1) A febre é uma resposta fisiológica do corpo a agressões como infecções e pode variar em intensidade e duração.
2) A avaliação da criança febril deve incluir anamnese detalhada e exame físico completo para identificar possíveis focos de infecção.
3) Infecções bacterianas graves como bacteremia, pneumonia e meningite requerem diagnóstico e tratamento precoces para evitar complicações.
1) A febre é uma resposta fisiológica do corpo a agressões como infecções e pode variar em intensidade e duração.
2) A avaliação da criança febril deve incluir anamnese detalhada e exame físico completo para identificar possíveis focos de infecção.
3) Infecções bacterianas graves como bacteremia, pneumonia e meningite requerem diagnóstico e tratamento precoces para evitar complicações.
1) A febre é uma resposta fisiológica do corpo a agressões como infecções e pode variar em intensidade e duração.
2) A avaliação da criança febril deve incluir anamnese detalhada e exame físico completo para identificar possíveis focos de infecção.
3) Infecções bacterianas graves como bacteremia, pneumonia e meningite requerem diagnóstico e tratamento precoces para evitar complicações.
E. Importante analisar a criança pneumococo e hemófilo a incidência cai para
Pediatria quanto ao grau de atividade e responsividade aos menos de 1%. Nessa situação aparecem estímulos principalmente Escherichia coli, Staphylococcus Problema 2 aureus e Salmonella sp. Tratamento Infecção urinária oculta Síndrome Febril -Intermitente: em períodos cíclicos Métodos físicos -É a infecção bacteriana mais comum ocorre exclusivamente durante um determinado -Rápido início de ação, mas com pequena -A febre é uma das causas mais comuns número de horas, regressando a valores como causa de FSSL de busca de pronto atendimento para crianças. duração do efeito na redução da temperatura -A prevalência geral é de 8 a 10% fisiológicos pelo menos uma vez em cada 24h; corpórea Porém, não se trata de uma doença, mas de uma pode haver febre pela manhã e não a tarde, ou -Os principais grupos de risco são as condição fisiológica, regulado e complexa, em -Pequena vantagem sobre a terapêutica meninas menores de 24 meses de idade, os dia sim dia não medicamentosa, mas com aumento no resposta a uma determinada agressão meninos não circuncidados menores de 12 -Remitente: flutuações de valores > 1ºC desconforto do paciente destacando-se os inflamatória, que o organismo mobiliza a fim de meses de idade e os menos circuncidares de 6 que se atinjam valores normais no período de calafrios e a irritabilidade aumentada aumentar a eficácia dos mecanismos de defesa meses de idade tempo avaliado -Febre: resposta adaptativa benigna que -Contínua: inicia-se subitamente e sofre Antitérmicos -Evidentemente a vacinação para consiste na ativação de sistemas imunológicos, pneumococo e hemófilo não interfere nas taxas pequenas flutuações de valores com um desvio -Recomendados quando a febre está promovendo a migração de neutrófilos, a de infecção urinária nas crianças com FSSL padrão < 1ºC ao logo de 24h, sempre acima do associada a desconforto evidente (choro proliferação de células T, a atividade de normal intenso, irritabilidade, redução da atividade, Pneumonia oculta interferon e o retardo do crescimento de redução do apetite, distúrbio do sono) microrganismos Fisiopatologia -Dipirona: 10 a 12 mg/kg/dose -Na avaliação clínica a suspeita de *Sua principal manifestação é a pneumonia é realizada através da anamnese com -A elevação da temperatura corporal -Ibuprofeno: 5 a 10 mg/kg/dose dados de tosse, falta de ar, desconforto elevação da temperatura corporal acima da observada com a febre, e não na hipertermia, é variação diária normal, mas também pode -Paracetamol: 10 a 15 mg/kg/dose respiratório e no exame físico pela FR, uma das manifestações clínicas de uma dificuldade respiratória, alterações na associar-se a sintomas que causam desconforto complexa reação orgânica a agressões Febre sem sinais localizatórios propedêutica pulmonar e queda de saturação de -Hipertermia: é a elevação da geralmente externas -Ocorrência de febre com menos de 7 O2 temperatura corporal de maneira não -Os agentes capazes de desencadear dias de duração, em criança na qual a história -Porém, algumas crianças podem se coordenada e contra as tentativas do organismo febre são denominador de pirógenos exógenos. clínica completa e o exame físico cuidadoso não apresentar sem nenhum desses achados. Esses de manter um estado de eutermia. Ocorre como Quando estes entram em contato com os revelam a causa da febre casos são chamados de pneumonia oculta consequência do desequilíbrio entre a produção macrófagos teciduais, induzem a produção dos -Os principais fatores de risco são febre de calor e a sua dissipação, podendo ocorrer por pirógenos endógenos que ganham a corrente Definições elevada (> 39ºC) e número aumentado de excesso de calor ambiental (insolação, sanguínea e se dirigem ao SNC intermação) ou por interferência na função do -A elevação da temperatura é mediada Infecção bacteriana grave (IBG) leucócitos no hemograma (acima de 20.000), -Toda infecção bacteriana que acarreta mesmo em crianças vacinadas para pneumococo centro termorregulador, em virtude de lesão por hormônios risco de morbidade ou mortalidade, caso ocorra e hemófilo cerebral, efeito de drogas ou seus metabólicos Avaliação da criança febril atraso no seu diagnóstico Avaliação das crianças com Classificação -Começa por anamnese detalhada, passa -Inclui: bacteremia, infecção urinária, Quanto à intensidade por exame físico completo, destacando-se a pneumonia, meningite, artrite séptica, FSSL presença ou ausência de sintomas e sinais que osteomielite, celulite e sepse -Febre leve ou febrícula: 37-37,5ºC possam ser utilizados para prever o grau de risco Clínica -Febre moderada: 37,5-38,5ºC -Observar: Bacteremia oculta -Deve-se levar em conta os principais -Febre elevada: > 38,5ºC A. Atenção para FC: -Refere-se à presença de hemocultura fatores de risco para Infecção Bacteriana Grave positiva em criança que está com febre, sem (IBG): estado geral, idade, temperatura e Quanto à duração *< 12 meses (≥ 160 bpm) infecção localizada, em bom estado geral e que situação vacinal *12 a 24 meses (≥ 150 bpm) -Aguda: < 7 dias apresenta pouco ou nenhum achado clínico -A presença de toxemia, alteração do *2 a 5 anos (≥ 140 bpm) -Subaguda: 7-14 dias -Muitos episódios podem ter resolução estado geral ou instabilidade dos sinais vitais é B. Observar à FRENTE: -Crônica: > 14 dias espontânea. Porém, pode evoluir para quadros um grande indicativo de infecção bacteriana *> 50 (6 a 12 meses) graves como meningite, pneumonia, artrite grave e esta criança deverá ser abordada como Quanto ao padrão *> 40 para os maiores de 12 séptica, osteomielite e sepse potencialmente em sepse meses e, saturação de oxigênio ≤ 95% -Irregular ou séptica: picos muito altos -Depende muito da situação vacinal para -A idade é um fator importante. As C. Avaliar o tempo de enchimento intercalados por temperaturas baixas ou apirexia; Haemophilus influenza tipo b e Streptococcus crianças menores de 3 meses, chamadas de capilar, alerta se > 3 segundos sem caráter cíclico, totalmente imprevisíveis pneumoniae. Em crianças com FSSL não lactentes jovens, têm risco aumentado e nesse D. Atenção para o grau de hidratação, -Recorrente ou ondulante: alternância vacinadas a incidência é de cerca de 5%, sendo grupo há um subgrupo de risco maior ainda, que avaliar mucosas e turgor da pele entre períodos febris e períodos afebris, que que os principais agentes são os dois. Por outro são os RN. Nessa idade, além da imaturidade compreendem dias ou semanas de intervalo lado, em crianças que já tenham recebido pelo imunológica, as manifestações clínicas são muito menos 2 doses das vacinas conjugadas para Marina Ferrari – MD8 Marina Ferrari – MD8 inespecíficas e as infecções bacterianas podem -Provas de fase aguda: PCR e urinária oculta e iniciamos o tratamento com evoluir muito rapidamente para sepse procalcitonina (PCT). A PCR aumenta mais antibioticoterapia específica *Entre 3 e 36 meses, o risco é lentamente, sendo a PCT escolhida em casos *Caso o exame de urina esteja normal semelhante, e acima de 36 meses o risco cai com menos de 12h de febre ou revele um número de leucócitos < bastante. Dessa forma, praticamente todos os *Para identificar IBG, 80 mg/L para 50.000/mL, segue-se com investigação e protocolos se restringem às crianças de 0 a 36 PCR ou 2 ng/mL para PCT recomenda-se a coleta de hemograma meses *Para descartar IBG, 20 mg/L para *Quando o número total de -A temperatura deve ser levada em PCR ou 0,5 ng/mL para PCT -Criança de 3 a 36 meses sem leucócitos for < 20.000 e o número total de conta, especialmente nas crianças não vacinadas -Pesquisa de vírus respiratórios: herpes comprometimento do estado geral: deve-se neutrófilos < 10.000, recomendamos apenas para pneumococo e hemófilo, ou seja, crianças vírus humano tipo 6, adenovírus, influenza e verificar inicialmente a situação vacinal para orientação quanto aos sinais de alerta e que ainda não receberam pelo menos 2 doses vírus sincicial respiratório pneumococo e hemófilo reavaliação diária de cada uma dessas vacinas. A razão é que *Se o número total de leucócitos for nessas crianças há um risco aumentado de Protocolo de avaliação e *As crianças que apresentam pelo > 20.000 ou total de neutrófilos > 10.000, menos 2 doses são consideradas com vacinação bacteremia oculta indicamos Rx de tórax -A situação vacinal muda bastante a seguimento completa. Nessas crianças o risco de bacteremia a. Caso Rx alterado, confirmamos -Toda criança com comprometimento do oculta é baixo. Porém, o risco de ITU está avaliação, uma vez que já receberam pelo menos mantido. É recomendado a pesquisa de vírus pneumonia oculta e inicia-se tratamento 2 doses de vacinas estado geral, independente da idade e da b. Caso Rx normal, encaminha-se situação vacinal, deve ser hospitalizado, respiratórios e a coleta de urina tipo I e a hemocultura e inicia-se ATB empírica com Laboratorial investigada para sepse e tratada com urocultura nos grupos de maior risco (meninas Ceftriaxona 50mg/kg/dia em dose única diária, -Os exames utilizados são: hemograma, antimicrobianos empiricamente menores de 24 meses, meninos não circuncidados menores de 12 meses e IM, com reavaliação diária até o resultado das exames de urina, radiografia de tórax, provas de *A investigação para sepse culturas fase aguda e pesquisa de vírus respiratórios compreende coleta de hemograma completo, circuncidados menores de 6 meses) *As crianças que apresentam *Para as crianças que colheram -Hemograma: avalia-se a contagem total hemocultura, sedimento urinário, urocultura, hemocultura e iniciaram Ceftriaxona é de leucócitos e a contagem total de neutrófilos LCR (quimiocitológico, bacterioscopia e cultura) vacinação incompleta, recomenda-se de início, a pesquisa de vírus respiratórios e a seguir divide- fundamental o acompanhamento clínico e *Nas crianças não vacinadas para e radiografia de tórax seguimento até o resultado da hemocultura -Na abordagem da criança com FSSL se em 2 grupos de acordo com a temperatura pneumococo e hemófilo uma contagem total de a. Se a hemocultura for positiva leucócitos acima de 20.000 ou de neutrófilos sem comprometimento do estado geral, o 1º a. Temperatura axilar ≤ 39ºC, para pneumococo e a criança mantiver febre e acima de 10.000 estão associadas com risco critério de avaliação é a idade recomenda-se exame de urina tipo I e urocultura não estiver clinicamente bem, será necessária aumentado de IBG *Habitualmente as crianças são nos grupos de maior risco internação, coleta de líquor e ATB EV *Nos lactentes jovens (< 3m), classificadas em 3 grupos etários: RN < 30 dias; b. Temperatura axila > 39ºC b. Nos casos de hemocultura contagens de leucócitos totais acima de 15.000 lactentes jovens de 30 a 90 dias e crianças de recomenda-se exame de urina tipo I e urocultura positiva para outros agentes a decisão deverá ou abaixo de 5.000 são fatores de risco para 3 a 36 meses para todas ser individual IBG -RN: todo RN com FSSL deve ser *Na presença de leucocitúria ≥ -Exame de urina: são muito importantes. hospitalizado, submetido à investigação para 50.000/mL, consideramos como infecção Os testes rápidos, como pesquisa de leucócito sepse e receber antibioticoterapia empírica até esterase e nitrito, podem ser úteis, mas o resultado das culturas apresentam sensibilidade e especificidade *Terapêutica inicial: Ampicilina + variável Cefotaxima ou Ceftriaxona *A leucocitúria é utilizada como -Lactente jovem: utiliza-se a escala de indicativo de infecção urinária, mas deve-se Rochester lembrar que o diagnóstico definitivo se dá com *Se considerado de baixo risco pôde- urocultura se liberar, orientar adequadamente os pais sobre *Nas crianças sem controle os sinais de alerta e fazer seguimento clínico esfincteriano a cultura deverá ser obtida por diário sangrem vesical. Já nas crianças com controle, *Quando considerado de alto risco, podemos obter a urina por jato médio numa indica-se hospitalização, coleta de exames micção espontânea (hemocultura, urocultura, LCR), realização de Rx -Raio-x de tórax: não é necessário em de Tórax e introdução de ATB empírico todas as crianças. Caso haja alguma alteração (Cefalosporina de 3ª geração) de FR ou queda de saturação, deverá realizado. Nas crianças com risco aumentado de pneumonia oculta (febre acima de 39ºC e leucócitos totais acima de 20.000 também está indicado Marina Ferrari – MD8 Marina Ferrari – MD8 -O tempo de VM oscila entre 5-15 dias -Ao se manejar um paciente, é Vacinação fundamental entender que as limitações de -Pneumonia: Pneumocócica 10V (2 e 4 fluxo, principalmente expiratórios finais (auto- meses) PEEP), aumentarão risco de baurotrauma -Meningite: Meningocócica C (3 e 5 -Não se deve aplicar volumes correntes meses) elevados, o que tambem aumenta o risco de -Hib: Pentavalente (2, 4 e 6 meses) baurotrauma/volutrauma Critérios de alta hospitalar ITU -A infecção do trato urinário (ITU) é definida pela presença de germe patogênico único no sistema urinário associada a processo inflamatório sintomático -Menos frequentemente, outros vírus IVAI Etiologia como: varicela-zoster, enterovírus, -Escherichia coli é o agente bacteriano PAC citomegalovírus, vírus Epstein-Barr, herpes mais comum de ITÚ, sendo responsável por simples e outros -Pneumonia é uma doença do trato -Metapneumovírus humano (HMPV), cerca de 80% destas infecções respiratório inferior geralmente acusada por um bocavírus, coronavírus associado à síndrome -Outros patógenos bacterianos incluem agente infeccioso (raramente por agentes não respiratória aguda (SARS) e o SARS-Cov-2 têm Klabsiella, Proteus, Enterobacter e Citrobacter infecciosos) e que resulta em inflamação dos sido associados à PAC -Os patógenos bacterianos gram- tecidos de um ou ambos os pulmões, e que -Os vírus podem ser responsáveis por até positivos incluem Staphylococcus saprophyticus, traduz uma resposta do hospedeiro ao agente 90% das PAC no 1º ano de vida e por metade Enterococcus e, raramente Staphylococcus agressor dos casos na idade escolar aureus -Pneumonia adquirido na comunidade Medidas preventivas (PAC): pneumonia que ocorre em crianças não Bactérias Quadro clínico hospitalizadas no último mês, portanto não -São os principais responsáveis pela Imunização passiva -A ITU pode ser dividida em 2 categorias: colonizadas por germes hospitalares e, sim, por maior gravidade e mortalidade por PAC na -A imunoglobulina intravenosa específica cistite (infecção urinária “baixa”) e pielonefrite aqueles provenientes do meio domiciliar, escolar infância. O Streptococcus pneumoniae ou e o anticorpo monoclonal humanizado para VSR (acometimento do parênquima renal). Além e comunitário pneumococo é o principal agente de PAC têm se mostrado efetivos na prevenção em disso, nesse contexto um quadro clínico de -É a causa mais comum de morbidade e -Os agentes mais comumente isolados populações de risco importante reconhecimento é a denominado mortalidade em bebês e crianças menores de 5 em países em desenvolvimento: pneumococo, -Palivizumabe: bacteriúria assintómica anos em todo o mundo Haemophilus influenza e Staphylococcus aureus *Prematuros até 28 semanas e 6 dias -A apresentação clínica é amplamente -Fatores de risco: desnutrição, baixa -Alto risco para infecção por de IG, menores de 1 ano variável, dependendo da faixa etária e da idade, comorbidade e gravidade da doença pneumococo: infectadas pelo HIV, com erros *Crianças portadoras de cardiopatia localização da infecção *Baixo peso ao nascer, permanência inatos da imunidade, imunodeficiências congênita com repercussão hemodinâmica *Em lactentes, a febre pode ser o em creche, episódios prévios de sibilos e adquiriras, cardiopatas, nefropatas, demonstrado até o 2º dia de vida único sinal clínico, e nos menores de 3 meses pneumonia, ausência de aleitamento materno, pneumopatas crônicas, incluindo a asma grave, *Crianças portadoras de doença os sintomas costumam ser inespecíficos vacinação incompleta, variáveis socioeconômicas com DM, com hemoglobinopatias, pulmonar crônica da prematuridade, *As crianças maiores, capazes de e ambientais principalmente anemia falciforme, asplenia independentemente da IG, até o 2º ano verbalizar suas queixas, podem apresentar congênita ou adquirido, fístula liquórica, cirrose -A SBP recomenda, que sempre que sintomas típicos de ITU Etiologia hepática ou contactantes de doenças crônicas possível, prematuros entre 29 e 31 semanas e -Na pielonefrite o quadro característico -Seu curso clínico costuma ser muito 6 dias de IG, menores de 6 meses, sempre que é de febre, prostração e dor lombar, e na cistite semelhante para os diversos agentes, e as possível, recebam a Palivizumabe observa-se disúria, polaciúria e urgência técnicas diagnósticas são, em geral, de baixa -Já a bacteriúria assintomática (BA) é sensibilidade ou de custo elevado Complicações definida como o crescimento bacteriano -As complicações respiratórias são mais significativo na ausência de sintomas clínicos, Vírus frequentes, seguidas das infecções, sem evidências que suportem a necessidade de -Quanto mais jovem a criança, maior a cardiovasculares, alterações eletrolíticas e tratamento chance de ocorrência de doença de etiologia outras -RNs: apresentam-se geralmente como viral. O vírus sincicial respiratório (VSR) é o mais -Alguns perfis clínicos apresentam maior um quadro séptico, como manifestações frequentemente encontrado, seguido dos vírus frequência de intercorrências: prematuros, inespecíficas como insuficiente ganho de peso, influenza, parainfluenza, adenovírus e rinovírus crianças com alterações cardíacas congênitas e anorexia, vômitos, dificuldade de sucção, crianças com outras anomalias congênitas irritabilidade, hipoatividade, convulsões, pele Marina Ferrari – MD8 Marina Ferrari – MD8 acinzentada e hipotermia. Pode apresentar-se *Cateterismo vesical: é invasivo, urina de um número igual ou superior a com quadro menos agudo, predominando a Diagnóstico agressivo, podendo lesar a mucosa uretral, 100.000 UFC de uma única bactéria recusa alimentar, vômitos ocasionais, palidez Clínico oferece menos segurança, é desconfortável e -A maioria dos episódios de ITU é cutânea e icterícia pouco prático. Está indicado nas crianças com causada por bacilos gram-negativos aeróbicos, *Nesse grupo etário há alta -Além da história detalhada, o exame retenção urinária, desde que não apresentem conhecidos como enterobactérias: Escherichia, probabilidade de bacteremia, sugerindo via físico deve ser completo, incluindo o vulvovaginite ou balanopostite Klebsiella, Enterobacter, Citrobacter, Proteus, hematogênica de disseminação bacteriana, com crescimento ponderoestatural e o *Punção suprapúbica (PSP): método Serratia e outros menos frequentes alta frequência de mortalidade devido à desenvolvimento neuropsicomotor invasivo, embora seja uma prática segura. Está -Outros exames laboratoriais, como disseminação processo infeccioso -A palpação abdominal pode revelar indicada nos casos em que a coleta por via hemograma e PCR, podem estar normais ou com estruturas indicativas de rins ectópicos, a natural suscita dúvidas (diarreia aguda, alterações indicativas de uma infecção -Lactente: febre é a principal presença de fecaloma e a palpação das lojas dermatite perineal, vulvovaginites e bacteriana aguda, principalmente em crianças manifestação, muitas vezes o único sinal de ITU. renais um aumento de volume dos rins, como na balanopostites). A técnica consiste na com idade mais baixa. A presença de leucocitose Pode ocorrer hiporexia, vômitos, dor abdominal hidronefrose introdução de uma seringa 2cm acima da sínfise e de PCR elevada sugere pielonefrite aguda e ganho ponderoestatural insatisfatório. -Na pielonefrite aguda, a punho- púbica Raramente há sinais ou sintomas ligados ao trato percussão lombar revela de desconforto a forte -A suspeita de ITU é baseada na história urinário como polaciúria, gotejamento urinário, reação dolorosa (Giordano positivo) clínica e no exame físico e o diagnóstico disúria, urina com odor fétido, dor abdominal ou -É importante a observação do jato confirmado pelos resultados laboratoriais lombar urinário para avaliar a continuidade, o volume e (cultura de urina) -Pré-escolares e escolares: febre é a força de expulsão. Gotejamento e jato fino e também um sinal frequente associado aos sinais curto podem sugerir obstrução baixa, disfunção Interpretação dos resultados e sintomas relacionados ao trato urinário. Os vesical ou válvula de uretra posterior nos quadros com maior acometimento do estado Exame de urina rotina meninos geral, adinamia, calafrios, dor abdominal e nos -É sempre necessário descartar a -A presença de leucócitos ou piócitos francos sugerem pielonefrite aguda presença de vulvovaginite ou de balanopostite, (piúria) é muito sugestiva de ITU, principalmente *Sintomas como enurese, urgência, porque podem levar a resultados falso-positivos grupos de piócitos. Considera-se piúria a polaciúria, disúria, incontinência e/ou retenção no exame de urina presença de 5 ou + leucócitos por campo ou + urinária com urina fétida e turva podem de 10 mil piócitos por mL corresponder a um quadro de cistite Laboratorial -A presença de cilindros piocitários *A presença de disúria nem sempre é -A adequada coleta de urina é essencial. sugere processo pielonefrítico, acometimento ITU, podendo ser determinada por Sempre avaliar as condições de higiene e infeccioso do parênquima renal balanopostites e vulvovaginites normalidade da genitália, coletar a amostra no -Outras condições também podem -Adolescentes: a sintomatologia mais laboratório, procedendo a limpeza da genitália apresentar leucocitúria, geralmente com poucos comum é a disúria, polaciúria e dor à micção, com água, sem antissépticos leucócitos, sem significar ITU: febre, podendo ocorrer também urgência miccional, -O melhor método é controverso. Nos desidratação grave, inflamação de estruturas hematúria e febre pacientes com controle miccional, o jato médio contíguas como na apendicite, injuria química do *No sexo feminino pode-se encontrar é o modo ideal de coleta de urina para ambos TU, glomerulonefrite e tumores a chamada “síndrome de disúria-frequência”, os sexos, com intervalo mínimo de 2h desde a -Outros achados também são com sensação de queimação ao urinar, última micção. Naqueles sem controle, pode ser importantes: desconforto suprapúbico e frequência urinária de 4 maneiras: *A baixa densidade urinária, que pode Bacteriúria assintomática aumentada *Eliminação espontânea: algodão ou significar um distúrbio da concentração urinária a partir da infecção da medula renal, ou aporte -É a presença de “bacteriúria gaze embebido em soro fisiológico frio ou gelado hídrico excessivo significativa”em crianças sem nenhuma para fazer a estimulação na região suprapúbica. *O pH alcalino, que pode advir de sintomatologia relacionada a ITU Deve-se deixar a criança em decúbito dorsal e uma infecção pelo Proteus, que possui a -O seu achado é ocasional ou em fazer a higiene habitual da genitália. Colher a habilidade de desdobrar a amônia, alcalinizando controles de crianças com história de ITU prévia urina logo após a saída do 1º jato (jato médio) a urina -É caracterizada por 3 urocultura *Saco coletor: deve haver os cuidados *A albuminúria transitória, que pode consecutivas com “bacteriúria significativa” em de higiene e perfeita adaptação do adesivo no ocorrer na fase febril do processo ou nos casos um período de 3 dias a 2 semanas, podendo ser contorno da genitália e com trocas a cada 30 de pielonefrite transitória ou persistente minutos, até que a amostra seja obtida. É a *A hematúria microscópica, que -Geralmente desaparece em dias ou técnica mais fácil e mais frequentemente usada, também pode ocorrer nessas circunstancias semanas e dificilmente recidiva principalmente nos cuidados primários, porém -Já a bacteriúria assintomática tem alta taxa de culturas falso-positivas devido Urocultura persistente tende a permanecer por anos à contaminação por bactérias da região -O diagnóstico de ITU é confirmado pela seguidos. É comumente encontrada em crianças periuretral bacteriúria significativa, que é a presença na portadoras de meningomielocele, bexiga Marina Ferrari – MD8 Marina Ferrari – MD8 neurogênica e que necessitem de cateterismo -A bactéria que + causa ITU é a E.coli. de possíveis alterações morfofuncionais do trato intolerância gástrica), principalmente no início vesical de repetição Então, sulfametoxazol + trimetoprim e a urinário do tratamento e a associação sulfametoxazol + -As crianças com bacteriúria nitrofurantoína são boas escolhas. A melhora do 2. Quando do diagnóstico de trimetoprim assintomática não devem ser tratadas, pois estado geral e o desaparecimento da febre em anomalias obstrutivas do trato urinário até a *Devido as efeitos colaterais, devem podem desenvolver ITU sintomática e muitas 48-72h são indicativos de boa resposta. Caso realização da correção ser iniciadas em torno de 2 meses de idade, vezes com germes de virulência maior não haja resposta, sugere-se urocultura 3. Na presença de refluxo usando antes as cefalosporinas de 1ª geração *O tempo médio do tratamento deve vesicouretral (RVU) de graus III a V Tratamento ser de 10 dias, admitindo-se variação entre 7- 4. Nos casos de refluxos de graus I -Os objetivos do manejo são: (1) 14 dias ou II, com ITU de repetição ou com cintilografia resolução dos sintomas agudos da infecção; (2) estática alterada reconhecimento imediato de bacteremia 5. Nas crianças que apresentem concomitante, particularmente em bebês com recidivas frequentes de ITU, mesmo com estudo menos de 2 meses, (3) prevenção de dano renal morfofuncional normal pela erradicação do patógeno, (4) identificação -Dentre os fármacos, destacam-se a de anormalidade do trato urinário e (5) nitrofurantoína (apesar da possibilidade de prevenção de infecções recorrentes Alívio dos sintomas -Instituir, de imediato, procedimentos terapêuticos que visem aliviar os sintomas e -Para as crianças com grave promover o bem estar do paciente acometimento do estado geral, especialmente -A dor e a febre são tratadas com lactentes, com vômitos, desidratados e com analgésicos e antitérmicos em doses usuais. distúrbios metabólicos, é necessário iniciar o Caso haja disúria intensa, pode-se empregar tratamento parenteral até que as condições antiespasmódico clínicas possibilitem a troca para medicação VO -Quanto mais nova a criança, maior a *Nesse caso, as opções de preocupação em detectar, precocemente, os antibioticoterapia podem ser: cefalosporinas de sinais e sintomas de choque séptico ou 3ª geração (Ceftriaxona ou Ceftazidima), ou hipovolêmico, secundários à disseminação do secundariamente os aminoglicosídeos processo infeccioso (Gentamicina ou Amicacina) -Manifestações sistêmicas, como baixa aceitação VO e vômitos, devem ser tratadas com reidratação Tratamento erradicador -A antibioticoterapia deve ser iniciada imediatamente após a coleta da urina, pois a demora para começar o tratamento é fator de risco para lesão renal -Os RNs devem ser abordados de -Crianças acima de 3 meses, sem sinais maneira específica. Deve-se iniciar o tratamento de toxemia, com estado geral preservado, como para a sepse precoce, com a associação hidratadas e capazes de ingestão oral devem de penicilina ou ampicilina com aminoglicosídeo. receber tratamento ambulatorial. Porém, Naqueles em que as bactérias isoladas foram o naquelas com febre alta, toxemiadas, Staphylococcus ou Enterococcus usar desidratadas, e com vômitos persistentes, o vancomicina com aminoglicosídeo tratamento inicial deve ser com a criança Tratamento profilático hospitalizada -Administração de doses subterapêuticas -Os RN são considerados portadores de de ATB ou quimioterápicos com a finalidade de ITU complicada ou potencialmente grave, manter a urina estéril e tentar prevenir recidivas devendo iniciar o tratamento em nível hospitalar. de ITU, para diminuir o risco de possíveis lesões Nos lactentes jovens a internação também deve do parênquima renal ser considerada -Indicações: -Se a criança apresentar estado geral 1. Depois de completado o -A investigação por imagens do trato preservado, pode-se aguardar os resultados de tratamento da ITU e no decorrer da investigação Avaliação morfofuncional urinário está indicada após o 1º episódio bem urina rotina e gram para avaliar a abordagem Marina Ferrari – MD8 documentado de infecção urinária, em qualquer -Nos casos de ITU recidivante sem idade e para ambos os sexos e se justifica pela investigação de imagem, deve-se realizar: US, frequente associada de ITU a anomalias, UCM e cintilografia renal estática principalmente RVU e os processos obstrutivos -USG: método seguro, não invasivo, com Meningites capacidade de rastreamento do trato urinário superior e inferior, e pode ser realizado na fase -Inflamação das leptomeninges aguda do processo. Permite a avaliação da (aracnóide e pia-máter) que envolvem o cérebro dinâmica das vias de drenagem e da micção e a medula espinhal *É o exame de escolha para o início -Dentre as causas microbiológicas das da investigação meningites, destacam-se os vírus, responsáveis *Pode ser completada, incluindo a pela maioria dos casos, as bactérias, os fungos investigação funcional da bexiga e a dinâmica da e os parasitas micção, com estudo das repercussões na fase -Acomete indivíduos de todas as faixas de enchimento e esvaziamento vesical etárias, sendo, entretanto, mais frequente em crianças menores de 5 anos, especialmente em -Uretrocistografia miccional (UCM): é o lactentes de 3-12 meses de idade método que melhor define a morfologia do trato urinário inferior, com avaliação da uretra, da Etiologias bexiga e dos ureteres. Deve ser realizada -A meningite viral é a forma mais comum somente após o término do tratamento e mais leve da doença e frequentemente erradicador, para evitar a disseminação da acomete crianças pequenas e bebês, infecção e com a criança em uso de ATB especialmente no 1º ano de vida -Urografia excretora: indicação restrita a *A melhora costuma ser espontânea, situações especiais, como algumas em algumas semanas, sem necessidade de malformações complexas com possibilidade de tratamento específico. Por outro lado, a abordagem cirúrgica. Deve ser evitada na DRC, bacteriana é muito grave e deve ser tratada nos pacientes com alergia aos contrastes iodado como uma emergencia médica e nos RN e lactentes muito jovens -De modo geral, no período neonatal e -RM e angiorressonância dos vasos até os 2 meses de vida, as bactérias que causam renais: grande acurácia para identificação da meningites refletem a flora materna e o meio anatomia do trato urinário, e estudo dos vasos em que os lactentes vivem, sendo as renais, principalmente na identificação de vasos enterobactérias (E.coli, Klebsiella sp., anômalos que fazem compressão uretral Aerobacter, Salmonella sp., Proteus sp.), o -Estudo urodinâmico: avaliação estreptococo do grupo B (Streptococcus urológica da função vesical para estudar a agalactiae) e a Listeria monocytogenes os capacidade, a pressão vesical, a atividade do principais agentes etiológicos detrusor e da musculatura do assoalho pélvico. -A partir de 2 meses de vida, entre as Está indicado nos casos de ITU associada a meningites bacterianas de causa determinada, 3 bexiga neurogênica agentes são responsáveis por mais de 90% dos casos: Neisseria meningitides (meningococo), Diretrizes para investigação Haemophilus influenzae tipo B (Hib) e -Nas crianças abaixo de 2 anos, Streptococcus pneumoniae (pneumococo) realizam-se US do trato urinário. Na presença de alterações, procede-se à complementação com UCM (uretrocistografia miccional), exames cintilográficos (estática e/ou dinâmica), cuja indicação dependerá da anomalia detectada -Nos casos de RVU, deve ser avaliada a presença de dano renal pela cintilografia estática, realizada após 3 meses da cura da ITU. Nos casos de hidronefrose e/ou suspeita de obstruções, a dinâmica auxilia na diferenciação da obstrução