Universidade de Brasília
Faculdade de Medicina
Visita Domiciliar: Relato de caso na Atenção Básica
Bezerra, I; Ferro, H; Persch, G; Pimentel, T; Feijó, G
Curso de Medicina - UnB
Estudo de caso realizado na Unidade de Saúde Morro da Cruz,
São Sebastião, Bsb DF - 19/10/2017
Genograma e Ecomapa
Atenção Básica e Epilepsia
Na maioria das vezes, o encaminhamento de
pessoas com Epilepsia a um especialista é
desnecessário, haja visto um médico generalista
consegue e tem o conhecimento necessário para
fazer o tratamento paliativo da doença, tendo em
vista que as convulsões em grande parte dos casos
tem causa desconhecida e não pode se chegar a um
agente causador específico. Caso o paciente volte a
ter crises convulsivas mesmo com
acompanhamento do médico da atenção primária e
dos agentes de saúde, ele deve ser encaminhado a
um especialista para um melhor diagnóstico ser
feito.
História da Doença
A doença sempre foi carregada de
desconhecimento e medo, tendo seus primeiros
relatos concretos na Roma Antiga. Durante toda a
evolução da sociedade e da doença no meio social,
pode-se perceber o quanto a epilepsia esteve
associada a castigos divinos e grande preconceito.
Devido a falta de explicações científicas as pessoas
que apresentavam as crises buscavam esconder-se
para não serem estigmatizadas, a exemplo de Julio
César, Imperador Romano. Por vezes ainda na
sociedade atual há essa atitude frente as crises
convulsivas, sendo comum a ideia de que é
contagiosa e carrega um ar de misticismo.
Classificação de Risco Epilepsia
Dados Da Ficha A Escore Escore da
Família A epilepsia é um quadro clínico
Acamado 3 0 caracterizado por recorrentes crises
Deficiência Física 3 0 convulsivas que são produzidas por
Deficiência Mental 3 0
alterações e/ ou desordem no correto
Baixas Condições de 3 3
Saneamento funcionamento das transmissões elétricas
Desnutrição 2 0 neuronais. Os neurônios possuem canais
Drogadição 2 0 iônicos mediados por voltagem que
Desemprego 2 0
produzem diferenças na concentração de
Doença Crônica 2 2
Violência Familiar 2 0
íons entre o meio extra e intracelular. Desta
Analfabetismo 1 0
forma, qualquer alteração nesse mecanismo
Menor de um ano 1 0 pode trazer prejuízos para o indivíduo. Assim,
Maior de setenta 1 0 o diagnóstico e o tratamento adequado é um
ESTADO DE SAÚDE DA FAMÍLIA
anos importante fator para a melhora da
Relação Morador/ 2
I.6 – Epilepsia, desde criança Cômodo
qualidade de vida do paciente.
I.7 – Epilepsia, desde criança, • Se maior que 1 3 Fatores Genéticos
crises controladas – uso de Torval. • Se igual a 1 2
Fatores genéticos também devem ser
• Se menor que 1 0
considerados, dado que a transmissão de
Risco Familiar ---------- 7 RISCO
MÉDIO (R2) genes defeituosos decodificadores de
proteínas canal dos neurônios pode ser
Como ajudar uma pessoa em passada através das gerações. Entretanto,
muitas vezes esses fatores são multifatoriais
crise convulsiva? e não dependem de uma única análise.
Portanto, no caso que visitamos, é difícil
elaborar uma conclusão, visto que são
apenas dois indivíduos da família que
manifestam essa doença e que não tivemos
acesso aos dados específicos de cada
paciente.
Ácido Valpróico - Torval
Muitos são os fármacos utilizados para o
tratamento da epilepsia. O Ácido Valpróico é
um ácido graxo de cadeia curta derivado do
ácido valérico, este que é encontrado
naturalmente no nosso corpo. Essa
substância além de ser usada no tratamento
da epilepsia, pode também auxiliar em casos
o Impacto social da Epilepsia de desordem psiquiátrica. Além disso, há
evidências que ele atue como HDAC (inibidor
A epilepsia é uma doença que atinge a todas as classe e de histona deacetilase) auxiliando no
etnias, porém o impacto social que é visto em cada uma tratamento do HIV, câncer e doenças
dessas situações é um fator muito preocupante, dado que neurodegenerativas.
as pessoas afetadas por essa doença necessitam de um
Como o fármaco age?
acompanhamento. Percebe-se que a desinformação e o
meio social onde o paciente está inserido são muito O fármaco ajuda na epilepsia reduzindo a
importantes para o doente decidir se tratar, não fugir da frequência dos disparos dos canais de íon
doença por medo, uma vez que ainda é comum os Cálcio (Ca), da ativação da condutância dos
sentimentos da epilepsia como castigo, e a relação íons Potássio (K), além de possuir um efeito
“religiosa” que isso implica. Além disso, o não tratamento e Gabaérgico.
acompanhamento leva o paciente a não saber quando a
crise convulsiva poderá acontecer. Assim, a pessoa pode Considerações Finais
apresentar problemas de convívio na escola, trabalho e até
Conclui-se que a epilepsia é um quadro
mesmo na própria família.
Bibliografia:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S16762649200600050
clínico, que afeta tanto a saúde física, quanto o
0009;http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/protocolos_clinicos_diretrizes_terapeutic convívio social do paciente. Portanto, para
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Brasil: os profissionais estão preparados? Rev Panam Salud Publica. 2005;18(4/5):296–302. estar e da qualidade de vida dos pacientes.