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T B:
Transtorno Bipolar em Doença crônica caracterizada por depressão e , no mínimo, por um episódio de hipomania ou
mania. O diagnóstico nem sempre é realizado inicialmente (tempo médio de 10 anos para
Idosos conclusão diagnóstica).
-Epidemiologic Catchment Area (ECA) : Em 18 000 cidadãos americanos, estimou prevalência de 0,1%
Aquele em que o 1º episódio de humor acontece em Idade avançada. de TAB em pessoas com mais de 65 anos , em 1 ano, enquanto em adultos de 18 a 44 anos foi de 1,4%
A incidência de mania diminui: apenas 8% dos pacientes com TB têm sua primeira e de 45 a 65 anos foi 0,4%.
manifestação de alteração de humor após os 65 anos.
-Estudo de Quebec, com 2 798 indivíduos - taxa de 0,6% de mania, igualmente distribuída entre os
sexos e baixa prevalência de depressão, apenas 1,1% por critérios DSM IV.
TAB na 3ª Idade:
↑ mortalidade Outros estudos mostram taxas semelhantes:
↑ morbidade
Almeida e Fenner (Australia-2002): 0,4%
Precária resposta ao tratamento farmacológico
Tendência a prejuízos em vários domínios do funcionamento global
↑ utilização dos serviços de saúde mental (em rel. aos idosos depressivos) Portanto, a incidência de bipolaridade após os 60 anos é baixa (0,5 a 1%- comparado com + jovens).
Em ILps: até 10%
Î morbimortalidade Redução
Fatores psicológicos e sociais: polaridade latente? Clinicas: doenças vasculares, HA, doenças endócrinas reduz nº idosos TB sobrevida
Fatores familiares/genéticos
Fatores sociais -Semelhantes ao grupo etário adulto
Fatores psicológicos -Gravidade dos sintomas: mais atenuados, porém de duração maior
Modulação da plasticidade sináptica e neural ( alterações neurotróficas e neuronais; disfunções mitocondriais (episódios mais longos e intervalos intercríticos mais curtos)
e do retículo endoplasmático, oxidação, neuro inflamação, alterações epigenéticas (metilação histonas e DNA)
-Cognição: evidências de prejuízo
Particularidades T B Tardio: -Comorbidades: psiquiátricas e médicas frequentes
Young RC, Alexopoulos GS et al. Cognitive impairment in bipolar disorder in old age: literature review and findings in manic patients. J Affect Disord. 2006;92(1):125-31
Atenção
- Com Mania secundária a doenças neurológicas, sistêmicas, a medicamentos, a uso/abuso
Memória
de substâncias.
Aprendizado
Velocidade psicomotora
- DFT
Alterações se mantém na eutimia e podem causar prejuízo funcional 🡪 demência
- Demência na Doença de Alzheimer
(Distúrbios cognitivos durante episódios agudos de doença bipolar na velhice são observados
regularmente e podem incluir déficits no desempenho da memória e comprometimentos das funções
executivas. Isso só pode ocorrer após vários anos de doença afetiva (Dhingra e Rabins).
Diagnóstico
Anamnese ( paciente e cuidador) Tratamento do TB tardio
Exame físico
1- Tratar doenças pré-existentes
Exames laboratoriais: hemograma completo, glicemia de jejum, sódio, potássio, uréia, creatinina, 2- Tratamento não farmacológico
TGO, TGP, GGT, ácido úrico, dosagem de vit B12, ácido fólico, urina I, ECG 3- Tratamento farmacológico
Neuroimagem
Tratamento farmacológico
Considerar alterações relacionadas à idade quanto à farmacocinética e farmacodinâmica.
Alterações no volume de distribuição, ligação às proteínas e metabolismo devem ser Idoso=desidratado crônico
consideradas na farmacoterapia. Idoso=mudanças metabólicas
Idoso= maior suscetibilidade a efeitos adversos
As alterações típicas da idade geralmente requerem adaptação com doses mais baixas.
Iniciar qualquer medicamento com doses menores do que a de adultos , titular lentamente e
Reações adversas a medicamentos aumentam na velhice, apesar das precauções monitorar efeitos colaterais.
mencionadas acima, principalmente devido à polifarmácia, que é devida à multimorbidade
desses pacientes.
Atenção: Interações medicamentosas
Tratamento farmacológico
Lítio
Efeitos colaterais: prejuízo cognitivo, alterações de marcha, tremores, urgência miccional, prejuízo renal, diarreia, ganho de
peso, edema periférico, problemas de pele, hipotiroidismo...
Interação medicamentosa com inibidores da conversora de angiotensina, AINES, diuréticos, antagonistas de cálcio.
Iniciar com 150mg e titular 150 a cada 5 dias até resposta com litemia adequada
Tratamento farmacológico Tratamento medicamentoso
Valproato/Divalproato Carbamazepina
Titular de 250 em 250 mg a cada 5 dias até 500 a 1000mg/dia (avaliar caso a caso) Muita interação medicamentosa
Efeitos adversos: sedação, náuseas, tremores, diarreia, tremores, enfraquecimento e queda de cabelo, î enzimas Efeitos colaterais: hiponatremia, ataxia, leucopenia, sedação, tontura, nistagmo e efeitos anticolinérgicos
hepáticos, trombocitopenia.
Doses de 100 mg 1 ou 2 x ao dia ajustando a cada 5 dias até 400-800 mg/dia
É hepatotóxico🡪 monitorar enzimas hepáticas.
Interação Medicamentosa*: fluoxetina, cimetidina, eritromicina, varfarina, teofilina, haloperidol e
Interação medicamentosa com drogas metabolizadas pelo fígado, inclusive lamotrigina, AAS, warfarina e amitriptilina alprazolam.
Tratamento medicamentoso
Tratamento medicamentoso
Lamotrigina
Neurolépticos atípicos:
Bem tolerada por idosos.
Quetiapina, olanzapina tem evidências para tratar idosos em mania, como 1ª linha.
Ação antidepressiva maior em rel. a valproato e carbamazepina
Pode levar a ciclagem rápida Quetiapina, olanzapina/fluoxetina e lurasidona são eficientes em depressão bipolar em monoterapia
Uso em depressões bipolares e sua prevenção resistentes ou associação com lítio e valproato
Efeitos colaterais: tontura, cefaléia, tremor, diplopia, ataxia, náuseas, visão turva, sonolência Efeitos adversos: sedação, ganho de peso, problemas metabólicos, efeitos extrapiramidais, risco de
-rash cutâneo benigno 10% quedas e síndrome neuroléptica maligna.
-rash grave 0,1%, Steven-Johnson (Calabrese et al., 2002)
Interação: valproato Aumento de risco de mortalidade.
Antidepressivos Benzodiazepínicos
Devem ser evitados. Podem ser usados para efeitos ansiolíticos, eventualmente, pois provocam prejuízo da
atenção e memória, sedação e risco de quedas.
Usar por tempo mínimo quando absolutamente necessário.
Atenção para possibilidade de virada maníaca.
Outros tratamentos
ECTerapia
Algoritmo CANMAT 2018 - populações específicas
Eficiente em mania aguada e depressão grave, em risco de suicídio e recusa alimentar.
Segura mas com poucos estudos nessa população.
2ª linha: Quetiapina
2- Iniciar tratamento ou mudar medicação para 1ª ou 2ª linha
Sem resposta
3ª linha: Aripiprazol
3- Trocar/associar por outros de 1ª ou 2ª linha
Risperidona
Sem resposta Carbamazepina
Avaliar o estado do paciente: quadro clínico, suporte socio-familiar, riscos, tipo de tratamento TRATAMENTO FARMACOLÓGICO – Fase Depressiva
(ambulatorial ou internação)
Litio e neuroproteção
+ ISRS, Lítio, + Lítio ou trocar + ISRS, BUP, Quetiapina, + / trocar por
Lamotrigina ou trocar Quetiapina, Lamotrigina ou trocar Quetiapina,
por Lurasidona, Lítio, Lítio, Quetiapina, Lurasidona, Lítio,
Lamotrigina Lamotrigina Lamotrigina Lurasidona
RESULTADOS:
Pacientes do grupo que nunca haviam usado lítio (40%, 20% e 40%) respectivamente, P = 0,77).
Lithium and risk for Alzheimer's disease in elderly patients with bipolar disorder Dentro do grupo que recebeu terapia contínua de lítio nos últimos 6 meses, não houve diferenças de acordo
Paula V. Nunes, Orestes V. Forlenza, Wagner F. Gattaz
com a função cognitiva na dose diária média e nos níveis séricos médios de lítio (0,81 (dp = 0,18), 0,78 (dp = 0,17) e 0,69
The British Journal of Psychiat
Mars 2007; 190 (4) 359360; DOI: 10.1192/bjp.bp.106.029868
(dp = 0,15) mEq / l, P = 0,50) ao longo do tratamento.
Pacientes com doença de Alzheimer eram mais velhos (idade média de 71,5 anos, dp = 5,4) do que aqueles com
Abstract comprometimento cognitivo leve (idade média de 67,2 anos, dp = 4,0, P = 0,006) e aqueles com função cognitiva normal
O transtorno bipolar está associado ao aumento do risco de demência. Nós comparamos a (idade média de 67,4 anos, dp = 4,4, P = 0,002). Consequentemente, os pacientes com doença de Alzheimer também
prevalência da doença de Alzheimer entre 66 pacientes idosos eutímicos com transtorno tiveram uma maior duração do transtorno bipolar (P = 0,015) e mais episódios depressivos anteriores (P = 0,030) do que
bipolar que estavam em terapia crônica de lítio e 48 pacientes semelhantes sem terapia aqueles com função cognitiva normal. Essas diferenças desapareceram após a correção para a idade. Não foram
de lítio recente. A prevalência de demência na amostra total foi de 19% a 7% em uma encontradas outras diferenças em relação às demais variáveis sociodemográficas e clínicas. Um número significativamente
população pareada por idade. A doença de Alzheimer foi diagnosticada em 3 pacientes (5%) menor de pacientes com doença de Alzheimer havia recebido tratamento contínuo com lítio em comparação com
em uso de lítio e em 16 pacientes (33%) que não estavam com lítio (P <0,001). Nossos dados aqueles com comprometimento cognitivo leve ou função cognitiva normal (P <0,001). O uso de antidepressivos,
de caso-controle sugerem que o tratamento com lítio reduziu a prevalência da doença de benzodiazepínicos, antipsicóticos, valproato, carbamazepina e outros anticonvulsivantes não diferiu com a função cognitiva
Alzheimer em pacientes com transtorno bipolar a níveis na população geral de idosos. Isso (dados disponíveis mediante solicitação).
está de acordo com relatos de que o lítio inibe processos cruciais na patogênese da doença
de Alzheimer. A regressão logística revelou que apenas as influências de idade (P <0,01) e uso de lítio (P <0,001) nos desfechos cognitivos
Em concentrações terapêuticas, o lítio inibe a glicogênio sintase quinase-3, uma enzima permaneceram significativos. Depois de controlar a idade, o uso de lítio permaneceu associado a um menor risco de
chave no metabolismo da proteína precursora amilóide e a fosforilação da proteína tau doença de Alzheimer (OR = 0,079; IC95% 0,020-0,321, P <0,001).
(Klein & Melton, 1996; Lovestone et al, 1999), que são etapas críticas na formação de placas Quando excluímos pacientes com doença de Alzheimer da análise, não foram observados efeitos negativos do tratamento
neuríticas e emaranhados neurofibrilares, características patológicas da doença de com lítio a longo prazo na cognição, uma vez que não foram encontradas diferenças entre o lítio e os grupos de comparação
Alzheimer. Portanto, examinamos se a exposição ao tratamento crônico com lítio pode na avaliação extensiva do seu desempenho neuropsicológico (dados disponíveis mediante solicitação ).
proteger pacientes idosos com transtorno bipolar contra a doença de Alzheimer.
Abstract
Andrea Pfennig18*, Martin Alda28, Trevor Young38, Glenda MacQueen48, Janusz
O uso de carbonato de lítio para o tratamento do transtorno bipolar em idosos tem Rybakowski58, Aleksandra Suwalska58, Christian Simhandl68, Barbara König68, Tomas
diminuido significativamente. Essa mudança no padrão de prescrição está ocorrendo no Hajek28, Claire O’Donovan28, Dirk Wittekind1, Susanne von Quillfeldt7, Jana Ploch1,Cathrin
momento em que todas as diretrizes de tratamento baseadas em evidências e revisões Sauer1 and Michael Bauer1
sistemáticas ainda recomendam o lítio como tratamento de primeira linha para o
transtorno bipolar. Apesar de ter a mais forte base de evidências para a eficácia, o lítio
apresenta preocupações significativas na população idosa, incluindo o risco de interações International Journal of Bipolar Disorders8
Tobias Gerhard, D.P. Devanand, Cecilia Huang, Stephen Crystal, Mark Olfson
The British Journal of Psychiatry. Jul Resultados
2015, 207 (1) 46-51; DOI: 10.1192/bjp.bp.114.154047
Comparado com o não uso, 301-365 dias de exposição ao lítio foi associado com risco
Abstract
significativamente reduzido de demência (hazard ratio (HR) = 0,77, IC 95% 0,60–0,99).
O lítio inibe a glicogênio sintase quinase-3, uma enzima implicada na patogênese da demência.
Não foi observada associação correspondente para exposições mais curtas ao lítio (HR =
1,04, IC 95% 0,83-1,31 para 61-300 dias; HR = 1,07, IC 95% 0,67-1,71 para 1-60 dias) ou
Objetivos
para qualquer exposição a anticonvulsivantes.
Examinar a associação do risco de lítio e demência em uma grande coorte norte-americana de idosos segurados com
Conclusões
transtorno bipolar.
O tratamento contínuo com lítio pode reduzir o risco de demência em adultos mais
Método
velhos com transtorno bipolar.
A coorte incluiu indivíduos com 50 anos ou mais diagnosticados com transtorno bipolar que não receberam
tratamentos relacionados à demência durante o ano anterior. Cada dia de acompanhamento foi classificado pela
duração cumulativa do uso de lítio no ano anterior (0, 1–60, 61–300 e 301–365 dias). Diagnóstico de demência foi o
resultado do estudo. Anticonvulsivantes comumente usados como estabilizadores de humor serviram como controle
negativo.
OBRIGADA
ritaferreirapsy@gmail.com