T., sexo feminino, 20 anos, solteira, curso superior incompleto. T. procurou
psicoterapia devido a crises de choro, angústia, aperto no peito, sensação de sufocamento, e compulsão por submeter-se a testes de gravidez. Gostaria também de aprender a resolver conflitos interpessoais, pois segundo ela, nunca consegue expressar sua opinião. A cliente sempre morou em uma cidade pequena, com seus pais e irmão mais velho, até um ano atrás. A cliente passou a morar sozinha em outra cidade para estudar e foi neste período que os sintomas iniciaram. Seus pais são católicos, afetuosos, muito participativos e protetores com T. Tinha bom desempenho acadêmico, mas poucos amigos, e a mãe dizia que as colegas tinham inveja da sua inteligência. Fala todos os dias com a mãe por telefone, e quando se sente mal, liga para a mãe chorando, e ela lhe aconselha, orienta e conforta. T. nunca deu motivos para repreensão ou castigo, sendo a “filha perfeita” dos pais, enquanto seu irmão sempre foi desobediente e muito repreendido. Conta tudo o que lhe acontece para os pais, que lhe dão conselhos e apoio, e recentemente chegou a perder a amizade de uma colega de república ao contar para o pai que o namorado da colega dormia às vezes lá. Ele contou para os pais dela, que a repreenderam severamente. A mãe de T. orientou- a a afastar-se e não sofrer pela colega que devia ter inveja dela. T. nunca namorou, mas “ficou” com alguns rapazes, sendo virgem. Há 4 meses, T. foi a uma festa, bebeu um pouco além do costume e não se lembra ao certo o que aconteceu. Sabe que ficou com um rapaz, e que não fizeram sexo. Apesar disso a cliente tinha pensamentos obsessivos de que estaria grávida. Fez 20 exames de urina e 5 exames de sangue para verificar a possível gravidez. T. relatou que se desesperou com este pensamento, pensando que uma gravidez “acabaria com sua vida, sua família e estudos”, (sic) pois o pai jamais aceitaria sua gravidez, ou teria um “ataque” do coração. Quando era criança lembra que uma prima engravidou e foi expulsa de casa pelo tio. Disse que se culpava muito, não admitindo ter cometido “um erro tão grande”. Atualmente disse estar melhor, entretanto, nunca mais foi a festas. Disse ter medo de não conseguir se controlar com a bebida, apesar de não ter o costume de beber. Também evita conhecer rapazes, pois teme não conseguir se controlar e ficar grávida. Acredita ter herdado a doença mental de seu tio que era “louco”.
A partir do caso exposto:
A) JUSTIFIQUE A NECESSIDADE DO ATENDIMENTO PSICOLÓGICO
B) AVALIAÇÃO E PRINCIPAIS HIPÓTESES DIAGNÓSTICAS LEVANTADAS