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Curso de Eng.

Mecânica Avarias e Desgastes


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Prof. André L Klafke Prof. André L Klafke

Teoria Assuntos abordados nesta aula:


 Tipos de Avarias
da Usinagem  Tipos de Desgaste
 Medida de Desgaste
 Mecanismos de Desgaste

de Entalhe

AVARIAS
AVARIAS E
E DESGASTE
DESGASTE Objetivo desta aula:
Avaliar e conhecer as formas de degradação das ferramentas em função
DE FERRAMENTAS
DE FERRAMENTAS de sua utilização nos processos de usinagem, bem como as medidas de
desgaste e os mecanismos responsáveis
Prof. André L. Klafke alklafke@unisc.br
1 avarias 2

Avarias e Desgastes Tipos de Avarias


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Avarias são todas as ocorrências devido ao uso da ferramenta, Deformação Plástica da Lascamento
não relacionadas a continuidade, tais como quebras, Aresta de Corte  partículas maiores, em uma
trincas, sulcagem e deformações plásticas; ocorrem  pressão na ponta da única vez
com mais freqüência em corte interrompido ferramenta (+ altas temp.)  material frágil ou geometria da
- deformação plástica da aresta de corte  prejudica o cavaco e o ferramenta
- lascamento acabamento da peça  aresta de corte pouco reforçada
- trincas (origem térmica ou mecânica)  aços rápidos  inclusões duras na MP
- quebras

Desgaste é a perda contínua e microscópica


de partículas da ferramenta, devido a
ação do corte (função do tempo de utilização) A avaria está
- desgaste de cratera relacionada
- desgaste de flanco com falha,
- desgaste de entalhe perda de Lascamento do gume de
função ! broca helicoidal

avarias 3 avarias 4

Tipos de Avarias Tipos de Avarias


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Trincas Quebras
 variações de  dureza da ferramenta
temperatura
T  carga excessiva
( aresta de corte)  corte interrompido
 variações de esforços mecânicos  parada instantânea
(paralelas)  obstrução a saída do
cavaco
Causas:  geometria inadequada
 corte interrompido,
 acesso irregular do
fluido de corte
 variação espessura
(fresamento)
 em pastilhas soldadas
avarias 5 desgaste 6

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Tipos de Desgaste Tipos de Desgaste
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Desgaste de Entalhe

desgaste

Desgaste de Entalhe
região de contato da superfície externa
da peça/ferramenta
superfície de folga/saída fonte: SANDVIK

oxidações, incrustações no material, Vc


desgaste 7 desgaste 8

Tipos de Desgaste Tipos de Desgaste


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Desgaste de Cratera Desgaste de Flanco


superfície de saída da (desgaste frontal)
ferramenta todos os processos de
atrito entre a ferramenta e o usinagem (+ comum)
cavaco (altas Vc) superfície de folga
cratera = difusão + abrasão aresta principal:
+T+P + T, + F  VIBRAÇÕES
aresta secundária:
- ACABAMENTO

é dominante
em
Vc alta
desgaste de flanco
desgaste de cratera

desgaste 9 desgaste 10

Medida de Desgaste Medida de Desgaste


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superfície de saída: aços rápidos  maior desgaste de cratera


- KT = profundidade de cratera, destruição da aresta de corte
- KB = largura de cratera, metal duro  desgaste de flanco > desgaste cratera
- KM = distância da aresta de corte metal duro revestido:
ao centro da cratera, somente desgaste de flanco
- KF = largura do lábio no cerâmicas  lascamento
desgaste de cratera.
Torneamento:
superfície de folga: -Aço Rápido
medidase
VB = largura média de - Metal Duro: Cerâmicas:
desgaste de flanco, VB = 0,3mm VB = 0,3mm,
VBmáx = largura VBmax = 0,6mm VBmax = 0,6mm
máxima de desgaste (desgaste irregular) (desgaste irregular)
de flanco, KF = 0,02mm
VBN = largura de KT = 0,06 + (0,3 . f)
desgaste de entalhe.
medidas 11 medidas 12

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Mecanismos de Desgaste Mecanismos de Desgaste
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variação de VB em função do tempo de usinagem - Abrasão Mecânica:


É o mais comum, causado pelo movimento relativo entre a
superfície de folga e a peça (desgaste de flanco) ou entre a
superfície de saída e o cavaco (desgaste de cratera).
A abrasão ocorre devido à presença de incrustrações no
material da peça e/ou pelo aumento da temperatura de
corte, que reduz a dureza da ferramenta.
atrito !
 a foto mostra a aresta de corte de um inserto de metal-duro revestido
fraturado após 20 min em um ensaio de torneamento a seco do aço ABNT aparece mais no desgaste frontal:
1040 (156 HB) com: ap = 1,5 mm, f = 0,3 mm e Vc = 350 m/min; atrito da superfície de folga com a peça
(elemento rígido)
quanto maior a dureza a quente da
ferramenta, maior sua resistência ao
desgaste abrasivo
medidas fonte: De Los, 2012 13 mecanismos 14

Mecanismos de Desgaste Mecanismos de Desgaste


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fonte: FERRARESI, 1995


- Aresta Postiça de Corte:
Após o rompimento da APC, parte desta adere à peça,
danificando a superfície de folga da ferramenta, causando
um pronunciado desgaste de flanco;
 em presença de APC, o desgaste
de flanco aparece inclinado em
relação a direção de corte (aprox.
30º), enquanto que em Vc mais
elevada, o desgaste é paralelo.
Para evitar este desgaste, é
preferível trabalhar com Vc maiores.
 APC protege a superfície de saída
(atrito entre cavaco e APC),
causando mínimo desgaste de
desgaste excessivo devido a presença de APC
cratera.
mecanismos 15 mecanismos 16

Mecanismos de Desgaste Mecanismos de Desgaste


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Adesão: Difusão:
 Duas superfícies metálicas, em contato, com baixas cargas,  transferência de átomos de um material para outro, devido a
Vc e temperaturas, formam uma camada limite aderente, de temperatura, ao tempo de duração do contato e a solubilidade
alta resistência, capaz de provocar ruptura em um dos metais dos elementos presentes na zona de fluxo
variações nas propriedades na superfície da ferramenta
Partículas da ferramenta são removidas pela aderência e altas Vc e grandes avanços tendem a aumentá-lo
seguem aderidas ao cavaco ou a peça (tanto na superfície de causa desgaste de cratera, em altas Vc
saída quanto na de folga) e, pela elevada dureza, atritam e não ocorre: em baixas Vc, ferramentas cerâmicas e
desgastam outras regiões da ferramenta de metal duro (principalmente à base de TiC e TaC)
Influem neste desgaste: O desgaste por difusão pode ocorrer de duas formas:
fluido de corte (ação lubrificante),
de metal duro
em pastilhas

1- os átomos de ferro do aço do cavaco difundem-se para a


revestimento da ferramenta (TiN - atrito),
fase cobalto da ferramenta de metal duro, fragilizando-a e
influência menor: corte interrompido, falta de rigidez do reduzindo a resistência a abrasão
sistema e irregularidades no material da peça.
2- o cobalto difunde-se no aço do cavaco, tornando a camada
 este fenômeno independe de APC externa da ferramenta de baixa resistência ao cisalhamento.
mecanismos 17 mecanismos 18

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Mecanismos de Desgaste Mecanismos de Desgaste
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desgaste por fadiga:


Oxidação: gerada pela presença do ar e da água (fluido de
falha superficial devida a carregamentos repetidos (mecânicos
corte) em altas temperaturas, forma-se na extremidade da
e/ou térmicos)
fadiga  corte interrompido interface cavaco-ferramenta
corte contínuo com força de corte instável aço-rápido: pouca importância
dureza relativa entre a peça e ferramenta baixa (a resistência ao calor é
importante somente quando há pouca participação dos ultrapassada antes que a
mecanismos de desgaste abrasivo e adesivo superfície oxide)
Intermitente

 metal duro: entre 700 e 800ºC;


Alternado
Estático

mecanismos  compostos de WC e Co oxidam


mais facilmente do que ferramentas
com adição de TiC e TaC...
Fadiga  Falha ou ruptura de um material que ocorre nas estruturas
sujeitas à forças dinâmicas e cíclicas formam filmes óxidos porosos
 a ruptura acontece com tensões muito inferiores à correspondente arrastados pelo cavaco (atrito), zonas de oxidação em
à resistência à tração (determinada para cargas estáticas) gerando desgaste ferramenta de metal duro

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Mecanismos de Desgaste Mecanismos de Desgaste


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de forma geral, o mecanismo de desgaste em


Ação eletroquímica: ferramentas é dominado por:
 devido ao fluido de corte, reação
eletroquímica entre ferramenta e peça
forma camada de baixa resistência ao
cisalhamento na superfície de saída, da
qual pequenas porções de material são
arrancadas
 “ a redução nas forças de corte provenientes da redução
do atrito na camada de baixa resistência, aliada à redução
do desgaste abrasivo e adesivo (fluido de corte) na redução
da temperatura e atrito, irá compensar o desgaste da Abrasão
ferramenta devido à ação eletroquímica “ Mills & Redford (1983) Difusão
Adesão
Oxidação
mecanismos 21 mecanismos 22

BUL = built up laywer BUL = built up laywer


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inclusões de engenharia  a adição de determinadas inclusões no Processo de formação da BUL:


material favorecem a redução dos esforços de corte, do desgaste da 1°Extrusão das inclusões: sob condições adequa-
ferramenta e facilitam a ruptura do cavaco das (temperatura e pressão), inclusões se formam na
built-up layer  inclusões de engenharia formam sobre as superfície de saída e são deformadas na interface cavaco-ferramenta;
superfícies da ferramenta de corte uma película protetora a extrusão de uma inclusão é principalmente afetada pela sua
ocorre sobre a superfície de saída de viscosidade, que é uma função da temperatura
ferramentas de metal-duro 2°Adesão das inclusões: na superfície da ferramenta em condições
responsável pela redução do desgaste da de temperatura e pressão elevada, depende primariamente da energia
ferramenta e pela redução na força de corte de interface e da afinidade química entre os elementos das
inclusões e os elementos na superfície da ferramenta em alta
Elementos formadores de BUL:
Aços  Ca, MnS
temperatura
aços inoxidáveis  CaO-Al2O3-SiO, MnS 3°Espessamento da BUL: formação de uma BUL na superfície da
ferros fundidos  MnS Artigo:
ferramenta com uma determinada espessura
4°Formação de uma camada estável: quando a taxa de material
das inclusões aderida nas superfícies da ferramenta de corte for igual
à taxa de material removida pelo cavaco, tem-se a formação de uma
BUL estável
mecanismos 23 mecanismos 24

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Desgaste em Ferramentas
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Considerando o desenho ao lado, que apresenta uma


ferramenta após algum tempo de uso, marque com (X)
as assertivas corretas:
( ) 1 representa o desgaste da aresta secundária de corte devido,
provavelmente, a abrasão
( ) 2 é recorrente em ferramentas de metal duro sem revestimento
( ) ferramentas cerâmicas ou revestidas com materiais cerâmicos Bibliografia Recomendada:
tendem a apresentar pequenos níveis de desgaste, tanto do tipo 2 FERRARESI, D. Fundamentos da Usinagem dos Metais, São Paulo: Editora
quanto do tipo 3 Blücher, 1977.
( ) desgaste do tipo 4 pode acontecer tanto na superfície de saída DINIZ, A.; MARCONDES, F.; COPPINI, N. Tecnologia da Usinagem dos
Materiais, São Paulo: Artliber, 2003.
quanto na superfície de folga da ferramenta e pode ser minimizado SANTOS, S. C.; WISLEY, F. S. Aspectos Tribológicos da Usinagem dos
com mudanças geométricas na pastilha Materiais, São Paulo: Artliber, 2007.
( ) o desgaste do tipo 3 ocorre devido a processos difusivos e/ou
abrasivos e pode ser reduzido em presença de APC
( ) a abrasão é um dos principais mecanismos quando avaliarmos os
Avarias e Desgaste de Ferramentas
desgastes do tipo 2 e 3 Prof. André L. Klafke
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