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EXPERIMENTO
SOLUBILIDADE DE COMPOSTOS
1 ORGÂNICOS E
TESTES QUÍMICOS PARA
GRUPOS FUNCIONAIS
1. INTRODUÇÃO
1) Classificação preliminar por estado físico, cor e odor: Muitos compostos possuem
cores e odores característicos. Por exemplo, a cor de compostos com elevado grau de conjugação
varia de amarelo a vermelho. Aminas de cadeias carbônicas curtas possuem odor de peixe; vários
ésteres têm odor de frutas ou flores e alguns ácidos carboxílicos apresentam odor acentuado e
picante. O estado físico de uma amostra na temperatura ambiente também auxilia na
classificação prévia da amostra.
A Figura 1 mostra o esquema que será utilizado nesta aula prática para coordenar os
ensaios de solubilidade e de reatividade frente a ácidos e bases. De acordo com os resultados
desses testes, os compostos serão classificados em grupos de substâncias de comportamento
semelhante (S1, S2, AS, SB, A1, A2, B, N1, N2 ou I). Leia o quadro da Figura 1 e identifique cada
grupo funcional mencionado antes de iniciar o experimento.
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Atenção: O teste com o tornassol é feito com a solução aquosa da amostra e não com a solução
etérea.
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Se não foi houve alteração do tornassol com a solução aquosa da amostra, então é um composto
neutro (um álcool, cetona, amida, éster etc) e de cadeia curta (pois se dissolveu em água).
A Figura 1 mostra o esquema utilizado na interpretação desses resultados. Observe a Figura 1
e analise os grupos S2, SA, SB e S1 de acordo com o que foi descrito nos parágrafos anteriores.
Caso tenha se esquecido de algum grupo funcional, consulte seu livro de Química Orgânica (ou a
internet) e anote sua fórmula estrutural para que possa interpretar os resultados de solubilidade,
acidez ou basicidade em água.
+ NaOH + H2 O
Analise a Figura 1 e os grupos listados como A1 e A2. Caso tenha se esquecido de algum
grupo funcional, consulte seu livro de Química Orgânica e anote sua fórmula estrutural para
interpretar os resultados de solubilidade em água e de reatividade com bases.
1.1.2 Testes com ácidos
Se a amostra for insolúvel em água e em soluções básicas, testa-se sua reatividade frente a
uma solução ácida diluída (HCl, 5 %). Se ocorrer reação e o produto dissolver em água conclui-
se que o composto original é básico. Por exemplo, a substância pode ser uma amina (Grupo B,
Figura 1). Além disso, podemos supor uma amina com mais de seis carbonos, pois não foi
solúvel em água pura:
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H
+ -
R NH2 + HCl R N H Cl
H (R> 6 carbonos)
Muitos compostos insolúveis em solução aquosa diluída de HCl são "solúveis" em ácidos
concentrados como o sulfúrico e o fosfórico. Isto ocorre com álcoois, aldeídos, cetonas, aldeídos,
ésteres etc (Grupo N1, Figura 1). Nesses casos, devido à presença elétrons não ligantes em
átomos de oxigênio, esses compostos podem ser protonados, gerando sais que são solúveis no
ácido concentrado (Ácidos sulfúrico ou fosfórico são solventes polares). Por exemplo:
+ -
R OH + H2SO4 R O H + HSO 4
H
R R R R -
+ H2SO4 + HSO 4
+
O O
H
Analise a Figura 1 e o grupo listado como N1. Caso tenha se esquecido de algum grupo
funcional, consulte seu livro de Química Orgânica e anote sua fórmula para interpretar os
resultados de solubilidade em água e reatividade com esses ácidos.
Entretanto, há substâncias que "se dissolvem" em ácido sulfúrico, mas não em ácido
fosfórico. Nesses casos, o que ocorre também é uma reação com o H2SO4. Porém, esta reação
não é do tipo ácido-base, mas de adição (a alcenos e alcinos) ou de substituição aromática
eletrofílica (sulfonação). Os produtos sulfonados são mais polares e serão solúveis em H2SO4 por
ligações de hidrogênio. Por exemplo:
Analise a Figura 1 e o grupo listado como N2. Caso tenha se esquecido de algum grupo
funcional, consulte seu livro de Química Orgânica e anote sua fórmula estrutural para que possa
interpretar os resultados de solubilidade em água e reatividade com ácido sulfúrico concentrado.
Reveja ou estude reações de adição de H2SO4 a alcenos e reações de sulfonação de aromáticos.
Compostos insolúveis em ácido sulfúrico concentrado e nos demais solventes ou reagentes
testados são chamados de inertes. Estes incluem alcanos, compostos aromáticos sem grupos
ativantes e haletos de alquila. Analise a Figura 1 e o grupo listado como I.
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Nem todas as substâncias se comportam de maneira que possam ser classificadas facilmente nos
grupos mostrados na Figura 1. Algumas estão em casos limítrofes de solubilidade ou reatividade.
Compostos de cadeias maiores que cinco átomos de carbono, contendo nitrogênio ou enxofre, e
que não reagem com NaOH(aq) ou HCl(aq), por exemplo, podem dar resultados inconclusivos nos
testes com H2SO4 e H3PO4. Compostos que apresentam várias funções em suas estruturas
também serão de difícil classificação.
Assim, esses testes têm limitações. Mas, por sua simplicidade e baixo custo, são úteis para uma
primeira avaliação da natureza de uma amostra de substância orgânica desconhecida.
H
H H(R)
(R)H N
+ NH2 H N
O N R
R O2N NO2
O2N NO2
+ H2O
2,4-dinitrofenil-hidrazona
A cor do produto pode indicar se a carbonila da cetona ou aldeído original é conjugada a uma
ligação dupla ou a grupo aromático. Na ausência de conjugações a 2,4-dinitrofenilidrazona é
amarela. As conjugações levam a cor do precipitado para tons de laranja a vermelho. O produto
tem, na maior parte dos casos, uma temperatura de fusão definida, útil na identificação do
aldeído ou cetona original. Observa-se, entretanto, que algumas cetonas formam 2,4-
dinitrofenilidrazonas líquidas.
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O teste com reagente de Tollens permite a distinção entre aldeídos e cetonas. Aldeídos reagem
com formação de prata elementar (equação seguinte), a qual se deposita como um espelho nas
paredes do tubo de ensaio. As cetonas não reagem.
Devido à pronta disponibilidade dos elétrons , as ligações C=C e CC sofrem uma série de
reações características. Os testes mais utilizados para a detecção de ligação múltipla (alcenos e
alcinos) na estrutura de uma substância são o da adição de bromo e o da oxidação com
permanganato (teste de Bayer). O teste de Baeyer é positivo se a solução aquosa violeta de
permanganato de potássio se descora imediatamente, com formação de precipitado marrom
(MnO2).
R R'' H2O HO OH
+ MnO4 + MnO2
R R''
R' R''' R' R'''
(solução (precipitado
violeta) marron)
Br R''
R
R R'' R'''
R' Br
R' R'''
Br2 / CCl4
ou
ou (avermelhado)
Br Br
R R'
R R'
Br Br
(incolores)
A identificação de álcoois primários e secundários pode ser feita com o teste de Jones. O
teste de Jones baseia-se na oxidação de álcoois primários e secundários pelo ácido crômico,
levando à formação de sulfato crômico como um precipitado verde. Nesse processo, os álcoois
primários são oxidados a ácidos carboxílicos e os álcoois secundários a cetonas. Álcoois
terciários não reagem. O teste de Jones também dá resultado positivo para aldeídos e fenóis.
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H CrO3 OH
H
R OH R O H2SO4 R O
H CrO3
H2SO4 + Cr2(SO4)3
H
R OH R'
(precipitado verde)
R' R O
2. OBJETIVOS
3. MATERIAL E REAGENTES
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4. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
Os testes de solubilidade serão realizados com cinco amostras diferentes (acetona, acetato de
sódio, ácido salicílico, 1,4-diclorobenzeno e difenilamina), visando a sua identificação em uma
das classes de solubilidade (Figura 1). Os testes de solubilidade também serão realizados com as
duas amostras desconhecidas (amostra sólida e amostra líquida) fornecidas no Experimento 1.
Para cada etapa da sequência dos testes de solubilidade (Figura 1) utilizar uma nova alíquota
da amostra. De modo a otimizar os experimentos, realize todos os testes necessários com cada
amostra até que ela seja definitivamente classificada.
Os testes de solubilidade são realizados de acordo com a sequência ilustrada na Figura 1,
obedecendo aos seguintes procedimentos: colocar 0,1 g da amostra sólida ou 0,2 mL (3 gotas) da
amostra líquida em 3 mL do solvente ou solução em que se quer testar a solubilidade. Agite
vigorosamente o tubo de ensaio por até 3 minutos e observe se houve solubilização da amostra.
Mais detalhadamente, os seguintes testes devem ser realizados:
1º teste: Deve ser realizado com água. Se a amostra for solúvel, realizar o 2º teste; se for
insolúvel, passar para o 3º teste.
2º teste: Deve ser realizado com éter dietílico. Se a amostra for insolúvel, ela pertence ao grupo
S2. Se ela for solúvel, ela é pode ser classificada como SA, SB ou S1, dependendo do pH da sua
solução aquosa, que é determinado com papel de tornassol. Atenção: O teste do tornassol é feito
na solução aquosa (obtida no 1o teste) e não na solução etérea (obtida no 2o teste).
3º teste: Deve ser realizado com solução aquosa de NaOH (5 % m/v). Se a amostra for solúvel,
passe para o 4º teste; se for insolúvel, passe para o 5º teste.
4º teste: Deve ser realizado com solução aquosa de NaHCO3 (5 % m/v). Se a amostra for solúvel,
pertence à classe A1; se for insolúvel, é classificado no grupo A2.
5º teste: Deve ser realizado com solução aquosa de HCl (5 % v/v). Se a amostra for insolúvel e
se houver informação de que ela é neutra e possui nitrogênio ou enxofre (dado obtido por análise
elementar da amostra), ela pertence à classe MN. Caso a amostra seja solúvel, ela pertence à
classe B. Se a amostra for insolúvel e não foi classificada como MN, realize o 6º teste.
6º teste: Deve ser realizado com H2SO4. Se a amostra for insolúvel, pertence à classe I. Se ela for
solúvel, faça o teste com H3PO4. Nesse caso, se ela for solúvel, pertence ao grupo N1 e se for
insolúvel ao grupo N2.
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Anote os resultados obtidos na tabela a seguir. Faça os testes de solubilidade com as amostras
sólida e líquida desconhecidas.
Amostra Resultados
Classe Identificação
Água Éter Tornassol NaOH NaHCO3 HCl H2SO4 H3PO4
A1
A2
A3
A4
A5
Sx
Lx
Realize esse teste com a acetona e com o benzaldeído. Em um tubo de ensaio, coloque 2 gotas
ou aproximadamente 0,05 g da amostra, 1 mL de água destilada e 2 gotas de solução de 2,4-
dinitrofenilidrazina. Observe a ocorrência de um precipitado, que é indicativo da presença de
carbonila de aldeído ou de cetona na amostra. Repita o teste com suas amostras desconhecidas.
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Aquecimento excessivo pode dar um resultado positivo falso por decomposição do reagente.
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amostras desconhecidas, caso tenham dado resultado positivo para o teste com a 2,4-
dinitrofenilidrazina.
5. BIBLIOGRAFIA
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