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Lesões Ligamentares do

Joelho
▪ São estabilizadores estáticos e dinâmicos das
articulações.

▪ Formados por tecido conjuntivo e constituídos


de colágeno tipo 1 e elastina;

▪ Penetram no osso como um desenvolvimento


a partir de fibras colágenas para
fibrocartilagem, desta para cartilagem
calcificada e então para o osso.

▪ O joelho é uma articulação de flexoextensão


que possui 4 ligamentos que estabilizam e dois
meniscos.

▪ As lesões ligamentares são classificadas em:


o Grau I: estiramento sem rotura ou
instabilidade;

o Entorses do joelho – tratadas


conservadoramente e o prognóstico é
excelente;
▪ Os ligamentos responsáveis pela maior parte
o Grau II: rotura parcial, com instabilidade das lesões ligamentares do joelho são:
parcial; o Ligamento Colateral Medial (LCM);
o Ligamento Cruzado Anterior (LCA);
o Grau III: rotura completa com instabilidade
total; ▪ Podem ser lesados ao mesmo tempo;

▪ As lesões de grau II e III podem trazer ▪ Ligamento Cruzado Anterior é o principal, ele
instabilidade ao joelho e devem ser abordadas estabiliza o joelho contra a translação anterior
de forma individualizada. da tíbia sob o fêmur e contra a rotação externa
do fêmur sobre a tíbia;

RES MEDCURSO – LCA E LCP (PROJETO PADRINHOMED) MILENA BAVARESCO


▪ Tem contribuição contra o estresse em valgo ▪ Com o passar dos dias e semanas, a dor e
(angulação do joelho com o tornozelo voltado edema melhoram;
para fora).
▪ Quando o paciente volta a deambular
▪ Indivíduos predispostos à lesão e à rotura do normalmente e executar suas atividades do
LCA são participantes de esportes de impacto cotidiano, ele percebe uma sensação de
com o pé no solo, que exigem rotações e instabilidade do joelho – “parece que vai sair
súbitas mudanças de direção no movimento. do lugar”.

▪ Principais esportes: futebol, basquetebol, ▪ A dor durante a deambulação pode


handebol, voleibol, ginástica olímpica, esqui, reaparecer.
lutas e tênis.
▪ O diagnóstico após a fase aguda, pode ser
▪ Mulheres possuem um risco 8-10 vezes maior confirmado clinicamente somente nas lesões
de lesão do LCA. grau II ou III (rotura parcial ou completa),
através de manobras clássicas.
▪ Mecanismo mais comum de lesão: movimento
súbito de rotação externa do fêmur com o pé ▪ A ressonância magnética só é indicada em
fixado no chão. dúvida diagnóstica e na suspeita de lesões
ligamentares associadas.

TESTES CLÍNICOS PARA A LESÃO DO LCA

TESTE DA GAVETA ANTERIOR


▪ Com o paciente em decúbito dorsal, joelho
flexionado em torno de 80º e o pé tocando a
mesa de exame;

▪ O examinador segura na panturrilha,


tracionando a perna anteriormente;

▪ O teste é positivo quando há uma translação


anterior > 5mm (Grau II: 5-10mm, Grau III: >
▪ Outros mecanismos possíveis de lesão: 10mm);
trauma de hiperextensão ou de estresse valgo
do joelho (lesão combinada com o LCM).

▪ Após o trauma, o paciente se apresenta com


edema articular e dor agravada pela
deambulação.

▪ É frequente relato de estalo durante o


movimento que causou a lesão;

▪ 50-75% dos casos, o joelho apresenta


hemartrose (sangramento que acontece
dentro de uma articulação) – pode ser
puncionada para aliviar a dor.

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TESTE DE LACHMAN ▪ No teste positivo observa-se um estalo quando
o joelho é flexionado em torno de 30º (redução
▪ Com o paciente em decúbito dorsal, joelho súbita da subluxação).
levemente flexionado, em torno de 20º;

▪ O examinador segura com uma das mãos na


coxa e a outra na panturrilha, tracionando a TRATAMENTO
perna anteriormente e o fêmur posteriormente.
▪ O tratamento na fase aguda é feito com um
conjunto de medidas sob a sigla PRICE:
▪ É o melhor teste para a lesão aguda;

▪ São medidas voltadas para a redução do


▪ Teste positivo quando há uma translação
edema e da dor e devem ser mantidas por no
anterior > 5mm (Grau II: 5-10mm, Grau II:
mínimo 3 dias (média de 1-2 semanas);
>10mm.
Proteção (muletas);
Repouso relativo da articulação;
Ice (crioterapia, 20m, 4x ao dia);
Compressão c/ bandagem em torno do joelho;
Elevação do membro;

▪ Alguns pacientes preferem, associar um AINE


(anti-inflamatório não esteroide);

▪ A abordagem definitiva em pacientes jovens e


ativos favorece o tratamento cirúrgico.

o Isso ocorre, pois, a terapia conservadora


para esses pacientes aumenta o risco em
longo prazo de lesão de menisco e
osteortrite.
PIVOT SHIFT TEST
o Além disso, muitos pacientes referem a
▪ Com o paciente em decúbito dorsal e o
sensação incômoda da instabilidade e
paciente com o joelho estendido;
episódios de dor no joelho após atividades
esportivas.
▪ O examinador faz uma rotação interna da tíbia
segurando no pé;

▪ Em seguida flexionando vagarosamente o PROCEDIMENTO CIRÚRGICO


joelho. ▪ Indicação para cirurgia:
1. Indivíduos que apresentam sensação de
instabilidade significativa no joelho
(geralmente associada a teste da gaveta
anterior grau III);

2. Qualquer pessoa que pretenda realizar


atividade esportiva ou recreacional que
demanda o joelho;

▪ A cirurgia deve ser feita após três semanas do


trauma, quando houver a redução total da
inflamação aguda.

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o O procedimento cirúrgico é a TESTE DA GAVETA POSTERIOR
Reconstrução do LCA.
▪ É a mesma manobra descrito para a lesão do
o Realizado por via artroscópica, LCA, só que a manobra é invertida, já que o
examinador empurra o joelho posteriormente.
ressecando-se todo o ligamento, que
depois é reconstruído utilizando-se o terço
mediano do ligamento patelar, o tendão do
músculo semitendinoso e grácil.

▪ Pós-Operatório: o paciente tem que andar com


muletas por 1-3 semanas;

o É fundamental a fisioterapia com


exercícios para a musculatura
estabilizadora do joelho;

o Esportes com impacto (futebol...) são


permitidos após 6 meses;

▪ É mais rara e requer um trauma de mais alta


energia;

▪ O ligamento cruzado posterior (LCP) é o


principal estabilizador do joelho contra a
translação posterior da tíbia sob o fêmur.

▪ O mecanismo mais comum de lesão e rotura


do LCP é um acidente automobilístico com o
joelho da vítima flexionado colide com o painel
do carro dashboard injury.

▪ Outro mecanismo é a hiperflexão forçada do


joelho.

▪ O quadro clínico é o mesmo de LCA, porém


com menor risco de hemartrose.

DIAGNÓSTICO
▪ O diagnóstico, após a fase aguda, nas lesões
grau II ou III, pode ser firmado pelo teste da
gaveta posterior.
▪ A evolução a longo prazo da lesão isolada do
LCP costuma ser benigna, pois o grau de
instabilidade costuma ser menor que o da
lesão do LCA.
o Neste caso, apenas a terapia
conservadora é indicada.
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▪ A cirurgia reconstrutora é necessária nos
casos de instabilidade significativa,
geralmente com lesão associada do complexo
póstero-lateral ou dos meniscos.

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