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EMERJ

CPI
CASO CONCRETO

DOUGLAS MORENO RIBEIRO DOS SANTOS

CPI.B

Referência
Data:12/09/2019
Turma:CPI B 2 2019
Tema:CP02.01.04 - Ausência; Conceito., efeitos e legitimação para o exercício da
Curadoria. Proteção legal do patrimônio agente. Declaração preliminar de ausência. Sucessão.
Provisória. Sucessão Definitiva. Efeitos. Retorno do ausente nas diversas fases. Declaração de
morte presumida sem declaração de ausência. Domicílio.

1ª - Questão:
Bernardina Margarida ajuizou ação indenizatória em face de XYZ Seguros S.A.,
alegando que faz jus a seguro de vida por morte, tendo em vista decisão judicial com trânsito em
julgado que reconheceu a ausência de seu pai, desaparecido há quase cinco anos.
A autora afirma que a decisão deve contemplar a dificuldade financeria em que se
encontra e a vontade do legislador, que preconiza a transmissão de bens aos herdeiros, mesmo
em sede de sucessão provisória - a qual estabelece por si só a presunção de óbito, conforme
interpretação do art. 28 do CC.
Em contestação, XYZ Seguros S.A. sustenta que o pedido deve ser julgado
improcedente, uma vez que apenas a declaração de morte, que não se confunde com a
declaração de ausência, enseja o seguro pretendido pela autora. Ademais, a sucessão provisória
não garante a propriedade dos bens.
Decida a questão.
RESPOSTA: O pedido deve ser julgado improcedente, isso porque o que diferencia a
sucessão provisória da definitiva é o fato de prevalecer a ideia ou o princípio de estar vivo o
ausente na sucessão provisória, enquanto que na definitiva a presunção oriunda da declaração
definitiva de ausência é pela morte. Não podendo se falar de indenização por morte nesta fase
de declaração provisória de ausência.
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2ª - Questão:
A respeito do domicílio da pessoa natural, pergunta-se:
a) É possível haver coincidência entre os conceitos de residência e domicílio?
b) O que significa domicílio múltiplo?
c) Assinale a distinção do domicílio necessário ou legal do voluntário.
RESPOSTA:
a) Não. Residência é o local fixo de moradia da pessoa humana, ainda que se
ausente provisoriamente, enquanto domicílio é o local habitual em que a pessoa
realiza negócios jurídicos.
b) Sim. O art. 71 do CC permite a existência de múltiplos domicílios, considerando-se
domicílio onde a pessoa for encontrada.
c) O domicílio legal advém da lei em face da condição de determinadas pessoas,
enquanto o voluntário advém da vontade da pessoa ou das partes.

Referência
Data:12/09/2019
Turma:CPI B 2 2019
Tema:CP02.01.05 - Pessoa Jurídica. Diferença entre Pessoa jurídica e Pessoa formal
(Entes Despersonalizados). Natureza jurídica da pessoa jurídica. Efeitos e controvérsias da
personificação. Classificação na CF/88 e no CC/02. Pessoa Jurídica ou Coletiva. Fundações:
Conceito. Fases de elaboração e extinção. Capacidade de fato da pessoa jurídica. Princípio da
especialização. Teoria da aparência. A personalidade Judiciária.

1ª - Questão:
Mário, por meio de testamento, institui fundação com o escopo de atuar na área de
saúde pública, visando à erradicação de determinada doença, que vitimava grande parte da
população da cidade em que vivia. Instituída a fundação, esta atuou por cinco anos no combate
e prevenção da doença, a qual foi completamente erradicada da localidade, perdendo a
fundação, assim, a finalidade para a qual foi instituída. Os herdeiros de Mário, seus filhos,
vivendo em situação de miséria, ingressaram com ação para que o patrimônio da fundação fosse
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repassado a estes, já que perdeu a pessoa jurídica a finalidade para a qual foi criada.
Argumentaram os herdeiros que estavam atravessando uma difícil situação, sendo que Mário, se
vivo fosse, naturalmente concordaria com a pretensão dos filhos, não importando a medida
prejuízos para a sociedade, já que a fundação cumpriu o escopo que justificou sua criação.
Supondo o silêncio do estatuto quanto ao destino dos bens da fundação, como o aluno resolveria
a questão?
Fazer referência ao(s) dispositivo(s) legal(is) aplicável(eis).
RESPOSTA: Ainda que a situação dos filhos de Mário seja lastimável o mesmo
transferiu seus bens para a fundação, que passaram a compor o patrimônio da mesma. Quando
a fundação perde sua finalidade a destinação dos seus bens será aquela prevista em seu
estatuto, ou em caso de omissão, transferidos à outra fundação com finalidade compatível.

2ª - Questão:
Manuel Grun, associado da AAIRJ - Associação dos Artistas Impressionistas do Rio de
Janeiro -, questiona judicialmente determinada deliberação tomada em assembleia. Na ocasião,
ficou estabelecido o aluguel de determinado imóvel, a fim de que fossem realizadas exposições
quinzenais. O autor se insurge contra tal decisão, por entender que a viabilidade financeira da
referida associação pode ficar comprometida e que o ato não tem espeque legal.
O autor argumenta que o peso de seu voto fora reduzido à importância mínima, o que
produziu um desfecho injusto e incompatível com a inteligência legislativa que cuida desse tipo
de pessoa jurídica - cujo viés é, em sua essência, democrático e participativo.
O autor afirma que, embora o art. 55 do Código Civil permita a categorias especiais de
sócios, tal diferenciação não compreende as votações, uma vez que o mesmo dispositivo
estabelece que os associados devem ter direitos iguais. Por esses motivos, Manuel Grun pede a
anulação da decisão tomada em assembleia, além da insubsistência da cláusula do estatuto que
diferencia o voto na hipótese de deliberação acerca de aluguel de imóvel para exposições.
Em contestação, a AAIRJ alega que a exclusão do direito de votar não se confunde
com a possibilidade de haver critérios diferenciadores do voto, desde que essa posição obedeça
ao estatuto e à categoria em que está inserido o associado, como pode se observar na conjetura
apresentada. Ademais, a AAIRJ ressalta que o próprio autor age de maneira contraditória,
porque, ao participar de deliberações anteriores, demonstrou concordar com o estatuto.
Decida a questão de maneira fundamentada.
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RESPOSTA: O pedido deve ser julgado improcedente.se não houver a supressão do


direito de voto, poderá haver qualificação de voto por categoria de associado. O associado
concordou previamente com a sistemática praticada, não podendo a vir se insurgir contra regras
aceitas em decorrência de disposições que o desagradem após integrar a associação.

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