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Febre, manejo no

pronto socorro.
Dr. Vinicius Garcia
Declaração de Conflito de Interesses

► O apresentador declara não apresentar conflitos de interesse que possam ser


relacionados à sua apresentação.
Introdução

► Maior queixa no pronto socorro. Estima-se que 20% a 30% das consultas
pediátricas têm a febre como sintoma principal. 

► Febrefobia: familiares e paciente têm medo da febre devido associação entre


febre e doenças infecciosas ou convulsões.

► Eyzaguirre et al.10, no Chile, chegaram à conclusão que a palpação materna


do filho é método útil e confiável de detecção de febre, que não deve ser
subestimado. 
Introdução

Definições:
► Febre definida como temperatura maior ou igual a 37,5°C medida na região
axilar + alteração no centro termorregulador no hipotalamo.
► Hipertemia definida como aumento da temperatura sem alteração no
hipotálamo.
► Febre ≠ Hipertemia
Hipertemia

► Elevação da temperatura corporal é decorrente da dificuldade em perder


calor (excesso de roupa, ambiente aquecido) ou mesmo pela produção
exagerada de calor (exercícios intensos).
► O quadro clínico reflete a necessidade de aumentar as perdas, ocorrendo
vasodilatação periférica com consequente presença de extremidades quentes,
sudorese intensa, sensação de calor e ausência de tremores.
Introdução

► Classificação da febre:
- Alta > ou igual 39 C graus
- Baixa < 39 C graus
- Hipotermia < 35 C gruas

- Etiologia:
- - Infecciosa: viral, bacteriana, fungo.
- - Inflamatória: trauma
- - Oncológica: tumores do sistema nervoso
- - Medicamentosa
Introdução

► Não existem evidências clínicas de que a magnitude da temperatura


alcançada nos quadros febris tenha qualquer valor prognóstico (gravidade) ou
diagnóstico (etiologia viral ou bacteriana) nos quadros infecciosos.
Manifestação Clinica

► Alterações no exame físico


- Taquicardia.
- Taquipneia.
- Tremores.
- Calafrios.
- Ausência de sudorese.
- Vasoconstrição: extremidades frias, perfusão lentificada.
- Alucinação.
Manejo da febre

► A recomendação de antitérmicos em crianças deve ser feita quando a febre está


associada a desconforto evidente (choro intenso, irritabilidade, redução da
atividade, redução do apetite, distúrbio do sono).
► O tratamento antitérmico é uma excelente ocasião para o pediatra associar
conhecimentos e empatia (sintonia) com o paciente e sua família, e exercer sua
função de educação em saúde e sua missão de melhorar a qualidade de vida das
pessoas que estão sob sua responsabilidade. 

- Perguntas que serão respondidas durante próximas explicações


- A febre do meu filho volta antes das 6 horas Dr.
- Paracetamol para meu filho e fraco Dr.
- Já tem 20 minutos que mediquei e não a baixa a febre.
Manejo da febre.

► Dipirona
- Via de administração: VO, IM, EV, Retal
- Duração: 4 a 6 horas
- Dose: 15 a 25 mg/kg ------ 1 gota/kg
- Apresentação da medicação: gotas 500mg/ml, solução 50mg/ml, injetável
500mg/ml, retal 300mg
Manejo da febre

► Paracetamol
- Via de administração: VO, EV, Retal
- Duração: 4 a 6 horas
- Dose 10 a 15mg/kg ------- 1 gota/kg
- Apresentação gotas 200mg/ml, solução 100mg/ml

- O paracetamol em doses elevadas tem sido associado à doença hepática


tóxica, ocorrendo fatalidades em 3 a 4% de todos os casos não tratados.
-
Manejo da febre

► Ibuprofeno
- Via de administração: VO
- Duração: 6 a 8 horas
- Dose: 5 a 10 mg/kg (doses antiterminca), 15 a 20mg/kg ( dose antiflamatorio)
- Apresentação: 50mg/ml, 100mg/ml soluções, 300mg, 400mg 600mg em
comprimido
Manejo da febre

► AAS ( Ácido acetilsalicílico)


- Via de administração: VO
- Duração: 4 a 8 horas
- Dose: 10 a 15mg/kg/dose
- . Deve ser evitado em crianças porque aumenta o risco de Síndrome de Reye
se certas doenças virais como influenza e varicela estiver presentes.
- Mais e utilizado no tratamento da Síndrome de Kawasaki ( doses elevadas ate
melhora da febre e após diminui para dose de manutenção ).
Manejo da febre

► Tempo de ação da medicações: 40 a 60 minutos

► Intercalar medicação:
O uso alternado ou associado de antitérmicos não é recomendado, pois podem
confundir os familiares ou cuidadores e aumentar o risco de superdosagem.
Todos os antitérmicos tem o mesmo mecanismo de ação ( inibição do PgE2)
Não existe evidência suficiente para afirmar que essa prática é mais eficaz que a
monoterapia.
Manejo da febre

► Outras medidas
- Hidratação
- Métodos físico: Uma revisão da Cochrane chama a atenção para o rápido início
de ação desses métodos, mas com pequena duração do efeito na redução da
temperatura corpórea. Os meios físicos, não têm valor quando usados
isoladamente, porque não atuam no mecanismo fisiopatológicos da febre.
- Despir a criança
- Compressa fria ou banho morno
- Não realizar compressa com álcool
Manejo da febre.

► Uso de antitérmicos para prevenção da convulsão febril.


• Uma metanálise recente de 3 grandes estudos, incluindo um total de 540
crianças com idades entre 6 e 72 meses de idade com convulsão febril
anterior avaliou o uso de antipiréticos para prevenção de convulsões febris.

• Neste estudo, não houve diferença estatisticamente significante na taxa de


convulsões febris entre crianças que receberam antipiréticos profiláticos ou
placebo (OR: 0,9; IC95%: 0,57 a 1,43). Chegando-se à seguinte recomendação:
“o uso preventivo de antitérmicos não é recomendado para a prevenção de
convulsões febris com nível de evidência I e força de recomendação E.
Conclusão

► É dever do médico combater a febrefobia, mas de modo empático,


entendendo a ansiedade dos pais e a busca por uma solução rápida, que em
muitos casos não é a mais segura e eficaz, devendo ficar claro que febre é um
sinal, não uma doença.
Referências bibliográficas

1. Powell KR. Febre. In: Kligman RM, et al., editores. Nelson: tratado de pediatria. 18.
ed. Rio de Janeiro: Elsevier; 2009. p. 1086-9.
2. Fernandes TF. Febre não é doença, é um sinal. Atualização de Condutas em Pediatria.
Departamentos Científicos SPSP. Disponível em: https://www.spsp.org.br/site/asp/
recomendacoes/Rec87_2.pdf Acessado em setembro de 2022.
3. Sukiennik R et al. Antitérmicos na Emergência Pediátrica. Revista Pediatria São Paulo
2006;28(3):175-83.
4. Murahovschi J. A criança com febre no consultório. J Pediatr (Rio J). 2003; 79(supl.1)
S55-S64.
5. Fernandes TF. Manejo da febre aguda. Departamentos Científicos de pediatria
Ambulatorial e de infectologia 2019-2021.

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