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QUI 139 – Laboratório de Química Orgânica

EXPERIMENTO SOLUBILIDADE DE
COMPOSTOS ORGÂNICOS E
3 TESTES QUÍMICOS PARA
GRUPOS FUNCIONAIS
1. INTRODUÇÃO

A análise orgânica qualitativa, ou seja, a identificação e a caracterização de


substâncias desconhecidas é um aspecto muito importante da química orgânica. No
Experimento 1 estudamos que as propriedades físicas auxiliam nessa tarefa e que
métodos espectroscópicos e espectrométricos também são muito utilizados para tal fim.
Há também os testes químicos e os testes de solubilidade, que são de fácil execução, e
que podem auxiliar na identificação e caracterização de uma substância.
Em geral, o procedimento para obter toda a informação necessária para
identificação de uma dada substância inclui as seguintes etapas:

1) Classificação preliminar por estado físico, cor e odor: Muitos compostos


possuem cores e odores característicos. Por exemplo, a cor de compostos com elevado
grau de conjugação varia de amarelo a vermelho. Aminas de cadeias carbônicas curtas
possuem odor de peixe; vários ésteres têm odor de frutas ou flores e alguns ácidos
carboxílicos apresentam odor acentuado e picante. O estado físico de uma amostra na
temperatura ambiente também auxilia na classificação prévia da amostra.

2) Determinação da temperatura de fusão ou ebulição e da densidade: A


obtenção das constantes físicas da substância desconhecida limita muito o número de
compostos possíveis.

3) Purificação (se necessário): Faixas de temperatura de fusão ou ebulição


indicam a necessidade de purificação da substância a fim de se obterem informações mais
precisas sobre as suas constantes físicas.

4) Testes de elementos químicos: Alguns testes simples (teste de Beilstein e de


ignição) permitem a determinação da presença de certos elementos (N, S e halogênios)
na substância.

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5) Testes de solubilidade: A determinação da solubilidade da substância em


água, soluções ácidas, soluções básicas e solventes orgânicos fornece informações
importantes sobre grupos funcionais presentes em sua estrutura e também indicam a
extensão relativa da sua cadeia carbônica.

6) Aplicação de testes de classificação química: Os ensaios de solubilidade


usualmente sugerem ou eliminam vários grupos funcionais. Os testes de classificação
química permitem distinguir dentre as classes indicadas pelos ensaios de solubilidade.

7) Comparação com dados da literatura: Sendo conhecidos os grupos


funcionais presentes na estrutura da substância e a extensão aproximada de sua cadeia
carbônica, procede-se a uma pesquisa na literatura (bancos de dados, handbooks e tabelas
com constantes físicas de compostos conhecidos) para encontrar estruturas possíveis para
a substância, por comparação com as temperaturas de fusão ou ebulição e densidade
determinadas.

8) Análises espectroscópicas e espectrométricas: Essas análises são as


ferramentas mais poderosas e modernas para a determinação da estrutura de um composto
desconhecido. Elas permitem a decisão final sobre a estrutura da amostra desconhecida.
Esses métodos são abordados nas disciplinas Química Orgânica Experimental II (QUI
236) e Química Orgânica IV (QUI 235).

9) Análise elementar: A análise elementar permite a determinação da


composição percentual da amostra em relação a carbono, hidrogênio, nitrogênio e
enxofre. Os resultados desses experimentos confirmam a pureza da amostra e sua fórmula
mínima.
10) Preparo de derivados: Uma alternativa para identificação correta de uma
substância é convertê-la, por uma reação química, em uma outra substância, chamada de
derivado. Idealmente, o derivado deve ser sólido, porque a temperatura de fusão do
derivado permite a identificação acurada e confiável da maior parte dos compostos.
11) Confirmação da identidade: Um teste definitivo para a identificação de uma
substância é a comparação de suas propriedades físicas, químicas e espectroscópicas com
as de uma amostra autêntica da substância.

1.1. TESTES DE SOLUBILIDADE

Os testes de solubilidade são importantes para a determinação da natureza do


grupo funcional principal da substância desconhecida. Em tais testes, utiliza-se pequena

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quantidade de amostra e as informações obtidas mostram se a substância é uma base forte


(amina), um ácido orgânico fraco (fenol), um ácido orgânico forte (ácido carboxílico) ou
uma substância neutra (aldeído, cetona, éster, álcool, etc), por exemplo.
Os solventes ou reagentes mais utilizados nesses ensaios são: solução aquosa de
HCl (5 % v/v), de NaHCO3 (5 % m/v), de NaOH (5 % m/v), H2SO4 concentrado, água e
solventes orgânicos, especialmente éter dietílico. Os testes de solubilidade são realizados
de acordo com a seqüência ilustrada na Figura 1 (p.4).
A solubilidade das substâncias em determinados solventes depende da sua
interação com o solvente. Compostos orgânicos contendo oxigênio, nitrogênio ou enxofre
com até quatro átomos de carbono, por exemplo, são frequentemente solúveis em água.
Portanto, praticamente todos os grupos funcionais contendo esses elementos farão com
que uma substância orgânica de cadeia carbônica curta (até quatro átomos de carbono)
seja solúvel em água. Compostos contendo esses grupos funcionais, mas que tenham mais
que cinco carbonos terão baixa solubilidade ou serão insolúveis em água. Por outro lado,
quando o número de átomos de oxigênio, nitrogênio e/ou enxofre aumenta em relação ao
número de átomos de carbono, a solubilidade do composto em água também aumenta.
Se o composto é insolúvel em água, testa-se sua solubilidade em ácido diluído
(HCl 5 % v/v). Se ocorrer dissolução pode-se concluir que o composto reagiu com o ácido
formando um produto solúvel em água. Por exemplo, pode-se considerar a possibilidade
de uma amina. Aminas têm características básicas e, por isso, ao reagirem com ácidos
formam cloridratos, que são solúveis em água, conforme mostrado na equação seguinte.
H
+ -
R NH2 + HCl R N H Cl
H

Por outro lado, compostos insolúveis em água, mas que se dissolvem em solução
aquosa de bicarbonato de sódio (uma base fraca), são ácidos mais fortes. Já compostos
que se dissolvem apenas em solução aquosa de hidróxido de sódio, são ácidos mais fracos.
Assim, é possível distinguir ácidos fracos e fortes determinando sua solubilidade na
presença de uma base forte (NaOH) e uma base fraca (NaHCO3). Um ácido carboxílico
será solúvel em ambas as soluções aquosas básicas, enquanto um fenol sem grupos
eletrofílicos será somente solúvel em solução aquosa de NaOH.

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Insolúvel S2 S2 - Sais de ácidos orgânicos, cloridratos de aminas,


aminoácidos e compostos polifuncionais.
Éter
dietílico SA - Ácidos monocarboxílicos, com cinco átomos de
Vermelho de tornassol
carbono ou menos e ácidos arenossulfônicos.
SA SB - Aminas monofuncionais, com seis átomos de carbono
Solúvel Solúvel Azul de tornassol
ou menos.
SB S1 - Álcoois, aldeídos, cetonas, ésteres, nitrilas e amidas,
com cinco átomos de carbono ou menos (monofuncionais).
Não altera o tornassol S1 A1 - Ácidos orgânicos fortes: ácidos carboxílicos com mais
Água
de seis átomos de carbono, fenóis com grupos eletrofílicos
Solúvel A1 em posição orto e para, e β-dicetonas.
NaHCO3 5% A2 - Ácidos orgânicos fracos: fenóis, enóis, oximas, imidas,
Insolúvel sulfonamidas, tiofenóis, todos com mais de cinco átomos de
Solúvel Insolúvel
A2 carbono. Incluem-se também as β-dicetonas, os compostos
nitro com hidrogênio em α e as sulfonamidas.
NaOH 5%
B B - Aminas alifáticas com oito ou mais átomos de carbono,
Solúvel anilinas (somente um grupo fenila ligado ao nitrogênio) e
Insolúvel
alguns oxiéteres.
HCl 5%
MN N1 - Álcoois, aldeídos, metilcetonas, cetonas cíclicas e
éteres com um só grupo funcional e mais cinco átomos de
Solúvel
N1 carbono, mas menos do que nove. Éteres com menos de
Insolúvel H3PO4 oito átomos de carbono e epóxidos.
85% Insolúvel N2
Solúvel N2 - Alquenos, alquinos, éteres, compostos aromáticos
H2SO4 (especialmente os que têm grupos ativantes), cetonas
96% (exceto as da classe N1).
Insolúvel
I – Hidrocarbonetos saturados, alcanos halogenados,
I haletos de arila, éteres diarílicos e compostos aromáticos
não-ativos.
MN – Diversos compostos neutros, com mais de cinco
átomos de carbono, contendo nitrogênio ou enxofre (esta
informação deve ser obtida por meio de análise elementar).

Figura 1. Sequência dos testes de solubilidade para compostos orgânicos.

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Analogamente ao que ocorre com os compostos solúveis em solução ácida, os


compostos se dissolvem em solução aquosa básica, porque formam sais de sódio solúveis
em água, conforme representado nas reações seguintes.

R COOH + NaOH R COONa + H2 O

R COOH + NaHCO 3 R COONa + CO 2 + H2 O


OH
ONa

+ NaOH + H2 O

Muitos compostos insolúveis em solução aquosa diluída de HCl são solúveis em


ácido sulfúrico concentrado a frio. Como exemplos podem ser citados álcoois, aldeídos,
cetonas, e ésteres. Neste caso, são compostos neutros e se dissolvem graças à presença
de átomos de nitrogênio, oxigênio ou enxofre com elétrons não ligantes, que podem ser
protonados pelo ácido sulfúrico, gerando íons que são solúveis no meio:

+ -
R OH + H2SO4 R O H + HSO 4
H

R R R R -
+ H2SO4 + HSO 4
+
O O
H

Esses compostos também serão solúveis em outros ácidos concentrados, como o ácido
fosfórico. Entretanto, há substâncias que se dissolvem em ácido sulfúrico mas não em
ácido fosfórico. Nesses casos, a reação com o H2SO4 não é do tipo ácido-base, mas de
adição (a alcenos e alcinos) ou de substituição aromática eletrofílica (sulfonação). Os
produtos sulfonados passam a ser mais polares e solúveis em H2SO4, por ligações de
hidrogênio.
Compostos insolúveis em ácido sulfúrico concentrado ou em qualquer um dos
demais solventes são chamados de inertes. Estes incluem alcanos, compostos aromáticos
sem grupos ativantes e haletos de alquila.

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1.2. TESTES DE CLASSIFICAÇÃO QUÍMICA

Após classificação da amostra desconhecida em um determinado grupo de


solubilidade, é necessário realizar testes adequados de classificação química. Por meio
deles, funções muito parecidas podem ser diferenciadas, como por exemplo: aldeídos de
cetonas, alcinos de alcenos, álcoois de éteres, etc. Em geral os testes são simples e rápidos.
A caracterização de grupos funcionais por métodos espectroscópicos modernos é muito
mais rápida, mas também exige instrumentação dispendiosa e nem sempre disponível.
Dessa forma, muitas vezes os testes químicos de caracterização de grupos funcionais são
indispensáveis na identificação de substâncias.
Como cada grupo funcional reage de forma característica, testes qualitativos
permitem caracterizar determinada funcionalidade observando-se mudanças físicas
provocadas por uma reação química. Aldeídos e cetonas, por exemplo, reagem com a 2,4-
dinitrofenilidrazina (equação seguinte), em meio ácido, formando 2,4-
dinitrofenilidrazonas, usualmente como um precipitado de coloração amarelo-
avermelhada.

H
H H(R)
(R)H N
+ NH2 H N
O N R
R O2N NO2
O2N NO2
+ H2O
2,4-dinitrofenil-hidrazona
A cor do produto pode indicar se a carbonila da cetona ou aldeído original é
conjugada a ligação dupla ou a grupo aromático. Na ausência de conjugações a 2,4-
dinitrofenilidrazona é amarela. As conjugações levam a cor do precipitado para tons de
laranja a vermelho. O produto tem, na maior parte dos casos, uma temperatura de fusão
definida, útil na identificação do aldeído ou cetona original. Observa-se, entretanto, que
algumas cetonas formam 2,4-dinitrofenilidrazonas líquidas.
O teste com reagente de Tollens permite a distinção entre aldeídos e cetonas.
Aldeídos reagem com formação de prata elementar (equação seguinte), a qual se deposita
como um espelho nas paredes do tubo de ensaio. As cetonas não reagem.

RCHO + 2Ag(NH3)2OH 2Ag + RCOO NH4 + 3NH3 + H2O


(Reagente (Espelho
de Tollens) de prata)

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Devido à pronta disponibilidade dos elétrons , as ligações C=C e CC sofrem


uma série de reações características. Os testes mais utilizados para a detecção de ligação
múltipla (alcenos e alcinos) na estrutura de uma substância são o da adição de bromo e
da oxidação com permanganato (teste de Bayer). O teste de Baeyer é positivo se a solução
aquosa violeta de permanganato de potássio se descora imediatamente, com formação de
precipitado marrom (MnO2).

R R'' H2O HO OH
+ MnO4 + MnO2
R R''
R' R''' R' R'''
(solução (precipitado
violeta) marron)

Ligações múltiplas de alcenos e alcinos rapidamente descoram a solução


avermelhada de Br2/CCl4, devido à formação de produtos de adição incolores.

Br R''
R
R R'' R'''
R' Br
R' R'''
Br2 / CCl4
ou
ou (avermelhado)
Br Br
R R'
R R'
Br Br

(incolores)

A identificação de álcoois primários e secundários pode ser feita com o teste de Jones.
O teste de Jones baseia-se na oxidação de álcoois primários e secundários pelo ácido crômico,
levando à formação de sulfato crômico como um precipitado verde. Nesse processo, os álcoois
primários são oxidados a ácidos carboxílicos e os álcoois secundários a cetonas. Álcoois
terciários não reagem. O teste de Jones também dá resultado positivo para aldeídos e/ou fenóis.

H CrO3 OH
H
R OH R O H2SO4 R O
H CrO3

H2SO4 + Cr2(SO4)3
H
R OH R'
(precipitado verde)
R' R O

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A reação envolvida no teste de Jones também é a reação do teste do bafômetro


descartável, usado para identificar o consumo de bebidas alcoólicas por motoristas. Este
teste é baseado na mudança de cor que ocorre na reação de oxidação do etanol com
dicromato de potássio em meio ácido. Nesta reação o etanol é convertido a ácido acético
e o íon cromato (amarelo alaranjado) é transformado em Cr3+ (coloração verde).

2. OBJETIVOS

O presente experimento tem como objetivo a realização de testes de solubilidade


e de classificação química visando à identificação de diferentes compostos orgânicos.

3. MATERIAL E REAGENTES

- balança - bicarbonato de sódio (5 %)


- béquer de 50 mL - dicromato de potássio
- chapa de aquecimento - éter dietílico
- espátula - hidróxido de sódio (5 e 10 %)
- pipetas Pasteur - nitrato de prata (5 %)
- pipetas graduadas de 5 mL - Amostras A1, A2, A3, A4 e A5
- suporte para tubos de ensaio - etanol
- tubos de ensaio
- ácido clorídrico (5 %)
- ácido sulfúrico (concentrado)
- acido fosfórico 85%
- amônia (concentrada)
- benzaldeído

4. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

4.1. TESTES DE SOLUBILIDADE

Os testes de solubilidade serão realizados com cinco amostras diferentes (acetona,


acetato de sódio, ácido salicílico, p-toluidina e 1,4-diclorobenzeno), visando a sua
identificação em uma das classes de solubilidade (Figura 1, p.4). Os testes de
solubilidade também serão realizados com as duas amostras desconhecidas (amostra
sólida e amostra líquida) fornecidas no Experimento 1.

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Para cada etapa da sequência dos testes de solubilidade (Figura 1, p.4) utilizar
uma nova alíquota da amostra. De modo a otimizar os experimentos, realize todos os
testes necessários com cada amostra até que ela seja definitivamente classificada.
Os testes de solubilidade são realizados de acordo com a sequência ilustrada na
Figura 1 (p.4), obedecendo aos seguintes procedimentos: colocar 0,1 g da amostra sólida
ou 0,2 mL (3 gotas) da amostra líquida em 3 mL do solvente ou solução em que se quer
testar a solubilidade. Agite vigorosamente o tubo de ensaio por aproximadamente 3
minutos e observe se houve solubilização da amostra.
Mais detalhadamente, os seguintes testes devem ser realizados:

1º teste: Deve ser realizado com água. Se a amostra for solúvel, realizar o 2º teste; se for
insolúvel, passar para o 3º teste.

2º teste: Deve ser realizado com éter dietílico. Se a amostra for insolúvel, ela pertence ao
grupo S2. Se ela for solúvel, ela é classificada como SA, SB ou S1, dependendo do pH da
sua solução aquosa, que é determinado com papel de tornassol.

3º teste: Deve ser realizado com solução aquosa de NaOH (5 % m/v). Se a amostra for
solúvel, passe para o 4º teste; se for insolúvel, passe para o 5º teste.

4º teste: Deve ser realizado com solução aquosa de NaHCO3 (5 % m/v). Se a amostra for
solúvel, pertence à classe A1; se for insolúvel, é classificado no grupo A2.

5º teste: Deve ser realizado com solução aquosa de HCl (5 % v/v). Se a amostra for
insolúvel e se houver informação de que ela é neutra e possui nitrogênio ou enxofre (dado
obtido por análise elementar da amostra), ela pertence à classe MN. Caso a amostra seja
solúvel, ela pertence à classe B. Se a amostra for insolúvel e não foi classificada como
MN, realize o 6º teste.

6º teste: Deve ser realizado com H2SO4. Se a amostra for insolúvel, pertence à classe I.
Se ela for solúvel, faça o teste com H3PO4. Nesse caso, se ela for solúvel, pertence ao
grupo N1 e se for insolúvel ao grupo N2.

Anote os resultados obtidos na tabela a seguir (p. 10). Faça os testes de


solubilidade com as amostras sólida e líquida desconhecidas.

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Solubilidade em
Classe Identificação
Amostra Água Éter NaOH HCl NaHCO3 H2SO4
1
2
3
4
5
Sx
Lx

4.2. TESTES DE CLASSIFICAÇÃO QUÍMICA

4.2.1. TESTE COM SOLUÇÃO DE 2,4-DINITROFENILIDRAZINA

Realize esse teste com a acetona e com o benzaldeído. Em um tubo de ensaio,


coloque 2 gotas ou aproximadamente 0,05 g da amostra, 1 mL de água destilada e 2 gotas
de solução de 2,4-dinitrofenilidrazina. Observe a ocorrência de um precipitado
alaranjado, que é indicativo da presença de carbonila de aldeído ou de cetona na amostra,
como discutido na seção 1.2 (p.6).

4.2.2. TESTE COM REAGENTE DE TOLLENS

Preparo do reagente de Tollens


Em um tubo de ensaio perfeitamente limpo e seco, coloque 2 mL de solução de
nitrato de prata (5 % m/v) e 1 2 gotas de solução de NaOH (10 % m/v). Adicione duas
gotas de solução de amônia concentrada e agite a mistura até que o precipitado formado
(óxido de prata) seja dissolvido. Caso nem todo o precipitado tenha se dissolvido,
acrescente mais amônia, gota-a-gota, evitando excesso (agite vigorosamente após a
adição de cada gota).
Teste
Realize esse teste com o benzaldeído e com a acetona. Adicione ao tubo que
contém o reagente de Tollens 2 gotas ou alguns cristais da amostra a ser testada. Aqueça
brandamente e sem agitar em banho-maria. Observe a ocorrência da formação de um
espelho de prata nas paredes do tubo de ensaio, que é indicativo da presença de aldeído,
conforme discutido na seção 1.2 (p.6).
Obs.: Aquecimento excessivo pode dar um resultado positivo falso por decomposição do
reagente.

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4.2.3. TESTE COM REAGENTE DE JONES

Realize esse teste com etanol e acetona. Em um tubo de ensaio, adicione 4 gotas
de solução aquosa de dicromato de potássio (10 % m/v), 4 gotas de ácido sulfúrico
concentrado e, em seguida, 1 mL da amostra. Agite o tubo. Observe se há mudança de
coloração ou elevação de temperatura.
Os testes descritos anteriormente podem ser realizados (se necessário) com as
amostras sólida e líquida desconhecidas. O professor irá orientá-lo a esse respeito.

5.

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QUI 139 – Química Orgânica Experimental TURMA ____


EXPERIMENTO 3
RELATÓRIO/QUESTIONÁRIO

Nome Matrícula

1. Explique por que o 1,3-dimetoxibenzeno (grupo N2) é insolúvel em solução aquosa de


HCl (5 %) e solúvel em H2SO4 concentrado.

2. Utilizando apenas os solventes mais comuns usados para os testes de solubilidade


[solução aquosa de HCl (5 % v/v), de NaHCO3 (5 % m/v), de NaOH (5 % m/v), H2SO4
concentrado, água e éter dietílico], proponha um procedimento para separar e recuperar
os componentes das seguintes misturas:
a) ácido benzóico e benzaldeído
b) anilina, tolueno e ácido benzóico

3. O ácido benzóico é solúvel tanto em solução aquosa de NaOH (5 % m/v) quanto em


NaHCO3 (5% m/v). O p-cresol é solúvel apenas em NaOH (5 % m/v), enquanto o
cicloexanol é insolúvel tanto em NaOH (5 % m/v) quanto NaHCO3 (5 % m /v). Como se
explicam estes fatos?

4. Um composto desconhecido é solúvel em água e em cloreto de metileno


(diclorometano). O teste com papel de tornassol indicou coloração azul. Qual(is) do(s)
composto(s) abaixo poderia ser o composto desconhecido? Quais seriam solúveis em
H2SO4 96% (ácido sulfúrico concentrado)?

- 2,3-dibromopentano - dietilamina
- 3-etilfenol -2,4-dimetiloctano
- 4-etilanilina

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