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Atenção: os dados e informações apresentadas no caso são de caráter exclusivamente


ilustrativo e didático. Faça a leitura e análise do caso detalhadamente levando em
consideração todos os tópicos/temas abordados.

CASO JARDIM DAS OLIVEIRAS E FAMÍLIA BRAGA

O Jardim das Oliveiras está localizado no município de Osasco (com uma


população atual de 699.950 habitantes). A origem da comunidade (atualmente/2021
com uma população de 18.228 habitantes, sendo 10.253 mulheres e 7.975 homens) se
deu a partir da invasão e construção irregular de moradias em uma área extensa de
um grande terreno pertencente à prefeitura local. Atualmente, a grande maioria das
construções são de alvenaria, no entanto, existem ainda alguns “barracos” feitos de
madeira e outros materiais reutilizados. Há abastecimento de água e energia no local,
no entanto, devido às condições socioeconômicas locais, existem muitas instalações
irregulares, os conhecidos “gatos” na rede de energia, o que frequentemente esteve
associado a incêndios vivenciados pela comunidade ao longo dos anos.
A comunidade possui um amplo comércio local, com mercados de pequeno
porte, quitandas, padarias, açougues, pequenas lojas de roupas e utilidades, vários
bares e algumas igrejas.
Um aspecto positivo, é que devido a comunidade ter surgido por movimentos
sociais, sua representatividade ainda se mantém ativa, por meio da “Associação dos
Moradores Jardim das Oliveiras”, na qual toda a comunidade tem espaço para
participação nos encontros que ocorrem mensalmente em sua sede (onde também
graças aos voluntários dispõe de acesso à internet, cursos de corte, costura,
artesanato, aulas de dança, judô e capoeira, e onde também realiza-se o recolhimento
de doações de roupas, produtos de higiene, limpeza e alimentos que são destinados às
famílias de maior vulnerabilidade na comunidade.
A presença da criminalidade é uma triste realidade, com o aliciamento de
muitos jovens que trabalham como traficantes nos pontos de venda existentes. Tal
fato está relacionado à alta taxa de mortalidade por violência na comunidade. Só no
ano de 2020 foram registrados 22 mortes violentas na comunidade do Jardim das
Oliveiras, todas correlacionadas ao crime local, sendo que 18 foram óbitos em homens
e 4 em mulheres. Para todo o município de Osasco foram notificadas 136 mortes com
o mesmo perfil no período.
Algumas moradias de maior risco, os “barracos” improvisados, estão localizados
em uma área mais alta de morro, a qual apresenta alerta constante para deslizamento
de terras especialmente nos períodos chuvosos, fator este bastante preocupante para
os moradores, líderes comunitários e autoridades locais. Outro motivo de grande
preocupação dos moradores locais é um córrego a céu aberto que atravessa o bairro,
de onde provêm muitos roedores e insetos, e no qual um grande volume de lixo e
entulhos dispensados de modo irregular pelos próprios moradores (mesmo com coleta
de lixo regular que ocorre todas às segundas, quartas e sextas feiras, realizada pela
prefeitura). Tal fato tem contribuído constantemente para o acúmulo de água e da
grande incidência de dengue na comunidade.
No primeiro semestre de 2020 foram registrados 128 casos de dengue na
comunidade, e no segundo semestre do mesmo ano 119 novos casos (em todo o
município foram registrados 568 casos no mesmo ano). Além disso, nos períodos de
chuvas o córrego transborda e somado a dificuldade de escoamento das águas na
comunidade que foi construída de forma irregular, contribui para os inúmeros
alagamentos que prejudicam todas as famílias da região. Comum aos períodos
chuvosos, também são os casos de leptospirose, em 2020 foram 52 casos entre os
moradores da comunidade, um número bem expressivo considerando que para todo o
município de Osasco no mesmo período foram registrados 260 casos.
A comunidade conta com a existência de uma escola do ensino (do fundamental
ao médio) que fica há 3 quarteirões de distância dali, e uma creche há
aproximadamente 3 quilômetros que atende 132 crianças, com idade a partir dos 3
meses de vida a 5 anos de idade. A creche apresenta impacto importante para as
comunidades da região, no entanto não dá conta de atender toda a demanda de
crianças que aguardam por uma vaga na fila de espera, são cerca de 82 crianças em tal
situação atualmente. Os colaboradores afirmam que o quadro atual de 28 funcionários
é insuficiente para atender um número maior de crianças, assim como a capacidade de
infraestrutura do local. Tal situação representa grande preocupação dos moradores e
gestores da própria creche, diante da grande natalidade da comunidade, especialmente
devido à gestação precoce.
Em 2019, por exemplo, só no Jardim das Oliveiras nasceram 57 crianças, sendo
38 delas em mulheres com idade entre 16 e 18 anos de idade. Em 2020, houve uma
discreta redução da natalidade, para 41 nascidos vivos, sendo que 23 eram filhos de
mulheres na mesma faixa etária.
Os indicadores de mortalidade materna e infantil da comunidade preocupam.
Associada a baixa faixa etária das mulheres gestantes da região, estão os óbitos. Em
2019 foram 3 óbitos maternos ocorridos entre 16 e 18 anos de idade (Osasco 2019: 8
óbitos) e em 2020, 2 óbitos na mesma faixa etária na comunidade (Osasco 2020: 6
óbitos). Quanto aos óbitos infantis foram notificados 4 óbitos infantis em um total de
82 nascidos vivos em 2019, e 3 óbitos infantis entre 68 nascidos vivos em 2020.
Toda a assistência oferecida pela creche produz impacto importante para a
situação de saúde das crianças, pois devido a alta vulnerabilidade das famílias locais,
muitas crianças só têm acesso a refeições completas e com variedades de alimentos
durante o horário em que estão no serviço.
Apesar de todos os protocolos de cuidado e atendimento adotados pela creche
municipal, a precariedade do saneamento básico e das condições de vida e moradia da
comunidade, tem contribuído para a transmissão de algumas doenças entre as crianças
da comunidade. Em fevereiro de 2020, 18 crianças após apresentarem mal estar geral,
febre, dores no corpo, náuseas, vômitos, dores abdominais e diarréias, foram
diagnosticadas com hepatite A. Dentre todos os contatos familiares das crianças que
adoeceram, um total de 92 contactantes, 24 também apresentaram sinais e sintomas e
foram diagnosticados com hepatite A no período. No segundo semestre de 2020,
houveram 12 novos casos de hepatite entre as crianças da mesma creche, com 18
casos entre seus familiares.
Um levantamento feito pela equipe da creche junto aos agentes comunitários
de saúde da UBS a respeito da cobertura vacinal na época, constatou baixa cobertura
vacinal entre os doentes e familiares.
Ainda em 2020, mais precisamente em maio, após o período de chuvas de
verão, também foi registrado um surto de esquistossomose entre as crianças da
mesma creche. Neste caso, 16 crianças adoeceram. Em setembro do mesmo ano,
foram registrados 14 novos casos.
A comunidade é assistida por uma Unidade de Estratégia de Saúde da Família
(UESF) Jardim das Oliveiras. Em meio a atualização da territorialização da área de
abrangência da unidade de saúde e das visitas domiciliares de rotina, a agente
comunitária de saúde (ACS) Fabiana, toma conhecimento da uma nova família
residente em sua microárea, e realiza seu primeiro contato e cadastro familiar e
individual de seus integrantes.

Nesse contexto, solicito:


1- Identificar 2 problemas de ordem coletiva e 2 de ordem individuais;
2- Qual a relação do sistema único de saúde com os problemas identificados?
3- Como você define o SUS?

*A atividade é individual e deve ser entregue na aula do dia 13/03

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