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Pesquisa epidemiológica Saúde bucal apoio Ministerio da saúde.

No Brasil, foram realizados quatro grandes estudos epidemiológicos de saúde


bucal nos anos de 1986, 1993, 1996, 2003 e 2010. O último Projeto SB Brasil
2010, mostrou que o índice de Dentes Cariados, Perdidos e Obturados (CPOD)
praticamente não se alterou em sete anos - de 27,8 em 2003 para 27,1 em 2010
No levantamento epidemiológico SB Brasil 2010 a amostra foi composta segundo
idades-índice e faixas etárias sugeridas pela OMS (1999). Além de incluir
adultos e idosos na amostra, um aspecto importante desse estudo foi o
fato de que tanto a população urbana quanto a rural foram representadas. Os
resultados do Projeto SB Brasil 2003 indicaram que o percentual de
edêntulos – indivíduos desprovidos de dentes – foi o principal problema
na faixa etária de 65 a 74 anos. Dos Idosos examinados 46,0% não pos -
suíam sequer um dente. Entre eles, 22,0% não possuíam prótese dentária
e mais de 40,0% necessitavam de pelo menos uma (BRASIL, 2004). Em
2010, dos idosos examinados, 23,0% necessitavam de prótese em pelo
menos um maxilar e 15,0% necessitavam de prótese dupla, ou seja, 3
milhões de idosos necessitavam de prótese total e 4 milhões precisavam
usar prótese parcial (BRASIL, 2010).

Pesquisa SB Brasil Ministerio da saúde 2003

Foram examinadas 108.921 pessoas de uma meta pré-estabelecida


de 127.939 pessoas

- 5.349 na faixa etária de 65 a 74 anos.

Os grupos étnicos com maior participação na amostra foram brancos (44,5%), seguido
do grupo pardo (41,7%) e os demais somaram 13,8%. Porém, dada a diversidade
brasileira existem diferenças regionais. Por exemplo, os grupo pardo e branco
representam 63,2% e 23,9% da população do Nordeste respectivamente, enquanto
que, para a população da região Sul estes
percentuais foram de 11,9% e 78,4% respectivamente

65 a 74 anos > 2.074 Homens > representam 38,77%

> 3.275 Mulheres > representam 61,23%

5.349 = 100%

746 = 3,50% Norte

1.446 = 6,21% Nordeste

1.052 = 4,37% Sudeste

1.374 = 5,66% Sul

731 = 4,57 % Centro- Oeste


COMPARATIVO CPO-D PESQUISA SB 2003-2010
Média dos componentes do índice CPO-D segundo idade e
macrorregião. Brasil, 2003.

Média do Índice CEO-D (5 anos), CPO-D (demais idades) e proporção


dos componentes em relação ao CEO-D ou CPO-D total, segundo o
grupo etário e as regiões. Brasil. 2010.

Médias de CPO/ceo e proporções de componentes segundo idade no


Brasil. Brasil, 2003.
Médias de CPO/ceo e proporções de componentes segundo idade no
Brasil. Brasil, 2010.
DOENÇAS BUCAIS MAIS ACOMETIDAS EM IDOSOS
Carie em idosos
A presença dos elementos dentários por mais tempo na boca, favorece o aumento do risco de
patologias bucais devido as alterações fisiológicas relacionadas ao envelhecimento. Uma
dessas alterações fisiológicas ocorre na superfície radicular, que, uma vez exposta, devido sua
composição química e morfológica ser menos resistente que a coroa dental, por não
apresentar a proteção do esmalte na sua superfície e sim do cemento (que é uma estrutura
menos resistente) são mais susceptíveis ao desenvolvimento da cárie. A presença de raízes
expostas, associadas a outros fatores comuns à velhice, tais como a redução do fluxo salivar
devido a medicamentos ou à radioterapia, e, em algumas vezes o controle de placa deficiente
aumenta o risco da ocorrência de lesões cariosas radiculares. Entretanto, apesar da
prevalência de cárie radicular ser maior entre idosos, ela não deve ser relacionada
simplesmente à presença de superfícies radiculares expostas ao meio bucal, portanto, esta
doença pode ser prevenida e controlada. O restabelecimento da saúde e da estética, nas
lesões cariosas radiculares, é um desafio para o cirurgião-dentista. Para que se possa tratar
este tipo de lesão nos pacientes idosos é preciso ter conhecimento sobre o diagnóstico, sobre
as situações restauradoras e/ou preventivas, suas indicações e possíveis limitações. A condição
para o desenvolvimento de cáries de raiz é a recessão gengival com a subsequente exposição
da superfície radicular ao ambiente oral. A frequente ingestão de sacarose é um fator que
acelera o processo carioso, esse fator parece ser mais relevante no processo das cáries de raiz
do que nas cáries de esmalte. Lesões cariosas de raiz nas superfícies vestibulares e linguais são
relativamente fáceis de se identificar, mas o mesmo não pode ser dito para lesões Inter
proximais e lesões subgengivais. Portanto, uma boa radiografia é um pré-requisito para um
diagnóstico precoce de raiz. Fatores importantes relacionados aos pacientes idosos são o uso
de medicamentos causadores de xerostomia e a radioterapia que comprometem a função das
glândulas salivares. Com a diminuição da saliva, a lavagem mecânica das superfícies dentais
não ocorre. Com isso, aumenta a chance de ocorrer uma lesão cariosa. O cirurgião-dentista
deve então orientar o uso de saliva artificial ou de chicletes contendo xilitol que estimulem a
salivação. Muitos dos pacientes idosos são portadores de próteses parciais com grampos, que
muitas vezes se situam na região cervical do dente, próximo à superfície radicular. Esse local
acaba sendo um sítio de acúmulo de placa, que se não removida adequadamente, pode
desencadear um processo carioso. O profissional deve orientar ao paciente e/ou seu
responsável sobre o correto modo de higienizar a cavidade oral e também a prótese.

Doença Periodontal
A doença mais temida e a principal causa de perda dentária na população idosa é a
periodontite, ou seja, inflamação dos tecidos que suportam os dentes. Este processo é
reversível se detectado em seus estágios iniciais.

Na Tabela são mostrados os resultados da prevalência de doença periodontal na


população estudada, considerando o maior escore de CPI (Índice Periodontal
Comunitário) por indivíduo, segundo macrorregião e grupo etário.

A percentagem de pessoas sem nenhum problema periodontal nas faixas etárias de


65 a 74 anos foi de 7,9% no Brasil

Quanto à doença periodontal severa (bolsas periodontais), a percentagem de pessoas


com bolsas periodontais maiores que 4mm foi de 6,3%.

Chama atenção o grande número de sextantes excluídos, tanto quando se considera o


percentual de pior escore quanto à média de sextantes afetados, mais de 80% dos
sextantes examinados foram excluídos, ou seja, não apresentavam nenhum dente
presente ou apresentavam apenas um dente funcional. Este fato acaba gerando uma
baixa prevalência de doença periodontal severa nesta faixa etária.

Número e percentagem de pessoas, segundo o maior grau de


condição periodontal observado no indivíduo, idade e macrorregião.
Brasil, 2003

Percentual de indivíduos segundo Condição Periodontal medida pelo


Índice Periodontal Comunitário (CPI), grupo etário e região. Brasil,
2010.
xerostomia
Xerostomia e hipossalivação A saliva é um dos fluidos mais essenciais do corpo. Os pacientes
nunca percebem o quão importante é até que desapareça, e as coisas comuns, como comer ou
falar, se tornam um problema diário. A sensação de boca seca, ou xerostomia, é uma queixa
comum na clínica odontológica. A prevalência estimada de boca seca na população em geral
está entre 21 e 27%”. A xerostomia é definida como uma sensação subjetiva de secura bucal,
que geralmente está correlacionada com diminuição do fluxo salivar (hipossalivação),
enquanto a hipofunção das glândulas salivares é diagnosticada através de mensurações
objetivas da redução do fluxo salivar. Na população idosa particularmente a secura bucal é um
problema comum, com uma ampla variação de causas que afetam importantes aspectos da
vida, como a mastigação, deglutição e fala. Ansiedade, a depressão, o comprometimento renal
crônico, o diabetes mellitus, as doenças autoimunes e/ou fúngicas podem desencadear
processos xerostômicos. Além disso, o pouco consumo de água, hábito de fumar, higiene oral
e quantidade de medicamentos utilizados são fatores associados a hipossalivação e
xerostomia. Uso de medicamentos xerostômicos principalmente os diuréticos e os associados
para problemas cardiovasculares. A prevalência de xerostomia aumenta com a idade e é mais
comum em mulheres, aproximadamente 30% em pessoas com 65 anos ou mais.
Provavelmente devido ao aumento da ingestão de medicamentos, devido a doenças crônicas,
como hipertensão, diabetes, depressão etc. Os medicamentos são a causa mais comum,
porque a maioria dos idosos toma pelo menos um medicamento que afeta negativamente a
função salivar. Além disso, o hábito de fumar, o sofrimento psicológico, consumo deficiente de
água, o cuidado de higiene oral e o tipo e a quantidade de medicamentos utilizados têm sido
associados à hipossalivação e xerostomia fortemente na população. Dessa forma, a xerostomia
e a hipossalivação podem ocasionar consequências para o idoso, uma vez que, aumenta o risco
de erosão dentária, desmineralização, cárie, periodontite e afecções bucais causando, neste
sentido, problemas devastadores na saúde oral. Uma ampla gama de terapias foi estudada
para o tratamento de xerostomia, como medicamentos estimuladores da saliva (pilocarpina,
fisostigmina, interferon ou cevimelina), que são eficazes para reduzir a xerostomia, mas
podem ser contraindicados em pacientes com doenças respiratórias crônicas,
cardiovasculares, ou doença renal.
Cancer bucal
O câncer bucal é um tumor maligno que acomete as estruturas da cavidade oral, tais como
língua, região abaixo da língua, lábios, gengivas, bochechas e região do céu da boca. A doença
pode afetar ambos os sexos, mas é mais frequente em homens com idade a partir dos 40 anos.

A Assessoria Técnica de Saúde Bucal da SMS orienta que, no aparecimento de lesões (feridas)
em lábios ou na cavidade oral, que não cicatrizam por mais de 15 dias, com crescimento ou
com sangramento, um cirurgião-dentista seja procurado o quanto antes.

Entre os principais fatores de risco para o câncer bucal estão o tabagismo, o consumo de
álcool, a exposição solar, o vírus HPV (sigla em inglês para papilomavírus humano) e
antecedentes familiares. A prevenção consiste em bons hábitos alimentares, de higiene bucal
e uso de filtro solar.

Em 2020, a Assessoria Técnica de Saúde Bucal iniciou o monitoramento de casos, quando 209
passaram por biópsia, com resultado positivo para câncer bucal. Destes, 72% eram do sexo
masculino e 61% tinham idade igual ou superior a 60 anos; 77,5% dos pacientes informaram já
terem sido fumantes e 57% ingeriram bebida alcoólica. Em relação ao tipo histológico, 90%
eram de carcinoma espinocelular, epidermoide ou de células escamosas. A língua foi a região
acometida em 40% dos casos, seguida do assoalho bucal (19%) e lábios (16%).

Em 2021, foram 231 casos identificados, sendo que 83,5% dos pacientes eram do sexo
masculino e 57% tinham idade igual ou superior a 60 anos; 82% já foram fumantes e 66% já
ingeriram bebida alcoólica. Em relação ao tipo histológico, 90% dos casos eram de carcinoma
espinocelular, epidermoide ou de células escamosas. A língua foi acometida em 37% dos casos,
seguido do palato (16%) e do lábio (15%). Todos os casos identificados pelos estomatologistas
dos CEOs foram inseridos para tratamento na atenção terciária

https://www.capital.sp.gov.br/noticia/saude-realiza-campanha-de-prevencao-e-diagnostico-
precoce-do-cancer-bucal
Edentulismo
O que é?

Edentulismo é a perda de dentes, total e parcial. Ela pode ser congênita ou ter sido adquirida durante a
vida. A congênita é mais grave porque a pessoa terá de lidar com isso para o resto da vida. A adquirida é
a mais comum, estando relacionado com patologias ou traumatismos.

Varios fatores englobam essa disfunção: socioeconômico, nível educacional, estilo de vida e modo de
lidar com a saúde são os principais.

De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2013, divulgado em 2015 pelo IBGE, 11% da
população brasileira não possui nenhum dente na boca. E entre as pessoas que possuem 60 anos ou
mais, o número é de 41,5%. Portanto, percebemos que o edentulismo é recorrente no Brasil

Doenças comuns que provocam o edentulismo

Doenças periodontais: infeccionam a estrutura de sustentação do dente. São ocasionadas em virtude da


má higiene bucal;

Cáries não tratadas, que acabam acometendo o dente todo;

Bruxismo: sobrecarrega a estrutura do dente em razão da tensão aplicada;

Traumas: alguns acidentes atingem a raiz do dente. Isso faz com que haja uma fratura ou
perda do volume ósseo;

Má oclusão dentária;

Quimioterapia e radioterapia

Quanto maior for o número de dentes ausentes, maior serão os efeitos. Quando um dente cai,
por exemplo, nossa arcada dentária, por natureza, tende a tapar esse buraco. E como ela faz
isso?

Os dentes que estão ao lado do espaço vago se deslocam de modo a preencher a cavidade.
Assim, há uma contribuição para que a má oclusão se mantenha.

Além disso, no espaço vazio acontece a perda óssea. Como não existe nenhum dente ali, o
osso se decompõe, funcionando de maneira semelhante ao atrofiamento de um músculo.

Os resultados da perda óssea são aparentes, podendo ser observados na face da pessoa,
principalmente na mandíbula, no queixo e na bochecha. Sua aparência, agora, o faz parecer
muito mais velho.

O edentulismo, embora visto por alguns como um processo natural ligado ao


envelhecimento, pode ser evitado através de orientação, atuação preventiva e cuidados
adequados de saúde bucal.

Fonte: Simpatio em <a href="https://simpatio.com.br/edentulismo/">O que é Edentulismo?


Quais Suas Principais Causas?</a>

Como prevenir o Edentulismo?


Não negligencie sua saúde bucal, escovar os dentes após as refeições e usar o fio dental após
a escovação é de suma importância.

Uma Busca Pela UFMG foi realizada na Biblioteca Virtual em saúde (BVS), nas seguintes bases de
dados: Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS); no Scientific Electronic
Library Online (SciELO) e no Google Acadêmico.

Os artigos foram levantados a partir dos seguintes descritores:


 Perda de dentes;
 Idosos;
 Qualidade de vida.

De posse dos 15 artigos coletados, 11 atenderam ao objetivo do estudo.

Quanto a reabilitação e prótese

Observou-se que o impacto da reabilitação com próteses totais removíveis na qualidade de vida de 245
idosos edentulos, independentes, que participavam de atividades sociais foi avaliado por Maruch et al.
(2009). Dos entrevistados, 26% relataram “sempre” ter limitações da função mastigatória; 19% disseram
“às vezes” ter dificuldade de deglutição; 69% “nunca” restringiam seus contatos sociais em função de sua
aparência, e 22% “sempre” usavam medicamentos para alívio de dor ou desconforto.

Fonte: https://www.nescon.medicina.ufmg.br/biblioteca/imagem/4125.pdf

Para eles qual o fator causa?


Um estudo feito pela Uninorte usou uma Pesquisa de campo de natureza descritiva, com abordagem
qualitativa para levantamento de dados. Foram incluídos na amostra 15 usuários das Unidades de
Referência da Atenção Primária no município de Rio Branco-Acre. A coleta de dados foi realizada no
período de março a abril de 2019. O resultado apontou que na percepção de adultos e idosos, a perda
precoce dos elementos dentários está relacionada a doença cárie, uso de antibióticos e dificuldades de
acesso aos serviços de saúde. O edentulismo afetou negativamente a autoestima, relações interpessoais,
além das consequências biológicas como a dificuldade na mastigação.

https://revistas.uninorteac.com.br/index.php/DeCienciaemFoco0/article/view/319

A Tabela mostra a distribuição do grau de edentulismo avaliado pelo uso e


necessidade de prótese na população com faixa etária de 65 a 74 anos segundo
macrorregião.
Número e porcentagem de indivíduos que usam prótese segundo tipo
de prótese dentária, grupo etário e
macrorregião. Brasil, 2003. (pesquisa SB 2003)

Acesso a serviços odontológicos de acordo com a macrorregião para


o grupo etário de 65 a 74 anos.
Brasil, 2003
Fonte:

https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/
condicoes_saude_bucal.pdf

https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/SBBrasil_2010.pdf

http://www.apcd-saude.org.br/detNot.asp?id=1578&moda=&contexto=&area=&evento=
CAMPANHA

CAMPANHA DE PREVENÇÃO SAÚDE BUCAL

A Campanha Sorria pela Vida que a Associação Brasileira de Cirurgiões-dentistas (ABCD)


promove desde 2014, já atendeu 25.589 pessoas, registrando-se 7.881 casos suspeitos de
câncer bucal. Com o atendimento de 344 pessoas em odontovans instaladas sob a marquise da
Fiesp, a Associação Paulista de  Cirugiões-dentistas (ABCD) e a Associação Brasileira de
Cirurgiões-dentistas (ABCD) realizou a 100ª ação da Campanha Sorria para a Vida em 2019.
Prevenção – Graças a campanhas de prevenção e conscientização, o Brasil conseguiu evitar a
morte de 429 mil  pessoas. O uso do tabaco a ainda ocupa o 2º- lugar no ranking de drogas
mais experimentadas no Brasil na idade média de 16 anos (meninas e meninos).

A imprensa abriu importante espaço a Sorria para a Vida, com entrevista de uma hora de
especialista falando sobre câncer bucal na Rádio Trianon e cobertura local dia 25/10 feita pela
TV Globo, TV Câmara e TV Cultura. Para o presidente Silvio Cecchetto essa divulgação é de
extrema importância porque leva informação relevante a todos os extratos da população,
aumentando a necessária conscientização sobre o câncer bucal, ainda bastante precária entre
todos os níveis da sociedade.

A Campanha Sorria para a Vida é feita em parceria com APCD, Abimo e CRO-SP.
https://abcdbrasil.org.br/site/2019/11/04/sorria-para-a-vida-completa-100a-acao/

https://www.jornaldosite.com.br/?p=214

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