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2. Justificativa.................................................................................................................5
3. Formulação do problema............................................................................................7
4. OBJECTIVOS...............................................................................................................8
4. 1. Objectivo geral......................................................................................................8
4. 2. Objectivos específicos.......................................................................................8
5. METODOLOGIA......................................................................................................9
6. ESTRUTURA DO TRABALHO...............................................................................10
7. CRONOGRAMA DE ACTIVIDADES.....................................................................11
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................12
8.1. Doutrina.................................................................................................................12
8.2. Legislação..............................................................................................................13
8.2.1 Constituições.......................................................................................................13
8.2.2 Leis......................................................................................................................13
8.2.3 Decretos..............................................................................................................14
Jurisprudência..............................................................................................................15
2
1. INTRODUÇÃO
1
Bernardino, Tomás, [s/d] Implementação da actual legislação de terras nos primeiros 10 anos, Disserta-
ção, Mestrado, Universidade Eduardo Mondlane, p. 3
2
Cfr, n.º 3 do artigo 109 da Constituição da República de Moçambique.
3
Cfr, n.º 1 do artigo 109 da Constituição da República.
4
Cfr. Artigo 8 da Constituição da República Popular de Moçambique, 1975, com o seguinte teor “A terra
e os recursos naturais situados no solo e no subsolo, nas águas territoriais e na plataforma continental de
Moçambique são propriedade do Estado. O Estado determina as condições do seu aproveitamento e do
seu uso”.
3
terra ao povo moçambicano5. Esse facto representou o triunfo da ideia imanente aa luta
de libertação nacional que pressupunha a libertação da terra e do homem.
Com o direito de propriedade exclusiva do Estado sobre a terra, proíbe-se qualquer
forma de direito de propriedade privada sobre a terra por via de venda, alienação,
hipoteca ou penhor6.
5
Antes da independência nacional, o regime jurídico sobre a terra era predominantemente de proprie-
dade privada, sem prejuízo de existência de terrenos sob o regime de domínio público. Facto que preva-
leceu até ser derrogado pela Constituição de 1975.
6
Cfr, n.º 2, do artigo 109 da Constituição da República.
7
Lei nº 19/97, de 1 de Outubro, actual lei moçambicana de terras, BR nº 40, I série, 3º suplemento, de 7 de
Outubro de 1997.
8
Direito de Uso e Aproveitamento da Terra consiste no direito que as pessoas singulares ou colectivas e as
comunidades locais adquirem sobre a terra. Cfr, n.º 1 do artigo 1º da Lei n º 19>97, de 1 de Outubro.
9
Cfr. artigo 1 da Lei n° 6/79, de 3 de Julho.
4
disposto na Lei de Terras e na Constituição da República.
2. Justificativa
Já ficou assente que a Lei de Terras tem uma regulamentação dual, pelo que se reparte
em Regulamento da Lei de Terras e Regulamento do Solo Urbano. Estes dois diplomas
se distinguem pela circunscrição territorial em que cada um deles é aplicado.
Enquanto, por um lado, o Regulamento do Solo Urbano é aplicado nas áreas de cidades
e vilas legalmente existentes e nos assentamentos humanos ou aglomerados
populacionais organizados por um plano de urbanização10, por outro, o Regulamento da
Lei de Terras é aplicado às zonas rurais11.
Prima facie, o artigo 12 da Lei de Terras elenca três formas de aquisição do DUAT, que
são: a aquisição costumeira, o deferimento e a ocupação de boa fé. Por seu turno, o Re-
gulamento do Solo Urbano, no seu elenco sobre as formas de atribuição do DUAT nas
zonas urbanizadas foi além do prescrito na lei de Terras ao adicionar mais três formas
de aquisição do DUAT, quais sejam o sorteio12, a hasta pública13 e a negociação
particular14, mostrando-se desta forma um regulamento inovador.
Outro aspecto merecedor de atenção na análise das discrepâncias entre estas duas leis
diz respeito aos sujeitos do DUAT, porquanto a Lei de Terras reconhece como
sujeitos do
10
Cfr, art. 2 do Regulamento do Solo Urbano.
11
Cfr, art 2 do Regulamento da Lei de Terras.
12
Cfr. Al b) do artigo 24 e artigo 26, todos do Regulamento do Solo Urbano.
13
Cfr. Al c) do artigo 24 e 27, todos do Regulamento do Solo Urbano.
14
Cfr, alínea d) do artigo 24 conjugado com artigo 28, todos do Regulamento do Solo Urbano.
5
DUAT os sujeitos nacionais15 e bem como sujeitos estrangeiros16.
Por último, somos de opinião que a última parte da textura do artigo 29 do RSU é sinto-
mática ao exigir que a ocupação de boa-fé se enquadre no plano de ordenamento e que o
ocupante assuma o compromisso de respeitar as regras nele estabelecidas. Traz a ideia
de que a não assunção desse compromisso pelo ocupante de boa-fé pode ser um facto
ex- tintivo desse direito.
Não parece ser mais uma vez a solução acertada. Para nós, o sujeito já detém o direito
de uso e aproveitamento da terra por usucapião 17, um direito que a própria Constituição
re- conhece e não pode por isso, em homenagem ao princípio da legalidade18, o RSU
contra- riar a lei fundamental nesse aspecto.
15
Vide artigo 11 da Lei de Terras
16
Vide art. 12 da Lei de Terras.
17
Modo de aquisição do direito de propriedade como corolário da posse prolongada.
18
Conforme o n.º 4 do artigo 2 da Constituição da Republica de 2004 estabelece: ¨as normas constituci-
onais prevalecem sobre todas as restantes normas do ordenamento jurídico¨.
6
3. Formulação do problema
A segunda ordem de discussão é concernente aos sujeitos do DUAT. Pela Lei de Ter-
ras, nos artigos 10 e 11, são sujeitos do DUAT pessoas nacionais e estrangeiras
respectivamente.
Ainda o n.º. 2 do artigo 110 da Constituição da República, cuja reprodução nesta sede
não se afigura demais repeti-la, dispõe o seguinte:
1...
Daqui resulta que a Constituição não faz nenhuma restrição dos sujeitos do DUAT
em razão da nacionalidade, isto é, impedindo a autorização do pedido do DUAT aos su-
jeitos estrangeiros. É na mesma orientação que a Lei de Terras resolveu elencar as
pessoas estrangeiras também como sujeitos do DUAT, não obstante estejam mais
oneradas em comparação com os sujeitos nacionais.
7
Entendemos que essa limitação não tem razão de ser e claramente contrária não só à Lei
de Terras como também à Lei fundamental. Por força do princípio da consumpção, é
inconstitucional19.
1. Até que ponto pode um regulamento ser inovador em relação a uma Lei que lhe é
superior?
2. Até que ponto o regime da atribuição do DUAT no RSU pode ser violador dos
direitos fundamentais dos cidadãos?
3. Quais são as implicações que advém da desconformidade do Regulamento do Solo
Urbano face à Lei de Terras e à Constituição?
4. OBJECTIVOS
4. 1. Objectivo geral
4. 2. Objectivos específicos
19
Conforme estabelece o n.º 4 do artigo 2 da Constituição da República: ``as normas constitucionais pre-
valecem sobre todas as restantes normas do ordenamento jurídico``
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5. METODOLOGIA
9
6.ESTRUTURA DO TRABALHO
10
7. CRONOGRAMA DE ACTIVIDADES
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8.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
8.1. Doutrina
Ascensão, José de Oliveira, O Direito, Introdução e Teoria Geral, uma perspectiva luso-bra-
sileira, 10ª edição revista, Almedina, Coimbra, 1997.
ASCENSAO, José de Oliveira, Direito Civil e Reais, 5ª edição, revista e ampliada, Coimbra Editora,
Coimbra, 1993.
CISTAC, Gilles e CHIZIANE, Eduardo (coordenação) e outros, Aspectos jurídicos e sociais do uso e
aprovei- tamento da terra, Imprensa Universitária, UEM, Maputo, 2003.
GOUVEIA, Jorge Bacelar de, Manual de Direito Constitucional, 2 Vols., Almedina, Co-
imbra, 2005.
12
Negrão, José, A indispensável terra africana para o aumento da terra dos pobres, Maputo, 2002.
QUADROS, Maria da Conceição de, Manual de direito da terra, Centro de Formação Jurídica e Judiciária,
Matola, 2004.
QUADRO, Maria da Conceição de, Direito agrário, textos de apoio, Faculdade de Direito da UEM.
Maputo, 2005.
Serra, Carlos, Colectânea da legislação sobre terra, Centro de Estudos Jurídicos e Judiciários,
Matola, 2004 actualizada em 2009.
13
8.2. Legislação
8.2.1 Constituições
8.2.2 Leis
Lei nº 19/97, de 1 de Outubro, actual lei moçambicana de terras, BR nº 40, I série, 3º suplemento,
de 7 de Outubro de 1997.
Lei n.º 6/2006, de 2 de Agosto – Lei Orgânica do Conselho Constitucional, BR, I Série,
n.º 31, de 2 de Agosto de 2006, com as alterações introduzidas pela lei 5/2008, de 9 de Julho
Lei n.º 5/93, de 28 de Dezembro, estabelece o regime jurídico do cidadão estrangeiro, BR,
I Série, n.º 51, 2º Suplemento, de 28 de Dezembro de 1993.
Lei n.º 7/2019, de 31 de Maio, lei que estabelece o quadro legal sobre a organização e o funciona-
mento dos órgãos de representação do Estado na província.
8.2.3 Decretos
Decreto nº 16/87, de 15 de Julho, aprova o regulamento da lei 6/79, de 3 de Julho, a primeira lei
de terras, BR nº 28, I série, suplemento
14
Decreto nº 66/98, de 8 de Dezembro, aprova o regulamento da lei 19/97, de 1 de Outubro, BR
nº 48 I série, 3º suplemento.
Jurisprudência
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