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1. O poema pode dividir-se em três partes lógicas, coincidindo com as três estrofes que o compõem. Na
primeira parte, o sujeito poético tece considerações gerais acerca do tema do destino e da sua aceitação.
Numa segunda parte, o Fado e a Sorte são dados como elementos determinantes da existência humana.
Numa terceira parte, o sujeito poético apela ao cumprimento do Destino e à sua ignorância, ou seja, à calma
aceitação do destino.
2. Esta primeira parte, em que se tecem considerações gerais, corresponde a um discurso estóico de
aceitação do destino. A segunda parte corresponde, logicamente, ao ato de cumprir esse destino. E se a
ideia de que temos de aceitar e agradar-nos com a existência que nos foi dada perpassa todo o poema, ela
condensa-se na última parte, em jeito de conselho epicurista, como uma proposta de fruição do momento
presente.
3.1 Cada um vive consoante o que lhe coube em sorte, há uma atitude de aceitação do destino.
3.2 O Destino apodera-se do ser humano como de um peão, dispondo dos rumos da vida de cada um de nós.
3.3 Os desígnios do Destino são os certos para nós, porque foram os que nos couberam em sorte, e não há
que questioná-lo.
4. Há aqui uma estrutura invertida, para além da anáfora de «nem», que converge para uma mesma ideia:
uma noção clara de incompatibilidade entre aquilo que se deseja e aquilo que se alcança.
5. O poema é constituído por três quadras, sendo os dois primeiros versos de cada uma decassilábicos e os dois
últimos hexassílabicos. Quanto à rima, na primeira quadra, temos rima interpolada e emparelhada, segundo o
esquema rimático ABBA; nas duas outras quadras, temos verso livre.