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São Paulo
2022
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NAYUMI OLIVEIRA SHIKAY
São Paulo
2022
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“Tentamos proteger a árvore, esquecidos
de que ela é que nos protege.”
Carlos Drummond
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO.......................................................................................................... 5
3. IMPACTOS............................................................................................................... 6
3.1 Os trabalhadores.................................................................................................... 7
5. SOLUÇÕES.............................................................................................................. 8
6. CONCLUSÃO........................................................................................................... 8
7. REFERÊNCIAS......................................................................................................... 8
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1. INTRODUÇÃO
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A essência do fast fashion é a fabricação de vestimentas em larga escala por
um custo baixo e acessível, retirando a exclusividade de peças e transformando-as
em objetos descartáveis e artificiais.
3. IMPACTOS
3.1 Os trabalhadores
As empresas varejistas geralmente criam o design, promovem a marca e
comercializam, mas não fabricam os produtos que vendem, o uso da terceirização
ou subcontratação de serviços é uma das estratégias adotadas pela indústria de
vestimenta, buscando a redução dos custos e uma agilização produtiva .
Como a terceirização envolve atividades da empresa em outro local, grande
parte delas optam por países subdesenvolvidos pela mão de obra barata e leis
trabalhistas fracas, o que acaba se tornando uma analogia à escravidão. Os
“escravos” contemporâneos são pessoas que se encontram em situações precárias
e de vulnerabilidade em seus empregos, o trabalho é realizado em condições
degradantes com jornadas exaustivas. Na indústria têxtil, principalmente imigrantes
que vieram sem condições financeiras, são submetidos a circunstâncias laborais
extremas, sendo utilizados como mão de obra descartável.
O esquema de exploração atua da seguinte forma:
Prepostos do tomador de serviços, chamados de “gatos”,
“zangões” ou “turmeiros”, realizam o recrutamento de trabalhadores
oferecendo propostas tentadoras de trabalho em locais distantes de
sua cidade de origem, com promessas de melhores condições de
vida e salários expressivos; 2. O preposto, durante a arregimentação,
tende a não exigir documentos de identificação ou carteira de
trabalho, contudo, quando apresentado certo documento, este é
retido, criando-se um vínculo de dependência do trabalhador para
com o aliciador e o tomador de serviços; 3. O preposto costuma
emprestar certa quantia em dinheiro para que o trabalhador recém
aliciado pague suas dívidas e de sua família no local de origem, além
de também pagar o transporte deste trabalhador para o local de
prestação de serviços sob título de crédito, favorecendo a escravidão
por dívidas; 4. Quando a prestação de serviços se inicia, o
trabalhador passa a ser submetido a condições degradantes de
trabalho, jornadas exaustivas, recebendo, muitas vezes pagamento
in natura e sendo cobrado pelos equipamentos que utiliza e pelo
custo do alojamento de trabalho; 5. A dívida contraída com o tomador
de serviços, os documentos retidos ilegalmente e a coação física,
moral e psicológica do trabalhador funcionam como ferramentas para
a manutenção deste na relação precária de trabalho; 6. Em caso de
descoberta do uso de trabalho análogo ao escravo por certo tomador
de serviços, o trabalhador é resgatado; 7. Verificada a ausência de
políticas públicas e mecanismos que fixem o trabalhador no local de
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origem, é possível que se confirme a reincidência do mesmo no
sistema de trabalho escravo contemporâneo.” (MACHADO, 2017, p.
38).
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pertencimento até os dias de hoje, a Alta-Costura na Europa, por exemplo, era
demandada pela elite que enxergava como uma necessidade demonstrar seu status
através das vestimentas, assim poderiam ser incluídos no grupo social. Ou seja,
fatores como: seguir as últimas tendências, ser aceito por um círculo social também
favorecem ao consumismo.
5. SOLUÇÕES
É necessário discussões mais amplas das formas de tentar diminuir os efeitos
negativos da fast fashion. Infelizmente nesse caso, o boicote das multinacionais não
traz resultados tão satisfatórios assim, dado que em uma sociedade como a atual,
este é um ciclo interminável, o fechamento de uma empresa não faz diferença
quando logo depois outra vai ser criada para substitui-la. Mas diante dos pontos
abordados sobre a condição de trabalho das oficinas clandestinas, é de suma
importância cobrar e responsabilizar as empresas da moda que sustentam
indiretamente essa escravidão.
Ações individuais sustentáveis são capazes de diminuir o impacto no meio
ambiente como a adesão de um estilo minimalista ou das práticas do slow fashion,
este vem ganhando força contra o fast fashion pois desenvolvem a moda em um
conceito sustentável, ético e trazem métodos alternativos na produção de artigos de
moda.
Conscientizar consumidores, enaltecer produtores locais, reduzir a necessidade
de compra são algumas das premissas do movimento slow fashion.
6. CONCLUSÃO
Em virtude aos fatos mencionados é notório as relações do fast fashion com o
trabalho terceirizado e o meio ambiente, pilares como a falta de direitos humanos,
responsabilidade, poluição e consumismo são ignorados nesse poderoso sistema
utilizado mundialmente.
Apesar de ser um ciclo, existem ações para contrapô-lo que podem tornar a
moda algo mais consciente e ético sem as falhas do fast fashion.
7. REFERÊNCIAS
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PAULA, Gabriela Pegos de. A evolução da moda mediante os conceitos de fast
fashion e slow fashion. 2015. Trabalho de Conclusão de Curso. Universidade
Tecnológica Federal do Paraná.
MUNHOZ, Júlia Paula. Um ensaio sobre o fast-fashion e o
contemporâneo. Monografia (Graduação em Comunicação e Artes)–Escola de
Comunicação e Artes, Universidade de São Paulo. São Paulo, p. 55, 2012.
Bick, R., Halsey, E. & Ekenga, C.C. The global environmental injustice of fast
fashion. Environ Health 17, 92 (2018). https://doi.org/10.1186/s12940-018-0433-7
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