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UNIVERSIDADE PAULISTA

GRADUAÇÃO EM PEDAGOGIA

ALEXSANDRO REINALDO DA SILVA, RA: FR0DAF-0

BRENNDA SOUZA, RA: F1555J9

LUIZ HENRIQUE DE SOUZA SILVA, RA: N591846

“CURRICULO:DEFINIÇÕES E PRÁTICAS”

Atividades práticas supervisionadas

São Paulo/SP

2022
ALEXSANDRO REINALDO DA SILVA, RA: FR0DAF-0

BRENNDA SOUZA, RA: F1555J9

LUIZ HENRIQUE DE SOUZA SILVA, RA: N591846

“CURRICULO: DEFINIÇÕES E PRÁTICAS”

Atividades práticas supervisionadas

Trabalho de atividades práticas supervisionadas da


matéria de: Escola currículo e cultura, apresentado à
Universidade Paulista como requisito para a
conclusão do sexto semestre da Graduação em
Pedagogia

São Paulo –SP

2022
Sumário
1. INTRODUÇÃO.................................................................................................................................4
2. DESENVOLVIMENTO.......................................................................................................................4
3. CONCLUSÃO...................................................................................................................................7
4. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS.......................................................................................................8
1. INTRODUÇÃO
Este trabalho acadêmico terá como foco as discussões acerca da concepção de
currículo e uma de suas teorias, onde, em resumo, o documento em questão é
elaborado a partir do projeto político pedagógico da escola e só então é viabilizada a sua
preparação, orientando as atividades educativas, os moldes a serem executados e definidas as
suas finalidades, assim podendo ser visto como um guia que sugere sobre o que, quando
e como ensinar, além do que, como e quando avaliar. Serão abordadas então as teorias críticas
do currículo, onde durante a década de 1960 o processo educativo e a escola foram
compreendido como sendo dispositivos de representação da desigualdade social, tendo como
um dos principais resultados o capitalismo, sendo necessário então que toda a sua estrutura
fosse revista e reanalisada.

Desse modo, as antigas teorias do currículo estariam ligadas aos interesses e princípios das
classes dominantes, e não fundamentado no contexto a partir dos interesses dos grupos sociais
menos favorecidos. Sendo assim, a função do currículo, muito mais do que um composto
ordenado de matérias, seria também a de possuir uma estrutura crítica que concedesse um
ponto de vista libertador e conceitualmente crítico em benefício das massas populares. O
currículo passou então a ser visto como um espaço de defesa das lutas no campo cultural e
social. Por fim, através de uma entrevista particular em uma instituição de ensino pública,
serão analisadas e debatidas as concepções definidas ao decorrer deste trabalho. A
idealização de um currículo explora todos os conceitos que dão base e fundamentam os
conceitos filosófico s, sociais e políticos da educação, sendo possível entender e sustentar a
ideia de que é necessário um documento que inclua questões culturais e significativas para a
comunidade que o cerca, sendo ferramenta ativa na formação crítica de cidadãos,
relacionando aspectos como planejamento, teoria, prática e ação.

2. DESENVOLVIMENTO
Num primeiro passo, antes de abordar acerca das teorias do currículo, é importante trabalhar e
evidenciar o conceito de currículo em si, discorrendo também de suas funções práticas e
sociais, onde este tem grande peso e relevância em qualquer instituição de ensino, desde a
educação infantil até o ensino superior, sendo peça chave para seu funcionamento e
concepções. Para Sacristán (2016), inicialmente o "currículo significava o território
demarcado e regrado do conhecimento correspondente aos conteúdos que professores e
centros de educação deveriam cobrir, ou seja, o plano de estudos proposto e imposto pela
escola aos professores (para que o ensinassem) e aos estudantes (para que o aprendessem)",
isto é, o currículo seria então o parâmetro que os educadores e a própria escola teriam de
seguir para atingir suas metas e objetivos, ou melhor dizendo, seria o guia de interesses. Com
isso, surgem algumas teorias que cercam este documento, as quais são responsáveis por dar
base e introduzir os métodos de trabalho das instituições num viés social e cultural,
construindo acima de tudo, a identidade da comunidade escolar.

Em resposta as abordagens tradicionais de ensino, inclusive as concepções tradicionais do


currículo em si, surgem as teorias críticas do currículo, as quais procuraram desconstruir
diversos aspectos levantados anteriormente, questionando práticas consideradas até então
convencionais e propondo melhorias para o sistema de ensino.

Conforme o desenvolvimento deste trabalho sobre a teoria crítica do currículo, entrevistamos


uma diretora de escola pública, que nos apresentou melhor seu funcionamento diretamente no
ambiente escolar, evidenciando o quanto trabalhar com esse modelo agrega para o
desempenho da escola como um todo, e também nas aprendizagens dos alunos. As perguntas
realizadas na entrevista foram as seguintes:

Pergunta 1 - Qual é o modelo de currículo que a escola segue?

Pergunta 2 - Como os profissionais da educação, professores e gestores, compreendem o


currículo?

Pergunta 3 - Os profissionais da educação têm consciência das explicações teóricas que estão
embutidas no currículo?

Pergunta 4 - Quais as implicações dessas diferentes escolhas teóricas sobre o currículo na


formação dos alunos e num projeto de sociedade?

Inicialmente a entrevistada nos respondeu que a escola, sendo ela da rede municipal de
Campinas, segue um curriculo próprio, mas que tem como base a teoria crítica; ela destaca
que este modelo se encontra no documento de "Diretrizes Curriculares da Educação Básica
para o Ensino Fundamental e Educação de Jovens e Adultos - um processo contínuo de
reflexão e ação". Também aponta que estar à frente de uma escola que permite um pensar
individual e coletivo, que avança com os resultados que esse refletir permite é muito
satisfatório, pois a escola é da comunidade, ou seja, é preciso levar em consideração as
experiências dessas pessoas e o processo de construção pelo qual suas concepções passaram, e
a participação da sociedade perante o conhecimento de sua cultura, suas vivências e saberes,
também contribui para o crescimento da comunidade escolar.

Como contextualiza Moreira e Silva (1994), "o currículo existente, isto é, conhecimento
organizado para ser transmitido nas instituições educacionais, passa a ser visto não apenas
como implicado na produção de relações assimétricas de poder no interior da escola e da
sociedade, mas também como histórica e socialmente contingente, por isso teve que ocorrer
uma mudança para uma crítica do modelo ofertado nas escolas, dando assim espaço também
para a sociedade como um todo e não apenas para os que estavam a frente do contexto de
organização educacional.

Em seguida, abordando o segundo ponto desta atividade, a diretora levantou que as questões
do currículo estão presentes no cotidiano da escola, pois o trabalho e realizado em ciclos de
aprendizagem, os quais são:

Ciclo I: 1° 2° e 3° ano;

Ciclo II: 4° e 5° ano;

Ciclo IlI; 6° e 7° ano;

Ciclo IV: 8° e 9° ano.

Assim, esse documento norteia o trabalho que será desenvolvido, trazendo consigo princípios
do currículo e suas teorias críticas, onde as concepções e funcionamento deste processo são
constantemente debatidos pelos professores e gestores, de forma a compor o planejamento do
trabalho pedagógico a ser efetuado na escola. Tratando a respeito dos profissionais da
educação terem consciência das explicações teóricas que estão embutidas em nas concepções
do currículo, a entrevistada responde um grande sim; revela que os profissionais têm
conhecimento claro das abordagens teóricas da escola, pois o documento foi amplamente
difundido na Secretaria da Educação de Campinas, e que com frequência ocorrem cursos de
formação continuada sobre o assunto, promovidos pela própria prefeitura, tanto para os
funcionários antigos, quanto para os novos ingressantes. Ela nos explica que nas reuniões
mensais sempre existe uma pauta, onde esse modelo é discutido e melhorado, pois os
professores têm a liberdade de opinar sobre o que será melhor para os educandos, usando
como base a proposta oferecida pela prefeitura, mas introduzindo o direito de ser e participar,
que os alunos carregam consigo.

Para finalizar ela nos revela que acredita que a divisão por ciclos de aprendizagem influencia
positivamente sobre o trabalho do professor, pois permite que os alunos possam avançar em
suas habilidades perante as orientações feitas pelo docente e também com suas interações com
os colegas de acordo com sua zona de desenvolvimento proximal, como cita Vigotsky e diz
que o seu trabalho é muito inspirado nos estudos do autor.

As teorias críticas do currículo argumentam que não existe uma teoria que seja neutra, afinal,
toda teoria está baseada nas relações de poder, assim estando implícito nas disciplinas e
conteúdos que reproduzem a desigualdade social, fazendo com que muitos educandos saiam
das instituições educacionais antes mesmo de aprender com significado o desenvolvimento de
suas habilidades, deixando para as classes dominantes um grande poder. O currículo deve ser
percebido como um campo que prega a liberdade, onde o espaço cultural e social de lutas
tenha o seu lugar de direito.

A diretora nos mostrou que mesmo estando à frente de uma escola que tem o seu modelo de
currículo próprio, pode fazer sim com que a comunidade participe ativamente, conheça as
temáticas e metodologias oferecidas pela instituição. Suas respostas nos ensinaram muito, e
nos fez compreender melhor como o currículo é importante para o bom funcionamento das
escolas

3. CONCLUSÃO
Através da realização deste trabalho, fora observada e percebida a importância do currículo
para as instituições escolares, para que sejam estabelecidas as linhas que serão trabalhadas na
escola e aplicadas pelos educadores, sendo fundamental para o seu bom funcionamento e o
alcance de seus objetivos.
O currículo é mais do que uma simples enumeração de conteúdos e diretrizes a serem
trabalhados em sala de aula pelos professores ao longo das diferentes fases da vida escolar dos
estudantes, é uma construção histórica e também cultural que sofre, ao longo do tempo,
transformação em suas definições. Com o currículo crítico foi possível se desprender da teoria
de que apenas o professor era o detentor do saber, e passa a ampliar os horizontes,
possibilitando aos alunos aprender de acordo com a realidade em que vivem e torna-lo peça
chave para o seu próprio desenvolvimento e aprendizagem.

Com a entrevista foi possivel conhecer e compreender sobre como é aplicado o currículo
crítico na prática pensando no bem individual e coletivo dos alunos e da escola.

Com a entrevista foi possivel conhecer e compreender sobre como é aplicado o currículo
critico na prática pensando no bem individual e coletivo dos alunos e da instituição como um
todo. Mais do que somente aplicar a teoria curricular, a diretora sinaliza também que é preciso
analisar o contexto o qual a escola está inserida, para que hajam mudanças de acordo com as
necessidades da comunidade e sociedade em que se encontram. Outro fato importante citado
na entrevista é que os professores têm conhecimento das abordagens teóricas da escola e
assim planejam e debatem sobre os conteúdos que serão trabalhados e efetuados. É importante
que haja a participação ativa dos docentes pois cada um sabe as particularidades de seus
alunos e da sala de aula como um todo.

Assim sendo, conclui-se que, com base no trabalho realizado, não existe neutralidade em um
curriculo, pois mais do que um conjunto coordenado e ordenado de matérias, ele contém uma
estrutura que visa atingir as necessidades dos alunos, instituição e comunidade, de acordo com
os interesses sociais, políticos e culturais, considerando o espaço ao seu redor.

4. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
AGUIAR, Francisco D. P. M. O CURRÍCULO E A PRÁTICA DOCENTE. Nucleo do
conhecimento, 2017. Disponível em:
https://www.nucleodoconhecimento.com.br/educacao/o-curriculo-e-a-pratica-docente. Acesso
em: Outubro 2022.

CURRÍCULO na Educação Integral. Centro de referências em educação integral, 2014.


Disponível em: https://educacaointegral.org.br/glossario/curriculo/#:~:text=De%20maneira
%20geral%2C%20pode%2Dse,e%20de%20cultura%20produzidos%20socialmente. Acesso
em: Outubro 2022.

MOREIRA, Antônio F. B. Currículo: Questões atuais. 18ª. ed. [S.l.]: Papirus, 2002.

PACHECO, José A. Escritos Curriculares. [S.l.]: Cortez, v. I, 2018.

PEREIRA, Priscila. O CURRÍCULO E AS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS, Itapeva,


Dezembro 2014. 36.

SILVA, Tomaz T. D. Documentos de identidade: uma introdução as teorias do curriculo.


Belo Horizonte: Autêntica, 1999.

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