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ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

PCC-3260: Física das Construções

Trabalho prático 1 - Carga Térmica

São Paulo

Outubro de 2021
Sumário

● Introdução e Objetivos…………………………………………………………….03

● Método……………………………………………………………………………...08

● Resultados………………………………………………………………………....09
○ Cálculo da Radiação Solar……………………………………………….09

○ Cargas Térmicas de Resfriamento……………………………………...17

○ Ar condicionado…………………………………………………………...26

● Conclusões………………………………………………………………………..27

● Referências Bibliográficas……………………………………………………....28

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1. Introdução e objetivos

Dentre os aspectos que influenciam a concepção de um projeto, um dos mais


importantes é o conforto térmico, visto que pode afetar diretamente o modo de vida
dos usuários de uma edificação. Partindo desse pressuposto, a disciplina intitulada
Física das Construções (PCC3260) procura assegurar a compressão por parte dos
alunos dos conceitos e ferramentas sobre conforto ambiental em edificações, através
de noções de termodinâmica, cargas térmicas, sistemas de ar condicionado, umidade
e ventilação, iluminação natural e artifical, de tal forma que os alunos possam
assimilar tais conceitos que futuramente poderão aplicar em suas atividades
profissionais.
No presente trabalho - Trabalho Prático 1 - foram calculados valores para
radiação solar incidente nas janelas, cargas térmicas de resfriamento do ambiente,
dimensionamento das máquinas de ar condicionado e consumo de energia para
resfriamento de um determinado ambiente em uma edificação.
Anualmente esse trabalho é desenvolvido nas instalações da Escola
Politécnica da Universidade de São Paulo, entretanto devido às questões
epidemiológicas o mesmo foi adaptado para ser realizado à distância, dessa forma
cada grupo deveria selecionar um ambiente ao qual tivesse acesso para a realização
do trabalho. Para tanto, foi escolhida a sala de estar de uma casa cuja construção
está em andamento na cidade de Brasília - DF. Trata-se, portanto, de uma edificação
de uso e ocupação residencial para uma família de 5 pessoas.
O espaço da sala possui as seguintes dimensões: o retângulo menor (vide a
figura 1) possui 4,20m de comprimento; 3,00m de largura, 2,80m de altura; já o
retângulo maior (vide a figura 1) possui 11,98m de comprimento; 5,50m de largura;
um pé direito duplo com 6,00m de altura; totalizando uma área de 78,52m².
O ambiente possui ao todo três janelas e uma porta, sendo que duas janelas
possuem as seguintes medidas: 2,00m de largura por 6,00m de altura (janelas E21
pelo mapa de esquadrias). Já a outra janela possui 5,50m de largura por 5,90m de
altura, sendo assim a área total das esquadrias equivale a 56,45m². Enquanto isso,
a porta possui uma altura de 2,90m por 6,00m de largura, resultando em uma área
de 17,4m². A seguir estão dispostas as imagens do referido projeto.

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Figura 1: detalhes do ambiente escolhido

Figura 2: Fachadas da casa

Figura 3: Planta baixa de locação

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Figura 4: Planta baixa da cobertura

Figura 5: Planta baixa do pavimento térreo

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Figura 6: planta baixa do pavimento superior

Figura 7: planta baixa do subsolo

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Figura 8: cortes A, B e C

Figura 9: Cortes D, E e F

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2. Método

Em razão da pandemia da COVID-19 que acomete o mundo desde o final do


ano de 2019, a disciplina foi ministrada de forma remota. Da mesma forma, medições
que até então poderiam ser realizadas pelos próprios alunos na Escola Politécnica
para o presente trabalho, foram simplificadas. Temperaturas de bulbo seco e de
úmido e velocidade do vento foram estimadas com base em valores fornecidos na
disciplina e também em valores encontrados em bibliografias da matéria.

Para os cálculos das radiações solares, tanto os métodos da ABNT, como


também da ASHRAE, foram utilizados. Já para as cargas térmicas de resfriamento,
foram consideradas as fontes de calor por transferência de calor por condução e
convecção, infiltração de ar, renovação de ar, pessoas e iluminação. Por último, foi
calculado o consumo de energia para resfriamento a partir de métodos ensinados em
aula.

3. Resultados

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3.1 Cálculo da Radiação Solar

A seguir está disposto o passo a passo para a obtenção do fluxo de calor,


seguimos o que foi instruído no enunciado e dessa forma o nosso grupo (ao qual foi
designado o número 9) ficou com o dia 09 de fevereiro de 2021 e com base nas
tabelas e dados a seguir foram efetuados os devidos cálculos.

3.1.1 Declinação

Para determinar a declinação (δ) devemos trabalhar com o número de dias a


partir de 1º de janeiro (N) juntamente com a fórmula abaixo:
N = 40 dias

( ) ( )
𝛿 = 23,47 ⋅ 𝑠𝑒𝑛 = 23,47 ⋅ 𝑠𝑒𝑛 =
−15,223

Tendo a cidade de Brasília como o local do estudo, foi utilizada como latitude
-15,794 graus. Com isso tem-se:

(◦) (rad)

L -15,794 -0,276

δ -15,223 -0,266
Tabela 1: Latitude e declinação do ambiente

3.1.2 Altitude e azimute solares

Com os dados expostos no item anterior, tornou-se possível efetuar os cálculos


para a altitude solar e para o azimute solar, pelas fórmulas descritas a seguir:

𝑠𝑒𝑛𝛽 = 𝑐𝑜𝑠𝐿 ⋅ 𝑐𝑜𝑠𝛿 ⋅ 𝑐𝑜𝑠𝐻 + 𝑠𝑒𝑛𝐿 ⋅ 𝑠𝑒𝑛𝛿

Onde:
𝛃: Altitude Solar
𝛿: Declinação
H: Deslocamento Solar
L: Latitude

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𝑠𝑒𝑛𝛽 ⋅ 𝑠𝑒𝑛𝐿 − 𝑠𝑒𝑛𝛿
𝑐𝑜𝑠𝜙 =
𝑐𝑜𝑠𝛽 ⋅ 𝑐𝑜𝑠𝐿

Onde:
Φ: Azimute Solar
β: Altitude Solar
L: Latitude
𝛿: Declinação

A partir dos dados extraídos pelas formulações acima, foi possível montar uma
tabela com a altitude solar e o azimute durante o decorrer do dia.

Horas H (º) sen (𝜷) 𝜷 (º) cos (Φ) Φ (º)

08:00 -60 0,536 32,39 0,144 -81,737

09:00 -45 0,728 46,72 0,098 -84,395

10:00 -30 0,876 61,11 0,052 -87,007

11:00 -15 0,968 75,54 -0,004 -90,232

12:00 0 1,000 89,43 -1,000 180,000

13:00 15 0,968 75,54 -0,004 90,232

14:00 30 0,876 61,11 0,052 87,007

15:00 45 0,728 46,72 0,098 84,395

16:00 60 0,536 32,39 0,144 81,737

17:00 75 0,312 18,17 0,194 78,791

18:00 90 0,071 4,10 0,253 75,326


Tabela 2: Altitude e azimute solares ao decorrer do dia na sala

3.1.3 Ângulo de incidência

Para calcular o ângulo de incidência (𝞡) foi utilizado a seguinte fórmula:

𝑐𝑜𝑠𝜃 = 𝑐𝑜𝑠𝜃 ⋅ 𝑐𝑜𝑠𝛴 + 𝑠𝑒𝑛𝜃 ⋅ 𝑠𝑒𝑛𝛴 ⋅ 𝑐𝑜𝑠𝛾

Onde:
𝞡: Ângulo de Incidência

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𝛩 : Zênite (𝛩 = − 𝛽 (◦))
Σ: Inclinação da Superfície
𝛶: Ângulo entre o azimute solar (Φ) e a normal à superfície (ψ)

Para a edificação estudada a superfície analisada é uma janela vertical,dessa


forma a inclinação com a superfície é de 90º, pela planta baixa temos que a parede
onde se encontra as janelas está voltada para nordeste (NE), adotamos como ângulo
ψ o valor de 125º. A partir das informações obtidas foi possível montar a tabela abaixo:

Horas 𝜃 (º) Σ (º) 𝛶 (º) cos ϴ ϴ (º)

08:00 57,61 90 43,263 0,144 36,272

09:00 43,28 90 40,605 0,098 27,523

10:00 28,89 90 37,993 0,052 18,096

11:00 14,46 90 34,768 -0,004 8,558

12:00 0,57 90 55,000 -1,000 0,527

13:00 14,46 90 -34,768 -0,004 8,558

14:00 28,89 90 -37,993 0,052 18,096

15:00 43,28 90 -40,605 0,098 27,523

16:00 57,61 90 -43,263 0,144 36,272

17:00 71,83 90 -46,209 0,194 43,783

18:00 85,90 90 -49,674 0,253 49,538


Tabela 3: Ângulo de incidência dos raios solares ao decorrer do dia

3.1.4 Radiação Direta

Para calcularmos a radiação direta faremos uso da informação da altitude


solar, disponível no item 3.1.2. Com isso, será utilizada a seguinte fórmula:

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𝐼 =𝐴⋅𝑒

Onde:
𝛃: Altitude solar (ângulo entre o plano horizontal sobre a terra e os raios
solares) - em graus (º)
A: Radiação solar aparente para a massa de ar igual a zero (tabelada) - (W/m²)
B: Coeficiente de extinção atmosférico (tabelado) adimensional

Nas tabelas abaixo temos os valores tabelados para A e B, que serão


necessários para efetuar os cálculos (a coluna C refere-se a uma constante que será
utilizada no cálculo da radiação difusa).

Mês A (W/m²) B C

Janeiro 1230 0,142 0,058

Fevereiro 1215 0,144 0,060

Março 1186 0,156 0,071

Abril 1136 0,180 0,097

Maio 1104 0,196 0,121

Junho 1088 0,205 0,134

Julho 1085 0,207 0,136

Agosto 1107 0,201 0,122

Setembro 1151 0,177 0,092

Outubro 1192 0,160 0,073

Novembro 1221 0,149 0,063

Dezembro 1233 0,142 0,057


Tabela 4: Constantes necessárias no cálculo das radiações direta e difusa

Para o referido estudo estamos fazendo uma análise para o dia 09 de fevereiro
de 2021, com isso as constantes recebem os valores:

A = 1215 W/m²
B = 0,144

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Fazendo uso desses valores para efetuar os cálculos da radiação direta ao
longo do dia teremos:

Horas 𝐼 (W/m²)
08:00 929

09:00 997

10:00 1031

11:00 1047

12:00 1052

13:00 1047

14:00 1031

15:00 997

16:00 929

17:00 766

18:00 162
Tabela 5: Radiação direta ao longo do dia

3.1.5 Radiação Difusa

Como informado anteriormente, agora iremos fazer uso da constante C que se


encontra na tabela 4. Segue a fórmula:

1 + 𝑐𝑜𝑠𝛴
𝐼 =𝐶⋅𝐼 ⋅
2

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Onde:
C: Constante adimensional - função dos meses do ano (tabelada)
Σ: Inclinação da Superfície
𝐼 : Radiação Direta

O valor da constante C para o mês de fevereiro na situação analisada é 0,060.


Como a inclinação da superfície da janela é 90º, teremos os seguintes valores para a
radiação difusa:

Horas 𝐼 (W/m²)
08:00 28

09:00 30

10:00 31

11:00 31

12:00 32

13:00 31

14:00 31

15:00 30

16:00 28

17:00 23

18:00 5
Tabela 6: Radiação difusa ao longo do dia

3.1.6 Radiação Refletida

Para obtermos os valores da radiação refletida faremos uso da seguinte


fórmula:

1 − 𝑐𝑜𝑠𝛴
𝐼 =𝐼 ⋅ (𝐶 + 𝑠𝑒𝑛𝛽) ⋅ 𝜌 ⋅
2

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Onde:
C: Constante adimensional - função dos meses do ano (tabelada)
∑: Inclinação da Superfície
𝐼 : Radiação Direta
𝜷: Altitude solar (ângulo entre o plano horizontal sobre a terra e os raios
solares) - em graus (º)
𝜌 : Reflectância do Solo

Na situação analisada o valor da constante C vale 0,060, que corresponde ao


mês de fevereiro. A inclinação da superfície da janela é 90º e a reflectância do solo
vale XX, assim teremos os valores da radiação refletida.

Horas 𝐼 (W/m²)
08:00 55

09:00 79

10:00 96

11:00 108

12:00 112

13:00 108

14:00 96

15:00 79

16:00 55

17:00 28

18:00 2
Tabela 7: Radiação refletida ao longo do dia

3.1.7 Radiação Total

A partir dos resultados das radiações direta, difusa e refletida é possível


calcular a radiação total do entorno, pela seguinte relação:

𝐼 =𝐼 ⋅ 𝑐𝑜𝑠𝛩 + 𝐼 + 𝐼

Onde:

15
𝐼 : Radiação Total
𝐼 : Radiação Direta
𝞡: Ângulo de incidência
𝐼 : Radiação Difusa
𝐼 : Radiação Refletida

Horas 𝐼 (W/m²) 𝐼 (W/m²) 𝐼 (W/m²) cos ϴ 𝐼 (W/m²)


08:00 929 28 55 0,144 832

09:00 997 30 79 0,098 993

10:00 1031 31 96 0,052 1107

11:00 1047 31 108 -0,004 1175

12:00 1052 32 112 -1,000 1195

13:00 1047 31 108 -0,004 1175

14:00 1031 31 96 0,052 1107

15:00 997 30 79 0,098 993

16:00 929 28 55 0,144 832

17:00 766 23 28 0,194 604

18:00 162 5 2 0,253 112


Tabela 8: Radiação total ao longo do dia

3.1.8 Cargas de Radiação

A partir do uso dos fatores de carga de resfriamento (FCR) da ASHARE


podemos calcular as cargas de radiação. No ambiente analisado as janelas estão
voltadas para nordeste (NE) e possuem uma área total de 12m². Para efeitos práticos
a fórmula utilizada será:

𝑄 = 𝑃𝑜𝑡 ⋅ 𝐹𝐶𝑅

Onde:
Q: Carga de Radiação (W)

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Pot: Potência da fonte luminosa (W) - obtida por 𝐴 ⋅ 𝐼
FCR: Fator de carga de resfriamento

Horário 𝐼 (W/m²) FCR (NE) Q (W)

08:00 832 0,74 7387

09:00 993 0,58 6908

10:00 1107 0,37 4916

11:00 1175 0,29 4087

12:00 1195 0,27 3872

13:00 1175 0,26 3665

14:00 1107 0,24 3188

15:00 993 0,22 2620

16:00 832 0,20 1996

17:00 604 0,16 1160

18:00 112 0,12 161


Tabela 9: Cargas de Radiação ao longo do dia

3.2 Cargas Térmicas de Resfriamento

Para o cálculo da carga térmica de resfriamento, consideramos a troca


de calor por convecção, condução e radiação, em regime transitório, seguindo
a metodologia ASHRAE. Para as demais cargas, como as de pessoas,
infiltração de ar, iluminação, renovação de ar e cargas espaciais, consideramos
o regime estacionário seguindo a metodologia ABNT.

3.2.1 Condução e Convecção

Para a determinar as cargas de condução e convecção, utilizamos como


referência para os valores dos coeficientes de condutividade térmica,
resistência superficial externa e interna o documento da ABNT de setembro de
2003 “Desempenho térmico de edificações Parte 2” (valores tabelados abaixo).

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Tabela 10: Resistência térmica superficial interna e externa

Partindo dos coeficientes de condutividade térmica, chegamos aos


coeficientes globais de transmissão (U). Em seguida, uma vez definidos esses
valores, chegamos ao fluxo de calor (Q), que é função de U, da área da região

analisada e do gradiente de temperatura dos ambientes (∆T).


Assim, para o cálculo das grandezas acima citadas, consideramos as
seguintes fórmulas:

𝑒
𝑅𝑐𝑜𝑛𝑑 =
𝑘
Onde:
Rcond: Resistência térmica na condução
e: Espessura do material analisado
k: Coeficiente de condutibilidade térmica

1
𝑅𝑐𝑜𝑛𝑣 =

Onde:
Rconv: Resistência térmica para a convecção
h: Coeficiente de convecção

1
𝑈 =
𝑅𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙
Onde:
U: Coeficiente global de transmissão
Rtotal: Resistência térmica total

𝑄 = 𝑈 ⋅ 𝐴 ⋅ 𝛥𝑇

Onde:
Q: Penetração de calor por condução e convecção
A: Área da região
𝛥𝑇: Gradiente de temperatura entre as regiões

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Nas paredes em contato com as regiões externas, consideramos a
fórmula abaixo:

𝑇𝑒𝑥𝑡 = 𝑇𝑚𝑒𝑥𝑡 − 𝑎𝑚𝑝𝑙𝑖𝑡𝑢𝑑𝑒 ⋅ 𝐹𝑖


Onde:
Tmext: 31 ºC
Amplitude: 10 ºC
Fi: Amplitudes horárias (tabeladas abaixo)

Tabela 11: Amplitudes horárias para São Paulo

Para definirmos as cargas térmicas há necessidade de determinar o


fator de ganho de calor solar. Para tanto, consideramos as seguintes fórmulas:

- Elementos opacos:

𝐹𝑠𝑜 = 𝑈 ⋅ 𝛼 ⋅ 𝑅𝑠𝑒

Onde:
Fso: Fator de ganho solar em elementos opacos
U: Transmitância térmica do componente
𝛼: Absortância à radiação solar
Rse: Resistência superficial externa

- Elementos translúcidos:

𝐹𝑠𝑡 = 𝑈 ⋅ 𝛼 ⋅ 𝑅𝑠𝑒 + 𝜏

Onde:
Fst: Fator de ganho solar em elementos translúcidos
U: Transmitância térmica do componente
𝛼: Absortância à radiação solar

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Rse: Resistência superficial externa
𝜏: Transmitância à radiação solar

A partir das fórmulas e dados apresentados acima, chegamos à seguinte


tabela:

Área k R Rse Rsi


Fachada Material e (m) U (W/m²K)
(m²) (W/mK) (m²K/W) (m²K/W) (m²K/W)
Alvenaria 47,88 1,16 0,2 0,17 0,04 0,13 2,92
A
Vidro 24 - 0,003 - 0,04 0,13 5,88

B Vidro 32,45 - 0,003 - 0,04 0,13 5,88

C Alvenaria 97,08 1,16 0,2 0,17 0,04 0,13 2,92

D Madeira 18 0,112 0,12 1,07 0,04 0,13 0,81

E Alvenaria 25,2 1,16 0,2 0,17 0,04 0,13 2,92

F Alvenaria 15 1,16 0,2 0,17 0,04 0,13 2,92


Laje -
Fluxo
Concreto 78.49 0,76 0,2 0,26 0,04 0,1 2,48
Ascenden
te
Laje -
Fluxo
Concreto 78.49 0,76 0,2 0,26 0,04 0,17 2,11
Descende
nte
Tabela 12: Resistências e coeficientes globais de transmitância térmica

Para efeitos de simplificação, consideramos as paredes C, D, E, F como


constituídas de alvenaria.

α Τ
Fachada Material Fs
(absortância) (transmitância)

Alvenaria 0,2 - 0,023


A
Vidro 0,06 0,86 0,874

20
B Vidro 0,06 0,86 0,874

C Alvenaria - - -

D Madeira - - -

E Alvenaria - - -

F Alvenaria - - -
Laje -
Fluxo Concreto - 0,079 0,8
Ascendente
Laje -
Fluxo Concreto - 0,068 0,8
Descendente
Tabela 13: Fator de ganho de calor solar

3.2.3 Infiltração de Ar

A carga térmica gerada pela infiltração de ar foi calculada a partir do método


da ABNT, no qual a vazão mássica (m³/h) é determinada pelas frestas e do
tipo de abertura. Foram consideradas janelas basculantes e portas bem
ajustadas. Para os cálculos, foram utilizadas as seguintes fórmulas:

𝑄 = 𝑚 ∗ 𝛥ℎ

Onde:
𝑄: Calor emitido (kcal/h)
𝑚: Vazão mássica (kg/h)
𝛥ℎ: Variação de entalpia externa e interna de ar seco (kcal/kg)

700 ∗ 13,6 ∗ 𝑉
𝑚=
29,27 ∗ (273 + 𝑇 )

Onde:
𝑚: Vazão mássica (kg/h)
𝑉 : Vazão de ar para renovação (m³/h)
𝑇 : Temperatura do ar exterior (°C)

(0,622 ∗ 𝑃 ) ∗ (597 + 0,46 ∗ 𝑇)


ℎ = 0,24 ∗ 𝑇 +
700 − 𝑃

Onde:
𝑇: Temperatura do ar (°C)
𝑃 : Pressão parcial do vapor (mmHg)
ℎ: Entalpia (kcal/g)

21
𝑃 =𝑦∗𝜋
Onde:
𝑦: Umidade relativa
𝜋: Pressão e saturação (mmHg)
𝑃 : Pressão parcial do vapor (mmHg)

Perímetro (m) m³/h por metro Vazão (m³)

Janela 1 16 3 48

Janela 2 16 3 48

Janela 3 22,8 3 68,4

Porta 1 17,8 6,5 115,7


Tabela 14: Dados de janelas e portas

𝑉 (m³/h) 280,1

𝑇 (°C) 28,9

𝑇 (°C) 24

𝑦 0,642

𝑦 0,619

𝜋 (mmHg) 37,72

𝜋 (mmHg) 22,37

𝑃 (mmHg) 24,22

𝑃 (mmHg) 13,85
Tabela 15: Dados de infiltração de ar

Vazão mássica
ℎ ℎ 𝛥ℎ (kcal/kg) 𝑄 (W)
(kg/h)

301,76 20,54 13,39 7,15 2506


Tabela 16: Carga de resfriamento devido a infiltração de ar

3.2.4 Renovação do Ar

22
Para o cálculo da carga térmica gerada pela renovação do ar, foi considerada
a quantidade de pessoas que habitam a residência, a vazão mássica e a
temperatura:

𝑇 (°C)
N 𝑉 (m³/h)

6 35 28,9
Tabela 17: Dados de renovação do ar

Vazão mássica
ℎ ℎ 𝛥ℎ (kcal/kg) 𝑄 (W)
(kg/h)

91,55 20,54 13,39 7,15 760,30


Tabela 18: Carga de resfriamento devido à renovação do ar

3.2.5 Pessoas

A carga térmica gerada por pessoas é determinada pela quantidade de


pessoas que irão ocupar o local e das atividades que ali serão exercidas.
Dessa maneira, para o cálculo da carga térmica foi utilizado o número de
pessoas que habitarão a casa e o metabolismo médio de um homem adulto
em casa, fornecido em aula. O fluxo de calor pode ser calculado pela seguinte
fórmula:

𝑄 =𝜂 ∗𝑞

Onde:
𝜂: Número de pessoas que habitam a casa
𝑞 : Calor liberado por cada indivíduo (W)

Metabolismo homem
N adulto em casa Q (W)
(kcal/h)

6 120 837
Tabela 19: Carga de resfriamento devido a pessoas

3.2.6 Iluminação

23
A carga de resfriamento gerada pela iluminação decorre da energia térmica
liberada pelas lâmpadas e demais luminárias presentes no ambiente. O fluxo
de calor pode ser calculado pela seguinte fórmula:

𝑄 = 𝜂 ∗ 𝑃 ∗ (1 − 𝐸 )

Onde:
𝜂 : Número de lâmpadas
𝑃 : Potência (W)
𝐸 : Eficiência energética (%)
𝑄: Fluxo de calor (W)

Foram tomadas como base para os cálculos, lâmpadas fluorescentes do tipo


Tubular T8 32w 64 Conforto - Philips. A eficiência energética para lâmpadas
fluorescentes compactas é de 32%.

Eficiência energética
N Potência (W) 𝑄 (W)
(%)

30 32 32 653
Tabela 20: Carga de resfriamento devida à iluminação

3.2.7 Cargas Totais

A partir dos resultados obtidos para os valores de cada carga, foi possível
determinar a carga total:

Horas Condução/ Infiltração Renovação Pessoas Iluminação 𝑄 (𝑊)


Convecção de ar de ar

8h00 -1038 2506 760 837 653 3718

9h00 -120 2506 760 837 653 4636

10h00 1675 2506 760 837 653 6430

11h00 3708 2506 760 837 653 8464

24
12h00 5622 2506 760 837 653 10377

13h00 7057 2506 760 837 653 11813

14h00 8014 2506 760 837 653 12770

15h00 8373 2506 760 837 653 13128

16h00 8014 2506 760 837 653 12770

17h00 7176 2506 760 837 653 11932

18h00 5861 2506 760 837 653 10617


Tabela 21: Valores de térmicas de resfriamento

3.3 Ar Condicionado

O ambiente analisado conta com um aparelho de ar condicionado com


potência de 60000 BTU/h, suficiente para resfriar os quase 80 m² da sala, que
são equivalentes a uma potência de 17580 W.

25
Figura 10: Modelo de ar condicionado utilizado

Adotou-se um tempo de operação de aparelho de 1100 horas anuais e COP


de 3,5. Assim sendo, é possível calcular o consumo de energia:

𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 ∗ 𝑇𝑒𝑚𝑝𝑜
𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 𝑑𝑒 𝐸𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎 =
𝐶𝑂𝑃

Capacidade Capacidade Tempo Consumo


COP
(BTU/h) (W) (h) (kWh)

60000 17580 1100 3,5 5525


Tabela 22: Consumo de energia do aparelho de ar condicionado

4. Conclusões

No presente trabalho foram abordados métodos para o cálculo e


avaliação da carga térmica em um sala de estar residencial, importante para a
análise do conforto térmico a partir de uma abordagem técnica, essencial na
Engenharia Civil.

26
Por meio desse trabalho, foi possível garantir aos alunos noções
básicas referentes a valores e demais metodologias utilizadas na avaliação do
desempenho técnico de uma edificação, além de possibilitar que os alunos
tragam para o mundo concreto conceitos ensinados em aula, de forma prática.

5. Referências bibliográficas

Slides de aula e teoria referentes à disciplina:

Radiação Solar. Moodle USP. Disponível em:


<https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/6450199/mod_resource/content/0/04
_RadiacaoSolar.pdf>

27
Acesso em 5 de outubro de 2021.

Carga Térmica ABNT. Moodle USP. Disponível em:


<https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/6450192/mod_resource/content/0/05
_CargaTermicaABNT.pdf>
Acesso em 5 de outubro de 2021.

Carga Térmica ASHRAE. Moodle USP. Disponível em:


<https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/6450197/mod_resource/content/0/06
_CargaTermicaASHRAE.pdf>
Acesso em 5 de outubro de 2021.

28

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