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20/02/2018 – A paciente chega na sessão e relata que passou por um processo de cirurgia

espiritual, em um centro espírita da cidade conhecido como “Casa Assistencial São Francisco de
Assis”, onde dizem que o espírito chamado Dr. Hansen atende as pessoas. Ela relata os
procedimentos pelos quais passou, onde fez a cirurgia e teve que ficar por três dias de repouso
em casa. Disse que sentiu uma dor muito forte na área da nuca nestes dias. Ela então me relata
que teve uma experiência curiosa neste período. Uma conhecida sua lhe enviou um mantra
hindu para que ouvisse neste período. E, em um dos dias que ouviu, teve uma imagem em sua
mente onde se via dentro de seu cérebro, e abaixo dela, uma espécie de asfalto muito duro. E
este asfalto falava pra ela que ela não iria se recuperar, pois ele não deixaria. Em sua
imaginação, ela tentava de todas as formas quebrar este asfalto, pois sentia que além dele estava
sua cura, mas não conseguia.

Conversamos sobre isso, e ela disse que sentia que era algum tipo de resistência, pois em vários
momentos de seu dia-a-dia, ela tinha pensamentos dizendo que logo ela estaria na cadeira de
rodas, que não poderia visitar mais os lugares, entre outros. Intuí de falar que não era uma
resistência, mas sim, um convite pra se entregar, pois era mais fácil se entregar, era mais
cômodo. Ao falar disso, a mesma disse que, enquanto eu falava, pensou que o asfalto era como
se fosse um caminho, e que era um caminho de morte. Começamos um processo de transe por
associação de imagens, onde eu dizia que ela não precisava seguir esse caminho. Que não é que
ela precisasse destruir este asfalto, mas sim, que precisaria sair do asfalto, sair da estrada em
direção ao mato, pegando outro caminho, pois aí ela conseguiria chegar na cursa que viu,
através de outro caminho.

Ela disse que morria de medo de entrar no outro caminho, entrar pelo mato ao redor da estrada,
pois tinha medo de bichos. Eu comparei este medo ao medo de sair daquilo que é cômodo, que
era um caminho desconhecido se aventurar em tentar mudar seu quadro fatalista. Ela disse que
se via saindo da estrada, mas era como se algo a puxasse para a estrada, falando pra ela que ela
não deveria sair de lá, que era mais fácil, que era mais cômodo. Disse então a ela que ela
deveria dar o primeiro passo, que era o mais difícil, e confiar em sua mente incopsciente, pois
ela a guiaria em meio a estrada. Disse que ela poderia agradecer a essa estrada de asfalto que a
guiou até agora, que devia ter gratidão por este caminho, mas que já era hora de abandoná-lo,
pois não lhe servia mais.

Ela relata que quando disse isso, ela viu como se um ziper abrisse em sua face, e como se ela
abrisse o ziper e saísse de dentro de si mesma, totalmente diferente, mas sentindo-se frágil. Eu
disse que seria assim mesmo, mas que ela fez o passo mais importante agora, que era o de sair
da estrada, e que agora poderia seguir. Decidi encerrar a visualização para que essas imagens se
acomodassem no inconsciente, e logo encerrei a sessão.

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