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LISBOA 2021
UNIVERSIDADE LUSÍADA DE LISBOA
LISBOA 2021
RESUMO
The housing issue has now been debated over time, and the Housing
Policies implemented have not always been productive and embraced by all participants.
Today, leasing is more of a pursuit than the purchase of housing, which
is also due to the current global economic crisis. Notwithstanding, the relevant drop in
the interest rate on housing loans, financial institutions do not face the consent of credits
as in the last decades, and leasing appears as the alternative for finding an address.
Therefore, opportunities arise to boost the Rental Market, making this solution for living
part of the population's options.
In this dissertation, we present a study on the lease agreements for
housing in the light of law no. 6/2006 of February 27 (NRAU) and its amendments and
repeals, which aimed to review the previous rental system that admitted the maintenance of
rents with very low values, with the consequent deterioration of the city park in the main
Portuguese cities, creation of injustices for tenants and owners, lack of housing conditions
of many units etc. Considering that there is still little time to implement the law, we still
wait for it to reveal its effectiveness in solving these problems. Nevertheless, it is
relevant to analyze the alkaline results of their future usefulness.
Neste primeiro ponto podemos observar uma maior liberdade por parte
dos interessados no que tange a duração dos contratos, tendo em vista que a norma escrita
preteritamente ditava regras que engessavam, do ponto de vista comercial, a proposta
inicial do contrato de ser um acordo de vontade entre as partes legalmente exequível.
(grifo nosso).
Como exemplo temos a decisão do Supremo Tribunal de Justiça que
ora apresentamos:
Processo: 8536/14.0T8LSB.L1. S1
Nº Convencional: 7ª SECÇÃO Relator: SOUSA LAMEIRA
Descritores: CONTRATO DE ARRENDAMENTO.
ARRENDAMENTO PARA COMÉRCIO OU INDÚSTRIA
DENÚNCIA PRAZO COMUNICAÇÃO SUCESSÃO DE LEIS NO
TEMPO ACTUALIZAÇÃO DE RENDA ATUALIZAÇÃO DE
RENDA Data do Acordão: 15/11/2017 Nº Único do Processo: Votação:
UNANIMIDADE Texto Integral: S Privacidade: 1 Meio Processual:
REVISTA Decisão: NEGADA A REVISTA Área Temática:
DIREITO CIVIL – DIREITO DAS OBRIGAÇÕES / CONTRATOS
EM ESPECIAL / LOCAÇÃO / ARRENDAMENTO DE PRÉDIO
URBANOS / DISPOSIÇÕES ESPECIAIS DO ARRENDAMENTO
PARA HABITAÇÃO / DURAÇÃO / CONTRATO DE DURAÇÃO
INDETERMINADA / DISPOSIÇÕES ESPECIAIS DO
ARRENDAMENTO PARA FINS NÃO HABITACIONAIS.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL – PROCESSO DE DECLARAÇÃO
/ RECURSOS.
Legislação Nacional:
CÓDIGO CIVIL (CC): - ARTIGOS 1100.º E 1110.º, N.º 1, ALÍNEA
A). CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL (CPC): - ARTIGO 635.º.
NOVO REGIME DO ARRENDAMENTO URBANO (NRAU),
APROVADO PELA LEI N.º 6/2006, DE 27-02, NA REDACÇÃO
INTRODUZIDA PELA LEI N.º 31/2012, DE 14-08: - ARTIGOS 9.º,
11.º, 30.º, 31.º, N.º 3, ALÍNEA D), 32.º, 33.º, 34.º, N.º 1, 35.º, 43.º, N.º 5
E 50.º.
Sumário:
I - Através do direito especial de denúncia previsto nos arts. 31.º e 34.ºda
Lei n.º 6/2006, de 27-02, na redacção introduzida pela Lei n.º31/2012, de
14-08, a lei confere aos arrendatários o poder de extinguir o contrato de
arrendamento dentro do prazo de 30 dias a contar da recepção da
comunicação pelo senhorio, face ao direito potestativo que o locador tem
de iniciar um procedimento conducente a uma alteração extraordinária de
rendas.
II - Nisto se distingue do regime geral de denúncia dos contratos de
arrendamento para fins não habitacionais prevista no art. 1110.º do CC que
prevê, na falta de estipulação em contrário, um prazo de antecedência não
inferior a 120 dias sobre a data em que pretenda a cessação.
Sumário:
I - Relativamente e visando os contratos de arrendamento celebrados antes
da entrada em vigor da Lei 6/2006 de 27.2, veio a ser publicada em 14 de
agosto de 2012 a Lei31/2012, com objetivo da dinamização do mercado
do arrendamento, a qual aprovou, entre outras, uma medida que tinha em
vista a alteração do regime transitório daqueles contratos, reforçando a
negociação entre as partes e facilitando a transição dos referidos contratos
para o novo regime (o NRAU).
II - As alterações introduzidas pela Lei 31/2012 de 14.8. na Lei 6/2006
visaram, entre outros fins, estabelecer um regime especial de atualização
de rendas antigas –designadamente as anteriores a 1990 -, ao abrigo do
qual o senhorio poderia atualizar o valor da renda através de um processo
de negociação com o inquilino, permitindo, porém, aos arrendatários em
comprovada situação de carência económica, um período temporário de
cinco anos, durante o qual se mantinha a renda anterior.
III - A Lei 43/2017 de 14.6, veio operar um retrocesso dessa reforma então
em curso, estabelecendo uma dilação do período do “congelamento das
rendas”, estendendo aquele prazo de cinco anos inicialmente previsto, para
o prazo de oito anos (art. 35º nº 1e 36º nº 6 do NRAU).
IV - Por força do princípio geral contido no artigo 297º nº 2 do Código
Civil, os prazos de cinco anos fixados no art. 35º nº 1 do NRAU, na redação
dada pela Lei 31/2012 que se encontravam em curso aquando da entrada
em vigor da nova lei (Lei 43/2017 de 14.6, com início de vigência no dia
15 de junho de 2017), ficam sujeitos ao novo prazo de oito anos,
computando-se, porém, na sua contagem todo o tempo decorrido desde o
seu momento inicial.
V - No caso em apreço, só decorridos os oito anos, (considerando-se na
contagem tempo decorrido desde o dia da resposta da arrendatária feita ao
abrigo dos arts. 30º e sido NRAU), o senhorio poderá, (na falta de acordo)
promover a transição do contrato de arrendamento para o NRAU, não
podendo o arrendatário voltar a invocar a situação dos seus rendimentos
(art. 35º nº 6 do NRAU).
Sumário:
I - É inconstitucional, por violação dos princípios da segurança jurídica e
da proteção da confiança, integrantes do princípio do Estado de Direito
Democrático contido no artigo 2ºda Constituição, a alteração introduzida
pela Lei n.º 31/2012, de 14 de Agosto, no artigo26º, n.º 4, alínea a), da Lei
n.º 6/2006, de 27 de Fevereiro (que aprovou o Novo Regime do
Arrendamento Urbano), ao desconsiderar o direito do arrendatário à
permanência no arrendado quando aí se tenha mantido por um período
superior a trinta anos integralmente transcorrido à data da entrada em vigor
daquela Lei n.º 31/2012.
II - É Inconstitucional, por violação do princípio da proporcionalidade,
ínsito no princípio do Estado de Direito Democrático consagrado no artigo
2º da Constituição, a norma extraída dos artigos 30º e 31º, n.º 6 do Novo
Regime do Arrendamento Urbano, aprovado ela Lei n.º 6/20006, de 27 de
Fevereiro, na redacção dada pela Lei n.º 31/2012, de 14de Agosto, segundo
a qual a ausência de reposta do arrendatário à proposta do senhorio quanto
à transição do contrato de arrendamento para o Novo Regime do
Arrendamento urbano, quanto ao tipo de contrato, quanto à sua duração e
quanto ao valor da renda, significa, sem que ao arrendatário tenham sido
comunicadas as alternativas que lhe assistem e sem que ele tenha sido
advertido do efeito cominatório associado ao seu eventual silêncio, a sua
aceitação quanto à transição do contrato, quanto ao seu tipo, quanto ao seu
prazo e quanto ao valor da renda.
Processo: 5168/11.8TCLRS.L1-7
Relator: MICAELA SOUSA Descritores: PRINCÍPIO DO
PEDIDOARRENDAMENTO EXTINÇÃO OBRAS Nº do
Documento: RL Data do Acordão: 04/06/2019 Votação:
UNANIMIDADE Texto Integral: S Texto Parcial: N Meio Processual:
RECURSO DE APELAÇÃO Decisão: PARCIALMENTE
PROCEDENTE.
Sumário:
I – A sentença será nula se condenar em quantidade superior ou em objeto
diverso do que é pedido, pois que, de acordo com o princípio do
dispositivo, compete às partes delimitar o tema de cedendo, não tendo o
juiz que avaliar se naquele caso concreto se adequaria outra providência
que não a requerida.
II – Devendo cingir-se ao âmbito do pedido e da causa de pedir, estando
em causa uma dívida de valor e sendo o pedido composto por diversas
parcelas, nada obsta a que a sentença condene em montante que tenha por
referência o valor global peticionado.
III – A caducidade do contrato de arrendamento dá-se na data em que se
verifica o facto que a determina e opera ipso ire.
IV - A extinção do contrato de arrendamento por perda da coisa locada
prevista no art. 1051º, alínea e) do Código Civil ocorre quando,
objetivamente, o local tenha perdido as aptidões mínimas necessárias para
ser usado, ou seja, não é necessária a supressão física absoluta do imóvel,
bastando para tanto o desaparecimento das respectivas qualidades que
torne inviável a sua utilização para os fins convencionados no contrato.
V – Não se verifica perda da coisa locada quando as anomalias que afetam
o imóvel locado demonstradas nos autos não permitem afirmar a
necessidade de obras de demolição, esventra mento reconstrução, para
além de estar provado que, não obstante as escassas condições de
integridade do imóvel e a necessidade de obras profundas para a sua
reposição em condições de cabal utilização, tal não impediu o locatário de
nele permanecer e exercera atividade que vinha desenvolvendo no
estabelecimento comercial ali instalado.
VI – Sobre o senhorio recai o dever de facultar ao inquilino o gozoso
prédio arrendado para os fins a que se destina, cabendo-lhe executar todas
as obras de conservação, ordinárias ou extraordinárias, requeridas pelas
leis vigentes ou pelo fim do contrato, salvo estipulação em contrário,
podendo o locatário exigir que o senhorio as execute, nos termos dos
artigos 1031º, alínea b),311074º, n.º 1 e 1111º, n.º 2 do Código Civil.
VII - Se o senhorio não executar as obras necessárias para manter o imóvel
adequado à finalidade, incumpre uma obrigação contratual e o arrendatário
poderá resolver o contrato, nos termos previstos no artigo 1083.º, n.º 5 do
Código Civil.
Sumário:
I - O incidente de despejo imediato tem como fundamento o não
pagamento das rendas vencidas na pendência da ação. A razão de ser deste
regime consiste em evitar que o arrendatário mantenha o gozo da coisa
locada durante a pendência da ação sem a correspondente remuneração do
locador.
II - Contudo, como a atual redacção do nº 5 do art. 14º do NRAU
(introduzida pela Lei nº 31/2012, de 14 de agosto) evidência – ao referir-
se a “em caso de deferimento do requerimento” –, a falta de prova do
pagamento ou depósito das rendas vencidas na pendência da ação não
implica a procedência automática do incidente de despejo imediato.
III - Alegando a R. na contestação a inexigibilidade das rendas em atraso
– incluindo as vencidas na pendência da ação – pôr as partes terem
acordado nesse sentido, uma vez que não se encontra ainda assente a sua
exigibilidade, não pode o pedido de despejo imediato proceder.
IV - Não existindo norma especial que exija a notificação pessoal, nem se
destinando a notificação a chamar a parte para a prática de ato pessoal (nº
2 do art. 247º, do CPC), vigora, quanto ao incidente de despejo imediato,
a regra geral segunda a qual “As notificações às partes em processos
pendentes são feitas na pessoa dos seus mandatários judiciais” (nº 1 do art.
247º, do CPC).
CONCLUSÃO