério -jogo uma almofada na sua costa.

- Benta deve estar na cozinha, desça e coma algo -ele diz e volta a dormir.

Grosso!

Dylan não me deixou ir para a empresa hoje, de acordo com ele eu estou de
"folga". Mas amanhã retornaremos a Entreprise para terminar uns projetos
e deixar tudo pronto para viajarmos amanhã pela tarde.

Desci da cama e fui para o banheiro, tirei minha roupa e tomei uma ducha
rápida saindo do box algum tempo depois, peguei outra peça de roupa dele
e amarrei meu cabelo em um coque, a camisa branca me deixava
confortável assim como a cueca boxer dessa vez verde escura.

Me direcionei a cozinha e inclinei a cabeça para ver se Benta estava lá e se


tinha comida. Ela estava de costas limpando o balcão.

- Pode se aproximar minha menina -Benta diz ainda de costas.

Eu me aproximo dela e sorrio fraco quando ela me encara.


- Deve estar com fome não? -ela pergunta e segura meus ombros.

- Faminta -digo e ela sorri.

- Sente-se, irei lhe servir o café da manhã.

Me sentei na cadeira e ela me serviu alguns pãezinhos e torradas umas com


geleia e outras com Nutella. Tinha algumas panquecas com mel e outras
coisas muito apetitosas, dignas de um comercial de televisão.

Peguei uma torrada com Nutella e dei uma bela mordida, gemi com o gosto
bom na minha boca. Benta me serviu o café e colocou jarras de sucos no
sabor abacaxi e laranja, tomei o de laranja.

- Obrigada, Benta -digo sorridente.

- Que isso -ela limpa as mãos no pano de prato.

- Por que não come comigo? -ela me encara- Digo...eu não gosto de comer
sozinha.

Ela abre um sorriso encantador e assente andando na minha direção. Benta


se senta e come uma panqueca com mel.

Estávamos em um silêncio confortável quando ela começou a puxar


assunto.

- Parece que o meu menino gosta mesmo de você -ela diz do nada me
fazendo franzi o cenho.

- O que quer dizer? -pergunto.

- Ele gosta de você ué, mesmo que vocês estejam em um noivado falso.
Coisa que eu não aprovei -ela passa o dedo na sobrancelha como se
estivesse a penteando -Eu posso ver que os seus olhos se iluminam quando
ele vê você.

Me mexi desconfortável na cadeira, eu tinha esquecido que Benta sabia


sobre o acordo e agora eu me sinto um pouco envergonhada. Tenho certeza
de que meu rosto está com um tom vermelho.

Benta solta uma risada gostosa e aperta a minha mão.

- Não fique com vergonha -ela sorri calorosamente.


- Tenho certeza de que você teve seus motivos para fazer isso, não a julgo -
ela diz tirando minha tensão.

- Eu realmente tive -sorri tímida.

- Você me parece ser uma mulher de bom coração, uma mulher que eu
sempre desejei ao meu menino. Espero que no final disso tudo vocês dois
não saiam machucados -ela diz seria.

- Eu também espero, Benta.

Suspirei triste.

Terminamos de comer e uma ponta de curiosidade me atingiu.

- Benta? -a chamo enquanto ela está lavando a louça.

Me levanto da cadeira e pego um pano de prato para ajudá-la a secar.

- Você sabe quem é Ana, certo? -pergunto enquanto ela me entrega uma
xícara para enxugar.

- Sim, muito triste o que aconteceu com ela.

Seu olhar se entristeceu.

- Eu soube a notícia através da dona Monica, foi ela que ligou para Dylan
que na mesma hora foi para o aeroporto e viajou para ver a prima, Peter foi
com ele...acho que estavam juntos na hora e Adam chegou algumas horas
depois.

- Peter a conhecia bem?

- Peter é praticamente da família, ele é amigo de Adam, Dylan e Nate desde


a infância, Nate é primo de Dylan e Adam, os quatro são amigos desde
pequenos -ela diz e eu faço um "o" com a boca.

- Dylan era muito apegado a prima, todos os quatro eram. Você deve
imaginar o choque que eles receberem ao saber que a menininha deles não
está mais entre nós -seus olhos estavam marejados.

- Não conheço o Nate, mas o conheço os outros três e ele são bem unidos
mesmo -enxugo o último prato tentado mudar de assunto, não quero ver
Benta chorar.
- Sim eles são -ela sorri.

Ela guarda o último prato e junta as mãos.

- Você pode ficar a vontade minha menina, eu preciso sair agora e comprar
umas coisinhas para cá -ela diz e eu pisco pra ela.

Benta saí da cozinha e eu olho em volta procurando algo para fazer, Dylan
mora sozinho nesse apartamento gigantesco, meu noivinho é um tanto
exagerado.

E Isso! Vou explorar o apartamento um pouquinho. Me direciono até a sala


e vejo várias portas que dão entrada a lugares diferentes. Uma porta de
madeira escura estava meio que encostada então decido ir até ela.

Abri a porta lentamente e adentro o lugar, olhei em volta e dei um sorriso


enorme. Era uma biblioteca parecida com aquelas retrô, os livros estavam
em ordem alfabética em grandes fileiras que iam até o teto, tinha uma
escada encostada na parede e uma mesa enorme de mogno bem no centro
com um abajur iluminando todo o local e alguns objetos como canetas,
clips, lápis e essas coisas tudo dentro de um porta-objetos.

Eu amo livros, preciso voltar a ler o mais rápido possível. Passei a mão
pelas prateleiras tocando cada um quando escuto um balbuciar vindo da
porta.

Olhei para a mesma e Dylan estava lá com as costas apoiada na parede, seu
cabelo estava meio úmido o que indica que ele tomou banho e já estava
devidamente trocado, uma calça moletom escura estava apoiada na sua
cintura e suas mãos estavam dentro dos bolsos.

Porra de homem gostoso!

Coro imediatamente, espero que ele não ache que eu estava bisbilhotando,
mesmo que eu esteja. Droga!

- Oi, eu só... estava... -digo, mas ele me corta.

- Está tudo bem, Lisa -ele se aproxima de mim.

- Você pode vir aqui quando quiser -beijou minha testa.

Sorri agradecida e andei mais um pouco pela biblioteca e Dylan não tirava
os olhos de mim.
- Você tem muitos livros -digo e ele passa o dedo nos lábios.

- Gosto de ler -diz.

Chego na última fileira e um livro me chama atenção, não é bom julgar o


livro pela capa, mas nesse caso foi exatamente por isso que eu o peguei.

Pego o livro e me aproximo dele.

- Você deve amar esse livro então -mostrei o livro pra ele que sorriu
divertido.

O livro que eu tinha nas mãos era Kama Sutra.

- Isso não é meu -ele diz dando de ombros.

- Não? -pergunto debochada- Que estranho estar na sua biblioteca né?


Coincidência -digo dando de ombros.

Dylan gargalhou alto e passou as mãos no cabelo me deixando um pouco


tonta.

- Não preciso de um manual de sexo, gosto das coisas da minha maneira.

Ele cruzou os braços e eu coloco o livro na mesa que estava atrás de mim e
passo a língua nos lábios.

- E como são as suas maneiras, Sr. Venturelli? -pergunto encarando seus


olhos verdes e desviando para os meus dedos.

Dylan sorri de canto e se aproxima de mim me deixando nervosa. Como


depois de tudo a presença dele ainda me afeta drasticamente?

Ele passa os dedos no meu rosto e depois nos meus lábios, sua mão desce
para o meu pescoço e vai até os meus seios que ele acaricia por cima da
blusa.

Fecho os olhos e gemo baixinho.

- Vire-se -falou com a voz rouca e sexy.

Abri os olhos sem entender, mas o obedeci, me virei ficando de costas para
ele. Dylan se aproximou de mim me fazendo sentir seu membro na minha
bunda, ele colocou meu cabelo para o lado e beijou meu pescoço fazendo
meu corpo se arrepiar.
Se distanciou de mim e tocou perto da minha nuca como se fosse me dar
alguma ordem e foi o que ele fez.

A única coisa que se podia ouvir era o barulho da minha respiração que
estava um pouco descompassada.

- Se apoie na mesa e empine-se para mim -ele diz.

Engoli em seco e fiz o que ele disse lentamente, me inclinei na mesa a


apoiei meus cotovelos sobre ela empinado minha bunda na sua direção.

Dylan levantou minha blusa passando as mãos por dentro dela e apertou
meus seios com força me fazendo dar um gemido.
Em seguida puxou a cueca que eu estava usando até as minhas pernas me
fazendo tirá-la.

Eu estava completamente ansiosa para sentir ele dentro de mim. Ele fazia
tudo calmamente deixando tudo ainda mais excitante com o seu toque.
Dylan definitivamente sabe o que está fazendo.

Ele pegou minhas mãos e levou até as minhas costas fazendo eu ficar com
o rosto na mesa e o corpo colado nela.

Ele segurou meus pulsos com a sua mão esquerda e sua direita deslizou na
minha coxa afastando minhas pernas me fazendo arfar com aquele simples
contanto.
Eu me sentia encharcada.

- Você queria saber minhas maneiras, Srta. Morris -ele diz e abaixa a calça
moletom e se inclina sobre o meu corpo.

- Minha maneira é te foder com força até você perder a razão -sussurrou
com os lábios no meu ouvido.

Dylan se posiciona e minha respiração de pouco se tornou muito


descompassada, engoli em seco e segundos depois ele me penetra forte
fazendo com que eu feche os olhos com força, levou sua mão livre até o
meu ombro e ele se intensifica dentro de mim.

Suas estocadas brutas me levam ao delírio, as coisas que estão em cima da


mesa balançam sem parar por causa dos nossos movimentos.

Olho de relance para o seu rosto e vejo ele dar um suspiro e fechar os olhos
por alguns segundos se movimentando dentro mim.
- Você gosta de ser fodida com força? -ele pergunta e eu aperto sua mão na
minha gemendo seu nome.

Me empinei mais na sua direção e vejo um sorrisinho lascivo nos seus


lábios.

- Responda -pede.

- Sim, gosto quando você me fode com força -digo sentindo seu membro
mais duro dentro de mim.

- Apoie os cotovelos -ordena.

Dylan soltou minhas mãos para me deixar fazer tal ato, apoiei meus
cotovelos na mesa e inclinei a cabeça para o lado enquanto ele beijou meu
ombro enquanto saia e entrava dentro de mim

Rapidamente Dylan entrelaçou nossas mãos e levou a direita até o meio das
minhas pernas massageando meu clitóris com ambas as mãos mexendo e
provocando enquanto eu apoiava meu corpo no braço esquerdo.

Mordi o lábio inferior e gemi baixo quando ele beijou meu pescoço.

Senti meu corpo tremer e eu sabia que estava quase gozando. Dylan
sussurrou algumas coisas no meu ouvido e eu acabei gozando
deliciosamente segundos depois. Ele gozou logo em seguida, mas antes
saiu de dentro de mim e gozou nas minhas costas onde sua camisa cobria.

Me inclinei na mesa ofegante com as mãos despejadas na mesma, fechei os


olhos com a boca entre aberta e senti ele beijar minha têmpora
demoradamente.

- Precisamos de um banho -ele diz e eu abro os olhos.

Dylan me fez levantar e logo depois puxou a blusa para fora do meu corpo,
ele a enrolou e passou nas minhas costas limpando os resíduos, me virei de
frente e encarei seus olhos verdes e vi que ele já tinha puxado a calça para
cima, seu olhar focou nos meus seios.

Ele me beijou em seguida de uma maneira intensa e eu levei minhas mãos


para o seu cabelo.

- Eu senti falta disso também -ele fala sussurrando quando nos afastamos
devagar.
Ele colocou a cueca que eu estava usando no bolso e logo depois me
levantou do chão agarrando minhas coxas, apertei minhas pernas na sua
cintura e ele andou comigo para fora da biblioteca.

Meus seios estavam colados no seu peito e eu apoiei minha cabeça no seu
ombro passando a mão na sua barba rala e ele sorriu de lado para mim
depois.

(...)

Saí do banheiro enrolada na toalha deixando-o lá. Procuro por meu vestido
e o acho em cima da poltrona, quando vou pegá-lo meu celular toca. Vou
até ele que está no criado mudo e atendo no terceiro toque sem ler a
identificação na tela.

- Alô -digo.

- Bom dia, Srta. Morris. Sou secretaria do consultório da ginecologista que


você entrou em contato, estou ligando para informar que sua consulta
precisou ser remarcada para hoje daqui exatamente a duas horas. Preciso da
confirmação de sua presença.

Suspiro, veio em ótima hora doutora. Preciso das minhas preciosas pílulas,
sem pensar duas vezes eu confirmo minha presença e ela desliga logo
depois. Se fosse qualquer outro dia eu provavelmente não poderia ir já que
estaria na empresa, mas como estou de "folga" não vejo por que não.

Posso passar o resto do dia com ele depois da consulta, ele não vai se
importar.

Pego meu vestido passando pela minha cabeça em seguida, Dylan sai do
banheiro com a toalha enrolada na cintura e eu me concentro para não pular
em cima dele.

- Aonde você vai? -ele pergunta com a sobrancelha franzida.

- Eu preciso ir ao médico...

Dylan se aproxima de mim e me olha preocupado.

- Você está bem? Está sentindo algo? -Pergunta com as mãos pousadas nas
minhas bochechas.

Olho para ele que nem uma boba, sua preocupação comigo é tão fofa.
- O quê? Não -coloco as mãos no seu braço- A ginecologista remarcou
minha consulta e eu preciso estar lá em duas horas.

Ele respira aliviado e eu sorri dando um selinho nos seus lábios.

- Mas irei passar em casa primeiro para trocar de roupa -digo.

Ele assente e diz que vai me levar até lá indo até o seu closet, ajeito meus
cabelos e Dylan volta com uma roupa casual, desci as escadas e peguei
meu salto que estava no mesmo lugar que eu tinha deixando ontem e
fomos para o estacionamento.

Entrei em um dos carros e ele dirigiu até o meu apartamento. 20 minutos


depois nos chegamos e ele se oferece para me levar até o consultório, mas
eu nego dizendo que Emy irá me levar, já que as terças são seus dias de
folga.

Saio do carro e me apoio na janela.

- Obrigada pela carona, Sr. Venturelli -digo.

- De nada minha noiva -ele diz sorridente.

- Vamos jantar em meu apartamento hoje -falou.

- Isso foi um convite? -pergunto.

- Não, uma ordem -reviro os olhos.

- Babaca -resmungo baixo me afastando do carro.

- Eu ouvi isso, Morris -ele diz e arranca com o carro.

Sorrio internamente e entro no meu prédio.


32° capítulo
Lisa

Pego o elevador e subo para o meu andar, fecho os olhos sorrindo que nem
uma idiota pensando naquele arrogante gostoso.

Quando Dylan encosta seus lábios nos meus me fazem ficar sem chão, meu
coração praticamente quer pular do peito quando ele me toca. Seu jeito
autoritário e sexy de ser só mexem ainda mais comigo.

Céus.

Me afundo nos meus devaneios quando eu ouço o elevador abrir e


prontamente saio do mesmo, caminho até o meu apartamento e vejo Caleb
sair de dentro.

Ele sai rindo e puxa Emily para fora dando aquele beijo de cinema, me
aproximo dos dois e tento entrar sem ser vista já que eles estão um pouco
bem pouco distantes da porta.

Me esquivo toda parecendo que estou tendo um ataque epilético e tento


passar, mas acabo batendo na quina da porta me fazendo dar um grunhido
de dor, amaldiçoei todas as portas de Nova York naquele momento.

Emily para o beijo e se vira assustada me fazendo sorrir sem graça.

Porra, estraguei o Love.

- Ei, e aí como estão? -digo sorrindo forçado.

- Por que você está sorrindo assim? -ela pergunta com cenho franzido.

- Assim como? Estou sorrindo normal ué -digo mostrando os dentes ainda


mais. Talvez eu devesse parar com isso.

- Tá né -ela diz e Caleb segura o riso.

- E aí, Lisa -ele me cumprimenta e eu aceno.

- Você está bem? Eu te vi sendo carregada pela boate ontem -ele diz e fico
vermelha de vergonha e raiva ao mesmo tempo.
Emy segura o riso e eu levanto uma sobrancelha para ela com uma olhar
nada bom.

- Eu estou bem obrigada, meu noivo é um pouco...revoltado -digo


procurando a palavra.

- Bota revoltado nisso -ele sorri e Emy concorda.

- Pois é, bom eu vou entrar. Até Caleb -digo entrando no apartamento e me


jogando no sofá olhando para o teto.

Alguns minutos depois Emy aparece com um sorrisinho malicioso.

- Caleb parece ser um cara legal -digo e ela sorri.

- Ele é sim, e é ótimo de cama -ela se deita ao meu lado.

Nosso sofá é pequeno, mas é bastante confortável, mesmo deixando nós


duas parecendo uma sardinha enlatada.

- E como foi com o molhador de calcinhas? -ela pergunta descansando a


cabeça no meu ombro.

Suspirei e me ajeitei no sofá dando mais espaço a ela.

- A prima dele morreu em um acidente de carro por isso ele teve que deixar
Nova York tão rápido, ele era muito próximo dela mesmo ela morando em
outro lugar. Na verdade, os quatro eram.

Emy rapidamente me olha surpresa e eu confirmo com a cabeça


respondendo sua pergunta mentalmente.

- Que triste -ela diz

- Irei no funeral com ele que será no Domingo mas vamos viajar amanhã
pela parte da tarde para ficar com a sua família em Chicago -digo.

- Que dia é amanhã? -perguntou.

- Quarta-feira -digo.

- Você vai ficar quantos dias para lá?

- 4 ou 5 dias eu acho -falei.


Emy concorda com a cabeça.

- Agora há pouco você disse os quatro, quem são esses quatro? -ela
pergunta confusa.

- Adam, Dylan, Nate que é primo e Peter -digo e ela faz um carranca
quando pronunciei o nome de Peter mas logo depois riu.

- Emily? -a chamo e ela responde.

- Oi

- Tenho ginecologista daqui a uma hora, me leva até lá minha melhor


amiga do coração -digo com uma carinha de cachorro abandonado.

Ela levanta e fica emburrada mas logo depois solta um sorriso alegre me
fazendo rolar os olhos.

- Você tinha que ver a sua cara -ela diz sorrindo.

- Pensei que você não ia me levar -digo.

- É claro que eu ia, nos ajudar sempre em primeiro plano -ela diz e eu
sorrio.

- Vou tomar um banho e depois saímos -ela diz e vai para o seu quarto.

Me levanto e vou para o meu, separo uma calça jeans azul clara e uma
blusa preta com uma jaqueta jeans da mesma cor da calça e por último uma
bota cano curto preta.
Me visto e passo um pouco de gloss na boca e estou pronta, pego uma
bolsa de alça e coloco meus documentos junto do meu celular.

Saio do quarto e Emily está na cozinha bebendo um pouco de água.


Ela usava um macacão jeans com uma blusa branca por dentro, um brinco
de unicórnios e um tênis preto com um rabo de cavalo, ela parecia uma
princesa.
Emy sempre diz que você precisa se vestir com o que você gosta e não
seguir padrões não importando se você é novo ou velho, coisa que eu
concordo plenamente você é livre para se vestir do jeito que quer. Emy tem
23 anos mas ela ama se vestir como se tivesse 17 e ela é livre para fazer
isso.

- Temos 30 minutos -digo e saímos do apartamento.


Emy teve um pouco de dificuldade de ligar seu carro mas com bons tapas e
insultos ela conseguiu.

Ela dirigiu até o prédio e chegamos 5 minutos antes, me consultei com a


doutora fazendo todo o processo e passarei a tomar pílulas regularmente.

(...)

Depois de sair do consultório Emy e eu fomos até o supermercado para


comprar algumas coisinhas para casa já que estava sem nada.

Pegamos um carrinho e andamos entre os corredores. Peguei tudo o que é


preciso para Emy sobreviver esses quatro dias, minha amiga não é muito
boa na cozinha.

Pedi pra ela pegar algumas frutas, mas não foi isso que ela me trouxe 3
minutos depois.

- Emily -digo com uma sobrancelha arqueada.

- O que? -Pergunta e olha pra mim.

Olho para o carrinho mais uma vez e vejo inúmeros chocolates e


salgadinhos de todos os tipos, tinha até um pacote de bombons e outro de
marshmallows.

- Pensei que você fosse pegar as frutas -digo

- Eu também pensei, mas quando eu passei no corredor do pecado eu não


consegui me controlar e peguei tudo isso -ela diz sorrindo.

Revirei os olhos e continuo fazendo as compras.

Emy está do meu lado rindo de algo no seu celular, olhei pra tela e vi o
nome de Caleb.

- Caleb né, safada -digo e ela arregala os olhos.

- Estamos só conversando -ela diz com indiferença.

- A conversa está boa então já que você não tira esse sorrisinho do rosto -
digo e ela revira os olhos.
Andamos mais um pouco e pego um iogurte de morango.

- Ele me convidou pra sair e eu aceitei -ela diz.

Me viro pra ela e sorrio maliciosa.

- O que foi? Para de sorrir assim -ela diz e se afasta.

- Você vai namorar com ele -digo brincando.

Mais iludida que eu e Emily só mais duas de nós.

- O QUÊ? -ela grita - Não viaja, mucura. É só um encontro.

Bato palmas e a abraço.

- Lisa me solta! -ela diz e eu a aperto ainda mais.

- Titia quer um sobrinho -digo e ela se engasga.

- Para com isso -ela diz e eu a solto para ela poder respirar.

- Você prefere uma menina ou menino? Ah o que vier tá bom né? -cruzo os
braços sorrindo.

- Depende, se você tiver um menino eu quero uma menina -paro de sorrir


na hora.

Ter filhos agora não está na minha programação.

- Será que Dylan vai gostar de ter um garotão? -ela pergunta e sorri da
minha cara de raiva.

- Nem pense nisso! -digo e fomos para o caixa.

- Já pensou em um mini Dylan correndo pelo nosso apartamento? Porra, eu


ia adorar ver isso -ela diz.

Ela olha pro lado e vê uma lata de leite para recém-nascidos e me entrega.

- Um presente da titia -ela diz e reviro os olhos.

Eu sei provocar, mas Emily é mil vezes melhor do que eu nisso. Ela é o
próprio capeta quando quer.
Pagamos todas as coisas e fomos para o carro cantando todas as músicas
que tocaram durante a viagem, chegamos pouco tempo depois e guardamos
as compras, eu fui para o meu quarto tomar um banho.

Mas antes recebo uma mensagem de Dylan.

"Irei mandar meu motorista pegar você. Traga outra peça de roupa, iremos
juntos pra empresa amanhã ".

Olhei para a hora que foi enviado e já tinha se passado 20 minutos desde a
mensagem, o motorista já está vindo! Ótimo ainda nem tomei banho.

Tomo uma ducha rápida e visto o primeiro vestido que eu vejo, ele é cinza
com algumas listras verdes e fica um pouco acima do joelho. Escovei meus
cabelos quando escuto uma buzina, vou até a janela e vejo o mesmo
homem da outra vez.

Pego uma saia preta, uma blusa social, peças íntimas e por último o salto
guardando tudo em uma bolsa, saio do quarto e me despeço de Emily que
estava conversando no celular, com certeza com Caleb.

Pego o elevador e saio do prédio, encontro com o homem parado perto da


porta do carro.

- Olá -o cumprimento.

- Srta. Morris -ele acena com a cabeça e abre a porta do carro.

Ele começa a dirigir e ficamos em silêncio durante a viagem, me permito


olhar pro seu rosto pelo pelo retrovisor.
Seus olhos eram pretos e sua barba era um pouco grande, ele aparentava ter
mais de 40 anos.

- Qual o seu nome? -pergunto.

Ele me olha pelo retrovisor e sorri de canto.

- Sr. Venturelli falou que isso iria acontecer -ele diz despertando minha
curiosidade.

- Ele disse?

- Ele me disse que você iria perguntar meu nome porque é um pouco
curiosa -ele diz e eu sorri de canto.
Não sou tão curiosa assim.

- E você não me respondeu ainda -digo.

- Meu nome é Bryant - ele diz.

- Bom, é um prazer Sr. Bryant -digo e ele sorri.

Bryant parece ser legal, pressinto que teremos uma boa amizade.

Depois de alguns minutos chegamos no estacionamento do apartamento,


me despedi de Bryant e entrei no elevador subindo até o último andar.

Entrei no apartamento e parecia vazio, andei mais um pouco e chamei por


Dylan que não respondeu.

Fui até a cozinha e a luz estava desligada, andei até o interruptor e acho que
pisei em uma poça de água? liguei a luz e o que vi me deixou
completamente surpresa e preocupada.

Como eu queria tirar uma foto disso.


33° capítulo
Dylan

Deixei Lisa no seu apartamento e arranquei com o carro, hoje eu iria tentar
me redimir por ter ficado tempos sem dar notícias minhas.

Sei que eu devia ter lhe dito pelo menos que eu estava vivo. Mas me
entenda, minha prima que eu amo tanto! Tinha acabado de morrer e eu
como um homem egoísta me afundei no luto e não liguei pra preocupação
de ninguém que se importa, um erro confesso.

Quando vi Lisa na boate meu coração acelerou três vezes mais e pela
primeira vez eu senti medo, medo de que ela não me perdoasse, mas ela o
fez.

Lisa é uma mulher extraordinária, talvez eu não a mereça, mas que se foda.

Aquela baixinha me enfeitiçou de uma maneira que eu nem sei muito bem
como explicar. Eu só penso naquela boca rosada e naquelas íris azuis
encantadoras.

E aqui estava eu, dirigindo até um supermercado para comprar suprimentos


e fazer um jantar para ela.

Mas que porra eu tava dizendo? O que eu tava fazendo? As perguntas que
rodeavam a minha mente.

Eu nunca tinha feito isso para ninguém, mas por algum motivo eu quero
fazer isso por Lisa.

O tempo que passei longe dela foram os piores, eu sentia a porra da sua
falta a todo momento porque qualquer coisinha eu me lembrava dela.
Desde o peixe com alcaparras que eu comi no jantar porque eu me lembrei
que esse e o seu prato preferido, sem falar no cheiro dela que parecia estar
em todo lugar que eu ia.

Fui até o supermercado e mandei mensagem para quem poderia me ajudar:


Adam e Peter.

Você deve estar pensando, por que ele não liga para Benta? Eu por um
momento pensei nisso, mas me lembrei que Benta não tem celular, ela diz
que isso é uma droga que envenena as pessoas e bom ela não está muito
errada e além do mais eu havia dado essa semana de folga para a mesma.
O jeito vai ser falar com esses dois idiotas, ligo para eles por vídeo
chamada e depois de alguns minutos eles me atendem.

- Fala maninho! -Adam diz.

- O que você quer, Venturelli? -Peter diz.

- Preciso da ajuda de vocês -estaciono o carro.

- Onde está o corpo? -Adam diz e eu reviro os olhos.

- Cala boca, idiota -digo irritado.

- Vou desligar nessa merda -Adam ameaça e Peter ri de nós dois.

Suspiro e me preparo para os risos.

- Vou fazer um jantar pra Lisa está noite e preciso que vocês me ajudem a
escolher um prato.

Silêncio.

Adam e Peter me olhavam como se eu fosse de outro planeta.

Silêncio ainda reinava.

- O quê? -Peter pergunta confuso.

- Não me faça repetir, cara. Você sabe que eu odeio repetir as coisas -digo.

- Você está nos dizendo que irá fazer um jantar para uma mulher? -Adam
pergunta.

- Sim -digo.

Como previsto os dois caem na gargalhada.

- Cara, que feitiço Lisa jogou em você? -Peter diz.

Eu ri ao pensar na baixinha mas logo me recomponho.

- Qual o problema eu querer fazer um jantar? -digo com a sobrancelha


arqueada.
- Você nunca fez isso antes -Adam diz.

- Mas eu quero fazer agora, porra! Vocês vão me ajudar ou não? -digo já
sem paciência.

- Tá se acalma -Adam diz rindo.

- Você pensou em algo para fazer? -Peter pergunta.

- Pensei em fazer uma coisa rápida e simples -digo.

- Que tal uma lasanha? -Adam sugere.

- E isso é simples? -Peter pergunta mais confusos que eu.

- Isso demora muito tempo? -Pergunto.

- Sei lá ué, só dei a sugestão não sou um dos jurados do Master chef -ele
diz.

- Me parece uma boa ideia então...quer dizer, eu não sei -Peter diz.

- Certo, vou procurar os ingredientes na internet. Valeu pela ajuda.

Desligo na hora quando escuto as birras do Adam dizendo para eu transar a


noite toda.

Rapidamente pesquiso os ingredientes na internet, entro no supermercado e


pego o necessário para fazer mais de uma lasanha, se não der certo a
primeira eu já tenho a chance de fazer outra, porque sou um desastre na
cozinha e isso é uma das poucas coisas que eu não sei fazer.

Passo as compras no caixa e coloco tudo no porta-malas, dirijo para o meu


apartamento rezando para que tudo dê certo.

Chego em casa e coloco tudo em cima da mesa, pego meu celular


colocando no passo a passo, mas antes eu lavo as mãos.

Olho no relógio e já estava anoitecendo, caralho! Demorei tanto assim no


supermercado? Olho para o celular e depois encaro os ingredientes, não
deve ser tão difícil assim, é só seguir a receita e tentar não colocar fogo no
apartamento, simples! Eu consigo fazer isso.

5 minutos depois...
- Puta que pariu eu não consigo fazer isso!!por que eu tenho que fazer
molho? Era pra isso ser fácil -grito puto.

A receita tinha dois tipos de molhos, tinha o molho branco e o molho


bolonhesa e eu não fazia ideia qual eu iria fazer.

Olhei novamente para a receita e percebi que eu só tinha comprado os


ingredientes para fazer a bolonhesa, então vai ser esse mesmo.

Faço tudinho que a receita tá pedindo, esquentei o óleo na panela e refoguei


a carne, tudo certo.

Eu devo estar ridículo fazendo isso.

Demorei uns 10 minutos tentando entender o significava "2 colheres de


sopa”, mas por fim eu entendi.

Montei a bendita em uma travessa de vidro e levei ao forno, eu tinha que


esperar alguns minutos e estaria pronto.

Decido tomar um banho enquanto isso, mando uma mensagem para Lisa
dizendo que Bryant meu motorista irá pegá-la e a trazer para cá.

Entro no quarto e sinto o cheiro de Lisa invadir minhas narinas, seu cheiro
está impregnado em todo lugar, eu gosto disso.
Tiro minhas roupas e vou para o banheiro.

Fico vários minutos sentindo a água cair no meu cabelo e deslizando pelo
meu corpo.

Me perco em pensamentos sobre a viagem que iremos fazer amanhã de


tarde, iremos para a empresa de manhã cedo e adiantar tudo o que é
preciso. Meus pais ficaram em Chicago com restante dos familiares.

Pego o sabonete líquido e passo no meu corpo**

Todos nós iremos ficar na mansão da família e o funeral será no jardim, o


lugar preferido de Ana. Adam e Peter irão a noite então chegarão depois de
nós.

Pego o shampoo e passo no meu cabelo

**
Espero que Lisa não se sinta muito incomodada por ter que fingir para
praticamente todos os Venturelli. Minha família não é muito normal
quando estão todos reunidos. Os únicos que são sérios são meu pai, eu e o
meu primo Nathaniel.
O resto é igual a Adam: falam muito merda! mas eu amo cada um deles.

Olhando pelo lado bom terei Lisa comigo a todo momento. Deus! Essa
mulher não sai da minha mente.

Talvez Peter tenha razão, eu realmente estou apaixonado pela minha


lasanha!

Porra, a lasanha está forno!!!

Saio do banheiro às pressas apenas com uma toalha enrolada na cintura,


molho todo apartamento até chegar na cozinha, abro o forno tirando a
lasanha sem a porra das luvas e acabo me queimando, balanço as mãos
sentindo arder e fecho o forno com os quadris e a minha toalha acaba
caindo no chão, me afasto e levo as mãos a torneira pra tentar aliviar a dor
porque está doendo pra caralho!

Depois de tentar aliviar a dor e falhando miseravelmente eu volto para


pegar minha toalha e acabo escorregando no rastro de água que eu deixei,
você vai achar que estou mentindo agora, mas eu não estou! Quando eu
estava caindo tentei me apoiar em uma barra que tem na minha cozinha e
consequentemente eu desliguei a luz sem querer, já que o interruptor fica
em cima dessa porra de barra, se você não entendeu nada o que eu disse aí
em cima eu vou resumir para você.

Eu estou no chão da minha cozinha todo molhado com as mãos vermelhas


e um pouco queimadas e para completar eu estou pelado no escuro. Por que
tudo isso aconteceu? POR CAUSA DA PORRA DE UMA LASANHA.

Eu definitivamente não nasci para isso.

Eu ainda estou no chão quando eu vejo que ligaram a luz, adivinha quem
era? Isso aí você acertou.

- O que está acontecendo? -Lisa pergunta extremamente surpresa e até


preocupada.

Suspiro irritado.
Eu não acredito que a mulher que eu supostamente estou apaixonado está
me vendo assim.

- A tolha caiu da minha cintura e eu escorreguei no rastro de água que eu


mesmo deixei cair por que...

Ela sorriu da minha desgraça e olhou em volta, parecia procurar algo.

- Eu estou em um filme pornô? -ela pergunta.

Nós dois começamos a rir e lá se foi minha irritação.

- Eu fiz lasanha para você -digo.

- Lasanha? -ela diz sorridente.

Eu nunca vi ninguém gostar tanto de comer do jeito que a Lisa gosta.

Me levanto e seus olhos batem direto no meu membro e vejo suas


bochechas ficarem vermelhas, ela fica tão linda com o rosto corado.

Pego a toalha e me cubro, ela se aproximou de mim desviando da água que


estava molhando toda a cozinha. Parece que eu trouxe o oceano Pacífico
para cá.

Ela olhou nos meus olhos me deixando desconcertado.

- Você fez um jantar para mim? -ela pergunta surpresa.

Balanço a cabeça em concordância e ela sorri de canto, coloca os braços no


meu pescoço e me puxa para um beijo calmo cheio de paixão. Coloco a
mão na sua cintura e acabo dando um grunhido de dor.
Lisa rapidamente se afasta e me olha com a testa franzida.

- Isso foi um gemido de dor? -ela pergunta.

- Talvez -digo louco para jogar ela em cima dessa mesa e fodê-la.

Ela se afastou e me olhou de cima abaixo, seus olhos percorrem minha


cabeça, pescoço, barriga e chegam nas minhas mãos.

Touche

- Meu Deus, Dylan -ela diz e pega o meu pulso avaliando minha mão.
- Está tudo bem-digo com indiferença.

- Ah claro está tudo ótimo, suas mãos só estão queimadas -ela diz com
deboche.

- Sente aí, deixe-me fazer um curativo -ela diz e eu reluto.

- Se você não me deixar fazer o curativo eu juro que vou ligar para Adam e
contar que você estava no chão da cozinha pelado e no escuro.

Ela diz e eu na mesma hora me sento no banquinho, não quero arriscar.


Adam irá me zoar até eu completar 50 anos.

- Onde fica os primeiros socorros? -ela pergunta.

- No armário lá na sala, quarta porta a direita -digo.

Ela vai até onde eu disse e volta segundos depois com a caixinha vermelha,
trás até mim e se senta na minha frente.
Pega um líquido transparente e despeja um pouco na minha mão, sinto
arder um pouco, mas nada demais. Lisa pega um plástico com uma faixa
dentro.

Ela pega a minha mão direita e começa a enfaixar devagar, parecia bastante
concentrada no que estava fazendo e eu estava bastante concentrado nela.

- Você já fez isso antes? -pergunto e ela me encara.

- Depois que meus pais morreram eu fiquei na guarda de uma mulher muito
especial para mim, às vezes ela se machucava e eu cuidava de algumas
feridas -ela diz e sorri triste.

Nunca me perguntei sobre o que aconteceu depois da morte dos pais de


Lisa, mas tomarei nota de fazer isso.

- Cuidamos uma da outra -ela diz mais para si do que para mim.

Percebo que ela ficou estranha de repente, mas tenta disfarçar dando um
sorriso nada confortador.

Ela faz a mesma coisa só que agora na outra mão, eu queimei as duas mãos.
Dá para acreditar?

- Você ficou muito tempo com essa mulher?


Pergunto querendo saber um pouco mais sobre seu passado.

- Alguns meses -ela diz de cabeça baixa.

- E o que você...

- Dylan, eu realmente não quero falar sobre isso -Lisa me corta.

Ela me parecia angustiada então resolver não perguntar mais nada.

- Certo -sussurro.

Ela termina de enfaixar minha mão direita e bufa.

- Me desculpe, e só que...eu não gosto de falar sobre isso -ela coloca a mão
no meu rosto e sorri terno.

- Está tudo bem -Dou um beijo na sua mão.

- Que tal você ir lá para cima se trocar enquanto eu arrumo isso aqui para
jantarmos? -Pergunta e eu concordo.

Subo as escadas e entro no quarto, vou até o criado mudo e pego meu
celular.

Fui até o closet e digito o número do meu detetive que me ajuda com
algumas informações. Pressiono a tecla e ele atende no terceiro toque.

- Preciso que faça uma coisa -digo sem rodeios.

- Só dizer -ele diz.

- Quero que descubra mais a fundo sobre Lisa Campbell Morris.

Esse detetive foi o mesmo que me ajudou quando eu precisava descobrir


algo para fazer Lisa aceitar o acordo e ele faz um bom trabalho até então.

- Irei fazer isso agora mesmo -ele diz e eu desligo.

Tem algo de errado.


34° capítulo
Lisa

Eu estava limpando a zona que Dylan fez na cozinha, o homem só não


botou fogo no apartamento porque preferiu outro elemento.

Tem água para todo lado parece que eu estou em uma piscina.

Seco o chão por vários minutos e arrumo umas coisas que tinham sobre a
mesa, provavelmente o que ele usou para fazer a lasanha. Que está com
uma cara boa. Pego dois pratos e coloco sobre a mesa, coloco a travessa
que ainda estava muito quente perto dos pratos.
Pego os talheres e procuro as taças, olho ao redor e as vejo lá no topo do
armário.

Ótimo! Como vou alcançar essa merda.

Vou até lá e me estico, meus dedos chegam a tocar na taça mas não o
suficiente para agarrar, tento mais uma vez e ouço uma risadinha.

Olho para o lado e vejo um Dylan se divertindo com a minha cara.

- Do que você está rindo? -pergunto emburrada.

- Nada não -ele diz e se aproxima.

Ele estava vestindo apenas uma calça moletom preta e uma camisa azul
escura.

Dylan estica a mão e pega as duas taças com um pouco de dificuldade já


que está com as mãos enfaixadas.

- Aqui -ele diz.

Pego as taças da sua mão e coloco na mesa, Dylan pega o vinho e sentamos
para comer.
Corto o pedaço da lasanha e coloco no seu prato fazendo o mesmo com o
meu logo em seguida.

Dylan nos serve o vinho e me olha apreensivo e nervoso. Ele com toda
certeza nunca cozinhou pra ninguém antes, principalmente para uma
mulher. Levei um pedaço até a boca e mastigo sentindo um gosto bom,
realmente estava melhor do que eu havia esperado.
- E aí? -ele pergunta com uma carinha extremamente fofa.

- Está muito bom -digo e ele sorri de lado.

- Tudo o que eu faço é bom -ele diz.

- Você é muito convencido -digo sorrindo.

- Só digo a verdade -ele leva um pedaço até a boca e geme com o gosto.

- Caralho isso tá ótimo -ele diz e come mais um pedaço- Eu sou um ótimo
cozinheiro -diz bebendo um gole de vinho.

Afirmo com a cabeça, não quero acabar com os seus sonhos logo agora.
Bebo um gole de vinho e continuamos conversando sobre assuntos
aleatórios.

Quando terminamos de comer eu lavei a louça, eu até o obrigaria a fazer


isso, mas aí eu teria que refazer o curativo, então ele vai me ajudar a secar.

- Podemos assistir um filme -sugeri.

- Você gosta de filmes? -ele pergunta.

- Quem não gosta de filmes? -pergunto rindo.

Ele deu de ombros. Meu Deus!

- Você não assiste filmes? -pergunto e termino de lavar a louça.

- Não -ele diz e vamos para sala.

- Como não? -pergunto incrédula.

- Eu não tenho muito tempo para fazer isso, meu tempo livre eu gasto
lendo, treinando ou caindo na cozinha -ele diz e sorri de lado.

Idiota.

- Vamos mudar isso então -digo e me jogo no sofá.

- Como assim? -ele pergunta confuso.

- Vamos assistir o clássico de todos os tempos -digo e pego o tablete- Só


para começar.
A televisão que tem no apartamento de Dylan não é guiado por controle
remoto, as funções são todos transmitidas por um tablet do tamanho da
minha cara.

- Sente meu jovem -bato no sofá e ele se junta a mim.

- Vamos assistir um filme com uma história de amor trágico.

Coloco o filme na televisão e vejo a confusão nos olhos de Dylan.

- O que é Titanic? -ele pergunta e eu sorrio.

Ele realmente não assiste filmes.

- É o filme que iremos ver -dou play e me acomodo no sofá.

- É melhor você se sentir confortável porque filme tem 3 horas de duração -


digo e ele arregala os olhos.

- Puta merda! -ele exclama e se acomoda assim como eu.

Começamos a assistir o filme e eu prestava atenção em cada expressão que


Dylan fazia, era até engraçado quando ele revirava os olhos nas cenas de
beijo, parecia uma criança.

Depois de quase 2 horas e meia de filme eu já estava deitada com Dylan


descansando a cabeça na minha barriga abraçada na minha cintura
enquanto eu fazia cafuné no seu cabelo.

- Cabia os dois nessa porta, você sabe né? -ele diz me fazendo sorrir.

- Rose é espaçosa -digo brincando e ele levanta a cabeça para me encarar.

- Rose é egoísta -ele rebate e se senta.

- Vem cá, baby -ele me puxa para o seu peito e abraça meu corpo.

- Você tem um cheiro bom -sussurro.

Me aconchego nos seus braços e começo a me sentir sonolenta. Não


consigo aguentar e acabo dormindo. Sinto meu corpo ser aconchegado no
sofá e um lençol me cobrir e uma carinho ser feito no meu cabelo.

- Não vou conseguir deixar você ir embora -escuto uma voz grossa e calma.
- Dylan... -digo sonolenta.

Me remexo um pouco e volto a dormir, dessa vez profundamente.

(...)

Acordei com alguém me dando vários beijos no rosto e acabo sorrindo


quando abro os olhos e vejo Dylan em cima de mim com um terno de três
peças impecáveis e seu cheiro invadindo meu nariz e minha sanidade
mental.

- Você dorme muito -ele diz e me dá um selinho.

- Como bastante também -digo e ele sorri de lado.

- Vamos dorminhoca, temos que ir para empresa e depois ir para Chicago -


ele diz e eu me levanto meio grogue.

Porra como eu queria continuar dormindo até o cú dizer chega, tenho a


impressão de que esse sofá tá mais triste sem mim. Acho até que ouvi ele
chamar meu nome.

- Lisa? -Dylan me chama e eu olho pra ele.

- Por que você está encarando o sofá desse jeito? -ele pergunta rindo.

- Nada não, vou tomar um banho.

Subo as escadas morta de sono e entro no quarto, tiro meu vestido com uma
lentidão e entro no chuveiro gelado para ver se me esperta. Fico cerca de
cinco minutos só com cabeça embaixo do chuveiro e depois faço minha
higiene.

Saí do banheiro enrolada na toalha e começo me arrumar, pego meu sutiã


preto e uma calcinha amarela com algumas florzinhas azuis parece até
calcinha de criança mais é bem confortável.

Estou colocando a calcinha quando Dylan abre a porta do quarto com a


caixinha vermelha de primeiros socorros e me olha de cima a baixo. Sabe
aquele olhar de uma pantera preste a devorar um animal indefeso? Pois é, a
situação não está muito diferente nesse exato momento.

- Essa é a coisa mais sexy que eu já vi -ele diz e aponta pra minha calcinha.
Como se isso fosse possível, esse babaca já transou com modelos e atrizes
extremamente mais sexy do que eu.

Insegurança é uma droga.

- Pare de mentir -digo e visto minha saia preta.

Dylan coloca a caixinha em cima da cama e só agora percebo que suas


mãos estão sem a faixa.
Ele se aproxima de mim ficando frente a frente.

- Nunca falei tanta verdade em toda minha vida -ele diz sério.

- Você é a coisa mais sexy que eu já pus meus olhos -ele diz e afasta meus
cabelos para o lado.

- Não duvide disso Lisa, você é a protagonista dos meus sonhos eróticos -
ele beija meu pescoço- A única que está nos meus pensamentos -ele beija
meu maxilar- Então quando eu digo que você é a coisa mais sexy que já vi
-ele morde meu lábio inferior- É a verdade.

Nem preciso dizer como eu estou me sentindo né? Louca para tirar esse
terno que ele está usando.

- Caralho, eu adoraria saber se você está molhada agora -ele diz no meu
ouvido me fazendo arfar- Mas não vou conseguir te tocar do jeito que eu
quero se minha mão estiver desse jeito -se afasta.

- Irei fazer o curativo em você -digo e ele concorda frustrado.

Vesti minha blusa social e deixei meus cabelos secarem naturalmente.


Peguei a caixinha vermelha com uma pomada e pedi para ele sentar na
cama. Dylan estava com uma cara horrível e uma ereção visível dentro das
calças. Me abaixei ficando de joelhos na sua frente e vi ele jogar o corpo
pra trás.

- Porra você quer me matar -ele diz de olhos fechados.

- O que foi? -pergunto.

- Eu estou quase gozando aqui e você se ajoelha na minha frente como se


fosse me dar o melhor orgasmo da minha vida.

- Quem sabe depois, Venturelli.


Ri da sua cara de indignação e trago suas mãos para frente, pego a pomada
e passo nas duas. Comecei a enfaixar a esquerda e depois a direita com
Dylan atento no que eu fazia.

- Pronto, baby -digo e ele sorri divertido.

Deixei a caixinha em cima da pequena cômoda e limpei minhas mãos da


pomada, peguei minha bolsa e Dylan se levantou com os olhos fechados,
olhei para sua expressão e ele parecia irritado.

- Lasanha filha da puta -sussurrou.

Comecei a rir e ele me olhou sério.

- Não coloque a culpa na comida -digo e ele revira os olhos.

Peguei no seu braço e descemos as escadas. Caminhamos até o hall para


entrar no elevador e combinamos que iríamos tomar café no caminho.
Chegamos no estacionamento e olhos de Dylan se iluminaram, tinha apenas
um carro na garagem e era um Audi Q7 preto, o carro parecia um mostro
de tão grande e eu só sei o nome porque Dylan acabou de me falar e pelo
que eu entendi esse é o seu carro preferido.

- Meu bebê -ele diz e admira o carro com um sorriso enorme. Eu nem sabia
que ele tinha tanto dente assim.

Homens, carros são a mesma coisa que filhos para eles.

- Senhor -Bryant acena pra Dylan.

- Oi, Bryant -digo e ele sorri terno.

Dylan olha sério pro Bryant que para de sorrir na hora e eu tenho vontade
de jogar Dylan numa fogueira pra queimar o resto do corpo.

Entro no carro revirando os olhos e eu acho que deixei minha boca lá fora,
porra o carro era maravilhoso por dentro! Os bancos eram de couro branco
e o painel tinha várias configurações. sem falar no volante que parecia
macio e atrativo, Só faltava o carro ter digital.

Dylan entrou no carro sorridente e Bryant dirigiu até o Starbucks mais


próximo e comprou dois cafés expressos e depois fomos para a empresa
que em um piscar de olhos nos já estávamos lá, o carro era bem potente.
Bryant abriu a porta do carro e eu saí, ele nem mesmo olhou nos meus
olhos, me despedi dele, mas ele não falou comigo. Sai de lá pisando duro e
Dylan veio atrás de mim.

- Ei -ele me chama e eu entro na empresa.

- A qual é Lisa -caminho um pouco mais e entro no elevador e ele entra


atrás.

- Você tem sérios problemas, Venturelli -digo.

- Certo. Eu não deveria ter feito aquilo -ele diz e eu o encaro.

- Você sabe que ele tem idade para ser meu pai né? -digo e ele assente.

- Sei e só que quando se trata de você eu não consigo controlar -ele diz e
faz biquinho- Desculpe.

Foi o biquinho mais lindo que eu já vi, droga!

- Não faz biquinho -digo e ele me abraça por trás.

- Você não gostou? -ele pergunta.

- Não.

Dylan morde o lóbulo da minha orelha e me vira de frente, seus lábios


tocam o meu suavemente.
A porta do elevador se abre a gente quase não percebe se não fosse pela
presença desse ser de terno azul claro e gravata preta.

- Sexo no elevador? Boa, maninho -Adam diz e eu paro o beijo.

- E aí, Adam? -Dylan e eu saímos do elevador para cumprimentá-lo.

- O que aconteceu com as suas mãos? -Adam pergunta e faz uma cara
engraçada.

- Queimei sem querer -Dou um sorrisinho baixo.

- Você queimou as mãos fazendo uma lasanha? Jesus você é péssimo na


cozinha -Adam diz rindo e Dylan fecha a cara.

Já vi de quem foi a brilhante ideia de fazer a lasanha.


- Adam, diz logo o que você quer -Dylan diz.

- Preciso falar com você -Adam diz e os dois foram pro escritório e eu fui
pra minha sala.

Deixei minha bolsa em cima da mesa e atendi algumas ligações


importantes anotando tudo o que era necessário e assinei alguns papéis para
meu noivo de mentirinha.

Alguns minutos depois vejo Adam saindo da sala de Dylan e me jogando


um beijo no ar.

- Até depois, cunhada -ele grita alto demais e entra no elevador.

Sorri.

Adam Venturelli seria um caso interessante pra NASA.

Adiantei tudo que era possível e quando vi já estava na hora do almoço,


Dylan não saiu da sala em nenhum momento provavelmente adiantando
trabalho assim como eu.
Quatro dias longe de uma empresa sem o presidente, e sem o vice-
presidente já que Adam também irá viajar, requer bastante trabalho.

Me levantei e caminhei até a sala de Dylan que estava concentrado lendo


alguma coisa. Bati na porta que estava aberta e logo sua íris verde focaram
em mim.

- Já ia até você -ele diz e bate na perna para que eu sente nela.

- O que você queria? -pergunto e me sento no seu colo.

- Ia mandar você para casa e arrumar algo que ainda esteja faltando...mas
aqui está tão bom -ele diz e encara meus peitos descaradamente.

- Dylan! -bato no seu braço.

Ele deu uma gargalhada gostosa e eu acabei rindo junto com ele.

- Vá para casa, irei te pegar as 16h -ele diz e eu confirmo com a cabeça.

- Você vai almoçar, não é? -pergunto.

Ele concorda hesitante e mexe na ponta do nariz.


- Você está mentindo -digo.

- Você não tem como saber disso -ele diz desafiador.

- Toda vez que você mente você toca no nariz -digo e ele me olha surpreso.

- Como... -ele pergunta confuso.

- Sou bastante observadora, Sr. Venturelli.

Me aproximo dos seus lábios e dou beijo quente explorando toda sua boca
até ficarmos sem fôlego.

- Até depois e por favor coma algo -digo e saio da sala rebolando.

- Me aguarde, Lisa Morris -ele grita e eu sorrio travessa.

Pego minha bolsa de cima da mesa e saio da empresa, pego um táxi que me
leva até o meu prédio.

E só agora que eu me lembro que não fiz nenhuma mala, preciso arrumar
minhas roupas. Olho para o relógio do meu celular e ainda são 13h da
tarde, tenho tempo para fazer isso.

Vou no contanto do celular e ligo pra Jon que atende no segundo toque.

- Finalmente hein -ele diz com a voz de quem está fugindo irritação.

- Oi, flor -digo sorridente.

- Oi, minha flor. Como você está? -ele pergunta.

- Estou bem, estou te ligando para você passar aqui em casa agora e assim
almoçamos juntos, irei viajar com Dylan daqui a três horas e quero me
despedir de você -digo.

- Tudo bem, eu levo o almoço e viajar? -ele pergunta.

- Sim viajar, depois eu explico para você -digo.

- Certo. Daqui a 30 minutos chego na sua casa.

- Beleza, irei ligar para Emy para almoçar conosco -ele concorda e desligo
telefone.
Chego no meu destino e pago o taxista, entro no meu prédio e ligo para
Emy dizendo que Jon irá almoçar aqui em casa e ela logo desligou dizendo
que comida de graça e com ela mesma.

Vou para o quarto e tomo um banho relaxante, vou a procura de uma mala
pequena e começo a separar minhas roupas enquanto ambos não chegam.
35° Capítulo
Lisa

Eu cantava baixinho no meu quarto enquanto arrumava minha pequena


mala colocando tudo o que iria precisar naqueles quatro dias que eu ia ficar
na mansão dos Venturelli quando escuto uma voz que eu conheço muito
bem gritar da sala.

- Queridaaa, cheguei -Jon grita e eu vou ao seu encontro.

- Oi, meu segurança -o abraço forte.

- Oi, minha flor -Jon me aperta e bagunça meus cabelos.

- Gente e eu não ganho nem um aperto de mãos desse brutamonte -Emily


diz fingindo irritação.

Jon revira os olhos e carrega ela no colo a fazendo rodopiar no ar.

- Tá tá bom Jon me solta! -ela grita e Jon a coloca no chão que abre os
braços fingindo se equilibrar.

- Para você parar de reclamar, sua chata -ele diz.

Emily sorri e aponta para mesa.

- Vamos comer porque eu estou com muita fome.

Eu já tinha colocado tudo na mesa então só precisamos nos servir e comer.

- Trouxe coca e vinho qual vocês querem? -Jon pergunta

- Coca -Emy e eu respondemos em uníssono.

Começamos a comer e conversar sobre a viagem.

- Que horas você vai? -Jon pergunta.

- Às 16h -bebo um gole de coca.

- Só vão vocês dois? -Emy pergunta.

- Viajaremos só nos dois, mas a família inteira já está lá -digo e eles


concordam- Acho que Peter e Adam irão pela noite.
- Quem é Peter? -Jon pergunta.

- Melhor amigo do Dylan -digo e Emy nega com a cabeça.

- É um cara grosso e mal-educado que derruba mulheres no chão, aqueles


tipos de cara que se acha mais do que todo mundo -ela diz e volta comer.

Jon e eu a olhamos com uma sobrancelha arqueada e ela dá de ombros.

- Tá ok -Jon diz com a voz desconfiada.

- Você volta quando flor? -ele pergunta.

- Domingo -digo e termino de comer- Estava muito bom -digo sorridente


me referindo a comida.

- Podemos sair quando você voltar, faz um tempo que não saio com vocês -
ele diz com uma voz manhosa e eu sorrio.

- Não faz tanto tempo assim -Emy diz.

- Claro que faz, Emily nem liga mais para mim e Lisa só quer sair com o
bilionário gostosão -ele diz e cruza os braços.

- Vamos marcar isso direito tá bom? Com calma e... -digo, mas ele me
corta.

- Sexta feira, boate, tequila, vodca e ressaca -ele diz animado.

- Topo -Emy levanta a lata de coca no ar.

- Topo -Jon junta sua coca com a da Emy.

Os dois apontaram para as latas e me olhavam sorrindo e esperançosos.

- Precisa ser boate? A gente pode ir em um restaurante ou barzinho mais


calmo...

Os dois me olharam com cara de tédio e eu reviro os olhos, sei que não vou
conseguir convencer esses dois. Pego a lata de coca e junto com as deles.

- Topo -falei.

Os dois batem palmas animados e eufóricos, gente é só uma boate.


- Leve seu noivinho e você -aponta para Emy- Acha um boy e leva para
mim.

Ela concorda sorrindo e escutamos um celular tocando, era de Emy.


Ela atende e parecia que alguém estava a chamando para voltar ao trabalho.

- Certo, estou indo -ela diz e desliga.

- Preciso voltar para o trabalho, uma reunião sobre a nova coleção de


roupas para o inverno foi remarcada para agora -ela diz e se levanta.

- Eu também preciso ir -Jon disse.

- Certo -digo e levo os dois até o elevador.

- Tchau Mucura, faça muito sexo mais cuidado para não engravidar -Emy
diz e eu dou um tapa de leve no seu braço.

A abraço e ela retribui, Jon se aproxima e me abraça.

- Cuidado viu flor? Se aquela gente te maltratar me liga que eu conheço um


cara -ele diz.

- Cruzes, Jonathan -digo.

Jon beija minha testa e os dois entram no elevador, aceno em despedida e


porta se fecha, caminho de volta para o apartamento e olho no relógio da
parede. Ainda tenho tempo de terminar a minha mala e tomar um banho
relaxante.

Separo meus remédios para dormir colocando perto da minha bolsa, uma
coisa que me deixa apavorada é avião. Minhas mãos suam e eu sinto muita
vontade de vomitar. Como uma coisa daquele tamanho é permitida voar
por aí? por que se cair provavelmente vai morrer todo mundo, sem falar na
turbulência que me deixa transtornada.

Terminei de arrumar minha mala e tomo um banho relaxante de banheiro,


saio do banheiro e fico vários minutos jogada na minha cama só de toalha
pensando na vida que acabo cochilando.

Acordo com meu celular apitando, me levantei e li a barra de notificação.

"Já saí da empresa e estou indo pra sua casa"


Olho a hora no celular e já estava perto de dá 16h merda! Que horas eu
dormir que não lembro?

Rapidamente vesti uma saia jeans média e uma blusa lilás de mangas
compridas, calcei minha bota cinza e deixei meus cabelos soltos. Eu estava
passando meu perfume habitual quando eu escuto uma batida na porta, até
que Dylan não demorou tanto vindo da empresa para cá.

Caminhei até a porta e girei a maçaneta.

- Oi, preciso da sua ajuda.

Caleb entrou no meu apartamento passando por mim, ele andava de um


lado para o outro parecendo ansioso.

- Pode entrar -sussurro irônica.

- O que aconteceu? -pergunto.

- Chamei Emily para sair e preciso saber do que ela gosta -ele diz.

- Você quer a minha ajuda para planejar um encontro? -pergunto.

- Não é um encontro -ele coçou a nuca- Só a levarei para sair.

Levantei uma sobrancelha.

- Ela me disse que não vai em encontros então isso não é um encontro.

Caleb parecia nervoso e perdido, seus olhos pareciam pensativos e


distantes.

- Emily é uma garota legal e pela primeira vez estou disposto a ficar com
uma mulher mais do que uma vez, mas eu não faço ideia do que fazer.

Tudo bem, se ele quer tentar algo com a minha amiga eu irei ajudá-lo.

- Certo vou te ajudar -digo e ele suspira aliviado.

- Você é incrível -ele diz e eu sorrio.

- Emily gosta de piqueniques e parque de diversões, não compre flores


porque ela não gosta, se vocês forem a um restaurante não a leve em um
restaurante francês porque provavelmente ela irá falir você -digo e ele ri.
- Você está mesmo disposto a levar minha amiga a sério? -pergunto e ele se
senta no sofá ficando de frente pra mim.

- Sim, sua amiga é linda e engraçada apesar de não ter filtros às vezes mas
eu gosto dela assim -ele diz e ambos sorrimos.

- Então tudo bem, mas se você a magoar eu mato você -digo e ele sorri.

- Você não faria... -faço a cara que Dylan faz quando está com raiva e
levanto uma sobrancelha.

Caleb para de sorrir e levanta as mãos em rendição.

- Não pretendo fazer isso -ele diz e eu concordo.

- Tem mais alguma coisa que eu precise saber? -ele pergunta.

- Se você quer mesmo a conquistar, leve ela para passear em um parque de


diversões -ele franze o cenho.

- Ela gosta tanto assim de parque de diversões? -ele pergunta confuso.

- Emily gosta de adrenalina, seus brinquedos favoritos são os mais insanos


possíveis -digo e ele engole em seco.

- Jesus, onde eu fui me meter? -ele pergunta e eu sorri de lado.

- Você se meteu com Emily Brooks, sua vida jamais será a mesma -digo e
toco o ombro dele.

- E não esqueça os chocolates -digo.

Caminho até a porta e ele me segue.

- Vou sair com ela na sexta feira, me deseje sorte -ele diz.

- Você vai se sair bem, só dê chocolate a ela que vai dar tudo certo -digo e
ele me abraça.

Fico surpresa com o ato piscando várias vezes seguidas, ele se afasta e eu
sorri sem graça.

- Muito obrigado -ele sorriu agradecido.

- De nada -digo e ele me encara desconfortável.


- Eu já vou indo então -ele diz e eu concordo.

Caleb abriu a porta e nós vimos os olhos verdes esmeraldas que


escureceram assim que viram Caleb.

- Quem é esse aí? -ele pergunta na minha direção ignorando o homem na


sua frente.

- Caleb, muito prazer -Caleb estende a mão, mas ele não a pega.

- Dylan -ele diz seco.

- Caleb este é o meu noivo, Dylan este e o amigo próximo de Emily, bem
próximo -digo.

Ele concorda com a cabeça sem desviar dos olhos de Caleb. Só Dylan para
parecer tão calmo e ameaçador ao mesmo tempo.

- Nos vemos depois então, Caleb -digo e ele vai para a porta ao lado.

- Até mais, Lisa -ele sorriu e entrou no seu apartamento.

Caminhei até o meu quarto já esperando a pequena discussão.

- O que aquele cara tava fazendo aqui? -Dylan pergunta irritado.

- Ele veio me perguntar as coisas que Emy gosta -digo.

Dylan cruzou os braços e parou na minha frente.

- Ele te chamou para sair? Você transou com ele? -ele pergunta incrédulo.

Suspirei puta e procurei a paciência que eu não tenho pra lidar com um
Dylan ciumento.

- Caleb não me chamou para sair, ele vai sair com Emily. Só veio aqui para
me pergunta do que ela gosta -digo e ele suspira.

- Só isso? -ele pergunta.

- Não, depois que conversamos ele me jogou na mesa da cozinha, rasgou


minhas roupas e me fodeu até eu...

Dylan não me deixou concluir a mentira, ele se aproximou de mim em um


movimento rápido e atacou minha boca. Sua mão agarrou minha nuca e
aprofundou aquele beijo intenso e possessivo, eu não saiba se a mão dele
estava doendo, mas ele me apertava com força e gemidos traidores saiam
da minha boca. Dylan mordeu meu lábio inferior e se afastou colando
nossas testas.

- Não fale essas coisas pra mim -ele disse baixo.

Minha respiração estava descompassada e meus olhos ainda estavam


fechados.
Dylan é intenso demais para meu pobre coração.

- Você tira toda a minha sanidade, Lisa -abri os olhos.

- Minha vontade agora era te jogar nessa porra de cama e gritar aos quatro
ventos que você é minha -ele disse e fechou os olhos.

Dylan precisa entender que jamais conseguiremos manter um acordo se ele


sempre for duvidar de mim e dá uma de homem das cavernas.

- Você não pode fazer isso -digo e ele me encara.

- Você deveria confiar em mim, mas acho que você não consegue -digo e
tiro suas mãos na minha nuca.

- É claro que eu consigo, mas eu acabei de ver um cara sair do seu


apartamento onde você está sozinha -ele diz e passa a mão nos cabelos-
Não, eu não consigo pensar em outra coisa.

- Você não deveria pensar assim, nós não temos nada, não de verdade -digo
e aperto meus dedos.

Dylan faz uma expressão que eu não consigo identificar e se aproxima de


mim.

- Foda-se se você não for minha de verdade, mas você é minha de mentira -
ele alisa minha bochecha.

Pera, o que?

- Eu confio em você mais do que eu deveria acredite em mim, mas o ciúme


me domina e eu me comporto como um idiota. Não consigo controlar, eu
sinto muito.

Uma lágrima solitária caiu do meu rosto e eu não faço ideia do porquê eu
estou chorando, droga!
- Por que você está chorando? -ele pergunta e limpa a lágrima.

- Eu não sei -digo a verdade.

Dylan bufa e me encara de um jeito que nunca me encarou antes.

- Eu sou um completo babaca por te fazer chorar, eu não mereço você Lisa
não mereço sua preocupação, não mereço seu sorriso de felicidade se eu
sempre o tiro -ele diz e se afasta.

- Você é um babaca sim -digo e limpo outra lágrima- Mas ainda não desisti
de você, Dylan.

Ele me encara confuso e eu me aproximo dele tocando seu rosto, ele desvia
o olhar parecendo envergonhado.

- Olhe pra mim -digo e ele reluta.

- Por favor -reforço e ele me encara.

- Preciso que você confie em mim, que me deixe explicar se uma situação
dessas acontecer, assim como eu também deixaria você me explicar se
fosse com você, não me acuse de coisas que eu não fiz por que homens e
mulheres sempre estarão no nosso dia a dia, você escolhe se quer ou não
fazer algo com elas.

- Eu não quero -ele diz me deixando surpresa.

- Prometa que irá conversar comigo primeiro e confiar em mim -digo e ele
suspira.

- Eu prometo -ele diz e eu respiro aliviada.

Sorrio fraco e o abraço apertado como se ele fosse fugir, ele apoia o queixo
na minha cabeça e retribui o abraço. Dylan tira toda minha força quando
dúvida de mim. Mas eu não consigo o afastar, não mais.
36° capítulo
Lisa

Me afasto de Dylan e passo a costas das mãos nos meus olhos para enxugar
os resíduos das minhas lágrimas.

- Vamos! Temos uma viagem para fazer -digo e ele sorri terno.

- Irei pegar sua mala -ele diz e eu toco no seu ombro.

- Deixe-me ver sua mão -ele as estende para mim.

Analiso suas mãos e vejo ele fazer uma careta quando eu encosto na palma.

- Ainda dói muito? -pergunto.

- Começou a doer agora, mas não se preocupe, irá passar -deu de ombros.

- Você não gosta quando as pessoas se preocupam com você, não é? -


pergunto.

- Quase isso -ele diz e pega a minha mala.

- Vamos, Srta. Morris. Tem um bando de Venturelli ansiosos para te


conhecer, mesmo que seja por uma causa não muito boa -ele diz se
referindo a Ana.

Sorri nervosa e saímos do apartamento com Dylan carregado minha mala e


minha bolsa com a ponta dos dedos. Quando chegamos do lado de fora
estava chuviscando bem fraquinho olhei para a Ranger Rover preta e vi
Bryant.

Ele estava a nossa espera com um pequeno sorriso, dessa vez ele olhou em
meus olhos e até falou comigo. Não duvido nada de que tenha dedo de
Dylan nisso, mas ignorei.

Entramos no carro e fizemos o trajeto todo a até uma parte privada do


aeroporto, franzi o cenho confusa.

- Por que não estamos em uma fila para pegar um avião? -pergunto a
Dylan.
- Por que vamos no meu avião -ele diz e o carro para.

Ele desceu do carro dando a volta e abrindo a porta para mim, saí do
mesmo e o chão estava um pouco molhado por conta da chuva, levantei o
olhar e vi um jatinho parado na nossa frente escrita Venturelli na parte
traseira. Por que Dylan adora colocar o sobrenome dele nas coisas?

Dylan me guiou até a entrada e subimos naquele treco enorme, pisquei


várias vezes com a beleza daquilo.

- Puta merda! -exclamei e Dylan sorriu da minha cara de encantada.

Ele era ainda mais bonito por dentro, tinha 7 poltronas cinzas pela extensão
do avião, duas delas dividiam mesas que eram brancas com pequenos vasos
de flores em cada uma delas, havia duas portas no fundo do avião, suponho
que seja o quarto e o banheiro.

Tudo era de muito luxo e parecia confortável.

Fiquei tão impressionada que fiquei parada admirando tudo aquilo.

Caminhei até a poltrona do meio e me sentei nela com Dylan se sentando


na minha frente. Ele sorria calmamente enquanto eu sentia o nervosismo
me dominar.

- Dylan cadê minha bolsa? -pergunto.

- Irei pedir pra buscá-la -ele diz e eu assenti.

Alguns minutos depois eu senti o avião começar a andar e eu ficando


branca que nem neve.

- Você está bem? Está pálida.

Não, eu não estou bem, eu estou num treco que eu tenho pavor e ainda não
me trouxeram a porra da minha bolsa com os meus remédios para dormir.

- Preciso da minha bolsa, agora -digo e ele franze o cenho.

- O que está acontecendo? -pergunta e eu me seguro na poltrona quando


senti o avião subir.

- Eu tenho medo de voar -digo quase em um grito.

Dylan faz um "o" com a boca e dá um sorriso pequeno.


- Para de rir seu idiota! E sério, preciso da minha bolsa e tomar os
compridos para dormir -digo irritada e ele sorri mais ainda

Qual o problema desse cara?

- Espere aqui tentarei resolver isso -ele se levanta e vai até a cabine onde
fica as comissárias de bordo eu acho sei lá, não estou conseguindo pensar.

Fechei meus olhos e respirei contando até 10 acalmando minha respiração,


olhei pela janela de relance e me arrependi na hora, meu coração começou
a bater mais forte e apertei ainda mais as mãos na poltrona até meus dedos
ficarem brancos.

- Respira, respira, respira você não vai morrer -repeti várias vezes.

Eu realmente tenho pavor de viajar de avião, mas sempre tomo meu


remédio e consigo viajar tranquilamente.

- Aqui -Dylan voltou com a minha bolsa em mãos e a peguei violentamente


fazendo ele dar um passo para trás meio assustado.

Revirei minha bolsa desesperada para encontrar o comprimido e não


consegui achar, tirei tudo de dentro: Escova de cabelo, documentação,
celular, batom, chicletes e nada da porra do comprimido.

- Não, não, não! Não está aqui -digo virando a bolsa de cabeça para baixo.

- Lisa, se acalme -Dylan diz e eu tenho vontade de socar seu belo rosto.

- Não me peça para ficar calma, Venturelli -digo e procuro na bolsa mais
uma vez.

Eu estou quase rasgando a bolsa então desisto, eu não acredito que não
peguei essa porra de remédio, jogo a bolsa do meu lado e coloco a mão no
rosto.

Meu corpo estremece quando sinto o avião balançar, minha boca fica seca e
minha mão começa a suar.

- Isso foi... -digo com os olhos arregalados.

- Não, claro que não -Dylan diz e sorri nervoso.

Sinto outra vez o avião balançar, mas dessa vez mais forte me fazendo dar
um grito de susto.
- Isso é uma turbulência? -pergunto já sabendo a resposta.

- Quando estávamos saindo do aeroporto a chuva ficou um pouco mais


forte e... passaremos por um pouco de turbulência -Dylan diz.

Minha alma que estava no meu corpo não estava mais, começo a respirar
com dificuldade e aperto minhas mãos uma na outra, sempre faço isso
quando estou nervosa.

- Nós vamos morrer -digo balançando a cabeça.

- Não vamos morrer, Lisa -Dylan diz calmo até demais.

- Sim nós vamos -digo e me levanto- Eu nem me despedi da Emily e do Jon


direito. Céus, eu nunca mais verei ninguém porque vou estar morta.

Ando de um lado para outro e a mulher me repreende dizendo para eu


sentar por que estamos passando por turbulência.

- Lisa, se sente por favor -Dylan diz e eu nego.

Eu estou enlouquecendo, balanço minhas mãos de um lado para o outro


como se estivesse as secando, comecei a chorar de desespero, as lágrimas
desciam fortemente pelo meu rosto.

- Para de chorar, Lisa -Dylan diz e se levanta- Odiei da última vez e ainda
odeio.

- Senhor proteja minha amiga Emily e cuide dela para mim por favor, não
deixe ela fazer idiotices porque ela faz muito.

- Cuide do Jon para mim também por favor, proteja meu segurança e ache
alguém para ele se casar.

Eu dizia andando de um lado para o outro e Dylan me olhava preocupado.

- Senhor por favor se sente, não é seguro os dois ficarem de pé -uma


mulher loira dispara na nossa direção.

Dylan a ignora e se aproxima de mim enquanto eu estou tendo minha crise.

- Eu não sabia que você tinha medo de voar, se eu soubesse teríamos


arranjado outro jeito -ele diz e eu respiro pesadamente.
- Isso não importa mais -abraço meu corpo e mais lágrima desciam do meu
rosto.

Sinto o avião sacudir outra vez e corro para os braços da única pessoa que
eu me sinto segura.

Agarrei fortemente o tronco de Dylan e provavelmente molhei toda sua


camisa de lágrimas. Dylan me aperta forte me passando segurança e
escutamos a mulher mais uma vez.

- Senhor -ela diz e Dylan suspira.

Dylan

Eu estava agarrado á única coisa que me dá paz e me tranquiliza, mas


infelizmente ela não estava do mesmo jeito que eu.

Eu não sabia que Lisa tinha pânico de avião, me sinto um idiota por não ter
perguntado isso antes. Me sinto pior ainda por seu corpo tão pequeno estar
agarrado ao meu implorando por segurança.

- Senhor, por favor -a comissária de bordo diz.

Suspirei e afastei minimamente o corpo de Lisa do meu, apoiei minhas


mãos ao lado da sua cabeça com ela ainda com as mãos no meu tronco.

Olhei para aqueles olhos azuis que estavam tristes e apavorados, ela
sussurrava que estava com medo e meu coração se quebrou por pequenos
segundos.

Passei meus dedos pelo seu lábio inferior e vi ela fechar os olhos.

- Foda-se -digo.

Pego Lisa no meu colo e ela entrelaça as pernas na minha cintura, seus
braços agarram meu pescoço e eu sentia sua respiração quente na minha
nuca, caminho com ela até ao quarto que ficava no final do avião. Não
estou me importando com a dor que sinto em minhas mãos, Lisa é mais
importante que isso e agora eu preciso a abraçar e tentar acalma-la.

Abri a porta e a fechei ignorando a comissária de bordo. Caminhei até a


ponta da cama e coloquei Lisa deitada de lado, me aconcheguei atrás dela e
abracei sua cintura enquanto ela estava agarrada ao meu braço usando-o de
travesseiro.
Eu nem sabia se podíamos estar aqui com uma pequena turbulência lá fora
mas eu não podia mais ver aquele olhos azuis implorando para que eu
fizesse alguma coisa.

Comecei a fazer carinho no seu cabelo e sussurrava que tudo iria ficar bem,
ela apenas soluçava agarrada ao meu braço como se aquilo fosse seu escape
para fugir dali.

- Está tudo bem. Tente dormir, minha baixinha -digo no seu ouvido ainda
fazendo carinho no seu cabelo.

- Não irei sair do seu lado -digo.

Sua respiração aos poucos vai se suavizando e o aperto no meu braço vai
diminuindo.
Abraço seu corpo ainda mais quando percebo que ela dormiu, seu rosto
estava coberto pelas lágrimas derramadas e seu corpo estava encolhido
naquela cama enorme.

Beijo sua cabeça e cheiro o perfume que vem do seu cabelo.

Tão...ela.

- Não consigo mais sair do seu lado.

Sussurro para mim mesmo e fecho os olhos, aos poucos vou pegando no
sono e adormeci agarrado a minha baixinha.
37° capítulo
Lisa

Abri os olhos devagar me acostumando com a claridade, notei um braço


apertando minha cintura firmemente e logo me lembro das minhas cenas de
pânico.

Oh Deus.

Olhei em volta e percebo que ainda estamos no avião, me mexo


desconfortável despertando o homem ao meu lado.
Dylan acorda e sussurra:

- Oi, baixinha -ele diz e eu viro de frente para ele.

- Ainda estamos voando, Dylan -digo apertando seu braço.

- Já iremos pousar, não se preocupe -ele diz e me puxa para o seu corpo.

Relaxo visivelmente e me aconchego nos seus braços com a cabeça no seu


peito e minhas pernas entrelaçadas nas suas. Ficamos vários minutos assim.

Me senti segura nos seus braços, Dylan conseguiu me acalmar como


ninguém.

- Baby, acho que é mais seguro estarmos sentados quando o avião pousar.

- Precisamos voltar para nosso assento -ele diz e eu suspiro.

- Tudo bem, mas não me solte -digo e ele concorda.

- Vamos -ele diz.

Nos levantamos e Dylan colocou seu braço em volta do meu ombro dando
seu melhor sorriso confortador.

Saímos do quarto e eu apertava sua cintura, ele me guiou até o assento e me


colocou lá. Beijou meus lábios rapidamente e colocou seu cinto de
segurança

Se sentou na minha frente e entrelaçou nossas mãos por cima da mesa, me


senti muito melhor.
Olhei para a cabine das aeromoças e vi duas mulheres cochichando e rindo
enquanto olhavam pra mim, provavelmente debochando sobre o que
aconteceu nas últimas horas. Corei de vergonha e soltei as mãos de Dylan
apertando meus próprios dedos.

Dylan olhou pra mim e franziu o cenho, seguiu meu olhar e olhou pra
cabine e suspirou irritado.

Quando ele ia falar alguma coisa escutamos a voz do piloto dizendo que já
iríamos pousar, respirei tensa.

- Feche os olhos -Dylan disse e eu franzi o cenho.

- O que? -pergunto.

- Feche os olhos -ele diz e sorriu terno.

Fechei meus olhos e ele pegou minhas mãos.

- Você está escutando? -ele pergunta

- Escutando o que? -pergunto confusa e abro os olhos.

Aí meu Deus.

- Não abra os olhos, feche de novo -ele diz e eu faço o que ele pediu.

- Perguntei se você está escutando o barulho do mar que chega até os seus
pés e é puxado de volta. O barulho dos nossos risos enquanto corremos
pela praia, imagine Lisa -ele diz e minha mente automaticamente imagina.

- Imagine o grito de susto que provavelmente você daria quando eu te


carregasse de surpresa e te desses inúmeros beijos até você correr de mim
novamente e eu te pegar mais uma vez, imagine o barulho do mar -ele diz.

Minha mente reproduz essa cena e eu não deixo de sorrir que nem uma
idiota, Dylan e eu correndo pela praia e apenas nos dois rindo igual um
casal de apaixonados.

Abri meus olhos percebendo que ele tinha parado de falar, pisquei confusa
quando Dylan disse que nós já havíamos pousado e nem percebi por estar
imaginando uma cena que nunca aconteceu.

- Bem-vinda a Chicago -ele diz e se levanta.


Sorri feliz por finalmente estar em terra, me levanto e pego na sua mão.
Saímos do avião vendo um carro a nossa espera e a pequena bagagem
estavam sendo colocadas no porta-malas.

As duas mulheres que estavam debochando de mim saíram do avião com


um sorriso enorme e olharam para Dylan oferecidas, meu sangue ferveu
nessa hora.

- Vocês duas -Dylan diz e as falsas nos olham.

Elas se pareciam muito, o que mudava era cor do cabelo já que uma era
loira e a outra era ruiva.

- Venham até aqui -ele diz e elas caminham até nós.

- Deseja mais alguma coisa, Sr. Venturelli? -a loira de voz irritante


pergunta.

- Podemos fazer qualquer coisa que o senhor quiser -a de cabelo vermelho


fala oferecida.

- Vocês estão demitidas -Dylan diz sério e eu arregalo meus olhos.

- O QUÊ? -as duas praticamente gritam.

- Não irei aceitar que funcionários meus tratem minha noiva com deboche e
atitudes infantis. Portanto, estão demitidas.

Dylan se vira e pega minha mão, caminhamos até o carro e eu dou um


sorrisinho contente.

Não senti um pingo de pena, talvez eu fosse má por estar dizendo isso mas
elas mereceram.

Ele abriu a porta do carro e eu entrei com ele entrando logo em seguida, o
motorista já estava no banco da frente e acenou quando Dylan disse para
ele seguir.

Olhei para fora do carro e elas ainda estavam confusas e incrédulas, a ruiva
me olhou e eu dei um tchauzinho bem falso para ela que fechou a cara.

Saímos do aeroporto e olhei para as ruas de Chicago que estavam bem


movimentadas parecendo até Nova York. Como chegamos de noitinha as
luzes da cidade estavam dando vida ao lugar e tudo parecia muito bonito.
Depois de alguns minutos entramos em um bairro onde só tinham mansões
extremamente luxuosas. Seguimos um pouco e paramos na frente de um
portão, um homem olhou para o nosso carro e assim que viu Dylan ele
autorizou a entrada.

Era muito bonita e... grande. Porra, tenho certeza de que vou me perder
aqui dentro.

Engoli em seco quando o carro para e o motorista abre a porta para mim.
Saio do mesmo e Dylan estende o braço sorridente.

- Relaxe -ele diz e eu concordo.

Dylan abriu a enorme porta e adentramos o local, olhei em volta e a


primeira coisa que eu vejo é uma escada com um tapete vermelho sobre
ela, dois lustres dourados pendurados no teto e vários quadros que
provavelmente são o olho da cara.

Ouvimos risadas de algum cômodo e suponho que seja da sala de estar,


Dylan e eu caminhamos até lá e as primeiras pessoas que eu vejo são os
pais de Dylan: Gregório e Monica.

- Olá, família -Dylan diz e todos os olhos se voltam para nós dois.

A sala estava composta por 3 casais contando com pais de Dylan e dois
homens que conversavam calmamente.

Todos os homens estavam vestidos de ternos e eu não estou nenhum um


pouco surpresa com isso.

- Dylan! -seus pais gritam e ele sorri.

Monica se levanta e dá um abraço apertado no filho e depois se direciona a


mim me dando aquele abraço de urso que só ela sabe dar.

- Lisa, minha querida estava sentindo sua falta -ela diz e Dylan arqueia uma
sobrancelha.

- Porra, obrigado -Dylan diz.

- Não seja chato -ela diz e bate no ombro dele.

Gregório me cumprimenta com um abraço e eu retribuo.


- Que bom que você veio mesmo que seja em circunstâncias não muito
boas - Gregório diz e eu dou um sorriso triste.

- Vem, deixa eu te apresentar para o resto da família -Dylan me puxa e


paramos na frente do primeiro casal.

- Esse é o meu tio Jimmy e sua esposa Agatha -Dylan diz.

Jimmy era moreno de olhos azuis e Agatha era loira de olhos pretos e usava
um vestido florido, eles pareciam ter mais de 30 anos.

- Sou Lisa, muito prazer -digo e levanto minha mão.

Jimmy a pega e dá um sorriso brilhante com a esposa não muito diferente.

- Olá Lisa, seja bem-vinda a família -Jimmy diz.

- Se sinta à vontade, a casa é sua -Agatha diz e aperta minha mão.

- Obrigada -digo sorridente.

Dylan sorri pra eles e me puxa mais uma vez para o segundo e último casal.

Esse casal parecia ser mais jovem, a mulher era morena de grandes olhos
verdes e o homem era loiro de grandes olhos verdes também.

Qual o problema dessa família que só tem gente bonita?

- Essa é minha prima Jane e seu marido Michael -Dylan diz e ela sorri pra
mim genuinamente.

- Jane e Michael essa é Lisa, minha noiva.

Jane se levanta e me dá um abraço de tirar o fôlego.

Acho que esse negócio de abraço de urso é de família.

Michael cumprimenta Dylan e Jane ainda está me sufocando.

- Tá bom Jane, solte-a -Michael diz e ela me solta.

- Meu Deus você é muito linda, o que está fazendo com esse babaca? -ela
pergunta e Dylan solta um palavrão para prima.

- Obrigada, você também é muito linda -digo e ela agradece.


- Cadê Adam e Peter? -Michael pergunta.

- Devem estar chegando -Dylan diz.

- O que aconteceu com as suas mãos? -Jane pergunta.

- Sofri um acidente na cozinha -ele diz me fazendo sorrir.

- Eu com toda certeza deveria ter batido uma foto -sussurro para mim
mesma, mas os três me escutam.

- Como assim? -Michael pergunta.

- Nada, ela está falando sozinha, ela faz muito isso -ele diz e me puxa mais
uma vez.

Nos aproximamos dos dois homens que pareciam ter a idade de Dylan, um
era mais bonito que o outro devo dizer.

O homem que estava a minha esquerda se levantou e me encarou da cabeça


aos pés, ele parecia me comer com os olhos e estendeu a mão pra mim. Seu
terno italiano feito sobre medida marcava seu corpo e um sorriso lascivo
não saia dos seus lábios.

- Muito prazer, me chamo Kevin -ele diz e beija minha mão.

- Lisa -digo e ele sorri mais ainda.

- Kevin -Dylan diz seco e finalmente ele olha para o primo.

- Olá, Dylan -Kevin diz num tom indiferente e solta minha mão.

Algo me diz que há um desentendimento entre esses dois, uma rixa na


família certeza. O homem que estava na minha direita se levanta e sorri de
canto. Ele vestia um terno de três peças assim como Dylan, mas seu terno
era cinza.

- Olá Lisa, sou Filipe primo de Dylan -ele diz aperta minha mão.

- É um prazer, Filipe -digo e ele sorri de lado.

- E aí, cara? -Dylan o abraça e das dois tapinhas nas suas costas como dois
camaradas.
- Então, Noivos? Quem diria hein priminho, sempre rodeado das mulheres
mais gostosas de Nova York decide ficar com uma mulher só, estou
impressionado -Kevin diz e Dylan bufa.

- Encontrei a mulher certa dessa vez, cansei de mulheres fáceis e fúteis,


você deveria tentar algum dia desses, talvez você amadureça com alguém
do seu lado -Dylan diz e Filipe segura um riso.

Kevin travou maxilar mais logo depois sorriu falso e se virou dizendo que
ia pegar uma bebida.

- Idiota -Dylan sussurra.

Sorri de lado e olhei pela sala, vi uma fotografia de Adam, Dylan e Peter
com a mesma mulher que eu vi no porta retrata quando estava na casa dos
pais de Dylan em Nova York, ela era realmente uma prima distante.

- Dylan? -o chamo e ele para de conversar com Filipe.

- Quem é? -aponto para o porta retrata.

Dylan segue meu dedo e suas expressões a reconhece.

- Essa é a Ana -ele diz e suspira triste.

- É uma pena que você não a tenha conhecido, ela iria adorar você -Filipe
diz.

- Tenho certeza de que também iria gostar dela -digo e Dylan abraça minha
cintura me encarando.

- Vocês fazem um ótimo casal -Filipe falou e eu sorri sem graça.

- Sabemos disso -Filipe revira os olhos pro primo.

- Você é convencido demais, cara -ele diz e Dylan concorda.

- Você é convencido também -Dylan diz e Filipe dá um grande sorriso.

- O cara mais sexy de Chicago tem que ser -Ele diz e Dylan revira os olhos.

Está confirmado, todos os Venturelli são convencidos.

- Só porque uma revista diz isso não quer dizer que é verdade, tabloides
mentem as vezes- Dylan diz.
- Claro que é, eu sou sexy aceite isso -ele diz.

- Tanto faz -Dylan dá de ombros e me vira de frente.

- Você quer ir para o quarto? -ele pergunta e eu arqueio uma sobrancelha.

- Dylan! -digo em tom de repreensão.

- Arrumar as malas baby e não fazer sexo, mas se você quiser... -ele diz a
última frase em tom malicioso.

- Meu Deus -digo com as bochechas vermelhas- Não vamos falar disso na
frente do seu primo -digo e sorrio sem graça.

- É cara, não quero saber como vocês fazem sexo -ele diz e Dylan sorri.

- Vamos logo, quero tirar esse terno -Dylan diz e pega na minha mão.

Andamos até seus pais e Dylan avisa que iríamos subir até o seu quarto e
iríamos descer para jantar mais tarde. Subi aquelas escadas que não
pareciam ter fim e andamos até o final de um corredor imenso e dobramos
para direita caminhando até o último quarto que tinha ali.

Dylan abriu a porta me deixando entrar primeiro, levei a mão até a boca
quando me deparei com a beleza daquele quarto. Nem precisaríamos sair
daqui.

Eu não sei o quanto a família Venturelli é rica mas com certeza eles
esbanjam luxo por onde passam.

O quarto era enorme com cortinas douradas que escondiam as grandes


vidraças, cabia umas quatro pessoas naquela cama de tão grande, havia
duas cômodas com abajures em cada lado da cama e no teto um lustre
iluminando todo o local. No canto do quarto tinha uma mesa redonda e
uma cadeira vermelha com alguns detalhes brancos e uma espaço sem porta
que deve ser a entrada para o banheiro.

- Nossa! -digo e Dylan ri.

- Eu gosto dessa sua cara de encantada -ele diz.

Dylan caminhou até nossas malas que estavam encostadas na parede do


quarto.

- Vou tomar um banho -ele diz e coloca nossas malas sobre a cama.
A mão desse homem deve estar pedindo por um novo dono de tanto que ele
maltrata ela.

Ele retirou a caixinha vermelha da mala e olhou pra mim com uma cara de
cachorro abandonado.

- Quando você sair do banho eu faço outro curativo pra você -digo e ele faz
uma reverência em agradecimento.

- Já volto -ele diz e me beija rápido.

Ele vai até o banheiro e eu vou atrás do meu celular que estava na minha
bolsa.
Procuro na bolsa preta que estava em cima da cômoda.
Pego o aparelho e digito o número de Emy nos contatos, ela atende no
quarto toque.

- Mucura!

- Ei, estou ligando para dizer que já cheguei -digo.

- Como foi o vôo?

- Um desastre -digo e ela ri.

- Você surtou não foi? Cheguei em casa e vi suas pílulas aqui.

- Surtei mas Dylan conseguiu me acalmar.

- Dylan é o seu príncipe no cavalo branco.

- Não exagera -digo e ela ri.

- Emily eu trouxe pizza e vinho... e pra sobremesa pode ser você, o que
acha? - Uma voz de homem fala do outro lado da linha.

- Quem é? -pergunto a Emy.

- Caleb, ele está aqui para me confortar já que você me deixou -Emy diz
chorosa.

- Para de drama, Brooks. É só por alguns dias.

Ouço um grito vindo do telefone e tenho quase certeza de que escutei Caleb
carregar Emy, céus eu não vou escutar isso.
- Te ligo depois, Emy -digo e ela resmunga algo quase que um gemido.

- Misericórdia -desligo o telefone e jogo na cama.

Credo, quase passo por um trauma agora.

Me levanto e vejo Dylan sair do banheiro com uma toalha enrolada na


cintura e a trilha para felicidade se destacando.
Eu preciso dessa trilha de felicidade de novo.
Lasanha filha da puta.

- Por que você está me olhando desse jeito?

Dylan pergunta e levanto o olhar para ele que está estreitando os olhos.

- Nada -digo sorrindo de lado.

Passo por ele sentido seu cheiro masculino e vou para o banheiro, preciso
tomar um banho e comer, já estou ficando com fome.

Não disse do que.


38° capítulo
Dylan

Sempre fui muito bom em ler as pessoas, talvez seja por isso que me tornei
um homem bem-sucedido no ramo dos negócios.

Raiva, angústia, dor, prazer, tesão. São as coisas que eu consigo identificar
facilmente.

Como nesse exato momento, eu sei perfeitamente o que Lisa quer, seu
corpo a entrega e clama por uma boa foda. Quando ela me viu só de toalha
sua respiração mudou a fazendo soltar um gemido de frustração e
excitação, ela provavelmente nem percebeu por que mordeu o lábio
inferior.

Se ela soubesse o que se passa na minha mente quando ela dá esses


gemidos baixos eu ia ser declarado o pervertido do ano.

Preciso foder minha baixinha porque não é só ela que está subindo pelas
paredes.
Estou tenha quase certeza de que estou criando um mostro do sexo.

Minhas mãos já estão sarando mesmo que eu ainda tenha dificuldade para
tocar em algumas coisas.

Não vou conseguir transar com ela sem tocá-la, será uma tortura para mim
pode acreditar.

Mas não significa que não podemos fazer outras coisas certo? Ela pode
assumir o controle e cavalgar em cima de mim, eu posso beijá-la até ela se
contorcer na minha boca ou ela pode experimentar meu amiguinho que está
sedento por ela, só ela.

Mas porra! Eu quero que tocá-la, é uma prioridade e necessidade.

Balanço a cabeça espantando esses pensamentos e me arrumo rapidamente


colocando uma camiseta preta e uma calça jeans despojada. Me sento na
cama e separo as coisas para Lisa enfaixar minhas mãos.

Ela saí do banheiro com uma toalha que fica acima das coxas quase
mostrando demais, seus cabelos estão presos em um coque e sinto o cheiro
da sua pele daqui meu pau já dando sinal de vida, Deus!
Lisa é tão sexy que provavelmente nem percebe.

Ela caminha até sua mala e eu não tiro os olhos dela, ela separa um vestido
soltinho com algumas listras e uma calcinha vermelha. Porra vermelha não.

Respiro profundamente tentando encontrar o ar que eu perdi. Ela coloca


primeiro o vestido e depois veste a calcinha.

Ela se aproximou de mim e se senta ao meu lado dando o sorriso mais lindo
que eu já vi.
Não gosto de me sentir assim, será que é assim que significa estar
apaixonado?
Ri de qualquer merda que a pessoa faça e sempre querer mais desse sorriso
por que nunca vai ser o suficiente?

Não posso mais negar.

Eu estou apaixonado por Lisa Morris, minha eficiente secretária me tem na


porra das mãos dela e o pior é que ela nem sabe disso.

- Sua mão esquerda sangrou -ela diz e me desperto dos meus pensamentos.

- O que você disse? -perguntei e ela apontou para minha mão.

- Você está com sangue na sua mão esquerda, não percebeu isso quando foi
tomar banho? -ela pergunta

- Não percebi -digo.

Tava ocupado demais pensando nas mil maneiras que eu vou te foder
quando essa porra melhorar.

- Bom pelo menos sua mão direita está menos vermelha e não parece ter
sinais de queimadura grave -ela diz.

- Vou passar o remédio e deixar só a esquerda enfaixada.

Concordo com cabeça e quando ela vai começar a passar o remédio


ouvimos alguém bater na porta.

- Está aberta -digo.

Minha mãe entra no quarto com um frasco de líquido amarelo, franzi o


cenho e Lisa piscou confusa.
- O que é isso? -pergunto e aponto para a garrafa.

- Isso é a cura para sua queimadura, sua bisavó fazia remédios caseiros e
esse irá fazer isso sumir de hoje para amanhã, passe agora a noite e de
manhã você tira.

Assim tão rápido?

- Hoje para amanhã? Mãe isso é um pouco difícil -digo e ela levanta uma
sobrancelha.

- Se isso sarar até amanhã você vai me dar um iate -ela diz séria e Lisa
sorri.

- Para que você quer um iate? -pergunto.

- Para colocar em um circo o que você acha? -ela pergunta irônica e eu


reviro os olhos.

- Certo, se eu acordar amanhã e minha mão estiver boa eu te dou um iate -


digo convicto.

Não tem como minha mão melhorar de um dia para o outro.

- Ótimo, estou louca para viajar de barco, mas seu pai é um chato dizendo
que não quer, agora ou ele vai comigo ou eu vou sem ele.

Lisa abre a boca para falar alguma coisa, mas fecha logo em seguida e
começa a rir.

- Prepare-se para perder -minha mãe diz e sorri lascivo pra mim.

- Pode me dar, Monica. Deixa que eu passo nele -Lisa diz e ela entrega o
frasco.

- Quero ver ele comprando um iate pra você -ela diz e sorri cúmplice com a
minha mãe.

- Eu a amo, não a deixe escapar -Monica aponta para mim e Lisa pisca pra
ela.

Porra, até minha mãe consegue dizer que ama ela e eu não consigo.

- Não demorem, o jantar será servido em 5 minutos -ela diz e sai do quarto.
- Sua mãe é uma figura - ela diz sorridente.

- Você sabe que se isso funcionar ela vai me cobrar a porra de um iate até
eu ficar de cabelos brancos -digo e ela sorri de lado.

Lisa passa aquele negócio amarelo na minha mão esquerda e um cheiro não
muito bom sai do frasco.

- Mas que porra tem aqui dentro? -ela pergunta olhando para o frasco
curiosa.

- Dois que não sabem -digo e ela começa a enfaixar a mão para o remédio
não sair.

- Acho que você vai ter que comprar um iate para sua mãe -ela diz e eu
reviro os olhos.

Lisa termina com a minha mão esquerda e ambos saímos para fora do
quarto, caminhamos lado a lado até a sala de jantar e todos já estavam
sentados conversando.

Minha família é um pouco diferente das outras, quando alguém morre não
deixamos o luto se tornar constante, fazemos de tudo para os outros
familiares se sentirem bem, mesmo que eu não tenha reagido bem com a
notícia me afastando um pouco deles quando estive aqui antes eu sei que
ajudamos uns aos outros, então não ache estranho se eles sempre estiverem
sorrindo ou fazendo alguma idiotice. Acreditamos que Ana iria odiar nos
ver chorando pelos cantos.

- Olha quem chegou -digo.

Adam se levanta e me abraça cumprimentando Lisa logo em seguida, Peter


fez a mesma coisa dando dois tapinhas nas minhas costas.

A mesa da sala de jantar é enorme então cabe todos nós sem problemas,
Lisa se sentou ao lado de Jane e eu me sentei ao seu lado. As duas pareciam
conversar como se conhecessem a anos.

Jane e Lisa juntas? Deus me acuda.


Minha prima é louca e muito manipuladora, sabe persuadir como ninguém,
só perde para Adam.

- Onde está Michael? -Perguntei a Jane já que seu marido não estava ao seu
lado.
- Coloquei sonífero na bebida dele para ele parar de me encher o saco.

Ela diz maior naturalidade e Lisa arregala os olhos.

- É brincadeira, ele está atendendo a um telefonema -ela diz e eu reviro os


olhos.

A comida foi servida e vi quando Michael se aproxima de nós sentando ao


lado da esposa dando um sorriso apaixonado. Encarei todos que estavam na
mesa e percebi que faltava um membro da família.

- Onde está Nathaniel? -pergunto e todos me encaram.

- Ele chegará pela madrugada, houve um imprevisto na empresa da Itália -


Meu tio Jimmy diz.

- Espero que esse bastardo apareça -comento com Adam e Peter.

- Liguei para ele quando estava saindo de Nova York e me pareceu bastante
aborrecido -Adam diz.

Nathaniel é com toda certeza o mais sério de todos nós, o cara é uma pedra
mas é um homem bom.

Atualmente ele está morando na Itália comandando a outra empresa da


família por lá.

Espero que não tenha acontecido nada grave.

- Então? -Agatha diz e desviamos nossa atenção pra ela.

- Os pombinhos não vão contar como se conheceram? -ela pergunta na


nossa direção.

Merda, mil vezes merda!

Não conversei com Lisa sobre isso, eu tenho alguma coisa em mente mas
não a preparei para um questionário de perguntas de uma família curiosa.

Sei que ela está nervosa, o aperto na minha perna diz isso claramente,
resolvo tomar a frente da história.

- Nos conhecemos quando Lisa veio para a entrevista de secretária -digo e


olhos estão atentos em mim.
- Eu dei o emprego a ela por ter sido a melhor que eu tinha entrevistado
naquele dia -digo a verdade.

- Ela é a sua secretária? -Kevin pergunta com desdém.

- Sim, eu sou -Lisa diz e Kevin aperta os olhos.

- Continuando...Lisa sempre me dava foras e nunca quis nada comigo além


de profissionalismo, tenho quase certeza que ela me odiava -digo e ela
sorri.

Isso aí é outra verdade, eu era o mulherengo de Nova York então não se


surpreenda se eu dei em cima da minha secretária, mas Lisa sempre se
desviava dos meus flertes me deixando puto, ninguém nunca me rejeitou.
Mas ela nunca foi igual as outras mulheres e agora percebo o quanto ela é
única para mim.

- Uma vez ela cedeu com tanta insistência minha e saímos para jantar, devo
lhes dizer que foi a melhor coisa que eu fiz. De imediato eu gostei da sua
personalidade e caráter -a encaro- Ela é uma pessoa fácil de conversar e
agradável quando não está me irritando -sorrimos um para o outro- O
sorriso dela...é o motivo para eu sorrir também- Lisa me encarava séria
agora e era como se todos na sala de jantar tivesse sumido e ficado só nos
dois.

- Apenas um sorriso é o suficiente para melhorar meu dia e aquecer meu


peito, porque eu sou...completamente apaixonado por ela -digo, isso soou
verdadeiro mais do que planejei.

Eu olhava sua íris azuis que me encaravam com um brilho a mais como se
estivesse hipnotizada.

- Não quero que ela saia da minha vida nem agora e nem nunca porque
absolutamente ninguém pode a tirar de mim -digo falando mais como um
desabafo.

Ficamos olhando um para o outro por segundos? Minutos? Não sei direito,
mas eu não desviava os olhos dela até que meu primo nos tira da nossa
bolha.

- Uau! Que declaração -Kevin diz.

Todos da minha família nos olhavam com carinho e sorrisos ampliados. Me


mexi desconfortável na cadeira quando vi Lisa piscar confusa diante das
minhas palavras.
Certo isso não era exatamente o que eu ia dizer a minha família.

Mas foi bom ter falado isso para Lisa, mesmo ela achando que seja uma
mentira.

Olhei para Peter e ele estava com uma sobrancelha arqueada enquanto
Adam ria da minha cara, idiota!

- E depois? -Jane pergunta e eu tenho vontade de jogar ela na piscina.

- E... depois...nós -gaguejo.

Porra eu tinha acabado de falar para Lisa que eu sou apaixonado por ela e
ela não vai acreditar em nenhuma palavra que eu disse, preciso de tempo.

- Depois nós começamos a sair mais vezes e Dylan ficava bastante no meu
apartamento e tantas coisas aconteceram conosco dois e acabamos nos
apaixonando. Começamos a namorar há alguns meses atrás, mas pedi pra
Dylan não contar a ninguém -Lisa diz firme.

- Namorar escondido, que fofo -Kevin diz e eu bufo.

Eu estou quase para bater nesse imbecil.

- As coisas estavam ficando mais sérias entre nós dois então eu decidi a
pedir em noivado, planejei um jantar pra ela na beira da praia, fiz o pedido
e ela disse sim e agora aqui estamos -digo e bebo dois goles seguidos de
vinho.

- Ah, vocês são ótimos juntos -Minha mãe diz e sorri terno.

- Eu sei -digo e bebo outro gole de vinho.

Lisa estava quieta e sorria de vez em quando, ela é esperta tenho certeza de
que está passando um milhão de coisas nessa cabecinha.

Preciso intervir, ela não pode pensar coisas que não existem.

- Se nos deem licença eu vou levar Lisa para dar uma volta no jardim -digo
e ela franze o cenho.

- Não transem nos arbustos -Adam diz e eu mostro o dedo do meio pra ele.

- Vamos -digo e ela se levanta.


Caminhamos em silêncio até a parte de fora da casa chegando no enorme
jardim.
Lisa não me olhava apenas olhava para seus dedos, ela sempre faz isso
quando está nervosa ou excitada.

Preciso confessar meus sentimentos, ela tem que saber que eu a amo e
talvez ela possa ser minha, minha de verdade e eu ser dela.

- O que eu disse lá dentro -começo, mas ela me corta.

- Não, eu sei. Sua família precisa acreditar que estamos realmente


apaixonados -ela diz séria.

- Não, Lisa. Você não entendeu...

- Sim, Dylan. Eu entendi não se preocupe, não irei me apaixonar por você e
nem você por mim, isso é apenas um acordo.

Alguém me segura porque eu acabo de levar um tiro no peito.

Não Lisa, isso não é um acordo porra! Eu estou apaixonado por você de
verdade. Isso era o que devia ter dito, mas não foi isso que saiu da minha
boca.

- É, você tem razão -Suspiro irritado.

Ótimo! Eu sou um verdadeiro covarde por não falar dos meus sentimentos,
mas é pior ainda saber que ela não corresponde o que eu sinto, meu
sentimento por ela não é recíproco.

Ficou bastante claro agora, Lisa não quer nada comigo além de um acordo.

Acho que estou sofrendo o verdadeiro Karma.


39° capítulo
Lisa

Depois de caminhar com Dylan no jardim nós dois voltamos para a mesa
de jantar e comemos a sobremesa.

Dylan ficou meio estranho desde então, ele me encarava triste e as vezes
dava um longo suspiro.

Eu ainda estou abalada pelo que ele disse sobre nós dois, as palavras
"Completamente apaixonado por ela" não deixavam minha mente em paz.
Eu tinha ficado hipnotizada conforme as palavras saiam da sua boca e eu
quis que fosse verdade, eu realmente quis.

Mas como posso acreditar quando tem uma farsa que nos rodeia e sempre
nos puxa para a realidade?

Não acredito que ele tenha se apaixonado por mim, Dylan Venturelli é o
cara mais mulherengo que eu conheço, ele não deixaria as outras mulheres
para ficar com uma só.

Deixaria?

Não, não deixaria.


Além do mais eu não estou apaixonada por ele, sinto uma atração muito
forte mas eu não o amo.

Amo?

Porra de coração filha de uma fruta!

É claro que eu estou apaixonada por ele, me apaixonei por esse arrogante
gostoso que na maioria do tempo é um babaca.
Parabéns Lisa Morris, você se apaixona pelo cara mais cafajeste que você
conhece e para melhorar ele é seu chefe.

Que clichê.

Agora eu estou aqui sentada ao lado dele que está conversando com sua
família dando o sorriso que eu mais amo nesse mundo. Céus como eu
quero beijá-lo agora e contar o que sinto, mas eu seria patética se eu fizesse
isso, Dylan não sente a mesma coisa.
Preciso falar com Emily, preciso contar isso a alguém. Precisa ser agora.

- Dylan -chamo sua atenção que estava focada em seu pai.

- Dylan -chamo mais uma vez e ele me olha.

- Preciso subir e falar com Emily -digo e ele franze o cenho.

- Aconteceu alguma coisa? -ele pergunta.

- Não -sim, me apaixonei por você- É que eu prometi que iria ligar para ela
agora.

Ele balançou a cabeça em concordância e me levantei pedindo licença aos


outros que estavam na mesa.

Subi as escadas e caminhei até o quarto fazendo o mesmo percurso, passei


pela porta e procurei pelo meu celular que ainda estava na cama.

Peguei o aparelho e caminhei até a enorme vidraça olhando para cidade de


Chicago. Pressionei no seu número e não demorou muito ela atendeu.

- Ei, está tudo bem? Por que está me ligando a essa hora? -ela pergunta.

Olhei para a tela do celular e já se passava da meia noite, nossa! Nem


percebi as horas passarem.

- Lisa? Você tá aí?

- Aconteceu -digo e começo senti meus olhos arderem.

- Aconteceu o que? Você está bem?

- Não eu não estou bem, lembra que eu te disse que você seria a primeira a
saber se...

- Se você estivesse apaixonada? Sim eu lembro -ela me corta.

- Eu me apaixonei por ele, Emily -digo e uma lágrima escorre dos meus
olhos.

- E o pior é que ele nunca vai sentir o mesmo porque eu não passo de um
acordo que tem fim -digo e as lágrimas me atingem com força.
Merda! Eu odeio chorar.

- Me explica o que aconteceu -ela diz e eu suspiro caminhando até a cama.

Contei o que aconteceu no jantar e ela ouvia tudo atentamente, contei sobre
como seus olhos estavam brilhantes enquanto ele se "declarava" e como ele
tentou esclarecer no final de que não sentia nada daquilo que havia dito, ele
pode não ter falado com essas palavras, mas eu não precisei de muito para
entender.

- Você parou para pensar que talvez o que ele ia dizer quando vocês
estavam no jardim fosse outra coisa? -Emy pergunta.

- Não, eu não o deixei falar -digo e deito minha cabeça no travesseiro com
a lágrimas ainda descendo do meu rosto.

- Por que não, Mucura? -ela pergunta irritada.

- Porque eu não queria ouvir ele dizer o que eu já sabia então eu mesma
disse -suspiro- Ia ser humilhante demais -digo.

- Você está certa de que ele também não gosta de você?

- Sim, Emily. Não vejo motivos para um cara como Dylan gostar de mim.

- Tudo bem, lá vai meu conselho não me interrompa tá ouvindo?

- Prometo só ouvir -digo.

- Eu acho que você está se precipitando, Lisa. Você não deixou ele dizer o
que ele queria intervindo na conversa dizendo uma coisa que sinceramente
eu não acho que seja verdade, os cafajestes também podem amar desde
que seja a mulher certa para eles, Dylan também pode gostar de você mas
agora ele deve estar pensado que o sentimento não é recíproco porque
você fez a idiotice de interromper o molhador de calcinhas.

- Você acha que ele está pensando que eu não gosto dele? -pergunto,

- Touché -ela diz rindo.

- Como você sabe que ele também gosta de mim? -pergunto.

- Minha cara melhor amiga está escrita na testa dele, mas vocês são lerdos
demais para assumir.
- Eu não sou lerda, só um pouco lenta -rebato.

- Mesma merda, mucura -ela diz.

- Porra! Eu fiz merda -digo mais para mim do que para ela.

- Que bom que você sabe e já que você me acordou vou fazer um lanchinho
da madrugada -ela diz.

-Certo. Obrigada por meu ouvir -digo.

- Nos ajudarmos...

- Sempre em primeiro plano -completo o que ela ia dizer.

- Tchau, Mucura -ela diz e eu desligo.

Coloco o celular na cômoda e me permito pensar.


Dylan parecia mesmo querer dizer outra coisa? Eu deveria ter deixado ele
terminar de falar e talvez agora ele estaria aqui comigo.

Fecho os olhos sentindo as lágrimas não derramadas descerem pela minha


bochecha.
Fiquei tão perdida em pensamentos que nem percebi quando adormeci
naquele quarto imenso, mas tão pequeno para todos os sentimentos que eu
estava sentindo.

Quer uma dica? Não faça acordo de casamento com o seu chefe.

(...)

Dia seguinte...

Acordei com uma terrível dor de cabeça por conta do choro e quando olhei
para o lado Dylan não estava lá.

Seu lado estava bagunçado o que significa que ele dormiu aqui comigo,
mas não ouvi e nem senti ele deitar ao meu lado.

Me levanto e vou até o banheiro tomando um banho de água gelada já que


aqui em Chicago estava fazendo um sol radiante portanto estava bem
quente.

Depois de fazer tudo o que eu precisava no banheiro saio do mesmo e vou


me vestir.
Coloco um short jeans cintura alta e uma camiseta branca de seda escrito
"perfeito".
Prendo meus cabelos em um rabo de cavalo e desço as escadas na intuição
de achar meu noivo.Vou até a sala de jantar e não tinha ninguém, fico
pensando onde será que eles estão até uma mulher sorridente aparecer e me
dizer que todos estavam tomando café na parte de fora da casa.
Ela me guiou até lá e vi que todos estavam tomando café em uma mesa
farta perto da piscina em uma parte que era protegida por um grande
telhado.

Me aproximei mais e não vi Dylan, Adam e Peter.

- Querida! Venha tomar café conosco -Monica diz e todos me olham.

Sorri sem graça e me aproximo deles, me sento ao lado de Agatha que


estava me sentando próximo ao seu marido Jimmy e Filipe em seguida.
Kevin estava a minha frente com Jane e Michael do seu lado.
Monica estava ao lado do marido que estava na ponta da mesa.

- Onde está Dylan? -pergunto.

- Ele saiu com Adam, Peter e Nathaniel para comprar bebidas já que meu
marido esqueceu de comprá-las -Monica diz e olha pro marido irritada.

Precisa de quatro pessoas para comprar algumas bebidas? Dylan está me


evitando só pode.

- Ele já deve estar voltando -Agatha diz e eu concordo.

Comecei a tomar café e vi que Kevin não tirava os olhos de mim, já estava
me sentindo incomodada.

- Por que você está me encarando? -pergunto e ele sorri lascivo.

- Porque você é bonita -ele diz. Os outros estavam conversando


distraidamente sem prestar atenção no que Kevin e eu conversávamos.

- Obrigada -digo educada e volto a comer.

- Meu primo tem muita sorte de ter você, uma pena que ele chegou antes de
mim -ele diz e eu o encaro.

- Você está dando em cima de mim? -pergunto incrédula.


- Sim -ele diz e apoia a mãos na mesa- Você é linda merece ser cantada.
Além do mais, não acho que meu primo te valorize do jeito certo, já eu
posso fazer isso -ele diz e eu levanto uma sobrancelha.

- Por que diz isso? -pergunto querendo saber onde esse cara quer chegar.

- Porque, querida Lisa -ele inclinou o corpo na mesa- Ontem quando você
subiu para o quarto meu primo idiota não foi atrás de você para te foder, eu
estava quase indo no lugar dele -ele diz e eu arregalo os olhos.

- Dylan adora uma brecha para fazer sexo, por que ele não foi atrás de
você? Vocês brigaram ou vão esperar até o casamento? -Kevin diz com um
sorrisinho idiota dos lábios.

- Relacionamento não é só sexo seu idiota, eu subi ontem porque precisava


falar com minha amiga algo importante e precisava de privacidade, seu
primo respeitou isso -digo irritada- Deveria fazer isso também.

Kevin olhou para os meus seios e isso me irritou ao extremo.

- Se algo acontece entre Dylan e eu interessa somente a nós dois, não devo
satisfação para um primo mal-amado que quer puxar o tapete do meu
noivo, sinto muito, mas você nunca vai conseguir nada comigo -digo
irritada.

Kevin apertou os olhos e quando ia responder escutamos a voz de Monica


reinar no ambiente.

- Você veio -ela diz animada e eu não dou atenção.

Ainda estava encarado o cara de pau do Kevin, homem sem noção


nenhuma.

- Venha, sente conosco -ela diz.

- Obrigado por me receber aqui, Sra. Venturelli -falou uma voz familiar.

Me virei para encarar quem era dono da voz e congelei no lugar.

Isso não está acontecendo.

Seus olhos castanhos acenaram para todos que estavam na mesa e quando
pararam em mim se fixaram. Porra, só pode ser brincadeira.
40° capítulo
Lisa

Destino? Coincidência?...Azar? Eu não sei que porra é essa.

Mas encontrar o seu ex-namorado tomando café com a família do seu


noivo é muita sacanagem.

- Que bom que você está aqui, Tristan -Agatha diz.

Todos concordam dando um imenso sorriso para o meu ex namorado, pelo


visto todos são familiarizados com ele.

Tristan tem o cabelo mais loiro que eu já vi, seus olhos castanhos são
dóceis e intrigantes, seu corpo era definido e tinha uma tatuagem na mão
direita que não estava lá quando namoramos.

- Tristan, deixa eu te apresentar -Monica o puxa pela mão e caminha até


mim.

Não, não, não, não.

- Tristan essa é a Lisa, Lisa este é Tristan -Monica diz animada.

- Eu sei quem ela é -Tristan diz me encarando.

Todos nos olham confusos e eu tenho vontade de entrar embaixo da mesa.

- Vocês se conhecem? -Michael pergunta curioso.

- Sim, nos conhecemos.

Infelizmente.

- Nós somos ex-namorados -Tristan diz com um sorriso de lado.

- Puta merda! Isso só melhora -Kevin diz.

- Vocês namoravam? -Jane pergunta.

Jesus, alguém me tira daqui.

- Sim -digo.
- De onde você os conhece Tristan? -pergunto a ele me referindo aos
Venturelli.

- Eu era o namorado de Ana -ele diz.

A prima que morreu? Tá de sacanagem comigo né universo?

- Bom, ela é noiva de Dylan -Kevin diz e Tristan me encara com uma
sobrancelha erguida.

- Ela é? -ele pergunta incrédulo.

- Sim, ela é -Dylan aparece sabe Deus de onde é os olhos são voltados para
ele.

- Oi, Dylan -Tristan diz e Dylan dá um meio sorriso.

- Querido primo, você sabia que sua noiva é a ex-namorada do nosso


querido Tristan -Kevin diz quase que escorrendo veneno.

Percebi quando Peter e Adam ficarem atrás de Dylan e um homem qual não
conheço parar ao lado de Monica, suponho que seja Nathaniel.

E como todos os Venturelli são lindos ele não seria diferente.

- Namorados? -Dylan pergunta e cruza os braços.

- É cara, nós namoramos por alguns anos -Tristan diz e Dylan olha para ele
apertando os olhos.

- Terminamos faz 1 ano -digo e bebo um gole de suco.

- 1 ano e 2 meses pra ser exato -Tristan diz e eu tenho vontade de esganá-
lo.

- Por que vocês terminaram? -Kevin pergunta se divertindo com a cara


amarrada de Dylan.

- É... -Tristan murmurou.

- Isso não importa agora, quer dizer, já faz algum tempo então... -falei.

- É, não importa -Tristan dá de ombros.


Ficamos alguns segundos em um silêncio desconfortável olhando um para
a cara do outro, bom, Dylan apenas me olhava e Tristan também.

- Bom, eu sou Nathaniel -Ele se aproxima de mim estendendo a mão.

- Sou Lisa, é um prazer conhecê-lo Nathaniel -digo e ele concorda.

- Me chame de Nate -ele diz.

Nathaniel parece ser o Venturelli mais calmo e sério, sua postura de macho
alfa deixava isso bem claro, ele era um pouco mais alto que Dylan e um
corpo mais forte, seus olhos pareciam ser de um cinza escuro até
combinando com seu cabelo preto, seu rosto era perfeito, sua boca era
desenhada e carnuda, ele era lindo. Uma pena que eu só gosto do cara
amarrada que está aqui na minha frente.

- Vamos meninos se sentem, quero tomar café com a família completa -


Gregório diz.

Todos vão à procura de um lugar para se sentar, Adam e Nathaniel se


sentam ao lado de Peter que estava ao lado do embuste do Kevin.

Tristan puxou a cadeira ao meu lado e Dylan lançou seu olhar de morte
para ele.

- Eu vou me sentar em...outro lugar -Tristan diz.

- É uma boa ideia -Dylan diz e sorri falso.

Ele puxou a cadeira e se sentou ao meu lado e começou a tomar café


tranquilamente, as vezes eu sentia ele me olhando, mas quando eu ia olhar
para ele, o mesmo simplesmente virava o rosto. Eu já estava ficando
irritada.

- Como está sua mão? -pergunto só para ele escutar.

- Está boa -ele diz sem olhar nos meus olhos.

- Não está mais queimada ou tem cicatrizes? -Perguntei.

- O remédio funcionou, não se preocupe -ele diz com um copo de suco na


mão e finalmente me olha.

- Qual o seu problema, Dylan? -pergunto.


- Nenhum, estou perfeitamente bem -ele diz.

- Ei casal, parem de cochichar -Jimmy diz e nós dois paramos de conversar.

Terminamos de tomar café e Monica supôs que seria uma boa ideia
ficarmos na piscina porque estava fazendo muito calor em Chicago, vamos
fazer um almoço e encerrar a noite vendo os álbuns de família e lembrar de
momentos felizes de Ana quando ainda estavam em todos juntos.

- Lisa, você trouxe biquíni? -Jane pergunta.

Porra!

- Não -digo triste.

Não acredito que não coloquei nenhum biquini naquela mala, sempre
esquecemos algo.

- Não se preocupe, vamos ao shopping e compramos um para você -Jane


diz

- Seria ótimo, obrigada -digo

Ela se levanta e eu me levanto em seguida, mas Dylan pega meu braço. O


encaro vendo seus olhos verdes me analisarem.

- Eu levo vocês -ele diz e eu concordo

- Eu também vou -Adam diz.

- Vamos no shopping não em uma boate, Adam -Dylan diz.

- Relaxa, maninho. Quando a gente passar no puteiro eu te deixo lá para o


seu turno -Adam diz e se levanta.

Caminhamos até uma Range Rover branca e entramos no carro.


Adam e Dylan foram na frente e Jane e eu fomos atrás, não quis discutir
com Adam sobre quem iria na frente dessa vez.

Fizemos o trajeto até o shopping em silêncio a não ser por Jane que falava
pelos cotovelos, acho que se a gente não chegasse logo Adam iria jogar ela
pela janela do carro.

Entramos no shopping e caminhamos até uma loja feminina de roupas e


Adam foi o primeiro a se manifestar.
- Beleza família Adams é o seguinte, vou resolver uma coisinha importante
agora então me liguem quando estivermos indo embora -Adam diz e Jane
revira os olhos.

- Por favor não transe no shopping -Dylan diz.

- Não vou -ele passa a mão no cabelo loiro sedoso- Vou transar no
provador, é diferente -ele diz e Jane revira os olhos.

- Você é um pervertido -ela diz e Adam dá um sorrisinho de lado.

- Me liguem depois -ele diz e some do nosso campo de visão.

Entramos na loja e uma mulher muito atraente vem nos atender, seus olhos
não saem de Dylan parecendo que Jane e eu nem estávamos ali.

- Olá, posso te ajudar -ela diz para Dylan- Quer dizer vocês -ela nota nossa
presença.

- Estamos atrás de um biquíni sexy, mas comportado se é que você me


entende -Jane diz.

- Para qual as duas é o biquíni? -ela pergunta.

- Para mim -digo e a morena dá um sorriso forçado.

Ela nos leva até outra parte da loja com várias opções, Jane joga uma pilha
de biquínis para cima de mim que coloco em uma enorme mesa de vidro.

- Escolhe -ela aponta.

Jane é divertida e brincalhona e eu tenho certeza de que Emily iria adorá-


la.

- São todos do seu tamanho, estilos, estampas e cores diferentes -ela


aproximou a mão da boca para falar mais perto de mim e olhou para Dylan
que tinha a sobrancelha erguida- Está tudo higienizado não se preocupe -
obviamente para perturbá-lo.

- Não conta que eu te disse isso -ela diz e Dylan coloca as mãos na cintura.

- O que você está falando para ela? -Dylan pergunta.

Absolutamente nada demais, mas aparentemente ela gosta de implicar com


você.
- Do seu pênis -ela diz e ele balança a cabeça.

Sorri de lado e tapei o sorriso com a mão.

- Idiota, até parece que iríamos falar desse negocinho aí -Jane diz e eu
levantei uma sobrancelha, certo, disso eu discordo.

- Pelo amor de Deus, escolha logo um para voltarmos para a mansão e eu


devolver essa chatice para o marido dela -Dylan diz me encarando e Jane
abre a boca perplexa.

Sorri vendo as implicâncias dos dois e olhei para os biquínis, foquei em


azul que tem as alças entrelaçadas e calcinha fio dental, uau. Esse fio dental
ia me perturbar tanto.

- Eu gostei -ela diz.

- Lisa -ele diz sério.

- Dylan, cala sua boca! -Jane briga com ele pedindo para ele não interferir
na minha escolha.

Na verdade, eu mesma não gostei do biquini, ele mostra demais para quem
vai nadar com a família do noivo, já disse da calcinha fio dental? Incomoda
bastante essa merda.

- Eu não gostei dele, Jane -digo e ela faz uma cara de triste.

Dylan sorri satisfeito e eu reviro os olhos, babaca!

Peguei um maiô sem decote na frente, mas tinha decote atrás, ele era verde
com alguns coqueiros.

- Eu amei esse apesar de ter esses coqueiros aí -Jane diz.

- Também não gostei muito dos coqueiros -digo e Dylan cruza os braços.

Ele me encara e passa os dedos nos lábios.

- Eu acho que está perfeito -ele opina e Jane colocou as mãos na cintura.

- Esse é o biquíni mais comportado de toda loja -ela diz.

- Você acha? Acho que não, Jane -ele diz sarcástico.


- Deus! Por que você está aqui ainda? -Jane pergunta olhando para o teto
entediada.

Reviro os olhos novamente e começo a mexer nas peças que estão muito
bem divididas, me distrair mexendo em todos e finalmente eu achei um do
meu interesse, ele era azul escuro com alguns detalhes verdes e algumas
flores dando um ar feminino e delicado, era bem simples e sinceramente foi
o que eu mais gostei.

- Eu gostei desse.

Me virei para falar com Jane e Dylan, mas eu não a achei na loja, apenas
ele que parou de mexer nos detalhes da sua blusa e se aproximou de mim.

Ele parou ao meu lado e eu desviei olhando para a peça.

- É bonito -ele disse e eu concordei sem olhar para ele.

Dylan suspirou parecendo cansado e colocou a mão no meu rosto me


fazendo encará-lo, seus olhos verdes pareciam traçar os detalhes que
haviam em meu rosto e eu fechei os olhos sentindo seu dedo deslizar pela
minha bochecha. Sinto aquela maldita merda, o lance das borboletas no
estômago se apodera de mim.

Seus dedos se dirigem até os meus lábios e meus olhos se fixam nos dele,
sua boca vai se aproximando da minha sem nenhum momento seu olhar
desgrudar do meu e quando ele está quase me beijando a vendedora
aparece.

- Vocês precisam de alguma coisa? -ela diz nos assustando e Dylan me


solta.

Tossi falsamente e respirei fundo olhando para ela.

- Sim, eu irei levar esse aqui -falei a vendo concordar.

Entreguei o biquíni escolhido e olhei para o lado vendo Jane se despedir de


uma mulher, ela se aproxima de nós e faz cara de irritada por não ter visto
qual eu tinha escolhido.

Pagamos a peça e Dylan ligou para o irmão dizendo que já iriamos embora.
Adam apareceu 5 minutos depois com um sorriso enorme e voltamos para a
mansão.
41° capítulo
Lisa

Depois que chegamos fui direto para o quarto trocar de roupa, Dylan vinha
atrás de mim, mas foi impedido por seu pai.

Ele bufou irritado e cedeu indo conversar com o pai.

Entro no quarto e tiro minha roupa pensando em tudo e mais um pouco. Eu


precisava falar com Dylan sobre o que eu sinto, foda-se se ele não sentir a
mesma coisa, mas eu não quero morrer com isso para mim.

Talvez não faça parte do acordo, mas eu realmente não estou ligando para
isso no momento.

Sem falar na merda que é Tristan estar aqui, só de olhar para aquela carinha
de santo que ele faz me dá arrepios.

Tristan e eu começamos a namorar quando comecei a faculdade, eu


pensava que ele era o cara certo, sempre me apoiou e cuidou de mim, o
típico homem perfeito.

Mas não existe ninguém perfeito, se você acha que tem alguém assim você
está completamente errado.

Não posso ser tão hipócrita também porque Tristan foi uma pessoa muito
importante para mim depois que eu saí da casa de Elisa e Bob, digamos que
ele me apoiou e me fez esquecer de alguns momentos ruins que eu passei.
Foi o primeiro homem que eu me permitir ser um pouco mais aberta e
descobrir amar..., mas com a sua capacidade de fazer merda ele acabou
com isso.

Depois que saímos da faculdade já estávamos a um bom tempo juntos e ele


me pediu para eu ir morar no seu apartamento que ele tinha acabado de
conseguir, no início eu fiquei com um pouco em dúvida, mas acabei
cedendo.

Passamos a morar juntos e tudo isso durou anos da minha vida, desde a
faculdade até o nosso término há um ano, ou "1 ano e 2 meses" homem
fingido do caralho.

Tristan e eu nos dávamos super bem até ele começar a dar desculpas
esfarrapadas e idiotas sobre onde estava.
Me dediquei e me doei a ele de corpo e alma até eu pega-ló com uma
prostituta de quinta transando no banheiro no mesmo restaurante que eu
estava com Emily naquele dia, uma puta coincidência eu estar no mesmo
restaurante e na mesma hora. Destino? Bom, não sei.

Só sei que o idiota estava me traindo com a metade de Nova York, Emily
me avisou várias vezes que Tristan era um canalha e que ele não me
merecia, mas eu nunca dei ouvidos a ela.Eu fiquei destruída, eu pensava
que ele me amava, mas era somente palavras sem um fundo de verdade,
naquele mesmo dia eu arrumei minhas malas do seu apartamento e sai a
procura de um apartamento para mim.

Eu tinha dinheiro guardado para uma emergência graças ao emprego de


garçonete que consegui durante a faculdade, não era muito, mas era o
suficiente para arranjar um lugarzinho para mim durante algum tempo.

Me instalei nele e algumas semanas depois Emily estava procurando por


um apartamento, então eu fiz a proposta dela morar comigo que na mesma
hora ela aceitou, agora somos colegas de quartas graças aquele idiota,
Emily diz que foi bom por um lado porque agora nós iríamos morar juntas,
então ela sempre estaria lá para mim e eu para ela.

Alguns meses depois de ter descoberto a traição eu procurei por um


emprego já que eu precisava pagar as contas.Foi aí que eu vi no jornal uma
vaga para o emprego de secretária do CEO Dylan Venturelli na Entreprise
Technologies.

Arrisquei, me candidatei a vaga e consegui, fiquei imensamente feliz


porque não é tão fácil arranjar emprego em Nova York.Coloquei o biquíni
e um short jeans claro, irei tirar somente na hora de entra na piscina.
Saí do quarto andando pelos corredores e pelo maldito azar que tenho
esbarrei com o meu ex-namorado traidor.

Seu corpo chocou com meu sem querer e quase eu caio para trás.

- Desculpe eu não vi você -ele diz e eu concordo.

- Tudo bem-digo e sigo meu caminho.

- Lisa -Tristan me chama e eu me viro.

Quer apostar quanto que ele vai querer se desculpar comigo? Façam suas
apostas senhoras e senhores.
42° capítulo
Lisa

Cruzei os braços na altura dos seios e esperei ele falar.

- Eu sinto muito -meu ex-namorado diz.

- Sente pelo que? -Me finjo de retardada.

- Você sabe por que, nunca foi minha intenção te machucar -HA- Eu te
amava, mas a infantilidade me fez te perder -ele diz e eu sorrio sarcástica.

- Você não me amava Tristan, se me amasse você não teria transado com
metade da nossa cidade -digo e ele abaixa a cabeça envergonhado.

- Eu não tinha noção nenhuma das consequências que iriam vir, eu sofri
tanto nesse último ano porque nenhuma mulher me fez te esquecer, eu
sempre vou te amar Lisa -ele diz e se aproxima de mim gradativamente.

Deus me livre.

- Você é doente, como pode me dizer isso quando sua namorada está morta
e você está na casa da família dela -digo e o empurro.

- Eu gostava de Ana, mas eu não a amava como eu amo você -ele diz.

Gente! Alguém chama o psiquiatra porque essa cara está louco.

- Bom, eu não te amo, não mais -digo e me viro para ir embora.

Tristan rápido puxa meu pulso e me colide no seu peito me fazendo sentir
seu perfume forte...ou é o cheiro do desespero.

- Me solta seu idiota, eu vou gritar -digo e ele aperta meu pulso mais forte.

- Diga nos meus olhos que você não sente mais nada por mim, que aquele
tempo que ficamos juntos não valeram de nada -ele diz me encarando.

- Eu não sinto mais nada por você -cuspo as palavras.

- Eu não acredito -ele diz e me solta.


- Quanto aquele cara está pagando para você transar com ele? Não acredito
que Dylan Venturelli tenha olhado para você com real interesse além de
sexo -ele diz domado pela raiva.

- Além do mais, você nunca foi tudo isso. Eu precisei de alguém que
conseguisse me satisfazer e minha única opção foi transar com as putas de
Nova York que são bem melhores do que você -ele diz e começo a chorar
de ódio.

- Como eu fui gostar de um canalha que nem você? -pergunto e limpo uma
lágrima da minha bochecha.

- Você é um idiota Tristan, hoje eu agradeço a Deus por ter pego você
transando naquele banheiro com aquela prostitua. Porque finalmente eu me
livrei do cara egoísta e desprezível que você é -digo e ele me encara com
ódio.

- Refiz minha vida e hoje eu sou muito mais feliz do que um dia eu já fui
ao seu lado, Dylan me faz feliz e eu o amo como nunca amei voc...

Tristan não me deixa concluir e puxa meu braço com tanta força que
provavelmente vai deixar marcar, eu o encaro e tento me soltar.

Isso me traz péssimas lembranças.

"Respira Lisa, isso não tem nada haver com ele, não é a mesma situação.
Você está bem agora" - repetia mentalmente.

- Me solta, você está me machucando -digo e ele aperta meu braço ainda
mais me fazendo dar um gemido de dor.

- Você é uma vadiazinha, eu sei que sente minha falta -ele diz.

Levanto meu outro braço e tento dar um tapa no seu rosto, mas ele
consegue me segurar antes de acontecer e me prender como se eu fosse um
animal indefeso.

Mas suas mãos não ficaram em mim por muito tempo, meu corpo foi
puxado para trás e o homem a minha frente se afastou de mim
imediatamente.

Passo a mão no meu braço onde está vermelho e me viro para encarar
Dylan com o seu semblante fechado. ele me colocou atrás de si e me olhou
por alguns segundos para ver se eu estava bem.
- Só estávamos conversando -Tristan faz pouco caso e Dylan o encara.

- Não toque nela -ele diz- Caso contrário, eu vou foder com a sua vida e
acabar com a essa sua carreira de merda.

- Relaxa, não fiz nada -Tristan diz e se vira indo embora com um sorrisinho
idiota no rosto.

Eu odeio essa cara!

Dylan se vira pra mim e encara meu corpo, ele trava o maxilar quando vê a
vermelhidão que está meu braço.

- Eu sinto muito, eu deveria ter vindo com você -ele diz e afasta o cabelo
que estava caindo no meu rosto.

- Está tudo bem, Dylan -digo e ele balança cabeça negativamente.

- Não está não, aquele cara detestável que toda minha família adora te
machucou. Você não está entendo o ódio que eu estou sentindo por ver ele
que ele tocou em você -ele diz e fixa os olhos no meu braço novamente.

Dylan rápido se vira e parece querer seguir Tristan com certeza para acabar
com a cara dele, mas não quero que ele me deixe, não agora, puxo seu
braço antes dele ir.

- Fique comigo -peço e ele aperta os lábios.

- Só um soco, vai ser rápido -um leve sorriso aparece em meu rosto.

- Está tudo bem já passou eu só... -limpo meu rosto com as costas das
mãos- Preciso ir ao quarto e vestir alguma blusa pra esconder essas marcas,
vem comigo -digo e caminho pelo corredor.

Dylan me segue meio contragosto e entramos no quarto, ouço um barulho


estalado e percebo que ele trancou a porta.

Vou até minha mala e procuro uma blusa de manga, provavelmente vou
parecer uma retardada por estar usando uma blusa de manga nesse sol.

Dylan se sentou na cama e me encarava estranho.

- Você escutou toda a conversa? -pergunto.


- Não, quando eu cheguei eu o vi te agarrando e você tentando se defender
-ele diz e passa a mão no cabelo.

- Certo -digo e acho a blusa.

- Provavelmente não vou tomar banho de piscina hoje, não quero que sua
família veja essa marca e pense...

- Por quanto tempo você ficou com ele? -Dylan me corta.

Seus olhos verdes cheios de curiosidade e tristeza misturado.

- Desde o início da faculdade -digo e ele concorda.

- Por que vocês terminaram? -ele pergunta.

Andei até o meio do quarto e o olhei sentando-se na cama, suspirei antes de


responder.

- Ele me traiu no banheiro de um restaurante onde eu estava com Emily -


digo e ele me encara com uma sobrancelha arqueada- Isso não tem mais
importância.

- O que você fez depois?

- Dylan...

- Me responda -ele diz olhando pra baixo.

- Eu arrumei todas as minhas coisas e me mudei para outro apartamento,


Emily começou a morar comigo e algum tempo depois eu consegui o
emprego para ser sua secretária -digo e ele me encara.

- VOCÊS MORAVAM JUNTOS? -ele pergunta e se levanta.

- Sim, depois que terminamos de estudar ele me pediu para morar com ele e
eu aceitei -digo e Dylan me olhava irritado.

- Então quando você entrou na empresa você tinha acabado de terminar seu
relacionamento com aquele imbecil?

- Sim -digo.

- Você era apaixonada por ele?


Não vou mentir para Dylan.

- Sim -digo e sua expressão se fecha.

- Dylan...eu preciso te falar uma coisa -digo.

Sei que esse não é o melhor momento para eu me declarar para ele mas eu
preciso dizer isso, está entalado na minha garganta. É agora ou nunca.

- Eu...

- Você ainda é apaixonada por ele? -Ele Pergunta e eu arregalo os olhos.

- O que? Mas é óbvio que...

- Se você me falar que ainda é apaixonada por aquele cara eu juro...

- EU ME APAIXONEI POR VOCÊ! - grito.

Dylan franze o cenho e um certa confusão e alívio domina seus olhos, ele
não fala nada apenas me encara.
43° capítulo
Lisa

Você já se declarou para alguém?

Tipo você contar seus sentimentos e ficar na expectativa de que essa pessoa
também sinta a mesma coisa por você?

Pois é, acabei de fazer isso e estou quase para arrancar os cabelos aqui
porque Dylan ainda não falou porra nenhuma.

- Diz alguma coisa por favor -digo e ele ainda me encarava

Será que ele vai me atacar? Ele parece querer fazer isso.

- Dylan, está tudo bem. Você não sentir o mesmo por mim não vai mudar
nada, mas, precisava colocar isso pra fora.

Caminho de volta para minha mala decepcionada, mas Dylan me para e


cola nossos corpos tão rápido que eu até dei um gritinho de susto. Ele
passou a mão no meu cabelo e franziu o cenho, seus olhos caíram na minha
boca assim como eu também olhei para a dele.

- Eu pensei que você não gostasse de mim -ele diz e eu discordo.

- Eu gosto de você, eu sei que o seu motivo principal para manter o acordo
era você continuar na presidência e em nenhum momento nós dois falamos
de sentimentos envolvidos.

- Foda-se esse acordo, Lisa. Isso não importa agora -ele diz e eu ignoro.

- Saiba que nada vai mudar, não vou deixar os meus sentimentos interferir
nos seus planos e quando tudo acabar... -digo olhando pra baixo.

- Eu não quero que acabe, Srta. Morris -ele diz e eu o encaro.

Ele sorri de lado e aperta minha cintura com força.

- Eu estou completamente apaixonado por você.

Se Dylan não estivesse me segurando eu provavelmente teria caído no


chão.
- Tipo de verdade? -pergunto e ele sorri- Se você estiver brincando com a
minha cara eu juro...

- É de verdade, você me conquistou minha baixinha, esses lindo olhos azuis


são a minha perdição -ele diz e eu dou um sorriso.

- Bom, seu corpo perfeito colaborou para eu me apaixonar por você -digo e
ele faz cara de ofendido e depois dá de ombros.

- Umas das minhas maiores armas -ele diz e ambos sorrimos.

Suas mãos foram para a minha bochecha.

- Não quero que nada acabe entre a gente e sim que comece, eu te amo e
quero você na minha vida -ele diz e eu dou um sorriso tão grande que acho
que quem está lá em Paris está vendo.

- Eu também te amo meu arrogante gostoso -digo e ele me carrega


colocando minhas pernas em volta da sua cintura.

Dylan puxa o fio do meu biquíni e o tira deixando meus seios encostados
no seu peito.

- Ainda não transei envolvendo amor, será que é diferente? -ele pergunta e
me leva para cama.

- Você vai ter que fazer para descobrir -digo e ele sorri.

Dylan me deitou na cama cuidadosamente e beijou meus lábios me


deixando sentir o gosto bom que ele tem.

Sua dedos deslizaram pelos meus seios e desceram até embaixo onde sua
mão máscula apertou minha intimidade por cima do short me fazendo arfar.

- Isso é apenas meu -ele diz.

- Somente seu.

Ele sorriu satisfeito e desabotoou meu short o puxando pelas minhas pernas
até que ele estivesse fora. Dylan beijou minha intimidade por cima do
biquíni me fazendo dar um gemido baixo.

Ele subiu dando beijos na minha barriga até chegar na minha boca, Dylan
continuou me beijando e eu senti a calcinha ser arrastada pro lado e ele
inseri dois dedos de uma vez.
Gemi na sua boca e seus olhos não desgrudavam dos meus, ele parecia
gravar cada feição minha.

Seus dedos brincavam com a minha intimidade e agarrei suas costas


quando eu senti seu polegar brincando com meu clitóris.

- Você é minha e eu sou todo seu -ele diz e eu gemi.

Dylan aumentou a velocidade nos dedos me fazendo delirar de prazer e


excitação, minha cabeça só conseguia pensar em como eu estava feliz por
Dylan retribuir o que sinto por ele.

Nunca passou pela minha cabeça estar apaixonada pelo meu chefe, mas
olha que legal, aconteceu.

Ele tirou os dedos e eu gemi em protesto, tirou a parte de baixo do biquíni e


suas mãos agarraram minhas pernas quando ele passou a fazer o trabalho
com a língua, soltei um palavrão quando eu senti sua língua massagear meu
clitóris e o contanto com a sua barba ajudou bastante.

Não demorou nem 10 segundos e eu gozei na sua boca.


Dylan se afastou um pouco e tirou a blusa de uma maneira tão sexy que eu
quase gozo de novo, ele retirou toda a roupa e subiu em cima de mim
novamente me dando um beijo quente e avassalador, ele se posicionou em
mim e sorriu safado.

Senti a primeira estocada me atingir com força, arquei meu corpo e Dylan
saia e entrava dentro de mim enquanto sua língua deslizava pelo meu
pescoço, isso estava muito bom.

- Eu iria enlouquecer se não tocasse em você -ele diz e estoca mais rápido.

Dou um gemido alto e Dylan me beija abafando meus gemidos senão


provavelmente a casa toda iria escutar.

Levei minhas mãos até a sua costa e o puxei mais pra mim querendo o
maior contato possível, contrai meu sexo e Dylan deu um gemido rouco.
Ele pegou minhas mãos que estavam nas suas costas e as colocou na cama
entrelaçando nossos dedos logo em seguida.

Senti minha excitação chegar no limite e sabia que já iria gozar, Dylan deu
estocadas mais fortes me fazendo sentir sua pélvis bem no meu clitóris, ele
mordeu o lóbulo da minha orelha e sussurrou.

- Goza pra mim, Lisa.


Não consegui evitar e nem iria, nós dois gozamos ao mesmo tempo e eu
fechei os olhos sentido aquela maravilhosa sensação, ficamos alguns
minutos com ele ainda dentro de mim enquanto eu fazia carinho no seu
cabelo.

- Sim, sexo com quem você ama é mil vezes melhor -ele diz e me dá um
selinho demorado.

Ele se retira de mim e se deita ao meu lado tentando acalmar sua


respiração, sua mão direita está em cima do seu peito e seus cabelos estão
bagunçados com a boca vermelha pelos nossos beijos.

Eis aí a melhor visão da minha vida, Dylan pós sexo.

Me viro de lado encarando seu belo corpo, ele se vira também e ficamos
um de frente para o outro. Minha mão pousou no seu rosto e eu acariciei
sua barba que já estava começando a crescer.

- Eu nem acredito que você me ama -ele diz.

Acho que era eu para estar falando isso.

- Por que não? -pergunto.

- Porque ontem à noite você deixou bem claro que não sentia nada por
mim, era apenas um acordo -ele diz e eu reviro os olhos.

- Você não deveria acreditar nas coisas que eu falo quando estou triste -
digo e ele me puxa pela cintura.

- Eu amo você -digo e ele sorri apaixonado.

- Certo, eu gosto de escutar isso. Diga mais vezes -ele fala e se aproxima de
mim me beijando.

Sua língua brincou com a minha como se estivessem dançando entre si, eu
nunca vou me cansar desse homem.
44° capítulo
Dylan

Bobo.

Com cara de bobo apaixonado é como estou olhando para a linda mulher
que virou minha vida de cabeça para baixo.

Que tirou a graça de todas as outras e que tem meu coração nas mãos, o
cara mulherengo de Nova York finalmente tinha se apaixonado e ele tava
contente para porra.

Lisa estava com as mulheres da minha família sentada em espreguiçadeiras


perto da piscina enquanto eu estou aqui com os esses três idiotas que não
param de falar de mulher.

Mas a única mulher que me importa está bem ali, com os cabelos
balançando por conta do vento e conversando animadamente com Jane,
Agatha e minha mãe.

Ainda é possível ver o seu braço vermelho, mas sem marcas de mãos ou
hematomas,
eu disse a ela que não precisava esconder.

Provavelmente eles nem perguntariam, não quero fazer nada porque


querendo ou não minha prima era apaixonada por ele e minha família tem
um grande carinho por esse filha da puta.

Vamos ver até onde minha paciência vai.

- Cara você a ama não ama? - Adam pergunta.

Peter e Nathaniel me encararam em expectativa e curiosos, franzi o cenho e


os três apontaram ao mesmo tempo na direção de Lisa.

- Sim, eu a amo -digo e eles fazem uma careta.

- Soldado abatido repito soldado abatido -Adam diz.

- Ela parece amar você também -Nate diz e eu sorrio de lado.

- Eu disse que você ia se apaixonar mesmo com a existência daquele


acordo -Peter diz e Nate franze o cenho.
- Acordo? -ele pergunta e eu concordo.

Posso falar para Nathaniel sem problemas, confio no cara de olhos de


fechados.

Expliquei pra ele desde o início e adivinha o que ele fez?


O bastardo riu da minha cara por longos segundos, nem me espanto mais,
Adam e Peter também tiveram a mesma reação.

- Caralho que clichê -Nate diz e coloca a mão no seu peito.

Reviro os olhos e direciono meu olhar para Lisa que deu um grande sorriso
pra Jane, minha prima já deve estar falando merda com certeza.

Lisa pousa os olhos em mim e eu pisco para ela bebendo um gole da minha
cerveja, vejo quando ela coloca o cabelo atrás da orelha e morde o lábio.

Sorri lascivo e sinto uma leve excitação no meu pau. Porra! Essa mulher
mexe demais comigo.

- Peter me lembra de não me apaixonar -Adam diz me fazendo encará-lo.

- Cara, pelo menos disfarce -Nathaniel diz e Adam sorri.

Disfarçar pra que? Ela é minha.

- Eu vivi para ver meu melhor amigo apaixonado puta que pariu isso é
muito meu momento -Peter diz e cruza os braços sorridente mostrando as
tatuagens que cobriam seu braço.

- Vocês são muito irritantes -digo.

- Relaxa, esse negócio de apaixonado até combina com você -Adam diz e
eu levanto uma sobrancelha.

- Deve combinar com você também, maninho -digo e Adam balança a


cabeça.

- Nem fodendo -ele diz sério.

- Quando você gostar de alguém de verdade eu vou encher a porra do teu


saco -digo.

- Se isso acontecer vocês podem me internar no hospício por que eu vou


estar louco, terão a minha permissão.
Nathaniel se afastou um pouco pois recebeu um telefonema e Peter
continuou com aquele assunto.

- Rubi vai te visitar no hospício fica tranquilo -Peter diz e Adam o encara
puto.

- Rubi? A nossa afiliada? -pergunto.

- Não -Adam diz.

- Sim, essa mesma -Peter diz e eu encaro Adam perplexo.

- Então você a conhece? -perguntei.

- Sim eu a conheço, para meu azar -ele diz indiferente.

- Ou sorte -Peter diz.

- Cara, eu estou me segurando para não dar um soco na sua cara -Adam diz
e escondo um meio sorriso.

- A qual é Adam? Vai me dizer que você não a acha bonita -meu irmão
arqueou uma sobrancelha.

- Não, ela é estressada demais e fala muito -ele diz.

- De onde você a conhece porra? -pergunto e Adam suspira.

- Eu transei com uma mulher que aparentemente era amiga dela, quando eu
estava indo embora Rubi apareceu no apartamento da amiga e eu acabei
flertando com ela enquanto a mesma ainda estava dormindo -ele diz.

Nathaniel volta para o círculo e balança a cabeça negativamente.

- Você transou com a amiga da tal Rubi e deu em cima dela logo depois
enquanto a outra mulher ainda estava dormindo? Na casa dela ainda.

- É -Adam confirma.

Nathaniel encarou Adam divertido e Peter estava rindo baixinho.

- Termina de contar, Tinker Bell -Peter diz.

- Ainda tem mais? -pergunto quase que pegando um balde de pipoca.


- Rubi me rejeitou e começou a dar um discurso de que não iria ter nada
comigo nem se pagassem, fiquei puto ninguém nunca me rejeitou, tentei
seduzi-la e mostrar que ela estava errada, mas ganhei tapa na cara em troca
-ele diz com pesar.

- Eu fui um babaca naquele dia -ele diz e eu levanto uma sobrancelha.

- Você mereceu aquele tapa -digo e concorda.

- Sim, eu merecia UM tapa e não dois -ele diz e Peter começa a rir.

- Ela te bateu duas vezes? -Nathaniel pergunta.

- Seguidas.

- Puta merda! -digo e Peter está rindo que nem uma hiena.

- Cara, eu teria mandado você a merda e depois te batido -Peter diz e Adam
sorri lascivo.

- Como Emily fez com você? -Peter para de sorrir na hora.

- Vai se foder -Peter diz irritado e eu semicerrei os olhos.

- Emily? A amiga de Lisa? -pergunto e ele concorda.

Caralho! To mais perdido que cego em tiroteio.

- Ela te mandou a merda? Caralho, eu nunca vi ninguém fazer isso -digo e


Peter suspira irritado e Adam ria da sua cara.

- Aquela tem coragem -Adam diz e Nathaniel sorri de canto.

- Prevejo casamentos -ele diz e automaticamente nós três viramos para


encará-lo.

- Está comendo muita Bruschetta na Itália priminho, acho que está te


fazendo mal -Adam diz.

Começamos a rir e percebemos as mulheres se aproximarem.

O resto da família e o Tristan estavam dentro da mansão, não estavam a fim


de piscina hoje.
Elas se aproximaram e Lisa abraçou meu tronco me encarando, me abaixei
um pouco e dei um rápido selinho nela.

- O que tanto os homens discutem que nem se aproximaram de nós? -


Agatha pergunta.

- O casamento do Adam -Peter diz e Adam o olha mesma forma de antes,


Puto.

- Você conheceu alguém? Ô meu filho rezei tanto por isso, essa sua vida de
balada é horrível! Você precisa de uma mulher que te ame e não que some
no dia seguinte depois que vocês transaram -Minha mãe diz e Adam revira
os olhos.

- Não tem casamento nenhum mãe, Peter que é retardado não liga não -ele
diz e Peter dá um empurrão no seu ombro.

- Que tal almoçarmos? -Jane pergunta e todos concordam.

Nem devo dizer como Lisa deu um grande sorriso quando escutou a
palavra "almoçarmos"

Agatha se encarregou de chamar quem estava lá dentro para vir comer


conosco, não demorou muito e todos apareceram.

Começamos a comer normalmente e conversando sobre vários assuntos,


minha mãe fez uma oração a minha falecida Ana e vi alguns olhos ficarem
marejados, mas logo substituídos por um sorriso confortador uns para os
outros.

Tristan as vezes encarava Lisa, mas desviava segundos depois, percebi ele
olhar pro braço dela e abaixar a cabeça como se estivesse arrependido, meu
sangue ferveu instantaneamente.

Se ele tocar nela mais uma única vez eu o expulso daqui com as costelas
quebradas e nome sujo, acabarei com essa sua reputação de jornalista
bonzinho nos jornais.

Lisa aperta minha coxa por debaixo da mesa me encarando com o cenho
franzido.

Olhei para seus lindos olhos e acho que me apaixonei mais um pouco. Isso
é possível?

- Você está bem? -pergunta.


- Sim, eu só estava pensando -digo e ela me olha desconfiada.

Se aproxima do meu ouvido e sussurra:

- Pensando em mim espero -ela diz com voz sexy e eu me seguro pra não a
carregar e a levar para o quarto.

- Não gosto de pensar quando se trata de você -me aproximo do seu ouvido
e sussurro - Gosto de agir.

Mordi o lóbulo da sua orelha e dou um beijo perto do seu rosto, vejo ela
ruborizar e sorrir em seguida. E bom ver que eu mexo com Lisa assim
como ela mexe comigo.

Passei a mão em uma mecha do seu cabelo que estava no seu ombro e o
coloquei para trás, me afastei dela e depois Kevin tossiu falsamente
chamando nossa atenção.

Lisa se virou com a bochechas coradas e começou a conversar com Agatha.

(...)

Os que estavam na casa voltaram para dentro depois de almoçarmos,


apenas meu pai, Michael e Jimmy ficaram com a gente até o anoitecer.

Durante a tarde todos nós estávamos em silêncio com mil pensamentos,


provavelmente metade deles estavam pensando na tragédia de Ana, não
gosto de vê-los assim: Quietos e tristes.

Nós vimos e revimos os álbuns de família que minha mãe havia trazido,
muitas recordações e histórias apareceram nos fazendo rir e outros
choraram de saudade.

Falamos mais um pouco de Ana e sobre algumas aventuras que aprontou


com Nate, Peter, Adam e eu. Apesar dela ter morado em Chicago antes do
acidente, nós conversávamos bastante quando vínhamos para cá. Tenho um
carinho enorme por Ana.

Depois de um tempo as risadas nostálgicas iam se dissipando aos poucos


dando lugar apenas a tristeza por perdê-la tão jovem.

Estávamos visivelmente tristes até eu olhar para Lisa que pareceu


pensativa, a mesma fez um proposta de jogarmos um jogo onde as meninas
subiam na costas do seu par e tentavam derrubar umas às outras, achei
meio estranho mas elas ficaram empolgadas, Lisa e eu ganhamos já que
minha baixinha derrubou Jane de cima de Michael.

Foi bem engraçado a cara de raiva de Jane, rimos ainda mais com as
piadinhas idiotas de Adam.

O clima começou a mudar favoravelmente tornando-se leve mais uma vez.

Jogamos contra Jimmy e Agatha e nós perdemos, Agatha só tem essa


carinha de meiga mais derrubou Lisa com uma puta força. Eu até pensei
que ela tinha se machucado, mas quando eu a peguei pela cintura Lisa deu
uma gargalhada alta e todos riram na sequência.

Já estava escurecendo e todos já tinham entrado para casa, estava apenas


meu pai e Nathaniel conversando perto da piscina, parecia ser algo
relacionado a empresa na Itália.

Estava apenas Lisa e eu na piscina e ela estava deitada nos meus braços
como se eu a tivesse segurando enquanto ela flutuava na água.

Seus cabelos pretos balançavam conforme eu a mexia nos meus braços, vi


ela fechar os olhos e suspirar profundamente. Encarei seu rosto e comecei a
detalhar cada traço seu, estranho? Talvez. Mas eu adoro olhar para ela.

Ela abriu os olhos e me pegou no flagra, um sorriso de canto surgiu nos


seus lábios.

- Você encara tanto as pessoas que chega a ser intimidante -ela diz e eu dou
de ombros.

- Gosto de ver expressões -digo.

- Do que mais você gosta?

- Além de você? -pergunto e ela sorri.

- Gosto de música, colocar uma música calma no celular e me deitar.


Fechar os olhos e deixar meus pensamentos voarem -digo e ela me olha
surpresa.

- Eu faço isso também, acho que todo mundo deveria fazer isso as vezes.
Acalma a mente -ela diz e eu concordo.

- E você? -pergunto.
- Gosto de desenhar eu acho...

- Desenhar? Tipo o que?

- Tudo?

- Tudo então -digo e ela fica de pé.

Lisa me puxa pela mão e se senta na escadinha da piscina e eu fico na sua


frente.
O vento batia nos nossos corpos, mas não estava frio, era um vento gostoso
de se sentir.

- Sempre gostei de desenhar, não importa o que seja -ela diz e eu me


aproximo ficando no meio das suas pernas.

- Uma vez eu refiz o meu quarto inteiro em uma folha de papel, coloquei
tudo em ordem pensando que talvez ficaria melhor daquele jeito -ela diz
em um tom nostálgico.

- Você pensou em fazer faculdade de arquitetura? -pergunto.

- Pensei..., mas na época eu não estava com cabeça para desenhar


nada...não tinha mais tanta vontade -ela suspira.

- Sempre fui muito boa com números então fiz aulas de administração e me
formei -ela diz envolve seus braços na minha cintura.

- Você se arrepende?

- De me formar em administração? Nenhum pouco -ela diz sorridente.

- Tem vontade de ser uma arquiteta ou designer?

- Se você me perguntasse isso a alguns tempos atrás eu diria que sim, mas
não tenho mais tanta vontade -falou.

- Por que não? -pergunto curioso.

- Desenhar me traz ótimas lembranças como também me faz lembrar dos


meus pais.

- E isso é ruim?
- Sim e não, meu pai sempre me incentivou a desenhar e eu amo muito por
isso mais...

Lisa parecia dividida em me contar ou não, coloquei as duas mãos no seu


rosto e sorri terno.

- Tudo bem se não quiser contar -digo e ela nega sussurrando um "eu quero
contar" e assim ela me conta:

- Memórias me invadem quando eu desenho, me lembro de como éramos


felizes somente nós três mas ao mesmo tempo me lembro de que eles não
estão mais aqui e isso me quebra, por isso não sei se seguir essa carreira de
arquiteta seria o melhor para mim, por que mesmo que desenhar me faça
bem, na maioria das vezes também me faz bastante mal, as vezes é como se
eu estivesse sozinha...por que você pode ter muitos amigos ou familiares
mas não é como amor de uma mãe ou um pai.

Ela confessa e eu vejo seus olhos marejados, não preciso ser um gênio para
saber como Lisa sente falta dos pais dela, deve ser uma merda não ter os
pais por perto quando você precisa deles.

- Você não está sozinha, Lisa -a encaro sério- Você nunca mais se sentirá
sozinha se depender de mim.

Ela coloca as mãos na minha nuca e cola sua testa na minha, nossos narizes
se tocam e eu não tiro a porra dos olhos da sua boca.

Levo meus lábios até o seu e sinto seu corpo arrepiar quando eu a pego pela
cintura a fazendo se levantar chocando meu membro contra seu sexo, ela
estar apenas com uma pequena peça na parte debaixo ajuda no contanto.

A puxo para a parte mais funda da piscina, ela coloca as pernas em volta do
meu quadril e seu peito se choca no meu em um abraço.

Não pretendo transar com ela agora eu só a quero segurar como se ela fosse
meu bem mais precioso por que de fato ela é.

Lisa não parece pensar diferente por que encosta a cabeça no meu peito e a
única coisa que escutamos e a nossa respiração normalizada e seu coração
batendo no mesmo ritmo que o meu.

Lisa é definitivamente a minha droga e cada dia que passa eu me sinto


mais viciado.
45° capítulo
Lisa

Hoje já era sábado e amanhã seria o enterro de Ana, eu tinha acabado de


acordar e decidi olhar pela janela do quarto, havia pessoas trabalhando no
jardim como se estivessem deixando tudo pronto para o funeral.

A sexta tinha passado bem rápido, Dylan propôs que nós dois fôssemos ao
Navy Pier que é um dos lugares famosos aqui de Chicago e assim fizemos.

Fomos ao local e pela primeira vez Dylan e eu não comemos em


restaurantes chiques e caros, comemos em uma barraquinha de cachorro-
quente e andamos em uma roda gigante e no carrossel.

Fiquei com um pouco de medo na roda gigante, mas os braços musculosos


do meu arrogante gostoso me acalmaram. E foi hilário ver ele comendo
cachorro-quente sem pelo menos sujar o canto da boca ou a camisa.

Foi meio estanho também porque parecíamos dois adolescentes em um


primeiro encontro, mas aquele definitivamente foi e Dylan deixou bem
claro quando voltamos para casa no final do dia dizendo que aquilo era um
encontro e que queria fazer as coisas certas dessa vez.

Eu achei incrivelmente fofo ver ele se esforçando em relação a nós dois.

Dou um pequeno sorriso ao pensar nisso.

- Ei -ouço uma voz sonolenta me chamar.

Parei de olhar na direção do jardim e me virei para encarar Dylan sentando-


se na cama sem a camisa e só de cueca boxer.

- Bom dia -digo e ele sorri de lado.

- O que você está olhando aí?

- Há homens trabalhando lá embaixo -digo e ele levanta uma sobrancelha.

- O que foi? -pergunto.

- Saia daí e venha para cá -ele diz e eu pisco confusa.

- Qual o problema de eu ficar olhando pela janela?


- Você está enrolada na porra de um lençol fino na frente da janela
enquanto homens tarados estão trabalhando lá embaixo.

Arregalo os olhos e olho para o meu corpo, ele estava certo, eu tinha
apenas o lençol cobrindo meu corpo e nem tinha percebido.

Me levantei da cama tão sonolenta que me enrolei na primeira coisa que eu


vi já que estava nua devido a noite de ontem.

Saí da janela e fui na direção da cama, mas Dylan puxou meu lençol me
fazendo resmungar, ele me jogou ao seu lado e subiu em cima de mim.

- O que eu faço com você, Lisa Morris? Estava enrolada em um pano fino
quase que transparente na frente da janela permitindo que os homens vejam
o incrível corpo que é meu.

Coitado.

- Não foi minha culpa eu nem percebi que estava só com o lençol -digo e
ele sorri de lado.

- Você acabou de admitir que o seu corpo é meu -ele diz

- Não admiti não -reviro os olhos.

- Admitiu sim

- O corpo é meu, Sr. Venturelli -digo e ele sorri.

- Seu? -ele pergunta e beija meu pescoço.

- Meu

- Seu -ele confirma.

- Meu

- Seu

- Meu

- Meu

- Seu -digo e tapo a boca rapidamente.


Filha da puta me enganou.

- Como você...

- Truques, baby -ele diz e me beija.

Começou um beijo calmo, mas logo foi se aprofundando quando sua língua
pediu passagem e eu cedi transformando em um beijo quente.

- Sexo matinal? -perguntei entre os beijos.

- Amor matinal -ele me corrige e eu sorri no meio do beijo.

(...)

Já tinha terminado de tornar banho e agora estava vestindo meu sutiã e


minha calcinha, passei hidratante corporal e Dylan saiu do banheiro com
uma calça jeans escura e a toalha apoiada no seu ombro.

Coloquei uma saia jeans clara e uma blusa azul lisa com botões brancos na
frente, era bem casual.

Dylan colocou uma camiseta branca e a primeira vez que eu o vejo


vestindo alguma coisa clara, ficou ótimo nele. O que não fica ótimo nesse
bastardo?

Escovei meus cabelos quando ele se aproximou e ficou na minha frente


com um certo divertimento no rosto e me olhou como um predador.

- Por que você está me olhando assim? -perguntei.

Ele nada disse e deu um sorrisinho de lado, Dylan se abaixou e parou na


frente da minha cintura.

Suas mãos passearam pelas minhas pernas desde o tornozelo até as minhas
coxas, suas mãos pararam na minha bunda onde ele apertou com força,
seus dedos foram até o topo da minha calcinha e ele a retirou
delicadamente sem desviar os olhos dos meus.

Dylan bateu na minha perna para que ele conseguisse a tirar de vez,
levantei a perna e depois a outra e a minha calcinha já estava
definitivamente fora do meu corpo.

Dylan se levantou e cheirou minha calcinha em um ato extremamente


erótico e a guardou no bolso de trás da sua calça jeans.
- Quero você sem ela -ele disse.

- Dylan, eu estou na casa dos seus pais não seria um pouco estranho eu
andar por aí nua?

- Considere como um pequeno castigo por ter ficado naquela janela


deixando algumas coisas a mostra -ele sorri lascivo e continua:

- Relaxe, baixinha. Sou o único que sabe que você está sem a sua linda
calcinha -ele diz.

- Você é um...

- Babaca, sim eu sei, mas agora eu sou o seu babaca.

Dylan beija meus lábios rapidamente e entrelaça nossas mãos, saímos do


quarto e descemos as escadas ainda de mãos dadas.

Chegamos na mesa onde todos estavam tomando café menos os pais de


Dylan que não estavam lá.

Nos sentamos na mesa e tomamos o café tranquilamente, depois de alguns


minutos vejo Monica aparecer e dizer que precisaria sair para ir na
floricultura e comprar mais rosas porque as que ela tinha comprado não
fora suficiente.

- Alguém quer ir comigo? -ela perguntou e todos fizeram cara de paisagem.

Dylan praticamente se escondeu atrás de mim e eu franzi o cenho, qual o


problema de alguém a acompanhar?

- Eu vou com você -digo e ela abre um grande sorriso.

Dylan rapidamente me encarou incrédulo e o resto que estavam na mesa


respiraram aliviados. Deus, qual o problema de ir com ela?

Dylan apertou minha perna por debaixo da mesa e senti um arrepio, mas
ignorei.

- Dylan vai conosco também não é, querido? -pergunto divertida com a sua
cara de surpresa.

Ele balançou a cabeça como quem estivesse dizendo "sem chance" e vi


Adam, Peter e Nathaniel segurarem o riso.
- Lisa, você não pode sair -ele sussurra somente para eu escutar.

- Ótima ideia! Assim posso apresentar vocês ao Roger o organizador da


floricultura, eu soube que o cara é um romântico incurável já casou 6 vezes
e só tem 27 anos -Monica diz.

- Além de ser boa pinta é claro, o cara não se casou 6 vezes à toa -Gregório
aparece na sala sorridente.

Olhei para Dylan que me olhava irritado, amei ver aquilo.

- Você está sem a bendita calcinha não vou deixar você sair assim sem que
eu esteja por perto -ele diz e um sorriso zombeteiro surge em meus lábios.

- Acho que Dylan quer ficar Monica, vamos lá conhecer o Roger -digo e
me levanto.

Monica deu um sorriso cúmplice pra mim e eu retribui da mesma forma.

Meu noivinho bufou irritado e se levantou dizendo que ia dirigir até lá


porque gostaria de nos acompanhar.

Até parece.

Andamos até a parte onde ficam os carros, Monica estava a nossa frente e
ele estava caminhando ao meu lado.

- Ainda dá tempo de desistir -ele diz.

- Eu quero ir.

- Você não deveria já que está sem a porra da parte de baixo -ele diz
claramente irritado.

Parece que o jogo virou não é mesmo?

- Considere como o seu castigo por ter feito isso -digo e ele trava o maxilar.

- Além do mais, você é único que sabe que eu estou sem a minha linda
calcinha -repito suas palavras jogando contra ele mesmo.

- Você é muito teimosa.

- E você é um babaca que vai ter de aguentar eu desfilando pela floricultura


sem a minha calcinha.
- Lisa eu te amo, mas agora eu tô muito irritado -ele diz e Monica entra em
um carro preto enorme.

- Para você aprender, Venturelli. Não é só você que sabe brincar -digo e
entramos no carro.

Mesmo que seja um pouco estranho não me importo em andar sem minha
peça íntima, até porque eu não vou sair dando piruetas pela floricultura.
Não sou tão louca assim.

Talvez eu seja um pouco.


46° capítulo
Lisa

O carro parou em frente a um edifício de dois andares, aquela floricultura


não era brincadeira.

Parecia mais uma casa de recepção do que um espaço de flores e outras


coisas de jardinagem.

Se não tivesse o letreiro indicando que ali vendia flores com certeza
ninguém adivinharia.

Passamos pela grande porta e eu fiquei chocada com aquele lugar, as rosas
era separada por cores em grandes fileiras compondo cada cor, parecia que
eu estava em um filme, o teto era de vidro deixando a luz do sol iluminar o
local.

Monica caminhou até uma mulher e um homem que estavam atrás do


balcão conversando entre si.

A mulher parecia estar nos seus 50 anos e o homem era mais jovem, acho
que esse é o Roger, Monica começou a conversar com eles até ela dirigir
toda sua atenção para a mulher que não estava com uma cara boa.

- Vai começar -Dylan diz.

- Começar o que?

Do nada a mulher começou a levantar a voz e começou a brigar com


Monica apontando o dedo no seu rosto como se estivesse brigando com o
seu filho de 6 anos.

Monica estava vermelha de raiva e começou a discutir também e começou


a debochar da mulher imitando sua postura e eu acho que seu jeito de
andar.

Tentei ir até lá entender o que estava acontecendo, mas Dylan me puxou


pela cintura.

- Fique aqui -ele diz.

- Dylan sua mãe está brigando com aquela mulher, elas podem sair no tapa.
- Isso não vai acontecer.

- Como você sabe? Vamos lá ajudar sua mãe e acabar com isso, a mulher
parece terrivelmente irritada -digo e Dylan sorri de canto.

- Minha tia dá conta da fera -ele diz e eu encaro a mulher.

- Tia?

- As duas são irmãs, seu nome é Munique.

Encaro Dylan e não vi nenhum traço de zoação no seu rosto.

- Não estou entendo, por que elas estão brigando?

- As duas se odeiam, mas também se amam, é um relacionamento


complicado. Munique não se envolve na nossa família por que não gosta do
meu pai, então ela se afastou.

Essa família me surpreende cada vez mais.

- Toda vez que se encontram elas brigam como dois cães raivosos, por isso
ninguém gosta de vir aqui com ela.

- Mas por que sua mãe vem aqui se sempre brigam? -pergunto confusa.

- Ela não gosta de comprar flores que não sejam aqui, ela diz que não tem
flores melhores do que estás em toda Chicago, mas ela jamais admitiria
isso para a irmã.

- Mas...o que? -que coisa estranha.

- Minha mãe é uma manteiga, o que ela diz sobre ser a melhor floricultura
de Chicago pode até ser verdade, mas que ela vem aqui só por isso é
mentira -ele diz.

- Por que é mentira?

- Por que querendo ou não ela sente muita falta de ter a irmã por perto, mas
não tem coragem de dizer isso pelo jeito que Munique iria reagir.

Olhei novamente para elas é vi o homem encostado no canto do balcão


aparentemente familiarizado com aquilo como se fosse algo rotineiro.
Tirei as mãos de Dylan da minha cintura e caminhei até lá, as duas não
estavam mais gritando, mas se encaravam como se estivessem em uma
batalha de não piscar.

- Oi -me aproximei e recebi os olhares dos três.

- Quem é você? -Munique pergunta.

- Fale com ela direito, sua bruxa -Monica diz e Munique mostra o dedo do
meio para a irmã.

- Sou Lisa Morris -digo e Munique assente.

- Sou Munique Albuquerque.

- Sou Roger Thompson -o tal Roger levanta a mão pra mim oferecendo um
sorriso encantador

- É um prazer conhecê-los -digo e aperto a mão de Roger.

Dylan se aproxima e envolve a mão na minha cintura e lança um sorriso


cínico para Roger me fazendo revirar os olhos.

- Sou Dylan, noivo dela -ele diz e Roger levanta uma sobrancelha.

- É assim que você se apresenta para as pessoas? -Roger pergunta e Dylan


passou o dedo no lábio inferior.

- Para os homens? Com toda certeza -ele diz e dá um sorriso debochado.

- Meu deus do céu! Para que tanta testosterona? -Munique diz.

- Não sei nem por que me espanto, os homens Venturelli são todos
possessivos -ela diz e Monica aperta o punho.

- Oi para você também tia -Dylan diz e Munique revira os olhos.

Ela sai de trás do balcão e dá um abraço apertado nele e Dylan retribui.

- Você está muito bonito -ela diz e aperta o queixo dele.

- Você também não está nada mal para uma cinquentona -ela bate no
ombro dele com força.

- Me respeita menino ainda sou sua tia.


- Será mesmo? -Monica sussurra e vejo tristeza nos seus olhos.

Munique ignora a pergunta da irmã e volta a atenção pra mim.

- Então ela é sua namorada? Ela é muito bonita -ela diz e aperta meu
queixo também.

- Ela é minha noiva.

Me senti nervosa com aquelas palavras mesmo já ouvindo várias vezes.

- Obrigada! Você é bonita também, parece com a Monica -digo e Monica


arruma o cabelo.

- É por que somos irmãs -Munique diz e uma ideia surge na minha cabeça
mais uma vez.

Estou cheia das ideias hoje!

- Então deve ser por isso que Monica falou extremamente bem da sua
floricultura.

Todos os quatros me olharam confusos e por pouco eu não deixo um


sorriso aparecer.

- O quê? -Roger pergunta.

- Ela falou bem, também né vocês são irmãs tem que ficar juntas e apoiar
uma à outra em qualquer caso, acho o respeito bem importante entre a
família -digo e Dylan está perplexo.

- Ela falou o que? -Munique pergunta confusa.

- Você está surda? -Monica pergunta.

- Dylan me falou que ela só compra flores aqui por que é a melhor de toda
Chicago, não estou surpresa por que Monica só gosta do que é bom e
aparentemente sua floricultura está nessa lista -digo e Munique dá um meio
sorriso.

Não sei por que estou me metendo, mas minha intuição me diz que eu
deveria ajudar de alguma forma, ou eu só sou intrometida demais...Deus
me perdoe.

- Você acha isso mesmo? -Munique pergunta.


Monica suspira e eu prendo a respiração, a resposta dela e bem importante
agora.

- Sim, é verdade -a irmã responde séria.

Ficamos alguns segundos em silêncio e Munique parecia absorver a


resposta, o negócio é sério mesmo.

-Me desculpe -Munique sussurra.

- O que você disse?

- Me desculpe por discutir com você, eu não deveria ter falado aquelas
coisas.

Munique diz e Monica dá um meio sorriso para a irmã.

- Me desculpe também, eu perdi a cabeça.

Monica estende a mão e Munique a aperta sorridente.

Olhei pra Dylan que parecia não acreditar no que estava vendo e Roger
também não.

- Certo! Em que posso ajudar vocês?

- Nós precisamos de 300 flores brancas sem espinhos e 100 da cor amarela
-Monica diz.

- As flores prontas para entrega estão no andar de cima, eu posso


acompanhá-los se a Monica quiser é claro -Munique diz e Monica pisca
surpresa.

- Claro que sim! -ela diz com os olhos brilhando.

- Vocês duas podem ir, Dylan e eu vamos olhar algumas aqui mesmo -digo
e Dylan concorda entendo o que eu quero fazer.

- Ok, vamos? -Munique pergunta.

Monica assente e as duas pegam o elevador para chegar ao andar de cima,


quando as portas se fecham me viro.

Dylan sorri terno para mim e suas mãos pousam nas minhas bochechas e
rápido ele me beija com carinho e quente ao mesmo tempo.
Nos separamos e ele me abraçou forte, Roger já não estava mais lá, acho
que ele saiu assim que as duas entraram no elevador.

-Você é incrível -ele diz.

- Eu sei.

- Um pouco convencida demais não acha?

- Tem razão, preciso parar de andar com você -digo e ele sorri.

Ele me deu um selinho demorado e eu me senti muito bem como toda vez
que ele me beija.

Passeamos um pouco no meio das rosas já que aquele lugar era enorme, na
parte mais afastada estava as rosas vermelhas, caminhei até lá sorridente.

Dylan estava atrás de mim, mas parou quando recebeu uma ligação, ele
apontou para o celular dizendo que era da empresa de Nova York, assenti e
continuei caminhando até as rosas.

Me aproximei e senti o leve perfume que vinha delas e automaticamente


me lembrei da minha mãe, ela era fanática por rosas vermelhas.

Olhei para o final do que parecia ser um corredor de flores e vi as minhas


preferidas, andei até as margaridas e sorri de lado.

Se Emily estivesse aqui ela provavelmente teria vomitado, ela odeia o


cheiro de flores.

Olhei em volta e vi Roger no balcão concentrado anotando algo e vi Dylan


no celular parecendo discutir com alguém, ele desligou e procurou por
mim.

Como as flores cobriam até a cintura eu me abaixei rapidamente impedindo


que ele me visse.

Levantei minimamente e olhei para onde ele estava, seus olhos passearam
pela floricultura, mas ele não tinha me visto ainda, ele olhou para o Roger e
desviou os olhos na minha direção, me abaixei com tudo.

Estava me sentindo em uma operação do FBI.

Nem sei por que estou fazendo isso, vou no psiquiatra quando voltarmos
para Nova York.
Sorri para mim mesma e olhei para o lado, vi um pingente de lua caído no
chão e estiquei o braço para pegá-lo, ele era prateado e tinha um "A"
gravado.

- O que você está fazendo aí abaixada?

Tomei um susto que quase caio para o lado, olhei para cima e vi Dylan me
encarando risonho.

- Quando você vai parar de me assustar desse jeito?

- Não tenho planos para isso.

Revirei os olhos e me levantei, abaixei a saia rapidamente que havia


levantando um pouco, mas não ao ponto de mostrar nada.

Dylan bufou irritado e eu sorri da sua cara amarrada.

- Olha o que eu achei -dou o pingente a ele.

- Você achou isso na sua aventura de ficar abaixada no chão tentando se


esconder de mim?

Sorri sem graça e aquilo pareceu estúpido e engraçado ao mesmo tempo.

- Pois é...

Dylan olhou pro pingente e viu o "A" gravado, ele olhou para o lado
parecendo pensativo.

- Minha mãe tem um colar com a gravura idêntica a essa.

- Será que é dela?

- Acho que não -ele diz.

Ouvi vozes e vi Monica conversando com Roger que apontou na nossa


direção. Ela nos chamou e puxei o braço de Dylan para irmos até ela.

Dylan deu leve batidinhas na minha bunda como que estivesse limpando,
mas ele só estava abaixando a saia mesmo, olhei pra trás e o encarei
apertando os lábios.

- O que? Eu só estava abaixando um pouco...


- Vem logo -digo e ele entrelaça nossas mãos.

Chegamos até o balcão e vi Munique anotando algo em um bloquinho,


parecia ser um recibo.

Roger estava colocando luvas brancas e pegou uma pequena pá de


jardinagem, ele saiu dali indo em direção às rosas.

Munique entregou o papel para Monica que pagou com um cartão de


crédito, meus olhos rapidamente caíram para o cordão que ela estava
usando.

Era um sol com a tal gravura do pingente que eu estava segurando.

"A" de que? Albuquerque? Sim é isso!

- Sabe, eu estava olhando as flores ali e olha o que eu encontrei -digo e


mostro o pingente.

Monica pareceu reconhecer e tocou no próprio colar, Munique olhou para o


ato e viu o colar que a irmã estava usando, as duas se encararam e entreguei
a Munique.

- Você o guardou? Por todo esse tempo? -Monica pergunta.

Munique suspirou e coçou a cabeça sem graça.

- Eu meio que não sabia onde tinha caído, mas sim eu o guardei todo esse
tempo.

Fiquei me perguntando, por quanto tempo essas duas não se falavam de


verdade, 5? 10?15 anos?

- Por que você fez isso Munique?

- Por que você ainda o tem também Monica?

- É...eu só o acho bonito.

Tudo bem! O orgulho deu uma reinada agora.

- Mentira!

- Baby, que tal irmos para casa? -Dylan pergunta e eu o encaro.


- E vocês duas vão no café que tem aqui na frente e irão conversar sobre
isso, já fazem 18 anos que vocês têm essa briga ridícula já está na hora de
se resolverem -Dylan diz e as duas se encaram.

- Queremos nossa tia de volta e nossa família completa mais uma vez -ele
diz e vejo olhos marejados.

Dylan pegou o celular do bolso e ligou para o que parecia ser o motorista
da mansão.

- Irei com o carro, o motorista irá leva-la depois -ele diz e abraça a mãe
apertado e depois a tia.

- Até mais Munique -ela me abraça.

Vou me despedir de Monica e ela me dá um abraço de urso bem forte.

- Obrigada -ela sussurra e me solta.

As duas deram grandes sorriso na nossa direção, Dylan pegou minha mão e
nos dois saímos de lá.

Fomos até o carro preto e vi um homem parado do outro lado da


floricultura, ele segurava uma câmera e a apontou na nossa direção.

Dylan sorriu para mim e mostrou o dedo do meio pro homem que tirava
fotos sem parar, não pude deixar de rir.

Já dentro do carro ele começou a dirigir e eu prestei atenção na cidade,


Chicago era ótimo mesmo tendo o ritmo intenso nas ruas que até se parecia
com Nova York.

Olhei pra Dylan que estava com o braço apoiado em um tipo de descanso
do lado do banco e a outra mão no volante, seus olhos fixados a sua frente e
o cabelo bagunçado, automaticamente parei de prestar atenção na cidade.

Mordi o lábio vendo como ele estava incrivelmente sexy, ele tirou o braço
do apoio e passou o polegar nos lábios.

Apertei as coxas ignorando a excitação que crescia em mim, eu não posso


estar excitada vendo-o dirigir, não, isso é ridículo.

Desviei os olhos para a janela de novo e fechei os olhos me concentrando


em outra coisa tentando fazer isso passar.
Pensei em comida, mas especificamente em bolo de chocolate, me lembrei
do comercial que passava na televisão de um bolo, a calda de chocolate
caindo nos meus seios e Dylan os chupando como se eu fosse o seu doce
preferido...quer dizer caindo sobre o bolo.

Merda.

Abri os olhos e engoli em seco, o fato de eu estar sem calcinha não ajudava
muito, olhei para ele que estava com o cenho franzido.

Dylan pousou uma mão na minha coxa e a apertou.

Não, não, não

Me mexi desconfortável, mas que porra está acontecendo comigo? Nunca


me senti tão excitada assim e o cara só estava dirigindo.

Me sinto ridícula.

Apertei os lábios e cruzei os braços sobre os meus seios para cobrir como
eles estavam rígidos.

Dylan me encarava confuso e em uma curva ele decidiu parar o carro em


uma região que parecia uma passagem.

Estava completamente vazio.


47° capítulo
Dylan

Parei o carro em uma espécie de rua estreita e tirei o cinto de segurança me


virando inteiramente na direção de Lisa que também tirou o cinto.

- Você está bem? -perguntei.

Ela assente com a cabeça e aperta os dedos fortemente até ficarem brancos,
certo.

Uma das coisas que eu aprendi sobre ela, Lisa só faz isso quando está
nervosa ou excitada, olhei para o seu rosto e não tinha nenhum traço de
nervosismo, abaixei meu olhar para o seu corpo e vi seus seios rígidos e as
coxas tocando uma na outra.

Ela estava excitada e parecia envergonhada.

- Lisa...

- Posso fazer uma coisa? -perguntou me encarando.

- Sim.

Ela engoliu em seco e se aproximou de mim pegando no ferro que ficava


embaixo do meu assento, sua respiração ficou perto do meu pau e agora eu
que engoli em seco.

Lisa empurrou meu assento para trás e eu ajudei a fazer isso, ela olhou em
volta como se estivesse checando se alguém estava nós vendo, meio
impossível já que as janelas do carro eram de vidro fumê.

- Baby, ninguém vai...

Não consegui completar porque ela atacou minha boca ferozmente, suas
mãos puxavam meu cabelo e minhas mãos foram para sua cintura
apertando com força.

Ela gemia na minha boca me deixando louco, suas mãos saíram do meu
cabelo e ela começou a desabotoar minha calça a abaixando com rapidez.

- Por que estava com vergonha?


- Já passou -ela disse e eu sorri.

Lisa subiu em cima de mim e eu a ajudei levantar a saia até a cintura,


coloquei seu cabelo para trás e a posicionei no meu membro, eu não tinha a
penetrado ainda mas consegui perceber o quanto ela estava encharcada,
beijei seus lábios e ela se apoiou nos meus ombros.

Ela sentou fazendo meu membro invadir sua entrada e eu arfei sentindo sua
carne quente e macia, mandei ela se movimentar e ela rápido me obedeceu,
levantei sua blusa e puxei o sutiã sem alça para baixo liberando seus seios.

Comecei a chupar seu seio esquerdo e gemidos saiam da sua boca enquanto
ela fechava os olhos e jogava a cabeça para trás, a visão que eu tive dela em
cima de mim com toda certeza eu nunca mais iria esquecer, ela começou a
se movimentar mais rápido e eu agarrei seu quadril para ajudá-la.

- Você está muito molhada -ela sorriu safada.

Porra, ela vai me matar.

Puxei seu cabelo de um jeito possessivo e ouvi ela gemer baixinho, Lisa
começou a rebolar com vontade em cima do meu membro e eu dei dois
tapas na sua bunda, beijei seu pescoço deixando uma marca grande ali.

Sorri quando suas mãos se apoiaram no meu peito e Lisa se movimentava


ofegante com as bochechas coradas.

- Eu te amo -ela diz.

- Eu te amo mais.

Ela se movimentava mais rápido e gemidos roucos saiam da minha


garganta, apertei seus seios com as minhas mãos enquanto a mesma olhava
no fundo dos meus olhos, ela não sabe o quanto eu gosto quando ela me
encara na hora do sexo.

Coloquei minha mão na sua costa para ela se para ela se inclinar e mordi
seu lábio com força.

Um sorriso lascivo surgiu em mim quando nós dois gozamos intensamente,


Lisa descansou a cabeça no meu ombro com ambos ofegantes e saciados.

Ajeitei seu cabelo e a beijei demoradamente como sempre faço, a afastei e


olhei no fundo dos olhos, eu precisava de Lisa como precisava de oxigênio
para respirar. Ela era o motivo para eu levantar da cama e enfrentar a porra
do mundo se fosse preciso, eu a amo e quero um futuro com ela, quero me
casar com ela, ter filhos com ela, chegar em casa e fazer amor com ela e
brigar por causa da sua teimosia. Eu a quero inteiramente para mim, mas
para isso precisamos ir por etapas, não posso pedi-la em casamento no
meio de toda essa farsa, tenho que acabar com isso, mas posso pedi-la em
outra coisa, a coisa certa dessa vez.

- Quer namorar comigo, baixinha?

Lisa franziu o cenho e vi que ela estava tentando entender.

- Eu te amo Lisa e eu quero começar do jeito certo, quero te levar a


encontros, quero assistir filmes de 3, 2 ou 1 hora de duração não importa,
deixar você cozinhar por que eu sou péssimo nisso, ou podemos pedir
comida -ela riu- Quero ser o homem da sua vida, eu quero conhecer você
por completo.

Ela sorriu e colocou as mãos no meu rosto me fazendo encará-la, se


aproximou da minha boca fazendo nossos narizes se tocarem e disse:

- Eu adoraria ser sua namorada.

Sorri feliz beijando todo seu rosto e por último colei nossa boca com um
beijo ardente.

Nos afastamos por falta de ar e ela saiu de cima de mim.

Colocou o sutiã ajeitando a blusa e depois a saia, subi minha calça e puxei
o banco pra frente, ela prendeu o cabelo em um coque despojado e me
encarou sorridente.

- Minha namorada é linda -digo.

- Não mais que o meu namorado -ela diz me fazendo sorrir.

Isso é tão bobo, mas tão especial para nós dois. Sou um puto sortudo por tê-
la.

Voltei a dirigir até a mansão com a mão em sua perna e sorridente como o
bozo.

Como fiquei tanto tempo sem ela?

Chegamos na casa alguns minutos depois e todos estavam na sala


conversando entre si menos Tristan que não estava, contei a eles o que
aconteceu entre minha mãe e minha tia e todos ficaram incrédulos com
Lisa. Ela com certeza as ajudou e muito.

- Vou tomar um banho e colocar uma calcinha -Lisa diz e sussurra a última
parte.

Sorri lascivo e beijei sua têmpora, continuei conversando com a minha


família até Nathaniel dizer que precisava conversar comigo em particular.

Fomos até o escritório do meu pai e me servi um Whisky dando outro a


Nate, nos sentamos e ele parecia ansioso.

-Sobre o que quer conversar? -perguntei.

- Vou me mudar para Nova York.

Levantei as sobrancelhas.

- Finalmente! -falei e ele sorriu.

- Quer que eu te encaixe na empresa?

- Sim -responde.

- E a empresa na Itália?

Pergunto visivelmente preocupado, Nathaniel é um viciado em trabalho e


sua empresa na Itália é um dos seus maiores bens.

- Não se preocupe quanto a isso, isso já está sendo resolvido.

- Você sabe que estamos passando por um processo de fusão com os


Mendoza, certo? Entende que eles serão tão donos quanto a gente -digo.

- Mendoza não são um problema são aliados -ele suspira e continua- Quero
ficar perto da minha família, Dylan. Quero poder vê-los sempre que quiser
e não esperar uma tragédia acontecer para eu poder arranjar tempo e
aparecer -ele disse sério.

- Minha família é o que me importa e além do mais tenho a sensação que


Nova York tem ótimos planos pra mim -ele diz e sorri de canto.

O encarei e vi um homem que quer apenas ficar perto da família


novamente, eu o entendo de todas as formas...mas, eu conheço esse idiota
desde sempre.
- Problemas na Itália?

Ele me encarou.

- Preciso ficar longe, toda aquela situação me sufoca -ele responde e eu


aceno.

- Certo! Eu tenho a vaga perfeita para você -me levantei colocando o copo
de bebida na mesa.

- Qual?

- Você ficará responsável pela administração de contas específicas dos


nossos parceiros e associados.

- Você quer que eu seja seu gerente de contas?

- Sênior -corrijo.

- Porra, isso é ótimo-ele diz e se levanta também.

- Contratado então, o último cara estava me dando dor de cabeça -digo e ele
sorri de lado.

Preciso dizer a Lisa para ela me lembrar de demitir o cara.

- Bom...bem vindo a sua mais nova empresa -digo e o abraço dando dois
tapinhas nas suas costas.

- Só preciso resolver algumas coisas e o mais tardar no próximo mês eu já


me mude para Nova York -ele diz e eu concordo.

- Vamos! Temos que dar a notícia que você será o mais novo morador de
NY e o nosso mais novo contratado -digo e ando em direção a porta.

- Adam e Gregório já sabem -ele diz e eu paro de andar.

- Você falou com eles antes eu te contratar?

- Sim, já estava tudo certo eu só precisava que você dissesse sim o que eu
sabia que você faria, você é bom demais para negar emprego para o seu
primo do coração -ele diz sorridente.

- Eu deveria te demitir antes mesmo de você começar -digo e ele revira os


olhos.
Nathaniel e eu fomos para sala contar a novidade, Adam e meu pai nós
encarávamos ansiosos. Vi Lisa aparecer na sala e se sentar ao lado de Jane.

Chamei a atenção de todos que nos olharam curiosos.

- Temos uma notícia -digo.

- Espere! E a Mônica? -Meu pai pergunta.

- Contamos a ela depois -Nathaniel diz

- Conta logo porra! -Peter falou paciente como sempre.

- Nathaniel irá trabalhar na empresa a partir do próximo mês sendo o nosso


gerente de contas sênior -digo.

Todos abriram um sorriso enorme e se levantaram para abraça-lo, Lisa me


olhou sorridente e caminhou até mim.

- Porra finalmente! Aquele cara que você contratou era um tapado -Peter
diz e meu pai concorda.

- Cara que bom! Pelo menos vou ter alguém mais interessante pra
conversar do que esses dois idiotas -Adam diz e aponta para mim e para
Peter.

- Quer apanhar né, Tinker? -Pergunto e ele aperta os olhos.

- Para de me chamar assim -ele diz sério me fazendo sorrir.

- Quero ficar mais próximo de todos vocês, ter um emprego é um bom


motivo para vir morar em Nova York -ele sorriu- Quem sabe depois eu
abra outra empresa por lá mesmo. -Nathaniel diz e meu pai toca no seu
ombro.

- Somente o Nate mora na Itália e o resto dos Venturelli moram em


Chicago e Nova York? -Lisa pergunta somente para que eu possa ouvir.

- Sim, a Ana e os pais moravam em Chicago, Filipe tem uma empresa aqui
e Kevin trabalha com ele, o resto de nós mora em Nova York -digo e ela
concorda.

- E os pais de Nate? -minha baixinha curiosa como sempre.


- A mãe dele morreu no parto -suspiro- O pai foi morto em um acidente de
carro 6 meses depois -digo e Lisa coloca a mão na boca.

- Meu Deus! -ela diz.

- Nathaniel diz que isso foi a 33 anos atrás portanto não tem mais
importância já que não conheceu os próprios pais, ele diz que está bem.

- Nossa, isso é horrível -ela diz e eu concordo.

Me viro para encara-los e vejo minha mãe aparecer na sala sorridente, pelo
visto a conversa com a irmã foi boa.

- O que eu perdi? -ela pergunta.

Meu pai explica o que aconteceu e ela dá um grande abraço de urso no meu
primo, depois disso fomos chamados para o almoço.

Comemos em paz e nada do imbecil do Tristan aparecer. Ignorei e


continuei conversando com a minha família e a minha baixinha
tranquilamente.
48° capítulo
Lisa

- MUCURA!!!!

- Emily! Para de me chamar assim.

Eu estava sentada em um balanço na parte de fora da casa enquanto todos


estavam lá dentro bebendo e assistindo televisão.

Liguei para Emily para contar as novidades e dizer que voltaria no


Domingo á tarde, mas seus gritos não me deixavam dizer que eu estava
voltando pois ela começou a gritar quando eu disse que Dylan e eu
estávamos namorando.

- Eu não acredito!! Puta merda você é uma sortuda do caralho - ela grita-
Está namorando com um dos bilionários mais fodas de Nova York e não é
eu que to dizendo isso é a FORBS.

- Emily.

- Dylan não tem nenhum primo ou parente gostosão para sua melhor
amiga aqui? To brincando...ou não.

- Deixa eu falar! -grito.

- Credo sua grossa! Vou te perdoar só por que eu gosto de você.

- Você é louca -sorrio - Irei voltar amanhã de tarde por favor me diz que eu
não vou encontrar Caleb de cueca no sofá.

- No sofá não, agora no meu quarto...

- Deus me livre.

- E aí como são os Venturelli?

- São legais e bem unidos, gostei de todos.

Menos do Kevin -penso comigo mesma.

- Tristan está aqui -digo rápido.


O celular ficou mudo por alguns segundos, até o afastei do ouvido pra ver
se ela ainda estava na linha.

- Como assim está aqui? Por que esse imbecil está aí?

Resumi a ela o que aconteceu desde que vi Tristan e ouvir ela bufar de
raiva enquanto as palavras saiam da minha boca.

- Por que Dylan não bateu nesse idiota?

- Ele ia, mas eu não deixei, a família dele está toda reunida e ver Dylan
batendo nele por minha causa ia ser horrível, sem falar que todos o amam
por aqui -digo.

- Onde ele está agora?

- Não faço ideia, ele não apareceu desde o almoço.

- Lisa por favor fique longe desse cara, ele é doente -ela diz preocupada.

- Está tudo bem, estou sempre com Dylan ou outros familiares -digo, olho
para o céu estrelado e a lua que está na fase minguante.

- Você está aonde?

- Na parte de fora de casa sentada em um balanço -digo.

- Porra!

- Relaxa, Brooks -digo e sorrio.

- Liguei para Rubi esses dias, a convidei para a balada na sexta.

Balada na sexta? Porra me esqueci disso.

- Ótimo, Rubi parece ser legal -digo e ela concorda.

- Ela tem um amigo gay também e pedi para ela levá-lo - Emily deu uma
gargalhada diabólica.

- Jon vai ficar muito feliz em ouvir isso.

- Vai sim - ela diz.


Continuei conversando com Emily até ela precisar desligar por que teria
que se arrumar para um evento onde ela trabalha.

Levantei do balanço e caminhei para dentro da casa, passei pela cozinha e


resolvi beber um pouco de água, toda aquela falação me deixou com sede.

Entrei na sala de estar e sorri ao ver meu arrogante gostoso, me sentei ao


lado de Dylan que bateu no sofá me chamando para me juntar a ele.
Olhei para frente e vi Tristan sentado em uma poltrona, ele olhou para mim
e virou um copo de whisky de uma vez.

Dylan colocou a mão na minha perna e vi Tristan apertar os lábios, desviei


minha atenção para outra coisa. Esse cara não merece minha atenção.

Agatha se levantou para pegar uma bebida e trouxe uma margarita bem
fraca pra mim.

No meio da conversa a palavra casamento surgiu e eu engoli em seco.

- Quando vocês pretendem casar? -Monica pergunta.

- Vocês já definiram a data? - Michael pergunta.

- Não -respondo a Michael.

- Ainda não tem data, mas estamos...indo com calma -Dylan diz e olha pra
mim.

- Calma pra que? Casem logo -Jane diz e eu sorrio.

- Estranho -Tristan sussurrou, mas eu pude ouvir.

- Espero que a lua de mel a surpreenda priminho -Kevin diz.

- Tenho certeza que vai -digo e Dylan sorri lascivo.

- Estou impressionado -Tristan diz e todos o encaram.

- Posso saber por que? -Dylan pergunta com uma sobrancelha erguida.

- Ela -ele aponta pra mim- É com ela que estou impressionado.

- Do que você está falando Tristan? -Gregório pergunta.


- Quando eu namorava com Lisa ela sempre me disse que não iria casar tão
cedo -ele diz e se levanta.

Isso é verdade, eu sempre disse que eu não gostaria de me casar pelo menos
não naquela época.

Tristan caminhou até o mini bar e pegou outra bebida, ele virou o copo o
deixando vazio e continuou a falar.

- Até mesmo quando eu disse que me casaria com ela e daria a porra do
mundo se fosse preciso -ele sorriu irônico- Mas pelo visto o que eu tinha
para oferecer não era suficiente.

Essa canalha está dizendo que eu sou interesseira?

- O que você está insinuando? -pergunto.

- Que você é uma interesseira, Lisa Morris -ele diz e caminha até o sofá
novamente, mas não se senta- Irá se casar com ele apenas pelos bilhões de
dólares que ele tem.

- Não sou interesseira, Tristan. Só não quis me casar com você porque não
o amava suficiente e além do mais estávamos na faculdade -digo e ele
estreita os olhos- Não me interessa o dinheiro de ninguém e se Dylan fosse
o cara mais pobres do mundo e eu me apaixonasse, com certeza me casaria
com ele.

- Então você não me amava o suficiente? Além de interesseira é uma puta


mentirosa.

- Já chega! -Dylan diz e Tristan sorri.

- O que foi, Dylan? Não aguenta saber que a sua garota é uma interesseira
de quinta -ele se inclina e coloca a mão na boca como se fosse contar um
segredo- E que eu já peguei de todas as formas.

Arregalo os olhos e Dylan em um movimento rápido se levantou ficando na


frente de Tristan enquanto o mesmo sorria vitorioso, alguns deles olhavam
chocados para o meu ex-namorado.

Pelo menos a máscara está caindo.

- Tristan, o que está acontecendo com você? -Monica pergunta.


- Nada de mais, Sra. Venturelli. Só estou surpreso que Lisa queira se casar
quando ela me disse várias vezes que não queria fazer tal ato.

- Já parou pensar que talvez você fosse o problema? -Dylan pergunta e ele
o encara- Até por que foi você que acabou com o relacionamento quando
decidiu a trair com uma prostituta.

Engoli em seco e fechei os olhos por uma fração de segundos, quando abri
todos me olhavam incrédulos e até com pena.

Certo! Estou extremamente desconfortável.

- Dylan... - o chamo, mas Tristan continua o provocando.

- Então ela te contou -ele sorriu de lado - Ela te disse que chegamos a
morar juntos? Que ela sempre voltava para mim no final do dia e fazíamos
amor como dois loucos? -Dylan apertou o maxilar e fechou os punhos.

Adam e Peter se levantaram ficando perto de nós com os olhos atentos.

- Isso é o passado Tristan e eu te amava sim, mas não chega nem perto do
que eu sinto por Dylan -digo a verdade e me levanto.

- Pode até ser, mas esse negócio de casamento é pura hipocrisia -Tristan
disse.

- Cara, você não era o homem certo para ela, aceita isso -Adam diz fazendo
ele levantar uma sobrancelha.

- É tanto faz -Tristan encara Dylan novamente e fala:

- Aproveite o meu resto.

Não demorou cinco segundo e Dylan desferiu um soco no seu rosto com
tanta força que eu acho que eu ouvi alguma coisa quebrando. Tristan
passou a costa da mão no nariz e avançou em cima de Dylan com rapidez.

Merda.

Os dois se atracaram e todos gritavam dizendo para se afastarem, Peter e


Adam tentaram desgrudar os dois, mas sem sucesso. Até Nathaniel tentou
ajudar, mas quase leva um soco.
Tristan empurrou Dylan que cambaleou para atrás, ele deu um soco no
rosto dele e foi assim até os dois chegaram na maldita cozinha.

- Você é um idiota por pensar que ela te ama -ele chuta a barriga de Dylan
que estava no chão- Ela só quer seu dinheiro.

Dylan se levanta e Tristan estufa o peito.

- Ela vai voltar correndo para mim quando perceber que você não a satisfaz
-ele aponta para si e eu pude ver o quanto ele estava descontrolado.

Dylan cuspiu sangue e sorriu irônico.


Mas que raios dele está sorrindo agora?

- Muito obrigado -Dylan diz e coloca a mão na barriga.

- O que? -Tristan pergunta confuso assim como todos que estavam


olhando.

- Obrigado por ter sido o filha da puta e assim ela largou você, perdeu sua
chance e eu fui inteligente o suficiente para agarrá-la.

Os olhos de Tristan escurecem e ele aperta o punho, vai para cima de Dylan
e dá mais um soco no seu rosto, Dylan agarra a cintura de Tristan e tenta
derrubá-lo.

- Pelo amor de Deus parem com isso agora mesmo! -Monica gritou.

- Vocês vão acabar se matando -Jane diz e sai da cozinha com a mão no
estômago, Michael e Monica vão atrás dela.

- Quando você for para o hospital seu riquinho de merda não se preocupe
que eu vou estar lá para consola-la. A tirar de você vai ser a coisa mais fácil
que eu vou fazer -Tristan diz.

Dylan rapidamente o derruba no chão como se aquilo fosse o incetivo


necessário, ele começa a bater no rosto de Tristan sem parar e vi sangue
saindo da sua boca e nariz que com toda certeza estava quebrado, os olhos
de Tristan estavam quase fechando.

- Ninguém vai tirá-la de mim -Dylan diz e levanta Tristan.

Ele dá joelhadas na sua barriga e quando os meninos tentam se aproximar


novamente Dylan dá um olhar mortal para eles que recuam no mesmo
instante.
Ele estava descontrolado igual a vez que bateu em Elias, suas pupilas
dilatadas e o olhar diabólico estavam presentes. Dylan o jogou no chão e
chutou sua barriga com força que eu o ouvir dar um gemido de dor.

Ele pegou Tristan pela gola da camisa e o socou novamente, ele já estava
ficando inconsciente e Dylan não parecia querer parar.

- Dylan! -o chamo, mas ele ignora.

Tristan pisca várias vezes e eu sei que ele vai desmaiar.

Me aproximo dos dois e pego no braço de Dylan, ele puxa fazendo eu o


soltar, mas eu o agarro de novo, ele me olha e sua expressão se suaviza um
pouco, aproveito para afastá-lo.

Ouço Tristan cuspir sangue e Dylan desviar do meu olhar e olha para ele, o
mesmo me empurra pro lado e tenta ir novamente até o idiota que estava no
chão.

- Não, não, não -digo e fico na sua frente.

Ele para mas seus olhos não desviam de Tristan, seu peito subia e descia
com a respiração descontrolada, suas mãos completamente ensanguentadas
e alguns cortes na boca e no supercílio.

Ele tentou sair mais uma vez, mas eu coloquei as mãos no seu rosto.

- Olhe pra mim -digo e ele o faz.

Dylan ainda tinha o olhar diabólico, mas não me importei.

- Pare, por favor! -uma lágrima desce do meu rosto- Eu estou aqui com
você -digo e ele respira fundo.

Colei minha testa na dele rezando para que ele se acalma-se.

- Tristan está desmaiado você não precisa mais bater nele -digo e ele
concorda relutante.

Ele olhou pra Tristan que tinha desmaiado e vi ele fechar os olhos, o
abracei que me abraçou de volta.

- Está tudo bem-digo e ele me aperta forte.


49° capítulo
Lisa

Sangue é o que mais tinha no chão daquela cozinha, ver Dylan daquele
jeito não me deixou assustada como da última vez, só me deixou surpresa
por ele não ter feito isso antes.

Tristan é um verdadeiro idiota e mereceu essa surra, mas...não precisa ser


espancado até a morte e se eu não tivesse parado Dylan naquele momento
bem provável que teríamos dois funerais em vez de um.

- Lisa, leve-o para o quarto e cuide desses ferimentos -Peter diz coloca o
celular no ouvido.

- Conversamos amanhã querida, vão descansar -Agatha diz e eu aceno.

Puxei Dylan pela mão até chegarmos no quarto, peguei sua caixinha
vermelha de primeiros socorros e cuidei dos seus ferimentos.

Limpei seu rosto com a gaze e vi ele dar um grunhido de dor, coloquei um
curativo onde estava mais machucado.

- Isso já estava virando rotina -digo e sorrio de lado.

Ele continuava sério e apenas me encarava.

- Sinto muito -ele disse.

Levantei sua blusa e vi alguns hematomas na sua barriga, toquei no mesmo


e Dylan fechou os olhos. Peguei uma espécie de pote escrito Arnica, vi que
era algum tipo de creme para relaxante muscular e passei nele que fez uma
careta.

- Eu não deveria ter exposto o seu passado daquele jeito, sinto muito -ele
diz e eu o encaro.

- É com isso que você está preocupado?

- Estou preocupado somente com você -falou.

- E eu com você, olha só como você está. Está parecendo aqueles lutadores
de MMA depois de uma luta -digo e ele sorri.
- Você tinha que ter visto o outro cara.

- É sério Dylan, você poderia ter o matado.

- Eu sei, mas quando ele começou a dizer aquelas coisas eu não me


controlei porque eu sei que você o amou como me...

- Eu o amei, mas o que eu sinto por você é mil vezes mais forte e não se
compara a nada do que eu senti por ele -o cortei.

Dylan colocou a mão na minha nuca e alisou a maçã do meu rosto.

- Eu nunca amei ninguém antes Lisa, você é a primeira e eu quero que seja
a última.

Me abaixei a altura dos seus lábios e o beijei calmamente, não era um beijo
intenso era um beijo simples apenas sentindo a maciez dos seus lábios nos
meus.

Me afastei e procurei um remédio naquela caixinha, achei advil e dei a ele


que ingeriu sem água nem nada.

Tirei sua blusa por completo que estava suja de sangue e depois a calça o
deixando apenas de cueca boxer, ele se deitou na cama e eu o cobri com o
lençol a altura da sua cintura.

Quem ama também cuida não é mesmo?

O deixei lá e fui tomar um banho de banheira ficando alguns minutos a


mais do que o necessário, saí do banho e fui para o quarto. Vi Dylan
dormido que nem uma pedra e fui trocar de roupa, vesti uma camisola de
seda branca e uma calcinha confortável.

Me deitei ao seu lado e me cobri até os ombros, aquela noite estava fria.
Fiquei alguns minutos encarando seus pequenos cortes, um suspiro alto sai
dos meus lábios.

Me obriguei a fechar os olhos e peguei no sono, amanhã será um dia longo.

(...)

Acordo com várias batidas na porta e logo depois a voz de alguém


preencher todo o quarto, abro meus olhos devagar e vejo uma Jane irritada
toda de preto.
- Vamos crianças, daqui a 1 hora é o funeral -ela diz fazendo um barulho
irritante com as mãos.

Eu gosto da Jane ela é uma pessoa legal, mas no momento ela é a pior
pessoa do mundo por ter me acordado.

Dylan acorda e olha para mim sorridente, mas depois olha para Jane, seu
sorriso desaparece.

- Bom dia, bela adormecida lutadora -ela diz e Dylan leva as mãos até o
rosto.

- O que você quer, Jane? -ele pergunta.

- Que vocês se vistam e desçam para o funeral da nossa prima -ela diz e
Dylan respira fundo.

- Vamos descer em 30 minutos -digo e ela nega.

- 15, espero vocês lá embaixo -ela diz e sai do quarto.

Me levanto parecendo um zumbi e vou para o banheiro, acordar cedo


definitivamente não é para mim.

Tirei minha roupa e tomo uma ducha fria, fico com a cabeça embaixo do
chuveiro sentindo todo meu corpo acordar, escuto o barulho do box abrir e
Dylan entrar no mesmo.

Sorri vendo-o envolver minha cintura com a água ainda caindo no nosso
corpo.

- Bom dia -ele diz.

- Oi.

Com a aproximação eu pude ver melhor seu rosto com os pequenos cortes
no supercílio.

Desço meu olhar para sua barriga e creio que onde está mais machucado
seja seu tronco e os hematomas roxos confirmam isso.

- Não fique olhando está tudo bem -ele disse.

- Meio difícil não olhar.


- É, eu sei. Mesmo com esses hematomas meu corpo ainda continua
gostoso.

Revirei os olhos e ele sorriu convencido, peguei uma espécie de esponja


colocando sabonete líquido e passei no corpo dele e no meu.

- Como você está? -Perguntei- Creio que hoje será um dia difícil.

Dylan suspirou passando a mão no cabelo molhado.

- Só quero me despedir e confortar minha família -diz.

Fiquei em silêncio vendo o mesmo desviar o olhar pensativo, depois de


alguns minutos saímos do box e voltamos para o quarto para nos arrumar.

Coloquei um vestido preto de alça rodado que vinha até o joelho e sem
nenhum decote, Dylan colocou um terno preto com a camisa social também
preta.

Eu estava até sentindo falta de vê-lo com terno, ele fica muito sexy.

- Como eu disse, gostoso -apontou para o próprio corpo e eu reviro os


olhos.

Eu estava o encarando como uma lunática, tenho certeza.

Ele sorri na minha direção e eu voltei a me concentrar em prender meu


cabelo, fiz um coque comportado e passei corretivo no rosto e um pouco de
blush para dar cor as minhas bochechas.

Terminei e só estava esperando o príncipe colocar o sapato social.

Andamos lado a lado até o jardim e vi várias pessoas ali, umas estavam
chorando e outras comendo. Os Venturelli estavam em uma parte afastada
perto do caixão de Ana que estava fechado.

Fomos até eles e notei que Tristan não estava ali, respirei aliviada e apertei
braço de Dylan.

Eles estavam conversando baixo e com olhos marejados, cumprimentamos


todos com um sorriso confortador.

Monica olhou pra Dylan e tocou nos cortes que tinha no rosto do filho, ele
pegou a mão dela e beijou delicadamente.
- Eu estou bem -ele disse e ela concordou.

Ouvi um choro alto que chamou nossa atenção, era uma mulher de cabelos
loiros e bem parecida com a Ana, ela estava debruçada no caixão e
lágrimas caíam repetidamente do seu rosto.

- Minha filha! Eu vou sentir tanto a sua falta Ana, só Deus sabe o quanto -
ela dizia e todos a olhavam tristes.

Jimmy foi até ela começou a confortá-la, seus soluços eram constantes e
quando percebi uma lágrima descia do meu rosto.
Ver uma mãe no funeral da própria filha é uma das coisas mais tristes que
se pode vivenciar.

Dylan abraçou minha cintura e eu agarrei seu tronco com cuidado para não
o machucar, ele beijou o topo da minha cabeça e acariciou minhas costas.

O funeral continuou com pessoas se despedindo de Ana e dando os


pêsames a todos da família e a mãe de Ana que se chama Antonella.

Pelo o que entendi e pelo que Jane me contou, Antonella era casada com o
irmão de Jimmy que faleceu devido a um câncer no estômago e desde então
tinha sido apenas elas duas aqui em Chicago.

Depois de algumas horas o carro da funerária tinha chegado e tínhamos que


nos despedir de Ana de uma vez, essa definitivamente foi uma das piores
cenas que eu vi.

Antonella gritava e dizia que queria a filha de volta, ela chorava em cima
do caixão como uma criança, pessoas tentaram tirar ela, mas a mesma não
estava disposta a deixar a filha.

- Não me deixe por favor! Acorde Ana, eu só tenho você. Minha filha, você
não pode estar morta. ACORDA -ela grita e cai no chão desamparada.

Me virei e coloquei a cabeça no peito de Dylan para não ver mais aquela
cena. Ele me abraçou forte e eu ouvir sua respiração falhar um pouco.

Ouvi os gritos de Antonella e percebi que a levaram para outro canto da


casa para acalmá-la um pouco, mesmo eu achando que isso não será
possível no momento.

Me afastei de Dylan e vi uma lágrima escorrer do seu rosto, ele respirou


fundo e eu apertei sua mão tentando conforta-lo.
Ele deu um sorriso pequeno e se aproximou do caixão de Ana para se
despedir da prima.

O deixei sozinho para se despedir com um pouco de privacidade, olhei para


o lado e vi todos chorando, Adam e Peter estavam abraçados e Monica
chorava junto com Agatha, O demais choravam em silêncio.

Alguns minutos depois Dylan voltou e sorriu pra família e todos deram um
sorriso confortador de volta.

Isso é uma das coisas que eu mais gostei nos Venturelli, eles se amam
demais, sempre ajudam um ao outro e independente do que aconteça você
pode contar com eles.

É uma ótima família, qualquer homem ou mulher terá sorte de entrar nela.

Depois foram um por um até o caixão falar alguma coisa e voltaram para
seu respectivo lugar. As pessoas já tinham indo embora e só estávamos nós
lá.

Depois que o último foi eu decido me aproximar do caixão também, eu sei


que não conheci a Ana e talvez não tenha o direito de estar aqui, mas eu
quero me aproximar.

Cheguei perto do caixão marrom e respirei fundo.

- Eu sei que não cheguei a te conhecer..., mas tenho certeza que iria gostar
de você, pelo pouco que me falaram eu percebi que você era uma mulher
incrível, todos que estão aqui te amam incondicionalmente e fariam tudo
para te ver bem, descanse em Paz Ana.

Me afastei quando vi um homem alto de macacão parar na minha frente,


Dylan puxou meu braço e mais homens surgiram.
Eles carregaram o caixão dela em um carro e seguiram para o cemitério.

- Lisa e eu não vamos ao cemitério, vocês podem ir. Eu preciso...de um


tempo -Dylan diz.

Todos concordam e do nada Jane colocou a mão na boca e percebi que ela
estava pálida.

- Amor, você está bem? -Michael pergunta preocupado com a esposa.


Jane começa a vomitar e todos se afastam, ela parece estar colocando as
tripas pra fora.

Agatha se aproxima e coloca seus cabelos para trás enquanto ela parecia
estar vomitando toda a refeição de 5 pessoas.

Michael está visivelmente preocupado e Monica parecia estar sorrindo?

- Leve-a no médico eu sei muito bem o que é isso -Monica diz olhando
para Michael.

Jane para de vomitar e seu marido a guia até o carro para leva-la ao
hospital. Espero que ela fique bem e não seja nada demais.

Os outros foram para os carros e seguiram para enterrar Ana. Nós ficamos
na casa, mas especificamente na cozinha tomando café, eu estava faminta.

Logo a tarde estava chegando e Dylan e eu decidimos ir para sala de estar e


ver alguma coisa quando eu vejo todos aparecerem menos Michael e Jane
que não tinham chegado ainda.

Monica se aproximou de mim e eu sorri para ela quando a mesma me deu


um abraço apertado como sempre.

- Obrigada por ter falado aquilo para Ana eu consegui ouvir -ela diz e eu
aceno.

- E obrigada por ter feito aquilo na floricultura, se você não fizesse aquilo
nenhuma de nos duas cederia -ela diz.

- Está tudo bem, Monica -digo e ela sorri.

- Vocês se acertaram? -pergunto.

- Ainda não, mas já conseguimos olhar uma para outra sem querer nós
matar -ela diz e eu sorri de lado.

Ouvimos a porta ser aberta e um Michael aparecer pálido na sala de estar, o


cara parecia transtornado.

- E aí, cara. Como foi lá? Cadê a Jane? -Dylan pergunta.

- EU VOU SER MAMÃE PORRA! - Jane grita ao entrar na sala.


Todos ficaram em silêncio por alguns segundo absorvendo a notícia e
depois todos voaram em cima dela e de Michael.

- Meus parabéns, cara -Adam diz e Michael acena nervoso.

- Michael, você está bem? -Gregório pergunta.

- Não ele não está, desde que o doutor disse que eu estava grávida ele ficou
assim, eu que vim dirigindo com medo dele bater o carro -Jane diz.

- Eu estou bem! Só não estou acreditando ainda -ele diz e Jane se aproxima
do marido.

- Você não ficou feliz com a notícia? -ela pergunta triste e ele nega.

- Não meu amor não é isso, é que é um filho, uma vida está crescendo aqui
-ele toca na barriga dela - Eu estou com um puta medo -ele diz e ela sorri.

- Eu não estou com medo eu estou apavorada, Michael. O que Deus nos
deu é uma baita de uma responsabilidade, mas eu sei que se eu tiver você
por perto eu vou conseguir enfrentar qualquer coisa -ela diz e ele sorri de
lado.

Michael se aproxima da esposa e coloca os braços em volta da sua cintura.

- Você tem razão, conseguiremos enfrentar qualquer coisa, e eu estou muito


feliz com o nosso filho. Eu te amo -ele diz e ela coloca as mãos no rosto
dele.

- Nós também te amamos, papai -ela diz e os olhos Michael brilharam.

Ele a beijou e todos correram para abraça-los de novo dando os parabéns,


agora Michael parecia orgulho e extremamente feliz.

Olhei para Dylan e ele me encarava estranho, franzi o cenho e me


aproximei mais dele.

- Por que você está me olhando desse jeito? -pergunto.

- Nada demais -ele diz e sorri na minha direção.

Sai para lá, doido.


50° capítulo
Lisa

- Oh, querida. Eu vou sentir tanto sua falta -Monica diz.

- Eu também, Monica -digo e a abraço.

Estávamos na sala de estar com as nossas malas preenchendo o espaço.


Todos já tinham indo embora e os únicos que ainda estavam aqui eram
Gregório, Monica, Dylan, Adam e Peter.

Jane e Michael foram correndo para Nova York fazer o pré-natal do bebê
que Adam cismou que vai ser uma menina.
Nathaniel voltou para Itália dizendo que ia resolver algumas coisas por lá,
mas em 1 semana ele iria pra Nova York e ficar de vez.

Jimmy e Agatha foram duas horas depois que chegaram do funeral e Kevin
junto com Philipe tinham acabado de sair.

Kevin veio se desculpar comigo por tudo o que ele disse e eu aceitei suas
desculpas, mas claro, ele pra lá e eu pra cá.

- Cuide do meu filho, Lisa. Dylan é um tanto explosivo -Gregório diz.

Explosivo é pouco para aquele bastardo que eu amo quando me defende.

- Por falar nele vocês sabem onde ele está? -Pergunto.

Dylan me disse que vinha se despedir dos pais e que iríamos com Peter e
Adam.

- Acho que ele está no jardim -Monica disse.

- Certo, vou chamá-lo para irmos embora -digo.

Os dois confirmam e pegam as malas indo embora em seguida.

Vou até o jardim e vejo os três sentados em alguns tipos de Pufe em um


completo silêncio, pareciam até estátuas.

Eles olhavam para parte de fora da casa concentrados em seus próprios


pensamentos até Adam falar:
- Se pudessem ser algum super herói quem vocês seriam?

Me encostei na parede e cruzei os braços.

- Eu seria o flash -Peter diz.

- O flash, Peter? -Adam pergunta.

- O que tem? Ele é o cara mais rápido do mundo inteiro, imagina viajar
pelos lugares sempre que quiser. Ia ser foda -ele diz e Dylan sorri.

- Imagine transar com o flash, você ia piscar e gozar ao mesmo tempo -


Adam diz e Peter gargalha.

Conversa normal essa.

- Você é um idiota -Dylan diz e Adam sorriu.

- E você Dylan? -Peter pergunta.

- Eu seria o Batman.

Coloquei a mão na boca para abafar o riso e os dois riam alto.

- O que foi? -Dylan pergunta.

- Você seria um péssimo Batman, você ia matar todo mundo em vez de


salvar -Peter diz

- Eu seria um ótimo Batman e só minha opinião importa -Dylan diz.

Sério que eles estão discutindo se Dylan seria a porra de um bom Batman?

Nessa hora um barulho soou e Dylan pegou o celular do bolso ficando


alguns segundos encarando a tela.

- Quem é? -Adam pergunta.

- Sasha -ele diz e eu franzo o cenho.

Sasha?

- A arquiteta? -Peter pergunta.

- Sim.
- Por que diabos você está conversando com a arquiteta gostosa? -Adam
pergunta.

Escuta primeiro Lisa, escuta primeiro -eu dizia para mim mesma.

- Estou trabalhando em uma construção de caridade para crianças sem os


pais, já comprei uma mansão e agora só falta a arquiteta desenhar melhor o
lugar, ela acabou de me pedir para eu escolher algumas coisas. Quero
ajudar o maior número crianças que conseguir -ele diz me deixando
completamente surpresa.

- Caralho, cara! Isso é ótimo -Peter diz.

- É mesmo -Adam diz sorridente -Lisa tem alguma influência nisso tudo?

- Sim, ela tem -Dylan diz e eu sorri amplamente- Estou enrolando Sasha a
semana inteira porque quero levar Lisa comigo e saber sua opinião, mas
ainda não consegui tempo.

- Lisa conquistou mesmo você, hein. Pelo que eu vi ela parece ser uma
mulher madura e centrada em toda essa situação -Peter diz.

- Você está elogiando minha mulher? -Dylan pergunta com o cenho


franzido.

Babaca.

- Deus! Como você está ciumento -Peter diz sorridente.

- Eu não sou ciumento...

- Tá já chega Batgirl -Adam diz e se levanta.

- Temos que voltar para Nova York -ele diz e outros dois se levantam.

- E você Tinker Bell? Quem você seria? -Dylan pergunta.

- Deadpool -Adam diz e Peter revira os olhos.

- Deadpool não é um herói.

- Exatamente -Adam diz sorrindo de lado.

Quase me senti mal por ter escutado a conversa...eu disse quase.


Corro de volta pra sala e finjo que estou mexendo na minha mala, os três
chegam e eu faço minha melhor cara de paisagem como quem não quer
nada.

Dylan pegou nossas malas e as colocou na traseira do carro junto com as do


irmão e do amigo, nós quatro fomos até o aeroporto pegar o avião que era
diferente do que Dylan e eu viemos, acho que esse era o do Peter.

Rapidamente me lembrei dos remédios, mas Dylan me deu saquinho com


pílulas que me ajudariam a dormir e eu respirei aliviada, tomei a pílula
antes de subir no avião.

Ainda vi Adam correr em direção a Burguer King e voltar com alguns


lanches na mão. Eu nem sabia que tinha essa companhia de lanches no
aeroporto.

Fomos para o avião e a pílula começou a fazer efeito, me sentei na poltrona


com Dylan na minha frente e os dois do nosso lado.

- Quando dormir eu coloco você no quarto, será mais confortável -Dylan


diz e eu aceno não entendo muito bem o que ele disse.

Minha vista começou a embaçar e segundos depois eu já estava dormindo.

(...)

- Baby, acorde. Já vamos pousar.

Abro os olhos e vejo uma figura masculina na minha frente ajoelhada


enquanto mexia no meu cabelo.

Ele se inclinou e beijou todo meu rosto, não gosto de ser acordada, mas
desse jeito eu gosto.

Sorri e o peguei pela camisa o beijando com vontade, Dylan arfou quando
eu puxei de leve seu cabelo.

Ele subiu em cima de mim e minhas pernas foram para sua cintura
deixando nossos corpos mais próximos, rimos juntos

- Lisa -ele beijou meu pescoço.

- Humm -gemi em resposta.

- Cristo! não faça esse som.


Ele parou de me beijar e se levantou, olhei em volta para ver onde estava e
rápido percebi que ainda estávamos no avião.

- Vem -estendeu a mão para mim.

A peguei e ele me ajudou levantar, Dylan envolveu minha cintura com o


braço e beijou minha testa.

- Você está bem? -perguntou.

- Estou.

- Você fica linda quando acorda.

Sorri balançando a cabeça.

- Eu devo estar...

- Perfeita? Sim, você está.

Eu não estava com medo, mas estava apreensiva por estar nesse treco.

- Obrigada, Sr. Venturelli.

- De nada srta. Morris, agora vamos temos que descer desse avião -ele diz e
eu concordo.

Fomos até o nosso assento e vi os dois conversando, Adam comia batata


frita e Peter bebendo Whisky.

Me sentei na poltrona e encostei a cabeça na mesma fechando os olhos.


Senti o avião inclinar e a voz do piloto foi a deixa de que já estávamos em
Nova York mais uma vez.

Saímos do avião e havia três carros a nossa espera, um Audi luxuoso


prateado, uma BMW preta e uma Ranger Rover meio cinzenta.

Me despedi dos dois com um abraço apertado e vi Adam entrar no Audi e


Peter na Ranger Rover.

- Tchau, meninas -Peter grita e arranca com o carro.

- Lembra daquele baile que eu te falei? então...eu errei a data não é no


próximo final de semana e só daqui a dois meses -Adam diz entrando no
carro.
- Porra, Adam. Qual o problema que você tem com datas? -Dylan pergunta
irritado.

- Só lembro de coisas idiotas, coisas importantes eu esqueço -Adam diz e


arranca com o carro também.

- Baile? -pergunto.

- A empresa Center Tech iria dar um baile beneficente na próxima semana,


mas com o Alzheimer do meu irmão ele errou a data então será somente
daqui a dois meses e você vai comigo.

- Com você pedindo desse jeito quem sou eu para recusar -digo debochada
dando de ombros em seguida.

Ele gargalhou alto e pegou na minha mão.

- Minha bela namorada, você me faria a gentileza de me acompanhar em


um baile que acontecerá em dois meses? -ele pergunta sorridente.

- Claro! E você aceita ir em uma boate nessa sexta comigo?

- Claro que sim, baixinha. Suponho que mais gente vá.

-Sim, somente Emily, Jon, Rubi e um candidato para Jon.

- Certo.

Entramos no carro e eu apoiei minha cabeça na janela contando as árvores


que estavam na estrada.

- Você quer ficar no seu apartamento ou no meu? -Dylan pergunta.

Eu realmente queria ficar no meu apartamento, dormir na minha cama e ver


a minha melhor amiga.

- Vou ficar no meu -digo e ele concorda.

Dylan fez o tráfego até o meu apartamento concentrado, depois de minutos


nós chegamos.

Ele carregou minha mala até a minha porta, olhei no relógio no pulso dele e
já estava na hora de Emily estar em casa. Bati na porta por que não levei
minha chave e ela rápido veio abrir.
- Lisa! -me abraçou apertado e eu retribui.

- Tudo isso é saudade?

- Óbvio que sim, mucura. Entra logo temos muito o que fofocar -ela diz me
fazendo sorrir.

- Oi, Dylan -ela diz e levanta uma mão para que ele batesse.

Dylan sorriu e bateu na mão dela.

- Olá, Emily.

Emily pegou minha mala que estava na porta e colocou para dentro nos
deixando sozinhos.

- Vejo você amanhã? -Perguntei vendo-a fechar a porta e coloquei meus


braços em volta do seu pescoço.

- Muito tempo até lá você não acha?

Sorri de lado e ele me apertou contra seu corpo.

- Ainda quer ficar comigo? Meu deus até eu estou enjoada de mim mesma -
digo e ele balança a cabeça.

- Eu quero ficar sempre com você, mas também quero que descanse e... vá
fofocar com a sua amiga.

Sorri de lado.

As vezes tenho vontade de colocar Dylan em um potinho e guardar para


sempre, tirar só para abusar um pouco e guardar de volta.

Me aproximei da sua boca e o beijei com carinho, Dylan colocou a mão no


meu cabelo e puxou de leve me fazendo dar um resmungo.

Nos afastamos e ele sorriu para mim.

- Até amanhã, baby.

Dylan caminha até o elevador me deixando ter a bela visão das suas costas,
coisa linda de ser ver meu Deus.
- Irei mandar Bryant te levar para empresa amanhã -ele grita e aperta o
botão do elevador.

Quando eu ia falar algo ele fala primeiro.

- Não diga não porque não vou aceitar -ele diz e entra no elevador.

Reviro os olhos e entro no apartamento, Emy estava sentada no sofá


comendo brigadeiro, um doce brasileiro que ela aprendeu a fazer e é
delicioso.

Me joguei no sofá e coloquei a cabeça na sua perna.

- Você está bem?

- Estou, só estou me sentindo cansada e olha que eu dormir a viajem toda -


digo a verdade.

- Dever ser cansaço psicológico, aconteceu alguma coisa lá?

Mordi o lábio inferior e contei a Emily sobre a briga que teve ontem e que
Tristan provavelmente ainda está no hospital, ela abriu o maior sorriso que
eu já vi nos últimos anos.

- Sabia que o seu molhador de calcinhas não ia decepcionar -ela diz me


fazendo rir.

- Ainda está com sono?

- Não estou mais com sono, mas quero uma xícara de chá -digo piscando
várias vezes.

Ela revira os olhos e se levanta indo até a cozinha preparar meu chá.
A sigo e me sento no banquinho ficando a sua frente somente com um
balcão de mármore nos separando.

Ela coloca a água na chaleira e bota para ferver, pega uma das nossas
xícaras brancas e coloca na minha frente.

- Então? Como foi a viagem em si?

Bom, meu ex brotou do nada, um conflito de irmãs, um primo babaca, uma


mulher grávida, um funeral com uma mãe desolada e um pedido de
namoro...
- Foi Interessante.

- Imagino esse seu interessante -ela diz e pisca.

Emy abre o armário e pega um saquinho do meu chá preferido e coloca em


cima do balcão.

- Então você está mesmo namorando com Dylan?

- Sim -digo sorrindo.

- Humm conheço esse sorriso -ela diz me cutucando- Você está se


remoendo de felicidade não está?

- Estou -ela bate palmas- Só espero que dê certo, Emily. Não quero me
machucar, Dylan já entrou demais no meu coração e não sei se consigo
tirá-lo tão facilmente -desabafo.

- Vai dar tudo certo, Lisa. Quando os dois querem é completamente


diferente.

Concordo com ela e ouvimos o som da chaleira ecoar pelo apartamento.


Emy colocou a água quente na xícara junto com o saquinho e eu tomei meu
chá pensativa.

Ela acabou fazendo um para ela também e ficamos conversando por mais
tempo, Emily me disse que estava bastante próxima de Caleb e pelo jeito
que ela falava me parecia que estava acontecendo algo a mais.

Depois do chá eu fui para o meu quarto, tomei um banho de banheira e fui
desarrumar minha mala.
51° capítulo
Lisa

Você conhece alguém que tem a capacidade de perder tudo o que tem? Por
que eu tenho e esse alguém se chama Emily Brooks.

Às vezes eu perco minhas chaves, mas não vamos tocar nesse assunto
agora.

- Merda! Eu não sei aonde está -ela joga as almofadas do sofá no chão.

- Você vai arrumar isso aí -digo calçando meu sapato alto bege.

- EU QUERO CHORAR -ela gritou e não pude deixar de sorrir.

- Para de rir porra! Eu preciso daquilo para trabalhar.

- Emily, é só um lápis -digo e pego minha bolsa no quarto.

- É só um lápis, blá blá blá -ela diz em um tom de puro deboche.

- Você não pode usar outro?

Ela me olhou como se eu estivesse falando a coisa mais absurda do mundo.

- Esse lápis é o meu bebê, sem ele eu não consigo desenhar e


consequentemente não consigo trabalhar em porra nenhuma.

- Você não pode usar uma caneta? -digo e saí correndo para a porta
tentando desviar da almofada que ela jogou na minha direção.

Saio do apartamento rindo e encontro Bryant de terno azul escuro com um


sorriso contagiante ao lado de uma Land Rover.

Às vezes me pergunto se Dylan é dono de alguma concessionária porque eu


já perdi a conta de quantos carros eu já vi só nesse último mês.

- Bom dia, Bryant.

- Srta. Morris -ele abre a porta do carro.

- Me chame de Lisa, por favor -digo e ele acena.


Bryant entra no carro e começa a dirigir, minutos depois ele me deixa na
frente da empresa e eu entro dando bom dia a recepcionista como sempre
faço.

Subo para o meu andar e vou direto para minha sala, vejo alguns
formulários a minha espera e papéis importantes para Dylan revisar, coloco
minha bolsa em cima da mesa e ajeito minha blusa bege com pequeno
decote e dois fiozinhos soltos na parte da frente e minha saia social branca.

Pego os papéis e vou até a sala de Dylan, abro a porta e o vejo sem o paletó
somente com a blusa social enrolada até os cotovelos e seu cheiro por toda
sala.

Ele parecia concentrado sentando na beira da mesa com um papel na mão e


a outra descansando na coxa, a verdadeira visão do pecado.

Ando até ele que ainda não pareceu notar que eu estou aqui, quando paro
na sua frente ele olha pra cima e abre um grande sorriso.

Como eu amo esse sorriso.

Coloco os papéis na mesa e ele coloca o que ele estava segurando.

- Bom di...

Nem termino de falar e ele já está me beijando como um louco, suas mãos
estão na minha bunda apertando forte e eu estou puxando sua gravata preta.

- Senti saudade -ele diz quando paramos de nos beijar somente por falta de
ar.

Puta merda, homem.

- Sério? Não senti muita -minto e ele balança a cabeça sorrindo.

- Você é uma péssima mentirosa.

Coloco a mão no peito como se estivesse ofendida e digo que sou uma
ótima mentirosa caso contrário ninguém da família dele iria acreditar em
mim.

No mesmo instante ele se cala e revira os olhos.


- Fingir que estávamos apaixonados foi a coisa mais fácil que eu já fiz -ele
diz e eu ajeito sua gravata que estava torta já que eu estava a puxando a
alguns segundos atrás.

- Mentimos tão bem que até virou realidade -digo e ele sorri.

Me afastei e entreguei a ele os papéis necessários e saí da sua sala indo até
a minha para começar a trabalhar.

As horas se passaram rapidamente e eu acabei almoçado na minha sala


mesmo e Dylan tinha uma reunião no horário de almoço em um restaurante
um pouco longe da empresa portanto eu só o veria perto do final do
expediente.

Decidi comer aqui porque ainda tinha muito trabalho a ser finalizado e
quanto mais rápido terminasse seriam menos problemas para minha cabeça.

No período da tarde eu estava em uma ligação extremamente chata


marcando uma reunião com o presidente que a empresa gostaria de fazer
parceria quando eu vejo um rosto familiar aparecer na minha porta.

Rubi estava ali com uma saia preta que chegava até os seus joelhos e uma
blusa de manga de uma cor avermelhada, seu cabelo tinha uma trança
embutida.

Terminei com o telefone agradecendo aos deuses por ter conseguido.


Pedi para Rubi entrar e nos cumprimentamos com um abraço.

- Rubi! Você está bem?

- Estou ótima e você?

- Bem, só trabalhando bastante -digo e ela faz careta de quem já estava


cansada.

- Quando vou começar a te ver por aqui todos os dias? -pergunto.

- É exatamente por isso que estou aqui, vim conversar com Dylan para
concretizar a data da fusão e discutir alguns termos para a empresa.

- Dylan não está aqui no momento e sim em uma reunião de negócios -digo
e ela coça a testa em um ato nervoso.

- Porra, é quase impossível falar com esse homem -ela diz e descansa a
costas na cadeira.
Um certo homem loiro pairou na minha mente nesse momento.

- Adam deve estar aqui se você quiser falar com ele -digo.

Rubi arregalou os olhos e fez uma cara de quem comeu alguma coisa ruim.

- Por que essa cara? -pergunto.

- É a minha cara, ué -ela diz sorrindo nervosa.

- O que aconteceu entre vocês dois? -pergunto.

- Como assim? O quê?

- Adam, você e ele já se conheciam? -pergunto.

Rubi suspirou e coçou a testa novamente.

- Sim, já nos conhecíamos.

Pela maneira que ela falou parecia que não tinha sido algo bom até soou
como um arrependimento.

- Você e ele...aí meu Deus -coloco a mão na boca abafando um sorriso.

- O QUE? Não, não, nada disso -ela diz e se levanta.

Sorrio do seu nervosismo enquanto ela colocava a mão na cintura.

- Me conta -digo e me levanto também.

Ela acenou e começou a falar sobre como conheceu aquele loiro.

- Eu fui pra uma balada com uma amiga em uma noite, saímos para beber e
dançar à beça, mas meu pai me ligou inúmeras vezes naquela noite e na
última eu decidi atender, ele tinha descoberto que a nossa empresa estava
quase falindo. Na mesma hora eu fui até ele por que o desespero na sua voz
era nítida.

Concordei.

- Falei com a minha amiga e ela disse para eu ir embora que ela ficaria
bem.
Saí da boate prometendo ir no seu apartamento no dia seguinte para levar
seu café da manhã, a conhecendo eu sabia que ela estaria só o pó. Fui até lá
e ela tinha me dado a chave para uma emergência e assim consegui entrar.

- Você falou tinha, não tem mais? -pergunto.

- Não, eu devolvi para ela -ela diz e eu peço pra ela prosseguir.

- Na hora que eu entrei e o vi sentando no sofá calçando o sapato, coloquei


o café da manhã na mesa e foi quando ele notou que eu estava lá, Adam
abriu um sorriso cafajeste que me deu vontade de quebrar todos seus
dentes. Ele começou a dar em cima de mim na maior cara de pau quando
tinha acabado de transar com a minha amiga.

- Onde estava sua amiga?

- Ela ainda estava dormindo, foi a deixa perfeita pra ele sair de lá como o
maior babaca que ele é e de bônus ela me odiar.

Franzi o cenho e apoiei as mãos na mesa e senti que ainda tinha mais.

- Falei algumas coisas para ele que talvez tenham sido um pouquinho
pesadas -ela sorriu travessa- Acabamos discutindo e ele começou a jogar
todo aquele charme para cima de mim eu dei dois tapas nele.

Sorri amplamente imaginado a cena e Rubi me acompanhou nas risadas.

- Mas espera, por que ela te odiaria? -pergunto confusa e o sorriso de Rubi
morre.

- Melinda é uma mulher que se apaixona muito fácil e ela acha que todos os
caras que ela transa também estão apaixonados por ela, mas tudo é somente
sexo casual. Naquele dia depois que Adam foi embora ela jurou de pé junto
que eu o tinha mandado embora por que eu estava com inveja dela por ela
ter encontrado o "grande amor da sua vida" -Ela faz aspas com o dedo.

- Ela pensou que você estivesse com inveja dela?

- Sim, no final de toda aquela discussão inútil que só me fez desperdiçar


saliva ela me chamou de lésbica alegando que eu estava apaixonada por
ela.

Eu estava chocada! Quem é que tem amigas assim?

- Cristo!
- Pois é, ela me expulsou do apartamento e desde então nunca mais quis me
ver.

- Nossa, sinto muito por isso.

- Não tudo bem, se ela acha tudo aquilo pouco me importa. Já ouviu aquele
ditado "Eu não perdi eu me livrei"?

Sorri pra ela e concordei.

- Você tem razão, se ela acabou com a amizade de vocês por causa de um
cara cafajeste com toda certeza ela não era sua amiga de verdade -digo e
batemos na mão uma da outra.

Ela deu um sorriso grande que iluminou seus olhos castanhos, Rubi não
parecia ser daqui e algumas palavras que ela falava saiam diferentes.

- Você não é daqui certo? -pergunto e ela confirma.

- Sou brasileira, meu pai é mexicano e minha mãe é do Brasil, o amor


surgiu entre os dois e alguns meses depois ela descobriu que estava
grávida.

- Ela mora aqui com vocês?

Rubi suspirou negando com a cabeça.

- Não, ela está no Brasil. Quando fiz 17 anos eu vim embora para Nova
York, fiz faculdade aqui e me formei para assumir a presidência já que meu
pai precisava se aposentar.

- Você sabia falar nossa língua normalmente aos 17 anos?

- Aprendi inglês com 14 e o resto foi só se ajeitando nesses últimos anos -


ela diz e sorri.

- Você tem quantos anos agora?

- Tenho 24 -ela responde.

- Grande responsabilidade assumir uma empresa só com 24 anos, deve


estar orgulhosa de si mesma -digo e ela olha pra baixo.

- Nem tanto Lisa, nossa empresa sofreu um roubo de milhões que nos
deixou a beira da falência e eu tive parcela de culpa.
- Culpa?

-Por minha culpa foi roubado milhões da empresa, mas graças a Gregório
Venturelli isso vai mudar.

- Quem roubaria vocês assim? -digo e ela sorri ironicamente.

- Meu ex noivo -ela diz com puro desprezo.

Fiquei alguns segundos estática a encarando sem saber o que dizer.

- Não fique sem graça, ele foi outro atraso na minha vida e eu fui estúpida o
suficiente para confiar nele -ela diz olhando para as unhas.

- Ele foi preso não foi? O cara roubou você -digo indignada.

- Bem que eu gostaria, mas não tínhamos provas o suficiente para


incrimina-lo, foi tudo muito bem pensando, Lisa. Ele só se aproximou de
mim para roubar -ela diz cerrando os dentes.

- Meu Deus e eu pensava que Dylan era um babaca -digo com a mão na
boca.

Ela sorriu de lado e puxou a saia para baixo.

- O ladrão é mais -ela diz.

O ódio nos seus olhos quando falou do seu ex noivo era nítido, mas a
decepção parecia ser mais forte.

- Deixa eu adivinhar -coloquei a mão no queixo- Você nunca mais o viu.

- Plim plim resposta correta -ela diz e eu sorrio.

- Ele deve estar em alguma praia por aí torrado alguns milhões e se


acabando em prostitutas -disse Rubi.

- Eu não duvido -digo e ela dá de ombros.

- Bom, espero que você e Adam se deem bem, Dylan me disse que vocês
iam trabalhar juntos na maioria das coisas -digo e ela coloca a mão no
coração como se estivesse com dor.

- É, eu soube. Espero que aquele loiro mantenha as mãos longe de mim -ela
diz e nós duas começamos a rir.
- Irei tentar, Srta. Mendoza.

Paramos de sorrir quando vemos Adam encostado na porta com um


envelope amarelo nas mãos, ele usava um terno cinza de seda com a
gravata preta, seus cabelos estavam arrumados e bagunçados ao mesmo
tempo e um sorriso zombeteiro dominava seus lábios.

Olhei para Rubi e vi ela apreensiva pela probabilidade de ele ter escutado a
nossa conversa.

- Você está aí tem muito tempo? -ela pergunta se encostando na minha


mesa ficando de frente pra Adam.

Eu me sentei na minha cadeira novamente e esperei ele se aproximar.

- Não, acabei de chegar -ele diz a encarando.

- Ótimo -ela diz.

- Com medo de alguém ouvir sua conversa? -perguntou ele.

- Ora, claro que não Sr. Venturelli sou um livro aberto -ela diz com um tom
divertido e Adam suspira.

- Falavam sobre o que então? -ele perguntou em um tom desafiador.

- Nada demais Ada...

- Estávamos falando de você -Rubi me corta.

- De mim? Que privilégio ter o meu nome na sua boca, Srta. Mendoza.

Ele sorriu lascivo e ela revirou os olhos.

- Certamente preciso arranjar assuntos melhores -ela diz e olha pra mim.

- Aconteceu alguma coisa, Adam? -pergunto para o vento.

Adam nem sequer olhou nos meus olhos porque ele estava concentrado
demais encarando Rubi com certa irritação no rosto.

- O que falaram de mim? -ele perguntou me ignorando completamente.

Até toquei no meu corpo pra ver se eu realmente estava ali.


- Nada demais...

- Sobre a sua cara de pau -Rubi diz e eu coloco a mão no rosto.

- Minha cara de pau? -ele pergunta e se aproxima da mesa- Do que está


falando?

- Estou falando do dia que você fodeu minha amiga a noite inteira e no dia
seguinte queria me levar para cama no apartamento dela.

- Eu não queria te levar pra cama srta. Mendoza, eu só queria te beijar é


diferente.

Rubi levantou uma sobrancelha em descrença e deu um leve sorriso de


ironia.

- Você não tem vergonha nessa sua cara não?

- Na minha cara só tem beleza e agora pensando melhor ainda bem que eu
não o fiz -ele colocou o envelope na minha mesa- Não valeria a pena.

Ele pisca e Rubi aperta os lábios, ela estava praticamente bufando e Adam
sorria da sua irritação.

- Nos vemos na sexta e mande um beijo pra Emily -Rubi diz e se levanta.

Ela me abraça e sussurra um "paciência" no meu ouvido e caminha até


Adam que estava sério.

- Cuidado com o que diz, Sr. Venturelli. Às vezes as palavras se voltam


contra nós mesmos -ela bate no ombro dele de leve- Até outro dia e eu
espero que esse dia demore.

- Não se engane, irá trabalhar comigo maior parte do tempo, é melhor... se


acostumar comigo -ele diz.

- Estou contando as horas, Adam -ela diz incrivelmente debochada e vai


embora.

Adam fica alguns segundo olhando para a porta e provavelmente secou a


bunda dela o trajeto todo.

Ele se vira e me encara pela primeira vez.

- Por favor me diz que o meu irmão está aí?


- Não, saiu em uma reunião -digo e ele suspira.

- Entregue isso a batgirl, ele sabe do que se trata, até mais cunhada -ele diz
e se vira indo em direção a porta.

- Adam? -o chamo e ele se vira novamente.

- A trate bem, ela é uma ótima pessoa -digo me referindo a Rubi.

- Farei o possível -ele diz e faz um coração com as mãos para mim antes de
sair pela porta.

Sorri e me lembro de Dylan que não me deu notícias até agora, olhei no
relógio e faltava 1 hora para meu expediente acabar.

Não acredito que não vou vê-lo mais hoje, soltei um longo suspiro
derrotada sabendo que não posso ligar para ele já que o mesmo está em
reunião. Decido ir até a lanchonete da empresa e comprar alguma coisa pra
comer e subo minutos depois com um sanduíche natural e uma lata de
refrigerante.
Devoro tudo enquanto trabalho e no final do expediente arrumo minhas
coisas para ir embora quando meu telefone começar a tocar.

Atendo mesmo sem saber quem é.

- Alô -digo.

- Oi, baby.

Sorri que nem uma boba apaixonada ao ouvir a voz dele.

- Você está bem? Ainda está em reunião?

- Não e sim, estou cansado pra caralho e ainda estou nessa porra de reunião
-ele diz e suspira.

- Dylan! Vem aqui ver isso, está completamente errado cara -uma voz
masculina surge.

- Estou indo -ele diz e volta a falar comigo.

- Seu expediente já acabou e suponho que não vou poder ver você mais
hoje, eu sinto muito, o que eu mais quero agora é estar com você, mas esses
bandos de marmanjos não querem me deixar ir embora -ele diz.
- Você é requisitado em todos os lugares, Venturelli. E pelo visto minha
concorrência não é só com as mulheres -digo e escuto um sorriso do outro
lado.

- Não há concorrência baixinha porque todos iriam me perder para você.

Sorri de lado e pego minha bolsa.

- Me liga quando chegar em casa? Preciso saber se você chegará bem e


Bryant irá levar você -ele diz.

- Tudo bem, até amanhã?

- Até amanhã -a linha fica muda por um tempo- Eu te amo.

Sorri amplamente e escuto algumas vozes no telefone zoando e outras


felicitando.

- Eu te amo mais -digo e escuto ele sorri.

- Até amanhã meu arrogante gostoso -falo.

- Arrogante gostoso? Gostei do apelido, até que combinou comigo...

- Tchau, Dylan -desligo o telefone com um sorriso nos lábios.

Saio da empresa ao encontro de Bryant que me esperava com os braços


cruzados encostado em um carro que eu não faço ideia de qual seja. O
cumprimentei e ele dirigiu até o meu apartamento, meu corpo clamava por
uma cama e a única coisa que eu queria era dormir e ter aquele bastardo
aqui comigo. Mandei uma mensagem para ele quando cheguei em casa e
sabia que ele não iria responder agora.

Tomei uma ducha e vesti umas das blusas de Jon e um shortinho curto,
tomei meu anticoncepcional e vi um bilhete de Emily dizendo que ia jantar
com Caleb então eu só a veria amanhã de manhã também.

Não comi nada é só me joguei na cama sentindo meu corpo relaxar


instantaneamente.
52° capítulo
Lisa

A primeira coisa que eu faço quando acordo é desligar o despertador e


respirar fundo para não quebrar ele na parede.

Me levantei e fui direto fazer minha higiene matinal, lavei meu cabelo que
estava mais sujo do que o lixo do banheiro e passei sabonete liquido no
meu corpo todo.

Saí do mesmo e coloquei a toalha no cabelo para ajudar secar e fiquei nua
decidindo que roupa iria vestir.

Optei por uma saia preta com alguns detalhes brancos e uma camisa azul
escura, coloquei um blazer preto por cima e coloquei os saltos.

Tirei a toalha da cabeça e escovei meus cabelos o deixando secar


naturalmente, não passei nada no rosto a não ser na minha boca que estava
com um brilho labial da moranguinho que eu sou apaixonada.

Pois é, eu uso brilho labial fabricados para crianças e eu adoro!

Abri a porta do meu quarto e vi que estava sozinha, deduzi que Emily ainda
estava com Caleb.

Tomei meu café da manhã e saí do meu apartamento para pegar um ônibus
quando vejo Bryant parado no mesmo carro que ele tinha vindo ontem de
manhã.

- Olá, Bryant. Por que está aqui? -não me lembro de Dylan dizer algo.

Ele franziu o cenho e me olhou como se fosse óbvio.

- Sr. Venturelli me mandou vir busca-la para ir até a empresa.

Franzi o cenho, mas assenti mesmo assim, por que Dylan não me disse
nada?

Bryant abriu a porta do carro e eu entrei sem falar nada, ele dá partida e
seguimos caminho.
- Dylan já está na empresa? -pergunto olhando para Bryant pelo retrovisor.

- Não, Srta. Morris.

Suspirei.

- Lisa já está bom.

Cheguei na empresa e fiz o mesmo ritual de cumprimentar a recepcionista


indo até o elevador, cheguei no meu andar e a porta da sala dele estava
aberta o que significa que ele realmente não está.

Ótimo! Estou louca para ver aquele bastardo e ele não está aqui e de acordo
com a sua agenda ele não tem nenhuma reunião com clientes que possa
ocupa-lo.

Entrei na minha sala e me sentei na cadeira tentando me concentrar no que


eu fazia, mas uma parte minha estava preocupada e insegura de que ele
possa estar com outra pessoa até agora.

Eu odeio minha insegurança!

Se Dylan estiver na cama de uma loira oxigenada por aí eu corto as bolas


dele e envio para ela de presente!

Mas ele não faria isso, ele me ama certo?

Tristan também dizia que me amava e não primeira oportunidade ele me


traiu com uma qualquer que surgiu. Não! Dylan não é assim, ele era, não é
mais.

Balanço a cabeça para afastar esse pensamento e digo:

- Isso é patético, ele não faria isso e eu confio nele. Isso! Relacionamento
sem confiança não anda para frente.

Me levanto e vou até a copa da empresa que fica no andar abaixo do que eu
estava, não venho muito aqui porque as mulheres que frequentam esse
lugar são extremamente fofoqueiras e também por que não tenho muito
tempo de vir.

Entrei na mesma e vi duas mulheres com xícaras de café conversando sobre


a vida alheia, elas me olharam de cima a baixo com desdém e eu plena
pegando uma garrafa de água.
Uma mulher um pouco mais jovem surgiu e parecia surpresa por me ver
aqui, ela parecia ser bem mais simpática do que essa dupla de debi e loide.

Abri a garrafa bebendo até a metade e a mulher simpática se aproxima de


mim.

- Oi -ela diz tímida.

Seus olhos eram de um preto muito bonito e seu cabelo era castanho com
uma franja, ela tinha algumas sardas no nariz e parecia ser bem jovem.
Creio que ela esteja fazendo estágio.

- Oi -sorrio pequeno.

- Você é a noiva do Sr. Venturelli, não é? -perguntou.

- Pode me chamar de Lisa -digo e estendo uma mão para ela que a pega
sorrindo.

- Vi você nos noticiários e alguns sites.

Aceno com a cabeça e bebo outro gole de água.

Olhei para o lado e vi as duas mulheres ainda conversando, uma delas eu


sabia quem era por que foi a diversão de uma noite do meu querido
namorado.

- Qual o seu nome? -pergunto para menina que ainda me encarava.

- Me chamo Valentina, mas pode me chamar de Tina -ela sorriu


genuinamente.

- Certo, Tina -jogo a garrafa no lixo de reciclagem já que a mesma estava


seca- Foi um prazer conhecê-la e espero te ver novamente -ela concorda e
sussurra um "também".

As duas me olham e eu sorrio falsamente saindo porta a fora.

Peguei o elevador de volta para o meu andar e um pingo de ansiedade se


formaram no meu estômago, a porta da sala dele estava fechada o que
significa que ele havia chegado. Deus! Estou me sentindo uma adolescente.

Me aproximei da porta e a abri a fechando em seguida, Dylan estava com


as mãos apoiadas na vidraça e cabeça baixa, assim que ele notou minha
presença ele se ajeitou e enfio as mãos no bolso da calça.
Ele estava de terno, mas sem a gravata, seu cabelo bagunçado e sexy como
sempre e um olhar predador foi direcionado para mim.

Minha respiração estava fraca e o peito dele subia e descia enquanto seus
olhos passeavam pelo corpo.

Uma tensão foi instalada e minhas mãos coçam para tocá-lo, eu o queria ali
e agora.
Seus olhos encontraram os meus novamente e vi suas pupilas dilatadas, ele
quer o mesmo que eu.

Sua boca se entre abriu e eu apertei meus dedos fortemente, Dylan olhou
pra minha mão e deu um meio sorriso.

Mordi o lábio inferior e ele sorriu quando praticamente corremos um até o


outro para acabar com essa distância.

Em menos de um segundo sua boca tomou a minha em um beijo forte, ele


me levou até a mesa dele me colocando em cima e abriu minhas pernas
para facilitar sua aproximação, sua língua explorou minha boca mais uma
vez e depois desceu até o meu pescoço dando mordidas de leve.

Minhas mãos estavam na sua cintura enquanto meu sapato alto rodeava seu
quadril o puxando mais para mim.

- Dylan...eu preciso de você -ele aperta minha coxa- Agora.

Ele levantou minha saia com a minha ajuda e logo depois meu blazer, levei
meus dedos para a barra da minha camisa a tirando em seguida mostrando
meus seios que não estavam cobertos pelo sutiã.

Ele sorriu de lado tirando o terno e o jogou em algum lugar da sala, tratei
de abrir os botões da sua calça.

Depois que eu consegui eu vi quão duro ele estava, Dylan se posicionou na


minha entrada depois que afastou minha calcinha e eu me segurei na mesa.

- Como você quer isso, Lisa? -ele perguntou enquanto torturava a minha
entrada com o seu membro.

- Forte.

Digo quase em um gemido, se ele continuasse fazendo isso eu iria gozar


daquele jeito mesmo.
Dylan me deitou na mesa e deixou minhas mãos do lado da minha cabeça
com os bicos dos seios apontando na sua direção.

- Não se mexa -ele ordena- Eu quero ver o seu corpo quando eu o tomar pra
mim.

Assenti e mordi o lábio novamente, ele me penetra e um gemido


consideravelmente alto sai da minha boca, ele sorri e começa a estocar forte
exatamente do jeito que eu pedi, meus seios balançavam a sua frente e
olhar de Dylan sobre mim só me deixava mais excitada do que eu estava.
Um gemido baixo saiu dos seus lábios quando eu apertei minhas pernas ao
seu redor.

- Toque nos seus seios, Lisa -ele diz com a voz rouca.

Levei minhas mãos até os meus seios e os apertei com força sentindo meu
corpo implorar por mais. Eu gemia seu nome enquanto ele entrava e saia de
dentro de mim.

Sua mão puxou meu braço me fazendo sentar novamente e ele rápido me
beijou.

- Eu preciso de você. Deus sabe o quanto eu preciso -ele disse enquanto


beijava meu ombro.

- Eu também preciso de você -digo colocando minhas mãos em volta do


seu pescoço.

Dylan sai de dentro de mim me tirando de cima da mesa e rápido me cola


nela novamente, mas agora de bruços e minha bunda empinada na sua
direção.

Ele se inclina até o meu ouvido e tira o cabelo que estava caindo no meu
olho e sussurra:

- Agarre as mãos na mesa e não solte.

Fiz o que ele disse e arfei quando senti seu membro me penetrar
novamente, mas agora seus dedos também trabalhavam lá em baixo em
meu clítoris.

- Está fazendo muito barulho, Lisa -ele disse no meu ouvido e eu fechei os
olhos- Quieta.

Passei a língua nos lábios sentindo seu aperto na minha cintura,


Seus dedos brincando comigo sem piedade nenhuma foram o meu ápice.

Gozei nos seus dedos e no seu sexo ao mesmo tempo e alguns segundos
depois ele gozou puxando meu cabelo e me beijando.

Sorri no meio do beijo quando percebi que ele gozou, estávamos ofegantes
quando Dylan se retirou de mim e me sentou na mesa novamente indo até o
banheiro que tinha no seu escritório e trazendo lenços de papel.

Ele começou a me limpar enquanto eu colocava a camisa novamente,


algumas perguntas rodeavam a minha mente.

- Por que não me disse que Bryant iria me buscar hoje? -pergunto e ele me
encara.

- Sinto muito, eu esqueci de avisar a você -ele diz e sobe a manga da


camisa social até os cotovelos.

- Você não estava na sua mesa quando cheguei, onde estava? -perguntou.

- Onde é que estava você estava essa manhã? -pergunto.

Ele sorriu de lado e se aproximou de mim abraçando minha cintura.

- Fui pegar uma coisa importante que eu só poderia pegar agora de manhã
cedo por isso demorei um pouco para chegar, agora é sua vez.

- Eu estava na copa -digo e cruzo os braços.

Ele suspirou parecendo nervoso, Dylan foi até a gaveta que ficava na sua
mesa e pegou uma caixinha. Ele parou na minha frente com os olhos
brilhando.

- Eu fui pegar isso -ele diz e me entrega.

Peguei a caixinha que era cinza com um laço dourado em cima, abri a
mesma e vi um anel fino e delicado prateado, olhei para o homem a minha
frente que estava com um sorriso bobo.

- Eu quis comprar um anel para você -ele pega a caixinha da minha mão e
tirando da caixinha.

Ele comprou um anel de compromisso para mim? Nunca duvidei dele...


- Quero que você use algo que represente nosso relacionamento verdadeiro
-ele tocou no meu queixo- Que até mesmo represente nosso namoro.

Sorri que nem o gato de Alice no país das maravilhas e senti meu peito
transbordar de felicidade.

- Eu já pedi antes, mas...você quer namorar comigo.

Ele sorriu de lado.

- Sim.

Eu diria sim até a palavra ter outro significado, diria sim todas as vezes
necessárias que ele me pedisse e não me cansaria.

Ele sorriu e colocou o anel no meu dedo e me beijou suavemente.


Eu era a mulher mais feliz naquele momento.

- Passa a noite comigo? -perguntou.

Assenti e ele colocou a mão na minha nuca e beijou minha testa em um ato
de carinho e proteção.
53° capítulo
Lisa

Sexta-feira, noite da balada que tanto Emily e Jon vem me enchendo o


saco.

A semana passou bem rápido desde o dia que Dylan me deu aquele anel, no
mesmo dia eu passei a noite com ele e foi maravilhoso, no dia seguinte eu
dormir no seu apartamento mais uma vez.

Sobrando a quinta que Jon dormiu comigo e com Emily, nós três assistimos
filmes comendo vários doces e depois encerramos com uma boa dose de
Whisky.

Não foi nada fácil tirar aquela carranca que Dylan estava depois que eu
disse que não iria dormir com ele no seu apartamento, mas com alguns
truques eu consegui deixar seu humor melhor.

Agora já estávamos na sexta e eu marquei com Dylan às 23:00 para irmos


até a boate Hunter que ficava um pouco longe do apartamento, mas era
muito boa.

Rubi e o pretendente de Jon que se chamava Josh iam nos esperar no bar e
Emily e Jon iriam conosco.

Eu estava usando minha blusa de manga preta aberta nas costas e uma saia
jeans um pouco rasgada que ia até no meio das minhas coxas e um sapato
alto também preto.

Jon estava jogado na minha cama e Emily estava se arrumando no meu


quarto junto comigo.

Ela usava um vestido bem justo da cor vermelho sangue com alças bem
finas, seu sapato também era preto.

- Vocês duas estão muito sexy -Jon diz e nós agradecemos.

- Se eu não gostasse de macho eu pegava vocês duas assim -ele diz e estala
os dedos.

Sorrimos e eu encarei Jon, ele estava vestindo uma calça jeans, uma blusa
verde escura com uma jaqueta marrom por cima e um tênis branco.
- Você está sexy também, tudo isso é para Josh? -pergunto.

- Óbvio que é, ele até passou aquele perfume importado que ele usa só em
ocasiões especiais -Emily diz e pisca para ele.

- Estou sentindo que vou encontrar o amor da minha vida! -ele diz
enquanto eu passava o batom vinho e Emy o vermelho.

- Que bom! Aí você se casa logo e larga do nosso pé -Emily diz e Jon
mostra o dedo pra ela.

- A primeira que vai largar do nosso pé é a Lisa já que vai casar com o
bilionário gostoso -Jon diz e eu sorrio de lado.

Paro de tentar arrumar meu cabelo por que ele estava um verdadeiro ninho
e decido prender ele em um rabo de cavalo.

- E você Emily? Qual é daquele Caleb? -Jon pergunta com uma


sobrancelha erguida.

Jon não gosta muito do Caleb, desde o dia que se conheceram eles
implicam um com o outro.

- O que tem? -ela pergunta e escova o cabelo.

- Vocês são praticamente namorados.

- Não somos não, nós só saímos para jantar algumas vezes e transamos
depois, não é nada sério -ela diz dando de ombros.

- Quase eu acredito em você agora -Jon diz com a mão no peito.

- Aí Jon, cala a boca -ela joga a escova de cabelo nele.

Sorri vendo a cara de irritação do meu amigo e escuto meu celular tocar,
atendo sem ver quem é.

- Oi -atendo.

- Oi, baby. Estou na frente do seu prédio.

- Já vamos descer.

Desligo o celular e vejo Emily correr para colocar os brincos sussurrando


uma “droga”.
- Vamos, Dylan já chegou -digo e saímos do quarto com Emily ainda
colocando o brinco.

- Por que ele é sempre tão pontual? -ela pergunta revirando os olhos.

Saímos do apartamento e vejo meu lindo namorado encostado em um dos


seus carros que eu não prestei atenção por que estou focada demais olhando
pra ele.

Dylan usava uma camiseta azul marinho com uma jaqueta preta por cima e
uma calça jeans surrada, os cabelos bagunçados como sempre e um grande
relógio no pulso.

Me aproximo dele e rápido colo nossos lábios, ele aperta minha cintura e
ouvimos alguém tossir.

- Se comportem crianças -Jon diz acabando com o clima.

- Você está linda demais -ele diz e encara meu corpo.

Agradeço e ele elogia Emily também que coloca a mão na boca como se
estivesse sem graça.

Jon e Dylan se cumprimentam com um aperto de mãos bem forte mas não
falam nada.

Entramos no carro e seguimos para a boate, mandei mensagem para Rubi


avisando que chegaríamos em 30 minutos e ela respondeu com um emoji
de festa e um drink.

O celular de Dylan começou a tocar e ele atendeu pelo comando de voz do


carro.

- Maninho batgirl -A voz de Adam ecoa por todo o carro.

- O que você quer, Tinker Bell? - Dylan pergunta.

- Peter e eu vamos à boate agora e ele insistiu para que você e Lisa fossem
com a gente, óbvio que não concordei por que você é um purgante e Lisa é
mil vezes mais legal então deveríamos te deixar em casa -ele diz e Dylan
revira os olhos.

- Lisa e eu já estamos indo a uma boate. -Dylan diz e o irmão repete o que
ele falou como se estivesse falando com outra pessoa
- Você nem chamou a gente seu corno -A voz de Peter surgiu.

- Eu fui o convidado cara não posso te convidar -Dylan diz com um tom
divertido.

- Vocês podem ir se quiserem -digo e Emily quase me bate.

- Lisa? -Peter pergunta.

- Sou eu sim, mas...

Me lembrei que Rubi e Adam não se dão muito bem e Emily e Peter muito
menos, porra!

- Estaremos na boate Hunter mais especificamente no bar, até depois


meninos -Jon diz e pede pra Dylan desligar.

Ele desliga e eu o encaro Jon

- O que? Eles só estão atrás de diversão assim como a gente -disse Jon.

Emily suspirou e eu encarei a estrada, uma ótima noite se aproxima, já


estou até sentindo o cheirinho de briga.

Depois de longos 30 minutos nós chegamos e entramos direto por que


Dylan conhecia o dono, a boate era ótima eu já tinha vindo aqui antes com
Emily e gostei bastante.

Olhei para o bar e avistei Rubi, apontei na sua direção e fomos todos até
ela.

Rubi vestia um body preto cavado nos seios e uma saia de couto preta, ela
tinha um colar com uma cruz prata que ia até os seios e como o decote era
aberto dava pra ver muito bem a cruz prata colada no seu corpo.

- Lisa! Emily! -ela diz e nos a abraçamos.

- Nós acabamos de pedir uns shots para vocês -ela diz e olha por cima das
nossas cabeças.

- Oi, Dylan -ela diz e aperta a mão dele com um sorriso genuíno e ele faz o
mesmo.

- Você deve ser o Jon -ela diz e ele concorda a abraçando apertado.
Depois que eles se soltam um rapaz loiro, alto e incrivelmente bonito
aparece.

- Desculpa a demora, a fila do banheiro estava enorme! -ele diz e nota


nossa presença.

- Ei! Oi, me chamo Josh -ele diz e nós o cumprimentamos acenando.

- Josh me deixa te apresentar o Jon, o amigo da Lisa -Rubi diz e aponta


para ele.

Josh sorriu de um jeito galanteador e Jon devolveu o mesmo sorriso. É hoje


que o meu amigo arruma um boy!!

Fomos até o balcão pegar os shots que tinham chegado e viramos tudo de
uma vez, fiz uma breve careta e Dylan riu de mim.

Nós ficamos um do lado do outro como se fosse em uma rodinha enquanto


a boate toda dançava com um copo de bebida na mão.

- Rubi -a chamo e ela para de secar um carinha.

- Adam está vindo para cá -digo e ela franze o cenho- Ele meio que
descobriu por que meu amigo ali tem uma boca grande e eu sei que você e
ele...

- Está tudo bem, Lisa. Na verdade, não me importa, Adam e eu precisamos


ter uma relação de harmonia -ela diz e bebe outro shot.

-Você quer dançar? -Josh pergunta direcionado pro Jon.

- Até que enfim, quer dizer, claro! -ele diz fazendo Josh rir.

Os dois vão em direção a pista de dança e começam a dançar juntos, olhei


para a parte da entrada e vi os dois procurando provavelmente por nós.

- Eles chegaram -digo.

Adam e Peter caminham pela pista de dança e Dylan acena chamando a


atenção dos dois, eles se aproximam e a cara que Adam faz quando vê Rubi
é hilária.

- Você não me disse que ela estaria aqui -Peter diz olhando pra Dylan
referindo-se a Emily.
- Não está gostando querido? É só da meia volta -ela diz e Peter a encara.

- Oi, Adam -disse Rubi o cumprimentando.

- E aí? -ela acena.

Deus! Qual é o problema desses quatro?

- Vocês não vão brigar hoje, né? Viemos nós divertir e não brigar -digo e
eles me encaram.

- Paz? -Adam pergunta olhando para Rubi.

- Paz -ela diz e ele sorri.

Olhei para Emily e ela fingiu olhar pra cima me evitando.

- Emmy -digo com a voz arrastada.

Ela me olhou e encarou Peter revirando os olhos.

- Paz? Só por esta noite -ela estendeu a mão para ele.

- Paz, loirinha -ele aperta a mão dela.

Sorri e pego na mão de Dylan o arrastando para a pista de dança.


Começamos a dançar e eu ria toda vez que Dylan sussurrava no meu
ouvido coisas idiotas.

Pelo canto de olho eu vi Rubi dançando com um homem de cabelo longo e


preto, a blusa de manga branca realça seus músculos.

Emily ainda estava no bar bebendo um whisky puro e Peter sumiu.

Adam estava com um copo na mão e olhava na direção da pista de dança,


só não sei se era para alguma mulher ou pra Rubi exatamente.

Jon já estava com a missão em um sucesso quando eu percebi que ele


estava beijando Josh, sorri de lado e encarei Dylan que me olhava
atentamente.

- Do que está rindo? -ele perguntou colocando os braços na minha cintura


parando meus movimentos.

- Jon, ele já está beijando Josh -digo.


Dylan olhou em volta e avistou os dois no maior love, ele sorriu e me
puxou mais um pouco se é que isso é possível.

- Ele se deu bem -ele diz e eu concordo.

- Quer se dar bem, Sr. Venturelli? -Pergunto sugestiva e ele sorri colocando
a mão na minha nuca e me beijando.

Começamos a nos beijar e minha língua tocou a sua em ritmo intenso, sua
outra mão puxou minha cintura fazendo nossos sexos se colidir, porra isso
é bom demais.

Continuei com Dylan ali na pista de dança e parecia que o número de


pessoas a nossa volta tinha aumentando. Isso aqui está lotado.

- Vamos beber alguma coisa? -pergunto para ele que acena.

Fomos até o bar novamente, Rubi e Emily estavam conversando e rindo


alto. Me aproximei e do balcão e pedi um bloody marie.

- Do que estão falando? -pergunto para elas.

- Rubi estava me contando que o cara que ela estava beijando é uma
verdadeira cachoeira -Emy diz sorrindo.

- O cara me deixou toda molhada e não foi de um jeito bom -Rubi diz e eu
sorrio.

Olhei para Dylan que piscou algumas vezes meio desconfortável e eu


escondi o sorriso.

- Vou ao banheiro, baby. Você pede um Whisky pra mim? -Dylan


pergunta.

- Claro -ele me dá um selinho e vai em direção ao banheiro.

Vejo Jon e Josh se aproximarem de nós e se despedirem por que já iriam


embora, ninguém contestou por que sabíamos que ia rolar. Como Rubi veio
com Josh eu sugeri que ela voltasse com a gente e ela aceitou.

Os dois foram embora e nós continuamos conversando.

- É sério! Acho que eu deveria avisar as pessoas para procurar algumas


boias por que aquele cara vai inundar isso aqui se ele beijar alguém
novamente -Rubi diz fazendo Emily e eu gargalhar.
- Deveria ter algum curso sobre como aprender a beijar, eu iria me
candidatar nesse emprego -diz Emily sorrindo maliciosa.

- Você é muito maliciosa -digo ela faz cara de surpresa.

- Claro que não! Eu só enxergo grandes oportunidades para me dar bem -


Ela dá de ombros.

Rubi ri alto e eu a acompanho, minha bebida chegou e eu bebi tudo de uma


vez, eu estava morrendo de sede.

- Ei! Calma morena, assim você pode se engasgar e eu não quero que isso
aconteça.

Um homem alto e forte aparece acompanhado de mais dois homens tão


fortes quando ele. Todos os três eram loiros.
Eles pareciam ser irmãos ou algo do tipo, os outros dois pararam na frente
de Emily e Rubi as olhando como um pedaço de carne.

Olhamos umas paras as outras e sorrimos ao mesmo tempo.

- Vocês são lindas -diz o loiro na minha frente.

- Nós sabemos -Emily diz e os três sorriram.

- Sou Alex e essas são meus irmãos Chris e Will -o que estava na minha
frente diz e depois aponta para os respectivos.

- Sou Rubi e essas são minhas amigas Emily e Lisa -ela aponta para nós
duas.

Coloquei meu coquetel de volta no balcão e encarei os três que ainda


estavam olhando pra nós três com um olhar sugestivo.

- Então...vocês querem dançar? -o tal de Will pergunta.

- Não -falamos ao mesmo tempo.

- Ok, vamos ficar por aqui mesmo -Will diz e alisa a bochecha de Emily.

Ela bate na mão dele e ele só faz sorrir para ela.

- Ela é brava, acho que escolhemos as certas! -Will diz e eu levanto uma
sobrancelha.
- Escolheram para que? -Rubi pergunta encarando Chris que estava na sua
frente.

- Nós estávamos por aqui quando notamos vocês três nesse no bar rindo e
se divertindo e se me permitem vocês são incrivelmente gostosas -Chris
fala e se aproxima de Rubi.

- Nós três estamos procurando as mulheres certas pra se divertirem com a


gente, nos podemos ir até a minha casa e brincar um pouquinho
sabe...somente nós seis -Alex diz olhando para mim.

É impressão minha ou o cara está propondo uma orgia?

- Você quer dizer nós 6? Em um quarto? Transando um com o outro? -


Emily pergunta.

- Gostamos de nos divertir e vocês também parecem se divertir do mesmo


jeito que a gente -Chris diz.

Puta que pariu! Isso é sacanagem, não é?


Eu não sei dizer o que mais me deixou surpresa, essa proposta ou o fato
desses três irmãos fazerem sexo um com os outros.

Nada contra é claro.

Emily estava com a boca aberta e Rubi com cenho franzido.

Eu estava sem nenhum tipo de expressão.


54° capítulo
Lisa

Nós três olhamos uma para as outras e foi inevitável.

Rubi, Emily e eu começamos a rir descontroladamente e parecia que


quanto mais a gente se olhava mais risadas apareciam.

Os três loiros na nossa frente estavam sérios com a sobrancelha levantada e


nós três rindo e apontando para eles.

- Vocês são hilários -Emily diz a bate no ombro de Will com força fazendo
ele ir um pouco para trás.

- O cara está propondo uma orgia com a gente dá para acreditar? -Rubi
pergunta e coloca a mão na boca rindo.

- O que você disse? -Adam aparece e nos olha confuso.

- Quem são esses três aí? -ele aponta para os três.

- Porra Adam! Qual o seu problema? Você quase derrubou as pessoas


quando estava vindo pra cá -Peter diz e para do lado dele.

- Qual é desses He-Man? -Peter pergunta olhando pra eles.

- Somos Alex, Will e Chris King -Chris diz colocando a mão no bolso da
calça.

- Quem são vocês? -Alex pergunta me encarando.

Eu hein, virei espelho?

- São Adam Venturelli e Peter Ross -Will diz.

- Você os conhece? -Pergunto e Alex sorri para mim.

- Eles vivem em revistas e sites, são uns dos caras mais ricos de Nova York
-Will responde.

- Do que você estava falando Rubi? -Adam pergunta olhando pra ela.

- Não te interessa cara e nós vamos dançar agora -disse Chris pegando na
mão da Rubi.
Ela rápido se soltou e ele fez uma cara de irritado.

- Não vamos não -Ela diz e eu me aproximo com Emily.

- Não? A qual é, vem logo -Ele diz e tenta puxar ela mais uma vez.

Adam coloca a mão no peito de Chris e coloca Rubi atrás dele, ele sorri
irônico e balança a cabeça.

- Acho que ela não quer dançar com você -Ele diz e cruza os braços.

- Você por acaso é o pai dela? -Chris pergunta e Adam estreita os olhos.

- Chris, vamos embora elas estão acompanhadas -Will diz e puxa o braço
do irmão.

- Não quer vir com a gente? Vocês são três e eles são só dois, acho que
você está sobrando -Alex diz pra mim.

- Eu passo -digo e de longe vejo Dylan caminhando até nós.

- Certeza? Podemos ser só eu e você está noite, acho que meus irmãos não
iriam se importar -Alex diz com um sorriso galanteador.

- Vocês deveriam ir no médico, esse problema de audição já está avançado


-Peter diz.

- Ele não falou com você -Chris diz apontando para Peter.

- Acha que precisam me colocar na conversa para eu falar alguma coisa? -


Peter diz e trava o maxilar.

- Vamos lá, Emily! Vai ser divertido -Alex diz olhando para mim.

- Meu nome é Lisa e não Emily, agora, dá para vocês irem embora? -
pergunto já ficando sem paciência.

- Mesma merda, só vejo peitos e bund...

- O que está acontecendo? -Dylan chega interrompendo Chris.

- Ótimo! Mais um pau no cú pra defender as donzelas em perigo -Chris diz


e eu me seguro pra não chutar suas bolas.
- Do que porra você me chamou? -Dylan pergunta com o cenho franzido.

- Vão embora caso contrário vão ganhar um nariz quebrado -Peter diz
depois que encarou Dylan.

- Vamos logo -Will diz puxando os irmãos.

- Não Will me solta, quero conhecer mais os meus...novos amigos -Chris


encarando todos nós.

- Ele tem razão, por que não tomamos uns drinks? -Alex pergunta cruzando
os braços.

-Não sabia que galinha bebia álcool -Emy diz olhando para ele.

- Eu não sabia que prostitutas frequentavam esse lugar -disse Alex a


olhando com desdém.

Emy se aproxima de Alex com um olhar mortal e eu sei exatamente o que


ela vai fazer.

- SUA ESTÚPIDA! -Alex grita depois que ela deu uma joelhada nas bolas
dele.

Alex colocou as mãos nas bolas danificadas se contorcendo de dor.

- Vai xingar sua mãe seu canalha! -ela diz e depois dá um sorriso de lado.

-Sua imbecil você me paga -Alex diz e avança para cima de Emily.

Dylan e Peter se colocaram na frente dele que recuou um pouco.

- Você está fudida! -Alex aponta para Emily.

- To me tremendo olha - Ela fingiu tremer a mão.

- Vamos embora! Essas putas não valem a pena -Chris diz e os três viram
de costas.

Encaro as duas e Rubi balança a cabeça.

Adam olha para nós três e aperta o maxilar, ele encara os irmãos que ainda
estavam perto e vai até Chris.
Adam se aproxima e toca no ombro dele.
- He-Man? -Adam pergunta.

Chris se vira e dá um sorriso lascivo, Adam o encara e passa a mão no


cabelo.

- Mudaram de ideia? -Chris pergunta debochado.

- Na verdade...eu mudei.

Adam diz e acerta em cheio o rosto de Chris que automaticamente coloca a


mão no mesmo.

Alex se vira assustado e Will ampara o irmão que está com o nariz
sangrando.

- Você ta ficando louco, cara? -Alex pergunta e se aproxima de Adam.

Peter vai até eles igual uma bala e Dylan sorri de lado.

Dylan tem um péssimo costume de rir em horas erradas.

- Vai se foder seu babaca -Chris fala e empurra Adam com força.

Peter empurrou Chris de volta e Alex se meteu no meio, os quatro


começaram a brigar e Dylan ainda estava do meu lado com um olhar
completamente normal

Socos foram distribuídos e até a música da boate parou de tocar, as pessoas


olhavam assustadas e Rubi e Emily faziam caretas quando eles se batiam.

- Por que sempre que eu estou reunida com vocês esse tipo de coisa
acontece? -pergunto baixinho.

Alex derruba Peter no chão e vejo Dylan ficar sério.

Rubi arregala os olhos quando Chris dá um soco em Adam e aperta seu


pescoço.
Dylan bufa e vai até eles finalmente agarrando o casaco de Chris e o
empurrando com força para longe de Adam.

Nós três nos aproximamos e vejo Emily pegar uma garrafa que eu acho que
era de Jack Daniels e tacar na cabeça de Alex que cai no chão com as mãos
na mesma.

Pelo menos a garrafa estava vazia.


- Você está bem? -Emy pergunta estendo a mão para Peter que aceita.

- Estou -ele se levanta e vejo Dylan ajudar Adam.

Rubi e eu estávamos encarando Alex e Chris que estavam com os olhos


fulminantes de raiva.

- Mas que porra está acontecendo aqui?

Um cara de estrutura média e olhos castanhos aparece, ele era calvo e


usava uma blusa florida bem cafona, parecia ter mais de 50 anos.

- Nessa boate não é tolerado brigas! -Ele diz e olha para todos nós.

- Marcos, não queríamos briga só... -Dylan diz, mas Alex o corta.

- Não queriam briga? Foi esse filha da puta aí que bateu no meu irmão a
troco de nada -ele diz apontando para Adam.

Adam trava o maxilar tentando ir para cima dele de novo, mas vejo dois
seguranças se aproximarem para segura-lo.

Nós todos começamos a falar ao mesmo tempo e só se podia ouvir


palavrões e até algumas ameaças.

- JÁ CHEGA! VOCÊS TODOS ESTÃO EXPULSOS DA HUNTER! -o


dono da boate grita.

Ele aponta para gente e para os He-Man que estão cuspindo fogo.
Começamos a falar novamente.

"isso é tão injusto"

"Esse velho ta de sacanagem?"

"Vocês vão nos pagar"

"Ala, a galinha ta estressada"

- Vão embora agora! Ou terei que pedir para os seguranças fazerem isso -O
velho calvo diz.

Suspiro e Dylan faz um movimento para a cabeça para irmos embora.


- Vou ter que reforçar a entrada da boate, as vadias arrumam brigas
facilmente -o velho sussurra pro segurança.

- O que você disse? -Emy pergunta.

- Ele chamou a gente de vadia? -Rubi pergunta olhando para mim.

- Não sei, a única vadia que eu estou vendo é ele -digo e o velho levanta
uma sobrancelha.

- Vocês três estão se achando muito só por serem as vadias dos irmãos
Venturelli e o famoso Ross -Ele diz e Dylan cruza os braços.

- Ah cala essa sua boca! -digo jogando os braços pra cima.

Não adianta discutir com macho escroto.

- Me respeitem! Vocês estão na MINHA boate! -ele dá ênfase na palavra


minha.

- Não grite com a minha noiva, Marcos -Dylan diz e pega na minha mão.

- Não as chame de vadias quando você vive traindo a sua esposa com uma -
Dylan olha em volta e acha uma mulher de cabelo escuro com um vestido
longo que está com a boca aberta.

- Jasmine! Aí está -Dylan sorri- Sinto muito você descobrir assim, mas seu
marido já transou com todas as funcionárias daqui e sem falar das
prostitutas que esse lugar recebe.

Jasmine olha para o marido com sangue nos olhos e ele está com uma
expressão de desespero no rosto.

- Você é linda, vá viver sua vida longe desse lixo humano -Dylan diz e olha
para Peter e Adam.

Adam pegou Rubi pela mão e Peter fez o mesmo com Emily, nós
estávamos de costas quando Peter se virou e disse.

- Ah! Mais uma coisa, acho melhor você procurar outro emprego porque
essa boate não será sua por muito tempo.

Peter piscou e o velho fica branco da cor de um papel. Saímos de lá


caminhando até os carros que estavam não muito longe um do outro.
Olhei para trás e vi os quatro dispersos, Adam tocava na boca que parecia
doer bastante e Emily e Peter se encaravam.

- Você quer que eu faça um curativo? -Rubi pergunta e Adam nega.

- Estou bem -ele diz e ela cruza os braços.

Chegamos na frente do carro que viemos e nos encaramos.

- Obrigada por defender nós três lá dentro -digo e eles acenam.

- Eu agradeço também -Rubi diz.

- Obrigada -Emy diz baixo abraçando o próprio corpo, estava ventando


bastante.

- Eles foram uns cretinos, mereciam umas palmadas -Adam diz sorrindo de
lado.

Ir para boate com esses 5 vai entrar na minha lista de coisas para pensar
duas vezes antes de fazer.

- Pelo menos foi uma noite interessante -Emy diz.

- É verdade, a minha parte favorita foi você quebrando a garrafa na cabeça


daquele cara.

Digo e Peter acena em agradecimento a Emy.

- O auge foi quando eles fizeram a proposta de sexo -Rubi diz e os três nos
encaram com uma sobrancelha levantada enquanto nós rimos.

- O que? -Peter pergunta.

Explicamos a eles sobre a abordagem dos He-Man e eles quase não


acreditaram

- É errado achar isso estranho? -Adam pergunta.

- Não -respondemos ao mesmo tempo.

Sorrimos uns com os outros.

- Bom, nós já vamos -Peter diz e bate na mão de Dylan.


- Nós vemos depois, cara -Adam se despede do irmão.

- Tchauzinho, meninas -Adam diz jogando um beijo para nós.

- Rubi, loirinha -Peter acena e os dois vão embora em direção a um carro.

Também fomos embora e deixamos Rubi em seu apartamento e Emily


ficou com ela, as duas pareciam cansadas então Rubi ofereceu o quarto de
hóspedes para Emy dormir e na manhã seguinte ela iria pra casa.

Enquanto Dylan e eu seguimos para o seu apartamento. Quando nós


chegamos eu só fiz jogar meu salto do lado da porta e encarar meu
arrogante gostoso.

- Você está cansado?

- Nenhum pouco.

- O que quer fazer?

Dylan sorriu de um jeito estranho e bateu a mão uma na outra, eu sei


exatamente o que é quer fazer.

- Você quer assistir filmes, não é? -pergunto cruzando os braços.

Ele acenou e eu revirei os olhos, Dylan veio até mim e me carregou me


fazendo dar uma risada gostosa.

Fomos até a sala de estar para assistir alguma coisa e provavelmente dormir
15 minutos depois.
55° capítulo
Era uma espécie de galpão abandonado com janelas quebradas e um cheiro
forte que ocupava o lugar.

Me permiti olhar em volta e mesmo com a vista embaçada eu vi alguns


galões azuis e percebi que o cheiro vinha dali aquilo era gasolina.

Minhas mãos estavam amarradas na cadeira assim como meus pés, tinham
hematomas no meu braço e eu podia sentir gosto de sangue na minha boca.

Tentei me soltar, mas parei abruptamente quando ouvi um barulho de porta


e uma luz forte invadir o lugar.

Meus olhos trabalhavam para focar em quem estava caminhando na minha


direção, mas eu não conseguia identificar.

Olhei para o chão tentando recuperar o foco e consegui enxergar um pouco


melhor, apertei os dedos na cadeira quando percebi que tinha sangue no
chão e na minha coxa esquerda tinha um canivete enterrado.

Eu não tinha percebido ele lá e comecei a ficar mais assustada ainda.

Olhei para cima avistado a pessoa na minha frente que simplesmente não
tinha rosto, era apenas um borrão branco com um sorriso amarelo que
vestia roupas masculinas.

- Quem é você? -pergunto com a voz embargada.

Ele passou a mão no meu cabelo e pegou meu queixo o levantando um


pouco.

- Me deixa ir embora, por favor! -Eu suplico sentindo meus olhos


marejados.

O aperto no meu queixo se intensificou me fazendo dar um gemido de dor,


sua mão foi para a minha perna que ele acariciou até chegar no canivete.

Ele passou um dedo nos meus lábios e começou a mexer no objeto


enterrado na minha coxa, ele afundou mais o canivete me fazendo dar um
grito de dor.

O contato na minha carne era quase insuportável.


- Me solta! Eu estou implorando -digo já com inúmeras lágrimas descendo
pelo rosto.

Ele sorriu de lado tirando o canivete da minha perna e dessa vez eu


reprimir o gemido de dor apertando os lábios um no outro.

- Grita! -ele disse e deu um tapa no meu rosto.

Cuspo sangue e sinto a mão dele agarrar minhas bochechas me fazendo


encarar aquele borrão branco.

- Eu quero ouvir você gritar -ele disse passando o canivete pela minha
bochecha.

Eu não conseguia reconhecer aquela voz.

- Me solta -eu digo quase em um sussurro.

Ele solta meu rosto e se afasta um pouco, um sorriso diabólico surge nos
seus lábios.
Vejo ele levantar a mão que continha o canivete e olhar para a minha outra
coxa, eu sei o que ele vai fazer.

- Não, não faça isso. Por favor! -comecei a me debater na cadeira, mas ele
agarrou meus cabelos e me fez encara-lo.

- Grite -ele diz e perfura minha outra coxa.

Não contive o gemido de dor, ele empurrava o objeto até o fundo e eu


sentia minhas forças se acabando. A única coisa que eu pensava era sair
dali e me jogar nos braços dele, Eu não sabia onde ele estava e nem aonde
eu estava mas eu sentia Dylan por perto.

- Pensando nele? -pergunta com a voz carregada de ódio.

- Você está onde tem que estar -diz.

Eu não o olhava e nem conseguia, minha atenção estava toda na minha


coxa enquanto eu me forçava a ficar acordada.

- Ele não vem te salvar Lisa, eu o matarei antes disso acontecer -ele diz e
tira o canivete da minha coxa.

- Não... -minha voz estava fraca e eu não conseguia mais sentir a minha
perna, apenas o ver o sangue escorrendo.
- Não se preocupe, Angel. Você está comigo agora.

Angel? Não, não pode ser.


NÃO, isso não é verdade.

Isso não é verdade...

Comecei a chorar compulsivamente ao ouvir aquele apelido que me


assombra por anos.
Ele desamarrou meus pés e depois minhas mãos, eu estava fraca demais
para sair correndo, estava praticamente inválida.
Havia uma barra de metal presa ao chão e foi lá que ele me amarrou,
minhas mãos ficaram esticadas sem chance de eu me mover.

- Seremos só nós dois para sempre.

Ele desceu as mãos para a calça jeans que eu usava e a tirou rapidamente.
Comecei a bater os braços na barra enquanto ele tirava a minha calcinha.

- Eu senti falta disso, Angel.

- Não, sai de cima de mim. Por favor não faz isso -começo a gritar
desesperada.

- Para! NÃO! NÃO! SAI DAQUI.

Senti mãos fortes me agarrarem.

- Lisa! Acorde, é um pesadelo amor não é real, abra os olhos.

Minha respiração estava descontrolada, meu peito subia e descia e eu sentia


meu cabelo pregado na testa. Abri os olhos e me deparei com os intensos
olhos verdes sobre mim que agora estavam preocupados.

Olhei em volta assustada e suspirei profundamente quando reconheci o


quarto.

Olhei para o relógio e eram 4:00 da manhã, depois de assistir filmes com
Dylan nós subimos para o quarto para descansar.

- Você está bem? -ele perguntou bastante preocupado.

Eu não conseguia falar, mas que porra de sonho era aquele?

- Baby, você está tremendo! -diz.


Dylan passa a mão no cabelo e pega uma jarra de água que tinha no criado
mudo e deposita no copo me dando logo em seguida.

- Beba.

Peguei o copo da sua mão e bebi todo líquido. Se passaram alguns minutos
e eu me sentia um pouco melhor.

Fazia meses que eu não tinha mais esses pesadelos com esse apelido dos
infernos, eu estava assustada.

- Se sente melhor? -perguntou.

- Sim, foi só um pesadelo -digo sorrindo fraco.

Ele acena e me puxa colando nossos corpos, encostei a cabeça no seu peito
enquanto ele acariciava meus cabelos, me senti bem instantaneamente.

- Quer conversar sobre isso? -pergunta.

Balancei a cabeça e ele suspira, mas não insiste mais, pouso minha perna
em cima do seu quadril e sinto ele me apertar.

- Você me chamou de amor? -pergunto.

Ele sorriu e me fez encara-lo.

- Acho que você estava ouvindo coisas -ele diz em tom de brincadeira.

- Babaca.

Ele sorriu ainda mais e ficou de frente pra mim, nossos narizes se tocaram e
sua respiração estava em junção com a minha.

Me aproximei mais dele e fechei os olhos quando seus lábios tocaram os


meus com um pouco de urgência e carinho misturado.

Nos afastamos e um sorriso bobo cresceu em mim, apenas Dylan conseguia


fazer isso.

Ele podia me fazer esquecer tudo de ruim apenas com um simples beijo.
56° capítulo
Lisa

Já se passou um mês e meio desde aquele pesadelo, daqui a uma semana


seria o baile beneficente da empresa Center Tech que eu descobrir que toda
a renda arrecadada seria entregue a crianças mais necessitadas.

Nesse meio tempo Dylan me contou sobre a sua ação altruísta de construir
um lar para os órfãos, não falei que eu já sabia por que os brilhos nos seus
olhos quando ele me contou foi contagiante, preferi não falar nada.

Ele me contou mais a fundo o seu plano e fomos de encontro a arquiteta


que ficou encarregada de restaurar toda a mansão.

Dylan me pediu para desenhar algumas partes da casa, mas eu não quis,
deixei a arquiteta trabalhar. Ela era bem simpática.
Em 4 meses o orfanato seria entregue para ele e poderíamos abrigar as
crianças, fiquei extremamente feliz com isso.

Meu relacionamento com Dylan está caminhando muito bem, maioria dos
dias eu durmo no seu apartamento por insistência dele, ainda discutimos
por coisas bestas e eu acho que o viciei em filmes e séries.

- No que está pensando, baby?

Encaro seus lindos olhos verdes com um sorriso de lado, hoje era Domingo
e estávamos no seu apartamento.

Mais especificamente na cozinha e eu devorava um pote de sorvete com


calda de chocolate.
Estava delicioso!

- Nesse sorvete, ele está ótimo! -digo e ele sorri.

- Você é a única mulher que eu me relacionei que não tem frescura para
comer -diz.

Ele estava comendo uma fatia de torta que Benta deixou para nós.

- Relacionou? Você nunca se relacionou com ninguém por mais de um dia -


digo e ele dá de ombros.
Sorri de lado.

- Comida é vida -aponto a colher na sua direção- As vezes até acho que
como por dois -sorri olhando pro sorvete.

Ele ficou em silêncio e eu levantei o olhar vendo um sorriso sugestivo.

- Você pensa em ter filhos? -ele pergunta levando um pedaço de torta até a
boca.

Desviei o olhar pensativa, era óbvio que eu queria ter filhos, mas acho que
o momento não seria esse.

- E você? Pensa em ter? -desvio.

- Eu perguntei primeiro -ele diz com uma sobrancelha levantada.

- Eu penso sim.

- Comigo? -perguntou sorridente.

- Sim, mas acho que esse não seria o momento, você não acha?

- Na verdade não, ter um filho meu na sua barriga seria a coisa mais
maravilhosa que Deus poderia me dar -ele diz e empurra o prato pra frente.

- Onde você quer chegar com isso? -pergunto largando a colher.

- Lugar nenhum, eu só disse que eu adoraria se você engravidasse -ele diz e


cruza os braços- Quer dizer, não teria problema nenhum com isso.

- Você está me dizendo...


- Que eu não mediria esforços para engravidar você e viver, poderíamos
morar em uma ilha -ele diz sério.
Levanto uma sobrancelha e depois de alguns segundo ele sorri brincalhão.

- Estou brincando -ele diz e passa a mão no cabelo- Menos na parte de não
medir esforços para engravidar você.

- Talvez eu deva jogar seus remédios fora, e se você comprasse eu


continuaria jogando fora -ele dá de ombros.

Lanço um olhar mortal e ele só faz rir de mim.

- Se você fizer isso eu arranho seu carro preferido -digo e ele para de sorrir.
- Eu nunca mais olharia para você -diz calmo.

Levantei uma sobrancelha em descrença e ele continuou com a mesma


expressão, não é que ele faria mesmo!

- Duvida não, baixinha.

Sorri de lado e depois revirei os olhos.

- Rindo de mim, Lisa Morris?

- Claro que não.

Aperto o lábio um no outro contendo um sorriso e ele se levanta


caminhando até mim, como eu estava no banquinho eu apenas me virei de
frente para ele ficando peito a peito.

- É feio rir dos outros.

Dylan coloca as duas mãos na mesa me prendendo e um sorriso safado


surge.

- Talvez eu deva lhe ensinar a se comportar -diz olhando pra minha boca.

Ele se aproxima de mim deixando sua boca extremamente perto da minha,


mas não me beija. Ele tira uma mão da mesa e alisa a minha perna indo até
o short que eu usava.

- Eu seria um ótimo professor, você não acha? -aperta meu sexo me


fazendo arfar.

Meu corpo já implorava por ele e eu precisava que ele me tocasse mais.
Balancei a cabeça em concordância e ele encostou os lábios nos meus.

Coloquei meus braços ao redor do seu pescoço e o beijei intensamente,


Dylan me puxou do banquinho me fazendo levantar e sentir sua ereção se
formando.

Fiquei sem entender quando ele me afastou, mas rápido um grito de susto
saiu dos meus lábios quando ele me coloca no seu ombro sem nenhuma
dificuldade.

Subimos as escadas e eu só podia ver suas costas malhadas e seu sinal em


forma de âncora. Dylan bateu na minha bunda com força e começou a rir.
Entramos no quarto onde ele me joga na cama, Dylan tirou minha blusa e o
short me deixando apenas de calcinha.

Olhei ele se despir na minha frente tirando a calça moletom liberando seu
membro que apontava na minha direção.

Passei a língua nos lábios e me levantei, o fiz sentar na cama e ele tentou
me puxar para sentar no seu colo, mas não deixei.

- Espera -digo.

Seus olhos brilharam para mim quando eu me abaixei ficando de joelhos na


sua frente, peguei no seu membro e o sentir arfar com o contanto, o
masturbei por alguns segundos e o coloquei na boca, ele não tirava os olhos
dos meus.

Vê-lo sentir prazer apenas por causa da minha boca foi uma das coisas mais
fodas que eu já vi.

Levei minha boca até onde pude já que não conseguia chegar até o final e o
masturbei ao mesmo tempo, acariciei seus testículos e ele quebrou o
contato visual quando gemeu jogando a cabeça para trás.

Sorri internamente me sentido vitoriosa por dar prazer ao meu homem, que
alguns minutos atrás tinha dito que queria um filho comigo, que queria uma
família. Eu jamais conseguirei amar outro homem como eu o amo esse
arrogante gostoso.

- Puta que pariu -ele diz quando eu o chupo com mais força.

Dylan tirou alguns fios de cabelo que estavam no meu rosto e agarrou meu
cabelo em um rabo de cavalo. Quando eu percebi que ele estava prestes a
gozar ele me afastou minimamente e gozou nos meus seios falando meu
nome.

Ele fechou os olhos por alguns segundos e os abriu de novo com um


sorriso.

- Isso foi maravilhoso -diz e me levanta junto com ele.

- Eu sou boa mesmo -digo e ele faz uma carranca.

Dylan suspirou irritado e passou a mão no cabelo preto. Ele ficou em


silêncio olhando pro nada e eu me repreendi mentalmente por que eu sabia
no que ele estava pensando.
- Não pense demais -digo e ele me encara.

- Você foi o primeiro homem que eu gostei de fazer isso -abraço seu
quadril.

- E o filho da puta? -pergunta colocando os braços em volta da minha


cintura.

- Tristan? Não foi agradável, ele quase arranca meu cabelo pressionado
minha cabeça, sem falar nas coisas broxantes que ele dizia pra mim -digo a
verdade.

Dylan puxa minhas coxas me colocando no seu colo e minhas pernas


automaticamente vão para sua cintura.

- Acho que eu preciso estar dentro de você agora -ele diz e eu pressiono
meu corpo no dele.

- Se você gosta de andar e melhor não me provocar -diz dando um tapa na


minha bunda.

Um gemido traidor saiu dos meus lábios e vi ele sorrir do tal ato, ele
caminhou até o banheiro, mas é claro que ele teve que tentar novamente.

- Posso jogar suas pílulas fora? -pergunta ainda sorrindo.

- NÃO.

(...)

Depois de tomarmos um banho bem demorado, Dylan me arrastou para a


sala de estar colocando um filme de comédia.

- Esse filme é o meu preferido -eu disse.

Ele sorriu genuíno e deu play. Logo o rosto de Adam Sandler apareceu e
alguns minutos depois Jennifer Aniston ocupou a tela.

O filme que ele tinha colocado era esposa de mentirinha e era um ótimo
filme de comédia.

Assistimos o filme com um balde pipoca e um copo grande de refrigerante,


minha cabeça estava encostada no seu peito e nossas pernas entrelaçadas.
Se alguém chegasse comigo a quase dois meses atrás e me dissesse que eu
estaria no apartamento do meu chefe comendo pipoca, assistindo um filme
de comédia e deitada no seu peito eu provavelmente teria rido a ponto de
me mijar.

- Esse cara é bom -ele diz se referindo ao ator principal.

- Adam Sandler é foda mesmo.

Continuamos assistindo o filme quando ouvimos a porta ser aberta, Dylan


olhou para mim revirando os olhos. Só poderia ser uma pessoa...

- Caralho! Acho que vou me mudar para o seu prédio, só tem mulher bonita
aqui.

Adam se aproxima com um sorriso cafajeste de sempre, ele estava com


uma camisa vermelha e uma calça preta surrada, seus cabelos estavam bem
rebeldes.

- Cara, você precisa aprender a bater -Dylan diz dando pausa no filme.

- Da próxima eu bato -ele fala de um jeito sarcástico- Como se isso fosse


acontecer.

Agora que eu percebi que ele tinha uma espécie de documento na mão
direita, bem na primeira folha está escrito Technology Designer e algumas
letras miúdas.

- E aí cunhada? -ele pergunta se sentando no sofá e pegando um pouco de


pipoca.

- Eu adoro ver meu irmão assim -ele joga uma pipoca pra cima que cai
diretamente na sua boca- Feliz.

Dylan e eu sorrimos um para o outro e eu sabia que ele me fazia muito feliz
também, em apenas alguns meses de relacionamento ele me fez a mulher
mais feliz do mundo e a mais brava também, equilíbrio.

- Foi só um comentário vocês já podem parar de se olhar assim -ele diz


chamando nossa atenção.

- O que é isso na sua mão? -Dylan pergunta.

- É o contrato, Entreprise Technologies será oficialmente Technology


Designer daqui a 1 mês -Adam entrega a papelada para ele.
- Rubi já assinou? -perguntei.

- Ela e eu assinamos, agora só falta a assinatura do nosso presidente -ele diz


tirando um fiapo da sua camisa.

- Você deu para Calvin ler? -Dylan pergunta sério.

- Óbvio, maninho. Ele me disse que está tudo de acordo, sem bulas, sem
entrelinhas surpresas e nada dessas coisas, o contrato está limpo -Adam diz.

Dylan concorda e pega uma caneta que tem na mesinha ao lado do sofá
colocando na mesa de centro e assina aqueles milhões de papéis.

- Vocês não deveriam assinar isso com todos presentes, tipo uma mini
reunião? -pergunto.

- Ela disse que não poderia fazer essa reunião por agora -Adam diz jogando
outra pipoca na boca- Mas precisa da fusão o quanto antes.

Rapidamente me lembrei que Rubi havia me dito a alguns dias atrás que ela
iria ao Brasil ver a mãe que estava doente e não sabia quando iria voltar.

- Quando ela voltar sabe-se Deus de onde, nós faremos a festa


especialmente para nossa querida parceira -ele diz com um sorriso
debochado.

- Ela está no Brasil -digo e Adam levanta uma sobrancelha.

- Família? -ele pergunta curioso.

- Sim -respondo.

Ele meneia a cabeça dando de ombros.

Dylan terminou de assinar os papéis e entregou a Adam, o mesmo se


levantou, mas antes encheu a mão de pipoca colocando tudo na boca.

- Nathakahga je acfaou aparhatmnet - Adam fala com a boca cheia.

- O que? -Dylan pergunta e ele faz um sinal com o dedo para ele esperar.

Adam termina de comer a pipoca e fala direito dessa vez.

- Nathaniel já achou um apartamento -ele diz.


Nathaniel já estava em Nova York e estava com um pouco de dificuldade
de achar um apartamento do jeito que ele queria, mas pelo visto ele
conseguiu. Nate chegou duas semanas depois que nós voltamos de
Chicago.

Peter, Adam e Dylan que foram pegar ele no aeroporto, Nate tinha ficado
na casa de Adam por um tempo até que ele conseguisse um apartamento
próprio.

- Quando ele sai do seu? -Dylan pergunta.

- No máximo em três dias ou antes, sabe como Nate é. As coisas precisam


ser do jeito dele -Adam diz colocando a mão no bolso e tirando o seu
celular.

- Vejo vocês depois -ele atende o celular que estava tocando- Oi meu amor.

Adam diz com uma voz manhosa e debochada ao mesmo tempo, olhei pra
Dylan que apenas revirou os olhos dizendo:
"É o Peter"

Adam saiu porta a fora e nossa deixou sozinhos novamente para assistir o
nosso filme.

Acho que estou criando um fanático por filmes.


57° capítulo
Lisa

- Vamos logo!

Gritei da porta do quarto para o homem que estava no closet se arrumando.

Dylan ficou uns 45 minutos apenas para escolher o terno que eu sei que vai
ser o mesmo de sempre: Preto.

Íamos a uma reunião de negócios logo no primeiro horário da manhã, a


reunião era com uns japoneses em um clube de ricaços que jogam golfe e
tênis se achando donos do mundo.

- Falta só a gravata! -ele gritou do closet.

- Escolha a preta que tem alguns detalhes cinzas, ela é bem bonita! -gritei
de volta, mas ele não responde.

Fui até o espelho ver se minha roupa estava suja ou amarrotada, mas ela
estava boa.
Eu vestia uma saia social com uma blusa branca de renda, por cima um
blazer com alguns botões dourados na frente e por último um salto preto.

Meus cabelos estavam soltos e tinha uma leve maquiagem no rosto, peguei
uns papéis em cima do criado mudo e vi que estava faltando um em
específico.

- Dylan cadê o contrato?

Perguntei conferindo mais uma vez toda a papelada na minha mão, mas não
estava.

- Deve estar no meu escritório, baby -responde.

O papel era simplesmente o contrato com os japoneses e sem ele não


conseguiríamos fechar negócio.

Saí do quarto e fui até o escritório a procura do papel, abri a enorme porta e
entrei olhando diretamente para a mesa dele.
Tinha alguns papéis, mas nada do qual eu realmente queria.
Fiquei procurando e de relance vi o contrato embaixo de um porta lápis,
Dylan provavelmente estava lendo ontem a noite.

Peguei o mesmo e dei uma organizada naquela mesa que estava uma
bagunça, coloquei todos perto do porta lápis e de longe eu vi uma espécie
de envelope extremamente lacrado.

Me aproximei dele e minha curiosidade só aumentou quando eu vi o que


estava escrito no final do envelope.

"Campbell".

Campbell era meu nome do meio.


Peguei o envelope na mão e o analisei, do outro lado estava escrito
"Detetive Avellar"

Quando eu ia abrir o envelope ouvi Dylan me chamar e o coloquei de volta


no seu lugar. Peguei o contrato dos japoneses e sai do escritório
caminhando até o hall que era onde Dylan estava.

E adivinha? Ele estava com o terno preto e a gravata que eu havia sugerido,
os cabelos bagunçados como sempre e o cheiro dele por todo lugar.

- Conseguiu achar naquela bagunça?

- Claro -digo parando a sua frente.

- O que seria de mim sem você?

- Bom, provavelmente você estaria ferrado com tanta bagunça, sem falar no
seu esquecimento que está acontecendo bastante acho que já é a idade né?
e...

- Está bom já entendi, vamos embora -Dylan pega na minha mão e saímos
do apartamento.

Encontramos Bryant que nos levou até o tal clube que ficava 45 minutos de
onde estávamos. Quando chegamos fomos recepcionados por duas
mulheres muito elegantes e bem bonitas.
Entramos na sala de reunião e Dylan falou com todos como se os
conhecesse a anos, eles pareciam ter gostado da atitude dele... pareciam até
mais confortáveis.
A reunião começou e eu prestei atenção em tudo o que acontecia, fiz
algumas anotações caso Dylan precisasse depois e assim foi até duas horas
depois quando a reunião chegou ao fim e eles assinaram o contrato.

Eles sorriam e davam tapinhas nas costas dele falando alguma coisa que eu
não consegui entender. Acho que eles estavam ensinando Dylan a falar
"Negócio fechado" em japonês, não pude conter um sorriso.

Me levantei da cadeira onde estava e precisei urgentemente ir ao banheiro,


não fiz xixi quando acordei e agora preciso ir.

Saí da sala já que a reunião já tinha acabado e Dylan apenas me olhou com
um olhar interrogativo, falei que precisa ir ao banheiro sem falar nada
apenas mexer os lábios.

Ele concordou e foi puxado para um abraço por um olhinho fechado, eles
eram fofos.

Sorri de lado e sai da sala de reunião a procura de um banheiro, como eu


não sabia onde era eu pedi informação para um faxineiro que passava na
hora. Ele me disse onde eu deveria ir e não demorou muito eu achei.

Fiz minha necessidade e senti o alívio me dominar, lavei as mãos e limpei


um pouco o rosto.

Saio do banheiro um pouco desatenta por estar passando a mão na minha


saia e sem querer eu esbarro em alguém.

- Me desculpe -digo e olho para cima.

Era um homem com cabelos claros e olhos pretos, sua altura deveria ser no
máximo 1,80 e sua expressão era de alguém sério. Quando ele me viu seus
lábios fizeram fricção um no outro e rapidamente me deu a impressão de
que ele me conhecia.

- Tudo bem, Srta. Morris -diz.

- Você me conhece? -pergunto intrigada.

Ele pareceu se repreender por alguns instantes, mas logo assumiu sua
postura séria mais uma vez.

- Você é a noiva do Sr. Venturelli, não?

Óbvio que era por causa disso.


- Sim, eu sou -digo.

Ele continuou sério e vi ele apertar a mãos na maleta de couro.

- Qual o seu nome? -pergunto.

- Enzo -ele não me diz seu sobrenome.

Ele parecia querer fugir como o Diabo foge da cruz, isso é muito estranho.

- Certo, eu preciso ir. Me desculpe mais uma vez -digo e ele apenas acena.

Saio da sua frente e caminho na direção oposta, me permito olhar para trás
e ele estava me encarando com o cenho franzido, quem diabos é esse
homem?

Caminho até a sala e todos os japoneses tinham ido embora, a não ser por
um que estava conversando com Dylan atentamente.

Me aproximei dos dois e Dylan respirou aliviado quando me viu.

- Aí está você -ele se levanta- Vamos?

- Claro -digo.

- Com licença, Sr. Sakamoto -Dylan diz e o velhinho acena sorrindo.

Saímos da sala e Dylan coloca a mão nas minhas costas, caminhamos até o
carro onde Bryant estava.

- Me diz que eu não tenho mais nenhuma reunião com japoneses.

Sorrio da sua feição de tédio e súplica ao mesmo tempo.

- Não, essa foi a última.

- Do mês -ele revira os olhos e entramos no carro.

Quando estávamos saindo do clube eu vejo um carro da cor preta passar ao


nosso lado, a janela do motorista estava aberta e o tal Enzo estava nela.

Enzo olhou pra Dylan e os dois acenaram um para outro como se tivesse
acabado de fazer negócio. Dylan me encarou e sorriu terno.

- Para a empresa senhor? -Bryant pergunta chamando sua atenção.


- Está com fome? -ele pergunta para mim.

- Eu sempre estou com fome.

Ele sorriu.

- Quando é que você não está com fome?

- Quando eu estou dormindo -respondo e ele balança a cabeça risonho.

- Para o Starbucks, Bryant -diz.

Bryant arrancou com o carro indo até o Starbucks mais perto, eu apoiei a
cabeça no ombro de Dylan enquanto ele entrelaçou nossas mãos.
58° capítulo

Lisa

Hoje era sábado o dia do baile beneficente, estávamos no shopping atrás de


vestidos para esta noite.

Rubi estava comigo olhando atentamente as vitrines com os vestidos mais


bonitos, ela havia chegado ontem do Brasil e me ligou para virmos até o
shopping e comprá-los.

Esse seria o seu primeiro evento com junção das empresas, ela estava
ansiosa.

Emily estava a caminho daqui ela só não veio antes por que seu carro deu
problema mais um vez, mas ela já conseguiu resolver

Ela precisa de um carro novo.

- Como está sua mãe? -pergunto para mulher ao meu lado.

Rubi estava com uma calça Jeans e uma camiseta branca com uma
sapatilha da cor azul escura que parecia até preto.

- Na verdade eu não sei -franzo o cenho- Ela me diz que está tudo bem mas
eu não acredito nela.

- Acha que ela está escondendo algo de você? - pergunto.

- Acho que sim, quando meu tio me ligou dizendo que ela estava no
hospital eu rápido tratei de ir até ela. Quando cheguei ela estava bastante
abatida, mas com um sorriso.

- Ela mandou você vir embora?

- Mandou, ela disse que estava bem e que meu tio não precisava ter ligado -
ela bufa- Ela tecnicamente me expulsou do hospital, mas não quero falar
sobre isso.

Cortei o papo atendendo seu pedido e andamos por todo shopping, avistei
um vestido extremamente lindo.

- Rubi! -a chamo.
- Oi -ela parou de morder os churros e seguiu o meu olhar.

- Uau, você deve experimentar.

Ela pegou na minha mão me puxando para a loja, quando entrei meus olhos
foram direto nele.

A atendente veio até nós duas e sorriu simpática.

- Posso ajudá-las? -perguntou.

- Pode sim, minha amiga quer experimentar esse vestido.

Ela aponta.

A atendente confirmou e pegou o vestido me entregando, sorri para Rubi e


entrei no provador, mas antes ouvi o celular dela tocar, provavelmente é
Emily.

Tirei minha camiseta de estampas de cactos e depois a calça jeans ficando


só de calcinha, tirei o sutiã por que não era preciso usá-lo nesse vestido.

O coloquei no meu corpo e minha boca abriu, ele ficou muito bom em
mim. Minhas curvas estavam acentuadas no limite certo, na lateral da
minha coxa esquerda havia uma fenda que deixava minha perna a mostra,
ele parecia ser de seda com uma cor meio rosa e bege, era diferente de
todos os vestidos que Rubi e eu vimos hoje.

Um pouco abaixo dos meus seios ele fazia um entrelaçado que puxava
formando um x nas minhas costas fazendo com que não ficassem
completamente nuas, mas a abertura chegava até o meu bumbum e no lado
do meu tronco era aberto dando um ar mais sensual.

Acho que fiquei uns 10 minutos no provador somente olhando pra ele e
girando como se eu estivesse em um filme da Disney.

Decido sair do provador e vi a atendente caminhar até mim com um sapato


branco de fitas muito bonito, ela me pediu para calça-lo e eu o fiz
completando o look.

- Você está muito linda -ela diz e eu agradeço.

Fui até a Rubi que não estava, mas o rosto de Emily apareceu no meu
campo de visão, ela mexia no celular freneticamente e segurava uma
pequena bolsa.
- Ei -a chamo, mas ela não me olha.

- Ou! -grito e ela me encara.

Emy analisa meu vestido e eu coloco a mão na cintura como se fosse a


mulher maravilha.

- Nossa! Você está um...escândalo -sorri do seu elogio.

- Você gostou? -ela pergunta.

- Eu amei, ele é muito bonito -digo e ela concorda.

- Onde está Rubi? -perguntei.

- Está no provador, quando eu cheguei bati o olho em um vestido e pedi


para ela experimentar -Emy se levanta e me abraça em forma de
cumprimento.

- Emily! Você é ótima -Rubi diz saindo do provador sorrindo.

Ela usava um vestido preto com algumas partes brilhantes, não tinha alças
o que dava mais volume aos seus seios, ele também tinha uma fenda, mas
não era na parte da coxa e sim na parte da frente, era muito bonito e sexy.

- Caralho! Você está linda -Rubi diz.

- Você também, porra como a gente não viu esse vestido antes? -pergunto e
Emy dá de ombros.

- Você tem um ótimo gosto -Rubi diz olhando para ela.

Emy bate no peito e sorri convencida.

Vi Rubi escolher um sapato alto também preto e eu fui retirar o vestido


dizendo que iria leva-lo.

Dylan me deu um cartão preto dizendo que era sem limites e unicamente
para mim, na hora eu não quis aceitar e até rolou uma discussão, mas no
final ele me fez aceitar.

- Fast food? -Emy pergunta quando saímos da loja com os nossos vestidos.

- Com toda certeza -Rubi diz e nós sorrimos.


Fomos para o paraíso...quer dizer para praça de alimentação e pedimos
nossos hambúrgueres e cocas com uma grande porção de batata frita com
cheddar.

- Eu acho que engordei uns 5 quilos só comendo essas porcarias -Emy diz
colocando uma batata na boca.

- Eu não -Digo e ela mostra o dedo do meio para mim.

- Você é uma puta sortuda que come e não engorda -Rubi diz mordendo
seu hambúrguer.

- Né isso, se eu fosse assim eu comeria um cavalo por dia -Emy diz


sorrindo de lado.

- Que exagero -digo e escuto meu celular tocar.

Vejo na tela quem é e atendo.

- Oi amor -digo sem pensar e rápido percebo o que eu falei.

Rubi e Emy pararam na hora para me encarar, Rubi parou com uma
batatinha no ar e Emy bebendo o refrigerante.

Eu contei a Rubi o que aconteceu comigo e com Dylan, na verdade ela


descobriu quando sem querer escutou uma conversa minha e da Emy. Esse
dia foi louco, ela gargalhava para todos os lados e fazia piadinhas e claro
Emy também fazia, essas duas são impossíveis.

- Você me chamou de amor? -ele pergunta.

- Acho que você está ouvindo coisas -repito o que ele me disse uma vez.

Ouvi uma risada gostosa do outro lado da linha e acho que eu ouvi uma
porta ser fechada, parecia ser de carro.

- Eu escuto muito bem, Lisa. Seus gemidos são o que eu mais gosto de
ouvir -ele diz e eu arregalo os olhos.

Olhei para Emy e Rubi que me encaravam, mas graças a Deus não podiam
escutar o que ele falava.

- Quando você está embaixo de mim gemendo meu nome -ouvi uma risada
baixa- Nunca escutei coisa melhor.
Engoli em seco.

- Sabe, eu estou com Emy e Rubi aqui...que estão me encarando estranho.

Digo e as duas desviam o olhar assobiando.

Ele riu e ouvi a voz de Bryant.

- Onde você está? -perguntei.

- Estou entrando no meu apartamento -ele diz e eu posso escutar ele


dispensar Bryant.

- Liguei para dizer que vou te pegar às 20:00 -diz.

- Tudo bem -olhei no relógio do pulso de Rubi e eram apenas 17:00.

- Certo até daqui a pouco...amor -ele diz rindo e eu reviro os olhos da sua
provocação.

- Vai me provocando, Venturelli. Bora ver quem sabe provocar mais -digo
e escuto a linha ficar muda, mas posso ouvir sua respiração.

Coloquei a mão na boca para abafar o que ia dizer e me virei para o outro
lado.

- Meu vestido tem uma abertura na perna esquerda dando a uma bela visão
das minhas pernas, já até imaginei seus dedos percorrendo por elas indo até
a lingerie branca que eu estou pensando em usar hoje -escuto ele respirar
fundo.

- Ou...não usar nada, o que você acha?

- Você é má.

- Eu sei, tchau amor - digo a última palavra manhosa e desligo.

Olhei para as duas na minha frente e vi elas soltarem um sorriso malicioso.

- Não! -aviso.

- Te aconselho a não usar nada -Emy diz e eu dou um tapa de leve no seu
braço.
- Meu Deus, Emy! -Rubi diz e me encara- Usa a calcinha branca mais fina
assim ele pode rasgar sem problemas.

Ela diz e Emy começa a rir, porra eu pensei que ela ia falar outra coisa.

- Isso! Ótima ideia -Emy diz apontando para ela que pisca.

- Será que a branca é a melhor? As vermelhas são bem bonitas também -


Rubi diz e as duas pareciam pensativas como se fosse alguma questão de
matemática.

- As vermelhas são bonitas, mas eu acho que as pret...

- Que diabos de conversa é essa? -pergunto olhando para as duas.

- Conversas íntimas -Emy diz e Rubi acena.

- O que? Nem estamos falando mais da cor da sua calcinha -Rubi diz
comendo uma batata.

- Mas sabemos que você vai usar a branca -Emy diz.

E eu vou mesmo!
59° capítulo
Lisa

- Até daqui a pouco.

Rubi diz se despedindo de mim e depois dá um abraço em Emy, ela estava


indo para casa para poder se arrumar.

Já eram 18:30 quando saímos do shopping, depois que nós três comemos
fomos andar um pouco e jogar conversa fora.

Ela entrou no seu Audi prata e sumiu da nossa visão, Emy e eu andamos
até o seu carro com ela dizendo que ia fazer uma maquiagem fodastica em
mim.

Emily dirigiu até o nosso apartamento e como de costume cantamos todas


as músicas que estavam tocando no rádio até chegar no nosso destino.

Quando coloquei o pé direto dentro de casa ela já estava me empurrando


para o banheiro.

- Vai logo! A maquiagem demora -ela diz jogando a toalha na minha cara.

- Você é um doce -digo e ela revira os olhos.

Emy saiu do banheiro e me deixou sozinha para tomar banho, não molhei
meu cabelo e apenas o prendi em um rabo de cavalo.

Fiz minha higiene usando produtos que deixariam minha pele hidratada e
bonita, saio do banheiro que estava coberto de vapor quente, me enxuguei e
fui para o meu quarto.

Tirei o vestido da sacola e o pendurei atrás da porta, coloquei a lingerie


branca e vesti umas das blusas do Jon.

- Brooks! -a chamo.

Emy aparece com uma maleta maior que o meu criado mudo e a coloca no
chão.
Ela bate a mão uma na outra e sorri.

- Vamos começar.
(...)

Quase eu choro quando eu senti a máscaras de cílios sem querer entrar no


meu olho.

- Aí Emily! Vou ficar cega desse jeito -resmungo.

- Se você ficasse quieta, caralho! -diz.

Já tinha se passado uma hora e meia e ela ainda estava finalizando a porra
da maquiagem. Nós demoramos mais porque eu não parava de mexer, já
perdi as contas de quantas vezes ela disse que ia me bater.

A maquiagem consistia em minhas pálpebras com uma cor mais escura a


deixando bem marcante fazendo meus olhos azuis iguais a dois diamantes
brilhantes, o contorno nas minhas bochechas afinou meu rosto me fazendo
parecer uma princesa de conto de fadas.

Emy estava tentando passar rímel em mim a mais de 10 minutos porque


toda vez eu piscava.

- Eu vou te bater -avisa pela milésima vez.

- Eu fico com medo de você enfiar essa porra no meu olho -digo e ela bufa.

- Passe você então.

Eu concordo pegando o objeto da mão dela e indo até o espelho, passei o


conteúdo sem problemas e dei um sorrisinho feliz.

- Falta só o batom -ela diz olhando pra uma bolsa que continha os mais
variados batons.

- Bom...como seu vestido é uma cor mais suave e seus olhos já estão
bastantes carregados acho que se você jogasse um batom forte iria ficar
meio que nada haver com tudo isso aí -ela diz apontando para mim.

- Só me dá um batom enquanto eu ainda tenho o privilégio de enxergar -


falo e ela revira os olhos.

Emy pegou um batom claro quase que nude e passou em mim sem
problemas.

Ela se afastou e analisou todo o meu rosto.


- Je suis un génie (Eu sou um gênio) -ela diz e pisca para mim.

Emily tem vários talentos e um deles é que a filha da mãe fala francês
fluentemente.

- Você sabe que eu não entendo quando você fala essas coisas -digo
revirando os olhos.

Ela riu e guardou as coisas dela tudo de volta na maleta e me ajudou a pôr o
vestido e os sapatos.

- Seu cabelo vai ficar solto mesmo?

- Não sei -respondo.

Ela colocou a mão no queixo e estreitou os olhos.

- Já sei!

Emy me fez sentar em um banquinho e começou a mexer no meu cabelo e


puxar pra cima, vi elas pegar alguns grampos e os amarrar em um coque
comportado com duas mexas do meu cabelo caindo em cada lado da minha
bochecha.

- Prontinho! -ela diz batendo palmas.

Me olhei no espelho e soltei um sorriso para o que eu vi, eu estava muito


bonita.

-Que horas ele vem? -ela pergunta.

- Às 20:00 -digo.

Ela olha no celular e acena.

- Provavelmente ele já está chegando.

Sorri satisfeita e peguei alguns anéis delicados e coloquei no dedo junto


com o de namoro e o anel de noivado, passei um pouco de perfume quando
escutei a campainha tocar.

Olho pro meu celular e são 20:00 em ponto, sempre no horário certo.

Passei pela sala e Emy estava no seu quarto, abri a porta e tive que me
segurar na mesma para não avançar no meu namorado.
Dylan estava de smoking e puta que pariu! Ele estava fodidamente gostoso,
Deus! É até pecado alguém andar assim na terra.

O colete preto no seu tronco definido só fazia jus a tudo de bom que tem ali
embaixo, a sua gravata borboleta de seda perfeitamente alinhada no centro,
ele estava uma tentação.

Dylan passou os olhos no meu vestido com aquele olhar que deixava minha
pele queimando e eu não estava diferente já que eu também o encarava
como uma felina prestes a dar o bote.

Seus olhos encontram os meus e eu dou um sorriso de lado.

- Você está...foda -diz.

Foda?

- Quer dizer, você está linda -sorri para mim.

- Você também está foda -digo e ele se aproxima.

Coloquei os braços no seu ombro e ele na minha cintura, seus lábios


tocaram o meu delicadamente, mas rápido se afastou quando ouvimos
Emily gritar do quarto.

- Não vai borrar a maquiagem, Morris!

- Cala a boca -grito de volta e Dylan sorri de lado.

- Trouxe um presente para você -ele diz me soltando.

Ele tira uma pequena caixa de dentro do paletó e me entrega. Abri a mesma
e vi um colar e brinco de brilhantes.

- Quero que você o use esta noite -ele diz.

Acenei em concordância, não vou fazer desfeita. É um colar extremamente


lindo para ser deixado na caixa.

- Vire-se, vou pôr o colar em você.

Me virei e seus dedos habilidosos o colocaram no meu pescoço.


Ele deu um beijo na minha nuca me fazendo arrepiar antes de se afastar.

- Está pronta para ir?


- Sim, deixe-me só pegar minha bolsa.

Ando até o meu quarto e sinto o olhar dele queimando na minha bunda,
sorrio internamente e pegou uma bolsa de mão da cor creme e coloco os
brincos que ele me deu voltando para a sala.

- Vamos, Tchau Emy! -digo a ela que grita de volta.

Dylan pegou na minha mão indo em direção ao elevador, saímos do prédio


e vi o seu carro preferido estacionado na frente de onde estávamos.

Ele abriu a porta para eu entrar dando a volta logo em seguida, deu partida
e fomos em direção a grande mansão onde seria a festa.

Dylan dirigiu com a mão na minha perna a todo momento, isso já é


praticamente um hábito dele e eu óbvio não falo nada. Ter sua mão quente
na minha perna é ótimo.

Avistei algumas luzes quando dobramos em uma esquina muito bem


conceituada de Nova York, meus olhos percorreram a enorme casa que era
destacada por grandes luzes amarelas enquanto grandes cortinas
preenchiam as variadas janelas.

Dylan estacionou bem na frente e um homem com um colete vermelho


abriu a porta para mim me estendendo a mão para me ajudar e prontamente
aceitei.

- Muito obrigada -digo e ele solta um sorriso contido.

Olho para o outro lado e vejo Dylan entregando a chave para outro homem
de colete vermelho.

Ele veio ao meu encontro e passou o braço na minha cintura me colando ao


seu corpo.
Estávamos entrando quando eu vi provavelmente mais que 50 fotógrafos
conversando.

Dylan apertou minha cintura e bufou, olhei para ele e levantei meu queixo
na sua direção pedindo um simples selinho antes de entramos, ele se
inclinou e me beijou com carinho.

Andamos na direção deles e não demorou nem 5 segundos para que


intermináveis fotos aparecessem, eu estava séria e ele também,
definitivamente não gosto de tanta atenção.
Passei meu braço pelo seu tronco e eu o encarei um pouco atordoada, mas
ele já me encarava.

- Eu amo você -sussurrou.

Abri um sorriso verdadeiro na sua direção e ele também sorriu, nesse


instante os números de flash pareceu aumentar.
Eles pegaram uma ótima foto desse momento.

Dylan os olhou incomodado e me tirou dali graças ao bom Deus.

Fomos até o grande salão e vi várias mulheres com um sorriso forçado no


rosto e homens se entupindo de whisky.
Olhei em volta e todos estavam bem elegantes e arrumados, os garçons
eram diferenciados apenas por usar uma margarida que ficava no paletó.

Um deles passou por nós e eu peguei uma taça de espumante levando até a
boca.

- Não vai beber nada? -pergunto para ele.

- Estou dirigindo, acho melhor não -Dylan diz e eu concordo.

Quando dei outro gole o nome de Dylan foi chamado.

Olhei ao redor e um homem de mais ou menos uns 40 anos o chamou,


Dylan sorriu para ele e me deu um beijo na testa dizendo que já voltava, ele
não quis me levar junto dizendo a seguinte frase:

"Não quero bater nos meus futuros sócios por olhar você de forma
maliciosa"

Sorri quando ele disse isso e o vi se afastar.

Senti uma mão tocar o meu ombro e me virei, era uma mulher de mais ou
menos uns 25 anos e usava um vestido verde com um decote um tanto
exagerado já que seus peitos quase batiam na minha cara.

- Olá -ela sorriu de um jeito mais falso do que esse silicone que tem no seu
peito.

- Oi -digo séria.

- Me chamo Alice, sou a noiva de Carlos Drummond -ela diz isso como se
fosse um currículo.
- Sou Lisa Morris -digo e ela levanta uma sobrancelha.

- Morris? Nunca ouvi falar -ela diz com desdém.

- É porque não é um sobrenome importante -digo o óbvio e ela revira os


olhos.

- Com licença, preciso falar com gente mais...

- Fútil que nem você? -Rubi apareceu do meu lado e sorriu para mim.

- Quem você pensa que é? -ela diz irritada.

- Ninguém importante, assim como ela -Rubi diz.

- Sãos da mesma laia então? É visível -Ela diz sorrindo debochada.

- Não vou nem dizer qual laia é a sua por que querida Alice, laia mais baixa
que a sua não tem -Rubi diz sorrindo.

- Não se incomode, Rubi. Mulheres assim só ligam para o dinheiro e status


social e... acho melhor você parar de colocar Botox por que daqui a pouco
você vai ter dificuldades para sorrir -digo e puxo Rubi de lá indo até a
sessão das comidas.

Nós duas começamos a rir enquanto comíamos alguns petiscos. Depois de


um tempo percebemos um rapaz se aproximar.

- Boa noite, senhoritas. Me chamo Fernando Muniz, sou do jornal de


publicidade de Nova York e tenho algumas perguntas para você Srta.
Mendoza, poderia me ceder um pouco do seu tempo?

Ele sorriu galanteador para ela que sorriu pequeno um pouco relutante
dizendo um "claro"

Ele pegou a caneta do bolso e ajeitou o bloquinho em mãos.

- Srta. Mendoza foi anunciado a alguns dias atrás que sua empresa de
designer fará uma fusão com uma empresa de tecnologia, um pouco
incomum você não acha? -ele pergunta olhando para ela atentamente.

- Creio que seu pensamento é diferente do meu meu Sr. Muniz, não acho
incomum duas empresas quererem juntar forças e se tornarem uma só, a
Technology Designer foi benéfico para ambas as partes e lhe garanto que
projetos inovadores estarão por vir.
Rubi diz isso de um jeito tão hipnotizante que o homem a nossa frente
estava atônito olhando fixamente para ela, ele parecia um tanto curioso.

- Qual será o seu cargo na empresa? -pergunta olhando para os seus lábios.

- Serei a designer de interfaces -ela diz com total certeza.

- Um cargo importante, acredito -ele diz relaxando os ombros.

- É sim -ela sorri sem mostrar os dentes.

- Terá bastante contato com os chefões já que todo trabalho que você fizer
terá que passar por um deles -ela acena- Quem trabalhará com você em
relação a isso, Srta. Mendoza? -ele pergunta olhando dentro dos olhos dela.

- Eu irei, Fernando.

Adam chega na hora vestido por um smoking bem definido no seu corpo e
me dá um abraço apertado e logo depois aperta a mão de Rubi como se
fosse um homem.

- Adam Venturelli! -ele diz apertando a mão do mesmo.

- O próprio, Rubi trabalhará comigo vendendo nossos futuros produtos não


é mesmo? -ele olha pra ela- Acredito que vai ser um sucesso já que a srta.
Mendoza tem ótimas ideias.

Rubi sorriu para ele, mas eu percebi que era forçado.

- Ideias quais você não viu ainda, Sr. Venturelli -ela diz olhando pra ele-
Não tem como saber se são ótimas.

Ela diz na mais calma possível e vejo Adam trincar o maxilar antes de dar
um sorriso de lado.

- Tenho absoluta certeza que você deve ser ótima nisso.

E lá estava o sorriso cafajeste.

- Bom...eu voltarei depois com mais perguntas -Fernando diz mas os dois
não param de se encarar.

Acenei para ele que apontou pra trás indo embora.


Ouvi Dylan me chamar e alguns olhares curiosos estavam em mim
novamente, ele estava rodeado de executivos importantes, mas diferentes
dos que haviam o chamado.

- Eu já estou indo então -digo para o vento- Você vem comigo Rubi? -ainda
se encaravam- É, acho que não.

Saí de perto daqueles dois e fui em direção a Dylan que agarrou minha
cintura assim que me aproximei.

Ele me apresentou a todos os homens que estavam lá e sorrisos satisfatórios


saíram dos lábios deles.
60° capítulo
Lisa

Exausta, era assim que eu me sentia.

Eu andei tanto em círculos que eu acho que tem algumas pegadas minhas
coladas no chão.

Metade daqueles homens e mulheres pararam para falar com Dylan e eu


sempre era apresentada, olhares ternos, maliciosos e invejosos foram
distribuídos para mim e para ele no decorrer desse baile.

Dylan e eu dançamos uma música lenta e somente nessa hora eu me senti


bem, Rubi eu não via mais e Adam muito menos

Peter chegou na festa praticamente na metade e parecia muito puto por


estar aqui.

As bebidas e comidas estão ótimas, mas tem alguma coisa que está me
incomodando, era como se eu estivesse sendo observada a cada maldito
segundo.

- Você está bem?

Dylan perguntou olhando dentro dos meus olhos.

- Sim, só estou com dor nos pés.

Ele se aproximou de mim e colocou uma mecha do meu cabelo atrás da


orelha e me beijou gentilmente.

- Se você quiser ir embora nós vamos agora mesmo -ele beija minha
bochecha- E eu posso fazer uma massagem em você.

Sorri pra ele e concordei. Comecei a sentir um incomodo na bexiga e eu


sabia que era a pausa para fazer xixi.

- Só vou no banheiro antes -digo e ele me solta.

- Estarei te esperando aqui.


Estávamos perto da enorme lareira que tinha no fundo do salão, eu teria
que passar por todas aquelas pessoas que estavam ali para poder chegar ao
banheiro que ficava na parte de cima.

Fui em direção as escadas e levantei um pouco meu vestido para poder ver
onde eu estava pisando, andei até o final de um grande corredor e entrei na
última porta.

O banheiro era branco e enorme, tudo era muito luxuoso e fino, o papel
higiênico parecia ser de seda e a banheira era quase do tamanho de um
carro.

Fiz xixi sossegada e me limpei, fui até a pia e lavei minhas mãos com um
sabonete extremamente cheiroso, ajeito meu vestido e escuto passos do
lado de fora.

A pessoa do outro lado bateu na porta e eu disse que estava ocupado, mas
ela continuou batendo mas dessa vez mais forte.

Peguei a minha bolsinha colocando embaixo do braço e andei até a porta


girando a maçaneta dourada e escutei um ruído baixo sair dela.

Eu a abri e levantei meu olhar para pessoa que estava na minha frente.

Imediatamente eu senti todo o sangue do meu corpo ser drenado, minha


boca ficou seca e minhas pernas amoleceram me deixando imóvel, me
arrepiei dos pés à cabeça quando eu escutei aquela voz grossa se apossar
dos meus ouvidos.

- Olá Angel.

5 anos atrás

Eu andava de cabeça baixa chutando as pedrinhas na minha frente, meus


cadernos preenchiam minhas mãos e uma súbita vontade de chorar já
estava me dominando.

- Lisa! Você está bem? -Emily estava ao meu lado e Jon do outro.

Sorri pequeno e a encarei.

- Estou, só não gosto de sexta-feira.

- Ainda não entendo o porquê, sexta feira é o dia da bagaçada -Jon diz
entrelaçando o braço no meu.
- Não pra mim -digo.

Eles dois moravam uma quadra de diferença da minha então eu sempre


chegava primeiro que os dois.

Estávamos quase no final do ano faltando poucos meses para eu ir para a


faculdade e sair daquela casa de vez.

Por um lado, eu me sentia ótima por sair de lá mas outra parte minha ficava
com o coração na mão por deixar Elisa sozinha.

Me despedi dos meus amigos assim que chegamos e os vi indo embora


gargalhando um com o outro, eles não faziam ideia do eu que passava, mas
não é como se eu não quisesse contar é que simplesmente eu não podia.

Abri a porta esbranquiçada e fui até o meu quarto largando meus cadernos
lá mesmo e fui até Elisa que estava no quarto.

No segundo mês que me mudei para cá Elisa infelizmente começou a


sangrar constantemente e vários hematomas surgiam no seu corpo do nada,
ela foi ao hospital saber o que estava acontecendo e descobriu que estava
com leucemia mieloide, um tipo de câncer que ataca sua medula óssea e as
células do sangue e é extremamente raro.

Nós recorremos ajuda e descobri que a doença não estava tão avançada,
mas se não fizéssemos a quimioterapia logo ela poderia ser agravar e Elisa
poderia morrer.

Me desesperei no mesmo instante, Elisa era a única coisa que eu tinha mais
perto de uma mãe, eu não aguentaria perde-la também.

Tentamos iniciar o tratamento, mas a quimioterapia não era tão barata


assim, e o único que administrava o dinheiro daquela casa era Bob Davis,
somente ele poderia arcar com as despesas da esposa e o mesmo tinha
dinheiro, provavelmente quantias altas por ser herança da sua família.

Eu tentei pedir dinheiro emprestado para quem eu conseguisse, mas


ninguém iria emprestar uma quantia tão alta a uma jovem de 17 anos.

- Oi meu amor, como foi a escola?

Ela pergunta e eu me deito ao seu lado, Elisa acaricia minha mão.

- Aprendi -digo me referindo as aulas e ela sorri de um jeito bobo.


Elisa era a pessoa mais importante que eu tinha naquele momento, ela fazia
de tudo para eu me sentir em casa e não ficar chorando pelos cantos.

- Quando você vai voltar para o hospital para terminar o tratamento? -


pergunto e ela me encara.

- Depois de amanhã, Bob irá me levar.

No final de tudo eu consegui que o tratamento dela começasse e agora ela


estava se recuperando, seu tratamento duraria praticamente 1 ano.

- Vou tomar um banho, eu volto para dar um beijo de boa noite -digo e
beijo sua mão.

Fui para o meu quarto e entrei no chuveiro, não consegui segurar as


lágrimas que insistiam em cair do meu rosto.

Fiz minha higiene e fiz o mesmo ritual de toda sexta feira, me depilei e
passei o sabonete que cheirava a coco.
Coloquei o baby doll rosa de seda ficando completamente nua por baixo.

E eu fiz tudo isso chorando descontroladamente.

Quando descobrimos o câncer de Elisa ela ficou mortificada quando o seu


próprio marido disse que não iria pagar tratamento nenhum, e que por ele
ela poderia morrer que ele não iria se importar.

Naquele mesmo dia ele foi ao meu quarto no meio da noite e disse que iria
pagar o tratamento dela, eu fiquei muito aliviada, mas era óbvio que ele
precisava de algo em troca, algo não, ele precisava de alguém.

Bob Davis tirou minha virgindade enquanto me estuprava e fez milhões de


ameaças dizendo que se eu abrisse a minha boca ele deixaria a sua esposa
morrer e que tudo seria culpa minha.

Eu chorei tanto naquele dia que fiquei o dia todo trancada no quarto sem
comer absolutamente nada.

Eu tentei ignorar e dizia para mim mesma que ele não podia estar falando
sério, como uma pessoa poderia ser tão fria a ponto de deixar a esposa
morrer? Bom...Bob Davis era.

Mas era como se seu plano estivesse todo arquitetado e a doença de Elisa
só foi um ponta pé inicial para ele conseguir o que queria.
Elisa passou mal em uma noite com uma febre muito alta e sagrando sem
parar, eu sabia que o estágio dela estava avançando, eu corria desesperada
pela casa procurando por algum dinheiro para que eu chamasse um táxi
para irmos ao hospital e a única coisa que Bob fazia era beber cerveja da
boca da garrafa enquanto assistia um jogo de futebol qualquer.

Eu implorei para ele que a levasse no hospital, mas a única coisa que ele
disse foi:

"Elisa terá o melhor tratamento que eu puder pagar, ela ficará bem de
novo, mas eu já disse que quero você em troca, por um ano, nada além
disso"

Eu me via completamente desesperada, a mulher que me ajudou está


morrendo no quarto acima e esse filha da puta está assistindo futebol como
se nada estivesse acontecendo.

"Você vai mesmo deixar ela morrer? Pensei que você tivesse coração,
Angel"

Nessa hora eu a ouvi gritar de dor e comecei a chorar mais uma vez, ela iria
morrer e eu não podia fazer nada, fechei os olhos e só pedia ajuda a Deus
para ele me dar forças enquanto eu tivesse que passar por tudo que estava
por vir.

Ele conseguiu, finalmente tinha conseguido me manipular com a coisa mais


importante que eu tinha naquele momento e eu não podia perder mais
ninguém, meus pais me deixaram a pouco tempo atrás e ela era a única
coisa que eu tinha perto de uma família, não posso deixa-la morrer.

"Tudo bem Bob, mas por favor! Não a deixe morrer, não a deixe morrer"

Ele deu o sorriso mais diabólico que eu já vi em toda a minha vida e puxou
meu cabelo me fazendo encara-lo e me beijou, na mesma hora senti repulsa
e um gosto de cerveja barata, ele mordeu meu lábio com tanta força que ele
sangrava.

"Garota esperta, escute bem Lisa, irei falar só uma vez. Você irá me
satisfazer todos os dias, toda madrugada eu irei ao seu quarto e quero
você depilada, com aquele pijaminha de seda que deixa sua bunda linda -
ele cheira meu pescoço- Quero você com cheiro de coco e sem
absolutamente nada por baixo, você entendeu?
Não respondi apenas concordei e ele me empurrou para trás com força e
subiu as escadas indo até o seu quarto pegar a mulher que já estava ficando
inconsciente, ele a pegou no colo e a levou para o carro indo ao hospital.

Ele não me deixou ir porque me queria em casa quando ele voltasse, e ali
eu soube que o meu verdadeiro inferno tinha começado.

Agora eu estava aqui sentada na minha cama apertando os dedos


freneticamente com essa camisola ridícula de seda e com um cheiro de
coco que me deixa enjoada.

Eu já tentei escapar tantas vezes, mas as ameaças de morte que Bob faz
contra Elisa, Emily e Jon não me permitem fazer isso por que eu sei que ele
os mataria sem hesitar, Ele é completamente louco e compulsivo.

Eu passei o ano inteiro completamente aterrorizada.

Me levantei e saí do quarto procurando algo para comer, fiz um sanduíche


e comi na cozinha mesmo, subi para o quarto de Elisa para dar boa noite,
mas ela já estava dormindo quando cheguei então preferi não a incomodar.

Fui pro meu quarto novamente e Bob ainda não tinha chegado e já eram
21:00 da noite, me deitei na cama tentando descansar um pouco e senti
meus olhos pesarem e acabei dormindo.

Acordei com alguém chacoalhando meu corpo e eu sabia exatamente quem


era.

- Acorde! Simon já está chegando -ele diz e eu fecho os olhos procurando


por forças.

Bob fazia sexo comigo quase todos os dias, mas a sexta feira em especial
era a pior de todas por que não era ele que transava comigo e sim seu
amigo Simon.

Ele me dividia com ele apenas nas sextas feiras, eu apanhei tanto no dia em
que ele me disse que seu amigo também iria transar comigo por que eu
neguei de cara. Mas bob só me batia onde minha pele não ficava a mostra.

Ele fez vários hematomas em Elisa enquanto ela dormia a machucando


demais e me fez assistir tudo calada no canto do quarto. Ele me disse que
também iria estuprá-la enquanto dormia caso eu não fizesse sexo com o
amigo dele.
Nas primeiras vezes eu relutava bastante até que o próprio Bob me
amarrava na cama ou me deixava inconsciente para amigo dele fazer o que
quiser comigo, Simon não faz sexo comigo desde o início do ano como
Bob, isso começou a dois meses atrás.

- Sente-se na cama e abra as pernas, ele já está chegando e quer ver você
assim quando passar por essa porta -Bob diz e sai do quarto.

Me perguntei por vários meses se Bob deve algo a Simon e ele paga
oferecendo uma jovem de 17 anos como sexo fixo, mas eu concluir que
não, os dois só são completamente doentes.

Fiz o que ele disse e esperei por aquele desgraçado que não demorou muito
a entrar no meu quarto com um sorriso de orelha a orelha.

Ele se aproximou e se deitou na cama colocando o preservativo e foi rápido


se enterrando em mim, toda vez que um deles transava comigo eu chorava,
e Simon era o único que usava camisinha comigo, já Bob detestava e me
dava anticoncepcionais para eu tomar regularmente, ainda não sei como ele
os consegue. Mas mesmo assim Simon usava camisinha e não olhava para
o meu rosto quando me penetrava e nem falava nada, ele só se satisfazia e
ia embora.

Durante aquele ano inteiro a minha vida foi um completo inferno graças a
Bob Davis.

Atualmente

Ele estava ali! Na minha frente, o homem que me desmoronou


psicologicamente e fisicamente estava bem ali me encarando com deboche
no rosto.

- Como você...

- Está vivo? -ele me empurrou para dentro do banheiro com tanta força que
me fez cair no chão e fechou a porta, mas não a trancou.

Me arrastei para longe dele até o box do banheiro tocando as costas naquele
vidro frio.

- Não...isso não é real, ele está morto -eu dizia com os olhos fechados.

Bob riu dramaticamente e se aproximou ficando na minha frente.


- Eu não estou morto, Angel. E seu eu estivesse você também estaria.

Ele puxou meu pé com força me puxando na sua direção enquanto eu


gritava inutilmente já que todos os convidados estavam no salão.

- Me solta seu filho da puta! -gritei antes dele me levantar e tapar minha
boca.

- Calada sua vadia! -ele me virou fazendo minhas costas ficarem no seu
peito enquanto sua mão ainda estava na minha boca.

- Percebi que você se divertiu bastante enquanto eu estava fora -ele cheirou
meu cabelo- Dylan Venturelli...quem diria.

Comecei a me debater, mas seu aperto estava firme.

- Bravinha, do jeito que eu me lembro -ele diz descendo a boca até o meu
pescoço.

Mordi um dos seus dedos e ele me soltou dando um gemido de dor, corri
até a porta, mas ele conseguiu me alcançar.

Bob puxou meu braço e me apertou contra o seu corpo.

Eu estava nas garras dele mais uma vez.


61° capítulo
Lisa

- Você não mudou nada a não ser pelo seu corpo que está bem melhor do
que antes.

Bob dizia enquanto eu tentava me soltar dos seus braços, ele me levou até o
espelho que tinha no banheiro e me prendeu com força fazendo eu gemer
de dor.

Abriu um sorriso doentio e apertou minhas bochechas com a sua mão.

- Depois que Elisa morreu eu procurei por você sua estúpida, mas você já
estava na faculdade prestes a completar 18 anos, eu fiquei muito irritado
por não conseguir mais a sua guarda, Angel.

Ele passa a outra mão no meu cabelo e lágrimas de ódio começam a cair do
meu rosto enquanto eu tentava arquitetar um plano pra sair dali, todas as
pessoas estavam lá em baixo então era óbvio que ninguém iria me escutar.

- Você conseguiu o que você queria por 1 ano inteiro, você me estuprou
junto com aquele seu amigo filha da puta que agora está morto, você
deveria ter seguido os passos dele e morrer também -digo e seus olhos
estão fervendo de ódio.

Bob empurra o seu corpo contra o meu me fazendo sentir sua ereção,
automaticamente tentei me desviar dela, mas ele me prendeu mais forte.

- Eu já disse minha querida, Lisa. Se eu morrer você também vai e


agora...não vai ter para onde correr.

Dito isso sua boca avança para a minha e ele começa a me beijar
violentamente, aproveito o momento de distração e dou uma joelhada com
toda minha força no meio das suas pernas.

Ele se afasta minimamente colocando as mãos eu pego um vaso de vidro


que tinha ali e quebro na cabeça dele que acaba caindo no chão.

- Eu vou atrás de você sua vagabunda!


Rapidamente corro para fora do banheiro enquanto ele está no chão se
contorcendo de dor.

Desço as escadas com os olhos cheios de lágrimas e olho em volta, Dylan


estava no mesmo lugar de antes, mas parecia preocupado, corri na sua
direção e o abracei apertado.

Ele se assustou, mas percebeu que era eu e me abraçou de volta, eu já


chorava sem parar.

- Ei, Lisa -ele me afasta um pouco e me olha.

- O que aconteceu? Por que você está chorando?

- Só me tira daqui, por favor!

Ele me encarava preocupado e bastante confuso, ele olhou em volta e


piscou várias vezes.

- Quem fez isso com você? -ele perguntou olhando para o meu pescoço.

- Me tira daqui eu não quero ficar mais um segundo nesse lugar -eu puxava
seu braço.

Acho que ele percebeu meu desespero e agarrou minha mão.

- Vamos embora -diz me tirando dali o mais rápido possível.

O carro não demorou a chegar e ele dirigiu rapidamente até o seu


apartamento em cerca de 10 minutos indo a 100 km/h.

Eu estava muito assustada por esse demônio ter voltado, Bob deveria estar
morto e bem longe de mim. Eu pensava que ele tinha morrido naquele
incêndio, obviamente eu estava errada.

Subimos para o seu andar e eu me sentei no sofá repassando tudo o que


aconteceu a 5 anos atrás, cada toque indesejado, cada tapa, cada ameaça e
tudo isso provocado por aquele homem.

Coloquei as mãos no rosto e Dylan se sentou ao meu lado aparentemente


preocupado.

Sua mão alisou minhas costas e eu acabei me assustando um pouco, tudo


isso é surreal.
- Por que você está assim? -ele pergunta me encarando.

Em alguns minutos eu suspirei umas 5 vezes tentando recuperar a calma e


confessei.

- Depois que os meus pais morreram eu fiquei na guarda de uma mulher


que eu considerava como uma mãe, o trato era eu morar com ela até eu ir
para faculdade e completar 18 anos -o encarei

- No início do ano eu fui para a casa dela, Elisa era casada com um homem
chamado Bob e tudo estava indo bem, mas no segundo mês que eu estava
morando com eles, Elisa descobriu que estava com leucemia e
precisávamos iniciar o tratamento da quimioterapia -desviei o olhar.

- Bob não quis pagar o tratamento mesmo ela sendo sua própria esposa, ela
ficou muito mal com isso porque ela sabia que se não começasse logo ela
poderia morrer -uma lágrima descia do meu rosto e Dylan estava sem
expressão.

- No dia que ele havia dito que não ia pagar nada ele foi até o meu quarto
no meio da noite para dizer que tinha mudado de ideia e que a ajudaria,
mas...

Eu não conseguia olhar para ele, mas eu sabia que ele estava espumando de
raiva e os punhos fechados confirmavam isso.

- Mas o que Lisa? -olhei para ele um pouco relutante.

- Ele queria uma coisa em troca -digo baixo.

Ele grunhiu baixo e respirou fundo.

- Ele queria que eu fizesse sexo com ele em troca de salvar a vida de Elisa -
digo e ele abre os olhos.

- Ele tirou sua virgindade? Por isso você não quis falar disso comigo -ele
diz e eu concordo.

- Na primeira noite ele me estuprou e me fez ameaças que eu sabia que iria
cumprir mas eu recuei não aceitando sua condição, eu iria tentar arrumar
dinheiro com alguém ou arranjar um trabalho, mas uma noite Elisa passou
muito mal e ele se recusou a leva-la no hospital, eu estava desesperada
tentando salvar a vida dela então ele se aproveitou da oportunidade para me
manipular e conseguir o que queria, alguns meses depois ele me ofereceu a
um amigo que também passou a me estuprar, eu me recusei mas Bob me
ameaçou e machucou Elisa de todas as formas enquanto eu assistia tudo.

Eu não sei como descrever o tamanho do ódio que os olhos do homem a


minha frente estão transmitindo.

- Filha da puta, eu vou matar esse cara, qual era o nome do amigo? -ele
sussurra baixo.

- Era Simon, mas ele já está morto -digo e ele passa a mão no cabelo.

- Dylan, eu juro que eu não queria, mas Elisa era a única pessoa que eu
tinha para me ajudar, eu a amava muito, em nenhum momento eu
concordei por espontânea vontade de fazer sexo com ele...eu...só

- O que você está falando? Lisa, você não tem que se explicar esse cara é
um doente e um cara completamente fudido por ter tocado em você -ele diz
me puxando para os seus braços e me abraça forte.

- Eu o encontrei hoje à noite -digo e ele me afasta para me encarar.

Ele se levanta e começar a andar de um lado pro outro.

Engoli em seco e olhei para os meus dedos.

- O que porra ele fez, Lisa?

- Ele me abordou quando eu estava no banheiro e acabou me beijando a


força, mas eu bati nas bolas dele e quebrei um vaso na sua cabeça...ele
disse que viria atrás de mim.

- Sobrenome -fala ríspido.

- Davis -digo olhando para baixo e Dylan suspira.

Ele se aproxima de mim e se ajoelha na minha frente pegando na minha


nuca.

- Eu te amo você sabe disso, esse cara vai pagar pelo que ele fez com você,
cada míseros segundos que ele te tocou ou te ameaçou, ele vai pagar.

- Eu só não quero ele perto de mim, Dylan. Com esse cara por aí eu jamais
vou ter paz novamente -digo colocando a mão no seu braço.

Ele concordou e encostou seus lábios nos meus sutilmente.


- Onde está Elisa agora? -ele perguntou.

- Morta -digo e ele se afasta confuso.

- 3 dias depois que eu fui para faculdade Bob deu um surto por não me ter
mais lá para satisfaze-lo, eu não sei direito o que aconteceu porque eu já
não estava mais lá, mas eu soube que a casa foi incendiada por um
acidente, Elisa e ele morreram queimados e Simon também estava na hora
e realmente faleceu com as intensas queimaduras de 3° grau.

- Mas...

- Exatamente, ele está vivo quando deveria estar morto, isso só pode
significar que ele matou Elisa cumprindo o que tanto me ameaçava. Ela
está morta agora e é tudo culpo minha -digo de cabeça baixa.

- Não é culpa sua, a culpa é dele que abusou de você por todo aquele
tempo.

Dylan pega no meu queixo levantando minha cabeça fazendo encara-lo.

- Você não sabe o que realmente aconteceu então não se culpe antes de
saber. Ela sabia que Bob estuprava você?

- Não, mas no dia que eu fui embora ela me encorajou a ir e disse uma
coisa estranha -digo pensativa.

- O que ela disse?

- Ela me disse que agora ia ficar tudo bem e que era para eu ir sem olhar
para trás por que finalmente eu iria ser feliz e todos que tinham me feito
sofrer iriam pagar.

- Você acha que ela sabia?

- Não sei com certeza e acho que nunca vou saber -sorri sem um pingo de
humor.

Dylan olhou pra baixo e tirou o celular do bolso.

- Me dê alguns minutos, tudo bem? -Pergunta e eu confirmo vendo ele ir


até a cozinha.
Respirei fundo e me encostei no sofá passando as mãos no rosto para
enxugar as lágrimas, olhei em volta pensativa até meus olhos pararem no
envelope que havia visto no outro dia em cima da mesinha de centro.

"Campbell" esse era o meu nome do meio.

O peguei vendo que ele não estava mais lacrado, mas estava fechado.

O abri tirando os vários papéis que tem dentro, li aleatoriamente.

Dossiê referente a Lisa Campbell Morris.

Idade: 22 anos

Emprego atual: Secretária particular do presidente das empresas


Entreprise Technologies.

Emprego antigo: Garçonete em meio período em Food House (Enquanto


ainda estava na faculdade de administração)

Pais foram mortos quando ela tinha 17 anos ficando legalmente na guarda
de Elisa Davis, um acordo judicial onde a mesma teria de ficar com a
guardiã até seus 18 anos.

Comecei a ler o restante e eu encontrei onde diz que eu possivelmente fui


estuprada por conta de uma ida ao hospital, eu me lembro disso claramente.
Bob me estuprou uma vez com tanta força que acabou me machucando de
verdade e logo depois me levou a ginecologista para saber se eu ainda
podia ter relações sexuais normalmente, a todo maldito segundo eu sendo
ameaçada e ele entrando meu cérebro para me deixar com medo. A
ginecologista parecia colaborar com ele e naquele dia eu soube como Bob
conseguia os anticoncepcionais.

Parei de ler aquilo rapidamente, quanto mais eu lembrava mais me sentia


mal.

Ouvi passos se aproximando e logo depois levantei o olhar para Dylan que
guardava o celular no bolso.

Ele olhou para os papéis em minhas mãos e engoliu em seco.

- Lisa...

- Por que tem um dossiê sobre mim? -Perguntei sem encara-lo.


- Eu...queria saber o que tinha de errado -ele diz e eu o encaro.

- Por que fez isso?

Ele se aproximou um pouco.

- Eu fiz isso no dia daquele jantar que fiz pra você aqui, liguei para o meu
detetive particular Enzo Avellar e pedi informações pessoais sobre você -o
encaro um pouco magoada.

Enzo?

- Enzo Avellar? Ele é o cara que estava no clube com a gente?

- Sim, ele me disse que esbarrou em você.

Era por isso que ele me conhecia, porque ele mesmo soube todos os
detalhes da minha vida.

- Deus.

Respirei fundo massageando as têmporas.

- Ele me entregou esse envelope dois dias depois do nosso jantar, eu entrei
em uma batalha interna de abri-lo e descobrir ou esperar você confiar em
mim suficiente para me contar o que tanto te incomodava.

- Pelo visto escolheu a primeira opção! -falei irritada.

- Eu não li -ele diz.

- Para de mentir! Estava aberto o que indica que você leu -apontei

- Eu sei que está aberto -ele se aproxima- O envelope está aberto, mas eu
não o li, eu decidi não fazer isso e esperar por você, esperar você confiar
em mim para me contar.

Dei um sorriso de escárnio.

- Eu não acredito em você -falei e ele se aproximou me segurando pelos


braços.

- Eu realmente sinto muito, eu deveria ter respeitado você e seu passado, eu


poderia tê-lo jogado fora e você nunca saberia, mas eu quis guardá-lo e
mostrar para você que ler não foi minha intenção -ele diz parecendo
sincero- Eu iria contar para você esta noite, mas com toda essa situação eu
iria adiar...até você encontra-lo agora.

Eu não sei dizer como eu estou me sentindo, na minha cabeça está


passando 1 milhão de coisas e eu não consigo colocar meus pensamentos
em ordem.

- Você foi bem babaca -digo e ele concorda.

Chateada, apavorada e extremamente cansada.

- Eu preciso dormir.

Eu sei que deveríamos conversar sobre isso, mas eu estou tão exausta
mentalmente que eu prefiro conversar sobre isso outra hora.

Me virei para subir e tentar dormir para conversarmos com a cabeça mais
fria, mas sua mão no meu braço me impediu.

Me livrei do seu aperto e ele suspirou, abracei meu próprio corpo.

- Eu estou exausta -falei- Não quero falar com você agora.

- Prometa não se afastar de mim -ele diz sério.

Se afastar? Não iremos resolver nosso problema se nos afastarmos, eu só


preciso dormir e ficar sozinha por agora.

Uma lágrima solitária desceu do seu rosto e eu me aproximei dele


colocando as mãos no seu rosto, Dylan suspirou.

Ele está chorando com medo de me perder e eu estou com medo de que
isso realmente aconteça.

Bob me achou e não vai parar até me matar, eu sinto isso. Eu sinto que
estamos todos em perigo.
62° capítulo
Lisa

Eu o encarava chateada, mas querendo ele perto de mim, isso era realmente
uma batalha interna.

Um lado meu queria mandá-lo para o inferno por ter feito isso, mas o outro
lado queria o abraçar e pedir para que ele não me soltasse. Era isso que
significava amar Dylan Venturelli.

- Eu não vou me afastar de você eu só não entendo por que você fez isso,
Dylan. Não tinha necessidade -digo limpando as lágrimas que desciam do
meu rosto- Eu contaria a coisa que mais me fez mal quando eu me sentisse
pronta.

Ele estava sentando no sofá passando a mão no cabelo freneticamente, um


sinal de nervosismo.

- Eu só queria saber o que te incomodava e...

- E o que? Apagar com uma borracha? -pergunto rindo sarcasticamente.

- Lisa -ele se levanta e para na minha frente.

- Eu me declarei para você em Chicago e eu percebi que se tivesse alguma


coisa nesse envelope você que tinha que me contar, apenas você. Baby, eu
nunca quis tanto que uma coisa desse certo como eu quero isso e não faria
nada para estragar.

Dylan pegou na minha bochecha e limpa uma lágrima que escorria.

- Me desculpe.

Ele colocou a testa na minha e eu coloquei uma mão no seu braço, acho
que ficamos alguns segundos naquela posição, estávamos ofegantes mesmo
sem ter feito nada.

- Eu amo você -digo e ele me encara- Está tudo bem.

Tirei suas mãos da minha bochecha e vi o homem na minha frente abalado,


eu precisava ficar só e reorganizar meus pensamentos.
- Eu preciso ficar sozinha -digo e ele acena- Muita coisa aconteceu hoje e
eu preciso me agarrar a única coisa que sempre me ajudou.

Respirei fundo.

- Meus pais -completei.

- Tudo bem, deixarei você sozinha -ele diz e beija minha testa.

Levantei um pouco meu vestido e andei para subi as escadas sem olhar para
trás, fui para o quarto e me livrei daquelas peças de roupa que pareciam
pesar mais de 80kg. Eu estava exausta.

Tomei um banho demorado e vesti umas das blusas sociais de Dylan e me


joguei na cama.

Eu chorei bastante no travesseiro e senti meu corpo em paz pela primeira


vez naquela noite, mas a minha mente ainda girava.

Pensei em meus pais por longos minutos até que eu conseguir pegar no
sono.

(...)

- NÃO!

Abri os olhos assustada e a respiração acelerada, minha mão tremia e eu


precisava urgentemente de água.

Eu acabara de ter um pesadelo com aquele filho da mãe e eu sabia que


viriam muito mais. Pensar nos meus pais não ajudou tanto quanto eu
pensava.

Peguei a jarra de água que estava no criado mudo e enchi o copo bebendo
todo o liquido.
Olhei para o lado e a cama estava vazia e rapidamente me senti vazia
também.

Merda! Por que eu sou apaixonada por você Venturelli?

Olhei no relógio e eram 4:40 da manhã, será que ele estava no


apartamento? Ou ele dormiu fora?
Balancei a cabeça e me levantei enrolada em um lençol fino de seda, abri a
porta do quarto e desci as escadas, tinha somente um abajur iluminando
tudo.

Olhei ao redor e não o encontrei, meu coração disparou rapidamente, me


aproximei da sala dando a volta no sofá e o vi, ele estava deitado apenas
com a calça e usando uma almofada de travesseiro, seus olhos estavam
fechados e uma mão estava no seu peito.

Me aproximei um pouco sem fazer barulho e o encarei melhor passando a


mão no seu cabelo macio, o cabelo desse homem é de outro mundo.

- Você pode deitar aqui se quiser.

- Ai merda! -quase eu caio para trás, mas ele segurou meu braço rindo.

- Porra! Você não para de me assustar -bato no braço dele.

- Era você que estava me vendo dormir -ele diz sorrindo e solta meu braço.

- Teve pesadelo? -perguntou.

Acenei e ele suspirou.

- Não consegue dormir? -perguntei.

- Não, está faltando algo para eu conseguir dormir -ele diz e coloca o braço
atrás da cabeça.

- Qual coisa? Um lençol?

Ele riu e me encarou.

- Está faltando você, baixinha.

Estou com sono, então estou lerda.

- Hum.

- Minha oferta ainda está de pé caso você queira se deitar aqui -ele diz.

O encarei com uma sobrancelha levantada, lábia.


- Veja bem, você não consegue dormir e eu também não. Acho que juntos
teremos resultados e caso não funcione nós podemos conversar -ele diz e
estende a mão para mim.

Mordi o lábio inferior e vi ele olhar para o movimento.

- Certo, mas vamos dormir -digo e pego na sua mão.

Me deito com ele e ficamos estilo conchinha, mas ele não me tocava,
ofereci um pouco do meu lençol e ele aceitou de bom grado.

Senti o calor do seu corpo me envolver e seu cheiro me invadir,


automaticamente me senti bem.

Fechei os olhos e ouvi ele dá uma risadinha.

- Do que você está rindo? -pergunto.

- De nada -ele diz e puxa mais um pouco do meu lençol me deixando


descoberta.

- Eu vou ficar com frio desse jeito -digo e puxo de volta.

- Não é minha culpa -ele puxa de volta.

- Dylan! -puxo mais uma vez.

- Lisa, a culpa é sua -ele diz e eu me viro para encara-lo.

- Como isso é culpa minha?

- Você que está distante demais, assim o lençol não consegue cobrir nós
dois.

Logicamente ele estava certo, mas eu sei o que ele está tentando fazer.

- Tanto faz -digo e me aproximo dele bem pouco.

- Pronto! Para de puxar essa merda.

Me virei de volta para não o encarar.

- Humm não estou satisfeito -ele diz e puxa minha cintura com força
fazendo meu corpo colar no seu.
- Dylan...

- Vamos dormir -ele diz e me abraça.

Filha da puta!

Comecei a me remexer só para provocá-lo e ele me soltar, mexi meus


quadris como se eu estivesse tentando me ajeitar e senti ele arfar quando
me inclinei no seu quadril.

- Lisa!

- Sim? -pergunto docemente.

- Pare de se mexer -ordena.

- Por que eu faria isso?

Ele se inclinou sobre mim e eu pude sentir sua ereção se formando.

- Você está acordando quem estava dormindo -ele diz irritado e eu sorrio.

- Do que você está rindo?

- De nada, vamos dormir.

Fecho os olhos e ele bufa, sua mão estava na minha cintura e seu corpo
colado no meu, ficamos vários minutos em silêncio, mas eu sabia que ele
não estava dormindo.

- Eu sinto muito -diz e eu me viro de frente pra ele.

- Eu te amo tanto -passo a mão no cabelo dele.

- Eu te amo muito mais, Lisa.

Ficamos nos encarando por alguns segundos, eu podia ver seu peito subir e
descer e sua respiração chegar até a minha boca me deixando louco para
beija-lo.

Ele se aproximou um pouco relutante, mas por fim me beijou, sua língua
invadiu minha boca explorando cada centímetro dela e suas mãos fortes me
apertaram contra ele.
Minhas mãos foram para o seu cabelo, mas ele as tirou de lá e parou de me
beijar, o encarei com o cenho franzido.

- Vamos dormir, você ainda está muito abalada com tudo isso.

- Mas eu quero transar! Quer dizer é... vamos dormir.

Ele riu alto e eu revirei os olhos, me virei de costas mais uma vez eu me
aninhei no seu corpo me sentindo segura e protegida.

- Eu ainda não te perdoei -digo.

- Por não transar com você?

- Exatamente -ele sorri pelo nariz.

Fechei os olhos e me concentrei em ignorar minha excitação até que


finalmente eu peguei no sono para valer e sem pesadelos.
63° capítulo
Lisa

Mal abri os olhos quando a campainha soou, me levantei do sofá e a


princesa dormia tranquilamente.

- Dylan -bato no braço dele.

- Hummm.

- Tem gente na porta -digo e tiro o lençol dele.

- E daí? -pergunta com uma mão no rosto.

- E daí que você tem que atender, gênio -jogo uma almofada nele.

- Não vou me levantar daqui baixinha, você pode ir lá atender?

- Claro, acho que os convidados vão adorar me ver com uma blusa social
quase transparente e uma calcinha minúscula por baixo -começo a andar
em direção a porta.

Dylan dá um pulo do sofá e me segura pela cintura.

- Nem fodendo, porta e eu, você e roupa. Te vejo lá em cima -ele diz e eu
sorrio de lado.

Subo a escada enquanto ele abre a porta, entrei no quarto dele tirando as
roupas indo direto para o chuveiro.

Fiquei uns bons minutos lá dentro apenas pensando naquele bastardo,


quando acabei fui direto até o closet, Dylan havia me dado uma gaveta para
colocar algumas coisas pessoais minhas o que ajudou bastante. Eu nem
disfarçava a felicidade que crescia em mim quando ele foi me propondo um
espaço no closet dele.

Sorri para mim mesma.

Já que não iríamos trabalhar hoje porque era domingo, eu irei vestir algo
mais confortável. Coloquei uma bermuda moletom, um suéter preto e fiz
um rabo de cavalo.
Como Dylan não subiu suponho que ainda esteja com a visita, desci as
escadas e ouvi mais de 5 vozes.

- Mas que...

Tinha exatamente 7 homens de terno com óculos escuros conversando com


Dylan em tom bem profissional.

- O que é isso? MIB: 7 homens de preto?

Pergunto me aproximando de Dylan que conteve o sorriso.

- Baby, quero te apresentar seus mais novos seguranças.

Seguranças? Que droga Dylan tá fumando?

- Seguranças? -pergunto.

- Sim, aqueles que vão proteger sua integridade física e moral e...

- Eu sei o que significa Dylan só não entendo...

- O motivo? Simples, um psicopata estuprador está por aí atrás de você.

Me arrepiei toda quando ele disse aquilo.

- Eu não vou ter 7 seguranças, Venturelli.

- Ah você vai sim, não posso arriscar.

Ele me olhava sério como se aquilo já fosse decidido.

- Vocês podem nos dar licença um minutinho? -perguntei aos brutamontes


na minha frente.

Peguei a mão de Dylan o arrastando para sala.

- Qual o nome? -perguntei.

- Nome do que?

- Da droga que você está fumando? Como eu vou andar por aí com 7 caras
atrás de mim?

Ele revirou os olhos e cruzou os braços, eu lutei pra não olhar pra sua
barriga trincada, mas não consegui evitar, senti algo formigar em mim.
Não precisa ser tão gostoso desse jeito.

- Você está babando -ele diz sorrindo de lado.

- Não estou nada -digo e ele sorri ainda mais.

- Não mude de assunto! Eu não posso ter 7 caras me vigiando o dia todo.

- Qual o problema? Eles só vão proteger você.

Tudo bem, talvez ter seguranças perto de mim enquanto Bob está por aí
não seria má ideia, mas 7? Chamaria atenção demais e do mesmo jeito que
pode ajudar pode não favorecer tanto quanto ele pensa.

- Você não acha exagerado?

Ele deu de ombros.

- Eu iria colocar uns 9 mas achei exagero.

- Ta de brincadeira -joguei os braços para cima incrédula.

- Baby, você nem vai perceber que eles estão lá -ele diz mexendo no nariz.

Ele só mexe no nariz quando está mentindo.

- Você está mentindo! -aponto pra ele.

- Certo! Que tal negociarmos?

Cruzei os braços.

- Quantos você estaria disposta a ter ao seu lado?

- Eu acho que...

- Não - ele me interrompe.

- Pensei que fôssemos negociar -ele passa a mão no cabelo.

- 7 -manteve-se firme.

- Acho que 2 é o suficiente.

- Muito pouco, que tal 7?


Olhei para ele com uma cara de tédio e o mesmo segurou o riso.

- 2 seguranças mais o Bryant -digo e ele levanta uma sobrancelha.

- Minha última oferta -digo olhando para as minhas unhas.

- Você é impossível! -diz irritado.

Sorri para ele.

- Vou aceitar isso como um sim.

- Não gostei de negociar com você -ele diz indo na direção da cozinha para
dispensar os outros MIB.

Me sentei no sofá e vi os 5 homens indo embora sem expressão, alguns


minutos depois Dylan apareceu com os dois escolhidos parando na minha
frente.

- Esses são Jp e Pj, seus seguranças.

Eles eram gêmeos idênticos e apenas acenaram para mim, já estou vendo
que vou me confundir toda.

- Oi -digo e eles não falaram nada.

- Ta ok -falo e Dylan os chama até o escritório para conversar.

Me levantei do sofá e fui fazer o café da manhã, Benta não estava no


apartamento esses tempos porque foi visitar alguns parentes e como eu
dormia aqui quase todos os dias eu que cozinhava para nós dois ou
pedíamos algo para comer. Eu gostava de cozinhar, era relaxante.

Fiz algumas panquecas jogando mel por cima e fiz os bolinhos que Dylan é
viciado, alguns minutos depois os três saíram indo até a porta.

Dylan apareceu e parou ao meu lado se apoiando na mesa com a mão.

- Eles começam amanhã -diz e eu concordo.

- Você entende por que eu estou fazendo isso não entende?

- Eu entendo, confesso que vou me sentir mais protegida -digo e ele


concorda.
- Falei com Enzo ontem à noite- eu automaticamente o encaro.

- Para que?

- Ele me disse que tem alguns papéis sobre as pessoas que ficaram com a
sua guarda.

Quando eu ia falar alguma coisa ele me corta.

- Eu não aceitei.

Suspirei e desviei o olhar pensativa, se esse detetive descobriu alguma


coisa sobre Bob e Elisa talvez ele saiba o que realmente aconteceu naquele
incêndio, certo?

- Aceite -digo e ele me olha surpreso- Talvez ele tenha descoberto algo
sobre Bob ou sobre a noite daquele incêndio.

Dylan parecia pensativo enquanto passava o dedo no lábio inferior.

- Você tem certeza?

- Aceite logo homem! -digo irritada.

- Deus! O que é isso? Você está de tpm?

- NÃO.

Tirei os bolinhos do forno e coloquei em cima da mesa olhando para as


minhas mãos em seguida apoiadas na mesma.

- Eu só estou...

- Frustrada?

- Óbvio que não -mordo o lábio inferior quando ele passa a mão no cabelo.

- Você me parece necessitada.

Só por que eu estou sentindo meu corpo pegar fogo apenas porque ele está
do meu lado ou sentindo um leve incomodo na minha intimidade ou
torcendo pra ele me jogar no ombro igual um homem das cavernas e me
levar pro quarto pra me fuder com vontade não significa que eu esteja
necessitada. Né?
- Eu estou bem.

- Ótimo, eu não quero forçar nada.

Ele se aproximou de mim ficando na minha frente, seus lábios quase


tocando os meus e seus olhos perfurando minha alma.

- Está tudo bem entre nós, certo?

Acabei em confirmação.

Ele mexeu a cabeça como fosse me beijar, mas sem fazer o tal ato, seu
olhar era tão intenso que me fez estremecer toda.

- Diga que está- ele sussurrou baixo e eu apertei meu dedo indicador no
polegar até ficarem brancos- Eu prometo que nunca mais farei algo desse
tipo, a última coisa que eu quero é magoar você.

Seus lábios roçaram nos meus de leve e eu fechei os olhos.

- Está -falei em um tom de voz baixo, seus dedos faziam carinho no meu
pescoço- Não faça nada do tipo de novo, caso contrário seu café terá um
leve gosto de terra.

Ele sorriu com o nariz roçando no meu.

- Eu prometo, sem segredos ou qualquer coisa que possa fazer mal a nós
dois -ele coloca sua testa na minha.

- Sem segredos -digo e levanto um pouco a cabeça para beijá-lo, mas não
consigo.

Dylan está me instigando e me provocando apenas com os seus lábios.

- A partir de agora -disse.

- S... sim -digo ofegante quando sinto sua ereção no meu corpo.

- Tenho uma confissão.

- Qual? -pisquei algumas vezes.

Ele deu um sorriso malicioso e me apertou mais contra ele.

- Eu estou com muita, muita vontade de me enterrar em você agora.


Engoli em seco e apertei uma coxa na outra.

- Dylan...

Digo ofegante quando ele começa a beijar meu pescoço.

- Me diz o que você quer.

Meu corpo todo praticamente gritava para ele me tocar

- Eu quero que você me toque.

Meu coração estava tão acelerado que eu pensei por um momento ter o
ouvido, o poder que ele exercia sobre mim era algo incomum e totalmente
dominante.

- Onde? -ele desceu a mão pela minha barriga até seus dedos adentrarem
meu short- Aqui?

Gemi jogando a cabeça para trás quando seus dedos tocaram na minha
intimidade.

- Você está sentindo isso? -ele afasta minha calcinha e me penetra com o
dedo- Isso, essa sensação, somente eu quero causar em você.

Sua voz estava deliciosamente rouca.

Arfei alto sentindo seu segundo dedo ser inserido, ele continuou me
instigando enquanto me observava gemer seu nome.

Dylan me levou até a mesa prendendo meu corpo entre ela e ele, seus dedos
saíram da minha intimidade e foram até o meu short que ele retirou o
jogando em um canto qualquer.

- Você é minha e você sabe disso.

Seus dedos tocaram o elástico da minha calcinha e ele a retirou


rapidamente me sentando em cima da mesa, eu sentia meu corpo pegar
fogo quando sua língua me invadiu e aquela sensação deliciosa tomar conta
de mim.

Coloquei a mão no seu cabelo o incentivando a continuar mesmo que ele


desse sinal de que não sairia dali tão cedo.
- Merda! -grito ofegante quando ele pega minha perna esquerda a
colocando no seu ombro me deixando mais aberta para ele.

Dylan começa a apertar meu seio e um gemido alto sai dos meus lábios
quando sinto ele sugar meu clitóris com força.

Meu corpo todo tremia e eu não pude esconder um sorriso de satisfação


quando ele me fez gozar deliciosamente.

Dylan se levantou e me encarou sorridente. Estiquei minha mão e o puxei


pela calça colando nossos corpos, meu gosto estava nos seus lábios quando
eu o beijei, sua mão máscula puxou meu cabelo quando ele mordeu meu
lábio inferior.

Dylan me carregou e eu sentia seu membro duro com apenas o tecido da


calça impedindo dele me penetrar.

Ele me levou até o quarto e entramos aos beijos, um necessitado do outro


mais do que nunca, me colocou na cama e eu tirei a blusa junto ao sutiã, ele
abaixou a calça mostrando seu membro excitado.

- Abra suas pernas pra mim -ordena.

Eu fiz o que ele disse e Dylan em um movimento já estava me beijando e


apertando meu quadril. Seus beijos foram até os meus seios onde ele os
chupava como um pirulito.

Apertei os lençóis da cama quando eu senti ele me penetrar sem aviso


prévio e me fazer sua novamente.
64° capítulo
Lisa

- Oi, coisa linda -Emy diz cantando meu segurança o qual eu não sei
diferenciar.

- Emily pare de dar em cima de Jp -digo.

- Eu sou o Pj, Sra. Venturelli -ele diz com a sua voz grossa que fez Emy
sorrir.

Sorri sem graça por ter errado seu nome e pelo sobrenome que ele havia me
dado.

- Desculpe-me.

Ele acena como quem diz estar tudo bem e volta para sua posição que
consistia ficar com as mãos na frente do corpo e postura extremamente reta.

Eu estava no meu apartamento para encontrar Emily e lhe contar tudo o que
havia acontecido, eu achei que ela merecia a verdade já que tem um louco
compulsivo atrás de mim e possivelmente dela.

Eu nunca tive coragem para contar a Jon e ela sobre o que aconteceu
comigo, era tão difícil dizer tudo aquilo em voz alta que preferi enterrar
dentro de mim e que com o tempo eu pudesse esquecer e seguir em frente.

Bom, eu nunca esqueceria, mas eu segui em frente. Me abalei por várias


noites, mas sempre levantei a cabeça e continuei.

- Pj, você poderia nos deixar sozinhas por alguns minutos? -pergunto.

Ele me olhou e parecia relutante em atender meu pedido, ele olhou para
Emy e depois para mim novamente até que ele negou com a cabeça.

- Sinto muito, mas tenho ordens explícitas de não deixar você sozinha.

- Eu não estarei sozinha, Emy está aqui comigo e qualquer coisa eu irei
gritar.

- Lisa, o que está acontecendo? Por que toda essa proteção?

- Eu irei explicar assim que ficarmos sozinhas -olho para Pj novamente.


- Ei -ela estala os dedos na frente dele que olhava para frente- Saia do meu
apartamento.

Ela cruzou os braços na sua frente e ele olhou para baixo encontrando com
o seu olhar, Pj parecia querer rir da sua atitude.

- Me desculpe senhorita, mas eu não...

- Se você não nos deixar sozinhas eu vou bater em você com uma frigideira
e depois eu vou amarrar você na minha cama -ela sorriu maliciosa.

Ele por um momento arregalou os olhos quando ela disse aquilo, mas se
recompôs.

- Por favor Pj, só alguns minutos -pedi suplicante.

Ele passou a mão na testa massageando as têmporas e por fim cedeu.

- Certo, estarei do lado de fora com Jp e qualquer coisa é só nos chamar -


ele diz.

Jp estava na minha porta de prontidão.

- Quem é esse aí? -Emy pergunta.

- O irmão gêmeo dele -respondo.

- Puta que pariu, tem dois de você?

Ele acenou se retirando da sala e indo até o irmão que estava na mesma
postura só que do lado de fora. Ele fechou a porta e Emy veio até mim se
sentando no sofá que era aonde eu estava.

- Posso pegar seus seguranças?

- Você não está com Caleb?

- Não, já disse que não é nada sério -ela revira os olhos.

- Ele sabe disso? -ela pareceu pensativa até que deu de ombros.

- Tanto faz, me diga o que está acontecendo e porquê de você ter


seguranças gostosos agora?
Me virei de frente para ela e respirei fundo, Emy tinha um sorriso no rosto,
mas quando me viu mais séria do que de costume ela franziu o cenho e me
olhou atentamente.

- Você se lembra do Bob? -ela piscou confusa.

- Bob Davis, era marido de Elisa -digo e ela pareceu lembrar.

- O que tem ele?

A encarei de um jeito como se eu pudesse a perfurar e contei exatamente


tudo o que tinha acontecido quando eu tinha 17 anos, conforme as palavras
saíram da minha boca a dor delas era palpável na minha entonação de voz e
Emy estava em estado de choque parecendo até uma rocha.

Suas sobrancelhas estavam tão levantadas que parecia que ela tinha feito
algum tipo de cirurgia plástica, a boca entre aberta e os olhos extremamente
confusos.

Depois de contar tudo ela não disse nada e apenas avançou para cima de
mim me dando o abraço mais apertado de que já havia me dado.

- Meu Deus! Eu sinto muito Lisa, eu não acredito que nunca percebi ou...

- Você não tinha como saber -falei, mas eu sabia que o motivo dela não
saber era porque eu queria mantê-la sã e salva.

- Não interessa, eu deveria ter percebido alguma coisa, Deus! Eu fui uma
péssima amiga -ela colocou a mão no rosto.

Coloquei o braço em volta do seu ombro e apoiei a cabeça na dela.

- Eu não podia contar por que ele ameaçou matar você e Jon se eu fizesse e
eu juro por Deus Emy, ele faria sem pensar duas vezes.

Ela tirou a mão do rosto e percebi que ela estava chorando, a abracei ainda
mais porque eu sei que ela está se sentindo culpada de alguma forma por
não ter me ajudado.

- Não chore Brooks senão eu vou chorar também.

- Como aquele idiota teve coragem de fazer isso? Ah eu quero cortar aquele
pinto fora e dar pra ele comer -ela diz irritada.
Sorrio de lado e ela segurou minha mão.

- Ele batia em você?

- Mais do que você imagina -respondi.

Ela pareceu pensativa encarando a televisão e logo depois olhou para mim.

- Uma vez eu vi seu braço roxo, mas a blusa era de manga então conseguia
esconder, eu fui abraçar você e levantei a blusa sem que você percebesse e
vi aquele negócio horrível no seu braço, você me disse que tinha se batido
sem querer.

Acenei.

- Era ele o tempo todo, os roxos no meu corpo eram provocados por ele -
digo e uma lágrima escapa do meu rosto.

Ela limpou a lágrima e me abraçou mais uma vez.

Por um momento eu pensei em contar a Emily o que estava acontecendo,


mas minha mente sempre me dizia que eu iria encontra-la morta no dia
seguinte. Meu psicológico era aterrorizado por aquele homem.

- Jon sabe? -perguntou.

- Não, e se ele souber vai atrás de Bob até o quinto dos infernos.

- Você vai contar a ele?

- Sim, eu só estou esperando-o voltar.

Jon estava viajando de férias para outro lado da cidade, ele tinha viajado
com Josh.
Os dois se tornaram bem mais íntimos do que o esperado, Rubi me disse
que Josh vai pedi-lo em namoro nessa viagem e eu fiquei super feliz com
isso, meu amigo merece alguém tão legal quanto ele.

- Eu pensei que esse Bob estava morto.

Suspirei.

- Eu também pensei, mas ele não está. O encontrei naquele baile


beneficente e ele disse que viria atrás de mim -ela arregalou os olhos- Emy,
me prometa que não vai ficar sozinha o tempo todo e por favor faça de tudo
para não andar só na rua.

Ela balançou a cabeça e parecia assustada, eu não queria assustá-la, mas ela
precisava ficar.

- Claro, eu vou pedir para Caleb ficar aqui comigo com mais frequência -
diz.

- Nada sério...sei -digo e ela bate na minha mão de leve.

- Não viaja -abro um sorriso e ela sorri logo depois.

- Porque tem dois seguranças muitooo gatos na porta de vocês?

Nós viramos para olhar para porta e vimos Rubi entrando com uma sacola
em uma mão e na outra com um café da manhã completo.

Hoje era segunda, mas eu vim direto para cá quando Dylan me deu o dia de
folga e ficou trabalhando no seu escritório.

Rubi já tinha vindo várias vezes no nosso apartamento no último mês e por
isso o porteiro a libera sem problemas.

- São mesmo muito gatos -Emy diz e se levanta me estendendo a mão.

- É, são fofos -digo e pego na mão dela.

- Fofo é o meu cachorro, esses dois aí fora são deuses disfarçados de


seguranças - disse Rubi apontando para a porta.

Emy e eu rimos e andamos até ela.

- Isso aí na sua mão é comida? -Emy pergunta sutil como sempre.

- Eu vim trazer sua roupa que ficou lá em casa e você não me lembrou de te
trazer e...um café da manhã recheado, imaginei que ainda não tomaram
café.

- Com certeza, estou faminta!

Emy pegou a sacola e colocou na mesa da cozinha a abrindo como se fosse


um presente que tinha acabado de ganhar.

- Você está bem? -Rubi perguntou olhando para mim.


- Estou -sorri fraco.

Ela concordou, mas pareceu desconfiada, chamou Emy para pegar sua
roupa que tinha ficado na casa dela desde o dia da boate a um mês atrás.

- Eu iria devolver antes, mas eu esqueci completamente -ela diz e entrega


para Emy.

- Relaxa, eu também tinha esquecido -Sorriu.

- Ele estava casualmente dobrado em cima da minha cama, eu achei


estranho, mas acho que Lua colocou lá já que eu havia dito que o vestido
não era meu e que eu preciso devolvê-lo - Rubi diz e prende o cabelo em
um rabo de cavalo

- Mas eu disse isso a ela no mesmo dia que você deixou lá não sei como ela
lembrou.

Franzi o cenho.

- Você não tinha falado com ela esses tempos sobre trazer o vestido? -
perguntei.

- Não, eu só o achei em cima da cama, coloquei em uma sacola e trouxe até


você do jeito que estava -ela diz.

Olhei para Emy e um pensamento completamente louco passou pela minha


cabeça.

- Tire o vestido da sacola -digo

Emy me encarou confusa e fez o que eu disse, ela pegou pela alça e o
estendeu.

Minhas mãos foram imediatamente a minha boca e Rubi arregalou os


olhos, Emy parou para olhá-lo e engoliu em seco.

- Meu deus! -Emy diz e o joga no chão.

- O que...

O vestido que Emy usava naquele dia era vermelho que agora estava sujo
com tinta preta e alguns rasgos na região dos seios.

Na parte do tronco estava escrito de tinta preta a seguinte frase:


"Eu estou de olho em você, Angel"

Minha respiração acelerou enquanto eu apertava a meus dedos fortemente,


olhei para as duas que me encaravam assustadas.

Como diabos esse cara sabia que esse vestido era de Emily? Como ele
conseguiu invadir o apartamento de Rubi? Ele estava nos vigiando todo
esse tempo? Eram tantas perguntas na minha mente, mas uma era a mais
assustadora.

Ele estava nos vigiando nesse exato momento?


65° capítulo
Lisa

Eu balançava minhas pernas freneticamente inquieta no meu lugar, Emy e


Rubi estavam sentadas ao meu lado no sofá e pareciam pensativas.

- Eu sei que isso é incrivelmente estranho sabe...encontrar o seu vestido


todo sujo e rasgado, mas será que dá para alguém me explicar?

Rubi parecia nervosa e eu sabia que infelizmente ela estava na mira dele já
que o mesmo invadiu seu apartamento para ela trazer o vestido até nós.

- Precisamos contar a ela -Emy diz e eu concordo.

Ela ficará mais segura se souber o que está acontecendo, se eu esconder


será pior porque ela mesma pode se prejudicar.

- Não foi Lua que colocou o vestido na sua cama e ela nem tinha intenção -
digo e Rubi levanta uma sobrancelha confusa.

- Do que você está falando?

Contei o que tinha acontecido no baile beneficente e de quando eu tinha 17


anos, mas sem muitos detalhes, mas o suficiente para ela entender. Rubi
ficou do mesmo jeito que Emy só que sem a sobrancelha levantada e um
rosto sério.

- Eu sinto muito -ela diz e me abraça apertado e eu retribuo.

- Como uma pessoa pode ser tão má esse ponto? -ela pergunta quando nos
afastamos.

- Uma pessoa fria e sem humanidade como aquele filha da puta -Emy diz e
ela concorda

- Rubi, ele invadiu seu apartamento e eu não sei se é uma boa ideia você
continuar morando lá -digo e ela suspira.

Bob é um ser desprezível e eu sei que ele vai tentar usar as pessoas
próximas de mim para me atingir e o caso de Rubi só comprovou isso.
- Lisa!

Ouvimos a porta ser aberta e Dylan passar por ela com a sua "gangue". Eu
tinha ligado para contar o que havia acontecido e quando eu o expliquei
apenas desligou o celular dizendo que estava vindo até o meu apartamento.

Me levantei e fui até ele que me abraçou apertado e me beijou


delicadamente.

- Você está bem? -perguntou

- Estou bem.

Me viro e cumprimento Adam e Peter que estão atrás de nós com as mãos
na calça jeans.

- Oi, gente -digo e eles acenam.

- Depois que você saiu eles apareceram -Dylan explica.

- Não podíamos deixar ele dirigir do jeito que estava quando desligou o
celular -Peter diz.

- O cara tava pálido -Adam diz rindo alto e Peter o acompanhou.

Dylan olhou para trás e travou maxilar fazendo os dois pararem de rir.

- Os dois me entenderiam se fosse as mulheres de vocês -Dylan diz e os


dois reviram os olhos.

- O cara tá viajando mesmo -Peter diz.

- Eu falei para você não dirigir tão rápido, a culpa é sua por ele ter batido a
cabeça sem querer, agora ele está fantasiando aí -disse Adam olhado para
Peter.

Emy e Rubi dão um riso baixo e os dois parecem notar as duas sentadas no
sofá.

- Loirinha! -Peter diz e ela sorri falso.

- Oi, chatice -ela diz e Rubi sorrir.

- Olha, minha colega de trabalho está aqui -Adam diz sorrindo de lado.
- Ainda falta 3 semanas, Tinker -Rubi diz e ele fecha a cara.

- Quem falou meu "apelido" a ela? -Adam faz aspas com os dedos.

- Fui eu, me desculpe, mas ela arrancou de mim -Digo e ele franze o cenho.

- Ela me encheu de cosquinhas pra eu contar sobre você e o seu apeli...

- Lisa! -Rubi grita e eu paro de falar.

Ops! Falei demais?

Adam olhou para ela que desviou olhando para Emily fingindo conversar
com a mesma.

Quando ele ia falar alguma coisa o celular dele começou a tocar e todos
focamos nele.

- Adam.

Ele ficou em silêncio enquanto a outra pessoa falava.

- Sim, já estamos aqui. Espera um segundo

Adam foi até o telefone que tinha na parede e ligou para o porteiro
conversando rapidamente.

- Podem subir -ele diz.

Subir? Quem vai subir? E desde quando Adam pode liberar a subida de
alguém? Vou bater nesse loiro.

- O que está acontecendo? -pergunto para Dylan.

- Quando você me contou sobre o vestido eu fiquei pensando e achei


estranho ele saber exatamente sobre ele sendo que Emily o usou quando
fomos a boate a 1 mês atrás -Dylan diz e Adam continua.

- Achamos que ele esteja nos vigiando desde que voltamos de Chicago e
por isso ele sabe todos os seus passos.

- Você contou a eles? -pergunto olhando para Dylan.

- Óbvio que não! -Dylan se defende.


- Me desculpa, cunhada. Mas quando chegamos no escritório meu
irmãozinho estava com uma cara tão preocupada que eu precisava saber o
que tinha acontecido -Adam diz.

- O que ele está tentando dizer e que ele obrigou Dylan a falar -Peter diz e
se aproxima da gente junto com Adam.

- Adam é persuasivo, Lisa. Até você contaria se ele te enchesse a porra do


saco -Peter diz.

Suspirei.

- Eles só sabem que um cara que te fez mal no passado está atrás de você -
Dylan diz e eu assinto.

- Temos problemas maiores para resolver agora -Adam diz e eu franzi


cenho.

Alguém bate na porta e Adam vai até ela, 4 homens entram no meu
apartamento com alguma equipamentos estranhos.

- Esses são amigos da família Venturelli que fazem vistorias em casas,


apartamento e etc -Dylan diz.

Oh.

- Eles irão vistoriar seu apartamento atrás de câmeras e escutas, Lisa -Peter
explica.

- Achamos que ele está vigiando vocês e por isso sabe o que se passa a todo
momento -Adam diz.

Fiquei em choque por alguns segundos pensando que faz sentindo, se


realmente tem câmeras ou escutas escondidas aqui então Bob sempre soube
o que eu fazia e estava prestes a fazer, talvez seja assim que conseguiu me
encontrar no baile ou tenha descoberto qual era boate e ter nos seguido até
lá, o vestido foi só um dos seus joguinhos doentios de dizer que ele estava
por perto.

Os homens começaram a procurar pela casa toda depois que Emy e eu


demos o nosso consentimento, nós ficamos na cozinha comendo alguma
coisa enquanto eles trabalhavam e depois de horas tinham terminado.

- Então, acharam alguma coisa? -Dylan pergunta olhando para eles.


Eles acenaram e colocaram alguns objetos na mesa que mais parecia botões
de tão pequenos. O homem alto de olhos pretos que parecia ser o líder deles
começa a falar.

- Estava cheio de escutas no seu quarto -ele aponta pra mim- Duas micro
câmeras estavam no criado mudo e a outra no banheiro de frente para o
box.

Emy arregala os olhos e eu continuo olhando para ele.

- No seu quarto Srta. -ele aponta para Emy- Tinham duas escutas, mas sem
câmeras.

Ele cruzou os braços e Emy suspirou perplexa.

- Na parte da sala havia apenas uma câmera e um escuta muito bem


escondida dentro daquilo -ele aponta para o meu potinho.

- Meu potinho? -pergunto.

- Sim, se foi mesmo esse tal homem que instalou todas essas coisas aqui eu
afirmo com total certeza de que ele sabia o que estava fazendo, trabalho
nesse ramo a anos e é muito difícil essas coisas passaram por mim, mas
pela primeira vez eu fiquei impressionado com a perfeição que as coisas
foram escondidas -ele diz e Dylan me abraça por trás.

- Sr. Venturelli eu recomendo que elas se mudem para outro lugar até este
estar totalmente seguro, todas as escutas e câmeras que estão nessa mesa já
foram destruídas.

Dylan assente e eles se despedem saindo pela porta rapidamente como se


nem estivessem estado ali a alguns segundos atrás.

- Ai meu Deus! -Emy diz e vem me abraçar.

- Eu sei -digo a abraçando de volta.

- Esse cara é louco, o que vamos fazer? -Emy pergunta.

- Eu vou sair do meu apartamento já que aquele fodido o invadiu e vou para
o apartamento que meu pai comprou que é uma fortaleza e totalmente
seguro. Emily, nós podemos ficar lá. -Rubi propôs.
- Claro, eu é que não vou ficar aqui sozinha correndo risco daquele velho
me ver pelada -Emy diz.

- Arrume suas coisas então, vou falar com Lua para dizer que estamos nos
mudando e depois que tudo isso passar nós voltamos para nossas casas -
Rubi diz e ela assente.

- E você, vai embora comigo -Dylan diz olhando para mim.

- Vamos para o meu apartamento, pegue suas coisas -diz.

Respirei fundo e concordei.

Fui até o meu quarto pegando duas malas grandes e colocando todas as
minhas roupas dentro delas, uma lágrima desceu pelo meu rosto, mas não
era de tristeza ou de raiva, era apenas de medo. Medo de que ele possa
machucar meus amigos e o homem da minha vida.

Eu estava colocando a última peça de roupa quando Dylan entra no quarto


e eu rápido enxugo a lágrima.

Ele se aproximou de mim pegando no meu pulso me fazendo parar mesmo


que eu lutasse para ele me soltar. Ele me puxou com força colando nossos
corpos e eu olhei para o outro lado, eu me sentia um pouco culpada por
fazê-los passar por isso.

- Olhe para mim -ele diz e eu ignoro.

- Certo! Primeiro, a culpa não é sua. Ele é o único culpado de tudo isso
estar acontecendo não se martiriza por isso -diz e eu o encaro.

Ele abraçou meu corpo e minhas mãos ficaram no seu peito.

- Você é a mulher mais forte que eu conheço, eu admiro muito você


baixinha, você passou por tanta coisa, mas seguiu em frente e não deixou se
abalar, cursou sua faculdade se formando com sucesso e conseguiu um
trabalho com o seu chefe gostosão que é apaixonado por você.

Sorri de lado e ele também sorriu.

- Eu sempre vou estar ao seu lado para dizer que vai ficar tudo bem e agora
não vai ser diferente, mas eu preciso que você seja aquela mulher forte que
você sempre foi.

Suspirei fundo antes de acenar em concordância, ele estava certo.


- Está pronta para ir? -perguntou.

- Estou.

- Ótimo, estou doido para morar com você -ele diz e me solta.

- Na verdade... -ele me puxa de novo -Eu já estava querendo fazer isso a


uma semana, mas acho que isso foi só um empurrãozinho que eu precisava.

Franzi o cenho.

- Você quer morar comigo, Lisa Morris?

Arregalei os olhos enquanto ele sorria abertamente.

- Antes que você pense demais, eu não estou fazendo isso só por causa do
que acabou de acontecer, eu realmente quero você morando comigo. Eu ia
te pedir isso a uma semana, mas eu ficava com medo de você me dizer um
não por estar cedo demais, mas que se foda -ele coloca a mão na minha
nuca.

Ele é meu e eu sou dele,


É... que se foda.

Dylan me apertou contra ele ansioso pela minha resposta.

- Eu aceito morar com você, Venturelli.

Ele sorriu antes de me beijar ferozmente dizendo o quanto me amava.

- Podemos deixar suas pílulas aqui -ele diz ainda me segurando.

- Aí merda! Eu estou brincando -diz quando eu bato no seu braço com


força.

- Agressiva -ele diz e me beija mais uma vez me fazendo rir no meio do
beijo.
66° capítulo
Lisa

Já faz uma semana desde que eu sai do meu apartamento e vim morar com
Dylan, as coisas entre nós se fortalecem a cada dia e parece que eu sempre
me apaixono um pouco mais, se é que isso é possível.

Minha menstruação desceu, graças a Deus, e Dylan e eu ficamos com um


humor maravilhoso por 4 dias. Eu de Tpm e ele resmungando por causa da
minha belíssima amiga, ainda bem que já acabou. Ninfomaníaco demais.

Emy está morando com Rubi em um apartamento super seguro me


deixando bem aliviada, nós três sempre nos ligamos por vídeo e
conversamos sobre coisas extremamente aleatórias. Contei para Jon o que
aconteceu e foi uma tarde de lágrimas, nunca vi meu amigo com tanta raiva
como vi naquele dia.

Não tive mais nenhuma notícia de Bob, ele simplesmente evaporou com os
joguinhos idiotas dele, mas isso não está me cheirando bem. Bob é um
estúpido compulsivo e eu sei que ele está planejando alguma coisa.

O detetive de Dylan não achou absolutamente nada sobre o caso do


incêndio a 5 anos atrás e para polícia Bob está morto, um verdadeiro
fantasma

Só piorando a situação.

- Senhor, Venturelli. Os seguranças já estão em suas posições -diz Bryant.

Estávamos no carro a caminho da empresa para mais um dia de trabalho,


Dylan estava ao meu lado lendo algo super entediante e eu estava contando
as árvores como sempre faço.

- Certo -sinto ele olhar para mim- Bryant?

- Sim.

- Tire o dia de folga -O encarei.

- Levarei minha garota para sair esta noite.

Bryant apenas acenou pelo retrovisor.


Dylan aproximou o rosto do meu e me beijou rapidamente.

- Estamos trancafiados em casa a dias, sei que é ruim. Vamos jantar com os
seguranças por perto e depois voltamos para casa -ele diz e desliza o
polegar pelo meu rosto- Espero que isso ajude a você sorrir um pouco mais.

Olhei em seus olhos e sorri na sua direção concordando.

- Onde você gostaria de jantar? -perguntou.

- Humm -coloquei a mão no queixo e ele sorriu- Deixarei você escolher.

Ele acenou em concordância.

Chegamos na empresa e os olhares curiosos e perplexos ainda estavam lá,


mesmo depois de meses as pessoas ainda ficam chocadas quando me veem
com ele.

Subimos para o nosso andar ele foi direto para sala dele enquanto eu ia na
minha pegar a agenda do dia, organizei umas coisas e fui até ele.

Passamos a sua agenda e ele fazia cara de tédio cada vez que eu falava que
ele tinha uma reunião.

Quando voltei para minha sala, Jp estava na frente da porta e Pj dentro da


sala, as vezes era sufocante ter eles sempre no meu pé, mas era por um bom
motivo.

Continuei trabalhando normalmente quando eu vi Jp conversando com um


homem alto de boné e uma camiseta preta, ele estava segurando uma caixa
de papelão e dizia que tinha uma entrega para mim.

Jp não estava convicto em deixa-lo entrar até que eu autorizasse, fiz sinal
para o homem se aproximar e ele passou pela porta dando um riso falso
para Jp.

- Em que posso ajudar? -pergunto.

Ele parou na minha frente e pegou um cartão que estava em cima da caixa.

- Você é Lisa Morris?

- Sim, sou eu.


- Tenho essa entrega para você.

Ele coloca a caixa na minha mesa e dá de costas indo embora enquanto eu


lia o cartão.

- Ei, quem mandou isso? -ele já estava entrando no elevador- Mal educado
-sussurrei.

Deixei o cartão de lado já que não tinha nome de quem enviou e peguei a
caixa, Pj me encarava estranho enquanto eu cortava a fita adesiva e abria a
caixa.

Estava cheio de bolinhas de isopor o que dificultava eu pegar o que quer


que seja que têm aqui dentro. Senti algo diferente e o puxei para cima com
um sorriso por ter conseguido.

Assim que olhei exatamente para o que era eu congelei, meu sorriso morreu
e apenas uma angústia me subiu.

Joguei aquilo para longe e acabei derrubando tudo no chão, Jp entrou na


sala e franziu o cenho.

- O que houve? -ele perguntou olhando para o chão.

- Eu não sei, ela apenas abriu a caixa e a jogou longe segundos depois -Pj
explica.

- Tirem isso daqui! -minha voz saiu mais alta do que o planejado.

- A senhora tem certeza?

- TIRA DAQUI! -gritei, mas me arrependi logo depois.

- Me desculpem só...tirem esse pijama ridículo da minha frente.

Jp pegou o pijama que eu usava e saiu pela porta me deixando sozinha com
Pj.

Olhei para ele que estava sério e vi Dylan aparecer na porta com uma
caneta descansando na orelha e a blusa social enrolada até os cotovelos.

- O que aconteceu? -perguntou.

Ele entrou na sala vindo até mim, ele olhou para Pj que apenas acenou e
saiu porta a fora.
- Bob -digo e ele franze o cenho.

- Ele me enviou uma caixa com o vestido de seda que eu usava para ele -
digo e Dylan suspira- Um entregador veio aqui e...

- O que o entregador estava vestindo?

- Um boné e uma camiseta preta.

Ele tirou o celular do bolso e digitou alguma coisa levando até a orelha.

- Passou um homem de boné e camiseta preta segurando uma caixa a


alguns minutos atrás pela entrada da empresa, procure nas câmeras de
segurança e o identifique.

A outra pessoa respondeu e ele desligou em seguida, olhando para mim.

- Está tudo bem?

- Está, só...essas lembranças que...

Dylan puxou meu braço e me abraçou apertado, respirei fundo enquanto ele
acariciava meu cabelo.

- Tenho gente atrás de Bob, irão pegá-lo mais cedo ou mais tarde.

Concordei e me afastei um pouco apenas para beija-lo, ele beijou a ponta


do meu nariz primeiro e depois me beijou de verdade.

Nos afastamos e ele me deu um sorriso genuíno, que me fez sorrir também.

- Você ainda quer sair está noite? Nós podemos deixar para amanhã se você
quiser.

Neguei e ele concordou, Dylan estava saindo pela porta, mas se virou
novamente para me encarar.

- A minha reunião é às 17:00 então não iremos juntos daqui eu venho te


buscar na empresa assim que eu acabar, tudo bem?

- Sim, senhor -digo me sentando na cadeira.

Ele sorri e sai pela porta enquanto Pj entra na sala assumindo seu posto.
Continuei meu trabalho e almocei com Dylan na sala dele conversando
coisas aleatórias.

Depois do almoço eu voltei para a minha sala, depois de horas eu vi Dylan


vestindo seu terno preto, já eram quase 17:00.

Ele se despediu de mim e andou até o elevador me deixando com um


sorriso idiota nos lábios.

As horas se passaram e nesse meio tempo eu recebi uma ligação de Emy


dizendo que tinha brigado com Caleb e os dois não estavam mais se
falando.

Caleb quer um relacionamento com ela, mas minha amiga não quer nada
sério com ele, pelo menos é o que ela me diz.

Continuei fazendo meu trabalho e acabei indo na sala de Adam duas vezes
para entregar alguns documentos a ele que eu havia esquecido de entregar
mais cedo.

Olhei no relógio da parede e ja eram 18:30, chequei meu celular e tinha


uma ligação perdida de Dylan.

Retornei e ele atendeu no segundo toque.

- Estou dobrando a esquina, me encontre lá em baixo -diz.

- Certo, estou descendo.

Desliguei o celular e peguei minha bolsa, mas minha blusa acabou


prendendo na cadeira, coloquei meu celular e minha bolsa em cima da
mesa e tentei tirar o fio que estava preso.

- Mas que merda -digo irritada.

- Você quer ajuda? -Pj perguntou.

- Sim, você pode pegar aquela tesoura ali -apontei.

Ele foi até a tesoura me entregando logo depois, cortei o fiapo e me


levantei pegando a minha bolsa e ajeitando minha blusa.

Sai da sala com os dois atrás de mim e entrei no elevador com a sensação
de que esqueci algo, dei de ombros e a porta abriu liberando o saguão.
Fomos para fora da empresa e aguardei Dylan lá fora já que o mesmo
estava perto.

Abri minha bolsa e procurei meu celular, mas ele não estava, merda! Eu
esqueci lá em cima.

- Ninguém merece -digo colocando a mão na testa.

- Aconteceu algo, senhora? -Pj pergunta.

- Meu celular, eu o esqueci lá em cima.

Olhei para ele que parecia nervoso, Pj olhou para o irmão e depois me
encarou.

- Porque você não vai pegar o celular lá em cima Jp? Eu fico com ela -ele
diz.

Jp franziu o cenho e olhou para o irmão balançando a cabeça.

- Não posso deixa-la sozinha -rebateu.

- Ela está aqui comigo -ele diz e puxa meu braço.

Mas que porra está acontecendo?

- Eu mesma pego então -digo me soltando do aperto de Pj.

Pj olhou em volta nervoso e tudo aconteceu muito rápido.


Ele me puxou pelo braço mais uma vez, mas agora me colando no seu
peito, ele puxou uma arma da cintura e mirou no irmão que também tirou a
arma no mesmo instante.

- O que você está fazendo Pj? -ele perguntou irritado.

- Meu trabalho -ele diz me puxando.

- Solta ela! Eu não quero atirar em você seu idiota!

- Se você atirar eu atiro nela -ele aponta arma na minha cabeça e eu me


arrepio inteira sentindo o cano da mesma.

- SOLTA ELA! -ele gritou.


- Você é um estúpido Jp, por isso eu não quis te envolver no plano, eu sabia
que você optaria por mantê-la salva.

- Solta ela!

- Abaixa a arma! Eu vou explodir essa linda cabecinha se não soltar essa
merda -ele fez mais pressão com a arma na minha cabeça.

- Não faz isso -sussurrei com os olhos cheios de lágrimas.

- Abaixa a arma, Jp! -ele gritou novamente- Está duvidando?

A arma saiu da minha cabeça apenas para ele apontar para o chão e atirar
perto do meu pé me fazendo dar um pulo de susto.

Jp arregalou os olhos e saiu um pouco da postura, a arma ainda estava


levantada, mas não apontava para nós. Ele me olhava como se perguntasse
se ele tinha atirado em mim.

- Cara, se Dylan Venturelli te encontrar...você será um homem morto.

Pj mirou no ombro do irmão e disparou fazendo a bala atravessar o seu


ombro e sangue manchar seu terno claro, ele levou a mão até o ombro e
gemeu de dor.

- Vou mata-lo primeiro -ele diz e eu tento acerta-lo de algum jeito, mas seu
aperto é forte demais.

- Quieta! Senão eu atiro em você dessa vez -gritou.

Ouvi um barulho de carro atrás de mim e eu jurava que era Dylan, mas não
era, Pj me arrastou até uma espécie de van enquanto eu tentava escapar de
qualquer forma, tentei bater nos países baixos ou pisar no pé, mas nada
funcionou, ele me colocou na van fechando a porta enquanto Jp estava no
chão com sangue saindo do seu ombro.

Olhei uma última vez pela janela quando senti algo forte bater na minha
cabeça me fazendo desmaiar instantaneamente.

Eu havia sido sequestrada pelo meu próprio segurança e eu sabia para


quem ele estava me levando.
67° capítulo
Lisa

Dor.

Eu estava com muita dor na cabeça e tenho quase certeza de que ela está
sagrando.

Abri os olhos com cuidado e a única coisa que eu conseguia focar era em
um painel de carro, olhei para as janelas e eu via as árvores em todo lugar,
mas sem prédios ou casas, parecia ser o meio do nada.

Olhei para a frente e a luz do sol estava no meu rosto, já amanheceu? Fui
levantar minhas mãos para cobrir meu rosto, mas eu não conseguia.

Tinha algemas me prendendo no ferro que fica perto do banco do


motorista, tentei puxar minhas mãos inutilmente, elas faziam um barulho
tão irritante que fez minha cabeça latejar.

- Bom dia, Angel.

Parei de mexer nas algemas rapidamente, eu apenas encarava um ponto


fixo sem olhar para quem estava no meu lado tentando me convencer de
que tudo era um sonho, mas quando eu o olhei e vi aquele sorriso amarelo
que me dava vontade de vomitar eu sabia que aquilo era real.

- Não force muito os pulsos, você vai acabar se machucando.

- Bob, para com isso -digo puxando as algemas com força- Me deixa ir
embora!

Ele riu alto e me lançou um olhar doentio.

- Eu consegui te tirar daquele estúpido, você acha que vou te devolver?


Pensei que fosse mais inteligente do que isso, Lisa.

Olhei para a janela e as cenas de mim sendo sequestrada invadiram minha


mente com força, eu não acredito que Pj tenha traído a confiança de Dylan
e atirado no próprio irmão.
- Como você fez para Pj trair Dylan? Você o ameaçou como sempre faz
quando quer algo? -digo e fico surpresa com a minha audácia.

- Dinheiro, Angel.

É claro.

- Pj é um homem ambicioso, foi bem fácil convencê-lo com duas maletas


cheias de dólares -ele sorriu de lado.

- Você é um estúpido! -digo e logo depois me arrependo.

Bob olhou para mim e cerrou os dentes.

Ele pisou no acelerador e eu pude ver o velocímetro aumentando, ele estava


tão rápido que precisei me segurar nas algemas e encostar a cabeça no meu
braço e torcer para eu não morrer.

- Para com isso! Você vai nos matar.

Ele acelerou ainda mais fazendo uma curva extremamente perigosa, não
tinha ninguém na estrada apenas nós dois e o barulho daquele carro que
ecoava no meu ouvido.

Quando a curva foi feita e o carro ter deixado o rastro dos pneus eu levantei
a cabeça assustada e ele com a respiração ofegante do meu lado.

- Olhe para mim -ordenou.

Eu estava olhando para a janela e me recusava a encara-lo para dar a


satisfação de me ver assustada.

- Eu disse para você olhar para mim, porra!

Bob puxou meu cabelo me fazendo gemer de dor o apertando mais forte
quando me ouviu.

- Aí está -ele diz e pega na algema- O olhar assustado.

Ele apertou minhas mãos até as machucar dentro da algema me fazendo dar
um pulo do seu aperto, ele soltou meu cabelo e logo depois minha mão
enquanto eu o encarava com ódio nos olhos.

- Espero que tenha se despedido do seu noivo, porque agora -deu partida no
carro- Você não o verá mais.
Ele começou a dirigir novamente e eu fechei os olhos sentindo cada
milímetro do meu corpo apavorado.

- Para onde você está me levando? -perguntei com a voz baixa.

- Para a minha casa.

Para casa dele? Pensei que ele fosse me levar para um galpão abandonado
ou esses lugares que sequestradores sempre levam suas vítimas, mas
estávamos falando de Bob, é claro que não seria nada disso.

- Minha casa é um verdadeiro refúgio, os únicos que sabem que ela existe
são meu filho e eu.

- Você tem filhos? -perguntei encolhida.

- Somente um, mas ele está tentando salvar a prostituta da mãe dele.

Como Bob tem filhos? Quando ele estava com Elisa eu nunca soube de
algum filho que eles viessem a ter.

- Não é de sangue -ele diz e eu o encaro- É de criação, o criei por 25 anos


como se fosse o meu filho, antes de Elisa ou de você eu já o tinha.

Bob apertou as mãos no volante e me encarou.

- A mãe era uma prostituta e deixou o moleque na primeira porta que


achou, o criei do meu jeito, mas escondido de Elisa. Não queria que ela o
criasse com toda aquela bondade de merda que ela tinha.

- Você é doente -sussurrei, mas ele não me ouviu.

- Ainda é fascinado pela mãe que o abandonou, se eu pudesse ter evitado


dele a reencontrar eu faria sem pensar, se eu a matasse seria bem, mas fácil.

Ele deu um sorriso diabólico e eu rápido me senti enjoada, mas minha


mente focou em outra coisa.

- Porque você está me levando para sua casa?

Eu nem sei porque eu estava fazendo perguntas ao meu sequestrador, mas


no fundo da minha mente eu pensei que talvez saber essas coisas poderiam
ser úteis caso eu tenha uma chance de escapar.
- Onde eu moro não tem pistas para aviões pousar ou barcos para navegar,
a única opção é ir de carro. As estradas são vazias apenas com alguns
hotéis de quinta categoria, ninguém acharia você.

Respirei fundo.

- Você ficará comigo, Angel. Mas dessa vez...você não vai embora.

Engoli em seco e apertei meus dedos fortemente, eu não consigo acreditar


que vai acontecer tudo de novo, Meu Deus! Eu nunca me senti tão vazia
como estou me sentindo agora.

(...)

Ele estava dirigindo por horas e cada vez que eu via um hotel eu tentava
fazer algum aceno com a cabeça ou gritava para que alguém me visse, mas
sem sucesso, Bob apenas ria de mim e depois revirava os olhos.

- Os vidros são fumês, ninguém pode ver você e não vão te escutar.

Eu sei que isso é um pouco inútil porque mesmo que me vissem não teriam
como parar Bob em um carro com velocidade um pouco alta, mas a
esperança é a última que morre.

- Foda-se, eu vou continuar fazendo de tudo para escapar de você -digo e


ele me olha com raiva.

- Espero que lembre do nosso ritual porque hoje eu vou tirar o atraso de 5
anos sua vadia - ele disse irritado.

Ficamos em silêncio e a todo minuto eu sentia como se ele fosse um


predador prestes a dar o bote.

- Como você colocou câmeras e escutas no meu apartamento? -perguntei.

Eu não estava mais aguentando aquele filha da puta olhando a cada cinco
segundos para os meus peitos e suspirar frustrado, se eu começasse a puxar
assunto talvez ele foque em outra coisa.

- Conheço pessoas que são ótimas nessas coisas, só esperei você e a aquela
maluquinha da sua amiga sair do apartamento para colocá-los.

Suspirei.

- Desde quando? -perguntei.


- Um pouco antes de vocês viajarem para Chicago.

- Como me achou? -Perguntei e ele olhou para mim dando um sorriso


patético depois.

- Eu sabia que não poderia te ter enquanto você estava na faculdade, depois
que ela acabou eu procurei por você, mas já tinha perdido seu paradeiro. A
polícia não sabia que eu estava vivo e você também não, eu era
praticamente um fantasma, mas aí eu te vi com ele e foi assim que eu te
achei... fiquei muito irritado e decidi vir atrás de você para pegar o que me
foi tirado a 5 anos atrás -ele parecia um louco quando dizia aquilo.

- Depois que Elisa morreu eu fiquei meses em uma casa abandonada


tentando me recuperar dos ferimentos, mas eu precisava fazer parecer que
eu estava morto então eu tirei isso aqui e coloquei em Simon.

Bob levantou a mão direita e faltava seu último dedo. Puta merda!

- O cara até hoje é dado como desaparecido, mas todos pensam que ele está
morto.

- Isso é impossível -digo não acreditando.

- O corpo estava queimado e a única coisa que pode destruir o DNA é o


fogo -ele começou- Mas por incrível que pareça havia uma parte do corpo
de Simon que não estava queimado.

Ele mexeu na mão direita e sorriu para mim.

- Foi uma ótima saída.

Ele riu alto e eu apertei meus dedos fortemente, ficamos em silêncio


novamente, mas dessa vez ele o quebrou.

- Você gostou do meu presente?

Perguntou me tirando do meu pensamento de quebrar toda as suas costelas


se eu tivesse chance.

- Não.

- Não? Pensei que você ia sentir uma maravilhosa nostalgia.

- Vai se foder.
Ele parou o carro tão rápido que fez meu corpo ir para frente, esticou o
braço para pegar algo no banco de trás e logo eu vi que era uma corda
amarrada em estilo de cordão.

Ele colocou a corda no meu pescoço a apertando com força me fazendo


engasgar e sentir falta de ar.

- Se você disser isso mais uma vez eu te mato enforcada aqui mesmo e
depois me mato, você entendeu?

Balancei a cabeça em concordância e tossi um pouco antes dele se afastar e


voltar a dirigir como se nada tivesse acontecido.

O celular dele começou a tocar e ele me olhou rapidamente antes de


atender.

- Fala -ele diz enquanto minhas mãos estão no meu pescoço.

Enquanto ele ouvia a outra pessoa falar eu procurei pelo carro alguma coisa
que pudesse me ajudar a tirar essas algemas, fiquei a ligação inteira
tentando achar algo e bufei irritada quando não consegui, olhei para o meu
reflexo na janela e meus olhos foram até a presilha que tinha no meu
cabelo, Porra, é isso.

Não é como se eu soubesse usar para abrir uma algema, mas não custa
tentar.

A peguei rapidamente sem ele perceber e alguns minutos depois ele


desligou com um sorriso no rosto.

- Parece que o seu noivo está cuspindo fogo.

Suspirei derrotada, Dylan deve estar fazendo até o impossível para me


encontrar e espero que ele consiga.

- A polícia está atrás de você e não duvido que o FBI também esteja -por
um momento meu peito se encheu de esperança, mas ele acabou com ela
segundos depois.

- Uma pena que seja em vão, quase ninguém conhece esse lugar.

- Onde fica essa casa Bob?

Ele sorriu para mim.


- Longe, demora horas até chegar.

Olhei pela janela e uma lágrima escorreu pelo meu rosto, em apenas
algumas horas Bob tentou me matar duas vezes.

Não sei o que vai acontecer nas próximas horas, mas eu espero sair viva.
68°capitúlo
Lisa

- Preste atenção, eu vou colocar gasolina no carro, se você fizer alguma


gracinha eu vou colocar fita na sua boca e prender seus pés também, você
me entendeu?

Bob estava dirigindo enquanto dizia isso, ainda estávamos na estrada e ele
teria que parar o carro para pôr combustível, acho que fazer aquela
estupidez de acelerar o carro só fez o idiota perder gasolina.

- Tudo bem.

Ele assentiu e entrou no posto de gasolina que tinha uma pequena


conveniência quase abandonada, ele tirou o cinto e chacoalhou minhas
mãos na intenção de saber se eu realmente estava presa, quase eu solto o
grampo, mas consegui o segurar a tempo.

Bob saiu do carro indo até a máquina para colocar a gasolina e eu


rapidamente tentei me soltar daquela merda, os vidros eram escuros então
ele não me veria e consequentemente ninguém também me veria.

Ouvi um barulho de carro se aproximando e parar ao lado do nosso para


abastecer, Bob os cumprimentou normalmente, quem estava no volante era
um homem de mais ou menos uns 40 anos com uma mulher do lado que eu
creio que seja a esposa.

Tentei tirar aquela algema mais rápido possível mesmo não sabendo o que
eu estava fazendo, suspirei frustrada. Coloquei o grampo na boca e me
inclinei na porta forçando o grampo no botão até a janela abaixar.

Coloquei de volta na mão quando consegui.

O homem ainda estava no carro parecendo procurar alguma coisa até que
comecei a gritar como uma louca.

- Socorro! Me ajudem por favor, ele me sequestrou!

Chamei a atenção deles, Bob arregalou os olhos quando me viu e olhou


para o casal em seguida atento.

- Por favor! Sou Lisa Morris, fujam e chamem a polícia -gritei alto.
Voltei a tentar me livrar daquilo enquanto o casal estava aparentemente
confuso, mas rápido ligou o carro novamente, continuei tentando até
conseguir me soltar. Bob tirou uma arma da cintura e apontou para eles.

Abri a porta do carro e saí correndo, mas antes gritei para eles fugirem.
Comecei a correr na direção oposta de onde o casal estava e ouvi Bob gritar
irritado, ele apontou a arma para mim e depois voltou para o casal, eu sabia
que ele viria atrás de mim e assim eles conseguiriam fugir.

Quando ele apontou para mim novamente o homem pisou no acelerador e


arrancou com o carro como uma bala, Bob ainda disparou no carro, mas
eles já estavam longe fazendo a tentativa ser inútil, ouvi passos e eu sabia
que ele estava bem atrás de mim.

- Merda, Lisa!

Comecei a chorar compulsivamente enquanto eu corria.

Olhei brevemente para trás e vi e Bob se aproximando cada vez mais.


Tentei entrar na floresta, mas as mãos dele me agarram e me jogaram no
asfalto fazendo com que eu caísse no chão.

- Sua estúpida! -ele chutou minha barriga me fazendo ficar sem ar.

- Eu disse para você não fazer nenhuma gracinha -ele se abaixou e subiu
em cima de mim prendendo meus braços acima da minha cabeça.

- Por favor...me deixa ir embora, você vai me matar Bob, eu sei que vai -eu
disse chorando.

- Eu vou te matar -ele rasgou minha blusa- Mas antes disso acontecer, eu
vou me satisfazer, Angel.

- Não, não por favor!

Ele riu antes de levantar minha saia e rasgar a minha calcinha.

- Tentando chamar ajuda com desconhecidos? Você precisa ser castigada.

Ele abriu a fivela da calça dele e a puxou para baixo.

- Não! Bob, por favor, por favor! Eu me rendo a você, eu me rendo a você.

Ele parou imediatamente e me encarou com a sobrancelha levantada.


- Não vou mais tentar fugir ou lutar contra, serei sua até que não me queira
mais, só não faça isso aqui no meio da pista.

Era óbvio que estava mentindo! Eu nunca iria parar de lutar, por agora eu
precisava tirar ele de cima de mim e rezar para o casal ligar para a polícia,
para isso eu preciso estar viva e fingir ser dele para ter mais liberdade.

Ele agarrou meu pescoço com as mãos e se aproximou do meu rosto.

- Se você estiver mentindo eu mato você na primeira oportunidade, eu


quero você inteira para mim então nem pense em fazer isso que acabou de
acontecer, você não quer morrer, não é?

Balancei a cabeça negando já que não conseguia falar com as mãos dele
apertando meu pescoço.

- Boa menina, vou levantar você agora e vamos embora. Essa cena apenas
me deixou ansioso para estar dentro de você -ele largou meu pescoço-
Você vai se entregar a mim por livre e espontânea vontade?

- Sim.

Claro que não seu idiota!

- Ótimo.

Ele se levantou e ajeitou a calça, me tirou do chão me puxando pelo braço


até o carro, olhei em volta e já estava escurecendo.

Entrei dentro do carro e ele entrou em seguida, Bob ia colocar as algemas,


mas eu o impedi

- Isso não é mais necessário -digo e ele revira os olhos.

- Me dê a porra das mãos.

- Bob, eu não vou fugir eu já te disse.

- Não me interessa, me dê as mãos.

- Não vou fazer isso, eu já sou sua novamente e isso só vai me machucar
antes de você me ter de verdade, você não me quer inchada ou com
hematomas nos braços, não é? Aposto que se quisesse algumas marcas no
meu corpo você mesmo teria que causa-las.
Digo me aproximando dele o encarando com um olhar intenso. Mas por
dentro eu estava com tanto nojo que sentia meu estômago embrulhar.

Você é uma mulher forte, você mulher forte -repeti mentalmente.

- Se você quer me algemar que seja na cama -digo me segurando para não
revirar os olhos.

Ele sorriu e puxou meu braço atacando minha boca em um beijo nojento,
sua boca invadiu a minha enquanto eu apertava meus olhos com força para
não o afastar.
Depois que ele se afastou de mim eu dei o sorriso mais falso da minha vida
e ele jogou as algemas no banco de trás.

Suspirei aliviada e assisti ele dar partida no carro.

(...)

Estava chovendo!

Já estava escuro e a pista estava muito molhada e escorregadia, o único


som que se escutava era do para brisa limpando o vidro do carro.

- Merda! Merda! Merda! -ele batia no volante frustrado.

- O que houve? -pergunto.

- Não vamos conseguir chegar, a pista está escorregadia demais, vamos


sofrer um acidente se continuarmos.

Ele apertou o volante e olhou para mim.

- Vamos ficar em um hotel até a chuva passar.

Acenei em concordância e vi uma ótima chance aparecer para mim


novamente, mas fiquei apavorada também porque era um hotel, ele vai
abusar de mim.

Ele dirigiu por mais alguns minutos e chegamos até o lugar com o nome
"Marquise Motel".

Bob estacionou o carro o desligando em seguida e se virou para mim.

- Vou alugar o quarto, não saia daqui.


Acenei e quando ele ia sair do carro se voltou para mim novamente e pegou
a corda que estava no banco de trás e amarrou meus braços e pernas no
banco do carro riscando da minha lista a minha tentativa de fugir agora
mesmo.

Ele foi a até a recepcionista por baixo de chuva e ficou lá por longos
minutos.
Minha mente começa a imaginar o que vai acontecer em seguida e a
imagem de Bob me estuprando no quarto de um hotel me deixa angustiada.
Como eu sei que ele vai me querer completamente entregue eu preciso
fazer parecer que estou indisposta.

Encosto a cabeça no banco e finjo dormir rezando para que ele caia nessa,
Bob nunca tocou comigo desacordada, apenas Simon fazia isso as vezes,
mas ele não. Bob sempre quis me ouvir gemer de dor ou olhar no fundo dos
meus olhos.

Depois de minutos ouço ele entrando no carro e faço minha melhor


interpretação do sono, percebo seu olhar em mim e um suspiro sair da sua
boca, Caralho! Ele caiu.

Bob saiu do carro novamente dando a volta, eu o vi pegar uma blusa no


porta malas e vir até mim que rápido fechei os olhos novamente. Bob
desfez as cordas do meu pé e me carregou para fora do carro colocando a
blusa na minha cabeça cobrindo minhas mãos amarradas.

Fomos até o quarto que era de frente para a recepção.

- Estão em lua de mel? -a recepcionista pergunta.

- Quase isso -Bob responde e ela ri desejando felicidades a nós dois.

Revirei os olhos por de baixo da blusa e me segurei para não fazer o que fiz
no posto de gasolina porque agora Bob me mataria, mataria a recepcionista
e todos que estão nesse hotel de estrada.

Ele entrou no quarto e me colocou na cama tirando a blusa e desamarrando


as cordas dos meus pulsos, ele tirou minha blusa rasgada me deixando só
de sutiã e saiu pela porta, espiei o quarto rapidamente antes dele voltar com
uma mala e colocar em cima da cama tirando uma blusa de dentro e colocar
em mim.

Suspirou tirando as roupas e se trocando enquanto deitava do meu lado.


Bob respirou fundo e eu sabia que ele estava me encarando.

Um resmungo soou e logo depois ele começou a falar.

Mas não era qualquer coisa que ele estava falando, Bob estava me contando
o que havia acontecido naquele incêndio a 5 anos atrás.
69° capítulo
Lisa

Eu não fazia ideia do porque ele estar me contando isso agora, eu jamais
vou entender esse homem.

- No dia que você foi para a faculdade foi um dos piores dias da minha
vida, Angel. Eu perdi você e Elisa descobriu sobre o que eu fazia com a
filhinha dela.

Ela descobriu!
Me virei de costas para ele e me aconcheguei na cama colocando uma
palma da mão na minha bochecha.

- Você está acordada?

Fiquei em silêncio e esperei ele continuar quando percebesse que eu estava


entre aspas dormindo.

Ele suspirou e se mexeu um pouco antes voltar a falar.

- Ela descobriu na noite antes de você ir embora, a última vez que eu tive
você foi quando ela descobriu. Ela nos espiou pela porta e viu você lutando
contra mim enquanto eu me enterrava em você -Uma lágrima caiu do meu
rosto- Eu a vi naquela noite, mas deixei ela apreciar o show, quando eu
acabei a vi deitada na cama e me deitei ao lado dela, ela devia pensar que
eu não a tinha visto naquela noite, mas ela estava errada.

Percebi ele curvar uma perna e começar a rir.

- No terceiro dia que você não estava mais lá eu voltei para casa e a mulher
estava com uma arma me esperando na cozinha, dá para acreditar? O fogão
estava fedendo a gasolina e eu sabia que ela iria botar fogo naquilo e matar
nos dois.

- Nós discutimos por longos minutos, eu nem sei como ela arranjou forças
para me enfrentar, mas a filha da puta atirou em mim acertando meu ombro
em cheio, provavelmente mirando na minha cabeça, mas errou, Elisa
sempre teve péssima mira.

- Só que...Simon veio visitar o velho amigo especialmente naquele dia e o


viu no chão sangrando com a esposa apontando uma arma para ele. Simon
foi até ela e quase leva um tiro também antes de conseguir tirar a arma da
sua mão.

Respirei fundo.

- Ela continuou lutando até conseguir pegar a arma dele de novo e apontar
para o fogão, eu me levantei rápido e me joguei pela janela quando ela
disparou, a casa explodiu no mesmo instante matando os dois que estavam
lá dentro.

Me segurei para não soluçar enquanto ele falava o que aconteceu com a
única mulher que me ajudou de verdade.

- Ela queria vingar você, Angel. E por pouco conseguiu, mas eu ainda
estava vivo, o único que ela matou foi Simon -ele respirou fundo- Ela
realmente amava você e eu a conheço suficiente para saber que ela me
mataria se me visse de novo.

Acabei dando um soluço alto demais e ele se inclinou na minha direção.

- Você está acordada não é, Angel?

Ele puxou meu corpo e me encarou.

- Abra a porra dos olhos se não quiser que eu estupre você como da
primeira vez -diz irritado.

Abri os olhos lentamente e ele subiu em cima de mim.

- Não era para você ter escutado, Lisa. Eu pensei que você estivesse
dormindo.

Ele diz olhando para o meu corpo e logo depois para a minha boca.

- Era para você ficar com a ilusão de que você tenha a matado e não ela ter
tentando se vingar por você, doce e amorosa Elisa.

Ele se esfregou em mim e foi subindo a minha blusa, eu estava abalada


pelo o que ele acabou de me dizer que nem conseguia formular palavras.

- Eu não fiz nada com ela, ela fez comigo. Elisa me deu uma cicatriz que
toda vez que eu olho eu me lembro de como ela te defendeu com unhas e
dentes, aquele dia foi o único que eu a achei sexy de verdade.

Ele sorriu para mim e eu levantei o queixo para enfrente-lo.


- Você é um filha da puta doente que vai queimar no inferno -digo com
tanta frieza que até eu me assusto.

- Cala essa boca! -ele me deu um tapa forte e senti minha bochecha arder
logo depois.

- Eu já disse, se você morrer eu também...

Ele parou assim que ouviu um barulho vindo do lado de fora, ele saiu de
cima de mim rapidamente e foi até a janela que tinha luzes coloridas
invadindo a pequena brecha.

- Merda!

Ele corre até mim e me puxa pelo braço me machucando, Bob abriu a porta
e correu até o carro, uma luz branca veio do céu e eu olhei para cima vendo
um helicóptero sobrevoando o hotel, sorri de felicidade, o casal conseguiu.

Ele me jogou dentro do carro e começou a dar ré para sair dali, mas 3
carros da polícia apareceram o cercando.

- Você está cercado! -um policial gritou no megafone.

- Lisa? Amor? -Ouvi a voz dele e meu peito se apertou.

- Dylan -me inclinei para frente tentei olhar para fora, mas Bob me
empurrou para o banco de volta.

- Está tudo bem, baby. Vamos salvar você.

Ouvi o homem ao meu lado bufar irritado.

Bob olhou para os lados e viu uma pequena brecha e acelerou conseguindo
se desviar dos policiais e voltar a estrada, ele pisou no acelerador e assim
começou a perseguição, a chuva já tinha parado, mas as pistas ainda
estavam molhadas dificultando a direção de Bob e dos policiais.

Ficamos longos minutos naquilo e o olhar dele era tão assustador que me
fazia arrepiar inteira.

- NÃO! NÃO! NÃO!

Ele batia no volante enquanto pisava fundo no acelerador.

- Bob, se entrega por favor, eles já acharam a gente não temos para onde ir.
Ele me olhou com tanto ódio que pensei que ele fosse me matar ali mesmo.

- Você quer voltar para ele, não é? Para o seu noivinho de merda.

- Bob...por favor, para o carro.

- Cala a boca! A culpa é toda sua -ele limpou o nariz com a costa da mão.

- Se eu não posso ter você -ele olhou para frente- Então ele também não
pode.

Bob pisou no acelerador e começou a dirigir na direção de uma árvore


enorme.

- O que você está fazendo? Você vai nos matar -ele olhou para mim e foi
até o meu quadril tirando meu cinto de segurança.

Arregalei os olhos e quando eu estava tentando botar o cinto de volta


percebi que naquele carro não tinha airbag do meu lado apenas do dele,
senti o carro colidir e minha cabeça bater me fazendo desmaiar
imediatamente.
70° capítulo
Dylan.

- Se acalme, assim você não vai conseguir resolver nada!

Meu irmão gritava para mim, mas eu estava quase dando um soco no seu
rosto.

Eu estava morrendo por dentro, Lisa havia sido levada pelo próprio
segurança e eu não fazia ideia para onde, a única coisa que eu sabia era que
Pj já era um homem morto.

Quando eu vi Jp caído no chão e sagrando eu rapidamente liguei para 911


para socorre-lo, conforme ele me contava o que tinha acontecido com ela a
única pessoa que vinha na minha cabeça era ele. Só podia ser ele.

- Cara, nós vamos achá-la, mas você precisa se acalmar -Peter diz.

Estávamos no meu apartamento e já estava escurecendo de novo, Nathaniel


e as meninas também estavam aqui, Jon estava vindo nos encontrar depois
que soube do que aconteceu.

- Toda Nova York sabe que ela foi sequestrada, alguém alguma hora vai
vê-la -disse Rubi.

Eu andava de um lado para outro extremamente puto! Adam achou melhor


colocar nos jornais e qualquer meio de comunicação que Lisa havia sido
sequestrada porque assim as chances de encontrá-la seriam multiplicadas.

- A polícia já está a par de tudo, e já acharam aquele segurança -Disse Nate.

Algumas horas depois que Lisa foi sequestrada eu mandei a porra da


polícia inteira e alguns detetives para encontrar Pj, o filha da puta estava
saindo do país quando o pegaram.

Adam e Peter apenas arrancaram dele com quem ela estava confirmando
meu pensamento, Lisa estava com o cara que a estuprou diversas vezes e eu
não posso fazer caralho nenhum, passar mais uma noite sem ela chega a ser
sufocante.

- Eu preciso saber onde ela está...eu preciso...


Coloquei a mão no rosto e me segurei para não chorar na frente deles, meu
peito doía tanto que eu pensei estar fazendo algum tipo de cirurgia sem
anestesia.

- Ela vai voltar para você Dylan, eu conheço minha amiga e eu sei que ela
não vai desistir tão fácil -disse Emily.

Ela se aproximou e alisou minhas costas, Rubi se aproximou parando ao


lado dela e me dando um olhar encorajador.

- Ela é forte, a mulher é dura na queda -Adam diz e se aproxima de mim


parando do meu outro lado seguido de Peter que me confortou também.

- Ela já é parte da família, vamos encontrá-la porque nunca desistimos de


um Venturelli -disse Nathaniel.

Ele andou até nos 5 e também me deu o olhar encorajador, olhei para eles e
senti menos mal, eles são ótimos amigos.

- Obrigado por estarem aqui comigo -digo e eles concordam.

- Não podíamos deixar você sozinho -Adam diz.

- E queremos ver quando ela estiver em casa sã e...

O meu telefone interrompeu Emily e eu rápido corri até ele para atender.

- Dylan

- Sr. Venturelli, temos uma pista sobre sua noiva -Meu coração acelerou-
Um casal estava de viagem para fora de Nova York quando parou para
abastecer e viu sua noiva aos gritos com um homem.

- Onde?

- O endereço já foi enviado para o seu celular, eu imaginei que o Senho iria
querer ir e me adiantei.

Meu peito se encheu de esperança e cada segundo que passava eu sentia


minha respiração ficar desconcertada.

- Estamos perdendo tempo então -digo e o homem do outro lado suspira.


- Bom, começou a chover recentemente e agora temo que não seja uma boa
ideia você ir conosco, somente pessoas treinadas para isso estarão em busca
dela.

- Eu vou com vocês -digo convicto.

- Me desculpe Sr. Venturelli, mas você não po...

- Eu realmente não estou ligando para isso no momento, eu vou com vocês
pegar a minha noiva de volta e ninguém vai me impedir -digo e ele suspira.

Desliguei o celular e andei até o sofá.

- Ei! Dylan! Porra, explica -Adam gritou e rápido me virei.

- Um casal a viu e ligou para a polícia, eu estou indo busca-la.

Escutei as meninas respirarem aliviadas enquanto eu colocava o blazer que


estava no braço do sofá e Peter veio até mim.

- Onde ela estava? -perguntou.

Peguei meu celular e coloquei no endereço o entregando para que ele lesse.

- Pode demorar para chegar -ele diz.

- Foda-se Peter, eu preciso ir atrás dela.

Me viro para sair, mas ele segura meu braço.

- Mas que merda!

- Como eu estava dizendo, vai demorar até chegarem, então eles podem
pegar meu helicóptero -ele diz e me solta.

- Ele tem razão Dylan, se eles fossem com o helicóptero os logos minutos
seriam reduzidos, vão conseguir alcança-los, a chuva não está muito forte -
Adam diz.

Eles têm razão.

- Onde ele está? -perguntei.

- Me dê 5 minutos
Peter diz tirando o celular do bolso e se afastando.

Eu vou atrás dela, custe o que custar.

As meninas se sentaram no sofá e eu vi Emily chorando e Rubi a


confortando parecendo bastante abalada.

Adam veio até mim e cruzou os braços.

- Eu não sei o que esse cara fez para ela, mas coisa boa não foi,
então...quando você o ver me prometa que vai desfigurar a cara dele.

Concordei já imaginando quando eu pôr as mãos naquele cara, ninguém vai


me tirar de cima dele quando seu rosto estiver sujo de sangue.

Respirei fundo e liguei para o homem que estava à frente sobre o sequestro
de Lisa, o informei que tínhamos o helicóptero disponível.

Peter se aproximou de nós e pegou o celular do meu ouvido, ele estava


informando a localização do helicóptero e me devolveu o celular em
seguida.

- Estou chegando -digo antes de desligar.

Olho para eles que acenaram com a cabeça e andei até porta, mas os dois
gritaram me impedindo.

- Nós vamos com você -Adam diz.

- É cara, você achou que ia sozinho? -pergunta Peter.

- Vamos, você fica indisciplinado sem a Lisa por perto -Adam diz
brincando.

- Ei! E nós duas? -pergunta Rubi.

- Nem fodendo -Adam diz e Rubi levantou uma sobrancelha.

- Nossa amiga está com um monstro e precisamos dar apoio a ela também -
Diz Emy.

- Não acho que seja uma boa ideia -Nate diz- Eu irei ficar aqui com vocês e
aquele amigo dela está chegando aqui, não é? vocês precisam conforta-lo e
explicar o que está acontecendo.
As duas respiram fundo e por fim acenam relutantes.

- Só traga ela de volta -Emy pede olhando para mim.

Eu acenei e nós três andamos na direção da porta para ir ao encontro do


detetive e ir buscar minha baixinha.

(...)

A chuva já tinha cessado e os polícias dirigiam com maestria na pista


molhada, se eu estivesse dirigindo esse carro provavelmente já teria matado
todo mundo.

Peter e Adam estavam ao meu lado, o detetive no banco do motorista e o


homem que era acostumado a dirigir por pistas perigosas ao seu lado.

Eu olhava em volta e a única coisa que eu via era árvores e algumas luzes
que eram de hotéis de quinta, o canalha a arrastou para o meio do nada.

Ouvi um barulho e vi o detetive falar com uma espécie de rádio, pareciam


ser coordenadas.

Ele falou com motorista que apenas acenou e depois olhou para mim.

- O casal detalhou o carro que eles estavam e o mesmo está estacionado na


frente do Marquise Motel, só podem ser eles.

Acenei apertando meus punhos.

- Quanto tempo até chegarmos lá? -Peter pergunta.

- Cerca de 10 minutos -respondeu.

- 5 minutos -corrigiu o motorista e pisou fundo, o agradeci mentalmente.

As ruas ainda estavam escorregadias e eu podia ouvir o barulho do


helicóptero se aproximando, eu pensei que o helicóptero chegaria mais
rápido, mas os polícias conseguiram o alcançar. Agora éramos três carros
de policias e um helicóptero acima de nós.

De longe eu pude ver a grande placa escrito "Marquise Motel" e suspirei.

O detetive falou novamente no rádio.


- O alvo está a cerca de 1 metro, preparam-se para uma possível
perseguição.

Outros homens responderam e eu percebi que ele estava falando com os


outros dois motoristas

Fomos nos aproximando e foi quando eu a vi.

Meu coração se encheu novamente apenas por saber que ela está viva, ela
olhou para cima e viu o helicóptero e um sorriso brotou nos seus lábios,
mas morreu assim que o homem a jogou dentro do carro e entrou em
seguida, nós o cercamos e o detetive falou com ele por um megafone.

Puxei o megafone da sua mão e falei com ela, mesmo sabendo que não
obteria resposta, quando falo que iria salvá-la o tal Bob conseguiu sair de
onde estava por uma pequena brecha e entrou na estrada.

O detetive gritou e os três carros começaram a segui-lo pela estrada, aquela


perseguição durou minutos, meu peito batia freneticamente.

Meus olhos seguiam cada movimento daquele carro.

Quando tudo aconteceu muito rápido, o carro que eles estavam se


direcionou para fora da pista e bateu em uma árvore enorme, quando eu vi
o carro sendo estraçalhado eu não contive um grito de desespero.

Eu respirava com dificuldade quando o nosso carro parou a alguns metros


de distância, o helicóptero se posicionava para pousar ali mesmo.

Desci do carro rezando para que ela não tenha morrido, ela não pode
morrer!

O vento se tornou intenso por conta do helicóptero e vi ele pousar, algumas


pessoas vestidas de branco saírem do mesmo com uma maca amarela.

Respirei fundo e comecei a andar até ela, mas ouvi um barulho de porta
sendo aberta, era Bob.

Ele saiu do carro com dificuldade se jogando no chão, os pingos de chuva


começaram a cair novamente e a raiva foi instalada em mim.

Ele se levantou e seus olhos se fixaram nos meus, apertei o punho quando
vi ele sorrir de lado.
Ele andou até entrar na estrada novamente e parou ficando de costas para as
pessoas que a ajudavam, era como se ele fosse me impedir de chegar até
ela.

As pessoas a tiraram do carro e vi que ela estava inconsciente, desviei meu


olhar para ele e travei o maxilar.

Bob não parecia que tinha acabado de sofrer um acidente, e quando ele fez
um sinal me chamando eu sabia que iria desfigurar todo o seu rosto.

Comecei a andar e fui tirando meu terno lentamente o jogando no chão.

Ouvi o detetive falar comigo, mas apenas ignorei.

- Dylan! Volte! -o detetive gritava.

- Deixe-o -ouvi a voz de Adam.

Eu sabia que todos os policiais que estavam ali tinham armas potentes
apontando para nós dois, mas eu não me importo.

Fui me aproximando e ele começou a andar até mim, quando estávamos


perto o suficiente ouvi a sua voz ecoar nos meus ouvidos e sentir os pingos
finos da chuva molhando meu corpo.

- Olha se não é o riquinho de nerd...

Não o deixei terminar quando dei um soco tão forte no seu rosto que ouvi
algo se quebrar.

A raiva começou a me dominar por completo e só aumentou quando ouvi


ele rir, o peguei pela camisa e comecei a soca-lo com toda minha força
enquanto ele gemia de dor.

Ele conseguiu me empurrar e nesse vacilo ele deu um soco no rosto, ouvi
as armas fazerem um barulho, mas sem disparar, Bob deu uma joelhada na
minha barriga e logo depois no meu rosto, apoiei a mão no chão para me
firmar enquanto ele limpava o rosto com a mão esquerda.

- Eu disse a ela, Dylan. Se eu não posso tê-la então você também não pode
e agora ela está morta.

O encarei me levantando.
- Aí que você está errado, Bob -puxei as mangas da blusa para cima- Quem
não pode tê-la aqui é você.

Ele estreitou os olhos e veio para cima de mim, agarrei seu punho quando
ele levantou e soquei seu rosto em seguida, ele se inclinou e aproveitei para
dar uma joelhada na sua cabeça e jogá-lo no chão, ele cuspiu sangue e eu
me aproximei e continuei a soca-lo, o rosto de Bob estava ensanguentado,
mas as suas mãos ainda tentavam me impedir, a chuva caia sobre nós
enquanto eu o batia sem dó, parecia cena digna de filme.

- Para! Para! -ele sussurrou fraco.

Dei um último soco antes de me afastar, minha respiração estava bastante


desregulada e Bob levou as mãos ao rosto assim que parei.

- Não vou matar você, Bob -ele tirou a mão do rosto- Vou deixar a cadeia
fazer isso, você vai saber como é ser estuprado por alguém.

Olhei para ele que continuou deitado no chão tossindo sangue enquanto eu
me levantava.

- Deveria me matar -ele disse olhando para o céu- Se eu sair da cadeia eu


vou atrás dela de novo e de novo, ela nunca vai se livrar de mim.

Me agachei na sua frente e lancei meu olhar assustador.

- Eu disse que eu não ia te matar -ele me encarou- Mas outra pessoa vai.

Agarrei sua camisa o levantando e olhando no fundo dos seus olhos.

- Você é um ser insignificante e eu tenho certeza que a cadeia não chega


aos pés do que você realmente merece.

Seu olhar frio se desfez e deboche era visível nos seus olhos.

- Mas eu não quero ir preso por matar você, eu quero estar ao lado dela
para dar a notícia que você vai apodrecer na cadeia.

Seu olhar debochado se desmanchou.

- Vai se foder! -ele gritou.

- Aproveite sua estadia na prisão seu filha da puta.

O soquei pela última vez e vi ele voltar para o chão onde é o lugar dele.
Os policiais se aproximaram apontando as armas na sua direção e Bob
levantou as mãos em forma de rendição.

Procurei e a vi com uma espécie de tubo no rosto sendo colocada no


helicóptero, corri na sua direção e vi alguns cortes no seu corpo e marcas
no seu pulso e pescoço, ela pareceu ter batido a cabeça com muita força.

- Ela vai ficar bem, não é? -perguntei para o homem vestido de branco à
minha frente.

- Precisamos ir para o hospital agora, você vai com ela?

Olhei para o lado onde Bob estava sendo algemado enquanto seu rosto
estava desfigurado, vi ele entrando no carro de polícia e Peter e Adam
acenaram para mim.

Concordei com a pergunta do homem e os ajudei a colocar a maca no


helicóptero de Peter, me sentei ao lado dela e senti algumas lágrimas
molharem o meu rosto.

Ela estava viva.

Eu não via a hora de olhar nos seus olhos para dizer que tudo iria ficar bem
e que agora ela estava em segurança de verdade.
71° capítulo
Dylan

- Senhor, você não pode entrar aqui!

Uma enfermeira dizia enquanto eu tentava passar por ela para chegar até
Lisa que estava do outro lado da sala sendo examinada.

- O caralho que eu não...

- Dylan! -ouvi a voz do meu primo me chamar e me virei rapidamente.

- Senhor, o médico voltará com mais notícias sobre a paciente, mas por
agora você precisa sentar e esperar.

Ela dizia isso enquanto Nathaniel se aproximava com Emily, Rubi e Jon do
lado.

- Cadê ela? Ela está bem? -Emy pergunta olhando para a enfermaria.

- Ela está sendo examinada, por favor, vocês não podem vê-la agora -a
mulher dizia irritada.

Fechei os olhos e passei a mão no rosto.

- Vem, vamos sentar -Nate diz.

Ele me puxa pelo braço nos levando até a sala de espera, me sentei no
banco atordoado e coloquei os cotovelos na minha perna com as mãos na
cabeça.

Eu estava destruído, meu peito estava cheio de medo e ansiedade.

- Ela vai ficar bem -Jon diz com a mão no meu ombro- Minha flor é muito
forte.

Levantei a cabeça e vi ele sorrindo, mas com o semblante apavorado.

- Dylan! -ouço a voz da minha mãe e do meu pai e trato de encontrá-los.

Me levantei e olhei para o lado vendo os dois correndo na minha direção,


quando se aproximaram o suficiente eu os abracei apertado.

- Meu filho -minha mãe diz- Eu sinto muito.


Uma lágrima desceu pelo meu rosto enquanto eu tentava me manter de pé.

- Ela está bem? -meu pai pergunta quando nos afastamos.

- Ela está viva -digo e percebo minha mãe chorando.

- Vai ficar tudo bem -ela diz me dando outro abraço e suspirei me sentindo
melhor.

- Obrigado por nos ligar, Nate -meu pai diz.

Minha mãe me soltou e cumprimentou as meninas e Jon, comecei a sentir


frio e só agora percebi que minhas roupas estavam bastantes molhadas,
Nathaniel pegou uma sacolinha da mão de Emy e me entregou sorrindo de
lado.

- Imaginei que você se molharia nessa chuva então separei uma peça de
roupa para você, Peter e Adam, espero que não se importe -ele aponta para
Rubi que levanta outra sacolinha.

- Tudo bem, vou trocar de roupa -digo.

Me direciono até o banheiro do hospital e trato de tirar aquelas roupas


molhadas.

(...)

Algum tempo já se passou e os dois haviam chegado, e como Nate tinha


previsto, os dois também estavam com as roupas molhadas. Peter e Adam
trocaram de roupa e voltaram até nós que estávamos ocupando
praticamente toda a sala de espera.

Contei a eles o que aconteceu desde de que achamos Lisa e os olhares


chocados estavam presentes.

- Tomara que ele apodreça na cadeia -disse Rubi.

- Não tenha dúvidas disso -digo olhando para um ponto fixo.

Meus pensamentos se voltaram para todos os momentos que eu estive ao


lado dela, as risadas, as piadinhas sem graça, as brigas idiotas que eu daria
tudo para estar tendo uma nesse exato momento.

Respirei fundo fechando os olhos e quando os abri eu vi o médico com uma


prancheta na mão e um estetoscópio em volta do pescoço.
Me levantei parando na sua frente e os outros também levantaram ansiosos,
o médico olhou para nós e levantou uma sobrancelha.

- Vocês todos são acompanhantes de Lisa Morris?

- Sim -respondemos todos ao mesmo tempo.

O médico piscou várias vezes e voltou a olhar para a prancheta, ele mexeu
em uns papéis e nos encarou.

- Bom, a Srta. Morris tem alguns hematomas no pulso e na clavícula, ela


sofreu um corte no braço esquerdo, mas nada profundo -Ele diz.

- Ela vai ficar bem, não é? -Rubi pergunta.

O médico olhou para mim e suspirou.

- Eu sinto muito -ele diz e eu franzo cenho.

- Como assim sente muito? Ela está bem ou não? -pergunto nervoso.

- A paciente bateu a cabeça muito forte e teve uma hemorragia em torno do


cérebro causando sintomas de sonolência prolongada.

Eu sentia minhas mãos suarem e minha boca ficar seca, eu piscava várias
vezes tentando acreditar no que ele estava me falando.

- Sua noiva está em coma, Sr. Venturelli -E aquela última frase foi o
suficiente para eu levar a mão até a testa e repetir para mim mesmo que o
médico estava mentindo, mas ele não estava.

- Em coma? -Emy pergunta.

- Em casos de acidentes graves a concussão cerebral é um fator comum,


uma lesão como essa afeta a função cerebral do paciente o levando a um
estado de coma.

Emy abraçou Rubi e começou a chorar, olhei para o médico que estava
com os rostos sem expressão, olhei para o meu irmão e o meu melhor
amigo que piscavam confusos e Nathaniel apenas estava de cabeça baixa.

Minha mãe estava com a cabeça na curva do pescoço do meu pai e chorava
baixinho, Jon se sentou no banco parecendo não acreditar.
Coloquei a mão na minha nuca e na minha vida inteira eu nunca senti a dor
que estou sentindo agora, parece que a minha felicidade foi tirada de mim e
realmente foi, a mulher da minha vida está na porra de uma cama de
hospital em coma.

Deus! Eu preciso vê-la.

- Eu posso vê-la? -perguntei olhando para o médico.

- Sim, mas apenas um de cada vez -ele diz e me pede para segui-lo.

O trajeto todo eu olhava para o chão me sentindo destruído e fraco, o


médico abriu a porta para mim e eu entrei olhando o cômodo e para ela.

Lisa estava ligada a aparelhos e uma faixa enrolada na cabeça e no braço


esquerdo, seu dedo indicador preso por um pequeno aparelho.

Me aproximei da cama parando ao seu lado, não segurei a angústia de vê-la


daquele jeito e soltei um soluço baixo.

- Ei, baixinha -digo pegando no seu dedo.

A única coisa que podia se ouvir no quarto era o barulho da máquina e


minha respiração desconcertada.

- Vamos sair dessa -passei o dedo na maçã do seu rosto sentindo uma
lágrima solitária descendo pelo meu.

Me sentei em um banco que tinha ali e encostei meu nariz na sua bochecha
dando um pequeno beijo em seguida.

- Eu amo tanto você.


72° Capítulo
Dylan

Duas semanas,
Esse é o tempo desde que eu descobrir que ela estava em coma.

E de acordo com o médico isso demoraria meses ou até anos. Fiquei louco
quando soube disso, mas infelizmente essa é a minha realidade.

Lisa já não tinha mais a faixa na cabeça e o braço estava cicatrizando, o


barulho da máquina era a única coisa que reinava nessa sala.

Eu estou aqui com ela...como se alguém conseguisse te tirar daqui -meu


subconsciente me diz.

Essa sala vem se tornando minha segunda casa, eu raramente ia para


empresa e não me alimentava direito.

Eu só queria ficar com ela.

- Posso entrar?

Ouvi uma voz perguntar da porta e acenei para o meu pai com um sorriso
de lado, ele andou até a poltrona que eu estava e olhou para Lisa.

Eu havia contado aos meus pais sobre meu noivado falso com Lisa, eu não
via mais motivos para esconder a verdade quando eu realmente me
apaixonei por ela, minha mãe ficou um pouco confusa, mas depois
entendeu que eu a amo de verdade, e meu pai apenas riu por um longo
tempo.

- Você está bem? -perguntou.

- Sim -minto.

Sorri fraco e ele apertou meu ombro como se quisesse dizer que ele estava
ali para me apoiar e eu era grato por isso.

- Eu sei que está mentindo -diz.

Paro de olhar para Lisa e o encaro.


- Eu estou bem.

- Sou seu pai, não a pessoa que você cumprimenta na rua -ele levantou uma
sobrancelha.

- Eu conheço meus filhos -cruzou os braços- Adam e você nunca foram


difíceis para sua mãe e eu desvendar.

Olhei para ela e senti a mesma dor no peito toda vez que eu a olho nessa
cama.

- Eu preciso dela, pai -encarei seu rosto e a imaginei sorrindo para mim.

Gregório acenou e ouvi um sorriso orgulhoso, meus pais nunca me viram


com nenhuma mulher que eu realmente quis um relacionamento sério, era
tudo apenas sexo casual, mas claro que ela mudou isso.

- Você a ama? -perguntou.

- Não consigo imaginar o dia que não amarei.

Ficamos em silêncio e eu apenas desejava que ela acordasse logo para


arrasta-la a um altar e fazer dela a mulher mais feliz do mundo.

- A empresa -meu pai diz e senta no sofá atrás de mim.

- Não estou com cabeça -digo e olho para ele- Sinto muito.

- Tudo bem, eu entendo -ele diz e passa a mão no cabelo.

- Vim aqui para lhe falar algo -diz e eu aceno para ele continuar.

- Adam ficará na presidência até que você esteja em condições de assumir


seu cargo novamente -ele diz e eu concordo.

Eu realmente não estava com cabeça para fazer nada naquela empresa, se
eu continuasse trabalhando eu provavelmente colocaria contratos em riscos
com a minha falta de paciência e ignorância.

- Tenho certeza que Adam se sairá bem-digo e meu pai cruza as pernas.

- Colocarei outra pessoa para trabalhar com Rubi já que seu irmão estará na
presidência e bem ocupado, ela ficou ansiosa. -Ele diz e ambos sorrimos.

Quando paramos de sorrir ele me encarou sério e seus olhos se estreitaram.


- Você acha uma boa ideia? Porque eu tenho medo de fazer isso e você
ficar pior do que está agora.

- É uma boa ideia, na verdade não sei como não pensei nisso antes -meu pai
suspirou.

- Vai ficar tudo bem-digo e me levanto- Eu não estou apto a conduzir uma
empresa agora.

Meu pai concorda e se levanta também me dando um abraço apertado.

- Ela vai acordar, filho -ele deu dois tapinhas na minha costa- Eu sei que
vai.

- É o que eu espero -digo e ele sorri de lado.

- Bom, eu já vou, sua mãe está me esperando para jantar.

Ele sorriu ao falar da esposa e eu por um momento imaginei a cena da


minha baixinha esperando para jantar comigo com um grande sorriso nos
lábios.

- Certo.

Ele aperta a mão de Lisa antes de sair e eu me aproximo dela alisando seu
cabelo preto.
Eu não sabia se ela conseguia me ouvir, mas eu esperava que sim, eu
conversava com ela todos os dias mesmo que não obtivesse resposta, isso
me acalmava.

Saber que qualquer dia ela poderia acordar para que eu pudesse olhar seus
olhos tão lindos era a motivação necessária para eu sempre estar ao lado
dela.
73° capítulo
Dylan

- Batgirl!

Revirei os olhos e Adam sorriu, peguei o café que a mulher do hospital me


deu e me virei para ele.

- Você deveria estar na empresa agora -digo e bebo um gole de café.

- É eu sei, mas eu queria ver como você está primeiro.

- Estou indo.

- É eu sei cara...Dylan!

Comecei a andar até o quarto de Lisa novamente e Adam vem falando todo
o trajeto.

Entrei no quarto e ele fechou a porta atrás de si, fui até a janela e encarei a
rua movimentada de Nova York.

- Você está magro -ele diz.

Me viro para ele e suspiro.

- Não estou comendo muito bem.

- Você deveria, quando Lisa acordar...

- Se ela acordar -digo e bebo outro gole de café.

Me doeu dizer aquilo, mas era uma possibilidade.

- Ela vai acordar -ele se aproximou parando na minha frente.

- Você não sabe disso -digo e ele bufa.

- Você está sendo muito pessimista -diz.

- Me desculpe se estou sendo pessimista maninho, mas a minha mulher está


nessa porra de cama sem se mexer a duas semanas e ninguém consegue
fazer CARALHO NENHUM.
Meu peito subia e descia e a dor estava me dominando novamente, eu
sentia cada nervo meu implorar para que ela acordasse, mas quando nada
acontecia minhas esperanças iam se diminuindo, eu estava me tornando um
fraco.

- Já acabou? -ele pergunta me encarando sério.

Ótimo! Adam quase nunca fica sério.

- Primeiro: eu não posso imaginar a dor que você está sentindo por ver
quem você ama desacordada nessa cama, mas você ser um cara sem
esperanças vai te destruir, negatividade gera negatividade então acredite
que ela -ele apontou para Lisa - Vai acordar desse coma maldito e vai
voltar para você, ela te ama e se fosse você no lugar dela... não iria perder
as esperanças como você está quase fazendo.

Seus olhos azuis atravessavam minha alma enquanto eu pensava nas


palavras dele.

Ele se aproximou e tocou no meu ombro enquanto eu olhava para baixo


envergonhado pelo meu pequeno surto.

- Eu sei que você não perdeu as esperanças, o Dylan que eu conheço não as
perderia -o encarei- Tenha fé e ela vai estar nos seus braços novamente.

Concordei e ele suspirou me dando um abraço de urso da dona Monica,


Adam é o irmão mais novo, mas sempre foi muito mais centrado que eu
nos quesitos pessoais, admiro isso nele.

- Obrigado -digo e ele bagunça meu cabelo.

- Quando precisar, baby -e lá estava o Adam que eu conheço.

Ele sorriu quando nos separamos e pegou o café da minha mão bebendo um
gole.

- Vou para a empresa, alguém precisa estar à frente daquilo tudo -ele diz e
ajeita o terno azul claro.

- Eu soube que você e Rubi ainda não vão trabalhar juntos -digo e ele acena
me devolvendo o café.

- Pois é, mas em breve estaremos -ele sorriu malicioso e eu revirei os olhos.

- Cafajeste -falei.
- Não como você era -ela bateu no meu ombro e eu ri em seguida.

Demorei para amar alguém de verdade e agora que consegui não irei deixa-
la tão facilmente.

Nos despedimos e ele saiu porta a fora, me joguei no sofá e tentei dormir
um pouco já que não dormi na noite anterior.

(...)

- Adivinha, Jon está namorando com Josh! Pois é... nosso amigo
desencalhou e eu aqui encalhada.

Abri os olhos lentamente e vi o rosto de Emy sorrindo para a amiga que


não mexia um músculo.

- Você provavelmente iria dizer "Para de drama Brooks que o Caleb quer
alguma coisa e blá blá " -ela diz e eu me seguro para não rir.

- Mas...sei lá, acho que não iríamos dar certo, pelo menos não agora -ela
diz olhando para baixo - Caleb é um bom homem, mas...

- Você não gosta dele -digo e ela olha para mim estreitando os olhos.

- Não sabia que era fofoqueiro -ela diz com as mãos na cintura.

- Não sou, mas não sou surdo -digo e me levanto parando do outro lado da
cama.

- Pensei que estivesse dormindo -ela diz.

- Eu estava.

- Caralho, você está horrível -diz.

- Nossa, obrigado! -digo revirando os olhos.

- De nada -ele sorriu- Se você quiser eu posso trazer um barbeado para


deixar aqui e um perfume -ela balança a mão na frente do rosto com uma
careta.

- Eu não estou fedendo Emily! Eu tomei banho de manhã -digo e ela sorri.

- Estou brincando, menos na parte da barba -ela riu e olhou para Lisa.
- Não precisa eu...

- Ai meu Deus você viu isso! -ela gritou apontando para a amiga.

- Isso o que? -pergunto confuso.

- Ela se mexeu, o dedo dela...você não viu? -ela pergunta eufórica.

- Eu não vi nada -digo olhando para ela.

- Barbudo e cego -ela diz pegando na mão de Lisa.

- Eu vi o dedo indicador dela levantar -ela diz e eu cruzo os braços.

- Emy, ela não se mexe a duas semanas inteiras.

- Eu sei disso, eu venho aqui quase todos os dias -ela mexe no próprio
cabelo- Será que ela pode escutar a gente?

Dei de ombros e ela também.

- Mucura, se você estiver escutando eu quero dizer que eu te amo muito e


eu sei que você morre de medo quando assiste American horror story
comigo, mas é engraçado a sua cara de assustada -ela sorriu de lado-
Acorda logo por favor!

Uma lágrima solitária caiu do seu rosto e ela limpou rapidamente.

- Seu molhador de calcinhas está horrível só para você saber.

Molhador de calcinhas?

- Eu tenho que ir -ela diz e ajeita a bolsa que está no seu ombro.

Emy deu um beijo na testa da amiga e acenou para mim antes de ir embora.

Me inclinei na direção de Lisa e beijei sua bochecha.

- Prefiro arrogante gostoso, baby.


74° capítulo
Dylan

3 meses depois...

Adentrei meu apartamento e apenas joguei minha jaqueta no sofá, subi para
o meu quarto tirando todas minhas roupas e entrei no box para tomar um
banho.

Quando senti a água cair no meu corpo eu relaxei instantaneamente.

Eu estava no hospital quando Peter, Adam e Nate me forçaram a vir para


casa e tomar um banho decente e comer algo que não seja barra de cereal e
tomar café.

Discutimos um pouco, mas eu sabia que eles só queriam meu bem e cedi,
Bryant me trouxe até aqui e ficou me encarando pelo retrovisor de 5 em 5
minutos, eu estava quase para demiti-lo.

Nesses últimos três meses eu me tornei uma pessoa um pouco fria e


ignorante, eu já quase não sorria e muito raramente eu era educado, eu sei
que ninguém tem culpa do que está acontecendo, mas foda-se.

Eu sinto tanto à falta dela que chega a ser sufocante as vezes.

Fiz minha higiene e depois de longos minutos eu saí do banheiro com uma
toalha enrolada na cintura e parei na frente do espelho.

Meu corpo magro denunciou que eu não comia direito, as olheiras nos
meus olhos eram visíveis e minha barba estava enorme.

Saí da frente do espelho deixando a minha imagem acabada para trás e


entrei no closet para vestir algo, coloquei minha cueca boxer, uma calça
moletom preta e uma blusa cinza de mangas compridas, desci as escadas
secando meu cabelo e fui procurar algo para comer.

Parei na frente da geladeira e vi uma travessa de lasanha que Benta tinha


feito na noite anterior e levou para mim no hospital que eu mal toquei,
peguei a travessa colocando em cima da mesa.

Busquei um prato e coloquei um pedaço para mim, o levei até o micro-


ondas e esperei ele esquentar.
Apoiei as mãos na mesa e olhei para o interruptor, cenas do dia que eu fiz
um jantar para Lisa apareceram na minha mente, um sorriso de lado brotou
nos meus lábios quando lembrei da sua expressão quando comeu a lasanha
que eu fiz, e claro o momento desastroso que tive nessa cozinha.

Me despertei dos meus pensamentos quando ouvi o micro-ondas apitar, fui


até ele e tirei a lasanha de dentro, o cheiro se espalhou pela cozinha e abriu
um pouco meu apetite, peguei o garfo e me sentei para comer.

Quando dei a primeira garfada eu ouvi meu celular tocar, larguei o garfo
que fez um barulho irritante e caminhei até a minha jaqueta onde estava o
bendito aparelho.

Vi o nome de Adam na tela e suspirei.

- O que é?

- Dylan...

- O que é? -perguntei impaciente.

- Lisa.

Apertei a jaqueta quando ouvi ele falar o nome dela e na mesma hora
minha mente entrou em alerta.

- O que tem ela? -perguntei receoso.

- Ela acordou.

Meu coração bateu mil vezes mais rápido, minhas pernas travaram assim
como o celular no meu ouvido, pisquei várias vezes tentando acreditar,
todos os dias eu pedia para que ela acordasse e agora...ela acordou, eu não
estou acreditando, eu preciso vê-la.

Desliguei o celular e corri até a porta, entrei no elevador e apertei o botão


do térreo tantas vezes que eu acho que o quebrei, peguei meu primeiro
carro que vi e comecei a dirigir até o hospital em uma velocidade incrível.

Minha mente trabalhava em apenas em vê-la, eu provavelmente estou


acima da velocidade, mas que se foda, minha mulher acordou, sorri que
nem um idiota aliviado, mas parei quando pensei na possibilidade de ela ter
perdido a memória.

E se ela não se lembrar de mim?


O médico me disse que tinha uma possibilidade dela não se lembrar de
nada devido ao dano no seu hipocampo que foi um pouco grave, mas só
saberíamos quando ela acordasse.

Puta que pariu! Eu não vou aguentar se ela não se lembrar de mim, ela tem
que se lembrar.

Entrei na garagem do hospital e praticamente corri até o andar que ela


estava, depois do elevador demorar uma porra de eternidade eu entro na
sala de espera e lá estavam todos.

Emy, Rubi, Adam, Peter e Nate.

- Ei! -Peter diz.

- Cadê ela? -pergunto um pouco mais alto do que eu gostaria.

- Ela está com o médico -Rubi diz.

- Vou vê-la -digo e começo andar na direção no seu quarto.

- Dylan! -Adam me chama, mas ignoro.

- Ela está sendo avaliada, não podemos entrar -Emy grita e quando eu estou
chegando na porta, meu coração para.

A voz dela chega até os meus ouvidos e meu peito se enche de alívio, ela
está acordada!

Abri a porta abruptamente chamando atenção do doutor que me olhou


torto, meus olhos focam na minha baixinha e minha respiração se ofega.

Lisa me encara e um turbilhão de sentimentos me dominam, minhas mãos


tremem e uma pequena gota de suor escorre da minha testa, meu coração
parece querer sair do peito quando escuto sua voz:

- Dylan...
75° capítulo

Lisa Morris

- Água.

A rouquidão na minha voz era notável, olhei ao redor e pisquei


repetidamente tentando entender aonde eu estava.

Fechei os olhos novamente e pequenos flashs de memórias do que


aconteceu comigo me voltar com força.

Bob,
Acidente,
Helicóptero,
Ele...

Dylan!

Abri os olhos e vi meu dedo indicador com um aparelho ligado assim como
uma agulha enfiada na minha mão direita, tinha alguns balões e ursos em
um sofá no canto do quarto dando um ar mais alegre.

Meus olhos pairam sobre a porta que estava sendo aberta, tentei falar
alguma coisa, mas a minha voz não saia, acho que forcei minhas cordas
vocais quando falei "Água".

- Oi! Eu trouxe outro ursinho para você -Rubi entrou no quarto mexendo na
sua bolsa e tirando um pequeno ursinho azul de dentro - Eu sei que já
trouxe muitos, mas olha...eu não me importo -ela riu e andou até o sofá
colocando o ursinho entre os outros.

Ela se virou para mim e seus olhos se arregalaram.

- Puta que pariu! -ela gritou e sua bolsa caiu no chão.

Ela correu até mim e parecia apavorada.

- Ai meu Deus! Você está bem? Você quer alguma coisa? DYLAN VAI
SURTAR -ela colocou as mãos na cabeça e me encarou entusiasmada.

Sorri de lado e puxei sua mão para que ela me abraçasse e assim ela o fez,
ela me deu um abraço tão apertando como se não tivesse me visto a anos.
Nos afastamos e ela ficou me encarando como se o que visse não fosse real.

Apontei para a minha boca e ela franziu o cenho e depois entendeu.

- Água?

Acenei.

- Ah sim, me desculpe -ela saiu em disparada do quarto e quase tropeçou


no processo pegando a sua bolsa do chão.

Alguns minutos depois uma enfermeira e um homem de jaleco branco


entraram no quarto, mas Rubi não estava com eles, ela parou na minha
frente dando um sorriso acolhedor.

A enfermeira me entregou a água e saiu logo depois, bebi com vontade


deixando o copo vazio.

- Olá, Srta. Morris -ele tirou uma espécie de mini lanterna do bolso e mirou
no meu olho esquerdo e depois no direito.

- Vou lhe fazer algumas perguntas e quero que pisque se a resposta for sim
ou pisque duas vezes se a resposta for não, você entendeu?

Pisquei uma vez.

- Ótimo! Você se lembra do que aconteceu?

Pisquei outra vez.

- Você sabe por quanto tempo está aqui?

Pisquei duas vezes, eu não sabia, mas não acho que seja muito já que
provavelmente a algumas horas atrás eu estava com Bob.

- Você estava em coma Senhorita, você ficou desacordada por exato três
meses.

Franzi o cenho e pisquei confusa.

- Coma? -pergunto finalmente.

- Sim, você sofreu uma concussão cerebral e ficou em coma -ele


exemplifica.
Olhei para outro ponto e algumas cenas de mim correndo pela praia e
escutando várias músicas com Dylan ao meu lado pairam na minha mente,
aquilo eram "sonhos"?

- Como você se sente? -o doutor pergunta.

- Estou me sentindo um pouco fraca e com dores no corpo.

Ele acena.

- Você está com comprometimento muscular, normal em casos de coma e...

O doutor parou de falar quando a porta foi aberta e rapidamente ele olha
para a mesma irritado.

Olhei para porta e meu coração pareceu acelerar trezentas vezes mais,
olhos verdes me encaravam e pareciam transmitir tantas coisas ao mesmo
tempo que era impossível identificar.

- Dylan...

- Lisa.

Ele deu um passo à frente e meu peito se apertou, ele não estava perto de
mim, mas eu podia sentir o calor que seu corpo emanava.

Dylan estava diferente fisicamente, ele parecia bem mais magro e sua barba
por fazer o fazia envelhecer 10 anos, as olheiras nos seus olhos eram
notáveis.

- Você está...

Ele olhou para o médico que se levantou e andou até ele.

- Ela se lembra, Sr. Venturelli. Sua noiva não perdeu a memória -ele diz e
vejo Dylan respirar aliviado.

O médico sorriu e saiu do quarto, segui seus passos com os olhos e quando
ele fechou a porta Dylan avançou sobre mim.

Ele colocou as mãos na minha bochecha e seu toque me fez arrepiar.

- Eu não consigo acreditar -ele diz e uma lágrima caiu dos seus olhos.
Dylan ergueu meu rosto e olhou cada centímetro dele, seu polegar se
movimentava para cima e para baixo na minha bochecha e minhas mãos
foram para o seu braço.

- Eu pensei que tinha perdido você -ele diz e meu aperto no seu braço
aumenta.

- Eu não...três meses? Bob ele...O acidente e...

Não terminei de tentar entender porque senti seus lábios tocaram minha
testa e ele repetir "obrigado" várias vezes, eu pude sentir sua lágrima cair
na minha bochecha, Deus! Eu não acredito que fiquei desacordada por três
meses.

Ele se afastou colando nossas testas como ele sempre faz e um sorriso saiu
dos meus lábios.

A pupila de Dylan dilatou e ele sorriu também.

- Você está bem? -perguntou alisando meu cabelo.

- Estou -concordei e ele sorriu largo.

- Eu te amo tanto! Fiquei morrendo de medo de que você não acordasse, eu


não sei o que faria sem você...

- Eu estou aqui, Dylan. Eu voltei para você.

Ele respirou fundo e seus braços me envolveram em um abraço


confortador, seu coração acelerado batendo contra meu peito e respiração
desconcertada.

- Eu te amo meu arrogante gostoso -digo e ele se afasta me encarando.

Ele respirou fundo, aliviado.

(...)

- LISA!

Parei de comer a sopa que me foi servida para o almoço a colocando de


volta na bandeja e encarei a mulher parada na porta me encarando como se
eu fosse de outro planeta.

- Ai meu Deus...é verdade -Emily correu até mim e me abraçou com força.
- Porra! Finalmente, mucura -sorri e ela riu alto.

- Oi, Emy -a apertei com mais força.

- Você está bem? -ela pergunta quando nos afastamos.

- Estou, mas eu adoraria comer algum cheese burger agora -digo e ela sorri.

- Eu posso trazer alguns na minha bolsa -ela diz me encarando sugestiva.

- Exagera no cheddar -digo e ela pisca.

Continuamos conversando e ela aproveitou para me atualizar de tudo o que


aconteceu nesses três meses, claro com intervalos de 5 em 5 minutos para
me abraçar.

Dylan estava no seu apartamento para pegar algumas roupas para mim, o
médico disse que eu ainda não tinha alta porque precisava fazer alguns
exames, mas é claro que Dylan não o deu ouvidos, mas vou fazer os
exames mesmo assim e ainda preciso fazer um pouco de fisioterapia.

- Então...Jon desencalhou, Rubi e eu estamos super felizes por ele e por


Josh -ela diz e eu bebo um pouco de água que tinha na bandeja- Ele deve
estar chegando daqui a pouco, está preso no trabalho.

Concordei.

- Adam continua o mesmo cafajeste de sempre, e aquele tal de Nathaniel é


um verdadeiro Deus grego - ri alto.

- E o Peter? -perguntei.

- Está vivo -ela diz e coloca a mão no queixo parecendo pensar na próxima
pessoa que iria falar.

- Os pais do seu namorado sempre vêm aqui nos finais de semana e


parecem mesmo gostar de você -diz.

- Eu gosto bastante deles também -digo.

Ela concordou e pegou a garrafa de água da minha mão e bebeu o resto que
tinha.

- E Caleb?
Ela deu uma pequena engasgada e depois sorriu triste.

- Não estamos mais...juntos? -deu de ombros.

- Deixa eu adivinhar -levantei uma sobrancelha- Ele quis alguma coisa


séria, não foi?

Ela concordou e bufou ao se levantar.

- Não tenho paciência para relacionamentos -diz- Só traria dor de cabeça.

Ela jogou a garrafa de água no lixo e se aproximou de mim.

- Eu estou muito feliz que você tenha acordado -ela beijou minha testa-
Convença o molhador de calcinhas tirar aquela barba -ela diz e eu revirei os
olhos sorrindo.

- Eu preciso ir, tenho que voltar para o inferno...quer dizer trabalho -ela riu
e pegou sua bolsa da cadeira.

- Vejo você depois -digo e ela concorda saindo pela porta.

Olhei para a máquina e o tédio me bateu, comecei a mexer no aparelho que


tinha no meu dedo indicador.

- Para que isso serve? -perguntei para mim mesma.

Tirei o negócio do meu dedo e um barulho irritante veio da máquina e


rápido tratei de colocá-lo de volta e o barulho cessou.

- Graças a Deus -digo baixinho.

A porta do meu quarto abriu liberando um corpo feminino de franja com o


rosto angelical.

- Susie! -digo e ela me encara surpresa.

- Você se lembra, graças a Deus -ela se aproxima.

- Lembro sim -digo e ela sorri.

- Ainda bem -ela diz e me abraça terno.

Susie se sentou na cadeira e tirou um urso branco com um laço vermelho


no pescoço, escrito bem vindo de volta.
- Eu comprei especialmente para quando você acordasse -ela diz e me
entrega.

- Muito obrigada -digo e coloco o ursinho no meu lado.

- Se sente bem? -perguntou colocando uma mecha do cabelo castanho para


trás.

Susie tinha 22 anos, mas não parecia nenhum pouco, a franjinha no seu
cabelo e o rosto fino a faziam parecer ter 17 para 18 anos, ela era bem
bonita.

- Estou bem, mas super aliviada por ter acordado.

- Foi uma grande surpresa quando eu vi em todos os jornais seu rosto


estampado, eu não sei direito o que aconteceu, mas eu sinto muito por tudo
o que você passou -ela diz e sinto sinceridade nas suas palavras.

- Você é uma ótima amiga, Susie -digo e ela pisca algumas vezes com a
boca entre aberta.

- Amiga?

- Sim ué, Emy e eu gostamos de você.

- Eu nunca tive amigas antes -ela diz e eu sorrio.

- Bom, agora você tem -digo e as covinhas na sua bochecha aparecem.

- Só falta você conhecer Rubi, ela é ótima também -digo e ela concorda.

Susie continuou comigo até o final da tarde e conversamos bastante, sua


história é um pouco triste, mas nem por isso ela não deixa de sorrir e ser
alegre.

- Eu adoraria continuar aqui conversando com você, mas a boate vai abrir
daqui a algumas horas e eu preciso estar lá -ela diz e se levanta.

- Claro, só não some Susie! -digo e ela sorri concordando.

- Não vou.

Ela me abraça e se vira para ir embora, abre a porta, mas a pessoa do outro
lado a abriu primeiro fazendo com que Susie desses passos para trás.
O rosto de Nathaniel surge no quarto e seus olhos focam na pessoa a sua
frente, seu semblante muda por alguns segundos e um sorriso que eu
conhecia muito bem surge, esse é o sorriso cafajeste dos Venturelli, eu sei
porque vejo um desses quase toda hora.

- Me desculpe -ele diz com uma voz rouca e ela concorda.

- Não tem problema.

Susie se desviou do seu corpo passando pela porta ignorando


completamente o moreno que estava com o cenho franzido.

- Ela...você viu isso? -ele perguntou olhando para mim.

- Vi o que?

- Ela me ignorou, nada? Nenhum efeito?

Revirei os olhos.

- Nem todas caem no charme dos Venturelli -digo e ele levanta uma
sobrancelha.

Bom, eu caí e tenho certeza que sempre cairia no charme daqueles olhos
verdes.

- É, tanto faz.

Nate entrou no quarto e começou a ajeitar os ursinhos que Rubi trouxe os


deixando espremidos no canto do sofá.

- O que você está fazendo? -pergunto.

- Eu vim com Dylan, ele me pediu para arranjar um lugar para por algumas
coisas pessoais suas -ele diz.

- Onde ele está?

- Deve estar subindo com as duas caixas.

- Duas caixas? Eram só algumas roupas -digo.

Ouço um barulho da porta e o vejo com uma caixa em cada mão, ele coloca
no sofá ocupando metade, ele se vira para mim e percebo que ele tirou a
barba.
- Eu trouxe tudo o que você precisa -ele diz.

Corrigindo, ele trouxe o apartamento.

- Blusas, vestidos, shorts, sutiã, calcinha...

- Ta ok obrigada -o corto e ele se aproxima de mim.

Ouvimos o celular de Nate apitar e ele olhar para a tela.

- É Adam, tenho que ir -ele diz e se despede de nós dois saindo pela porta
em seguida.

Olhei para Dylan e não pude deixar de comentar sobre a sua barba recém
tirada.

- Ainda bem que você tirou isso aí -digo e ele sorri.

- Você não gostava da minha barba grande, baby?

Dylan se inclinou sobre mim e me deu um selinho demorado, seu cheiro


tomou conta das minhas narinas e no meu estômago apareceu aquelas
malditas borboletas.

Ele mordeu meu lábio inferior e me beijou, mas dessa vez com vontade,
sua mão foi para a minha nuca e sua boca cada vez mais explorava a
minha, mas ele parou.

- Eu vou falar com o médico -ele diz andando até a porta.

- Agora? -perguntei ofegante.

- Sim.

- Por favor não ameace o médico a me dar alta -digo e ele revira os olhos.

- Não vou ameaça-lo -ele diz e eu levanto uma sobrancelha.

- Tudo bem, mas não prometo nada.

Ele sorri de lado e sai porta a fora.


76° capítulo
Lisa

Andei até o estacionamento do hospital sorridente.

O médico havia me dado alta depois de ter feito os exames e fazer


fisioterapia por dias, eu já não sentia mais dores musculares e me sentia
muito bem. Ainda estava tomando alguns antibióticos recomendados pelo
médico, mas tudo ok.

- Você precisa de ajuda?

Olhei para o meu arrogante gostoso que estava com os olhos brilhantes,
sorri de lado.

- Não -digo e ele abre a porta do Audi.

Entrei no carro com Dylan me escoltando, digamos que nesses últimos dias
ele está bastante protetor. Compreensível.

Ele deu a volta entrando no mesmo e deu partida, saímos do hospital e


quase grito quando vi a rua movimentada de Nova York.

Encostei a cabeça no vidro e suspirei aliviada, tudo tinha acabado, Bob


estava na cadeia onde é o lugar dele e agora eu finalmente estava em paz.

Olhei para Dylan que estava focado na pista a sua frente e sorri
abertamente, Rubi me contou que ele não saiu do meu lado durante esses
três meses, acho que aquele sofá era a sua segunda casa.

Olhei para frente e vi que todos os carros passavam por nós, alguns
buzinavam irritados me fazendo franzir o cenho.

- Dylan? -o chamei.

- Sim, amor.

Ignorei a pequena pontada de felicidade que meu estômago deu e me


foquei na minha pergunta

- Por que você está indo a 30km/h?

Ele deu de ombros e suspirou em seguida.


- Eu não sei.

Apertei o lábio um no outro e coloquei a mão na sua perna.

- Está tudo bem, está com medo?

- Eu não estou com medo -ele diz olhando para mim que levantei uma
sobrancelha.

- Só estou tomando cuidado -ele diz e olha para frente.

- Certo, tome cuidado a 60km/h porque esse é o limite da pista -digo dando
um tapinha na sua perna e ele sorri de lado.

Dylan aumentou a velocidade para 60km/h e assim chegamos bem mais


rápido no apartamento.

Ele teimou em me carregar até o quarto e no início achei exagero, mas


aceitei mesmo assim, não estava muito afim de andar mesmo.

Ele me colocou na cama e quando ia se afastar eu o puxei pelo braço e fiz


ele ficar em cima de mim.

- Lisa...-fala em tom de repreensão.

- O que? -meus dedos foram para seu cabelo enquanto ele estudava meu
rosto.

- Você é tão linda -disse.

Levantei meu queixo na sua direção para que ele me beijasse e assim ele
fez, sua boca tomou a minha em um beijo suave, mas muito significativo,
eu adoro beijá-lo.

Minhas pernas rodearam sua cintura e Dylan pegou as minhas mãos


colocando acima da minha cabeça, gemi quando senti sua ereção roçando
na minha entrada, mas ele parou rapidamente de me beijar.

Dylan soltou minhas mãos e se afastou passando a mão no cabelo preto

- O que houve? -perguntei.

- Nada...eu vou pegar as suas coisas lá embaixo.


- O que?

Ele saiu em disparada pela porta me deixando extremamente confusa, o que


deu nele?

Alguns dias depois...

Estiquei os pés no sofá e comecei a trocar os canais para achar algo


interessante, estava no período da tarde quase que escurecendo.

Dylan tinha ido até a empresa para acertar algumas coisas com Adam já
que o loiro tinha ocupado seu cargo durante o tempo em que estive no
hospital.

Desde do dia que voltamos Dylan e eu não tivemos nenhum tipo de


intimidade, toda vez que eu me aproximava ele se afastava dando uma
desculpa qualquer.

Por um momento eu pensei que talvez ele tivesse me traído e agora estava
com peso na consciência, Rubi e Emy me asseguraram que isso não era
provável já que o mesmo não saiu do meu lado em nenhum momento,
apenas no dia em que eu acordei.

Eu acreditei nelas e eu acredito que não seja isso, Dylan não faria tal coisa
comigo e se fizesse eu cortaria suas bolas e venderia em algum mercado
ilegal.

Desliguei a televisão e joguei o controle para o lado, me levantei e decidi


ler um pouco. Andei até a enorme biblioteca que tem aqui e procurei por
um livro que me interessasse.

Passei os dedos pelos livros e olhei para a mesa que ficava no centro, me
aproximei dela e sorri ao me lembrar do que Dylan e eu fizemos nessa
biblioteca.

As imagens dele se inclinando sobre mim e sussurrando no meu ouvido não


passam despercebidas.

O modo como ele conduz e conhece meu corpo é surreal, o jeito como ele
se movimentava dentro de mim fazendo com que inúmeros gemidos
saíssem da minha boca é simplesmente perfeito.

Dylan Venturelli é com certeza um Deus do sexo, mordi o lábio inferior


contendo o desejo que crescia em mim, que crescia por ele.
- No que você está pensando?

Me assustei quando ouvi sua voz grossa da porta e olhei para ele que vestia
seu famoso terno de três peças. Eu já disse o quanto ele fica sexy de terno?

- Eu... -engoli em seco.

- Você...

Apertei a perna uma na outra tentando amenizar a excitação que tomava


conta de mim. Dylan olhou para o meu corpo e passou a língua nos lábios,
eu não entendia o por que dele não me tocar, mas eu queria saber.

- Eu estava me lembrando do dia em que você me fodeu aqui nessa


biblioteca -digo com a voz firme que eu achei sabe Deus de onde.

Ele engoliu em seco e eu me aproximei dele.

- O dia em que você me fez gozar aqui -parei na sua frente e ele me
encarou irritado.

- Pare com isso -adverte, mas eu ignoro.

- Mas agora...você quase não chega perto de mim -ele passou a mão no
cabelo.

- Você cansou de mim? É isso? -disparo.

Ele arregalou os olhos.

- O que? Óbvio que não -ele responde rápido.

- Então o que está acontecendo? -coloquei a mão no seu rosto, mas ele não
me encarou.

- Ainda sente desejo por mim? -passei a mão nos seus braços e ele fechou
os olhos.

- Eu não quero machucar você -sussurrou.

- O que? -perguntei.

- Eu não quero machucar você -ele diz em bom e alto tom.

Franzi o cenho confusa.


- Você saiu do hospital esses dias Lisa, eu não quero te machucar. Você
ainda está sensível a tudo isso...não quero apressar as coisas com você.

Se estivéssemos em um desenho animado um ponto de interrogação estava


em cima da minha cabeça nesse exato momento.

Ele não transa comigo porque não quer apressar as coisas?

- Dylan, eu estou bem... -entrelacei nossos dedos- Você não vai me


machucar, o médico disse que eu estou bem...eu me sinto bem.

Coloquei a mão na sua nuca e aproximei seu rosto do meu, sua boca a
centímetros da minha e nossos olhos presos um ao outro.

- Sua preocupação comigo é extremamente fofa - desci minha mão para a


barra da sua calça - Mas não quero que seja fofo comigo agora.

Ele arfou quando sentiu minha mão no seu membro, colei nossos lábios em
um beijo feroz e intenso, mas ele agarrou meu cabelo e puxou para o lado
aspirando o cheiro do meu pescoço, eu sabia que já estava totalmente
pronta para ele.

- Me faça sua agora -digo ofegante.

Ele para de beijar meu corpo e me encara com as pupilas dilatadas, seus
olhos pairam na minha boca e depois nos meus olhos, Dylan cerra o
maxilar e parece jogar tudo pro alto quando me carrega fazendo com que
minhas pernas ficassem em volta da sua cintura, saímos da biblioteca as
pressas e ele subiu a escadas abrindo a porta do quarto em seguida com
certa urgência.

Ele me colocou na cama e eu o ajudei a se despir tirando o terno e depois a


calça, ele sorriu do meu desespero e eu revirei os olhos.

Dylan tirou minha blusa e depois o short que eu usava, ele colocou a mão
na minha barriga me inclinando para trás e eu deitei na cama com os braços
ao lado da minha cabeça.

Sem em nenhum momento meu olhar desgrudar do seu ele tirou a blusa
social branca e jogou no chão, a cueca box foi a última peça tirada e meu
corpo tremia de excitação.

Dylan avançou sobre mim e capturou minha boca em um beijo ardente e


necessitado, ele colocou minhas pernas em volta da sua cintura e apertou
meu quadril com força.
- Eu senti tanto a sua falta -diz e se posiciona na minha entrada.

- Seu cheiro, sua voz, sua boca esperta.

Ele entrelaçou nossos dedos e sorriu em seguida.

Dylan me penetrou com força me fazendo arquear as costas enquanto eu


gemia de prazer, ele se movia para frente e para trás de uma forma lenta e
sensual como se estivesse aproveitando cada momento para me sentir. Seu
corpo se chocava com o meu e eu ouvia gemidos abafados sair dele.

Meu arrogante gostoso soltou minhas mãos e começou a massagear meus


seios que estavam rígidos.

Dylan beijou meu pescoço e deixou pequenas mordidas no mesmo e


minhas mãos foram para suas costas que eu arranhei com força tentando
controlar as ondas que invadiam meu corpo.

Apertei minhas pernas ao redor dele e senti o orgasmo me dominar, fechei


os olhos e me deixei aproveitar a gostosa sensação, ouvi Dylan sorrir e
gozar segundos depois de mim.

Ele parou os movimentos aos poucos e seu corpo quente ainda estava em
cima de mim, o envolvi em um abraço e beijei seu rosto.

- Eu amo você -digo.

- Eu também amo você.

Ele levantou um pouco o rosto e me deu beijo casto nos lábios, minhas
mãos foram para o seu cabelo e ele aprofundou o beijo, mas parou me
olhando sério.

- O que foi?

- Nós não usamos camisinha -diz.

Franzi o cenho, mas logo depois arregalei os olhos, ai meu Deus!

O joguei para o lado rapidamente e ele começou a rir, me levantei e fui até
o banheiro atrás de um roupão.

Voltei para onde ele estava e quase jogo o abajur em cima dele.

- Para de rir, Dylan! -falei irritada.


- Baby, você vai engravidar -disse com os olhos brilhantes.

- Por que você não lembrou da camisinha? -perguntei com a sobrancelha


levantada

Por que eu não lembrei da camisinha?


Suspirei alto e ele sorriu de lado.

- Você não toma aquilo a meses, não é? Já que você estava... -perguntou e
eu acenei.

- Então...

- Eu estou tomando antibióticos então mesmo que se eu tomasse as pílulas


o efeito seria cortado.

Mesma coisa séria com a pílula do dia seguinte, o efeito ainda seria
cortado. Vou ter um mini Dylan? Oh Deus, não, não, não.

- Você não fez isso de propósito não né, Venturelli?

- Claro que não, eu estava tão desesperado quanto você que nem percebi.

Seu sorriso aumentou ainda mais e eu joguei um travesseiro na sua cabeça.

- O que você acha de Danny? -perguntou tirando o travesseiro do rosto.

- Danny?

- Nosso filho, Lisa -ele falou sério- E se for menina? Você poderia
escolher.

- Cristo!

Revirei os olhos e ele me puxou pela mão me fazendo deitar ao seu lado e
me encarou.

- Se você realmente engravidar eu vou ser o homem mais feliz do mundo,


você não sabe o quanto eu quero que isso aconteça.

Argh! Não tem como me apaixonar ainda mais por ele.

- Gosto de Danny -digo e ele gargalha antes de me encher de beijos no


rosto.
- Também gosto, mas agora eu não gosto desse roupão no seu corpo.

Sorri de lado me aproximando para subir em seu colo.


77° capítulo
Lisa

Semanas depois...

- O que você está aprontando?

Perguntei para o homem a minha frente que segurava uma venda preta nas
mãos.
Estava escurecendo quando Dylan me puxou do sofá e me arrastou até a
porta elevador.

- Você é bastante curiosa, não deixa nem eu fazer uma surpresa para você -
revira os olhos.

Ri alto e peguei a venda da sua mão, coloquei a mesma e ouvi ele sorrir.

- Pronto! O que você vai fazer agora?

Perguntei sabendo que essa frase o deixaria aéreo por alguns segundos,
ouvi ele suspirar e sorri internamente

- Me dê a sua mão e você saberá.

Estendi minha mão que ele agarrou me levando até o elevador, quando
chegamos no estacionamento ouço a porta de um carro ser aberta e Dylan
praticamente me jogar lá dentro.

- Delicadeza você, hein -digo e ele ri alto.

Fiquei esperando-o entrar no carro, mas ele não o fez, fiquei segundos que
pareciam horas dentro do carro, quando eu ia chama-lo o babaca aparece.

- Desculpe, amor -ele ligou o carro- Estava procurando uma coisa.

Dylan deu partida e eu pedi para ele ligar o rádio para tocar alguma coisa,
como eu estava vendada eu não podia contar as árvores então fiquei
imaginando o que as pessoas da rua pensariam se me vissem com uma
venda preta nos olhos no banco de um carro, sorri com o pensamento.

Certa parte do trajeto que parecia demorar uma eternidade eu comecei a


mexer nos meus dedos ou em qualquer outra coisa que pudesse me distrair.
Estalar os dedos conforme a música tocava foi uma delas, começou a tocar
Jealous do Nick Jonas e soltei a voz.

Em alguns momentos eu ouvi um risinho da parte de Dylan e outras vezes


um suspiro alto conforme a música tocava.

Continuei cantando até o final da música e relaxei no banco.

- Ainda falta muito? -perguntei.

- Não, já chegamos.

Ele deu uma pequena curva no carro e puxou o freio de mão, ouvi ele sair
do mesmo abrindo a porta para mim em seguida, Dylan me guiou até uma
espécie de calçada e uma brisa fria soprou meu cabelo com um barulho de
mar no fundo, por que estávamos em uma praia?

- Tire os sapatos -ordenou.

Eu não estava de sapato alto e sim com uma sapatilha baixa, tirei a mesma
e entreguei para ele que deve ter jogando em um lugar qualquer.

- Você vai pôr primeiro o pé direito e depois o esquerdo -diz.

Fiz o que ele disse e senti a areia no meu pé direito e depois do esquerdo,
sorri abertamente quando ele envolveu minha cintura, começamos a
caminhar e eu já estava ficando mais ansiosa do que eu realmente estava.

- Por que não me disse que iríamos vir à uma praia? Eu teria trazido um
biquini -falo divertida e ele sorri pelo nariz.

- Vem -soltou minha cintura e pegou nas minhas duas mãos.

Ele me ajudou a subir uma espécie de degrau e parou na minha frente, sua
respiração se juntava com a minha antes dele me dar um beijo terno nos
lábios.

- Preparada? -perguntou.

- Desde que saímos do apartamento.

Dylan deslizou a venda para fora dos meus olhos e eu continuei com os
olhos fechados.

- Pode abrir os olhos, baby.


Abri meus olhos e pisquei encantada, era uma pequena tenda com uma
mesa de jantar posta de frente para o mar com panos brancos que caiam ao
redor dela, olhei para trás e vi um enorme tapete vermelho com pequenas
luminárias clássicas no lado.

- Uau! -exclamo.

- Você gostou? -pergunta.

- Sim, eu amei -ele puxou a cadeira e eu me sentei a sua frente.

- Você fez tudo isso? -Perguntei curiosa.

- Tive ajuda de uns três babacas usando terno aí.

Ele diz e eu sorrio divertida, Dylan pegou uma garrafa de champanhe que
estava em um balde com gelo e despejou nas duas taças.

- Eu fiz esse jantar para você, para mostrar o quanto eu te amo -ele diz e
coloca a garrafa de volta no balde.

- Você me surpreendeu, parabéns -digo e ele se gaba passando a mão no


cabelo.

Eu sempre lia nos livros ou assistia nos filmes as protagonistas tendo seu
final feliz em praias, eu acho tão romântico e um pouco clichê, mas quem
não gosta de um? A Emy talvez.

Foquei minha atenção no meu arrogante gostoso que parecia nervoso.

- Nós passamos por muita coisa nesses últimos meses -encolhi os ombros-
Mas...conseguimos enfrentar tudo juntos.

Ele engoliu em seco.

- E é isso que eu quero Lisa, enfrentar tudo com você ao meu lado -ele se
levantou e parou na minha frente

Nossas mãos se uniram quando ele me ajudou a levantar, Dylan


respirava com dificuldade e parecia muito nervoso.

- Eu só quero olhar seu sorriso todos os dias ao acordar, quero estar ao seu
lado nas suas conquistas e te dar meu total apoio, eu quero evoluir e passar
o resto da minha vida com você então...
Ele se abaixou ficando de joelhos e o sorriso que eu tinha no rosto
simplesmente sumiu, meu estômago foi tomado pela ansiedade e
nervosismo.

Ele pegou uma caixinha aveludada do bolso e estendeu na minha frente um


anel de diamantes.

- Você aceita se casar comigo?

Nos primeiros cinco segundos eu fiquei estática o encarando, e continuaria


se não fosse por ele apertar minha mão me chamando de volta para a terra.

Tive a sensação de que eu ficar quieta por segundos com ele de joelhos já
tinha acontecido antes.

- Lisa! Pelo amor de Deus mulher...

- Sim.

Ele parou de falar quando escutou minha resposta e um sorriso enorme


cresceu nele e em mim.

- Sim, quantas vezes fosse preciso eu diria sim para você.

Seus olhos se iluminaram e ele se levantou me dando um abraço apertado


me tirando do chão, afastei meu rosto e ele me beijou docemente.

- Porra! Eu nunca fiquei tão nervoso em toda minha vida -ele disse antes de
me rodar.

Gargalhei alto quando ele me pôs no chão, Dylan colocou o anel no meu
dedo e deu um beijo em cima do mesmo.

- Eu te amo -digo.

- Para sempre.

(...)

Já estávamos voltando para o apartamento para comemorar no estilo de


Dylan Venturelli, ele pegou a venda do chão e eu ajeitei um pouco a mesa
depois de termos jantado.
Saímos da praia com o seu braço no meu ombro e minha mão no seu
quadril, chegamos até o carro e ele começou a procurar minha sapatilha, ele
parecia irritado.

- Foi você quem jogou -digo sorrindo de lado.

- Obrigado pela observação, minha querida noiva -diz e olha debaixo do


carro.

- Achei! -ele levantou o par de sapato no ar e jogou para mim que calcei em
seguida.

- Vamos, estou louco para tirar essas roupas de você -ele diz e eu bato no
seu ombro.

Entramos no carro e ele começou a dirigir de volta para o apartamento, sua


mão direita na minha perna como de costume e eu sorrindo abertamente
para o anel cravejado de diamantes no meu dedo, nunca fui tão feliz como
estou sendo ao lado desse homem, o homem que eu amo.

- 1 mês -ele diz.

- 1 mês?

- Vamos nos casar em 1 mês? -ele pergunta.

- Dylan, acho que é mui...

Parei de falar quando senti meu estômago embrulhar e alguns pontos pretos
embaçaram minha visão, eu preciso vomitar.

- Para o carro -mandei.

- Tudo bem se você não quiser, Lisa. Não precisa mandar eu parar o...

- Para o carro!

Ele suspirou e parou o carro no acostamento, abri a porta rapidamente e


corri para longe do mesmo.

- Lisa! -ouvi ele me chamar, mas ignorei.

Botei a mão nos joelhos e inclinei meu corpo para frente vomitando tudo o
que eu havia comido no jantar.
- Merda.

Ouvi a voz de Dylan e segundos depois ele estava ao meu lado segurando
meu cabelo e alisando minhas costas, eu nunca tinha vomitado tanto em
toda minha vida.

Quando me levantei e percebi que já tinha colocado tudo para fora eu


limpei a boca com a costa da mão e encarei Dylan.

Ele colocou a mão na barriga e começou a rir histericamente, cruzei os


braços na altura do peito e o encarei com a sobrancelha levantada.

- Você está grávida! -ele diz rindo alegremente.

Arregalei os olhos e aquela possibilidade não passou despercebida pela


minha mente em nenhum momento, só teve uma vez que transamos sem
camisinha depois que eu sai do hospital e já fazem semanas desde então.

- Não se encha de esperanças, talvez tenha sido algo que eu comi no jantar
-dou de ombros.

Dylan e eu conversamos sobre ter filhos e ele deixou bem claro que me
queria grávida, mas ele também precisa ficar consciente de que talvez eu
realmente não esteja. Mesmo que eu também queira muito.

- Vamos fazer assim, se você não estiver grávida vamos nos casar no tempo
que você quiser.

Ele cruzou os braços e me olhou sério.

- Mas se você estiver, nos casamos no tempo que eu quero, ou seja, em um


mês. Até porque daqui a alguns meses você vai estar com uma barrigona e
não vai caber no vestido - ele faz um gesto com as mãos sobre a barriga.

- Isso é uma aposta? -perguntei franzindo o cenho.

Ele confirma.

- Você está fazendo uma aposta sobre o nosso filho que nem sabemos se
está aqui dentro? -aponto para a minha barriga.

Dá de ombros e eu balancei a cabeça.

- Eu aceito -estendo minha mão que ele aperta sorridente.


- Ótimo, vá vendo logo seu vestido -diz e eu solto sua mão.

- Quero ver se eu não estiver com um bebê aqui dentro -digo e ele semi
cerrou os olhos- Vou fazer você...

- Baby... -me corta.

Dylan olhou para o carro e depois para frente.

- Vem -ele me puxou até o veículo.

- Vamos para o apartamento?

Entramos no carro e ele ligou o mesmo negando.

- Vamos para o hospital.


78°capitulo
Lisa

A porta do elevador abriu e entramos na grande sala branca com vários


médicos e enfermeiras andando apressados pelo espaço.

Olhei para o meu noivo que deu um grande sorriso e começou a andar, mas
eu o impedi segurando seu braço direito.

- Dylan...

- O que foi? Está sentindo alguma coisa?

Sorri de lado e neguei.

- Vamos comprar um teste, não precisávamos vir até um hospital.

- Está tarde, as farmácias perto daqui já estão fechadas -ele fica de frente
para mim- E eu não vou esperar até amanhã.

Suspirou.

- Olha, não acho que seja tão fácil assim...

- Para mim é -diz sorrindo de lado.

Ele começou a andar novamente e pediu para eu esperar um pouco que ele
ia conversar com alguém da recepção, fui até o bebedouro e me servi um
pouco de água, do lado tinha uma pequena mesa com algumas balas de
menta e aproveitei e comi algumas.

As balas eram boas.

Então comi mais.

Estava distraída roubando um pouquinho das balas quando ouvi Dylan me


chamar, deixei as balinhas em cima da mesa já planejando as pegar na volta
e andei até ele.

- Vamos lá -ele diz e coloca a mão no meu ombro.

- Já? -perguntei e ele confirmou.

- Quanto?
- O suficiente.

Entramos em uma salinha aconchegante e esperamos alguém aparecer,


Dylan ficou em pé parado na porta e eu fiquei sentada em uma poltrona
vendo uma cadeira meio estranha.

Minutos depois uma médica entra com uma prancheta e colocando o jaleco
branco, ela me vê e sorri para mim.

- Lisa?

- Sim.

Ela cumprimentou Dylan com um aperto de mãos e se voltou para mim.

- Você está aqui para descobrir se está realmente grávida, certo?

Acenei e ela anotou algo na prancheta.

- Vou fazer algumas perguntas para você, tudo bem?

- Claro

Ela se sentou em uma cadeira e cruzou as pernas.

- Você tem tido enjoos ultimamente?

- Hoje ela teve um -Dylan diz e ela olha para ele concordando.

- Antes disso? -ela pergunta me encarando.

- Há alguns dias atrás eu fiquei bastante enjoada e vomitei algumas vezes -


digo e Dylan coloca a mão na cintura.

- Por que você não me disse isso? -perguntou irritado.

- Eu pensei que tivesse comido algo que não me fez bem e meu estômago
rejeitou, não achei que fosse algo alarmante -digo cruzando os braços.

- Ah claro! Você estar possivelmente grávida não é alarmante -ele diz e


cruza os braços também.
- Não foi isso que eu quis dizer, babaca. Eu não conheço os sintomas de
gravidez sabe, eu nunca fiquei grávida antes -digo e ele bufa.

- Ta ok...vamos continuar -a enfermeira diz e eu me foco nela.

- Você tem se sentindo diferente esses dias?

- Bom...

- Mal humorada com certeza -Dylan sussurra e eu lanço um olhar mortal


pra ele.

- Eu não estou mal-humorada é você que está me irritando -digo e ele


coloca a mão no peito ofendido.

- Continue -a enfermeira faz um sinal para eu continuar.

- Eu estou sentindo meus seios doloridos e algumas cólicas.

- Certo -ela anotou algo e se virou para mim novamente.

- Essas coisas que você está sentindo são sintomas básicos de gravidez de
semanas -ela diz e se levanta- Mas para ter certeza, eu quero que você deite
na cadeira ginecológica e puxe o vestido até a cintura.

Olhei para Dylan em seguida que tinha uma expressão normal.

A médica andou até o outro lado da sala indo até um aparelho e Dylan se
aproximou de mim.

Percebi quando ele se ajoelhou ao meu lado e tocou na minha perna.

- Está pronta? -perguntou.

Eu estou pronta? Ter um filho requer inúmeras responsabilidades e muita


dedicação, mas eu sei que se eu tiver Dylan ao meu lado eu irei conseguir
sem problemas, mas...não deixa de ser apavorante.

- Você não está com medo? -perguntei.

Ele sorriu de lado e acariciou minha bochecha.

- Estou -suspirei- Mas eu sei o que eu quero e o que eu quero é construir


uma família com você.
Ele pegou na minha mão a apertou como se estivesse me confortando, me
senti melhor e tomei coragem.

Me levantei da poltrona e caminhei até a cadeira seguindo as instruções da


médica, abri as pernas e as deixei ligeiramente dobradas por conta da
cadeira

Vi ela colocando uma camisinha no aparelho um porco pequeno e depois


passando lubrificante, ele se aproximou de mim que estava olhando para
Dylan com uma sobrancelha levantada.

Apoiei as costas na cadeira tentando relaxar, minhas mãos tremiam e minha


ansiedade só crescia.

A médica inseriu o aparelho em mim e eu pisquei algumas vezes olhando


para onde ela olhava, ficamos vários minutos naquela sala enquanto ela
movia algumas vezes tentando obter melhores imagens no computador.

Senti uma leve pressão na minha barriga, mas nada doloroso, Dylan se
aproximou de mim e beijou minha têmpora.

Mais minutos depois ela mexeu um pouco no computador e se virou para


gente dando um sorriso.

- Escutem isso.

Seu dedo apertou um botão e no segundo seguinte um barulho forte


apareceu, entre abri a boca escutando o barulho e Dylan engoliu em seco.

- Sua gravidez está confirmada, Sra. Venturelli -ela diz me encarando,


minha respiração ficou escassa de repente.

- Você...pode nos deixar a sós um momento? -Dylan perguntou para ela


que acenou.

- Claro, Sr. Venturelli -ela diz e retira o aparelho de mim- Voltarei com
mais detalhes.

Não consigo saber se ela saiu ou não ou o que ela fez porque estou
concentrada demais olhando para a minha barriga.

Me ajeitei na cadeira me sentando normalmente e me virei para ele.

Eu estou grávida...eu estou grávida. Puta merda.


- Dylan...-falei agarrando sua camisa e ele se aproximou de mim colocando
as mãos nas minhas bochechas.

Seus olhos verdes estavam marejados e sentia seus dedos tremerem um


pouco.

- Vamos ter um filho, Lisa -ele diz com a voz animada.

Ele sorriu para mim tentando me acalmar, uma mão direita saiu do meu
rosto e desceu até encostar na minha barriga. Olhei para ela e depois para
ele.

- Vamos ter um filho -falei e seu sorriso aumentou.

- Vamos sim -ele colocou a testa na minha e tocou meus lábios com o
polegar.

- Eu amo tanto, tanto você -ele diz e eu suspirei dando um sorriso logo
depois.

Meu peito se encheu de felicidade e o medo ainda estava presente, mas


menos do que a alguns minutos atrás, coloquei minhas mãos nos seus
braços e os apertei.

- Eu amo você -digo.

Ele sorriu e se aproximou o suficiente para seus lábios tocarem os meus em


um beijo casto e significativo, muitas emoções me dominavam no
momento.

- Obrigado, obrigado, obrigado -ele disse.

Sorri novamente e o puxei para um abraço apertado, uma lágrima de


felicidade escorreu do meu rosto e naquele momento eu me sentia
realizada.

(...)

Depois de um tempo a médica voltou já que a mesma ainda tinha algumas


informações para nós. Minha gravidez era de seis semanas e ela me contou
que esse é o período onde as mulheres descobrem com mais frequência que
estão grávidas, Dylan ficou ao meu lado o tempo todo, só saiu para ligar
para o irmão que automaticamente ligou para Peter e eu claro liguei para as
meninas.
Agora estávamos todos aqui para eu dar a notícia da minha gravidez.

Os únicos que não estavam aqui eram Susie e Nate, já que a mesma está em
hora de trabalho na boate e Nate não estava em Nova York, Susie e eu nos
aproximamos bastante nessas últimas semanas, mas ela ainda não conheceu
Rubi

- Eu deixo vocês explicarem -Adam diz e sorri de lado.

- O que aconteceu? Por que vocês estão em um hospital? -Emy pergunta


arrumando a bolsa no ombro.

- Bom, primeiro...

- Filho!

Dylan franziu o cenho virando o rosto para o lado contrário e avistou sua
mãe e seu pai correndo até nós.

Por que eles estavam com roupas de banho?

- Mãe? -ela o abraçou apertado e depois seu pai o abraçou apertado


também.

- Você está bem? -ela perguntou segurando seu rosto.

- Estou, o que vocês estão fazendo aqui? -ele pergunta.

- Seu irmão nos ligou dizendo que você estava no hospital -seu pai diz.

Dylan olhou para Adam que fingiu olhar pro lado.

- Adam? -Monica pergunta.

- Foi mal, eu só disse que você estava no hospital e ela desligou -ele aponta
para mãe.

- Vai ficar sem esse dedo, Adam Drew Venturelli -ela diz com a
sobrancelha levantada.

Dylan começa a rir e Adam olha feio para ele.

- Ta rindo do que Alexander? -Adam diz cruzando os braços.

Dylan para de sorrir e revira os olhos em seguida.


Ri baixinho e ele cerra o maxilar, Dylan não gosta do seu nome do meio.

- Gente, to boiando -Rubi diz e se aproxima mais de nós.

- Certo, temos notícias -digo.

Todos nos olham curiosos.

- Espera aí cunhada -Adam levanta o dedo- Por que vocês estão com roupas
de banho?

Ele pergunta olhando para os pais.

- Ah, nós estávamos no iate quando Adam nos ligou -Gregório diz.

Pois é, Dylan realmente deu o iate para a mãe, como ele disse, aposta é
aposta.

- Até agora? -Dylan pergunta.

- Sim, ué. Fomos namorar um pouquinho, seu pai não quis ir de manhã
então fomos de noite, mesmo o iate não saindo do lugar -Monica diz.

- Obrigado, filho -Gregório diz olhando para Dylan e depois olha para a
mulher malicioso.

Dylan acena fazendo umas caretas engraçadas e Adam ri baixinho.

- Contem logo! -Peter diz paciente como sempre.

- Certo! -Dylan diz e me puxa para perto.

- Vamos nos casar! -dizemos ao mesmo tempo.

Os seis ficam em silêncio por vários segundos, mas depois todos eles
vieram correndo nos abraçar felicitando Dylan e a mim.

Todos falavam ao mesmo tempo e sorrisos eram presentes no rosto de


todos nós, Rubi e Emy me abraçaram apertado e logo depois os outros.

- Esse momento é lindo! -Adam diz e limpa uma lágrima invisível.

- Eu vou desenhar seu vestido -Emy praticamente grita e eu concordo


sorridente.
- Espero que faça isso em um mês -Dylan diz e Emy para de sorrir.

- 1 mês? -ela pergunta.

- Vamos nos casar em um mês -digo e ela parece confusa assim como Rubi.

- Mas...

- Essa é a outra notícia -Dylan diz e sorri pra mim.

- Tudo bem, mas primeiro expliquem por que raios vocês estão em um
hospital -diz Peter.

- Aí está a notícia, Peter -Dylan diz.

Todos se colocaram na nossa frente e sorrimos para eles.

- Eu estou grávida! -digo.

A única coisa que se podia escutar era o barulho do ar condicionado, Emy e


Rubi estavam paralisadas olhando pra gente enquanto Peter e Adam
estavam com os olhos arregalados, Gregório e Monica estavam sorrindo
abertamente.

- Você acha que eles estão bem? -Dylan pergunta sussurrando para mim.

- Eu não sei, devemos fazer alguma coisa? -Sussurro de volta.

- Eu não acredito, EU VOU SER VOVÓ - Monica grita a última parte antes
de me dar um abraço de urso.

E com isso todos pareceram despertar e avançam pra cima de Dylan o


abraçando e depois vieram até mim acariciando minha barriga.

Todos que passavam ali sorriam com a cena.

- Titia vai amar muito! -Emy diz alisando minha barriga.

- Caralho! E se for menina? -Adam pergunta olhando para Peter.

- Dylan vai morrer do coração! -Peter diz rindo e meu noivo revira os olhos

- Cala boca! Não vou ser um pai ciumento -Ele diz cruzando os braços.

- Ata -Adam e Peter falaram ao mesmo tempo.


Sorri para Dylan que estava carrancudo.

- Titia vai te levar para Disney! -Rubi diz olhando para minha barriga antes
de alisa-la também.

- Parabéns ao dois -Gregório nos felicita.

Continuamos conversando sobre o casamento e o bebê, meu casamento eu


deixarei metade das coisas nas mãos de Emy, Rubi e Susie. Sei que elas
farão um bom trabalho.

Marcarei meu pré-natal o quanto antes para o meu bebê, Deus! Eu estou tão
feliz.

Senti uma mão me puxar um pouco para longe e me virei para ele que
sorriu alegre e me deu um leve beijo nos lábios envolvendo os braços na
minha cintura.

- Preparado papai? -perguntei e seus olhos brilharam.

- Nem precisa perguntar -Dylan diz e cola a testa na minha.

- Eu soube que as grávidas tem inúmeros desejos -ele aperta minha cintura-
Sem falar no mau humor constante.

- Eu amo tudo em você até o seu mau humor, e os desejos...espero que os


sexuais entrem nessa lista -ele sorri lascivo.

- Você é muito pervertido -falo e seu sorriso aumenta.

Ele colou nossos corpos e me beija.

- Ei! Respeita o Ricardo -Adam grita e nós paramos de nos beijar.

- Ricardo? -Emy pergunta e Adam aponta para mim.

- Ricardo? Claro que não -Rubi diz e olha pra mim- Respeitem a Cloé.

Ela diz e Adam revira os olhos.

- Não vai ser uma menina! -ele diz e Rubi olha feio pra ele.

- É claro que vai, uma linda menina -ela diz e cruza as mãos sorridente.
- Eu acho que vai ser um menino -Peter diz e Adam ergue a mão batendo
na dele.

- Não vai não, vai ser uma menina -Emy diz e faz o mesmo ato com Rubi.

Os quatro se encaram e eu rio baixinho com Dylan.

- Não acredito que eles estão discutindo sobre o sexo do nosso bebê -digo e
Dylan balança a cabeça sorridente.

- O que vier está ótimo -ele diz e eu concordo.

Ficamos alguns segundos em silêncio vendo os seis discutirem, até Monica


e Gregório entraram na discussão.

- 100 dólares que vai ser menino -Dylan diz do nada.

O encaro com uma sobrancelha erguida e ele sorri de lado.

- Fechado -falo.

Ele concorda e coloca a mão no meu ombro me levando até eles que ainda
estavam discutindo o sexo do nosso bebê.

Eu não acredito que acabei de apostar o sexo do meu filho! Meu Deus. Não
sei o que é pior, eu apostar ou ser a segunda vez que eu faço isso.
79° capítulo
Lisa

Era hoje!

Hoje eu iria ver meu filho! Mesmo que ele seja tão pequeno eu não poderia
estar mais feliz.

Terminei de me arrumar colocando uma sapatilha cor creme e um vestido


branco, Dylan estava na porta do quarto me encarando com seu terno preto.

A consulta era às 9:00 da manhã e estava fazendo um pouco de sol, Dylan


primeiro iria comigo e depois ele iria para empresa, Adam já ocupava seu
cargo anterior e agora iria trabalhar com Rubi, eu ainda não voltei ao
trabalho porque meus enjoos matinais estão com tudo, sem falar na minha
maravilhosa mudança de humor e minha imensa vontade de dormir.

Amarrei meu cabelo em um rabo de cavalo e ajeitei o pequeno decote nos


meus seios.

- Estão um pouco maiores -Dylan diz.

Olhei para os meus peitos na frente do espelho e deixei minha cabeça cair
para o lado.

- Você acha?

- Baby, eu conheço todo o seu corpo -diz, sorri de lado.

Ele se aproximou e me abraçou por trás dando um beijo no meu pescoço o


que me fez arrepiar inteira.

- Falta algumas semanas para nos casarmos -ele me encarou pelo espelho-
Estou contando as horas para você ser minha.

Me virei de frente para ele colocando meus braços em volta do seu pescoço
e suas mãos desceram para a minha cintura.

- Eu já sou sua com casamento ou não -falo e ele se aproxima até me beijar.

As mãos dele vão para os meus seios e eu acabo dando um gemido de dor
quando ele aperta levemente.
- Auu -digo e ele se afasta rapidamente

- Me desculpe -ele me olha preocupado -Eu esqueci que...

Ele levanta as mãos apontando para o meu peito parecendo perdido.

- Está tudo bem, só estão um pouco mais sensíveis do que o normal.

Me aproximo dele novamente e beijo sua bochecha.

- Vou ao banheiro -digo- Desço em alguns minutos.

Estou com 8 semanas de gravidez e daqui a algumas semanas irei me casar


com o meu arrogante gostoso. Fui até o banheiro para me aliviar lavei as
mãos saindo do banheiro em seguida.
Dylan me puxou pela mão e descemos as escadas em direção a cozinha
onde Benta estava fazendo suas deliciosas panquecas, dei bom dia a ela que
sorriu alegre como sempre.

Quando Dylan contou que eu estava grávida ela ficou extremamente feliz,
dava até pulinhos batendo palmas, foi muito fofo.

Tomamos café e eu não pude deixar de salivar quando vi as panquecas na


minha frente, Dylan apenas riu e voltou a comer seu bolinho.

Depois que acabamos nos despedimos da Benta que apenas balançou as


mãos dando um tchau animada.

Caminhamos até o elevador e ele chamou o mesmo, fomos direto para a


consulta ver o meu grão de arroz. Esse se tornou o evento mais importante
de toda a minha vida.

(...)

- Por que eu não estou ouvindo meu filho?

Dylan perguntou impaciente.

- Talvez seja porque a médica ainda não fez o exame?

Eu estava deitada na maca esperando pela médica. Uma máquina branca


enorme estava ao meu lado e Dylan estava do outro me olhando
atentamente

Desde que chegamos ele está impaciente.


- O que será que isso faz? -ele levou o dedo até um botão que tinha na
máquina.

- Não mexe aí...

Ouvimos um barulho sair da mesma e Dylan arregalou os olhos clicando no


botão novamente com a intenção de fazer o barulho parar.

- Desliga isso -digo e ele me olha debochado.

- Estou tentando.

Ele mexe no botão de novo até que o barulho para e ele respira aliviado.

- Puta merda -ele coloca a mão no peito e sorrio abertamente.

- Eu que sou a curiosa -digo e ele revira os olhos.

Depois de minutos a médica entra e começa o procedimento do ultrassom,


tudo que estiver na minha barriga vai aparecer na tela do computador ao
nosso lado. Ela ligou o computador e na tela apareceu umas imagens pretas
borradas, depois de alguns segundos as imagens ficaram mais fáceis de se
visualizar.

Dylan agarrou minha mão e me olhou antes de olhar para a tela do


computador.

- Esse pequeno pontinho aqui, é o filho ou filha de vocês.

Semi cerrei os olhos e tentei enxergar o pontinho o qual ela se referia,


Dylan se inclinou para frente para também tentar enxergar.

- Vocês estão conseguindo visualizar? -perguntou.

- Claro! -ele diz e toca no nariz.

- Você acha que eu não conseguiria ver meu próprio filho? Claro que não -
digo com a voz mais fina do que o normal.

Ela se vira olhando para nós dois e levanta uma sobrancelha.

- Vocês não estão vendo, não é?

- Não -falamos ao mesmo tempo.


Ela riu.

- Está aqui -ela apontou na máquina.

Consegui visualizar o pontinho e sorri alegremente, era uma coisinha tão


pequena, mas que eu já amava muito.

Olhei para ele que também estava sorrindo e me encarou depois.

- É tão pequeno -ele disse sorrindo.

- Por enquanto -ela disse e se voltou para o meu lado mexendo na máquina.

- Os batimentos estão normais e fortes.

Ela mexeu na máquina e deu algumas informações sobre a minha gravidez.

O som de batimento cardíaco surgiu na sala e senti meus olhos encherem


de água rapidamente, Dylan sorriu e me deu leve beijo nos lábios.

Era o nosso filho, uma junção minha e do meu molhador de calcinha, eu


vou ama-lo ou ama-la tanto!

Horas depois...

- Baby! Esse já é o terceiro -Dylan diz com a voz preocupada.

- Dylan, eu estou com fome -digo irritada.

Estávamos em uma cafeteria perto da empresa e eu estava no meu terceiro


croissant, eu estava sentindo uma fome absurda.

Ele me olhou com uma sobrancelha levantada e balançou a cabeça sorrindo


de lado.

- Quando você não estava grávida já comia suficiente para um batalhão,


imagina agora que está.

Larguei o croissant e fiz uma cara de irritada.

- Então você achava que eu comia demais? Por um batalhão pelo visto.

- Não exatam...

- O que? Vai me dizer agora que está me achando gorda?


- O que? Não não, não é nada disso...porra Lisa, você está chorando?

Ele se inclinou para frente e pegou na minha mão, me olhou com carinho e
a apertou de leve.

- Você não está gorda, apesar de que você vai ficar um pouco maior já que
nosso filho vai ter que crescer aí dentro -ele olhou para a minha barriga- E
eu não vejo a hora disso acontecer.

Sorri alegre limpando uma lágrima que desceu do meu rosto e Dylan
respirou aliviado.

- Desculpe, estou muito emotiva -digo e ele concorda.

- Está tudo bem.

Ele sorriu antes de um barulho de celular vir do seu bolso, ele tirou o
aparelho de lá e o atendeu em seguida.

- Venturelli.

Voltei a comer e dei um sorriso satisfeita, olhei para ele que estava sério,
seus olhos verdes estavam mais escuros e por um momento pensei o pior
quando escutei ele falar "detetive".

Ele desligou o celular me encarando e eu engoli em seco.

- O que houve? - pergunto.

Ele me olhou pensativo como se estivesse decidindo se deveria me contar


ou não.

- Conta logo -digo e ele suspira.

- Bob.

Meu coração errou uma batida e apertei meus dedos um no outro em meu
ato de nervosismo.

- O que tem ele?

- Baby, suas emoções estão a flor da pele não sei se você irá reagir bem...

- Conte-me.
Ele se ajeitou na cadeira e entrelaçou as os dedos em cima da mesa, sua
postura séria estava presente.

- Ele foi encontrado morto na cela, os guardas o viram agora de manhã.

Para mim foi impossível conter o alívio que me dominou, um longo suspiro
saiu da minha boca e fechei os olhos por alguns segundos absorvendo a
notícia.

- Ei, você está bem?

Ele pegou na minha mão e eu abri os olhos, sorri fraco na sua direção e
acenei.

- Agora estou.

Ele balançou a cabeça e plantou o beijo na mesma.

-Você sabe qual a causa da morte? -pergunto.

- A autópsia está sendo realizada, mas...o detetive disse que muito


provavelmente os outros detentos tenham o matado e estuprado.

Arregalei os olhos.

- Meu Deus.

- Eu não estou com nenhum pouco de pena, o desgraçado quase tirou você
de mim. Isso é o mínimo que ele deve receber.

Acenei, eu posso ser uma pessoa horrível por estar aliviada por causa da
morte de alguém, mas eu sei que agora eu estaria em paz e que nosso filho
não teria que nascer em um mundo com aquele homem.

- Vamos para casa, você precisa descansar.

Eu realmente estava cansada e com muito sono.

- Você vai para a empresa? -perguntei me levantando.

- Hoje não -o encarei.

- Vou ficar com a minha mulher -ele sorriu terno.


Dylan entrelaçou meus dedos nos seus e saímos da cafeteria sorridentes
com o sol de Nova York batendo em nossos rostos.
80° capítulo • penúltimo •

Lisa

Senti braços me apertarem e sorri de lado, abri os olhos devagar sentindo


uma respiração no meu pescoço.

Me virei para encarar Dylan que estava com os olhos fechados, mexi em
alguns fios do seu cabelo e tracei um caminho com meus dedos até o seu
queixo.

Ele se remexeu um pouco antes de abrir os olhos e sorrir para mim com o
sorriso de molhar calcinhas.

- Bom dia -digo.

Ele passou a mão no meu cabelo e beijou a minha testa.

- Bom dia, baixinha.

Sorri e me aninhei no seu peito enquanto ele mexia no meu cabelo.


Eu estava ótima aproveitando o momento com o meu noivo que daqui a
algumas horas será meu marido quando eu vejo um cabeça loira adentrar o
quarto.

Adam entrou no quarto sorridente e eu agradeci a Deus por Dylan e eu não


estarmos fazendo nada sexual.

- Está limpo -ele gritou.

Alguns segundos depois Peter entrou no quarto com um pacotinho de


confete.

- Ei! E aí? Preparados para aguentar a cara um do outro nos próximos


anos? -Peter pergunta jogando um pouco de confete pra cima.

- Você vai limpar isso aí -Dylan adverte.

- Para de ser chato- Adam diz e bate uma mão na outra- Já estou com tudo
que você precisa.

- O que vocês estão fazendo aqui mesmo? -Dylan pergunta.


- Viemos pegar você, é o dia do seu casamento, você não se lembra? -
Adam pergunta com a mão na cintura.

- É a idade -Peter diz e Adam concorda.

- Ta falando do que seu idiota? Você é mais velho que eu -Dylan diz.

- Só três anos -Peter caminhou até ele e deu um tapa na sua testa- Levanta,
batgirl.

Dylan suspirou e me olhou suplicante, me sentei na cama amarrando meu


cabelo em um coque.

Dylan e eu não tivemos despedida de solteiro, eu estava sem um pingo de


vontade para fazer tal ato e Dylan me disse que seu eu não teria uma, ele
também não teria.
Bom, curtimos nossa despedida de solteiro com nós mesmos.

Olhei no relógio é já eram 9:00, ainda bem que as meninas não chegaram,
se elas me vissem dormindo...

- Mucuraaa!

Olhei para Dylan suplicante e ele deu de ombros sorrindo.

Por incrível que pareça Rubi entrou primeiro no quarto, ela entrou sorrindo
mas assim que viu todos nós ela parou de sorrir.

- Emily, ele ainda está aqui -ela gritou para a minha amiga que parecia estar
na escada.

- O que? Por que?

- Eu moro aqui, lembra? -Dylan gritou e eu tenho certeza que ela revirou os
olhos.

- Peter e Adam também estão aqui -Rubi grita novamente.

- Ah ta de sacanagem -ela diz e finalmente aparece na porta.

- Certo, Dylan fecha os olhos e vocês dois não o deixem abrir.

- Ah claro, como vamos impedir isso? -Peter pergunta.

- O que está acontecendo? -Perguntei.


- Seu vestido, está aqui fora -Emy apontou com a cabeça para a porta.

- Fecha os olhos -digo olhando para Dylan.

- É sério? Baby, isso é só...

- Fecha logo! -eles gritaram e eu também.

Dylan fechou os olhos e eu coloquei minhas mãos sobre eles, Rubi ajudou
Emy a passar com o vestido branco para o banheiro trancando a porta em
seguida, tirei minhas mãos dos seus olhos e Adam fez um sinal com o dedo
o chamando.

- Te espero no altar.

- Vou estar de branco.

Ele sorriu e me deu beijo suave logo descendo para minha barriga onde ele
alisou e deu um beijo demorado.

- Até depois, cuide da mamãe.

Ele se levantou me deixando com um sorriso apaixonado no rosto.

Os três mosqueteiros saíram porta a fora e as meninas se jogaram na cama.

- Preparada? -Emy perguntou.

- Não vejo a hora -digo e as duas sorriram antes de me abraçar.

(...)

- Cadê os sapatos? -Emy pergunta irritada.

Depois que os meninos saíram eu tomei um banho de banheira que Rubi


preparou para mim com rosas, sabonetes perfumados e com bolhas, eu
adorei! Fiz minha refeição da manhã com tudo que eu tenho direito e me
senti mil vezes melhor.

Emy deu alguns retoques no vestido enquanto eu tomava banho, Rubi


estava encarregada de falar com os três maquiadores e os cabeleireiros que
haviam chegado algum tempo depois. Eu não fazia ideia de onde Susie
estava, mas com certeza Emily deve ter dado algo para ela fazer.
Depois de horas fazendo minha maquiagem e mais uns bons minutos
fazendo meu cabelo, eu estava quase pronta, só faltava colocar o vestido e
achar o sapato.

As meninas também já estavam prontas, elas só tinham que colocar os


vestidos de madrinhas.

- Veja se está debaixo da cama -Rubi diz.

Emy ficou de quatro no chão do quarto procurando pelo bendito sapato.

- Aqui!

Ela se levantou e colocou em cima da cama, andou até mim e pegou nas
minhas mãos.

- Vamos colocar o vestido! -disse animada.

Meu vestido era um sonho de princesa, eu fiquei encantado por ele desde o
primeiro dia que eu o vi, o mesmo consistia de mangas longas
completamente rendadas com as costas não muito nuas e com um decote
muito bonito na parte da frente. O tecido modelava minha cintura e as
mangas caiam sobre os meus dedos o deixando um ar mais elegante.

- Me ajuda aqui Rubi -Emy a chamou que estava terminando de dispensar o


maquiador e o cabeleireiro.

As duas me ajudaram a colocar o vestido branco e bateram palmas depois


que conseguiram, me olhei no espelho e levei a mão até a boca.

- Caralho -digo e as duas gritaram animadas.

- Você está deslumbrante -Rubi diz com as mãos na bochecha.

- Porra eu sou incrível -Emily diz balançando a cabeça olhando para o


vestido.

Rubi olhou para ela com uma sobrancelha levantada e ela olhou para mim.

- Não mais que a minha amiga aqui, você que está incrível -ela diz e eu
sorri revirando os olhos.

- Falta o véu, onde está? -Rubi perguntou revirando algumas caixas em


cima da cama.
- Está naquela sacola ali -Emy aponta e Rubi vai até lá.

Emy se vira para mim e suspira alto.

- Eu estou tão feliz por você -ela diz.

- Obrigada -digo agarrando sua mão.

- Achei, colocamos em você depois -Rubi para ao lado de Emy e me


encara.

- Você está chorando? -Perguntou Rubi.

- Não...eu só -digo piscando várias vezes.

- É os hormônios -Emy diz e ela concorda.

- Você está perfeita -Rubi parou ao meu lado me abraçando - Está


parecendo uma modelo.

Emy parou do outro lado e me abraçou também.

- Está mesmo, e se alguém perguntar fala que foi eu que fiz o seu vestido.

Nós três sorrimos e abracei as duas.

- Vocês são incríveis -digo e elas jogam o cabelo pro lado.

- Sabemos disso -Rubi diz e Emy sorri.

- Bom, vamos ficar ainda mais com os nossos vestidos de madrinhas -Emy
coloca a mão na cintura.

- Estão esperando o que? Vão se trocar -digo fingindo irritação.

- Calma minha filha, temos tempo, ainda falta -Rubi diz olhando no relógio
de pulso- 30 minutos.

Nós três arregalamos os olhos e quase Emy se engasga com a própria


saliva.

- Merda! -as duas correram até uma sacola diferente das outras.

Elas tiraram dois vestidos da cor bege que tinham uma pequena fenda na
perna esquerda e um decote favorável na parte da frente.
- Pelo menos já estão maquiadas -digo.

Elas demoraram uns bons minutos para se trocar e finalmente estávamos


todas prontas, elas estavam lindas.

Peguei o celular o liguei para Bryant dizendo que já estávamos descendo.

- 10 minutos para chegar na igreja -Rubi diz.

- Ah qual é, só vamos nos atrasar um pouquinho -ela junta o indicador com


o polegar deixando uma pequena distância visível.

- Esse pouquinho é muito para Dylan -digo.

Ela revirou os olhos e as duas me ajudaram a descer as escadas, chegamos


no andar de baixo e caminhamos até a porta, mas eu senti um cheiro
delicioso.

- Que cheiro é esse? -perguntei olhando para os lados.

- O que? -Rubi perguntou.

- É cheiro de bolo -Emy diz e me guia até o lado de fora.

- Onde? Onde tem bolo? -perguntei.

- Sério isso Lisa? -Rubi perguntou fechando a porta.

- Mucura, não temos tempo para isso -Emy diz.

- Emily, esse cheiro, só está me deixando com mais desejo -digo quase
salivando.

- Depois do casamento você come bolo, tem um enorme esperando por


você depois.

Fiz uma careta e andamos até o elevador.

- Eu só queria um pedaço -reclamo.

- Tá bom -Rubi diz me ignorando.

- Espero que meu filho não nasça com cara de bolo -digo e as duas reviram
os olhos.
O elevador chegou e entramos no mesmo, descemos até o estacionamento e
de longe vi Bryant.

- Vamos -Emy diz.

Nessa hora um homem muito lindo saiu do elevador, ele parecia ter saído
de uma revista masculina e o melhor, o cheiro do bolo chegou até o meu
nariz, ele segurava uma vasilha com o bolo lá dentro.

Emy e Rubi o encaravam encantadas e eu só encarava o bolo.

- Dizem que é pecado deixar uma grávida sem comer o que ela quer -digo
olhando pro bolo e as duas parecem despertar.

- Quando foi que você ficou tão chata? -Emy pergunta.

Fiz cara feia.

- Tudo bem, me esperem no carro -Rubi diz.

- Espera, o que você vai fazer? -Emy perguntou.

- Você quer mesmo aquele bolo? -ela perguntou e rápido confirmei.

- Diz para Bryant deixar o carro ligado, vejo vocês lá.

Rubi caminhou até ele em passos rápidos e nós caminhando até o carro,
mas eu pude ouvir um pouco da conversa.

- Oi -ela diz e o cara a olha.

- Oi -diz e depois sorri malicioso.

- Você é muito, muito gato e eu preciso desse bolo -ela aponta e o cara
franze o cenho.

Entramos no carro e eu pedi para Bryant deixar o mesmo ligado, Emy


olhava para mim curiosa e eu olhei para Rubi.

Vi perfeitamente quando ela pegou a vasilha da mão no homem e correu a


passos largos até nós, abri a boca e Emy começou a rir.
Ela correu desajeitada até nós e o homem estava no mesmo lugar com uma
cara confusa.

Ela abriu a porta e entrou no carro igual uma bala.


- Dirige Bryant, dirige.

Bryant nos olhou pelo retrovisor e sorriu de lado dando partida no carro.

- Sempre quis falar isso -Rubi diz

Ela me entregou o bolo que estava com um cheiro delicioso.

- Eu não acredito que você fez isso! - Emy diz sorridente.

- Madrinhas são para isso -diz e caímos na gargalhada.

Abri a vasilha e comecei a comer o bolo com uma pequena colher de


plástico que tinha dentro da mesma, gemi com o gosto do bolo que era
divino.

- Isso está ótimo -digo.

- Não vai deixar cair no seu vestido -Emy diz e eu concordo.

- Pelo menos seu filho não vai ter cara de bolo -Rubi diz.

- E qual é a cara de um bolo? -Emy pergunta olhando para nós duas.

Olhei para elas que estavam em silêncio formulando alguma resposta.

- Esquece -Falamos ao mesmo tempo.

Depois de alguns minutos a voz de Bryant surge:

- Chegamos.

Olhei para a igreja e respirei fundo.

Chegou a hora de eu me casar.


81° capítulo •último•
Lisa.

Desci do carro e caminhamos até a porta da igreja.

Gregório estava lá me esperando para me levar ao altar, eu pedi para que


ele fizesse isso depois que ele nos contou que nunca levaria uma filha ao
altar já que o mesmo só teve filhos homens, bom...juntamos o útil ao
agradável.

Rubi parou no meu lado esquerdo e Emy no lado direito, coloquei o véu e
peguei o buquê de rosas vermelhas da mão de Emily, eu escolhi essas rosas
porque eram as favoritas da minha mãe e pensei que desse jeito eu estaria
mais perto dela de alguma maneira.

Eu sei que ela está me vendo de algum lugar,


assim como meu pai.

O som da marcha nupcial foi anunciado e as portas foram abertas, olhei


para as meninas que sorriram felizes e juntei meu braço direito ao esquerdo
do meu sogro.

Eu estava nervosa, meus dedos apertavam o buquê e o clima parecia estar


muito quente, levantei o olhar e vi todos os nossos amigos e familiares de
pé me encarando.

Respirei fundo e encarei Dylan pela primeira vez desde que as postas se
abriram, ele estava com um terno cinza claro com uma pequena flor
vermelha no bolso do paletó, seu sorriso perfeito foi direcionado a mim e
foi inevitável não sorrir de volta.

Comecei a andar na sua direção calmamente e esquecendo tudo que estava


na nossa volta, quando estava próxima percebi ele sussurrar um "Você está
foda", o repreendi com o olhar por estarmos em uma igreja e ele apenas
sorriu.

Cheguei ao seu alcance e Gregório acenou para o filho orgulhoso e


sorridente, Dylan acenou de volta antes de pegar na minha mão e me trazer
para o seu lado, ficamos de frente um para o outro e eu não conseguia parar
de sorrir.
- Você está perfeita -ele diz e beija minha mão.

- Você fica bem de terno claro -digo e ele sorri de lado.

O padre dá início ao casamento e nos viramos de frente para ele, o discurso


matrimonial começa, mas eu não presto muita atenção no que ele diz
porque estou encarando meu futuro marido que me encarava sorridente.

Me permitir olhar para os lados e vi Rubi, Emily e Monica ao meu lado e


Adam, Peter e Gregório ao lado de Dylan. Os meninos estavam com o
mesmo terno igual as meninas que usavam o mesmo vestido, Jon e Josh
estavam sentados nas primeiras fileiras sorridentes e Susie estava com as
mãos juntas dando um sorriso bobo.

Dylan entrelaçou nossos dedos e percebi que era a famosa fala do padre.

- Dylan Venturelli, é de livre e espontânea vontade que você aceita Lisa


Morris como sua companheira em matrimônio?

- Sim, eu aceito.

Sua mão direita apertou a minha em forma de conforto e carinho.

- Lisa Morris, é de livre e espontânea vontade que você aceita Dylan


Venturelli como seu companheiro em matrimônio?

- Sim, eu aceito.

O padre acenou nos encarando antes de sussurrar.

- Vocês mesmos fizeram os votos ou...

- Nós fizemos -Dylan diz e ele concorda.

- Agora os votos dos noivos.

Todos se ajeitaram na igreja e eu agarrei as mãos de Dylan nas minhas.

- Dylan, eu nunca iria achar palavras corretas para te dizer agora, mas eu
sei que eu não preciso delas para provar o quanto eu te amo, você era a
peça que faltava para eu ser feliz, você me deu amor, alegria, risadas e o
mais importante -coloquei minha mão na minha barriga- Você me deu um
filho.
Percebi algumas pessoas chorando enquanto ele me encarava com os olhos
quase lacrimejando.

- Eu prometo te amar até o fim dos nossos dias e ser sua para toda a
eternidade meu...arrogante gostoso.

Sussurrei a última parte e ele sorriu grande, o padre arregalou os olhos


cruzando os dedos.

- Lisa, não tem nenhum outro lugar do mundo em que eu queria estar a não
ser aqui, me casando com você. Todos os dias quando eu acordo eu
agradeço por ter feito aquele acordo idiota -ele diz e o padre balança a
cabeça.

- Por que ele só me fez enxergar que eu sou apaixonado por você, seus
olhos, seu sorriso e até seu ato de nervosismo. Você desperta algo em mim
que eu nunca senti e nem tinha ideia que existia, mas eu sou extremamente
grato a você por me fazer senti-lo. Quero você para sempre, quero te amar
para sempre e quero ter uma linda família com você, apenas você.

Enxuguei a lágrima que descia do meu olho esquerdo e sorri para ele.

- A troca de alianças -O padre diz.

Peter veio até nós com uma caixinha de veludo azul e entregou a Dylan.

- Lisa, eu te dou esta aliança como sinal de que escolhi você para ser minha
esposa e minha melhor amiga. Receba-a e saiba que eu te amo -Dylan
colocou a aliança no meu dedo anelar da mão esquerda.

- Dylan, eu te dou esta aliança como sinal de que escolhi você para ser meu
esposo e meu melhor amigo. Receba-a e saiba que eu te amo -Coloquei a
aliança no seu dedo.

- É com grande alegria que vós declaro Marido e mulher -O padre encarou
Dylan- Pode beijar a noiva.

Dylan acenou sorridente e se aproximou de mim, ele colocou suas mãos no


meu rosto e beijou minha testa primeiro.

- Eu amo você.

Sorri na sua direção e seus lábios tocaram os meus suavemente, ouvi as


palmas ao nosso redor e alguns gritinhos de Emy.
Nos separamos e viramos para eles que aplaudiam de pé.

Dylan me encarou e sorriu divertido.

- Agora, Sra. Venturelli -ele entrelaçou meus dedos nos seus- Vamos
comemorar.

(...)

- Aos noivos!

A voz de Rubi ecoou no salão de festas, todos viraram as taças de


champanhe e eu virei minha taça de suco de laranja.

- Me concede essa dança, Sra. Venturelli?

Sorri para meu marido.

- Você vai me chamar assim até quando? -perguntei.

- Até a lua de mel -Ele se aproximou para sussurrar no meu ouvido - Por
que não vai ser eu que vai falar baby, é você que vai gritar meu nome.

Semi cerrei os olhos e ele sorriu lascivo.

- Pervertido.

Dylan agarrou minha mão e fomos até o centro do salão onde outros casais
também dançavam, sua mão direita agarrou minha cintura e sua mão
esquerda juntou com a minha.

Dançamos devagar e eu coloquei minha cabeça no seu peito absorvendo o


cheiro maravilhoso que vinha dele.

Suas mãos alisam minhas costas enquanto eu brincava com a flor vermelha
no seu terno.

- Eu estou tão feliz -digo.

- Não mais que eu, baixinha.

Me ajeitei para encara-lo colocando meus braços em volta do seu pescoço.

- Preparada para a lua de mel? -perguntou.


- Para onde vamos?

- Itália será nossa primeira parada.

- Primeira parada? E depois disso?

- Não sei, você pode escolher.

- Vou deixar você decidir -digo.

Continuamos dançando e sorrindo para os convidados que nos felicitaram.


Depois de alguns minutos eu me sentia cansada e com fome.

- Estou com fome -digo a Dylan.

- Vamos comer algo.

Caminhamos até uma mesa onde tinha os variados doces e petiscos de


casamento, a melhor parte de festas com toda certeza!

Comi bastante enquanto Dylan conversava com algumas pessoas, de longe


vi Rubi e Emy se aproximando.

- E aí, Mucura?

- Oi, gente.

- Está se sentindo bem? -Rubi perguntou.

- Estou ótima, só um pouco cansada.

Sorri para tranquilizá-las e pareceu não ter funcionado.

- O carro está aí fora caso vocês queiram ir embora, Emy e eu damos


tomamos conta daqui.

Rubi alisou meu braço e eu sorri terna.

- É mucura, você está grávida e precisa descansar sempre que pode.

- Relaxem, estou grávida não doente. Além do mais, eu ainda quero bolo.

Elas se olharam e reviraram os olhos depois.

- Eu jamais vou esquecer aquela cena -digo rindo e Rubi colocou a mão na
testa.
- Oi, gente.

Escuto a voz de Susie e me viro para ela a dando um abraço apertado.

- Oi, Susie -Emy diz e a abraça também.

Me lembrei que Rubi e ela não se conheciam então é a hora perfeita.

- Rubi, está é Susie Jones uma amiga nossa e Susie essa é Rubi Mendoza
outra amiga.

Elas apertam a mão uma da outra e sorriram depois.

- Nos conhecemos -Rubi diz e eu pisco confusa.

- Eu trabalhei na empresa de Rubi por alguns meses, mas tive que sair para
cuidar da minha mãe -diz Susie.

- Eu sinto muito pelo o que aconteceu -Rubi diz e ela sorri triste.

- Está tudo bem, já faz algum tempo.

Elas se olharam e Susie sorriu de lado quando me encarou em seguida.

- Meus parabéns pelo casamento, gostou das flores? -diz e eu concordo


animada.

- Obrigada por vir -ela acena- Quando eu voltar nós podemos fazer alguma
coisa juntas.

- Claro, quando você volta? -Susie pergunta.

- Daqui a um mês -Emy arregalou os olhos.

- Um mês? Quando eu me casar quero uma lua de mel com tanto tempo.

Sorrimos.

- Pelo o que eu entendi não vamos ficar em um lugar só.

Elas sorriram com os olhos semicerrados olhando uma paras as outras.

- Bom, só traga meu sobrinho de volta -Emy diz alisando minha barriga.

- Ah, você está de quantos meses? -Susie pergunta.


- Quase três daqui a alguns dias.

- Uau, passa bem rapidinho.

Concordei sorridente.

- E aí, meninas?

Dylan chega parando ao meu lado me dando um beijo na bochecha.

Elas os cumprimentaram e alguns segundos depois a gangue apareceu.

- Cunhada!

Adam parou ao lado de Dylan e Peter ao lado do mesmo, Nate apareceu


parando a minha frente.

- Parabéns pelo casamento -Nathaniel diz e eu o abraço agradecida.

- Bom, já que vocês estão aqui -Dylan aponta para Adam e Rubi- Por favor
não se matem na empresa enquanto eu estiver fora, tudo bem?

- Do que você está falando? Nos damos bem -Adam diz e Rubi concorda.

- Sei, não foi o que deu a entender semana passada.

- Aquilo foi um acidente -Rubi diz e cruza os braços.

- Como derramar café em mim é acidente? -Adam pergunta.

- Não foi por que eu quis, babaca. Você que esbarrou em mim saindo do
elevador com essa sua pressa desnecessária.

- Desnecessária? Eu preciso trabalhar, princesa. Já que eu sou o único que


está fazendo alguma coisa nos projetos.

Rubi abriu a boca indignada e eu escondi um sorrisinho.

- Você é completamente louco, egocêntrico e um filha da mãe por não


reconhecer o esforço que estou tendo fazendo aqueles projetos já que você
só dorme com as associadas! -Ela cospe e Adam coloca a mão no peito
ofendido.

- Você é uma...
- Está bom gente! -Emy diz.

- Vocês estão parecendo cão e gato -Peter diz e eu levanto uma sobrancelha
pra ele- Estão trabalhando juntos a quanto tempo?

- Uma semana -falaram ao mesmo tempo.

- Nossa -Susie diz.

- Vocês vão ficar quanto tempo longe? -Adam pergunta.

- 1 Mês maninho.

- Porra! 1 mês longe dela? Perfeito -Adam diz apontando para Rubi que
bateu na mão dele.

Como Dylan estará longe, Adam assumirá a presidência novamente e


Nathaniel a vice presidência.

- Imbecil -Rubi diz baixo.

- Que tal cortamos o bolo? -Emy diz e todos concordamos.

Adam e Rubi saem se encarando com um olhar mortal e os demais seguem


a lugares opostos.

Dylan e eu cortamos o bolo e muitas fotos foram tiradas na hora, a festa


seguiu normalmente e já quase no final chegou a hora de jogar o buquê.

As mulheres fizeram uma roda no meio do salão enquanto eu me preparava


para jogá-lo. Rubi, Emy e Susie estavam em uma parte distante e eu
planejei jogar nelas propositalmente.

Depois da contagem do três e eu tê-las enganado fingindo que ia jogar eu


finalmente joguei.

O buquê caiu na mão de Rubi que rápido passou para Emy que jogou
caindo na mão de Susie que acabou jogando longe.

Olhei para elas que apenas deram de ombros gritando um "Deus me livre".

Desci do pequeno palco e andei até o centro procurando por Dylan. Ele
estava conversando com alguns homens de terno e cada movimento seu
parecia ser em câmera lenta, suas mãos se moviam calmamente e seu
sorriso perfeito estava a mostra, seus olhos verdes brilhantes que estavam
focados no homem logo se direcionam a mim como um ímã.

Ele para de conversar com eles e sai de lá andando até mim.

Eu o amo tanto que tudo o que ele faz é hipnotizante para mim, eu acho que
nunca vou me cansar desse homem.

Eu definitivamente me sinto feliz ao lado dele e não existe outro lugar no


mundo que eu estaria agora.

Sou a secretária eficiente e ele o chefe mulherengo que tinham tudo para
dar errado, mas graças a um acordo de casamento tudo deu certo no final, e
se você me perguntasse se valeu apenas eu diria que faria tudo de novo e
mais uma vez, eu nunca me cansaria de me apaixonar por ele e ver ele
comer bolinhos de frutas.

Meu coração pertence a Dylan Venturelli e às vezes parece pequeno demais


para todo o amor que sinto por ele.

Nunca pensei que pudesse amar alguém tanto quanto eu o amo, mas a vida
é completa de surpresas.

E hoje, eu percebo que ter feito um acordo com um babaca foi a melhor
decisão que eu tomei por que eu não sei se conseguiria sobreviver sem ele.

Ele pode até ser um babaca, mas ele é o meu babaca.

Fim.
Epílogo

Você consegue.

É só uma piscina.

Um, dois e três.

- Dylan, se você não me segurar eu vou te matar!

Ele cruzou os braços e me olhou com uma sobrancelha erguida, estávamos


na piscina da mansão que Dylan tem aqui na Itália.

Estava um dia bonito então eu quis aproveitar a piscina, mas eu não


contava que a beira era tão alta e a mesma fosse tão profunda.

Aquela merda tinha mais de 2 metros de profundidade, eu ia me afogar


com certeza já que eu não sei nadar.

A piscina na mansão de Chicago era perfeita, eu conseguia ficar de pé, mas


nessa tenho certeza que não.

Parei na borda e olhei para baixo novamente.

Parecia que eu estava preste a pular de um penhasco. Bom...talvez eu esteja


exagerando...era o Empire States.

- Você está sentada na borda! E eu estou aqui para te segurar.

Ele estendeu os braços me encorajando.

Encarei meus dedos e rezei um pouco antes de descer tão devagar que eu
acho que meu filho já está com 10 anos, me inclinei na direção dele que me
pegou delicadamente e colocou os braços na minha cintura.

Passei a mão no cabelo o colocando para trás e ele sorriu na minha direção.

- Eu disse que ia pegar você.

- Ainda bem, já pensou eu ter que matar meu marido com apenas dois dias
de casamento, seria triste.
Digo e ele sorri.

A viagem de avião foi extremamente tranquila por que eu dormi a viagem


toda, eu me sentia cansada demais por conta da gravidez então apenas
dormir igual um bebê.

Coloquei meus braços em volta do seu pescoço e ele beijou minha


bochecha com carinho, Dylan desceu um pouco até beijar meu pescoço.
Joguei a cabeça para trás o dado mais acesso, suas mãos apertaram minha
cintura se desviando para minha bunda onde ele apertou com força.

- Posso te falar uma coisa? -perguntei.

- Humm -ele murmurou enquanto beijava minha clavícula descendo até os


meus seios.

- Ganhei um presente de casamento especial e...

Arfei quando senti sua mão apertar minha intimidade por cima do biquíni
azul claro.

- O que você dizia? -ele perguntou sorrindo lascivo.

Eu adoro quando ele sorri assim.

- O presente é mais para você do que para mim, digamos que você vai
gostar mais.

Sorri sugestiva na sua direção e ele franziu o cenho.

- Do que se trata? -perguntou.

Fiz um bico pensativa apertando minhas pernas na sua cintura.

O presente era de Jon que havia me dado no dia do casamento quando eu


estava prestes a ir embora, ele me deu uma lingerie extremamente sexy da
cor preta e uma cinta liga da mesma cor, ele disse que era para eu
aproveitar o homem que está ao meu lado, nas suas próprias palavras "Leve
esse homem até o inferno e depois apresente a diabinha perversa que tem
em você"

Irei seguir o conselho está noite.


- Você vai ver mais tarde -dei um beijo na sua bochecha e ele revirou os
olhos -Agora, vamos tomar sorvete.

Agarrei seu tronco encostando minha cabeça no mesmo, minhas pernas se


enrolaram nas suas e apontei para a saída da piscina.

- Você quer tomar sorvete, agora?


- Sim, por favor -digo com a voz mais educada que tenho.

- Certo, só...

Ele se moveu com dificuldade já que eu estava prendendo sua perna, perna
com a minha.

- Baby?

- Sim.

- Eu preciso me mover.

Acho que estou virando uma covarde.

- Ah tá.

Soltei minhas pernas das suas, mas agarrei seu tronco com força enquanto
ele ria de mim.

Ele me colocou na escada da piscina e eu subi rapidamente, Dylan saiu da


piscina e seus belíssimos músculos foram liberados, sua barriga trincada
estava com as gotículas de água descendo até o caminho da minha
felicidade, ele balançou os cabelos com a mão em um ato extremamente
sexy.

Ele me encarou e depois sorriu divertido.

- Vou pegar um pano para limpar a sua baba.

Ele diz e eu mostro um dedo do meio para ele que abre a boca ofendido.

Senti minha barriga roncar e levei as mãos até a mesma.

- O que foi? Você está bem?

Ele perguntou preocupado enquanto andava até mim, me olhou de cima a


baixo procurando alguma coisa.
- Seu filho está com fome.

Dylan respira aliviado colocando a mão no rosto.

- Porra, me assustei.

- Está tudo bem, só estamos com fome.

Peguei a toalha da cadeira e me enrolei nela.

- Deixa eu adivinhar -ele pegou na minha mão e começamos a andar até a


casa.

- Você vai querer muito sorvete?

Balancei a cabeça afirmando.

- Não esqueça do risoto -falo.

Ele sorriu concordando e seguimos para dentro da casa para trocar de roupa
e sair pelas ruas da Itália.

(...)

Estávamos andando de mãos dadas pelas ruas enquanto eu admirava as


casas e sorria pela beleza do lugar.
Tínhamos acabado de comer e eu claro comi meu risoto e Dylan me
acompanhou.

Chegamos em uma espécie de praça com um lago enorme, pessoas estavam


deitadas na grama e algumas estavam em bancos sentadas conversando
animadamente.

- Aqui é lindo -digo e ele concorda.

- Quando eu morava aqui eu sempre vinha até esse lugar.

Ele diz e eu sorrio apreciando a paisagem.

- Você quer o sorvete? -pergunta.

- Quero.

Andamos até um carrinho com um grande guarda sol colorido e um homem


bem carismático nos atendeu.
- Voglio un gelato, per favore. -Dylan diz.
( Eu quero um sorvete, por favor)

Puta merda! Isso foi sexy.

- Va bene, che gusto ha? -O homem diz sorrindo.


( ok, qual o sabor?)

Dylan se virou na minha direção e eu fiquei ali estática vendo-o falar


italiano, será que se eu pedir ele fala algumas coisas para mim mais tarde?

- Qual sabor você quer, baby?

Olhei para uma placa pendurada no carrinho que continha os sabores e


escolhi um.

- Della palma -falo.

O homem assente colocando meu sorvete em um copinho muito fofo.


Dylan pega o sorvete da mão do homem o pagando em seguida,
caminhamos até um banco vazio e ele me entrega o copinho.

Levei uma colher até a boca e gemi com o gosto, estava delicioso.
Dylan me encarou e sorriu, ofereci um pouco a ele que negou e eu dei
ombros, vai sobrar mais para mim mesmo.

Ficamos conversando sobre coisas banais e de como será nossa vida


quando nosso bebê nascer.

Nunca, nunquinha, não mesmo eu me imaginaria estar aqui conversando


com o meu chefe babaca sobre a cor do berço do nosso filho.

Incrível como as coisas mudam.

- Como você acha que nosso filho vai ser? -perguntou.

- Com cara de joelho -digo e ele franze o cenho.

Ri colocando a mão sobre a boca abafando o as risadas.

- Desculpe, é que dizem que bebê recém-nascido nasce com cara de joelho.

Ele assente sorrindo e me puxa para perto colocando o braço esquerdo em


volta de mim.
- Espero que isso seja só no começo.

- É sim, depois ele vai se parecendo mais conosco dois -digo.

- Acho que ele vai ter os seus olhos.

- Acho que não, ele vai herdar seus olhos verdes.

- Você quer apostar?

- NÃO, já chega de apostar coisas sobre nosso filho -digo e ele gargalha.

- Para de rir! -bato no seu braço e ele ri mais.

- Você é muito chato, não sei por que me casei com você -digo mexendo no
copinho que agora não tinha mais nada.

- Por que eu sou gostoso, extremamente lindo, inteligente, o amor da sua


vida e... -Ele beijou meu rosto - Você não vive sem mim.

É, até que faz sentido.

Encarei o mesmo que estava sorridente e ri também.

- Você esqueceu o convencido -digo colocando minha mão na sua, as


alianças brilhavam nos nossos dedos- Mas até que eu gosto.

Me inclinei na sua direção e o beijei suavemente. Mas paramos quando


senti algo bater na minha perna, me separei dele olhando para baixo e vi
uma bola de futebol da cor branca nos meus pés.

A peguei olhando em volta e vi um menino correndo na nossa direção, ele


aparentava não ter muito mais do que 5 anos.

Ele chegou até nós ofegante, mas com um sorriso no rosto.

- Mi dispiace, potresti darmi la palla?


( Me desculpe, você poderia me dar a bola?)

O garotinho tinha grandes olhos verdes e um cabelo loiro hipnotizante, suas


mãos pequenas se estenderam na minha direção e eu sorri para ele entendo
o que ele queria.
Entreguei a bola a ele que gritou eufórico e saiu correndo até os seus pais
que estavam sentados na grama que o abraçaram forte quando o menino
chegou até eles.

Encarei Dylan depois de alguns segundos e o mesmo me olhava com


carinho, sorri na sua direção e ele me abraçou beijando minha testa.

- Não vejo a hora de ser mãe -digo enquanto ele alisava meus cabelos.

- Em breve, meu amor.

Me levantei um pouco para ver o seu rosto e ele me beijou novamente, um


beijo calmo e suave com a sua mão pousada na minha barriga.

Nos afastamos e ele se levantou estendendo a mão para mim.

- Vamos para casa -Peguei na sua mão- Quero ver aquele presente.

Sorri na sua direção e ele me ajudou a levantar, mas no meio do ato ele me
puxou agarrando minhas pernas e me colocando no colo.

- Dylan!

Ele riu alto.

- Me coloca no chão!

- Poxa, não quero.

Olhei para meu arrogante gostoso que me segurava sem fazer nenhum
esforço. Ainda bem que eu estava com um short jeans.

- Quero ver você me carregar assim quando eu estiver com um barrigão -


digo.

- Eu vou adorar ter vocês em meus braços.

Ri pelo nariz e olhei em volta, tinha algumas pessoas rindo e se divertindo


com cena, algumas até batiam palmas falando alguma coisa que eu não
entendia.

A única coisa que eu entendia é que eu estou apaixonada, esse bebê e o


meu marido (que adora me carregar pelo visto) são as coisas mais
importantes na minha vida.
Eu tinha encontrado meu final feliz e no meio do caminho eu construir uma
família.

Eu não podia estar mais feliz.

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