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PEDIATRIA A
FEBRE
A perda de calor é efetuada pela evaporação (pele, vias aéreas, pulmões e suor), radiação, condução e convecção.
Temperatura normal:
Influência de sexo, idade, nutrição, hidratação, atividade física, alimentação, hora do dia, temperatura ambiental,
emoção etc.
** Os mecanismos de termorregulação estão insuficientemente desenvolvidos no RN = amplas oscilações de
temperatura.
ACIMA DE 37,3ºC (temperatura axilar).
Patogênese:
Patógenos exógenos induzem a produção de pirógenos endógenos pelas células inflamatórias do hospedeiro (IL-1ª,
IL-1b, IL-6, TNF a e b) que estimulam o hipotálamo a produzir prostaglandina E2 e outros metabólicos.
Rochester Baraff et al
Para crianças até 60d de vida. Até 28d de vida:
É de baixo risco se: - Todo RN febril deve ser hospitalizado e submetido a
- Aparenta estar bem. investigação com leucograma, exame de urina, raio X de
- Era previamente sadio (a termo, sem tórax, hemocultura e punção lombar.
antibioticoterapia, sem hiperbilirrubinemia, sem - Iniciar antibioticoterpia parenteral até resultado de
hospitalizações). exames (ampicilina + gentamicina).
- Sem evidências de infecções em pele, partes moles,
ossos, articulações e ouvidos. Lactentes febris entre 29 e 90d de vida:
- Leucócitos periféricos entre 5.000 e 15.000. - Se forem de baixo risco, pode-se optar pela
observação rigorosa no hospital SEM antibioticoterapia
por 24h.
- Se alto risco, hospitalização, coleta dos exames
(acréscimo de punção lombar se febre persistente) e
início de terapia antimicrobiana (ceftriaxone +
gentamicina)
Tratamento sintomático:
Contradições: geralmente são processos curtos e autolimitados, há benefício fisiológico à resposta febril, não é uma
doença primária e sim manifestação secundária, pode aumentar a resposta imune (estimula capacidade bactericida
dos leucócitos, aumenta neutrófilos e interferon e causa proliferação de linfócitos T), pode inibir a multiplicação de
diversos micro-organismos e é um sinal de alerta.
Entretanto, o controle deixa as crianças mais confortáveis, diminui a sobrecarga cardiovascular, diminui chances de
precipitação de convulsão, evita anorexia, vômitos e desidratação hipernatrêmica.
Trata em temperatura axilar > 38ªC ou 38,5ªC em crianças hospitalizadas, em crianças com antecedentes pessoais ou
familiares de convulsões ou portadores de doenças neurológicas e crianças de alto risco.
Agentes antitérmicos restauram o ponto estabilizador pela inibição da COX e as medidas físicas de resfriamento
podem reduzir a temperatura corporal, mas não corrigem a elevação do ponto estabilizador.
** Em hipertermia ou intermação o ponto estabilizador está normal, então NÃO se usa antitérmicos.
Roupas leves, aumento da oferta de líquido e alimentos leves.
Compressas tépidas (água morna), esponjamento com água morna (fricção da pele leva à vasodilatação), banhos
prolongados com água morna e enemas com soro fisiológico gelado.
Drogas antitérmicas:
- ASPIRINA: 10-15 mg/kg/dose VO de 4/4 ou 6/6h. Não é recomendada por conta da Síndrome de Reye e capacidade
de causas distúrbios gastrointestinais.
- PARACETAMOL: 10-15 mg/kg/dose VO 4/4 ou 6/6h. Ação antitérmica e analgésica. Preferência.
- DIPIRONA: 10-25 mg/kg/dose VO 4/4 ou 6/6h. Risco de Síndrome de Stevens Johnson, relação entre dipirona e
aplasia de medula.
- IBUPROFENO: acima de 6m na dose de 5-10 mg/kg/dose até 6/6h.
- Uso alternado de paracetamol, dipirona e ibuprofeno.
TOSSE
Reflexo que exerce papel protetor essencial: manter a permeabilidade das vias aéreas, removendo o excesso de
secreções, exsudatos e substâncias estranhas inaladas acidentalmente.
Desencadeado pelo estímulo de receptores subepiteliais localizados nas vias aéreas superiores e inferiores. A via é
representada pelas fibras dos nervos vagos, frênico, glossofaríngeo e trigêmeo, envolvendo os receptores do centro
da tosse, localizados na medula.
Pode ser iniciada e suprimida voluntariamente. Começa com inspiração profunda e rápida, seguida por súbita
expiração contra a glote fechada (fase compressiva), resultandando em aumento da pressão intertorácica. Aberta a
glote, o ar é violentamente expelido pelas cordas vocais, expulsando secreções e corpos estranhos na arvore
respiratória.
Etiologia:
Duração, frequência, horário e características da tosse, alguns sinais como dispneia, estridor, crepitações, febre,
prostração, gemência, hiporexia, alergia, diarreia e emagrecimento.
Exame da orofaringe pode revelar hipertrofia de amígdalas, hiperemia, úvula alongada, fenda palatina, granulações
linfoides ou secreção que se desprende do cavum – sinusite ou adenoidite.
- Induzir o reflexo da tosse ao solicitar que o paciente inspire profundamente e realiza expirações forçadas.
Tipos de tosse:
Seca/ Úmida ou Rouca ou Afônica Emetizant Quintosa Aguda Crônica ou
irritativa produtiva “de e ou recorrente
cachorro” comprida
Produzida Se Seu Produzid Provoca Ocorre em Infecções Hiper-reatividad
na ausência acompanha timbre a por má vômitos. acessos das vias e das vias
de secreção de lembra o oclusão paroxístico aéreas aéreas,
na árvore expectoraçã ladrar de da glote. se superiores rinossinusopatia
respiratória. o de um cão. Ex.: sufocantes, (faringite, s, refluxo
Inútil, qualquer Causada paralisia impedindo rinite, gastroesofágico,
fatigante, substância por das a sinusite, aspiração, mal
por (sangue, pus afecções cordas inspiração. otite, formações,
processos e outras) da laringe vocais. Típica de laringite) e fibrose cística e
inflamatório (laringite, coqueluche em vias tabagismo.
s ou papilomas . Causadas aéreas
irritativos. , tumores, por corpos inferiores
corpo estranhos, (pneumonia
estranho) fibrose , abscesso),
cística etc. corpo
estranho e
aspiração.
VÔMITOS
Diferente de regurgitação: expulsão sem esforço do conteúdo esofágico ou gástrico pela boca.
É uma resposta reflexa a vários estímulos coordenados, expulsão violenta e forçada, acompanhada de contração do
diafragma e da musculatura abdominal, com relaxamento da cárdia e contração do piloro.
Os múltiplos estímulos emetizantes originam-se em qualquer órgão e chegam aos centros bulbares por via humoral
ou nervosa.
É uma expressão sintomatológica de uma multiplicidade de causas: simples refluxo gastroesofágico fisiológico ou
uma faringite virótica, meningoencefalites, tumores cerebrais etc.
- Duração, intensidade e tipo do vômito, relação com refeições idade do paciente, ingestão de drogas, sintomas
associados, comprometimento do estado geral, hidratação, perda de peso, distensão abdominal etc.
Alimentares Aquoso Biliosos Mucosos Porráceos Fecaloides De sangue “Em jato”
Constituídos Compostos Tingidos Ricos em Massas de Verdes ou Sangramento Súbito,
por restos de saliva de bile – muco e de aspecto escuros e discreto a inesperado,
alimentares. deglutida verde aspecto herbáceo, têm cheiro intenso. Qd às vezes
ou de claro ao gelatinoso. mistura de de fezes. vermelho vivo violento e
secreção verde Gastrite e secreção Indicam indica que o sg não
esofagiana. musgo. distúrbios gástrica, obstrução teve pouco precedido
Obstrução respiratórios. biliar, baixa do contato com o de náuseas.
abaixo da duodenal íleo ou do suco gástrico.
ampola de e fecal. colo ou Vômitos
Vater. peritonite. sanguinolentos
podem ser
devido à
deglutição de
sangue.
Quanto ao cheiro: é rançoso (fungo/mofado) na estase gástrica, amonical (ureia) na uremia e odor fecal nas
obstruções baixas.
Precoces: minutos após ingestão de alimentos e tardios quando surgem de 2-3h depois. E podem ser agudos,
crônicos ou recorrentes.
** Vômitos cíclicos: causa desconhecida, caracterizados por episódios de vômitos intensos – 12 por ano,
acompanhados por dor abdominal, cefaleia e desidratação.
Tratamento:
Suspensão da dieta por um período breve, oferecendo-se líquidos para manter a hidratação adequada. Se houver
boa tolerância, deve-se continuar oferecendo solução hidratante. Tratamento dietético geralmente é eficaz.
Lactente vomitador c/ curva ponderal satisfatória: tranquilizar a mãe, técnica de administração do alimento,
espessar os alimentos, fazer arrotar, posição semissentada.
A terapêutica medicamentosa está raramente indicada. Em situações de intolerância à hidratação oral em que
existem dificuldades para hidratação endovenosa pode-se optar pelo antiemético pela via parenteral.
- METOCLOPRAMIDA 0,25mg/kg/dose
DIARREIA
Três ou mais evacuações amolecidas ou líquidas nas últimas 24 horas. Desequilíbrio entre a absorção e secreção de
líquidos e eletrólitos e é um quadro AUTOLIMITADO.
Aguda: início abrupto, etiologia presumivelmente infecciosa, potencialmente autolimitado, com duração menor que
14 dias, aumento no volume e/ou frequência de evacuações c/ aumento da perda de água e eletrólitos.
- Maior causa: infecção do tubo digestivo por vírus, bactérias ou protozoários e tem evolução autolimitada.
Causas:
Vírus: rotavírus; bactérias: E. Coli; parasitos: entamoeba, giárdia.
- Invasão da mucosa intestinal: diarreia invasiva.
- Produção de toxinas que aumentam secreção de água e eletrólitos: diarreia secretória.
Alergia ao leite de vaca, deficiência de lactase, apendicite aguda, uso de laxantes e antibióticos, intoxicação por
metais pesados.
Avaliação clínica:
Duração da diarreia, nº diário de evacuações, presença de sangue nas fezes, nº de vômitos, presença de febre ou
outras manifestações, práticas alimentares, oferta e consumo de líquido, uso de medicamentos e histórico de
imunizações.
Complicações: idade inferior a 2m, doença de base grave (DM), insuficiência renal e hepática, vômitos persistentes e
desidratação.
- Perda de peso de até 5% desidratação leve, entre 5% e 10% desidratação é moderada e acima de 10% é
desidratação grave.
● Plano B:
REALIZADO NA UNIDADE DE SAÚDE! Pacientes deverão permanecer na unidade até a reidratação completa e reinício
da alimentação.
** Manter o aleitamento materno e suspender outros alimentos.
● Plano C:
Avaliar o paciente continuamente, se não houver melhora da desidratação: aumentar velocidade de infusão.
Iniciar a reidratação por VO com SRO, assim que possível, mantendo a reidratação venosa até ingestão oral
satisfatória.
Terapia de reidratação parenteral:
Fase rápida (<5 anos): 20ml/kg de SF a cada 30min. Repetir até que a criança fique hidratada.
Fase rápida (>5 anos): 30ml/kg de SF em 30min + 70ml/kg de ringer lactato em 2,5h.
Fase de manutenção e reposição: SG 5% + SF na proporção 4:1
OBS.: Regra de Holiday-Segar:
Peso até 10kg→100ml/kg/24h;
Peso entre 10-20kg→1000ml+50ml/kg acima de 10kg;
Peso acima de 20kg→1500ml+20ml/kg acima de 20kg
Não devem ser usados antieméticos no tratamento da diarreia aguda.
Probióticos podem ser usados como coadjuvantes no tratamento.
** RACECADOTRILA: inibidor da encefalinase, reduz secreção intestinal de água e eletrólitos.
1,5mg/kg, 3x ao dia. Contraindicado para menores de 3m.
A via aérea superior é compreendida como a região do aparelho respiratório acima da laringe, incluindo esta.
Anamnese: evolução das manifestações respiratórias, início dos sintomas, súbito ou insidioso, padrão da febre,
acometimento do estado geral, estado de saúde das pessoas que convivem c/ a criança, condições ambientais e
hospitalizações recentes.
RINOSSINUSITE AGUDA
Processo inflamatório da mucosa de revestimento do nariz e seios paranasais.
É agudo o processo que dura até 12 semanas, com resolução completa dos sintomas. 3 episódios em seis meses ou 4
episódios em 12 meses, com intervalo assintomático.
É crônico qnd há sintomas como tosse, rinorreia e obstrução nasal por mais de 3m.
Fatores predisponentes: obstrução do complexo osteomeatal por edema de mucosa, rinite alérgica ou barotrauma,
infecção viral, alterações anatômicas, qualidade do ar inspirado, uso de drogas, medicamentos, atresia de coanas,
infecções dentárias, desnutrição, DM, quimioterapia etc.
Etiologia bacteriana: Streptococcus pneumoniae, haemophilus influenzae, moraxella catarrhalis.
Quadro clínico:
Se os sintomas se prolongam, aumentam a chance de bacteriana: persistem por mais de 10d com rinorreia e tosse
que piora a noite, resfriado mais grave que o usual e resfriado que após 5d piora.
Os sintomas variam de acordo com a idade, rinorreia, tosse e obstrução nasal. Outros como halitose, cefaleia e dor
facial, comum em maiores de 5a.
Mucosa hiperemiada com rinorreia amarelada até francamente purulenta e com viscosidade variável. Linfonodos
cervicais podem estar hipertrofiados e dolorosos.
Exames: TC para estudo dos seios paranasais.
Rinussinusite de repetição: relação com processos alérgicos, imunodeficiência e doença do refluxo gastroesofágico.
Tratamento:
Higiene nasal (facilita transporte de secreções nasais, elimina mediadores inflamatórios, diminui resposta
inflamatória e reduz congestão da mucosa), analgésicos e antitérmicos conforma necessidade.
** Amoxicilina 45mg/kg/dia por 10-14 dias. Se houver fator de risco em menores de 2ª, dose pode ser dobrada.
Corticoides tópicos são terapia adjuvante e anti-histamínicos são prescritos quando suspeita de caso alérgico
importante.
FARINGOAMIGDALITES RECORRENTES
Deverá ser feito exames microbiológicos para diferenciação entre viral e bacteriano.
Haemophilus influenzae foi a bactéria mais prevalente na criança.
Bactérias inativariam a penicilina antes de sua ação bactericida sobre o GABHS. A alteração na flora bacteriana
normal pode facilitar a ação do GABHS, o tratamento com penicilina pode alterar o ecossistema faríngeo.
Estado de portador:
Abrigam o organismo sem apresentar sintomas nem aumento de anticorpos. Sabe-se que o contágio por intermédio
de portadores ocorre durante as primeiras 2 a 4 semanas após aquisição do GABHS.
O melhor regime para erradicação é a combinação de penicilina e rifampicina.
Tosilectomia: faringotonsilites recorrentes e hipertrofia amigdaliana que leva à obstrução respiratória ou digestiva.
CRUPE
Doenças respiratórias que causam obstrução das vias respiratórias superiores, graus variáveis de estridor
inspiratório, tosse estridulosa, rouquidão e graus variáveis de esforço respiratório.
** Apenas um milímetro de edema na regiçao subglótica de uma criança é capaz de causar 50% de redução de
diâmetro.
- Laringites, laringotraqueítes ou laringotraqueobronquites, epiglotites.
DERMATOSES – IMPETIGO
Esta forma de piodermite superficial que não forma cicatrizes apresenta-se sob duas formas clínicas: o impetigo não
bolhoso ou crostoso e o impetigo bolhoso.
O diagnóstico de ambas as formas é clínico, pelo aspecto típico da lesão, não sendo recomendada a cultura de
rotina.
IMPETIGO CROSTOSO
O S. aureus, sozinho ou em combinação com o estreptococo beta-hemolítico do grupo A, é responsável
agente mais recuperado de forma isolada.
pela quase totalidade dos casos, sendo o S. aureus o
Pode ocorrer de forma primária, embora a impetiginização possa surgir sobre uma dermatose prévia, como na
dermatite atópica, na dermatite de contato, nas picadas de inseto, na pediculose ou na escabiose.
Alguns fatores podem contribuir para a manutenção da doença, como a higiene precária e a desnutrição.
A lesão inicia-se com uma vesícula ou pústula sobre uma base eritematosa, que se rompe com facilidade e cujo
ressecamento dá origem a uma crosta aderente e amarelada, também descrita como “melicérica”.
As lesões medem de 1 a 2 cm de diâmetro e crescem centrifugamente, podendo coalescer. Frequentemente,
observa-se o achado de lesões satélites por autoinoculação, que ocorre pela retirada das crostas pela criança.
Linfodenopatia regional é comum.
O tratamento com antibióticos nao altera o risco de glomerulonefrite, mas a erradicação da bactéria previne a
disseminação do impetigo para outras pessoas e, portanto, reduz a incidência geral da lesão renal.
IMPETIGO BOLHOSO
Principal agente etiológico o S. aureus, produtor de uma toxina epidermolítica, sendo considerado por alguns
autores uma forma localizada de síndrome da pele escaldada.
Inicia-se com vesículas, que se transformam em bolhas flácidas de paredes finas, com conteúdo inicialmente claro
que, depois, torna-se turvo. As bolhas rompem-se facilmente, permanecendo uma erosão rasa rodeada por restos
da bolha (colarete), e a confluência de bolhas leva à formação de figuras policíclicas.
** A linfadenomegalia regional não é comum e está mais associada à presença de infecção por Streptococcus.
Apresenta uma importância especial no período neonatal, ocorrendo em geral após a 2ª semana de vida, e pode
estar presente ao nascimento no caso de ruptura prematura de membranas. O impetigo bolhoso é o mais comum
entre crianças de 2 a 5 anos de idade.
TRATAMENTO
Individualizado para cada paciente, sendo que, em geral, a doença é autolimitada e dura até 3 semanas. Ideal
realização de limpeza delicada com remoção das crostas e restos das bolhas para evitar que a doença se espalhe e
mesmo se perpetue.
A limpeza constante das mãos é importante, assim como o corte das unhas e higiene, pois são o principal fator de
autoinoculação.
O local afetado deve ser mantido limpo, lavando-o com água corrente e sabão, podendo ser utilizados sabonetes
antissépticos de triclosam, iodopovidona e clorexidina por curtos períodos.
Para evitar o contágio de outras crianças, torna-se necessário afastar o paciente das atividades escolares até 24
horas do início da terapêutica adequada.
O uso de antibióticos tópicos pode ser eficaz quando existe um pequeno número de lesões, ou quando apenas uma
região topográfica está acometida.
● A mupirocina (3 vezes/dia, por 7 dias) e a retapamulina (2 vezes/dia, por 5 dias) são antibióticos eficientes
contra Staphylococcus e Streptococcus.
Quando ocorre um número maior de lesões ou o acometimento de duas ou mais regiões topográficas, a
recomendação é que seja realizado o tratamento sistêmico.
● A cefalexina ou a amoxicilina associadas ao ácido clavulânico são os antibióticos mais indicados, e o uso de
penicilina benzatina ainda pode ser eficaz em regiões onde haja maior prevalência de piodermites com cepas
ue ocasionam glomerulonefrite.
de Streptococcus q
São indicações para tratamento com antibiótico sistêmico: acometimento de estruturas mais profundas (tecido
subcutâneo e fáscia muscular); febre; linfadenomegalia; faringite associada a infecções próximas à cavidade oral,
uma vez que a criança pode retirar a medicação tópica com a boca; infecções no couro cabeludo causadas pela
dificuldade do uso de cremes ou pomadas no local; lesões numerosas (acima de 5) ou mais que dois locais
topográficos.
LINFONODOMEGALIA NA INFÂNCIA
Aparecem em doenças do sistema imunológico, fazem parte frequente das patologias infecciosas e de várias
doenças neoplásicas. São frequentes em crianças e, na maioria das vezes, são decorrentes de respostas
passageiras a infecções benignas.
É menos evidente no período neonatal, pois o tecido linfático aumenta progressivamente de volume com a exposição
a antígenos que acontece durante a infância.
São considerados normais, nas crianças até 12 anos de idade, linfonodos de até 1,5 cm na região inguinal, de até 0,5
cm na região epitroclear e de até 1 cm nas demais regiões.
Os mecanismos de aumento dos linfonodos são proliferação de linfócitos e histiócitos (estímulo antigênico) e
infiltração por células extrínsecas.
** Considera-se linfonodomegalia suspeita o aumento de um nódulo linfático maior que 1 cm, em mais de um local
anatômico; os linfonodos epitrocleares com mais de 0,5 cm; e o linfonodo inguinal quando maior que 1,5 cm.
O comprometimento linfonodal é chamado de localizado (processos bacterianos agudos) quando apenas uma
cadeia está comprometida ou até duas contíguas, e disseminado (processos virais diversos e infecções bacterianas
sistêmicas) quando se verifica aumento de linfonodos em cadeias não contíguas, acima e abaixo do diafragma,
frequentemente associados a hepato e/ou esplenomegalias.
AVALIAR:
● Presença ou não de sintomas sistêmicos: febre e sua duração. Febre por mais de 7 dias com linfonodomegalia
localizada ou disseminada deve chamar a atenção do pediatra para doenças mais graves. Outros sintomas
associados, como perda de peso, sudorese profusa e prurido, indicam a necessidade de diagnóstico diferencial
com neoplasias e tuberculose.
● Características do linfonodo: linfonodos elásticos, móveis, indolores, de tamanho não maior que 2 a 3 cm são
frequentemente reacionais. Linfonodos duros, elásticos, pouco dolorosos, aderidos a planos profundos,
coalescentes com outros linfonodos, frequentemente gerando uma massa maior que 4 cm, são características das
neoplasias. Linfonodos dolorosos, com sinais flogísticos (calor e/ou rubor), pouco aderidos a planos profundos e
mais frequentemente únicos são sugestivos de processo bacteriano.
● Local ou locais de comprometimento e a associação com a drenagem dos linfonodos.
● Idade: a maior ou menor valorização do linfonodo depende também da idade do paciente. Os linfonodos
normalmente não são palpados nos recém-nascidos e atingem tamanho considerável com 1 ano de idade,
aumentando até a puberdade.
Hemograma completo, bioquímica, funções renal e hepática, desidrogenase lática (DHL) e ácido úrico podem ser
inicialmente solicitados.
Sinais de alerta: Presença persistente e inexplicável de febre e/ou perda de peso e/ou sudorese noturna;
linfonodomegalia generalizada e hepato e/ou esplenomegalia; gânglios aderidos a planos profundos ou à pele, de
crescimento rápido, coalescentes e endurecidos; aumento progressivo do gânglio ou sua não regressão em 4 semanas
ou mais; investigação laboratorial: negativa, e o gânglio se mantém por mais de 8 semanas;
As linfonodomegalias de cabeça e pescoço, com sinais inflamatórios associados, estão frequentemente associadas a
causas bacterianas, como Staphylococcus aureus e Streptococcus beta-hemolítico.