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Universidade de Santa Cruz do Sul

Curso de Medicina
Exame Físico
Sistema Cardiovascular

“Boa tarde. Meu nome é ..., sou acadêmico(a) do 3º semestre e vou realizar alguns exames no
senhor(a). Ok? Qual seu nome? Obrigado.”
Lavar as mãos;
Observar se o paciente está coberto com o avental;
Não expor o paciente sem necessidade;
O exame é feito com o paciente em decúbito dorsal, com as pernas alongadas, descruzadas e os braços
devem estar ao longo do corpo;
Linhas-guia: Médio-esternal e hemiclavicular.

• Inspeção e Palpação:
o “Tórax com diâmetro AP menor que LL, com formato adequado e simétrico; pele normocorada
e hidratada; ausência de baqueteamento digital, de cianose, de cicatrizes, de lesões, de
circulação colateral, de abaulamento ou de depressões visíveis; presença de pelos adequada
para o sexo; veias jugulares com fluxo no sentido craniocaudal, simétrico e ausência de
turgência de jugular à 180° e à 45° (se presente, deve ser menor que 3cm); ictus cordis visível e
palpável com 1 a 2 polpas digitais; pulsos periféricos presentes, palpáveis, simétricos, ritmo
regular, ondas normais; frequência cardíaca de 60 a 100 bpm.”
o Forma do tórax:
▪ Normal: “Tórax com diâmetro AP menor que LL, com formato adequado e simétrico.”
▪ Alterações: Chato, em tonel, infundibiliforme, cariniforme, em sino, cifótico, escoliótico,
cifoescoliótico.
o Pele:
▪ Normal: “Pele normocorada e hidratada. Ausência de baqueteamento digital, de
cianose, de cicatrizes, de lesões, de circulação colateral, de abaulamento ou de
depressões visíveis. Presença de pelos adequada para o sexo.”
o Veia Jugular:
▪ Normal: “Vv. Jugulares com fluxo no sentido craniocaudal, simétrico e ausência de
turgência de jugular à 180° e à 45°, se presente, deve ser menor que 3cm.”
▪ Manobra da ordenha: Com a polpa dos dedos indicadores, o examinador esvazia a V.
Jugular, bloqueia o fluxo dos dois lados e solta um dos dedos para observar a velocidade
de enchimento do vaso. Repete-se soltando o outro dedo. Avaliar em qual das duas
tentativas o vaso encheu mais rapidamente, definindo o fluxo. Lembrar de verificar as
duas Vv. Jugulares.
▪ Manobra Hepatojugular: O paciente deve estar com a cabeça elevada à 45° e deve
respirar normalmente. Para facilitar a observação, o paciente deve estar com a cabeça
voltada para o lado esquerdo. Pressiona-se firmemente o fígado na direção da coluna
vertebral, mantendo pressionado entre 10 e 60 segundos. Observa-se se ocorre
turgência jugular.
o Ictus cordis:
▪ Normal: “Ictus visível e palpável com 1 ou 2 polpas digitais”.
▪ Técnica: Tentar olhar a pulsação do Ictus pelo lado direito do paciente ou pelos pés. O
Ictus localiza-se no cruzamento do 5º EI com a linha hemiclavicular esquerda. Palpar
Bruno Furini Puton

com a palma da mão, inicialmente; após, palpar com os dedos (deverá ter até 2 polpas
digitais). Se necessário, há uma MF: Posicionar o paciente em decúbito lateral esquerdo,
pois o coração ficará mais perto da caixa torácica.
o Pulsos periféricos:
▪ Normal: “Pulsos presentes, palpáveis, simétricos, ritmo regular, ondas normais.”
• Ritmo cardíaco em repouso: 60 a 100 bpm.
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▪ Técnica: Palpar os pulsos carotídeos individualmente, os demais simultaneamente:
• Carotídeo: Borda anterior do M. ECM, ângulo da mandíbula;
• Braquial: Sulco biciptal, afastar o M. Bíceps;
• Cubital: Fossa cubital;
• Radial: Entre a apófise estiloide do rádio e o tendão dos flexores;
• Femoral: Abaixo do ligamento inguinal;
• Poplíteo: Fossa poplítea;
• Tibial posterior: Região retromaleolar interna;
• Pedioso: Lateral ao tendão do hálux.
• Ausculta:
o “Batimento de carótidas presente, ritmo regular, simétrico e sem sopros; batimento de fúrcula
presente, ritmo regular e sem sopro; ausculta cardíaca de ritmo regular, dois tempos, bulhas
normofonéticas (RR-2T-BNF) e sem sopros; batimentos abdominais presentes, ritmo regular,
simétrico e sem sopros.”
o Aa. Carótidas:
▪ Normal: “Batimento presente, ritmo regular, simétrico e sem sopros.”
▪ Técnica: Virar a cabeça do paciente para os lados, pedir que respire fundo e tranque a
respiração. Posicionar o estetoscópio na borda anterior do M. ECM, no ângulo da
mandíbula. Repetir a técnica no lado oposto.
o Fúrcula:
▪ Normal: “Batimento presente, ritmo regular e sem sopro.”
▪ Técnica: Posicionar o estetoscópio na região da fúrcula do paciente. Pedir a ele que
respire fundo e tranque a respiração.
o Pericárdio:
▪ Normal: “Ausculta cardíaca de ritmo regular, dois tempos, bulhas normofonéticas e sem
sopros.”
▪ Técnica: Auscultar um foco por vez. Permanecer com o estetoscópio alguns segundos.
• Foco Aórtico: 2º EI direito, junto à borda esternal;
• Foco Pulmonar: 2º EI esquerdo, junto à borda esternal;
• Foco Aórtico Acessório: 3º EI esquerdo, junto à borda esternal;
• Foco Tricúspide: Base do apêndice xifoide, ligeiramente à esquerda;
• Foco Mitral: Cruzamento entre o 5º EI e a linha hemiclavicular esquerda
(obrigatório utilizar a campânula do estetoscópio, se tiver).
o OBS.: Normal: “Ausência de frêmitos.” Técnica: Palpar a presença de
frêmitos nos mesmos locais; primeiramente, palpa-se com a palma da
mão e, posteriormente, caso não seja possível identificar, usa-se duas
polpas ditais para fazê-lo.
▪ Bulhas:
• B1: Fechamento das valvas atrioventriculares mitral e tricúspide (TUM - Sístole);
• B2: Fechamento das valvas aórtica e pulmonar (TÁ - Diástole).
o Desdobramento fisiológico de B2: Inspiração profunda promove aumen-
to do retorno venoso para o lado direito do coração, promovendo, assim,
um retardo na sístole ventricular direita (TLÁ).
▪ Manobra de Rivero-Carvallo: Objetivo de diferenciar o sopro da insuficiência tricúspide
da insuficiência mitral.
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• Técnica: Com o paciente em decúbito dorsal, coloca-se o estetoscópio no foco


tricúspide, pondo-se especial atenção na intensidade do sopro. Em seguida,
solicita-se ao paciente que faça uma inspiração profunda (aumentando a
quantidade de sangue que chega ao ventrículo direito, ocasionando um maior
refluxo para o átrio direito), durante a qual o examinador procura detectar as
modificações na intensidade do sopro. Se não houver alteração ou se o sopro
diminuir de intensidade, diz-se que a manobra de Rivero-Carvallo é negativa. 2
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Neste caso, o sopro audível naquela área é apenas propagação de um sopro
originado na valva mitral. Se o sopro aumentar a intensidade, conclui-se que sua
origem é na valva tricúspide, sendo a manobra de Rivero-Carvallo positiva.
o Focos abdominais:
▪ Normal: “Batimento presente, ritmo regular, simétrico e sem sopros.”
▪ Técnica: Auscultar um foco por vez. Permanecer com o estetoscópio alguns segundos.
• A. Aorta: Epigástrio;
• Aa. Renais: Linhas hemiclaviculares, 3cm acima da cicatriz umbilical;
• Aa. Ilíacas: Linhas hemiclaviculares, 3cm abaixo da cicatriz umbilical;
• Aa. Femorais: Região inguinal.

Sinais de Insuficiência cardíaca: Fadiga, fraqueza, cianose, edema em membros inferiores, dispneia e
ingurgitamento jugular.

Lavar as mãos;
Lembrar de cobrir o paciente e de se despedir.

Bruno Furini Puton

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