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VENDIDA - Homens Implacaveis 3 - Lady Dark N Evil PDF
VENDIDA - Homens Implacaveis 3 - Lady Dark N Evil PDF
1ª Edição
Edição Digital | EUA
Sasha Solotov é uma jovem linda e delicada, viveu toda a sua vida presa
entre os muros da mafia russa, ate que um dia num trágico acidente perdeu o
pai e também a visão. Graças a esse acidente que a deixou cega ela vive
muitos preconceitos e humilhações dentro da própria família. Ate que um dia
seu irmão, seu próprio sangue, a informa que se casará com um homem
desconhecido devido as dividas que ele acumulou, seu próprio irmão a
entregou como uma mera moeda de troca. E quando ela ouvi a voz daquele
homem sombrio soube que sua vida mudaria por completo.
Christopher Parker sombrio e silencioso é um homem que carrega muitas
feridas, sua nica forma de se livrar dos fantasmas do passado é causando dor
aos outros, dominando e subjugando suas submissas ele encontrou a forma
mais prazerosa de satisfazer seus desejos sádicos. Ate que um dia seus olhos
comtemplam um lindo anjo tocando piano, ele não pensou duas vezes e
decretou que ela seria dele de todas as formas possíveis. O que ele não sabia
e que ela seria bem mais do que um de seus jogos sádicos.
E assim duas almas entravam em batalha de sentimentos intensos e
sombrios.
Atenção: obra independente, não precisa ler os outros para entender a
história. Mas para melhor entender a série completa recomendo a leitura.
Querido leitor, esse e um romance sombrio (dark), onde serão trazidos
temas e assuntos polémicos que fazem parte do género literário em alusão,
onde podemos citar nomeadamente: violência verbal, psicológica, física e
psicológica, cenas de sexo explícito e de dominação e submissão, sexo com
consentimento duvidoso, exaltação do nazismo, assassinato entre outros.
Se for sensível a aos assuntos acima citados ou não aprecia este tipo de
género por favor não prossiga com a leitura. Essa e uma história fictícia,
todas as ações, comportamentos e criação de personagens são mera
criatividade da autora.
Apesar de ler e escrever o género dark não significa que compactuo com
o comportamento violento ou psicológico de alguns personagens específicos.
ATENCAO: leia e avalie mas não desrespeite o autor. Seja respeitosa
durante a sua colocação de opinião sobre o livro. Obrigada.
Com carinho
Lady Dark n Evil
A você leitor, por aceitar a embarcar em mais uma aventura literária
com essa autora amadora.
Mesmo sem poder enxergar nada é possível sentir a quantidade de emoção
e sentimentos que passam por ele nesse momento, meu corpo está suado e
minhas coxas friccionam uma na outra em busca de um alívio que não
chega. Desde que cometi aquela loucura eu sabia que ele me puniria, é
sempre assim quando faço algo errado, ele me mostra que é capaz de me
machucar sem nem sequer me tocar. Daqui é possível ouvir seus passos em
contato com o piso de madeira, entrar no quarto de jogos é quase que como
um ritual para ele, aqui ele é meu senhor.
Estou completamente nua, meus braços estão pendurados e algemas de
couro prendem meus pulsos deixando meu corpo suspenso, estou
completamente exposta para ele, exatamente do jeito que ele gosta, meu
corpo vibra ao ouvir o estalar do chicote no ar e a seguir na minha bunda, me
sinto uma vagabunda blasfema por ansiar tanto que esse chicote atinja de
forma erótica uma parte específica do meu corpo.
Sinto sua respiração bem atrás da minha orelha, enquanto seus dedos
passeiam pelas laterais do meu corpo e também nos meus seios que já se
encontram enrijecidos, a cada centímetro que seus dedos descem em direção
a minha virilha mais gemidos saem da minha boca, penso em implorar mas
ele odeia que eu o faça quando está me castigando aqui ele manda e só me
dará. Após tanta espectativa finalmente posso sentir seus dedos gelados na
minha intimidade, passeando por ela, gemo enlouquecidamente até que seus
dedos me abandonam e ele diz que estou fazendo muito barulho e por isso
vai me castigar. Antes que eu pudesse dizer alguma coisa senti meu seio
esquerdo entrar em contato com o couro do chicote.
― Está pronta para mim anjo? ― Sua voz rouca sussurra no meu ouvido,
emitindo uma energia eletrizante que imediatamente arrepia todo meu corpo.
― Oh... Sim senhor.
― Qual a palavra de segurança?
― VENDIDA.
― Ahh Yeva, você sabe que não tenho quase ninguém para chamar a essa
festa de aniversário, não tenho amigas para além de você e também amanhã
tem o concerto. ― Ela finge uma cara de ofendida. Eu conheço ela desde
criança, nossos pais são amigos e frequentam os mesmos meios, como por
exemplo a máfia, papai tenta esconder mas eu sei o motivo de vivermos
rodeados de seguranças. Assim como eu Yeva aprecia uma boa música, aqui
no conservatório ela estuda e pratica violino, e de forma clandestina ela toca
guitarra sem que os pais saibam.
― Nada disso, amanhã nós vamos festejar. Não se preocupe eu peço para
o meu pai falar com o seu. Já que eu odeio a bruxa das montanhas da sua
madrasta. ― Gargalhamos. É sempre assim com Yeva, ela odeia a Natasha
por ser tão chata e nariz em pé.
Minha amiga e eu nos despedimos, ela foi até o carro onde a mãe a
esperava com um sorriso e eu entrei no carro onde os seguranças iam me
levar.
Quando os carros dão partida a pontada de inveja que eu não queria sentir
da Yeva por ter sua mãe com ela se apodera do meu coração. Eu não sei o
que aconteceu com minha mãe, na verdade ninguém sabe, na mesma noite
em que nasci, ela me deixou sozinha no quarto do hospital e nunca mais foi
vista. Papai a procurou por anos, ele também sofreu bastante até que ele se
casou de novo e esse assunto foi esquecido. O nome dela é um assunto
proibido na nossa casa, meu pai é um homem bom, apesar disso ele
raramente me encara e eu sei que isso acontece por causa dos meus olhos
que são igualzinhos aos da minha mãe, nunca vou poder entender os motivos
que a levaram a nos abandonar, talvez se ela estivesse aqui Dmitri teria se
tornado uma pessoa melhor do que é hoje em dia. Limpo a lágrima solitária
encarando as ruas da cidade ficando para trás, nós moramos fora da cidade, a
mansão fica a algures do mar báltico, do meu quarto é possível ouvir o
barulho das ondas em contato com as rochas isso se as margens não
estiverem congeladas pela neve.
Quando chego em casa o silêncio é minha única companhia como de
costume, vou ao meu quarto, tiro o goro e o casaco pesado. Fico apenas com
o uniforme do colégio, de imaginar que Natasha quase convenceu meu pai a
me trancafiar num colégio interno na Ucrânia, se não fosse o Dimitri com
certeza eu estaria lá nos dias de hoje. Saio de meus pensamentos com a voz
de uma das empregadas me chamando para almoçar. Me acomodo na imensa
mesa fazia.
― A Avani não vai almoçar hoje? ― Pergunto enquanto corto uma carne.
Ela costuma voltar mais tarde do colégio.
― Não senhorita, ela não se encontra em casa. A senhora Natasha
informou que almoçariam fora ― assinto e continuo com minha refeição, a
copeira continua parada no canto da sala a espera de uma ordem minha que
não vai surgir. Essa é outra das loucuras da Natasha, ela acha que os
funcionários da casa ou da onde quer que seja são escravos que só servem
para trabalhar.
Apesar de fazermos parte da tal elite da sociedade russa nunca gostei de
menosprezar quem tem menos do que eu, primeiro porque não acho certo e
segundo porque não gostaria que fizessem o mesmo comigo. Após terminar
minha refeição resolvo dar uma volta pela casa, sair para o jardim é algo
impossível com a neve que cai incessantemente lá fora. O melhor a fazer
nesse momento é para biblioteca, me distrair com os livros.
****
― Dimitri isso deve ter custado uma fortuna você já viu a assinatura? Por
acaso você roubou? ― Falo de costas para ele apreciando a obra de arte, dá
até medo de tocar.
― Pai ― corro até ele e imediatamente estou flutuando com seus braços
me segurando pela cintura ― muito obrigada, eu adorei o presente. Fico
feliz que tenha lembrado.
― Você é a luz dos meus olhos princesa. Desculpa por ser tão ausente na
sua vida. ― Me aninho em seus braços.
― Muito obrigada papai. Também te amo ― Dmitri não pôde vir e nem
muito menos minha madrasta e a filha. Elas preferiram ficar em casa. Elas
mal lembraram do meu aniversário, não me afetou tanto afinal de contas as
pessoas mais importantes da minha vida lembraram e é isso que conta. Yeva
também me felicitou e disse que iria me dar meu presente em casa ainda
hoje, segundo ela lá me espera uma grande surpresa.
Quando ia agradecer mais uma vez pelo presente o carro em que estamos
é atingido e a seguir tiros soam para todo o lado, meu pai me abraça
enquanto desconhecidos continuam disparando, tudo acontece muito rápido,
num momento estou dentro do carro e no outro sou cuspida para longe
enquanto o carro capota no meio da estrada, com a visão turva é possível ver
o momento em que o carro para de rolar, mal consigo me pôr de pé, devo
estar muito machucada pois todo meu corpo arde.
Como não estou com humor para ouvir a voz de ninguém a dispenso e
caminho até minha sala. Sento na minha cadeira giratória de couro preto e
me viro para contemplar o mau tempo que assola Seattle nesse momento,
está caindo uma chuva torrencial lá fora. O céu nublado e sombrio expressa
exatamente como meu humor está nesse momento.
Quem me conhece sabe que minha natureza não me deixa ser afetuoso e
muito menos gentil com as pessoas, situações pelas quais passei no meu
passado não me deixam ter algumas emoções ou até mesmo sentir alguns
sentimentos, e por causa disso as pessoas tendem a se comunicar comigo de
forma cautelosa, é como se de alguma forma elas soubessem que eu possa
reagir de forma não muito saudosa.
Me viro de volta a minha mesa para começar meu trabalho, sobre minha
mesa estão contratos que precisam ser lidos e assinados, pedidos de
empréstimos milionários e outros assuntos envolvendo a banca. Uma das
vantagens de eu ser quem eu sou é que ninguém me subestima e nem se
atreve a me passar a perna no que eu faço, e se tem algo eu não gosto, são as
dívidas, elas podem ser cobradas de duas formas: a forma mais convencional
possível que é através do aumento de juros e a adiçam de outro contrato ou
então a forma de cobrança nada diplomática que é a que mas gosto de
aplicar. Para quem me vê como um dos mais conceituados executivos do
mundo corporativo não imagina a fera que se esconde dentro de mim, foram
anos tentando controlar o que está dentro de mim mas as vezes é necessário
libertar ela para que respire, essa coisa gosta de ver o caus, a violência e
principalmente de subjugar ele se sente satisfeito causando dor e sofrimento.
Do jeito que estou falando é como se isso fosse algo que não tenha
procurado mas na verdade o que mora dentro de mim faz parte de mim, e as
vezes é incontrolável porque ele quer tomar o controle e quando isso
acontece nada de bom acontece e tenho vários exemplos disso. E por causa
disso tive que adotar práticas que me deixassem no controle e que também
satisfaçam a ferra, na verdade essas práticas satisfazem aos dois, por mais
sombrio e perverso que isso possa ser, eu também gosto de infligir dor, sentir
o cheiro do medo gosto quando ultrapasso o limite de dor que minhas
submissas ou qualquer outro ser humano podem aguentar.
O sexo com elas ( submissas ) é o mais violento que possa ser, foder com
a mais primitiva das forças se tornou minha essência. E com meu histórico
no mundo do sadismo e dominação as candidatas a satisfazer meus
"fetiches" estão cada vez mais escassas.
Quando o relógio marca seis da noite arrumo minhas coisas para sair, lá
fora a lua anuncia a chegada da noite, o brilho da maior estrela do universo
ilumina o ponto mais alto de Seattle o Space Needle, Uma das maiores
atrações da cidade. Saio do escritório e encontro minha secretária também se
arrumando para ir embora, passo por ela e sigo até o elevador, já mandei
uma mensagem avisando para meus seguranças que estou saindo. Nunca
gostei de ser vigiado por isso pedi que eles fossem o mais discretos possível,
não gosto de andar sabendo que tem alguém respirando atrás da minha
orelha. No máximo eu suporto ter um motorista, conduzir me deixa
estressado e também não me trás boas lembranças, passam quase sete anos
desde a última vez que segurei num volante.
Assim que chego ao interior da casa tomo um banho gelado coloco uma
roupa e me tranco no escritório, outro negócio precisa da minha atenção
nesse momento. Como nunca gostei de agitação e de interação com outros
seres humanos faço a gerência e controlo de lucros dos meus casinos e casas
de jogos a partir de casa, em cada cidade ou país cujo um estabelecimento
dessa natureza exista escolho um representante para cuidar de tudo e mandar
os relatórios, claro que existe outro pessoal controlando tudo o que meus
representantes andam fazendo, e por isso estou vendo aqui pelos gráficos o
casino localizado em Paris está com sérios problemas, de novo. E quem tem
me trazido esses prejuízos não só monetários como matérias é o maldito do
Dmitri Solotov, membro da máfia russa. Eu não sei se é porque ele é mafioso
que acha que pode fazer e desfazer nos meus negócios e ficar por isso
mesmo, mas logo eu vou mostrar pra ele que não sinto medo de mafiosos.
Leio mais alguns relatórios durante horas, até que um barulho vindo da
janela do escritório chama minha atenção.
— Nada. Eu apenas investiguei e sei que ele é dono de uma das maiores
indústrias de construção de armamento militar e não militar em todo mundo.
E sei que você vai se associar a ele. — Isso sim era confidencial.
— Sim tudo isso é verdade, mas irei apenas te ajudar se você me contar a
razão para Tudo isso. — O conheço muito bem para saber que coisa boa não
virá depois disso.
— Quero que saiba que nesse trabalho você vai matar pessoas influentes,
presidentes e até mafiosos — tomo mais um gole da minha bebida.
Nunca imaginei que perderia meu pai tão cedo, naquele dia nós fizemos
tantos planos. Quando soube que não o veria nunca mais foi como se minha
vida tivesse perdido todo o sentido. Eu fiquei alguns dias em coma e quando
acordei meu pai já tinha sido enterrado, e também recebi uma notícia que
mudaria para sempre a minha vida, os médicos me garantiram que minha
situação era algo reversível, passei por duas cirurgias para reverter minha
deficiência mas nenhuma delas resultou, e no final acabei aceitando que
ficaria assim para sempre, já me conformei, não há muito que se possa fazer,
essa é minha nova realidade agora.
— Ahh Sasha quando você vai parar de chorar hein? ― Saio do meu
devaneio ao ouvir a voz da Avani me advertindo — você está parecendo uma
velha amargurada trancada nesse quarto chorando. Por isso ninguém quer
sair com você, não reclame se um dia Dimitri arranjar um marido barrigudo
e velho pra você. — Suas palavras têm certa satisfação.
— Você sabe muito bem porquê ninguém sai comigo Avani, e Dimitri
nunca arranjaria um marido pra mim sem antes me consultar. — Ela
gargalha de forma bem audível enquanto suas mãos apertam minhas
bochechas.
— Não seja ingénua, nosso querido irmão não é mas o mesmo irmãzinha,
melhor você se cuidar — ela me solta, e anda em direção a saída, graças a
minha nova situação minha audição ficou muito aguçada por isso é possível
ouvir os saltos dela em contato com o piso — e para de chorar porque
ninguém morreu — e então ela finalmente bate a porta.
Tento me acalmar e parar de chorar, não saio pra tomar café porque não
quero ouvir minha madrasta cantar mais uma vez dizendo que estamos
falidos e que eu não faço nada pra ajudar e que nunca vou conseguir arranjar
um marido rico para ajudar a família.
Eu não sei o que aconteceu com o património da nossa família mas desde
que papai se foi as coisas mudaram aqui em casa, de uma hora para outra o
número de funcionários diminuiu, minhas aulas na escola de música também
foram canceladas, certo que eu já não frequentava mais as aulas. Por causa
do acidente meu ano letivo ficou atrasado e como eu estava em período de
negação por causa da minha condição naquele ano não voltei mais para
escola, só no ano seguinte contrataram uma professora particular que me
dava aulas em casa, e foi assim que terminei o ensino médio, o sonho de ir
pra faculdade estudar música se foi no dia do acidente.
Saio do meu devaneio quando ouço uma porta bater bem forte, e sei muito
bem quem é, com a mão tateio a cama em busca do meu companheiro mais
fiel, minha bengala. Ao alcança-la desdobro-a e então me levanto da cama e
começo a andar em direção a porta do meu quarto, com o tempo meus outros
sentidos me ajudaram a decorar onde fica cada cómodo da casa ou como
estão dispostos os móveis, no princípio os médicos aconselharam minha
madrasta a diminuir os móveis da casa para que isso pudesse me ajudar a me
locomover, mas ela não aceitou isso muito bem, por isso foi difícil decorar
tudo, para chegar até o dia de hoje foi preciso derrubar muitos vasos até
chegar a perfeição.
Bem de vagar caminho pelo corredor dos quartos até chegar a porta que
desejava, respiro profundamente e a cada lufada de ar que busco é uma
forma de acalmar a agitação que se encontra dentro de mim. De forma suave
bato a porta uma três vezes, espero uma autorização e nada, bato de novo,
mas não adiantou nada. Seguro na maçaneta fria e a giro até que a porta
finalmente se abre.
Solto um grito de susto após ouvir a voz de uma mulher também gritando.
— Dimit...
— Porra Sasha! — Esse é Dimitri mais uma vez zangado e eu não entendo
o motivo. — Custava bater antes de entrar? — Escuto o farfalhar de roupas e
a mulher resmungar alguma coisa para meu irmão que a seguir responde de
uma forma que parte meu coração: ― não se preocupa ela é cega.
Engulo em seco para tentar reprimir o choro que insiste em querer sair
enquanto meus olhos ardem, sinal de que as lágrimas estam quase saindo.
— Eu só achei que faríamos alguma coisa juntos hoje, mas tudo bem. —
Antes de sair continuo: — só acho que nossos pais não ficariam felizes de te
ver assim e também não ficariam satisfeitos de perceber o quanto estamos
distantes — ouço seus passos quando ele avança na minha direção.
— Que pais Sasha hum? Nós não temos pais, eles nos abandonaram mete
isso de uma vez na sua maldita cabeça — ele praticamente está gritando na
minha cara enquanto meu corpo se encolhe — e para de querer visitar os
mortos, quem disse que eles gostam de receber flores? Você precisa parar de
viver nesse seu mundo cor-de-rosa, nem tudo nesse mundo são borboletas e
unicórnios garota. — Ele bufa e se afasta de mim.
Caminho até a cozinha pra comer alguma coisa, ontem não comi nada e
hoje de manhã não tomei o café da manhã. De repente um vento gélido
passou por mim arrepiando minha espinha e trazendo um forte aperto no
meu coração, tão forte que por um momento esqueço como é respirar. Deus
tomara que seja apenas um prelúdio.
Com meu corpo apoiado na parede do quarto de jogos, aprecio nosso novo
brinquedo, submissa para ser mais delicado. A amarei de costas para mim na
pilastra de madeira em formato de cruz, seus pulsos estão muito bem presos
em um nó muito bem feito com cordas grossas de lã, seu corpo nu está
banhado de suor deixando seu corpo bronzeado ainda mais apetitoso, sua
respiração é pesada e acompanha cada movimento que eu faço pelo quarto
de jogos, suas lindas pernas não param de friccionar uma na outra expondo
sua buceta super molhada, a fera dentro de mim parece gostar da visão, e eu
também. É inevitável não apreciar a visão a minha frente.
Antes que ela pudesse dizer alguma coisa aproveitei que sua buceta estava
bem visível para mim e dei a primeira chibatada nela, não posso negar o
barulho de buceta molhada em contato com o chicote fez meu pau se
contorcer dentro da calça. Dei uma segunda surra na buceta dela e ela gemeu
ainda mais alto.
— Quer gozar? — Pergunto enquanto meus dedos alisam sua bunda, ela
assente quase chorando ― mas não vai gozar. Meninas que gemem sem o
consentimento do seu senhor não merecem isso. Ou merecem? — Ela faz
que não com a cabeça. Sem muita pressa faço com que o nó que fiz desça
mais para baixo para deixar ela ainda mas exposta. Seu corpo treme,
lágrimas e suor se misturam deixando o cabelo dela todo molhado e
espalhado pelo rosto e pelos ombros, e com a mesma calma faço uma única
trança para trás em seus cabelos morenos, nada pode nos atrapalhar.
Solto o chicote no chão e com uma das minhas mãos estímulo o clitóris
inchado até que ela fica tão molhada quanto antes e geme descontrolada.
Apenas desço o zíper da calça jeans e automaticamente meu pau salta duro
como uma pedra, desço a calça até os joelhos, tiro uma camisinha no meu
bolso coloco nele e sem piedade nenhuma meto nela que se contorce ao me
receber. Antes de começar me agacho sobre seu corpo e sussurro no seu
ouvido.
—Você não pode gozar. Você está aqui apenas para nos servir.
Mesmo sentido a agitação dentro de mim tento manter o controle para me
concentrar no trabalho, cada vez mais está difícil me controlar, meus dedos
doloridos me lembram isso a cada cinco minutos que os tenciono, ter esses
ataques que as pessoas julgariam ser de raiva é normal para mim, e ontem
foi um desses dias onde eu literalmente explodi, e se não tiver ninguém por
perto para poder machucar, meu corpo é que sofre, os intermináveis socos
que dei na parede ainda estão bem frescos na minha memória e no meu
corpo. Não lembro exatamente qual foi o motivo que me levou a ter aquela
explosão, na verdade eu raramente tenho motivo para isso. Se eu fosse um
ser humano considerado como normal era só visitar um psicólogo ou alguém
especializado nessa área, mas a educação fodida que recebi não me permite
me abrir e muito menos conversar com ninguém, aquela que foi minha
confidente, se foi e me deixou aqui com essa carcaça dominada por uma
besta. Mas a cinco anos faço uma visita para alguém especializado no ramo.
Assim que entro no carro ordeno ao motorista que pare em um bar mais
calmo possível, pouco frequentado pelas personalidades de Seattle, se tem
algo que não quero nesse momento é um bando de puxa saco me bajulando.
Essa não é uma saída de lazer, vou para uma reunião de negócios, na
verdade saber sobre as dívidas de Dimitri Solotov, esse imbecil continua
pensando que é milionário, o modo de vida que leva não transparece que sua
família está praticamente falida, e ele está abusando da sorte, fazendo
empréstimos descabíeis, fazendo uso fruto de todos os benefícios que meus
casinos podem oferecer, e pelo que eu soube ele não só fez uma dívida
enorme no casino de Paris mas em Roma também, mas isso não vai ficar
assim.
— Em todos esse tempo que ele vem jogando e usufruindo dos meus
serviços o que ele deixou como garantia? — Eu sei muito bem que clientes
como ele optam pelos jogos ilegais que mantenho nos meus cassinos, lá
mesmo não tendo um tostão se você perder a casa se responsabiliza em
pagar aos outros jogadores caso dê como garantia algo equivalente ao valor
que irá emprestar, digamos que funciona como um banco.
— A mansão da família. É uma majestosa propriedade, uma construção
que data desde o século dezanove, a casa está em condições ótimas se
localiza a leste de São Petersburgo numa região isolada, é rodeada por uma
linda vista da flora e do mar báltico. — Parece interessante, preciso conhecer
essa propriedade de perto para poder saber se vale ou não apena.
Respiro fundo e fecho os olhos, não posso ter uma ataque de raiva agora,
não é conveniente para mim e muito menos para o motorista. Mas está cada
vez difícil controlar isso quando penso em coisas que me desagradam.
— Chame Dimitri Solotov. E fale para ele que tem um minuto para vir
falar comigo. — Quando lanço meu pior olhar a elas me olham espantadas e
com medo imediatamente saem da minha frente. Comunicação e paciência
são outras coisas que definitivamente não fazem parte de mim, não entendo
a necessidade de trocar palavras desnecessárias com pessoas que mal
conheço e que pelo olhar deu para notar que são duas mulheres na guerra a
procura de um homem rico para sustentá-las. Uma das funcionárias me leva
até uma sala .
— Senhor Parker — não preciso me virar para saber que o dono dessa voz
cheia de si pertence a Dimitri Solotov. — Não esperava por sua visita. —
Finalmente me viro para encara-lo sua mão está estendida para mim, o
ignoro completamente, é um homem com pouco mais de m metro e setenta e
cinco de altura bem abaixo da minha altura, sua cara acabada não condiz
nada com os vinte e sete anos que tem. O álcool e as drogas estão acabando
com ele. Depois de algum tempo o analisando resolvo me pronunciar.
— Já deve imaginar que minha visita aqui não é nada cordial. — Seus
dedos agitados e a expressão facial denunciam que ele sabe muito bem o
motivo da minha visita, aprendi muito bem a interpretar as expressões faciais
das pessoas mesmo não sendo muito comunicativo — olha eu não sou
mafioso como você, e não me interessa em nada fazer parte de uma máfia,
mas apesar de tudo eu gosto de recorrer às mesmas formas de cobrança de
dívidas. Você está me devendo milhões senhor Solotov.
Fiquei o tempo todo com as mãos nos bolsos da minha calça nem me dei o
trabalho de sentar, meu segurança entra com os papéis e entrega nas mãos
dele que imediatamente se senta e começa a ler os documentos. Se o diploma
dele for realmente autêntico ele vai entender tudo o que está nesses papéis
sem precisar que alguém o explique nada. Enquanto ele continua lendo eu
me viro para janela que dá acesso ao lado de fora da casa, e um cómodo
chama minha atenção, ele tem uma parede totalmente de vidro, e pelo que
vejo o interior é totalmente branco e com alguns toques femininos, tento ver
se tem alguém dentro mas não tem ninguém, faz muito tempo que não fico
tão intrigado com algo como agora.
— Você procurou isso. Claro que você e sua família não vão sair daqui
sem nada, eu vou dar mais alguns milhões para que possam se estabelecer
em outro lugar — ele parece chocado. A realidade parece o pesar demais e
seus olhos transparecem algo que não consigo decifrar.
— Tem que haver outra saída. Não posso entregar a casa da família assim.
É a única coisa que nos resta — ele se levanta e começa a andar de um lado
para o outro.
— Não vim aqui saber o que a casa significa ou não para você, negócios
são negócios, deveria ter pensado nisso antes de se transformar num viciado
em jogos. Ademais você colocou essa propriedade como garantia e... — de
repente a melodia mais calma e triste que alguma vez ouvi na vida soa pela
sala tirando toda minha atenção, até o desgraçado a minha frente está
ouvindo e está de boca aberta — de onde vem isso? — Ele me olha
espantado e com medo, mas algo em mim insiste em querer continuar
escutando, e pela primeira vez eu não me entendo até a ferra dentro de mim
parece estar confusa. — Perguntei de onde vem isso porra! — O seguro pelo
colarinho e o aperto sobre a parede. Seu medo aumenta quando meu olhar se
concentra naquele cómodo de antes, mas agora a porta na parede de vidro
está aberta e por isso o som está tão audível.
Quando finalmente estou em frente a quele lugar que pelo que vejo é um
estúdio de música, meus olhos se arregalam e uma energia eletrizante
percorre todo meu corpo principalmente uma parte específica dele. Aqueles
olhos, nunca vi nada igual, são tão perfeitos, olhos que me instigam a querer
saber seus pensamentos enquanto toca o piano. Mesmo estático aprecio
aquela coisinha pequena tocando aquela melodia com aqueles dedos finos,
ela domina tanto o piano que toca com perfeição.
Ela parece um anjo ali sentada vestida com um vestido branco que realça
suas poucas curvas, mas ela não parece um anjo porque ela é um anjo, o meu
anjinho. Me aproximo mais para sentir o cheiro do seu perfume doce, sua
pele é tão branca como a neve e seus cabelos negros são a perfeição, ela está
absorta no próprio mundo que não parece fazer parte desse mundo destruído.
Ela será minha. A observo por mais algum tempo até que sinto a presença
do irmão atrás de mim, ela também parece notar minha presença por isso
para de tocar o piano.
— Quem está aí? — Como não percebi isso antes? Seus olhos estão
sempre fixos num único lugar porque ela é cega, mas isso não muda os meus
planos.
— O quê? Você não vai ficar com minha irmã, sei muito bem que você
tem um jeito peculiar de tratar as mulheres. Minha irmã não será mais uma
vítima sua. — Fecho os olhos e respiro fundo para não fazer nenhuma
loucura.
— Você não pode fazer isso. Não pode levar minha irmã, ela é deficiente
visual e precisa de cuidados que só a família dela pode dar — eu posso
imaginar muito bem que tipo de cuidados eles dão a ela, aquele olhar triste e
desolado diz tudo sobre como são as coisas nessa casa. De certa forma ela
não viverá os melhores momentos comigo, mas o instinto de posse me
dominou no momento que a vi. E em pouco tempo aquele serzinho acendeu
uma pequena faísca em mim, e por mais que eu seja um fodido isso é mais
forte que eu.
— Me diz uma coisa Dimitri. Você quer entregar essa propriedade a mim?
— Indago enquanto a surpresa surge no seu rosto. Apesar de tudo o
desgraçado estima a irmã senão ele não seria tão protetor assim com ela. —
Estou esperando.
Se não posso tirá-la daqui do meu jeito então vou apelar por outro
caminho nada honrado, se bem que de ambas partes não existe nenhum
resquício de honra.
— Qual proposta?
— Eu vou perdoar a sua dívida. Vou pagar qualquer outra dívida que
tiverem com um banco ou uma pessoa singular, vocês receberão uma
mesada suficiente para pagar as despesas da casa e os salários dos
empregados. — Depois de ouvir minhas palavras seus olhos brilham ao
constatar que posso resolver todos seus problemas, mas do mesmo jeito que
a euforia transpareceu em menos de dois segundos seu rosto mudou para
preocupação, apreensão e medo. Não culpo ele, deve imaginar muito bem o
que eu vou querer em troca.
— Sim você sabe. É ela que eu quero, não ouse negar porque estou te
fazendo um favor ao propor tudo isso. Mesmo que você me negue eu vou
levá-la a força. — É impressionante que em menos de uma hora eu tenha
ficado tão obcecado por ela.
— Não posso fazer isso. Tudo bem que não tenho sido o melhor dos
irmãos. Mas você está me propondo que eu venda a minha irmã. Isso vai
muito além de tudo o que eu me transformei. Minha irmã é inocente e
deficiente visual, eu posso ser um filho da puta mas nunca a entregaria para
um cara como você. — Solto um suspiro alto suficiente para reverbar na sala
inteira.
— Você não está em posição de negar nada. Fique sabendo que se não for
você a me dar ela outra pessoa fará.
— Como assim?
— Tudo bem já entendi. Cara minha irmã não tem noção do que é viver
com caras fodidos como você. Se quiser ficar com minha irmã eu exijo uma
condição — como já imaginava.
— Quero que se case com ela. Você não vai usar minha irmã e depois
descartar ela — como se eu realmente fosse fazer isso, ela é minha desde
que a vi até eu parar de respirar. — Ou você casa com ela ou não tem
negócio.
Ninguém machuca meu anjo e fica por isso mesmo, sei que a vou
machucar mas enquanto puder a proteger e a defender de mim mesmo
também farei. Porra o que essa menina tem que me faz agir assim?
Algumas horas antes
Meu irmão mudou tanto desde a morte do nosso pai, não nego que bem
antes disso ele já era meio distante mas o ocorrido de a cinco anos atrás o
deixou completamente mudado, e por mais que ele negue sei que a morte do
nosso pai também o afetou fortemente, nosso pai era um homem que deixava
marcas por onde passava era um grande empresário e apesar do pouco tempo
ele fazia de tudo por nós.
Com cuidado procuro por meu celular encima da cama, preciso saber que
horas são, por causa da minha rotina eu levanto muito cedo, bem antes que
todos os outros. Me custa admitir isso mas eu já estou ficando entediada com
essa minha rotina. Deixo o livro por cima do criado mudo enquanto meu
celular programado para pessoas como eu me indica as horas, são oito horas
da manhã.
Com a ajuda da bengala chego até o banheiro, tiro meu pijama e entro de
baixo do chuveiro que joga sobre mim jatos de água quente, com tudo
calculado milimetricamente lavo meu cabelo e esfrego meu corpo, que até
hoje para mim é muito estranho não poder saber de que jeito ele está agora,
sei que sou magra, mas não tanto, meus cabelos são negros desde pequena
nunca cheguei de pintar eles. De banho feito passei uma loção com essência
de morangos, desde pequena sempre gostei de pequena e até hoje isso nunca
mudou.
No meu closet busco por roupas íntimas e um vestido para vestir. Graças a
umas das poucas funcionárias que restou na casa minhas roupas estão
organizadas de modo que seja fácil achar tudo que eu precisar, visto minha
roupa íntima e depois o vestido ligeiramente rodado com altura até o joelho.
Em meio a tudo isso a única coisa que me deixa feliz é saber que posso
cuidar de mim mesma sem precisar da ajuda de ninguém, foi um ganho
quando eu finalmente parei de depender de alguém para fazer as coisas
básicas, como por exemplo cuidar da minha própria higiene.
Por causa da minha lentidão me arrumando tive que tomar meu café da
manhã sozinha, o que já é um costume para mim, hoje sendo sábado todos
devem ter saído para se distrair e provavelmente Dimitri nem irá voltar hoje,
desde o dia que entrei no quarto dele daquele jeito a dias atrás, nós ainda não
falamos, ele nunca está em casa e quando está ele fica trancado no quarto e
fico com medo de atrapalhar ele por isso agora eu evito ir para lá.
Fiquei tão absorta tentando decifrar essa pessoa que se quer pronunciou
uma palavra e nem percebi que não estava mais tocando, eu finalmente tomo
coragem e pergunto: ― quem está aí?
Dimitri responde e diz que está com um amigo e que já estavam de saída,
ele nem me deu tempo de perguntar de quem se tratava. Eles foram embora e
eu fiquei aqui sentada ainda sentido essa sensação estranha, e saber que
nunca descobrirei quem era o homem que me observava me fez voltar a
firmar os pés na terra, não posso sonhar tão alto.
Esse era o plano, ou pelo menos alguns deles, pena que nem tudo o que
desejamos está a nosso alcance, principalmente quando a vida resolve trazer
mudanças drásticas. Fico imaginando como seria minha vida hoje em dia se
meus pais estivessem aqui comigo e com Dimitri, sem dúvidas seríamos uma
família feliz e unida, talvez até seríamos como qualquer outra família,
seríamos normais.
— Obrigada!
— Que assunto ele vinha tratar com Dimitri afinal? Eles ficaram horas
trancados, na sala de visitas e depois no escritório. — Será que serão falando
do homem estranho que me observava enquanto tocava piano? Nunca vou
esquecer aquela presença sombria.
— Bem que a Sasha podia vender aquele piano, que com certeza deve
custar uma fortuna — o quê?
— Não posso fazer isso, eu sinto muito. Aquele foi um presente do papai
e para mim ele está muito além de valores monetários.
— Mas você nem toca ele garota. A gente aqui nos privando de algumas
coisas básicas sendo que você tem uma relíquia de mais de um milhão de
euros guardada naquele seu estúdio ― eu sabia que esse piano devia custar
muito caro mas, não sabia que era tanto.
— Está decidido nós vamos vender o piano. E não vamos discutir mais
esse assunto.
— Não por favor não façam isso — falo já com lágrimas nos olhos e uma
grande tristeza — a gente arranja outro jeito, mas o piano não, eu imploro —
Natasha grita comigo e me manda sair da mesa e ficar no meu quarto.
Realmente será inútil discutir, minha única esperança é que Dimitri interceda
por mim.
Cansada de implorar me levanto para me retirar, assim que abro a porta do
quarto me jogo na cama e os soluços que segurei na mesa saem bem
audíveis, tão audíveis que qualquer um me ouviria, mas não mudaria nada
porque ninguém viria me consolar. Assim como das várias vezes que chorei
eu própria me consolo e me conformo com a vida e o tratamento que recebo,
pelo menos eles ainda não me mandaram embora e muito menos me casaram
com aqueles homens nojentos da máfia.
De repente sinto um arrependimento tão grande, por ter ficado todo esse
tempo sem tocar e agora que eu estava decidida a tocar de novo, o último
presente que meu pai me deu com tanto amor, uma das únicas coisas que me
fez lembrar do aniversário mais feliz e triste da minha será retirado de mim.
— Desculpa papai, por não conseguir manter a promessa de tocar para
sempre — choro convulsionamente enquanto me encolho na cama e aperto o
colar que ele também me deu no aniversário. Quando acho que minha vida
finalmente podia ter um significado de novo tudo não passa de ilusões,
apenas ilusões que uma garota cega pode ter, só isso. Passei o dia todo na
cama chorando sem parar, chorei até minha cabeça começar a doer e
finalmente meu corpo se entregar ao cansaço.
Não sei quanto tempo dormi, quando acordei o relógio indicou que já
eram seis da tarde. Por causa do péssimo dia que tive decido não sair para
jantar, tomo um banho e visto um pijama confortável. Sentada em frente a
janela - que é o meu limite, pois a porta que dá acesso a sacada está trancada
por precaução - aprecio o som maravilhoso das ondas do mar, lá fora os
grilos já anunciam a chegada da noite.
— Custa você deixar pelo menos um abajur ligado? Não sei como
consegue ficar nessa escuridão e você aí sentada está parecendo uma morta
viva — eu não sei se das vezes que a Avani faz comentários do tipo é porque
ela esquece que sou cega ou simplesmente é por maldade que ela fala essas
coisas para me deixar ainda mais para baixo.
— Não preciso deixar nada ligado Avani, eu sou cega. O que você quer?
— Me admiro comigo mesma por falar desse jeito com ela.
— Então é assim? Sua querida irmã vem saber se você está bem e é assim
que me recebe?
— Desculpa! — Também não sei o que me deu para falar daquele jeito
com ela.
— É mentira ele nunca faria isso comigo. Você só está falando isso para
me atormentar. Não acredito em nenhuma palavra sua, por favor sai do meu
quarto — me arrasto até a cabeleireira da cama me encosto nela.
— Problema seu se acredita ou não. Para mim a única coisa que importa é
saber que não ficaremos na pobreza. Nem entendo o que esse cara viu em
você, mal sabe o que é um pau — não dou atenção a suas palavras continuo
sentada na mesma posição, travando uma batalha entre acreditar na Avani ou
na honra distorcida que meu irmão demonstrou sobre mim.
— Dimitri!
— Sasha! Você não estava dormindo? — Se tem algo que aprendi todos
tempo que não pude ver as expressões faciais da pessoas foi saber interpretar
a voz delas, o timbre, a dicção e até a própria formação das frases, se
gaguejam quando falam. Isso me ajuda a saber mais ou menos se estão
mentido para mim ou não. E pelo jeito que a pergunta do meu irmão soou eu
logo senti que tem algo de errado nem mesmo quando abriu a porta ele me
recebeu daquele jeito raivoso de sempre.
— Dimitri por favor, pela memória do nosso pai me jura que tudo o que
Avani disse são apenas calúnias contra você. Me fala que tudo aquilo são só
mentiras por favor — passo a mão em frente da outra, é sempre assim
quando fico nervosa ou ansiosa, e nesse momento os dois me dominam.
— PORRA! — não não não. As lágrimas que eu não iria que viessem
nesse momento transbordam por meus olhos, pois essa demonstração de
raiva extrema que ele está tendo significa que tudo aquilo que eu mas temia
é verdade sim — eu vou matar a Avani. Sasha me deixa explicar...
— Não me toca. O que eu te fiz para fazer uma coisa dessas comigo?
Dimitri por favor não faça isso comigo, não destrua minha vida. Eu não
quero me casar com um estranho te imploro.
— Sinto muito irmãzinha. Eu também não queria que fosse assim, mas
aquele desgraçado me encurralou e jurou se eu não permitisse que se você
não fosse por bem com ele, te levaria a força. Eu me endividei até o pescoço,
e ele usou isso contra mim. Eu dei nossa casa como garantia, mas quando ele
viu você ele não quis mais a casa e sim você — sinto meu mundo cair sobre
meus pés e um bolo se formar na minha garganta, isso está mesmo
acontecendo?
— Porra Sasha? Nunca passou pela minha cabeça te entregar desse jeito...
Ele parece se controlar para não proferir a palavra que eu sei que ficou
instalada no garganta.
Sem falar mais nada saí do quarto dele aos prantos, me perguntando o que
eu tinha feito de errado para merecer tudo isso.
Lembrar daquele homem faz meu corpo estremecer, não quero imaginar o
que fará comigo quando nos casarmos. Eu nunca beijei antes nunca tive um
namorado, eu não sei nada sobre relacionamentos e muito menos faço ideia
de como é dividir confidências ou intimidades com o sexo oposto. Entro no
meu quarto e me jogo na cama enquanto as lágrimas grossas jorram por
meus olhos.
Suspiro e passo minhas mãos também suadas no meu cabelo, eu sabia que
aquele tempo de um sono tranquilo ia me custar isso, mas uma madrugada
acordado até o sol espreitar no horizonte. Me levanto da cama e tiro a camisa
a largando de qualquer jeito na mesma, caminho até a porta que dá acesso a
sacada e saio para me esgueirar na espreguiçadeira, olho para o exterior da
mansão e apenas vejo escuridão, e não tinha como ser o contrário pois o
relógio marca um quarto para as quatro da manhã.
Já me acostumei com isso o pouco tempo que consigo dormir se meu
passado me perturbando é suficiente para descansar o cérebro para no dia
seguinte eu estar mais ou menos vivo para o trabalho.
Sem escolha estico minha mão até alcança-lo, frio exatamente como todos
os que estão por trás dele, atrás do cartão estão escritas apenas coordenadas
geográficas e sei que isso significa que preciso me locomover até o local
descrito do em forma de código. Porra, faz anos que não me meto nessa
merda desde a morte do meu pai, o desgraçado é que me meteu em seus
jogos sujos, desde então me afastei da GENISIS, uma organização secreta
cujo principal objetivo é manipular, controlar e dirigir os eventos históricos
mundiais do mundo inteiro que acham conveniente para a população
elitizada da humanidade.
Faz muito tempo que perdi o medo deles, eu era um maldito covarde
masoquista que aceitava os maltratos, torturas psicológicas e físicas do
próprio pai, segundo ele queria me tornar um homem distinto, para ele eu era
um fraco e ele precisava me preparar para assumir dar o império da família e
foi assim que ele meteu naquele mundo. Sei que se procurar saber como esse
cartão veio parar aqui ninguém vai me responder, afinal de contas eles agem
de forma meticulosa como uns malditos fantasmas, nunca vou me cansar de
procurar meios de destruí-los antes que tornem esse mundo ainda mais podre
do que já é.
— Seu pai tinha algo que nos pertencia e agora queremos de volta. Na
verdade ele armou nos trair e pretendia fazer isso revelando nossa identidade
e o que fazemos — Seu sotaque britânico reverba no ambiente.
— Não sei o que é e nem me interessa saber. Podem procurar na casa dele,
mas se estão me procurando deve ser porque não acharam.
— Acreditamos que tenha deixado com você ou num dos cofres do seu
banco. ― Malditos filhos da puta.
— Façam o que quiserem não irei gastar meu tempo com isso — me
aproximo deles — nunca mais entrem em contato comigo e muito menos se
metam no meio do meu caminho. Assim como vocês, eu também tenho
minhas armas. — Dou as costas a eles caminhando em direção á saída.
— Não pode se livrar da sua natureza. Você nasceu para grandeza — não
dou atenção nenhuma para suas palavras, depois de anos nunca pensei que
voltaria a enfrentar esse caras de novo. Enquanto caminho em direção ao
carro trio meu celular e logo para pessoa capaz de me ajudar com isso.
Depois de dois toques ele atende.
— Eles voltaram!
Sempre achei que nada nunca ia superar a dor que senti quando perdi meu
pai ou quando descobri com apenas dez anos que minha mãe me abandou
ainda recém nascida, até esse momento, até o dia que meu irmão achou que
era meu proprietário e resolveu me vender. Desde aquele dia minha mente
não para de processar sobre o ocorrido, eu ainda não estou conformada, e
juro que se houvesse uma forma de fugir de tudo isso eu fugiria para bem
longe de todos. Meu coração foi despedaçado pela grande decepção que meu
irmão me fez sentir quando com a voz mais fria disse que eu ia me casar
para salvar a fortuna da família. Se ele realmente não quisesse me entregar
sem dúvidas ele teria contactado a máfia. Mas como até a organização é
repleta de machistas e oportunistas tenho certeza que me entregariam para
meu futuro marido de qualquer jeito.
Tento engolir o choro que está por vir, mas é impossível quando na sua
cabeça passam as diferentes formas de ser infeliz ao lado de um homem que
não se ama. Um nó se forma na minha garganta e se estende até a boca do
estômago, seguro naquela região com a intenção de aplacar os tremores que
se espalham por meu corpo, mas é impossível, em segundos meu corpo todo
está tremendo e de meus olhos transbordam lágrimas de dor, medo e
incerteza do que virá e será minha vida a partir de hoje.
Eu mal tive tempo para digerir a notícia de que fiquei noiva quando como
uma facada brutal Dimitri me informou que eu me casaria em três semanas,
foi aí que minha paz acabou de vez, porque minha cabeça por mais que eu
tentasse não parava de remoer meu destino na minha cara. Três semanas se
passaram, e nesse tempo minha vida se resumia em pensar na chegada desse
maldito dia. Por causa da dor eu amaldiçoei meu próprio pai por ter morrido
e me deixado nesse mundo sozinha, porque se ele estivesse aqui sem dúvidas
nada disso estaria acontecendo, estaríamos juntos e felizes tal como ele me
prometeu naquele fatídico dia.
— Querida não chore! — não sei quem é essa mulher só sei que ela faz
parte da equipe que vai me arrumar para o abate ― venha vamos tomar um
banho relaxante na banheira, já preparei tudo para você — sem parar de
derramar uma lágrima se quer segurei na mão dela e juntas caminhamos,
provavelmente estaria me levando até o banheiro.
Assim que entramos no cómodo eu não sabia o que fazer, aqui não é a
minha casa onde eu já sei onde fica cada cómodo e cada objeto, saio do meu
devaneio quando sinto as mãos de alguém no nó do robe feito de seda fina
que estou usando. Imediatamente me afasto.
Meus pensamentos são cortados quando ouço alguém bater a porta, faz
tempos que estou aqui sozinha. Todos saíram depois de me elogiar e desejar
felicidades.
O medo e nervosismo que sentia antes pioraram, porque estou cada vez
mais perto da minha prisão, o choque da realidade me faz derramar algumas
lágrimas.
— Por favor Dimitri, fala para esse homem que eu não quero me casar.
Fala para ele que pode ficar com tudo o que quiser, e que nem que leve a
vida toda nós pagaremos a dívida caso a nossa casa não seja suficiente para
pagá-lo, por favor, eu te imploro. Não me abandone irmão — sinto seus
dedos frios limparem minhas lágrimas com delicadeza.
Meus pés, que calçam uma sandália rasa sem salto entram em contato com
a grama fofa do jardim, as sandálias foram a única coisa que eu pedi, porque
não haveria de conseguir andar naqueles sapatos de salto alto, nunca tive o
costume de usar salto, a minha deficiência também não ajuda muito.
Após uma hora, fui comunicada que já estávamos de partida. Eu não sei se
teríamos lua de mel, mas para um homem como ele essas coisas devem não
lhe interessar em nada. Sua mão grande e fria segurou a minha e juntos
caminhamos até o carro. Vinte minutos depois estávamos dentro de um
avião.
Sentada na poltrona lembrei que minha amiga Yeva não pôde comparecer
ao meu casamento pois nesse momento não se encontra nos Estados Unidos
- país onde ela está estudando - mas prometeu que assim que regressasse
viria me visitar.
A viagem está demorando tanto, faz uma hora que decolámos, era suposto
essa viagem levar menos de uma hora, e como meu marido parece não ser
adepto do diálogo eu fico com receio de perguntar para onde estamos indo.
Estou muito cansada e meu corpo está começando a reclamar através do
sono, tentei me manter acordada porque não confio nesse homem para saber
se não faria alguma coisa comigo, mas final ele estaria em completo direito
de uso.
Está tão quente que posso sentir as chamas começando a consumir meu
corpo, o fogo deve estar bem forte porque posso ouvir o encriptar das
chamas. A dor e a agonia são dilacerantes.
— Que bom que acordou! — Meu Deus, foi ele que tirou minha roupa?
— Sim fui eu quem tirou seu vestido. Agora somos marido e mulher e
tenho todo o direito de fazê-lo. — Sua voz está distante o que indica que está
em algum canto me observando, pois sinto todo meu corpo esquentar.
— Em Paris! — Ele foi categórico com sua resposta, sem abrir espaço
para troca de mais algumas palavras ou perguntas, ouço seus passos pelo
local que acho que deve ser o quarto até sentir a cama em que estou afundar
— está na hora de consumar o casamento anjo!
Paris, França
Após ouvir aquela frase dita por ele de forma nada romântica, meu corpo
todo começou a tremer e minha mente estava processando mil formas de
fugir de tudo isso ou então acordar desse pesadelo que minha vida se
encontra, quando a essência do seu perfume domina todo ambiente e
principalmente indicando que se aproxima de mim minha respiração se torna
descompassada, irregular e a cada busca pelo oxigénio minha boca se abre
libertando o ar, eu sei que não vou escapar disso, eu sei que ele está me
observando como o predador que é, e está só esperando o momento certo
para atacar e me devorar como um coelho assustado.
A cada vez que a cama afunda e seu perfume se torna parte do ar que
respiro eu me afasto, já é impossível respirar apenas pelo nariz a tensão é
tanta que agora a boca é que está incumbida de exercer essa função, é como
se eu tivesse corrido uma maratona, meu peito aquece e começo a sentir
meus poros expelindo o suor na testa. Minha respiração ruidosa é o único
som que ouve no ambiente, essa é a parte do casamento que menos pensei
nas últimas três semanas mas agora sendo a presa dele estou vendo que
deveria ter tomado isso como prioridade nos meus pensamentos.
Quando minhas costas batem na cabeceira da cama como um soco forte, a
realidade me mostra que não tenho mais saída, não há escapatória para isso,
eu fui vendida e meu dono tem todo direito de fazer o que bem entende
comigo.
Sinto seus dedos quentes acariciando minhas bochechas lentamente
enquanto sobem até meus lábios entreabertos, um dos dedos circunda o
formato dos meu lábios e depois se afasta. Desde que nos casamos eu
percebi que diálogo é algo ele evita esporadicamente, não preciso vê-lo para
saber que é um homem silencioso, sombrio e também posso dizer sofrido, eu
sinto que tem alguma coisa nele que não está bem.
— Não precisa ter medo anjo! — Sua voz assombrosa me tira do meu
devaneio — eu vou te foder tanto menina, você não imagina o tamanho da
tesão que sinto por você, meu anjinho — ele toca meu cabelo enquanto inala
meu perfume no pescoço, estou meio deitada então isso facilitou — nós
estamos loucos para sentir você e seu sabor feminino. — Nós?
Entro em desespero total após ouvir isso, será que para além dele terei de
me envolver sexualmente com mais alguém? Como se percebesse meu
espanto ele volta a falar.
Beijos lascivos e estalados são espalhados pelo meu pescoço, Deus o que
é isso que estou sentindo?
Eu não devia sentir essas coisas, me sinto tão suja. Minhas mãos largam o
lençol no qual estão fechadas em punhos.
— Seu perfume é tão doce anjo — sinto as carícias feitas pelo seu nariz na
curva do meu pescoço e pequenos gemidos involuntários saem da minha
boca, e isso o deixa satisfeito pois ouço seu sorriso. — Sei que você é
virgem, por isso hoje faremos tudo a moda antiga, sexo baunilha, mas depois
disso eu te ensinarei muitas coisas, depois de tudo você vai mergulhar no
meu mundo com total entrega e submissão, por bem ou por mal.
Não entendo o que essas palavras significam, por isso continuo calada.
Quando menos espero a alça da camisola desliza pelo ombro e sei muito
bem o que segue, seus lábios seguem para essa região desnuda do meu corpo
enquanto sua barba que deve ser enorme também espalha sensações no meu
corpo, seus lábios esmagam meu ombro desnudo enquanto uma de suas
mãos continua apertando minha cintura, o percurso que os lábios fazem até
minha boca é tão rápido que não tive tempo para respirar, o que começou
num beijo casto e calmo se transforma em algo extremamente selvagem,
minha mão segura em seu peitoral com intuito de o afastar porque está se
tornando difícil respirar, quando minha mão entra em contato com a pele do
peitoral uma energia vibrante se espalha por todo o meu corpo. Em poucos
minutos estou experimentando diferentes sensações que nunca antes tinha
sentido. Ele parece ser bem musculoso e bem a grande, oh meu Deus!
Imediatamente me afasto de seu toque mas isso não durou muito porque
me segurou com mais possessividade e me colocou sentada na cama.
Quando ele finalmente largou meus lábios mal tive tempo de falar alguma
coisa e minha camisola foi totalmente retirada do meu corpo, meu corpo se
arrepia todo quando o vento fresco da cidade parisiense entra em contato
com minha pele. Meus seios enrijecidos são esmagados pelos lábios do meu
marido, deixando eles com uma dureza ainda maior, já se tornou impossível
segurar os gemidos, minhas pernas são abertas com brusquidão, antes que eu
pudesse protestar ele já estava no meio delas segurando minhas coxas
firmemente, sinto seu membro encostar na minha virilha e isso me deixando
ainda mais em brasa pois por conta própria meu corpo procurava um alívio
que nem eu mesma conhecia.
Meu quadril remexe se esfregando cada vez mais rápido naquele membro
que eu devia repudiar.
Quando ele se afastou, dos meus lábios saiu um protesto mais que audível,
não sei o que ele está fazendo mas ele parece estar procurando algo.
Quando finalmente voltou para cama segurou meus pulsos e sem minha
autorização os amarrou no alto da minha cabeça com algo que parecia uma
corda. Sinto uma pontada de medo e com isso tento me soltar, mas é
impossível, porque os nós foram muito bem feitos.
— O-o que vai fazer comigo? — Mesmo com medo essa maldita
excitação não se acalma.
Mordo os lábios para tentar abafar os gemidos e aperto minas pernas pois
estou com vergonha demais para fazer o que ele manda, sinto um tapa
estalado na lateral da minha coxa, não doeu mas me assustou. Sua voz
estrondosa como um trovão mandou: ― abre elas! Agora.
Isso não foi um pedido e sim uma ordem, tentei não fazer o que ele
mandou mas meu corpo traiçoeiro o obedeceu. Ouço seu rosnado após abrir
ligeiramente as pernas. E imediatamente sinto meu corpo ser puxado ainda
na mesma posição.
Após uns trinta segundos minha mente volta a si, e minha respiração
também volta ao normal. Eu fiquei tão entorpecida que só agora percebi que
meu pulsos foram soltos, o relaxamento é tanto que eu mal me mexo. Meus
Deus o que eu fiz? Agora esse homem vai ter mais motivos para achar que
eu compactuei com tudo o que envolve esse casamento errado.
Sem ligar para minha nudez me viro de lado e começo a chorar.
Sentado na poltrona ao lado da cama saboreio o whisky com gelo
misturado com o sabor delicioso do meu anjo. Ela continua deitada na cama
provavelmente ainda se recuperando do intenso orgasmo que acabou de
sentir. Seu corpo é tão sensível e sei que em pouco tempo ele irá reconhecer
meu toque como o dono dela.
Me levanto e caminho até a cama, retiro a única peça de roupa que estou
vestindo, uma calça moletom, largo ela de qualquer jeito no quarto enquanto
o desejo cresce dentro de mim. Meu membro está feito uma rocha apontado
para seu pequeno corpo trémulo, estou tão duro que não duvido que sou
capaz de a foder até o dia amanhacer, uma vibração se espalha no meu corpo
ao imagina-la amarada num dos meus postes de açoite com seu corpo cheio
de marcas feitas por um dos chicotes da minha extensa coleção.
Sem precisar da sua autorização e pouco me importando com seu choro,
toco os seios pequenos e roliços que se tornaram a minha parte favorita no
seu corpo. Ela solta um suspiro baixo e não fala nada, ela não precisa falar,
seu corpo já diz tudo, ela sabe que já sou seu dono em todos os sentidos.
— Você é minha anjo, minha! — Ela não tem mais escolha, ou ela me dá
tudo de si ou então a arrastarei comigo.
Minha consciência desperta fazendo meu corpo vibrar ao sentir aquele
corpo pequeno enroscado nos meus braços enquanto sua cabeça descansa no
meu peito. Depois de tantos anos é difícil acreditar que finalmente tive a
oportunidade de desfrutar de uma noite tranquila de sono sem súbitas
surpresas. Durante muito tempo eu não soube o que era isso, esse privilégio
me foi tirado a seis anos atrás, numa inesquecível noite. Olho as horas no
celular e ele marca nove horas da manhã, muito mais tarde do que
imaginava. No meu estado normal a essas horas eu já teria esquecido que
tinha dormido.
Apesar das horas o quarto de hotel está num breu devido as cortinas de um
verde escuro que ainda permanecem fechadas. Um suspiro baixinho do meu
anjinho chama minha atenção, ainda com sua cabeça encostada no meu
braço contemplo seu rosto, que mostra o quanto ela dorme serenamente, seus
cabelos espalhados e os lábios finos entreabertos. Ela deve estar mesmo
muito cansada, mas com toda razão.
Primeiro por causada da longa viagem de Washington para cá, e foi um
voo direto sem nenhuma escala. Quando chegamos em Paris o relógio
marcava meia noite, obviamente que não esperei a porra da festa terminar,
saímos muito mais cedo, o casamento se realizou numa das enumeras
propriedades da família, e foi do jeito que solicitei sem muita gente e sem
muitas cerimónias.
Quando chegamos ela já dormia então não foi difícil a tirar da aeronave e
trazê-la para o quarto, ela não pesa quase nada e o sono dela é muito
profundo.
Ela também não fica atrás, por ser cega seus outros sentidos ficaram mais
apurados, principalmente o tato ela é muito mais sensível em alguns pontos
do corpo, o que mais me deixa duro é ver sua carinha e seus olhos lindos
revirarem enquanto goza chamando por mim. Quando meu nome sai da sua
boca eu fico tão duro, minha mão esquerda acaricia sua cintura e aperto a
região pois a ereção matinal está maior que nunca, sei que ela já está
acordada só não mostra isso pois está com vergonha.
Aprecio seu delicado corpo, um corpo que revelou vários segredos com
apenas alguns toques. Seus seios são redondos e menores, apesar de magra
ela tem as curvas certas para deixar qualquer um louco de desejo, mas eu
serei o único privilegiado a toca-la.
— Tenho boas e más notícias, mas isso depende de como você define boas
e más notícias. — Merda.
— Estou ouvindo!
— Não mais que eu. Agora mais do que nunca eu quero destruir eles,
transformar essa organização que eles tanto exaltam, em pó. Eles foram
longe demais ao me procurar depois de tantos anos. Descobriu o que eles
tanto procuram? — Apesar de não querer nada que envolva a GENISIS eu
preciso saber o que ela tanto queriam comigo.
A seis anos eu jurei naquele túmulo que esses desgraçados iam pagar, e
quando finalmente se silenciaram por tanto tempo. Eu sou um fodido morto
vivo pois por dentro eu estou morto e se meu corpo ainda vaga por aí é só
porque não sou covarde o bastante para ceivar meu suspiro. E a volta deles
significa mais destruição e morte, é só isso que o mundo pode obter deles.
As pressas entro pela porta pela qual saí e me deparo com Sasha parada de
olhos arregalados enquanto os restos de um vaso estão espalhados pelo chão,
a passos largos caminho até ela e ordeno que não se mexa para que não se
machucasse, sem muita dificuldade ergo seu corpo que se encontra enrolado
no lençol. Em silêncio caminho até o banheiro, coloco ela no chão.
― Fique a vontade para fazer suas necessidades, eu vou pedir nosso café e
volto para te ajudar com o banho ― quando volto para o quarto peço nosso
café e que organizem o quarto e as minhas roupas, a mulher que contratei
que será responsável por cuidar de tudo que diz respeito a minha esposa irá
arrumar as roupas dela, porque eu não entendo nada disso.
Sem desgrudar dela enlaço minha mão direita na sua pequena cintura e a
carrego até o box, apenas me afasto dela para ligar o chuveiro no modo
morno, e então começo a me deliciar dela, ela corresponde no início mas
depois fica tensa e tenta se soltar de mim, a aperto com mais força e ela
começa aquele choro que já conheço muito bem. A ferra dentro de mim
vibra ao vê-la desse jeito por isso eu continuo mesmo ela resmungando que
não quer.
— Por favor eu não quero, me solta. — Sua voz de anjo suplicando é
música para os meus ouvidos. ― Me larga seu monstro.
— Ahh anjinho você não vai querer ir por esse caminho não é mesmo?
Desperto sentindo uma de suas mãos grandes envolta ao meu corpo e a
outra sobre minha cintura pressionado aquele local de forma intensa e
brusca, não me atrevo a abrir os olhos, não quero que ele saiba que já estou
acordada. Minha vontade é de gritar com ele e mandá-lo tirar suas mãos
sujas do meu corpo. Não entendo como eu pude corresponder às investidas
dele ontem quando mantínhamos relações.
Ele me fez sentir coisas inexplicáveis, ele fez meu corpo queimar em
brasa e meu subconsciente mergulhar no mais profundo prazer, cheguei até
achar que ia desmaiar com todas aquelas sensações.
Me sinto tão suja e vulgar por ter o correspondido sendo que nosso
casamento não passa de um negócio para ele, sinto que estou traindo a
memória do meu pai, porque isso está completamente contra os princípios
que me foram transmitidos.
Muito diferente do homem com quem estou casada. Ele tem um jeito tão
silencioso, sombrio e as vezes aterrorizante.
Após ele finalmente sair da cama para atender a ligação eu me derramo
em lágrimas silenciosos, não só pela dor que estou sentindo emocionalmente
mas também por me deixar dominar em suas garras. Ele já sabe que me tem
nas suas mãos por mais que minha mente e coração o odeiem e repudiem seu
toque meu corpo as vezes diz completamente o contrário.
Não sei quanto tempo fiquei imóvel na cama apenas pensando que rumo
minha vida ia seguir a partir de agora, resolvo me levantar para pelo menos
vestir uma roupa. Sento na cama e com a mão tateio toda cama em busca das
minhas roupas mas não as acho.
Sei que não devia fazer isso mas eu saio da cama e fico parada com as
mãos apoiadas na borda da mesma. Deus estou parada feito um bicho
assustado, não sei o que fazer ou onde ir, onde tocar e onde não.
Não sei quanto tempo fiquei parada com medo de avançar algum passo e
me machucar, até que finalmente ganho força e dou alguns passos a frente,
estava indo tão bem até que esbarrei em algum objeto de porcelana que
imediatamente caiu e se espatifou, o barulho foi tão alto que com certeza
quem estivesse a cem metros ou mais ouviria, o susto foi tão grande que
fiquei estática com as mãos na boca após soltar um grito. As vezes me sinto
tão inútil.
Passos firmes e rápidos soam no ambiente quando as palmas dos seus pés
entram em contato com o piso, ele está descalço.
De repente meu corpo é erguido num rompante, estou tão atónita que não
abro a boca para falar nada, ele caminha comigo em seus braços e quando
abre uma porta me coloca no chão e me diz que é o banheiro, ele me indica
onde está o vaso sanitário e a pia e vai em bora dizendo que virá me ajudar
com o banho. Mesmo com o tempo fresco senti minhas bochechas
esquentarem no mesmo instante.
Quando ouvi a porta bater as pressas fui até o vaso e fiz minhas
necessidades, quando ia caminhar até a pia escuto a porta abrir, travo no
mesmo instante. Ele chega perto de mim e sob meus protesto desce o lençol
que cobria minha nudez, um nó se firma na minha garganta, tento
acompanhar seus movimentos durante o beijo mas imediatamente acordo
quando sinto um se seus braços me segurar pela cintura e me erguer sem
muito esforço, quando chegamos ao que deduzi ser o box, ele continua com
os beijos no meu pescoço e na boca, quando ele percebe que não está mais
sendo correspondido me aperta ainda mais para perto dele. O choro
estridente que estava preso na minha garganta sai se misturando com o som
da água abatendo o chão do box.
Tento pedir que ele pare, mas ele age como se não estivesse ouvindo
minhas súplicas, quando dei por mim já estava sendo esmagada na parede
fria do boxe, ele vai me machucar.
— Por favor eu não quero, me solta. — Peço antes que seja tarde demais,
ele parece estar possuído. — Me larga seu monstro.
— Ah anjinho você não vai querer ir por esse caminho não é mesmo? —
Meus dentes abatem uns nos outros enquanto meu corpo todo estremece ao
ouvir suas palavras. — Está na hora de mostrar com quem se casou anjo.
Nunca na minha curta vida pensei que passaria por algo do gênero. Algo
tão sujo e completamente distante do que sempre sonhei para minha vida.
Não sei se estar casada com um mafioso da máfia russa se compara a estar
casada com Christopher Parker.
Meus cabelos que estavam soltos de repente sinto eles sendo amarrados
ou trançados, eu não sei. Meus pés trémulos foram obrigados a se manter de
pé enquanto suas mãos passeiam pelo resto do meu corpo, minhas mãos são
tiradas de forma bruta dos seios que estava tentando cobrir, e o bico do meu
seio é sugado me fazendo suspirar e praguejar por minha intimidade estar
correspondendo-o.
— Tão linda, tão minha. — Sinto alguma coisa percorrer o caminho reto
da minha barriga até minha intimidade de forma vagarosa, até o estalo de
alguma coisa batendo nas minhas dobras me fazer acordar da névoa
hipnotizante — por mais que você resista, essa buceta linda já me conhece e
me obedece. — Imediatamente fecho as pernas pois o formigamento
permanece na região.
— Está pronta para receber seu castigo anjo? — Silêncio! É como se ele
estivesse aguardando a resposta — me responde, ou esse chicote irá fazer
estragos ainda maiores.
— Si-im eu estou.
E antes que eu pudesse soltar a segunda lufada de ar, uma dor ardente
toma conta de mim quando o primeiro golpe corta o ar e acerta o lado
esquerdo do meu bumbum. Ele não deu tempo para meu corpo se acostumar
e o segundo golpe é acertado no outro lado tirando de mim o grito mais
estridente que alguma vez na minha vida soltei.
— Shh acabou, com o tempo e meus treinos você vai aprender como as
coisas são e seu corpo irá se adaptar — minha cabeça descansa em seu peito
enquanto ele me carrega dizendo que estamos indo para o banheiro terminar
o banho que foi interrompido por minha desobediência.
Quando ele finalmente me deixou em paz, não sabia que horas eram, se
era dia ou noite, só sei que passamos boa parte do tempo da cama com ele
explorando meu corpo do jeito que pôde e sentiu vontade.
Quando os tremores do último orgasmo cessaram ele disse que eu podia
descansar, então fechei os olhos e minha consciência se apagou.
Atenas, Grécia
Nunca na minha vida achei que pudesse viver momentos bons outra vez,
bons no sentido lato, pois algumas vezes esses momentos são misturados
com apreensão e medo.
Medo do que pode acontecer a cada palavra ou movimento que eu fizer,
apreensão porque eu praticamente estou vivendo sobre areias movediças,
qualquer passo em falso eu serei consumida pelo meu dono. Tento conter o
nervosismo que me domina para poder sair do banheiro, pois acabo de ouvir
a voz dele do outro lado da porta, e essa é uma das únicas vezes em quase
duas semanas de casamento em que ele me deu alguma privacidade para
tomar banho sozinha sem o toque dele em meu corpo. Ou seja desde Paris,
ele não me toca e muito menos fala comigo.
Desde então ele se afastou de mim, minha única companhia tem sido a
Morgan, uma moça contratada para me fazer companhia e me ajuda com
algumas coisas, como a locomoção, vestuário e outras coisas mais. Ela é
simpática mais muito contraída e polida. Aposto que foi inquerida a apenas
falar o autorizado e não criar muita intimidade comigo, apesar de tudo eu
gostei dela, ela me leva para passear pela cidade e também para aproveitar o
sol e a praia lá fora, algo que eu nunca fiz, a temperatura negativa de São
Petersburgo não permitia certo privilégio.
Mas aqui tudo isso é possível, sentir o sol abraçando meu corpo, a água do
mar em meus pés e o melhor de tudo é ouvir o som das ondas e as vozes
felizes das pessoas, isso é contagiante.
— Anjo? — Nunca de sua boca o ouvi proferir meu nome, toda vez que
me chama assim é como se estivesse saboreando o mais saboroso dos
néctares, fico me perguntando como seria o som do meu nome saindo da sua
boca. Desde que nos casamos eu me transformei no anjinho dele, na sua
escrava da dor e do prazer. — Anda saia daí!
Sua boca tapa meus lábios com um beijo feroz e sem delicadeza, ele está
sendo tão implacável nesse beijo que eu já tomei consciência de que está
fazendo isso para me punir, eu mal consigo buscar o fôlego. Quando vi
minha cintura já estava refém de um de seus braços fortes e meu bumbum
estava sendo esmagado pela mão grande que já explorou todo meu corpo
como se de um território desconhecido se tratasse.
Tento buscar de forma urgente pelo ar mas sua boca gulosa não deixa
espaço para tal, e antes que eu pudesse pedir por ar, sua boca abandona a
minha e minhas costas batem com brusquidão na parede me fazendo soltar
um grito de dor e susto, doeu tanto que meus olhos marejam e aquela névoa
de paixão que já pairava no ar desapareceu, pelo menos para mim, porque
para ele aquilo não mudou nada é só mais um dos seus jogos de dor e prazer,
e rezo a Deus para que a dor não supere tanto assim o prazer.
Ele me fez enlaçar minhas pernas em torno do seu corpo que sem dúvidas
é bem torneado e banhado de músculos, meu roupão é tirado do meu corpo e
mesmo estando pendurada entre ele e a parede não foi difícil sentir a peça
deslizar pelo meu corpo me deixando completamente nua para ele. Sua
respiração ofegante queima minha pele da curva do pescoço enquanto suas
mãos apertão minhas coxas suspensas, seu membro duro e excitado apesar
de ainda estar dentro da calça já se faz sentir cutucando minha entrada que já
se encontra banhada pelo néctar do prazer. Eu juro que eu não queria mas é
mais forte que eu.
Meu quadril ganha vida e por conta própria rebola sem pudor nenhum
sobre seu membro quente, mesmo sem querer gemidos de ansiedade saem de
nossas bocas se misturando com barulho que minhas costas fazem a cada vez
que ele me prensa na parede com mais força, estou tão entorpecida que não
paro de rebolar. Só quero que essa vontade acabe de uma vez.
Quando ele tira seu membro de dentro da calça posso sentir meus
músculos vaginais se contraírem pela perspectiva de recebê-lo dentro de
mim.
Ele passa aquele órgão rochoso no meu clitóris me fazendo rebolar ainda
mais frenética nele, e por Deus, isso é tão bom, ele faz movimentos bem
vagarosos com a ponta do seu membro na minha entrada que sinto que a
qualquer momento vou me derramar nele.
Essas palavras são ditas por ele de forma estrangulada devido ao prazer
que ele está sentindo. Eu mal consigo respirar com sua mão grande
estrangulando meu pescoço sem piedade. Sim, ele sente prazer me infligindo
dor, eu fui parar nas mãos de um sádico com algum distúrbio de
perfeccionismo e síndrome de Hulk.
Calábria, Itália
Desde que me casei com Christopher Já viajei mais do que em toda minha
vida, estou conhecendo toda Europa apesar da minha condição. A alguns
minutos ele me disse que estávamos aterrissando no aeroporto de Nápoles na
Calábria uma das regiões da Itália. Apesar de cega eu ainda tenho todo o
mapa da Europa na minha mente, cada país cada principal ponto turístico.
Suspiro pela enésima vez sentada no acento do carro, seu cheiro preenche
o veículo me fazendo lembrar a cada segundo que ele não está sentado ao
meu lado. Não sei quanto tempo ficaremos na Itália, mas tomara que seja
tempo suficiente para aproveitar o lugar. Apesar de termos passado apenas
duas duplas de dias em Atenas deu para aproveitar cada lugar que Morgan
me levou. Christopher parece não ter muita paciência e muito menos
disposição para fazer turismo.
'' Não vejo a hora desses seus olhos hipnotizantes me encarem enquanto
te fodo fortemente, Quero eles vidrados em mim vislumbrando o tamanho da
minha excitação por você. ''
Ele quer que eu faça uma cirurgia para recuperar a visão, os médicos
sempre me diziam que o meu caso é reversível mas eu não queria me encher
de esperança e quebrar a cara depois, por eu ter me negado a fazer a cirurgia
no princípio, Dimitri não insistiu mais e com o passar do tempo nossa
família foi perdendo os bens e aí sim ficou cada vez mais difícil alcançar a
ilusão de um dia poder enxergar outra vez.
— Vem anjo — saio do meu devaneio quando minha mão é segurada pela
dele me ajudando a sair do carro. E me admiro por ter ficado tanto tempo
divagando em meus próprios pensamentos. Quando finalmente saio do carro
a luz do sol me recebe fazendo eu suspirar pela sensação gostosa dos raios
solares em contato com minha pele.
— Eu vou. Eu juro.
Fomos recebidos por uma mulher que não se apresentou apenas informou
que já estavam nos esperando. Após percorrer alguns degraus, finalmente
alcançamos o interior da casa e assim abandonamos a luz forte transmitida
pelo sol. Christopher se afasta e entrega minha mão para outra pessoa que
me informou ser a esposa do sócio dele.
— Oi! — Ela tem uma voz tão doce e calma e parece ser bem jovem.
Percebi que Emanuelle é muito comedida com as palavras, ela parece ser
uma mulher triste, algo dentro de mim insiste para que a pergunta o que
tanto a aflige mas antes que pudesse prosseguir nossos maridos apareceram
nos interrompendo. Nos despedimos e eu prometi visitá-la de novo mesmo
sabendo que é bem possível que Christopher não deixe.
Mais um dia e Christopher me deixou ir visitar minha mais recente amiga,
Emanuelle Ferrari. Esposa do capo da máfia calabresa, a Ndrangueta. Eu
nunca fui de me envolver ou procurar saber sobre as máfias, mas quando
você faz parte de uma que é inimiga da máfia que o marido da minha amiga
comanda é inevitável não saber de certas informações, pelo que já ouvi falar
o marido da Emanuelle é um homem tão cruel que nem imagino o que ela
deve estar passando nas mãos dele, aquele homem não tem alma e seu
coração é banhando de sangue inocente, ouvir a voz dele foi suficiente para
saber que o sócio do meu marido é alguém capaz de tudo.
— De uma fonte bem a nossa frente, é uma linda estátua de alguma deusa
da antiguidade, arrisco-me dizer que se trata da deusa Diana é tão lindo de
ver — ela imediatamente para sua fala — Desculpa eu não queria...
— Sério? Então você vai recuperar sua visão? — Nego com a cabeça.
— Isso é coisa do meu esposo. Mas não quero cirurgia nenhuma, eu estou
bem assim. Não quero ser um experimento nas mãos de vários médicos e
depois me decepcionar. Eu já aceitei que serei cega até o dia que Deus me
levar. — Mesmo sem querer lágrimas banham minhas bochechas.
— Sim! — A respondo num sussurro, e me dói tanto saber que ela esteve
trancada por tanto tempo numa clínica, alguma coisa me diz que tem dedo
do marido nisso. — Qual foi o diagnóstico quando internaram você?
Meu corpo entra em alerta assim que ouço a maçaneta da porta girar,
batimentos frenéticos dominam meu coração, a coberta está na altura do meu
pescoço, graças a isso posso disfarçar que estou dormindo. Seus passos
duros são a única coisa que se ouve no ambiente, uma área da cama afunda.
— Scott, está tudo certo para amanhã? — Acho que ele está falando no
celular — ótimo, chegarei em Nova Iorque no jato do meu sócio no meio da
tarde e a noite viajarei para Seattle, prepare meu jato.
Seattle, Washington
Essa é uma das poucas vezes que janto com meu marido. Após me
arrumar e me vestir devidamente Morgan me acompanhou até a sala de
jantar, pelo que ela me disse essa casa é enorme e eu vou levar um certo
tempo até saber onde ficada cada cómodo e objeto.
O silêncio durante a refeição é nossa companheira em comum, ele não
fala nada, mas a vontade que tenho agora de o perguntar se realmente ele
me obrigará a fazer a cirurgia, me sufoca, imaginar que um dia eu possa ver
os olhos do meu comprador me deixa em pânico mas ao mesmo tempo uma
curiosidade reina em mim. Não, eu não quero fazer essa cirurgia.
Sem falar uma única palavra ele segura minha mão, mesmo sem dizer
nada eu entendo que tenho que ficar em pé, começamos a andar, e a cada
passo eu sinto meu coração se apertar porque não sei o que me espera.
O medo triplica quando o trinco da porta soa no ambiente.
— On-de estamos indo? — Minha voz sai trémula demais, e isso parece o
deixar satisfeito.
Começo a chorar e a gritar por socorro e antes que eu pudesse correr para
qualquer lugar meu corpo foi erguido e colocado de cabeça para baixo em
seu ombro, não sei se choro por saber como terminarei a noite ou por minha
calcinha estar totalmente exposta por causa da posição em que estou sendo
carregada, isso não é justo.
Enquanto ele caminha sem se afetar pelo peso do meu corpo magro eu
esmurro suas costas mesmo sem poder vê-las, grito até minhas garganta
queimar. Um tapa forte e estalado é desferido no meu bumbum e uma dor
descomunal se espalha naquela região.
— Boa menina! Se continuar assim, a faço gozar como nunca. Vou fazer
sua buceta ser minha escrava, eu vou chicotear ela com a minha língua. —
sinto seu dedo passear por cima da calcinha. — Agora vamos continuar com
as lições.
Meu corpo Estremeceu após ouvir aquelas palavras, a dor que se espalhou
na região na pantorrilha e na coxa não se compara a tamanha tremedeira que
dominou meu corpo quando ele disse que irá me ensinar outras lições. Com
o dorso das minhas mãos limpo as lágrimas incessantes que teimam em cair
quentes como brasa no meu rosto, nesse processo é possível sentir meu rosto
extremamente molhada, não só pelas lágrimas mas também pelo suor que
transcorre por minhas têmporas, o cabelo chega a grudar no rosto devido as
inúmeras gotículas que meus poros não param de expelir, o que ele fará
comigo?
— Anh Christopher, por favor eu preciso por favor — estou tão excitada
que não me importo de implorar por alívio que está próximo. acomichão
muito bem conhecida já está se formando no meu ventre enquanto os
músculos da minha vagina começam a se contrair, e quando eu ia explodir o
inesperado acontece.
Christopher tira seus dedos da minha intimidade me deixando
completamente atónita, a dor do orgasmo interrompido é tanta que sinto
vontade de chorar, minhas mãos abandonam meus seios sensíveis enquanto
minhas pernas friccionam uma na outra sentido meus fluidos lambuzarem
até minhas coxas.
— Nem pense nisso. Pare de esfregar as pernas. Aqui você gozará apenas
quando eu quiser. Entendeu? — No silêncio agonizante apenas assinto —
resposta errada anjo.
— Há várias coisas que eu vou te ensinar anjo, uma delas é que nunca
implore por nada — os pulsos são levantados e presos em algum suporte no
teto eu quase fico parada na ponta dos pés pois meus braços estão esticados
demais. Um choro silencioso me domina e apenas mergulho na minha
própria escuridão para me esquecer de tudo o que acontece a minha volta.
— Agora quero que pense numa palavra que irá usar a cada vez que
viermos para o quarto de jogos, e tem um porém. Você terá direito a usar
apenas dez vezes a palavra de segurança nas primeiras dez secções que
fizermos. Sobre a palavra, escolha algo do seu agrado, algo que se
identifique com você, você tem um minuto — por longos trinta segundos
torturantes eu pensei mas o desespero parece ter bloqueado a minha
capacidade de raciocinar e formular palavras.
— Vinte segundos anjo, caso se demore não terá mais direito a palavra de
segurança
Quando senti um fio de suor descer no vão dos meus seios o primeiro
golpe foi desferido me fazendo contorcer todo o corpo e tentar me soltar
mesmo sabendo que era impossível.
— Vamos conte para mim anjo — o segundo golpe acerta o outro lado do
bumbum mesmo doendo eu comprimo os lábios para sufocar o grito.
É possível ouvir seu rosnado e seu afastamento do meu corpo, algo dentro
de mim diz que ele não gostou muito de ouvir essa palavra, mas ele sabe que
não pode me negar esse direito, apesar de eu não saber nada sobre os jogos
doentios dele sei que é um direito que ele mesmo me atribuiu. Após tirar
minha liberdade, minha dignidade e meu sossego, essa palavra é minha
única segurança e vou tentar usar ela com destreza.
Fico atenta a cada movimento seu, não sei o que segue a seguir, mas sinto
seu olhar queimar minha pele e me deixar ainda mais ofegante seu olhar é
tão profundo que eu sinto que posso vê-lo com os olhos da alma.
Em um par de minutos os dois ficamos em silêncio, eu perdida em meus
pensamentos e ele sem dúvidas apreciando a obra de arte.
Quando dei por mim minha calcinha estava percorrendo o caminho das
coxas com destino traçado até o chão, por já estar praticamente na ponta dos
pés foi fácil ele se livrar da peça.
O barulho de alguma coisa vibrando chama minha atenção, ansiedade e
apreensão tomam conta de mim, no momento que ia pedir para ele me soltar
alguma coisa estava passeando pelos bicos dos meus seios, uma vibração
gostosa se espalha naquela região fazendo minha intimidade voltar a
lubrificar depois de tantos minutos.
Como um robô meu corpo treme ao mesmo tempo que meu ventre se
contrai e meu clitóris vibra me fazendo quase desfalecer pendurada.
Eu mal me recuperei do orgasmo intenso e minhas pernas foram
levemente afastadas e antes que pudesse respirar direito um golpe ligeiro
acerta meus lábios vaginais provocando um barulho características de
quando algo molhado é golpeado .
— Ohh porra anjinho. Você é tão apertada, tão gostosa e essa buceta
quente é só minha — suas mãos na minha cintura é que me seguraram
enquanto suas investidas duras e brutas chocam nossos sexos — isso, aperta
meu pau anjo, Ohh merda de buceta
— Ohh Deus — praguejo internamente por chamar Deus num momento
como esse, de repente uma vontade de fazer xixi toma conta de mim — Eu-
eu quero fazer xixi. — Por um segundo posso ouvi-lo sorrindo
— Deixe vir anjo — assim que ouço essas palavras meu corpo treme
intensamente que se não estivesse sendo segurada estaria no chão agora,
tremo tanto que minha consciência está quase me abandonado, nunca senti
algo assim essas reações me fazem gritar e chorar, ao mesmo tempo que
minha intimidade liberta o xixi sem meu consentimento e mesmo quase
desmaiando Christopher dá mais algumas estocadas e se derrama dentro de
mim sem se importar de apertar meu bumbum dolorido, apenas solto um
resmungo porque estou fraca demais para tentar protestar ou fazer qualquer
outro movimento brusco.
Meus braços sendo soltos é a última coisa que sinto antes da minha
consciência se apagar.
Gozo feito um selvagem na buceta quente e apertada do meu anjinho
enquanto ela também se desfaz em milhares de partículas de prazer. O
orgasmo foi tão intenso que ela ejaculou pendurada e sendo segurada pela
cintura por minhas mãos, após todo meu sémen se despejar dentro dela
levanto a calça com uma mão enquanto a outra segura ela, a bichinha não
aguentou com a magnitude do prazer e desmaiou.
Saio do quarto de jogos com seu corpo enrolado numa toalha, o silêncio
preenche a ala proibida da minha mansão, mas também não tem como aqui
haver um resquício de som por ser a ala proibida, a única autorizada a vir
para esse lado da casa é a governanta. Após percorrer o caminho até o nosso
quarto coloco ela na cama e a cubro com um cobertor.
Isso não pode se repetir, jurei que a história não ia se repetir e que eu me
moldaria e seria imune a fazer com que alguém ocupasse um lugar proibido
na porra da minha vida fodida. Após o banho coloquei uma calça moletom e
quando olhei o relógio ele marcava cinco e meia da manhã, para alguém
como eu que já está a acostumado a não dormir não me admira.
Aprecio minha esposa que dorme serenamente como o anjo que ela é, seus
cabelos negros espalhados pela cama enquanto sua respiração sobe e desce
mostrando a curva dos seios gostosos que ela tem.
Sirvo o whisky, e enquanto o tomo, mais uma vez leio os arquivos que ele
conseguiu sobre a GENIS na base de dados dos Serviços Secretos do
governo. É tanta coisa podre que envolve a guerra pelo poder que agora
entendo o motivo de o governo fazer com que essa organização não passe de
algo utópico e que apenas os jornalistas enxeridos falam.
No dia que destruí o quarto de hotel em Paris foi exatamente por causa
desses documentos, li vários podres do meu pai e eu não consegui segurar a
raiva fulminante que cresceu dentro de mim, eu praguejo a todo instante que
ele esteja se fodendo seja lá onde ele estiver, mas ele é tão filho da puta que
não me admiraria saber que conquistou o maldito diabo.
— Que porra você quer Dimitri? — Falo sem paciência nenhuma para
saudações matinais.
— Quero saber da minha irmã cara. O que você fez com ela? A Sasha me
prometeu que me ligaria uma vez por semana e isso nunca aconteceu e o
maldito celular dela só anda desligado — todo esse tempo tenho monitorado
ele e como era de se esperar continua se metendo com pessoas erradas, a
maldita da madrasta e a irmã postiça também continuam as mesmas fúteis de
sempre.
— Ela só irá falar com você quando ela me pedir autorização e eu
permitir, e não se preocupe sua irmã está viva, mas não intacta.
— Bem! — Seus olhos denunciam que ela estava chorando e sua voz
meio embargada também me diz isso.
— Porquê estava chorando? — Ela fica quieta — vamos anjo me
responda.
Seguro sua mão quente, a faço levantar mas antes disso ela protesta mas
finalmente me obedece, juntos caminhamos pelo corredor onde fica nosso
quarto até um cómodo que mandei decorar especialmente para ela, em meio
a tantas cores sombrias, o lugar aonde a estou levando é totalmente o
contrário, tem muita luz transmitida pela cor branca das paredes e dos
móveis e também grandes janelas de vidro por onde entra a luz solar nas
manhãs em que Seattle não está envolvida em nuvens nubladas.
A guio até o banco de frente para o piano dela, mandei trazer ele a dias
atrás da Rússia, o instrumento é tão branco que o vestido dela se camufla
nele, guio seus dedos ágeis sobre o teclado e ela fica visivelmente
emocionada ao sentir o marfim em seus dedos, depois de alguns instantes
me agacho para falar no seu ouvido.
E assim como aconteceu da primeira vez que meus olhos pousaram nela,
meu corpo é dominado por uma energia diferente. Daqui é possível ver as
lágrimas cristalinas deslizando por suas bochechas que no momento se
encontram coradas, é sempre assim quando estou por perto.
Não sei quanto tempo fiquei ali a comtemplando, mas foi tempo suficiente
para saber que não importa o meio pelo qual nós nos unimos, de uma coisa
eu tenho a certeza, ela será minha para sempre, até o fodido do mundo
acabar.
Não busco nenhuma cura, consolação ou redenção. Estou quebrado
demais para querer essas coisas, mas ela, ela eu quero até mesmo no meu
mundo sombrio.
Ela rouba toda minha atenção sentada naquele piano, para qualquer um a
ver sentada e tocando pode parecer algo normal ou habitual, mas a coisa
muda quando, uma deficiente visual toca com perfeição sem falhar nenhuma
nota em todas as composições dos músicos mais clássicos a história da
música já conheceu. É impossível não manter os olhos vidrados nela,
desencosto da parede e caminho em direção a ela pois a sinfonia de
Beethoven está nas suas últimas notas e agora eu preciso de outra coisa nela.
Assim que a última melodia soa no ambiente e seus dedos descansam sob
seu colo, eu seguro seus ombros de maneira suave, seu perfume doce, com
essência de primavera encanta minhas narinas e o calor que seu corpo emana
desperta sensações indescritíveis em meu corpo, por causa da pele nua na
região dos ombros seus pelos se arrepiam devido ao contado gelado dos
meus dedos.
Eu lambo, beijo e toco seus seios e me perco nisso por inúmeros minutos
sem me cansar, de canto do olho vejo suas pernas se moverem, com certeza
uma roçando a outra.
A faço levantar do banco e a coloco parada a minha frente, seus olhos
azuis intensos não escondem o quanto ela deseja isso tanto como eu, mas sei
que por dentro ela trava uma batalha com ela mesma, e ela sabe que a razão
não pode contra o desejo, seguro suas lindas mãos e as coloco no meu peito,
e posso ver admiração em seu rosto devido as batidas rápidas e frenéticas
que está sentindo vindo do meu coração.
— Eu nunca disse isso anjo, apenas disse que faria de tudo para que você
me aceitasse e se entregasse a mim sem qualquer barreira, por bem ou por
mal. Lembra? — Minha boca esbanja um sorriso forçado ao perceber que
meu anjinho não sabe onde se meteu ao dizer sim na frente daquele altar, na
verdade ela não teve opção, mas mesmo assim ela ainda não sabe que está
fodidamente casada com um filho da puta.
Seguro no tecido leve dos vestido e o rasgo de cima para baixo em dois,
ela solta um gritinho pelo susto e isso me dá uma fodida satisfação. Agora o
vestido não passa de dois trapos espalhados no chão, aperto sua cintura fina
e ela ofega os sentir meu contato, seus lábios convidativos me chamam para
a arrasar em um beijo cheio de paixão, e enquanto a beijo como um
selvagem primitivo meu pau quase pula da calça moletom de tão duro que
está.
Com apenas uma mão segurei sua cintura por trás e a suspendi do chão
sem separar nossas bocas, a coloquei sobre a cauda do piano e intensifiquei
ainda mais o beijo e minhas mãos não param de percorrer por suas coxas e
também de as apertar, largo seus lábios e percorro o caminho do pescoço até
sua virilha espalhando beijos, lambidas e chupões. Sem sua autorização abri
suas pernas sem nenhuma delicadeza expondo sua buceta extremamente
molhada e rosada para mim, ela está tão excitada que posso ver o clitóris
pulsando ansiando por mim.
Dei uma soprada nela, isso foi suficiente para minha esposa estremecer e
soltar um gemido nada tímido, após vislumbrar o quanto ela também me
quer, passo minha língua no meio das suas dobras escorregadias, e ela solta
gemidos ainda mais altos e as lágrimas que quase iam transbordar por seus
olhos não existem mais, sugo sua buceta como se fosse o mais delicioso dos
néctares, o que não foge da verdade, porque ela é doce e exala a fragrância
mais exótica de todas.
Quando finalmente sinto que ela está prestes a gozar minha boca
abandona seu centro do prazer volto a carregar seu corpo, mas antes disso
ouço seu protesto e isso me agrada. A levo em meus braços até uma das
extremidades da sala e a prenso na parede sem delicadeza nenhuma, abro
suas pernas e me acomodo nelas buscando meu pau pulsante, e como se
estivesse necessitando de uma droga tiro ele de dentro da calça, já
lambuzado de pré sémen.
Solto um gemido longo quando meu pau rochoso passa por seu canal
quente e apertado.
— Venha senhora, vamos nos sentar naquele banco, já deve estar cansada
— assinto com um sorriso no rosto, o braço dela está entrelaçado com o meu
e juntas caminhos em direção ao dito banco.
— Por favor, eu só queria ter alguém com quem possa conversar, e você é
a única pessoa para além do meu marido que mantenho contato e — também
ponderei, não podia falar para ela que eu não falo com minha família e muito
menos com minha única amiga desde o dia do meu casamento. O
Christopher está me isolando do mundo, mas do que eu já era na Rússia.
O seu silêncio me diz que o assunto deve ser encerado e assim o faço,
porque não quero aborrecê-la com meus assuntos. Mas a falta que sinto de
Yeva é tanta que meu coração até dói, ela deve estar muito preocupada
comigo, e Dimitri? Eu prometi dias antes do casamento que ligaria para dar
notícias, o único jeito vai ser falar com Christopher, porque se eu pedir a
Morgan ela não vai aceitar sem a prévia autorização do patrão dela.
Sem muita opção fiquei ali sentada em silêncio, ficar sentada o dia todo
no piano já estava me deixando meio cansada, e sem ninguém para me
ajudar não posso trabalhar em novas composições. Meus livros todos em
braille ficaram na Rússia, logo, aqui não tem mais nada para fazer.
— Aqui está seu celular novo. Ele já está programado para tudo que você
precisa. Funciona através do comando de voz, algo que com certeza você já
sabe usar e também sabe as funcionalidades do aparelho. Os contatos da sua
amiga, o meu e do seu irmão já estão gravados. São as únicas pessoas para
quais está autorizada a ligar. — Sinto seus dedos alisando minhas bochechas
— mas você não irá depender durante muito tempo disso, afinal de contas
fará a cirurgia.
— Não! Por favor, eu não quero fazer a cirurgia Christopher — ele nem
me deu ouvidos e saiu andando me deixando falar sozinha — Christopher!
Christopher!
— Sim Morgan.
— O senhor Parker a aguarda para o jantar. — Tomara que hoje ele não
me leve para o quarto de jogos, porque estou emocionalmente exausta para
aguentar aquela tortura.
Ele nem me deu tempo para falar com minha amiga, eu fiquei inerte
pensando que nem percebi que tanto tempo tinha passado.
Perguntei pra Yeva como ela soube que eu estava casada, e então ela me
contou que viu nas manchetes dos maiores jornais e revistas dos Estados
Unidos, segundo ela não tinha como um homem como Christopher se casar e
o mundo não saber, sendo um dos homens mais ricos do país, e sendo que na
cerimônia estiveram presentes diferentes personalidades do mundo todo. Ela
disse que ligou para os pais para confirmar a informação, e foi isso que eles
fizeram, lembro que a mãe dela foi um grande consolo para mim no dia da
cerimônia.
Conversamos por quase dez minutos, eu só queria ouvir a voz dela, ela
prometeu que viria me visitar um dia desses para me contar as inúmeras
novidades que tinha sobre sua vida aqui nos Estados Unidos, e é óbvio que
eu não neguei receber sua visita, não o faria senão ela desconfiaria. Yeva
sempre foi muito inteligente e esperta e com certeza ela sabe que tem algo de
errado comigo, como não podia mais prolongar nossa conversa me despedi
dela e Morgan me trouxe para sala de jantar.
Das vezes que fomos para aquele cómodo ele obrigou meu corpo a fazer
cada coisa, que as vezes duvido se em alguma dessas vezes sairei viva de lá.
E o pior de tudo é saber que enquanto ele me inflige dor ele apenas retira de
si de forma moderada seu espírito sádico, eu sinto que ele pode ser ainda
mais sádico e cruel do que já é, ele apenas está se controlando, na verdade
sinto que ele usa o quarto de jogos para controlar algo ainda maior que mora
dentro dele, algo que duvido muito que eu possa suportar ou aguentar, ele
guarda um monstro que sei que se for liberto irá me esmagar da pior forma
possível.
Eu sei que se eu tentar pedir para ele repensar a resposta continuará sendo
a mesma, por isso mesmo isso machucando meu coração de forma
dilacerante eu seguro na minha bengala que está na cadeira ao lado e a
desdobro, pelo menos o caminho da sala até nosso quarto eu conheço muito
bem.
Assim que alcanço o último lance de escadas meu coração começa a dar
fortes batidas, a agonia que sempre me acompanha quando chega esse
momento também se apodera de mim, seguro na maçaneta gelada da porta
do nosso quarto e finalmente a giro até que a porta abre. Já tendo o percurso
em mente por isso vou direto para o closet, descanso a bengala num canto de
fácil acesso. Com calma retiro toda a roupa que estou vestindo, até mesmo a
roupa íntima.
Meu cabelo é preso em uma trança cuja já é muito bem conhecida por
mim. Meu dom solta um beijo na minha boca e se afasta de novo.
— Pronta para receber dor e prazer senhor — assim que essa frase sai da
boca a primeira chibatada é acertada no meu bumbum. Por causa do susto eu
quase saio da posição, o momento que tive para me acostumar com a
ardência no bumbum foi suficiente para que outro golpe fosse acertada no
outro lado, uma eletricidade estranha se espalhou por meu corpo e milhares
de sensações avassaladoras tomam conta de mim, uma comichão estranha
começa nos bicos dos meus seios e como se adivinhasse minhas sensações
ele atingiu meu mamilo esquerdo com o chicote e meu corpo todo se
arrepiou. — Venha!
Ele segura minha mão, mas diferente das outras vezes onde ele costuma
me algemar e me deixar pendurada, apenas me encaminha até um canto, dou
um tremelique quando minhas costas entram em contato com alguma
superfície gelada, meus pulsos são erguidos e presos em uma espécie de
algemas separada pois meus braços tomam uma distância um dos outro
entre meu corpo, sopro o ar quando minhas pernas são abertas de forma
bruta e presas pelos calcanhares também por algemas de couro.
Neste momento minhas pernas e meus braços estão abertos, tento acalmar
minha respiração mas não sei o que me aguarda então é impossível controlar
isso. Posso sentir o suor escorrer por minhas têmporas enquanto passos
firmes e precisos do meu dom se aproximam de mim.
Posso sentir sua respiração quente junto a minha boca, sua língua hábil
lambe meus lábios e um gemido contido sai por minha boca me fazendo
praguejar por o odiar e também desejar o que ele pode me dar de bom nesse
lugar.
Sinto que algo quente, com aroma amadeirado e suave está sendo
despejado em meus peitos, o líquido desliza até minha barriga, as mãos
grandes de Christopher começam a espalhar o tal líquido - que parece um
óleo - por toda parte frontal do meu corpo me tornando escorregadia e me
deixando ainda mais excitada, esse óleo parece afrodisíaco pois não paro de
desejar seu membro rígido dentro de mim, eu mal posso esfregar minhas
pernas em busca de alívio pois elas estão tão afastadas uma da outra que até
posso sentir meus fluídos escorrendo por minhas coxas.
Antes que pudesse continuar com isso ouvi aquele objeto que já me
proporcionou orgasmos impossíveis de descrever fazendo aquele som
característico, um vibrador, foi isso que ele me falou. Assim que o objeto
desliza sobre minhas dobras e toca meu centro de prazer eu perco a noção de
tempo e espaço, meu quadril não para de mexer querendo cada vez mais
sentir aquela fricção. Gemo e choramingo porque sei que não posso chegar
ao ápice do prazer sem antes ele autorizar.
— Por-por favor senhor me deixe... — eu mal terminei a frase e meu
corpo começa a convulsionar enquanto minha intimidade se contrai e minha
mente flutua, meus espasmos não param e minha respiração acelerada
também não cessa. Passam alguns segundos quando finalmente consigo me
recompor. Engulo em seco ao perceber que os meus atos impensados irão
trazer consequências dolorosas pra mim e muito prazerosas para ele. —
Chri... senhor, eu sinto muito muito, Eu-eu tentei eu juro mais foi impossível
segurar — lágrimas quentes como brasa queimam meu rosto.
— Anjo, você adora me dar prazer não é? Falei para você gozar? —
apenas nego com a cabeça e já é impossível segurar no choro, ele vai me
punir — Então vamos a sua punição.
Respiro fundo para controlar o que está crescendo dentro de mim, ela
tenta se desculpar trazendo justificativas aceitáveis pelo fato de ter feito algo
sem minha prévia autorização. A quem eu quero enganar, no fundo eu faço o
que faço com ela para que saia da linha e me desobedeça e dessa forma eu
possa a punir. Neste jogo eu prezo completamente pelo contrário, não quero
que ela me venere como seu Dom, apenas quero tirar o pior dela, quero que
ela me desafie a cada vez que ordenar algo, quero que ela me odeie a cada
vez que eu demonstrar algum tipo de afetuosidade quero que grite de dor
toda vez que quebrar a porra das regras para que eu a puna, porque para mim
isso é uma necessidade. Preciso a fazer sentir dor para que a ferra dentro de
mim se acalme, a minha sobrevivência também depende disso, mas necessito
lhe dar prazer também, porque a desejo como nunca desejei outra.
Seguro nas duas peças de prata, mesmo sob efeito das luz led, elas
reluzem como duas joias devido aos diamantes cravados neles. As pontas
por onde os mamilos são apertados são revestidas de uma material capaz de
esmagar os bicos dela, se assim eu quiser, mas não é isso quero, pois ainda
desejo imensamente chupar eles inteiros e pontudos como sempre foram.
Após fechar a gaveta por onde tirei os prendedores, dei mais uma olhada
no meu anjo, o bichinho está quase tendo um colapso de tão assustada, a
grelha onde a mantenho presa deixa seu corpo completamente exposto, ela
está completamente aberta para mim. Seu corpo demonstra o quanto está
exausta, por ficar nesta posição, o que ela não sabe é que ainda existem
dezenas de posições para imobilizar seu corpo do jeito que desejar, deitada,
sentada, ajoelhada, parada, de pernas abertas ou fechadas, encima ou em
baixo. E ela irá passar por todas elas.
Me aproximo ainda mais como um leão pronto para degustar de sua presa,
não resisto e dou uma cheirada em seu pescoço cujo está impregnado pelo
perfume doce e delicado, seu cheiro de inocência misturado com medo me
deixam eufórico. Quando uma lágrima desliza de forma uniforme desde a
base do seu olho até seu queixo eu não resisto e lambo ela de baixo para
cima. Seu corpo estremece e seus lábios fazem movimentos como se
quisesse falar alguma coisa, mas as palavras ficam presas em sua garganta.
— Tão doce e saborosa — as palavras são ditas por mim de forma roca,
excitante e bem baixa em seu ouvido. O ar quente que sua boca aberta pela
respiração expele entra em contato com minha pele nua e isso deixa não só
a mim fodidamente eufórico mas ao meu pau também.
Seguro nos prendedores em cada mão, as peças parecem simples pinças,
encacho cada um em cada bico dos seios pequenos e redondos isso me dá
uma fodida água na boca que me controlo para não engolir cada peitinho em
minha boca.
Assim que sua pele entra em contado com a temperatura gélida dos
objetos ela suspira baixinho, largo os objetos para assistir seu peito fazendo
movimentos rápidos de sobe e desce, evidenciando que os objetos já estão
fazendo o trabalho para o qual foram desenhados e construídos.
A princípio ela irá sentir uma vibração, como se fosse uma espécie de
choque elétrico, essa sensação dura cerca de um minuto, e pelo gemidos
deduzo que é exatamente o que ela está sentindo nesse momento, ele geme
baixinho, a pressão que os objetos estão fazendo em seus bicos aliado ao
pequeno choque querendo ela ou não estimulam seus os músculos nervosos
da sua buceta.
Me aproximo dela para curtir o momento, suas coxas brilham devido aos
resquícios de seu gozo de minutos atrás, com meu dedo indicador estímulo
seu centro macio e pontudo, praguejo por ela ser tão apetitosa e por ter uma
buceta que meu pau adora estar envolvido. Ela está tão quente, tão desejosa
e praticamente jorrando a líbido. A acaricio de forma lenta até a sentir
escorregadia e inchada.
— Por favor está doendo, tira — imediatamente tirei meu dedo pra prestar
atenção no real trabalho que aqueles prendedores fazem, a região ao redor
dos mamilos está ficando cada vez mais avermelhada devido a pressão que
está sendo feita nos mamilos — está doendo.
— Você foi fantástica anjinho. Agora restam apenas quatro chances para
usar a sua palavra de segurança — mesmo quase desmaiado eu sei que ela
me ouve e que percebe cada palavra que procuro. Sem me demorar dei um
banho nela e a vesti com de minhas camisetas três vezes maior que ela. A
ajeitei de novo em meus braços e saí do quarto de jogos indo em direção ao
nosso quarto.
Dirijo a uma velocidade moderada na estrada principal que leva a
Weston, a Land Rover desliza sobre o asfalto molhado pela chuva intensa
que caiu durante a tarde de hoje, apesar da tarde chuvosa a cidade voltou a
calmaria, algumas gotas teimosas ainda brotam sobre o vidro do carro,
moderadas o suficiente para eu ver a estrada sem dificuldades. Viro meu
rosto para o banco onde estão guardados o buquê de rosas e a torta de
limão, a favorita dela nas últimas semanas.
Um sorriso surge no meu rosto quando lembro da tatuagem que fiz hoje,
provavelmente ela vá me matar por fazer isso. Mas já está feito e não tem
como voltar atrás, nunca tive a curiosidade de fazer uma tatuagem mas com
a notícia maravilhosa que recebi não tinha como ser o contrário eu
precisava fazer algo que marcasse toda minha vida, algo que durasse toda
minha vida, precisava fazer algo que por mais que minha mente esquecesse
meu corpo lembraria, nada melhor do que uma tatuagem para isso.
De novo o silêncio. Será que ela está dormindo? Pra tirar minhas dúvidas
levanto do sofá e vou em direção às escadas que dão acesso ao andar de
cima. Caminho pelo corredor até que vejo a porta do nosso quarto aberta
mas a escuridão toma conta dele. Provavelmente hoje ela cansou de me
esperar, empurro a porta e vou até o interruptor para ligar as luzes, assim
que o faço quando me viro para nossa cama o que vejo nela me choca de tal
forma que cambaleio devido a tonteira e me seguro na parede.
Quando recobro a minha sanidade corro até a cama e seguro seu corpo
pequeno gelado, os lábios estão arroxeados e sua respiração está tão lenta
que parece que a qualquer momento ela irá parar de respirar de vez.
— Stacy amor! Fala comigo baby — sacudi seus ombros até que vejo seus
olhos castanhos abrirem de vagar, seus cachos cheios estão espalhados pelo
travesseiro, seu rosto cor de chocolate está cheio de hematomas, ela tenta
falar alguma coisa mas a obrigo a ficar calma, seguro no celular para ligar
para o 911, mas seu rosto de medo olhando para o próprio ventre também
me fazem vidrar essa região. Não.
Sangue.
— Papai não por favor — ele faz um sinal com a mão como se quisesse
me mostrar algo em seu pescoço, mas não me detenho nisso porque a única
coisa que quero é que ele saia dali e me leve para casa para festejar o resto
do meu aniversário como combinamos mais cedo. Seus olhos marejados me
olham com admiração e com amor, antes que eu pudesse ver mais alguma
coisa ele diz que me ama de forma silenciosa e isso me faz chorar
copiosamente porque sinto como se fosse uma despedida. Em segundos uma
luz forte veio do carro e um vento forte atirou meu corpo para ainda mais
longe, quando consegui recobrar um pouco a consciência, apesar da minha
visão estar desfocado eu podia ver as chamas consumirem o carro no meio
da estrada.
— Papai — estou tão fraca que mal consigo chorar, tudo está doendo e
minha visão está cada vez mudando a cor, e meu corpo não para de tremer
devido a extrema baixa temperatura de São Petersburgo durante as noites.
De repente uma sombra apareceu bem ao meu lado, não podia ver seu
rosto mas percebi que a pessoa está me olhando — pai!.
Limpo as lágrimas que não param de sair por meus olhos, é assim toda
vez que essas memórias se apoderam de mim. Cada acontecimento daquele
momento depois do concerto nunca saiu da minha cabeça, cada som, cada
gesto e cada imagem. Tudo isso continua vivo dentro de mim, mesmo depois
de quase cinco anos terem se passado. E o pior de tudo também veio quando
acordei no hospital e me disseram que meu pai tinha morrido e que eu tinha
ficado cega. Naquele momento eu não queria acreditar eu achei que não
sobreviveria em minha situação, porque eu estava devastada naquela época,
num minuto você presencia uma explosão e no outro você acorda e não
enxerga nada, nem mesmo a escuridão, você vive num mundo oco e sem cor.
Tento esquecer um pouco isso, porque lembrar por tudo que passei não me
faz bem no final do dia. Mas às vezes é inevitável não querer reviver aqueles
acontecimentos, a curiosidade também me instiga a querer entender o último
final que meu pai fez, naquele momento eu não levei muito a sério, mas
agora realmente entendo que aquilo foi alguma pista ou uma mensagem, eu
não sei só sei que alguma coisa me diz que meu pai não fez aquele sinal a
toa.
E também tem aquela sombra estranha que vi antes de ficar inconsciente,
pelo tamanho eu sinto que era um homem e me observava intensamente
através da mascara. Quem era ele? Provavelmente fazia parte do grupo que
nos atacou.
E pelo jeito dentro de alguns dias provavelmente minha visão irá voltar,
mas e se não der certo? Será que estou pronta para encarar o mundo de
novo? Com certeza não, não estou pronta para encarar o rosto do homem que
me tem para seu próprio deleite, fico imaginando qual será a cor dos seu
olhos, já sei que ele é alto e forte. Mas e os olhos? Os olhos são o espelho da
alma, e acho que olhando e vendo seus olhos posso saber o que está por trás
de Christopher Parker.
Passam dois dias desde a última vez que falamos, na verdade desde o dia
que fui torturada, nunca pensei que sentirei tanta dor na minha vida como
senti naquele dia. Achei que fosse morrer amarada naquele quarto de jogos,
o que mais me chocou foi a sua calma para lhe dar comigo naquele estado,
como se ele não saísse afetado de tudo aquilo. O quão ele foi machucado ou
quebrado ao ponto de não se importar se está ou não machucando alguém?
Inspiro o cheiro de madeira molhada que entra através das janelas que abri
quando entrei na sala do piano, não sei porquê mas esses últimos dias tenho
acordado tão desanimada, mais do o normal na verdade. Até tocar piano
nunca pareceu entediante como agora. Meus dedos apenas pechem os
teclados de forma desajeitada da primeira nota de Dó até a oitava nota de
Dó.
— Senhora Parker! — Como se ela tivesse esquecido que a pedi para não
me chame de senhora, mas uma vez ela o faz, e já estou me acostumando
com isso.
— Seu marido pediu que a ajudasse a arrumar uma mala para viagem,
porque partem em uma hora para nova Iorque. — O quê?
— Morgan! Porquê você nunca sai para se divertir ou visitar sua família?
Você parece muito jovem e não vejo motivo para ficar aqui trancada comigo
e deixar sua vida passar assim.
A viagem até o hangar foi rápida, quando o carro trava numa velocidade
moderada a porta do meu lado é aberta, o vento fraco que sopra lá fora trás
até mim o cheiro do perfume do meu marido e antes que pudesse pensar em
algo uma mão grande segura minha mão e a outra minha cintura, e uma
eletricidade estranha percorre todo meu corpo.
— Vem! — Meu braço é segurado com força e assim sou guiada para um
lugar que desconheço. Quando sinto os primeiros degraus uma paz interior
se volta a mim quando percebo que estamos entrando no avião, sou
acomodada em uma das poltronas e meu sinto é colocado e assim ele dá
ordem para que a aeronave dê voo.
— Vem anjo! — Saio do meu devaneio quase pulando de tão distraída que
sua voz me pegou. Ele retira meu sinto e segura no meu braço me fazendo
levantar, o aperto da sua mão naquela região é firme e nada delicado, nunca
o vi tão raivoso para não dizer agressivo quanto hoje. Após alguns passos
ouvi uma porta abrir, nós demos alguns passos e depois disso aporta fechou.
Ele não me deu tempo para nada e minha boca foi esmagada em um beijo
urgente e agressivo, eu mal consigo respirar direito porque ele está roubando
todo o meu fôlego. Meu casaco é rasgado com urgência, e isso está me deixa
assustada. Suas mãos apertam meus seios me causando dor, uma vez que
meus mamilos não estão cem por cento recuperados.
— Espera Christopher ainda está doendo — ele não me deu ouvidos e
começou abrir o zíper do meu vestido, tento me afastar mas ele me aperta
ainda mais contra seu corpo, — por favor para.
Eu o odeio
O odeio tanto por fazer todas essas coisas comigo, primeiro me trata bem
depois me causa dor da pior forma possível, e agora me humilha desse jeito.
Não luto mais, porque sei que não vai adiantar nada, eu estou em
desvantagem agora. A única coisa que desejo no momento é que essa
aeronave caia direto no oceano para que eu possa esquecer da minha
existência.
Sobre o tempo ela não faz ideia do quanto se passou, mas o suficiente para
que sua aparência mudasse, não tão drasticamente como ela esperava pois
todas as mulheres da sua família dificilmente tem a sua aparência
modificada depois de passarem alguns anos. Mesmo em idade avançada
todas permaneciam com um aperto jovial.
Seus olhos azuis de um tom intenso igual a duas safiras vidram o violino
que está encostado numa das poltronas do seu quarto, para não dizer sua
prisão. Aquele violino era seu único amigo, o único que ainda a matinha
acordada, o único que roubava seus sorrisos e até mesmo suas palavras que
com o tempo ela acabou as guardando apenas para si.
Por conta própria ela aprendeu a tocar famosas melodias mas também
compôs algumas.
De vez em quando ela pode sair para passear pelo jardim mas sob
supervisão dos guardas e se o dono de seus pesadelos permitir. O homem
que ela mais odeia e deseja mais que tudo matar a faz refém a anos, tempo
suficiente para ter lhe quebrado e o pior, e tudo o que mais odeia nele é fato
de a torturar com coisas que acontecem fora dos muros, ela odeia quando ele
abre aquela boca asquerosa para falar do sofrimento das pessoas mais
preciosas da sua vida.
Os seus tesouros.
É assim que ela se refere a eles. Jurou para si mesma quando foi ali
trancafiada que um dia ainda contemplaria os olhos dos seus tesouros, nem
que fosse a última coisa que faria antes de ser aniquilada. Diferente das
outras manhãs lembrar que ainda existe vida lá fora a faz reviver um dos
dias mais importantes da sua vida.
A única voz que ela ouve a anos chama sua atenção a tirando da pouca
felicidade que sentia recordando de suas memórias felizes o sorriso que
estava estampado no seu rosto some imediatamente ao ver seu raptor
postado a observando.
Continue!
Aquela voz, aquela outra parte de mim que chamo de ferra grita dentro da
minha cabeça, me deixando ainda mais estragado do que já estou, posso
sentir a podridão vindo de dentro de mim, eu sou mesmo um doente filho da
puta que não merece uma coisa preciosa como essa, mesmo não a
merecendo eu a quero. Se é isso que as pessoas chamam de ser egoísta, então
não me importo de sê-lo. Sou um maldito egoísta filho da puta.
O corpo dela não para de tremer em meus braços, minha ereção baixou
momentaneamente assim que recobrei a consciência e voltei ao controle,
baixo seu vestido marrom enquanto isso ela continua se encolhendo em
meus braços, merda.
Meus lábios tocam de forma delicada sua testa enrugada, ela
provavelmente está confusa com minha mudança repentina, não a culpo eu
sou inconstante demais que às vezes também não me entendo.
Nos últimos dois dias eu evitei minha esposa, não queria ficar em sua
presença enquanto a lembrança da outra me assombrava, não quero que
essas duas partes da minha vida se misturem e muito menos se confundam,
meu passado fez o que sou hoje, ele dita as minhas ações hoje em dia e por
mais que eu não queira Sasha ficou com o pior de mim, enquanto a outra
teve de tudo de bom que eu podia sentir, ser e dar.
Por isso esse afastamento foi necessário, a memória de Stacy estava muito
viva nos últimos dias, eu posso ser um filho da puta mas não até o ponto de
pensar em outra enquanto minha esposa dorme ao meu lado, pensar na Stacy
não me afeta mais como homem, mas sim como um ser humano que sente
culpa e que é corroído pela derrota e pelo fracasso, sim eu fracassei, e perdi
algo irrecuperável, o amor.
Minha falecida esposa dizia que todo ser humano é feito de amor, e todos
podemos dar e receber amor, basta querer, leigo engano ela teve. Porque ela
era o amor em pessoa e mesmo assim ela não escapou da crueldade do ser
humano, agora me pergunto se valeria mesmo apenas nutrir tal sentimento?
Não preciso responder tal pergunta, pois os fatos são contundentes.
Após acordar minha esposa e nos dirigimos de volta aos nossos acentos o
piloto anunciou a nossa aterrissagem e finalmente estávamos em solo nova-
iorquino.
Durante o voo dormi tanto que só despertei quando Christopher me
chamou me avisando que iríamos pousar em instantes. Era possível ouvir a
agitação da cidade ainda percorrendo os degraus da aeronave.
Dentro do carro apesar de não poder ver nada eu podia sentir a energia
agitada da grande cidade, sempre tive curiosidade de conhecer Nova Iorque
e nesse momento me sinto deslumbrada por estar aqui.
É tão bom ouvir várias vozes, pode parecer estranho mas para uma
pessoas que já viveu boa parte da vida isolada e ainda vive em isolamento,
conhecer Nova Iorque se equipara a um acontecimento épico. Mesmo depois
de ter passado por aquela situação humilhante no avião não consigo
esconder o tamanho da minha felicidade, sei que Christopher está com os
olhos em mim agora, mas não dou nenhuma atenção, permaneço calada e
centrada em ouvir cada ínfimo barulho que a cidade pode proporcionar.
Sobre o que aconteceu mais cedo, meu coração ainda não está cem por
cento recuperado daquele susto, por um segundo achei que ele teria a
coregem de... de fazer aquilo comigo, me obrigando. Agora estou animada
mas um pouco insegura em ficar com ele, Christopher é um homem muito
inconstante, num segundo ele está calmo e silencioso e no outro ele é pura
raiva e a explosão em peso, e não sei se tenho capacidade para suportar toda
essa carga dele.
— Não senhora. Seu esposo avisou que não irão precisar de mim hoje a
noite.
Após conversamos por mais algum tempo sobre moda e sobre todos os
atores de filmes de Hollywood que eles admiram finalmente se despediram e
foram embora prometendo me arrumar em qualquer ocasião que eu quiser.
Morgan me ajudou a colocar o vestido, o qual deixa um dos ombros nus e
outro lado ostenta uma manga comprida, pela textura do tecido percebo que
ele é todo de veludo e justo no meu corpo, será que estou tão bonita assim?
Despois de colocar as sandálias Morgan me deixou sozinha informando
que meu marido viria me buscar, após esperara cerca de vinte minutos senti
vontade de ir ao banheiro, então assim o faço com a ajuda da bengala.
Depois de fazer meu xixi arrumei o vestido e lavei as mãos, estava prestes a
sair quando percebi que a porta estava entreaberta e dá para escutar a voz de
Christopher falando com alguém no quarto. Então me aproximo para ouvir
melhor.
Pulo de susto quando a porta é aberta e forma brusca, tento disfarçar que
escutei tudo, mas ele sabe que escutei. Ele me segura pela cintura me
incentivando a caminhar.
— Obrigada! — O caminho até o tal evento não durou muito, visto que
está decorrendo no centro da cidade.
Já dentro do carro é possível ouvir o tumulto de pessoas lá fora, devem ser
os jornalistas. Assim que a porta é aberta seguro a mão de Christopher com
força, tenho medo que ele me largue e eu me perca no meio dessa multidão
que estou ouvindo chamando meu marido pelo sobrenome.
Não sei como aconteceu, mas, num minuto ouvia o barulho ensurdecedor
daquelas vozes no outro, estava num lugar silencioso apenas ouvindo o
barulho dos nossos passos.
Não tardou até chegarmos ao salão, tento acompanhar o ritmo andante de
Christopher mas em alguns minutos é muito difícil. Depois de nos
acomodarmos em nossos lugares ele permaneceu em silêncio e eu também,
depois de uns dez minutos a mão de alguém toca o meu braço.
Fazia tempo que não conversava tanto com as pessoas que às vezes não
sabia se estava exagerando em algumas vezes. Depois do jantar nossos
maridos disseram que iam sair pra alguma reunião de negócios eles não
explicaram nada. Depois de alguns minutos de conversa sozinhas, Rosa
Angélica confessou que irá fugir do marido, ela contou um pouco do que é
sua vida de casada e eu fiquei literalmente chocada com tudo, será que estou
passando pelo mesmo e ainda não percebi?
Reflito sozinha dentro de mim enquanto Emanuelle chora por não ter
coragem de fazer o mesmo com Rosa Angélica, não a condeno, ela está casa
com um dos maiores mafiosos que o mundo já conheceu. Mas e eu? Onde eu
me encaixo em tudo isso?
Sempre desejei ter minha própria vida longe da máfia, longe do inferno
que era viver com minha família e longe do comportamento estranho de
Christopher. E isso e faz eu me lembrar que em poucas secções perco o
direito de uso da palavras de segurança, meu corpo se arrepia ao imaginar
que ele poderá me usar do jeito que quiser sem se importar com o
esgotamento do meu corpo. Eu estou perdida e não sei o que fazer. No final
opto por mostrar o certo por Emanuelle, por mais que eu não seja feliz nessa
empreitada pelo menos minhas amigas serão.
Pelo caminho Rosa Angélica falou com uma amiga que disse que tinha
um primo que podia nos ajudar a sair de Nova Iorque. Nos desfizemos de
alguns dos nossos pertences, como celulares e as joias para que não
fossemos rastreadas, apenas ficamos com o dinheiro e as roupas. Mesmo
transparecendo uma certeza inexistente uma luta incontrolável se formava
dentro de mim, para as meninas eu era a mais centrada a menos medrosa
aquela que carregava coragem.
Mas no fundo eu me conheço, e eu não passo de uma covarde medrosa.
Um bicho assustado que sabe que a qualquer momento será levada de volta á
gaiola de dorada, sei que tarde ou cedo eu voltarei para meu algoz e mesmo
sem querer admitir uma parte de mim irá gostar disso, por que sim, eu tenho
um lado que gosta daquela perversão toda que ele faz comigo no quarto de
jogos, uma parte de mim já estava viciada daquele jogo doentio de dor e
prazer, uma parte da mim já estava começando a implorar para sentir o couro
dos chicotes dele no meu corpo nu e pendurado.
Mas não vou deixar esse lado vencer, porque eu ainda existo e vou lutar
com todas as forças para que meu corpo esqueça que já gostou de sentir dor.
Eu vou me resgatar, vou resgatar o meu eu que estava sendo contaminado
por um sádico doente, que num momento me tratava como a mais delicada
flor e no outro momento me via como seu objeto de prazer. Porque ele sentia
o mais absoluto prazer em me ver exaurida após intermináveis minutos de
chibatadas e gritos de dor e prazer, ele entrava em êxtase quando me via
tremer de prazer ao mesmo tempo que fios de sangue escoriam por alguma
parte do meu corpo.
Não sei quando Christopher e a fera irão me achar, mas farei de tudo para
aproveitar a pouca liberdade que consegui alcançar, eu preciso disso, porque
ficar com ele já estava me deixando confusa, estava mexendo com minha
cabeça e meu coração, e que Deus me perdoe mas homens como ele já tem
um lugar reservado no inferno. Homens como ele não amam apenas tomam
como posse, homens como ele não demostram carinho apenas cuidam e
protegem. Demorei muito tempo para entender que ele era um quebrado que
não está em busca de alguma salvação e para meu azar eu cruzei o caminho
dele.
— Amiga fica calma. Não vai acontecer nada, agora nós temos uma a
outra para proteger não chora por favor.
Não sei se algum dia voltarei pra Rússia, mas espero que isso aconteça.
Porque toda minha história está lá e a dos meus pais também. Meu irmão
está lá, e sei que apesar de ser um inconsequente ele irá sentir minha falta e
eu também, ele é minha única família. Lembrar dele me aperta o coração,
mesmo depois de tudo o que ele me fez o chamado do sangue é mais forte
que qualquer desavença que tenhamos tido.
Ninguém quer saber para onde iremos, eles tem toda razão caso sejam
descobertos serão os primeiros a sofrer as consequências da nossa suposta
insolência aos olhos deles.
Nunca tive paciência para manter diálogos por muito tempo, sendo nos
negócios ou na vida pessoal. Por isso não abri minha boca desde que me
tranquei num dos escritórios do hotel com esses dois homens a minha frente.
Um com a mente mais fodida e doente que a do outro e o que os dois têm em
comum? São obcecados por suas esposas, chega a ser doentio a forma como
eles às cercam e o jeito nada convencional que as mulheres foram envolvidas
nos seus casamentos, essa realidade não foge do meu. No final também só
um fodido igual a eles, ou até pior.
Não quero imaginar o que pode acontecer se eu ficar obcecado por minha
esposa. Provavelmente a manterei acorrentada na cama do quarto de jogos
até a morte, espero não chegar nesse nível de perversidade ou então viverei
com seu ódio também até a morte.
Mas do que nunca me sinto muito inquieto, como se sentisse que algo está
por vir, e uma ansiedade descomunal de voltar para aquele salão se apodera
de mim. Já não consigo ficar tanto tempo sem olhar aqueles olhos
transparentes. Com o tempo aprendi a ler cada gesto, cada movimento, cada
desvio que suas pupilas fazem, cada traço no seu rosto. Ela não esconde
mais nada de mim, posso não me expressar muito por palavras mas sou um
grande observador e tenho capacidade de memorizar muito acima do normal.
— Uma vez que está tudo dito sobre o contrato, acho que podemos
retornar ao salão de festas — os dois homens me olham sem entender como
eu si e a conversa está te minada se eu mal prestei atenção ao que falavam e
não escondi para ninguém que não estava com a mínima vontade de intervir
em alguma coisa, minha assinatura é suficiente. O quero nesse momento é
levar minha esposa e ir embora de uma vez e sair dessa maldita cidade.
Depois de mais algumas minutos finalmente estávamos assinando os
contratos. Enrico irá se associar a nossa empresa virada á construção e
produção de armamento militar que por acaso a GENIS tentou comprar.
Porra, tinha me esquecido desses malditos e sinto que então armando alguma
nesse momento e essa desistência ema relação a mim sei que é só fachada.
Depois de horas a espera dos resultados das buscas resolvi voltar para o
hotel. Nós as subestimamos demais e esse é o resultado, mas quem esperaria
que um grupo de mulheres constituído por uma cega, uma esposa submissa e
uma medrosa teria coragem de fazer tal coisa, elas são bem mais inteligentes
do que pensamos e se isso for realmente parte da identidade delas nós
estamos fodidos.
Sei que onde quer que ela esteja não para de pensar em mim, seu corpo irá
sentir falta de mim e da libertação que posso a proporcionar, cada maldito
por dela irá implorar por mim assim que sua mente devolver cada momento
de puro prazer que tivemos e principalmente ela sabe que a qualquer
momento eu a trarei de volta nem que seja arrastada pelos cabelos, ela sabe
que essa fuga não é para sempre.
E quando eu a encontrar o lugar dela estará aqui a esperando, e ela sabe
que irá se arrepender porque um anjo não provoca uma ferra e fica por isso
mesmo.
Nova Iorque
Soco mais uma vez com toda força possível o saco de pancada enquanto
lembranças e fantasmas do passado fervem como nunca em minha cabeça.
Mesmo banhando de suor e quase cansado nada me distrai nada tira essa
lembranças da minha cabeça, e sei mais do que nunca o motivo disso estar
acontecendo, é sempre assim quando uma certa data se aproxima, é como se
minha mente tomasse o controle de meus pensamentos automaticamente
assim que meu corpo começa a sentir os primeiros resquícios do outono,
definitivamente outono não é a minha estação predileta em todos os sentidos
possíveis.
Para além de marcar uma data nada agradável do passado também marca
algo mais recente, a fuga de um anjo que precisa ser cortado as asas. No
final Sasha realmente me surpreendeu, parece até uma piada pensar que ela
fugiu de mim, ou pelo menos deixar ela pensar que fugiu de mim. Mas a
cada hora e minuto que passam os gritos de prazer dela ecoam na minha
cabeça a cada vez que penso mil maneiras de castiga-la quando a encontrar.
Nunca foi tão delicioso dar dor e prazer a alguém o quanto foi com ela,
preciso admitir que por detrás daquele rosto bonito e aqueles olhos inocentes
se esconde uma pequena devassa, as infinitas noites, madrugadas e até dias
de paixão que tivemos são a prova viva disso, não, não foi a droga de um
maldito sonho. Eu realmente tinha uma coisa maravilhosa nas mãos, e não
há nada no mundo que irá me fazer desistir dela. Quando coloquei os olhos
nela algo dentro de mim se acendeu e senti o quanto ela era perfeita para as
minhas perversidades, não vou desistir tão fácil dela, ela é uma raridade, e
apesar de saber que uma parte dela repudia e abomina meus jogos sádicos eu
a quero ainda mais, porque existe um lado dela que precisa ser explorado,
existe uma parte dela que gosta daquilo e sei que é essa parte que a irá
fortalecer.
Fraco!
Aquela maldita voz grita dentro da minha cabeça me deixando com mais
fúria e com isso desfiro socos intermináveis no saco, merda, por umas horas
tinha esquecido da existência dessa voz na minha cabeça, e pela data que se
aproxima sei que esse lado meu estará mais inquieto que nunca.
Nós vamos mata-la, tal como aconteceu com a outra. Eu vou adorar isso.
Meto nela com toda força enquanto minhas mãos apertam suas coxas
deixando marcas de dedos e minha boca sedenta não para de chupar os
mamilos rosados e durinhos. Ela grita meu nome enquanto sua buceta me
aperta ainda mais internamente a sensação de tê-la é tanta que fico extasiado
que passar meu pau naquele entrada maravilhosa dá a vontade de nunca
querer gozar, mas fica impossível quando seus músculos vaginais
praticamente espremem meu pau de tal forma que gozo urrando feito um
homem das cavernas.
Praguejo internamente por não ter levado a tal da empregada. Assim ela
não teria fugido se aquela mulher estivesse o tempo todos ao lado dela.
— Anjo, anjo parece que você terá que voltar para casa o mais rápido
possível. Não quero imaginar o que a fera fará se fosse não voltar.
— Você está péssimo — são suas únicas palavra antes de entrar. Ele olha
para todo ambiente, mesmo afastado do exército ele continua com a postura
militar, mas também não o culpo. — Porquê me fez vir até aqui? Sabe que
odeio cidades.
— Então pode falar — ele se senta num dos sofás após tomar em apenas
um gole a dose de whisky que tinha o servido.
— Se tem algo que você faz melhor para além de atirar a quilómetros de
distância é achar pessoas que não querem ser encontradas — ele me analisa
de forma minuciosa.
— Vocês três são doentes! — Ele se levanta e serve mais uma dose de
whisky. Chego a conclusão de que já saiba o que aconteceu — agora virei
detetive que procura o brinquedo sexual de um banqueiro.
— Posso contar com você? — Ele apenas assente — quando a achar nós
retomamos nossas investigações. — Me sento no sofá a sua frente e
pergunto: — como está sendo trabalhar com o mafioso?
— Até agora não me arrependo de ter matado nenhum dos que fui
designado a matar. Ele é outro obcecado pela esposa. Te dou um conselho
não se vicie nela, você sabe que no final vai se foder feio. Você e os outros
dois. — Até hoje a norte da sua família o afetou de forma drástica, as vezes
que ele se importa menos com a vida do que eu.
O piloto anuncia que o pouso foi feito com sucesso, meus seguranças
retiram minha mala e a da minha esposa e vejo o carro que irá me levar para
casa em frente ao jato, em alguns passos já estou no interior de veículo.
Já me foi dito que o que tenho não tem nada a ver com trauma, e sim auto
sabotagem, ou seja, segundo as avaliações médicas eu tenho tendência a me
auto deflagrar por um incidente que de certa forma não tinha como evitar.
Mas eu sei que isso não consta a verdade, eu sei e conheço minha culpa no
que aconteceu aquela noite. Assumo a minha culpa, e meus pensamentos não
são tendenciosos a auto sabotagem, simplesmente não posso viver enquanto
aqueles que conspiraram e ajudaram o homem que me concebeu a destruir a
chance que eu tinha de voltar a viver, não quando após anos vivendo sob as
ordens daquele doente eu finalmente tinha encontrado um motivo para viver,
não quando as vidas dos centros da minha naquela época foram ceifadas
sem piedade ou humanidade alguma.
— Como se sente sobre seu casamento? Acha que de alguma forma ele
mudou alguma coisa em você em relação a esse dia ou em relação a algum
aspeto da sua vida? — Se esse casamento mudou minha vida? Obviamente
que sim. Antes de me casar o trabalho era meu maior passa tempo em oitenta
por cento do meu tempo e disponibilidade e agora, pelo menos até antes da
minha esposa fugir, meu tempo era dividido em cinquenta por cento
trabalhando e a outra metade o tempo era gasto estando dentro da minha
esposa.
— Não senhor Parker, não é isso que quero saber. Quero que me diga se
de alguma forma o casamento mexeu com seu interior, seu coração e sua
mente por exemplo — com as minhas mãos juntas e com meus cotovelos
apoiados nas laterais da poltrona apenas penso em uma resposta que não irá
delongar mais esse assunto sobre minha vida conjugal.
— Então você considera ela como sendo sua âncora? — Ela não é minha
âncora, com certeza não. Ela é aquela que desperta a perversão total
existente em mim.
— Por enquanto ela é só minha esposa. Existe uma linha tênue entre nossa
relação conjugal e ao fato dela ser um tipo de âncora para mim. — Mas uma
vez aquele silêncio reconfortante que tanta aprecio volta a se instalar na sala.
— Se fosse definir o acontecimento de anos atrás no dia hoje em uma
única palavra, qual seria? — Para além das perguntas sobre meu casamento
isso também é novo.
Morte
— Porquê morte?
Ela domina os afazeres domésticos e a cozinha melhor que nós que não
sabíamos nem fritar um ovo. Diferente de nós ela veio de uma família
humilde e teve uma mãe amorosa que a ensinou todas essas coisas. Apesar
de tudo estou aprendendo aos poucos, e para fazer algumas coisas eu ainda
necessito de ajuda delas por causa da minha deficiência que em limita.
Após me despir entro e no box, sinto a água fresca cair sobre mim e solto
até um gemido de satisfação devido ao calor intenso que estava sentido, bem
diferente da Rússia.
Eu e Emanuelle é que fomos fazer as compras, as duas trabalhamos em
uma escola no período da manhã até mais ou menos o meio-dia, Rosa
Angélica trabalho em tempo integral numa biblioteca por isso ela só voltará
mais tarde, á nossa saída da escola eu e a Emanuelle fomos ao super
mercado fazer algumas compras, por ela estar numa fase crítica da gravidez
eu carreguei as compras todas pesadas sozinhas.
Sinto tanto pela minha amiga, ela está sempre cansada e com dores e o
pior o tempo todo pensando nas consequências da nossa fuga. E eu a
entendo.
Faz exatamente um mês desde que fugimos dos nossos carrascos, se é que
posso chamá-los assim.
Sinto que ele sabe que a todo momento estou pensando nele, ele sabe que
me angustia essa incerteza sobre o amanhã. Mas eu tento ser forte por
minhas amigas pois quero que elas tenham um pouco de paz e sossego em
sua vidas como gestantes. Tem dias que é difícil segurar as lágrimas e
gemidos de desespero. Por muitas noites enquanto as meninas dormem eu
me entrego a dor e a tristeza nas lágrimas, eu sou humana e sentir é o que me
torna um ser racional.
Após me vestir, acordo minha amiga que não parava de protestar pois seu
sono estava muito bom e ela não queria acordar por nada, mas ela precisa
almoçar.
— Tive um sonho tão bom Sasha — ela diz animadamente enquanto nos
acomodamos na mesa.
— E o que você sonhou? — Fico feliz que ela tenha sonhando com algo
diferente para além do marido aterrorizante.
— Sonhei com meus pais, no quanto éramos felizes juntos. Minha mãe era
uma pintora assim como eu e era a mulher mais alegre e feliz que eu
conheço e meu pai apesar de sério também era o homem mais amoroso do
mundo — sua voz soa entrecortada, provavelmente falar deles a emociona.
— Sim pelo que você falou eram realmente felizes. — falo sentindo um
nó na garganta.
— E você? Nunca me falou da sua mãe. O que ela faz? Onde ela está?
— Qual seu pensamento hoje sobre a morte da Stacy e do seu filho?
— Vai responder a minha pergunta senhor Parker? — Mas uma vez a voz
da mulher a minha frente preenche meus ouvidos. A cada ano ela vem se
mostrando mais sensual e despojada diferente de anos atrás quando a
conheci, ela era do tipo tímida, perguntava apenas aquilo que achava que eu
responderia e principalmente, ela tinha pavor de mim. Mas com o tempo
todas essas evidências foram desaparecendo na mesma velocidade que o
tempo.
Avanço até onde ela se encontra, com a voz mais controlada possível
pronuncio: — não a quero perto da minha esposa nem perto de mim fora
desta sala, sempre que você me ver por aí simplesmente me ignore, não
cruze meu caminho, não me dirija a palavra e muito menos ouse olhar para
minha esposa. Está avisada.
— Não se esqueça doutora, você tem muito mais a perder. Um telefonema
e você se reduz a nada em todos os âmbitos da sua vida. — Não esperei para
ouvir seus pedidos de desculpa, era só o que me faltava ter que lhe dar com
uma psicóloga me perseguindo, por mais e nosso contato esteja mito mais
alem do que nessas paredes.
Após sair do edifício, mando meu motorista me levar até a mansão. Foram
horas de viagem, preciso de um banho gelado e mudar de roupa para ir até o
escritório.
Pelo caminho minha mente me leva a reviver um acontecimento de
quando meu progenitor estava vivo. Meu corpo até vibra ao lembrar do meu
punho indo de encontro ao seu rosto ganancioso, eu praticamente o
desfigurei quando descobri o que fez naquela noite antes de eu chegar em
casa, o deixei em carne viva e completamente ensanguentado, me arrependo
de não tê-lo matado. E outras fizeram esse favor ao mundo.
Passaram dois anos até eu descobrir que o que aconteceu naquele dia foi
culpa dele, ele foi o responsável por matar a pouca humanidade que alguma
vez existiu em mim. Sei que não tenho mais solução, já me conformei que
irei viver com a mente fodida pelo resto da porra da minha vida.
— Sasha! Você está bem? — não, porque eu não tenho uma mãe como
você teve Emanuelle. Respondo grosseiramente dentro de mim, e é lá onde
essas palavras permaneceram, porque eu nunca diria isso para minha amiga.
— Não vou negar me parte o coração não ter crescido com minha mãe ao
meu lado. Meu pai sempre evitou falar sobre a minha mãe, ele sofreu
bastante com o desaparecimento repentino dela, e por causa disso ele se
transformou num homem distante meio frio. Mas ele se esforçava para ser
um bom pai. Quando ele se casou com a minha madrasta eu devia ter apenas
uns quatro ou cinco anos de idade, e fiquei tão feliz, porque finalmente achei
que teria uma mãe e de bônus eu tinha ganhando uma irmã. Com o passar do
tempo minha madrasta deixou bem claro que não era minha mãe e que nunca
seria. Lembro que esse dia eu chorei tanto, eu tinha apenas seis anos quando
ela finalmente destruiu meus sonhos de ter uma família perfeita, porque
para mim ela era minha mãe e perguntei ao Dimitri porquê que nossa mãe
não gostava de mim e apesar de novo naquela época Dimitri já era crescido
se comparado a mim, e foi então que ele me disse que aquela não era nossa
mãe, ainda lembro muito bem das suas palavras duras" aquela mulher não é
nossa mãe, nossa verdadeira mãe é uma vadia que nos abandonou" foi o que
ele disse.
— Você acha que um dia irá encontrar sua mãe? — nos já estamos mais
calma e mantemos nossa conversa sobre nosso passado e nossas famílias.
— Eu não sei. Mas eu sinto alguma coisa me dizendo que minha mãe está
por aí precisando de ajuda. Por muitas vezes pensei em procurá-la, mas
sempre soube que meu pai nem meu irmão permitiriam isso. E quando fiquei
cega a possibilidade de procurá-la diminuiu ainda mais.
— E seu irmão? Acha que hoje em dia procuraria por vossa mãe? — Da
última vez que falei sobre nossos pais Dimitri fechou a porta do quarto dele
na minha cara.
— Não. Dimitri não tem bons sentimentos sobre nossos pais. Apesar do
seu jeito distorcido de demonstrar seus sentimentos, sei que Dimitri me ama
e que sempre irá me proteger.
— Essa sua irmã não sabe o que está perdendo ao ter você como irmã. Eu
ia adorar ter uma irmã como você. — e não estou mentindo, daria qualquer
coisa para ter uma irmã tão meiga e carinhosa quanto Emanuelle, — falando
em irmã, já pensou no nome para o bebê?
— Ainda não, na verdade estou esperando para saber o sexo, não vou
mentir eu queria muito uma menina. Mas o que vier eu estarei feliz da
mesma forma.
Não mais maltratar minha cabeça com esses pensamentos, porque isso não
é da minha conta.
Mas porquê imagina-lo com outra, está sendo tão doloroso para mim? Se
o que mais quero é ficar o mais longe possível dele, porquê minha mente me
leva a pensar nele a todo o instante?
Nunca pensei que depois de tantos anos mais alguém despertaria esse meu
lado possessivo, e aquela anjinha conseguiu sem nenhum esforço me deixar
obcecado por ela, e principalmente, o seu corpo que me entende muito bem,
a cada vez que jatos de água escorrem por meu corpo no chuveiro meus
pensamentos são assombrados por seus olhos revirando enquanto ela goza
sob meu comando.
Mal entendo porquê ainda a mantenho aqui, porque quando Sasha voltar
não precisaremos de seus serviços porque ela irá imediatamente para a
clínica fazer a maldita cirurgia, por bem ou por mal. A foder apertando
aquele seios apetitosos e enquanto aqueles olhos azuis me encaram é uma de
minhas fantasias doentias.
— O senhor tem uma visita, aliás, a visita é para senhora Parker, mas
como ela não se encontra eu vim chamar o senhor — porra, quem será? A
Sasha nunca recebeu visitas aqui. A interesseira da madrasta e a filha nunca
se atreveram nem a chegar perto dos portões da mansão assim como as
adverti, jurei que se ousassem pisar em solo americano teriam as cabeças
decepadas.
— Quem é?
— Uma senhorita, ela diz se chamar Yeva Petrova, diz ser Amiga da
senhora Parker — deve ser a filha de um dos membros da máfia russa,
quando mandei investigarem o Dimitri, li no relatório sobre a irmã alguma
coisa sobre essa amiga dela, parece que as duas praticamente cresceram
juntas. Não me importa em nada a presença dela qui, mas estou curioso em
saber o motivo da visita.
— Boa noite! — minha intenção não era assusta-la, mas ela estava tão
distraída de tal forma que praticamente pulou do sofá quando ouviu minha
voz. Aos poucos ela se vira para me encarar ainda sentada, assim que olha
para minha cara seus olhos se arregalam como se ficasse surpresa ao me ver,
não a culpo, meu rosto com essa barba não me deixa com nenhum ar de
amigável. Em silêncio ela me analisa como se buscasse alguma falha, que
são várias, provavelmente ela deve estar lamentado por sua amiga que está
nas mãos de um homem como eu, consigo ler a mensagem nos seus traços
faciais, ela deve imaginar tudo o que faço com a amiga.
Tenho cem por cento de certeza que ela me investigou e descobriu sobre
as minhas preferências. Não me importo que meio mundo saiba disso, várias
submissas passaram por minhas mãos e é inevitável dizer que alguma violou
as regras revelando sobre mim.
— Senhorita Petrova? — Chamo sua atenção por ver que ela não sai do
transe. — Boa noite!
— É isso mesmo. Ela não está em casa no momento, ela viajou para
espairecer com algumas amigas — uso a mesma desculpa que Nicholas usou
para despistar a imprensa. Vejo espanto em seu olhar, ela definitivamente
não esperava ouvir que sua melhor amiga tinha viajado com outras amigas, e
imagino que na cabecinha dela devem estar passando milhares de ideias
sobre onde a amiga realmente está.
— Bom, então eu vou indo — sedo espaço para ela passar e antes que ela
alcance a porta de saída chamo sua atenção.
Assentindo ela se despede e vai embora, não foi difícil deduzir que ela
achava que matei minha esposa, vivendo na máfia acho que as mulheres
esperam de tudo lá dentro, só queria assegurar a ela que a amiga estava
viva, mas não sei se na sua volta ela estará inteira quando eu puder minhas
mãos nelas.
Coloco minha mão no interior da banheira para sentir a temperatura da
água, que por sinal está gostosa de sentir. Lá fora chove como nunca tinha
visto aqui em Cuba. Brinco um pouco com a espuma que se encontra sobre a
água enquanto o cheiro aromático dos sais de banho domina todo o espaço
do nosso banheiro.
Ele não é nenhum homem das cavernas, mas ele não tem nada de sensível.
Eu não sei nem a metade sobre a vida dele antes de nos casarmos ou até
mesmo coisas sobre seu dia a dia, apenas sei o básico, que ele é dono de
banco, é americano, rico, influente, sádico, doente da cabeça. Apenas sei
coisas que quase todo mundo sabe dele, mas ele nunca me deixou saber mais
além disso.
Ele estava quase conseguindo me perverter, eu sinto que faltava pouco até
eu me viciar na dor, meu corpo estava começando a gostar de sentir golpes
fortes desferidos por seus chicotes. Eu ia chegar numa fase que começaria a
pedir para ele bater mais forte e sem piedade, essa fuga foi a melhor coisa
que me aconteceu, se não eu teria me perdido completamente.
Como a boneca que sou, ele me guia até a cama e me coloca de bruços
sobre os lençóis de seda macios, seus dedos ágeis passeiam por meu corpo
me fazendo libertar pequenos gemidos, meu corpo o pertence e isso é
indiscutível.
Sem esperar meu quadril é erguido e dessa forma apenas minha cabeça e
meus joelhos estão sobre a cama, me sinto completamente exposta apesar de
estar vestindo peças íntimas finíssimas, posso até sentir o ar passando por
minha vagina coberta pela calcinha minúscula. Respiro de forma ofegante
quando sinto alguma coisa passando por minhas costas, minha posição me
impossibilita de esfregar minhas coxas para aliviar a tensão na minha
intimidade.
Os bicos duros dos meus seios são acariciados tão delicadamente que
posso sentir meu orgasmo se formando na região do meu ventre.
Ele esbraveja.
— Não sen-hor. — gozar é tudo o que mais quero agora para acabar de
uma vez com essa tortura. — ahh meu Deus.
Estremeço toda quando ele acaricia minhas dobras por cima da calcinha
extremamente molhada. A tortura segue e sei que a qualquer momento vou
explodir. Rebolo sedenta em seus dedos e mal consigo controlar os
movimentos do meu corpo.
E assim aconteceu, apenas um tapa estalado nos meus lábios molhados foi
suficiente para me fazer tremer toda e me contorcer sobre a cama enquanto
meus músculos se contraiam me deixando entorpecida beirando entre a
realidade e o efeito alucinogénio do orgasmo.
Lembranças do passado
— Chris! — A voz fraca, o esforço que ela fez apenas para chamar meu
nome faz eu me sentir completamente estraçalhado por dentro. Pela primeira
vez algo estava dando certo na minha fodida vida, e mais uma vez eu teria
que aprender a perder.
O corpo pequeno da minha esposa não treme mais, ela está esfriando cada
vez mais, não sinto sua respiração quente no meu pescoço, apenas o sangue
saído do seu nariz. Seus dedos pequenos não estão mais apertando minha
camisa.
Meu corpo busca forças não sei de onde, para finalmente conseguir
quebrar um dos vidros blindados do carro, e carregar o corpo sem vida da
minha esposa. Sinto que meus pés carregam toneladas devido ao esforço que
estou fazendo para me arrastar pelo asfalto, o cheiro de queimado está em
toda parte, e até agora me admiro por ter saído vivo daquele carro.
Se eu já era quebrado, a partir de hoje serei apenas uma casca que vaga
pelo mundo se alimentando apenas com a dor dos outros.
Presente
— Senhor Parker!
— O que vocês querem agora? Já falei que não voltarei pra porra da vossa
organização. — Hoje eles estão em número de dois, mantemos uma
distância de cerca de três metros.
— Sua esposa por exemplo — merda, Dominic precisa ser mais rápido —
o senhor não ia querer ficar viúvo pela segunda vez sendo tão jovem, a
diferença é que agora a morte da falecida não seria culpa do seu pai. Lembra
do acidente que a matou?
Pelos vistos ainda existe algo que posso usar como arma contra eles,
preciso achar esse pendrive, sem dúvidas é algo que pode acabar com eles,
senão não estariam tão preocupados em encontrá-lo.
Não sei se ficar cara a cara com o líder desses lunáticos é algo que irá me
agradar, mas é um mal necessário.
De volta ao presente
Merda
Já era para ele me trazer o relatório sobre o paradeiro dela, eu não posso
sair daqui para Alemanha sem saber o paradeiro dela, e isso não é por causa
da segurança dela, mas também pelos meus instintos carnais que já estão
falando alto pela necessidade de tê-la acorrentada a mim outra vez.
Posso ser tudo o que as pessoas quiserem mas não sou infiel, quando faço
um juramento é para cumpri-lo, eu cumpro a risca com os meus
compromissos.
— Você não cansa de ser a máquina de matar do Enrico? — Ele solta uma
gargalhada forte enquanto coloca um cigarro na boca e logo de seguida passa
o isqueiro nele para começar com tragadas fortes.
— Ele está mais impaciente que nunca, um deslize e ele está matando. E
tudo isso por causa de um mulher — desde a morte da esposa Dominic
nunca mais foi o mesmo, se transformou num homem frio, em alguém que
não se preocupa mais com a vida de quem se encontra em sua mira, agora
ele não mata para defender o país e sim para sobreviver.
Me concentro mais nas fotos da minha esposa, onde em algumas ela está
sorrindo e em outras está brincando com algumas crianças. Leio também o
relatório que Dominic trouxe, nele está tudo detalhado sobre como elas tem
vivido, pelos vistos elas se adaptaram muito bem, nem quero imaginar como
tem sido para duas gestantes e uma cega viver numa cidade daquelas.
— Como pode ver elas estão ótimas, vivendo uma boa vida longe dos três
maridos possessivos. Eu já fiz minha parte o resto é com você. Como pôde
ver elas estão em San Tiago del Cuba, uma pequena cidade localizada na
região sul de Cuba. É um lugar calmo, sem grande nível de criminalidade e a
atuação do cartel no lugar é quase impercetível.
— Preciso que providencie proteção para elas, mas que sejam discretos
para que elas não percebam — é mais seguro para ela ficar lá enquanto eu
resolvo outros assuntos, nesse momento ela fica melhor longe do que ao meu
lado.
— Merda! Pelos vistos as nossas buscas por algo que irá destruí-los
continuam.
Meu dono tem toda razão quando afirma que eu viveria sob seu jugo até o
dia que um dos dois parar de respirar, e ele adora me torturar com isso, e
minha única resposta para suas provocações é o meu silêncio. A única coisa
que me dá certeza de que continuo respirando são as lágrimas que derramo
todos os dias a cada vez que lembro dos meus tesouros, e me corrói saber
que agora eles estão sozinhos, sem mim e sem o pai.
Uma lágrima quente percorre meu rosto assim que lembro da carinha da
minha menina pequena. Ela nasceu tão pequena e branquinha, seus olhos
azuis eram o verdadeiro espelho dos meus, essa é a única marca e tenho
certeza que ela carrega de mim e não quero imaginar o que foi para o pai
dela olhar em seus olhos e saber que aqueles olhos não eram os meus e sim
da nossos filha.
Meu dono me contou que ela se casou, quando recebi essa notícia fiquei
tão contente porque de alguma forma minha filha teria uma família de
verdade, mas ele não demorou a estragar minhas imaginações ao me lançar
que o marido da minha filha era tão sádico quanto ele, que ela também está
sofrendo o mesmo que eu, porque foi vendido pelo próprio irmão a esse
homem que hoje em dia é o marido dela.
Chorei por noites imaginando o quanto ela tem sofrido, ela é só uma
menina. E não fazer nada por ela está me matando, fico imaginando todas
vezes que ela chamou por mim enquanto chorava mas eu não estava lá. As
vezes desperto durante a noite ouvindo seus choros de menina, e não sei se
isso é realmente uma premunição ou é apenas a minha mente brincando
cruelmente comigo.
Me levanto e caminho até a janela do quarto, e por ela aprecio o jardim de
decoração sombria, igual ao proprietário. Os murros monstruosos que estão
em volta da propriedade são o verdadeiro sinônimo de soberba e poder, fico
pensando se alguém imagina que por trás desses murros ele mantém uma
prisoneira, uma escrava, ou um bicho, como ele me chama.
Bichinho.
Meu corpo reage assim que sinto sua presença atrás de mim, seu perfume
inconfundível é o único aroma que perdura no ar. Não me incomodo em me
virar para ter a certeza de que é ele. Apenas espero por ele, reagir é a pior
coisa que posso fazer agora.
Suas mãos grandes apertam meus abraços, e como sempre ele inala meu
perfume na curva do pescoço enquanto uma de suas mãos aperta meu seio,
seu membro excitado é a prova evidente da sua visita ao meu quarto logo
cedo da manhã.
Ele me vira de frente para ele e dou te cara com seu peito nu, e assim
começa mais uma de minhas torturas. Ele usa meu corpo de forma que bem
entende e que satisfaça seus instintos predatórios, e eu, aceitei tudo em
silêncio. Em algumas vezes ele me obriga a correspondê-lo e noutros
momentos ele não liga que esteja penetrando uma morta viva.
— Quero que fique linda, do jeito que você sabe que eu gosto. A nossa
visita deve estar prestes a chegar.
Visita?
Todo esse tempo que ele me mantém presa aqui nunca deixou ninguém
me ver, várias vezes parada naquela janela eu vi muitas pessoas chegarem
aqui, algumas levando muito tempo e outras nem tanto. E hoje ele me diz
que teremos uma visita? Essa ideia me arrepia porque sinto que isso não irá
me deixar feliz.
— Linda e do jeito que eu gosto. Depois que a visita for embora nós
vamos nos divertir bastante. — Ele me oferece a mão para que eu possa me
levantar e de forma automática meu corpo responde a seus comandos.
Juntos caminhas pelos corredores da fortaleza sombria, sua mão não sai
nem por um segundo das minhas costas, quando finalmente chegamos a uma
das salas e me surpreendo por estar a tanto tempo aqui e nunca ter visto o
cómodo antes, ele odeia que eu fique circulando pela casa e me cruze com
seus homens, o último que mostrou alguma curiosidade sobre mim teve a
cabeça decepada por uma das suas espadas bem na minha frente, e desde
então os seguranças mantém distância de mim.
Faz muito tempo que não tanto medo, mas agora sem saber o que vem a
seguir eu tremo em antecipação.
E depois disso vejo passar pela porta um homem alto, forte e barbudo. E
ele é tatuado, posso jurar que o corpo dele é coberto por elas. Sua presença é
familiar, sombrio tal quanto meu opressor. Assim como eu, ele não esconde
que me observa de forma intensa, ele é um homem ligeiramente jovem. Tão
frio que mal consigo manter meus olhos nos seus, a implacabilidade está
evidente nele.
Imediatamente baixo meu olhar, não quero ser castigada por encarar outro
rosto que não seja do meu dono.
Genro?
O tom nada amigável que ele usa para chamar a atenção do meu dono me
diz que nesse momento estou no meio de uma guerra entre dois demônios.
E só quero que eu e minha filha saiamos de tudo isso vivas, porque ilesas
não sairemos.
Através do tablet, sentado no assento traseiro do carro leio o relatório que
os homens designados a vigiar e proteger minha esposa e as outras me
mandaram a alguns minutos. E até agora pelo que estou lendo, nada saiu do
controle. Mas parece que uma delas, a esposa do Enrico nesse caso teve uma
complicação com a gravidez, nada de grave. Já a ladra dos meus
pensamentos nos últimos tempos continua com a mesma rotina, dar aulas de
música, brincar com as crianças da tal escola, passear pela praia são suas
atividades diárias e claro cuidar das mulheres grávidas dos outros. Nunca me
atreverei a contar para eles que achei elas e fiquei calado.
Mas às três sabem o que as aguarda, aposto que a noite quando cada uma
está tentando dormir mas suas mentes não deixem, apenas pensam o que nós
três faremos com cada uma, e Sasha sabe o que a aguarda.
Merda
Sim, ela me tem. De todas as forma possíveis ela me tem e conquistou até
a maldita da ferra que não para de me instigar a fazer obscenidades.
E por causa do seu histórico violento com a GENIS ele teve que entrar no
avião disfarçado de assistente de bordo. Não podíamos arriscar dele ser visto
entrando no mesmo jato que eu, sabemos que estão me vigiando.
Antonín Zimmerman
Seu nome está escrito como título da extensa biografia dele. Aqui diz
apenas que ele é um investidor em diferentes áreas do mercado que sejam
rentáveis para ele e para os associados, filho de um general do exército
militar alemão, um homem muito conceituado e que fez muito trabalho para
o sistema nazista que vigorou por anos na Alemanha.
— Eu também fiz essa cara quando liguei os pontos. Nunca vi homem tão
doente quanto esse, a podridão que exala do dinheiro dele é repugnante. Em
tempos como esses ele escraviza velhos e crianças em prol do próprio bem
estar. Ele é um maldito nazista que pretende começar uma guerra para
mostrar que a Alemanha continua sendo a maior potência mundial, tal como
ele armou para mim e o meu esquadrão naquela missão de captura ao Nazif,
ele pretendia começar uma guerra entre os Estados Unidos e a Rússia as
nossas custas. Ele mandou matar milhares de pessoas em uma aldeia numa
das florestas da Tailândia, tudo isso porque queria explorar os recursos da
região, os sobreviventes viram que era uma guerra perdida e acabaram
abandonando suas casas e indo embora. E te garanto que ninguém ficou
sabendo disso, ele comprou o governo e a polícia. E mandou fazer um aterro
sanitário para colocar todos os corpos lá. Ele mandou estuprar mulheres,
mandou fazer experimentos científicos ilegais em pessoas forçadamente.
— Mesmo Domínic tendo se transformado num homem insensível posso
sentir o pesar em suas palavras. — Dizem que ele esconde algo na fortaleza,
ele era um homem que vivia mudando de residência durante anos e aonde
quer que ele fosse levava essa pessoa. E o curioso é que ele não é casado,
nunca foi na verdade.
— Pode ser! A única coisa que tenho certeza é que um dia eu vou acertar
um tiro bem no meio da testa desse desgraçado, e não farei isso escondido
entre prédios ou florestas de roupa camuflada, será cara a cara e olho no olho
a apenas uma distância de um metro. — Eu sei que ele irá cumprir com o
que está dizendo, quando mexeram com a família dele não sabiam o que
estavam acordando.
— Você me falou que a família Semyonava tem alguma ligação com ele
— pontuo após me lembrar de uma de nossas conversas, mas os relatórios
anteriores não diziam muita coisa sobre o assunto.
Assim que entro no quarto, cómodo esse que faz parte do jato, me desfaço
do sobretudo o largando em qualquer canto do lugar. Me acomodo na cama e
imediatamente lembranças do que aconteceu nessa cama e nas paredes desse
quarto a meses durante a minha dita lua de mel me assolam de forma
violenta como uma avalanche.
Fecho os olhos e meu corpo agradece pois está sentido que aos poucos eu
vou cedendo a teimosia de manter os olhos abertos para que os fantasmas do
passado não se apoderassem dos meus sonhos.
— Ele não me chamou aqui para me matar. Eles precisam de mim vivo,
porque afinal de contas é o meu banco que querem e sabem que não darei
isso para eles. Se me matam o banco fica com a minha esposa mas se eles a
matarem começam uma guerra com a máfia russa, ontem eu falei com
Aleksei - líder da máfia russa - e o deixei a par de tudo. Os desgraçados
ameaçaram a minha esposa, e sei que irão aprontar alguma.
Tal como pensei, os murros compridos com certeza construídos bem antes
do século XIX são a primeira coisa que me dizem o quanto o homem que
reside na propriedade é tão sombrio quanto eu, os portões metálicos que
carregaram o que parece ser o brasão da família nos dão as boa vindas.
O carro estaciona em frente às grandes portas de madeira preta, antes que
eu pudesse segurar na maçaneta da porta do carro para abrir e sair, alguém se
antecipa.
Um homem de meia idade, de postura polida é quem me recebe.
Assim que entro vejo ele parado atrás de uma poltrona enquanto segura
um copo de whisky. Mas o que realmente chama minha atenção é a mulher
sentada na poltrona, se eu não tivesse a certeza de que a minha esposa está a
milhas da Alemanha é uma cidade de Cuba podia jurar que estou vendo ela
agora vinte anos mais velha.
O cabelo negro e liso, os olhos tão idênticos que por um segundo acho que
estou olhando para minha esposa agora. Os traços extremamente fortes de
uma beleza e sua pele branca. Assim como eu ela me encara em curiosidade,
mas eu não demonstro isso, e muito menos que ver ela me impactou.
Como uma submissa ela desvia os olhos assim que percebe que me
encarou por tempo demais, o medo estampado, o corpo contraído assim que
ele toca seu queixo para me encarar, dizem tudo sobre como as coisas
funcionam entre os dois.
Ele é a ferra e ela a presa. Essa mulher está ao lado desse homem a mais
de vinte anos. Ela é a tal pessoa que ele tanto esconde e que leva para todos
os lados a cada vez que se muda.
A mulher sobressalta depois que essas palavras são ditas, e alguma coisa
me diz que eu não sou nenhuma novidade aqui, ele sem dúvida falou sobre
mim para ela, com certeza para a atormenta-la sobre a filha, se é que ela
lembra que tem uma. Ela está morta em vida, eu posso ver isso.
Merda!
Ele não ameaçou diretamente a mina esposa, mas o que acontecer com
uma irá afetar a outra caso elas se encontrem.
A mulher a minha frente parece sentir nojo de cada palavra proferida por
ele, ela sabe que é dela que ele está falando.
Sei que no fundo ele se acha igual a mim, consigo ver o lado sádico nele,
a maldade e frieza brilham nos seus olhos. Podemos até ter colocado duas
mulheres sob nosso jugo de formas nada convencionais, mas a minha relação
com a Sasha envolve muito mais do que puro sadismo, entre nós existe o que
as pessoas chamam de, química, nossos corpos se comunicam e se entendem
quando entramos no meu mundo juntos, eu conheço todas as suas
sensações os pontos sensíveis do corpo dela.
Mas esse homem, não é igual a mim. Não sou narcisista e muito menos
escravizo seres humanos. Eu não procuro pelo poder.
— Suponho que irá contar pra sua esposa o que viu aqui.
— O que faço ou não faço com minha esposa não lhe diz respeito. Vamos
logo ao que interessa, não pretendo ficar muito tempo na Alemanha. — Sua
gargalhada parece ter saído de algum filme de terror de tão rouca que é.
" Vocês ainda vão se foder por se apegar tanto as vossas mulheres"
Ele tem toda razão, Antonín tem Katia Semyonava como sua mina de
ouro, aquela que ele pode usar para me chantagear em relação a minha
esposa. Mas também a tem como sua ruína, porque do mesmo jeito que ele a
vê como um ser fraco e indefeso ela também pode ser aquela que pode
destruí-lo de alguma forma se ela for uma mulher inteligente e perceber que
o tem nas mãos. Que al invés dela ser o bicho de estimação dele ela pode se
transformar naquela que detém o poder.
— Como bem disse. Não gosto de rodeios, então vamos logo ao ponto
deste encontro — cruzo as pernas e repouso meus cotovelos nos apoios da
poltrona enquanto busco internamente pelo resto da paciência que me resta.
Mas não devia sentir, é para isso que estou aqui Antonín já me disse isso.
Mas saber que tem alguém nos olhando enquanto ele não se compadece com
minha humilhação. Suas mãos grandes apertam de forma ousada minha coxa
esquerda, mordo meu lábio inferior para conter o choro.
— Digamos que eles sabem que tudo isso é para um bem maior — ele diz
isso apertando minha cintura de forma sexual. — Por isso precisamos do seu
banco, preciso confessar, o banco prosperou mais sob sua gestão. Você
conseguiu fazer mais dinheiro do que seu pai fez em vinte anos como
presidente do banco. Não nego que temos outros bancos á nosso serviço,
mas o seu ultimamente tem se destacado bastante, atraindo as diferentes
esferas da sociedade, não só nos Estados Unidos, mas no mundo todo. É por
isso que queremos que se junte a nós e a nossa causa.
Meu Deus!
O horror toma conta de mim, e me atrevo a olhar para Antonín com meus
olhos arregalados.
— Não fale dessa forma. Você a está assustando — não é só ele que me
assusta. Praticamente grito essas palavras no meu subconsciente, porque
nunca teria coragem de as tirar da minha boca, senão receberia uma surra
que me deixaria em coma, se cometesse tal insolência, ele sabe quais são
meus pensamentos, apenas me castigaria por falar sem sua autorização.
Também duvido muito que conseguiria falar alguma coisa, não sei o que é
pronunciar uma palavra a muitos anos.
As mãos frias como seu coração, que duvido muito que exista, fazem
carinho no meu rosto que mostra o quanto fiquei admirada com o que o
marido da minha filha disse.
— Já falei que a Sasha não tem nada haver com seus jogos estúpidos —
Sasha? Então o nome do meu tesouro é Sasha, então meu amado colocou
nela o nome que nós sempre desejamos.
— Tal como fiz quando me meti com a sua família? — O homem aperta
os próprios punhos como se buscasse o autocontrole — não foi meu desejo
fazer aquilo. Foi tudo obra do seu pai, ele solicitou meus homens e não podia
negar. Seu pai era um membro muito assíduo na nossa organização, é uma
pena que tenhamos o matado por tentar usurpar meu lugar, e o pior ele
deixou informações muito sigilosas largadas por aí.
— E muito menos você sai ganhando enquanto não achar a sua esposa
fujona — Antonín gargalha enquanto se remexe para colocar seu membro
excitado numa posição que me fará senti-lo melhor me cutucando. E me
pergunto como ele consegue ficar excitado numa situação como essa. — Eu
sei que sua esposa fugiu, junto com a esposa do mafioso e do desgraçado do
Nicholas Shane. Ele é outro que se nega a fazer parte da organização.
Não sei se fico aliviada por saber que minha filha não está mais nas mãos
do marido ou com medo por ela, uma vez que está exposta demais por aí.
Quando ao massacre feito aos seus homens, Antonín se refere a matança
que Dominic fez quando descobriu quem eram os responsáveis pela morte
da sua família. E foi assim que nos conhecemos, éramos dois homens
impulsivos que acabavam de perder suas famílias, nós só queríamos sangue,
e foi isso que conseguimos
Merda
Filho da puta
Mesmo sem poder pronunciar uma palavra eu consigo ver os olhos dela
implorando, lágrimas agressivas não param de transbordar por seus olhos, é
como se ela não soubesse como falar. Os lábios trémulos denunciam o
quanto ela está desesperada para tentar falar alguma coisa.
Sem falar mais nada ele se levanta ao mesmo tempo que pega o corpo da
mulher em seus braços: — tic toc Senhor Parker. Lhe darei um tempo para
que pense melhor, enquanto isso vou desfrutar dessa linda mulher.
— Não meu caro. Nós precisamos acabar com eles primeiro. Caso
contrário ela não terá mais um marido daqui a algum tempo.
Meus pensamentos nos últimos dias tem me levado a pensar que preciso
fazer de tudo para que a história não se repita, desta vez eu não vou deixar,
não depois de tudo o que perdi. Me ajeito no banco traseiro do carro
enquanto o mesmo percorre o caminho de volta a minha mansão. Enquanto
isso os acontecimentos dos últimos dias não param de assombrar minha
cabeça, e pela primeira vez na vida eu preciso assumir que o Dominic está
certo.
Sangue
Essa palavra não me causa tantos surtos psicóticos quanto antes. E não sei
se é porque já tenho plena certeza do que houve naquele dia na estrada
enquanto eu tentava salvar a vida da minha esposa e a do meu filho levando-
a para o hospital, ou porque uma parte minha já se conformou de que é
necessário seguir em frente. E ultimamente perder o controle é algo não
tenho experimentando em demasia, não sei explicar se é porque assim como
eu a ferra sente falta de um corpo específico ou porque está esperando o
momento certo para me deixar fora de controle.
— Eu vou recebê-lo, mas o estado em que sairei da presença dele irá ditar
sobre sua futura demissão ou não — o espanto em seu rosto não me
incomoda em nada, não dei a chance dela falar alguma coisa. Saí indo em
direção a casa, e como esperado encontro Dimitri sentado em uma das salas.
Seu rosto cansado, denuncia o quanto as drogas o tem desgastado, ele está
mais magro e seus olhos fundos e com as extremidades avermelhadas,
fariam qualquer um o confundir com a morte ambulante.
Assim que ele se apercebe que está sendo observado ele levanta para me
encarar. E prestando mais atenção nele agora consigo ver alguns traços da
mãe nele. Desde o nariz ligeiramente fino até a boca.
— Onde está a minha irmã? — Se não o conhecesse diria que ele está
preocupado demais para alguém sem escrúpulos.
— E porquê deseja saber? Ela é minha e não devo satisfação do que faço
ou deixo de fazer com ela. A partir do momento que você aceitou meu
acordo, estava abrindo mão dela. — Ele me olha incrédulo e se senta
sacudindo o cabelo curto demais com as mãos.
— Cara eu sei que sou um drogado filho da puta, mas minha irmã é
importante para mim. Eu não estaria aqui agora se ela não fosse. Todo os
dias eu morro de remorso toda vez que lembro que a vendi a um doente feito
você. Não vim aqui levá-la, só quero saber como ela está. Fazem meses que
não sei nada sobre ela Christopher — sim, ele realmente parece preocupado
com a irmã. E nesse momento ele não é o único. Apesar de nossos motivos
serem diferentes.
— Se isso te deixa tranquilo, sua irmã está ótima, ela apenas fez uma
pequena viagem, mas em breve estará de volta. — Ele me analisa de forma
desconfiada, mas não ligo para o que ele pensa de mim, suas opiniões no
momento não interessam em nada e não me ajudam a resolver meus
problemas. Na verdade os problemas os quais meu pai me meteu quando
resolveu se achar um deus e entrar naquela organização.
— Depois da cirurgia você pode vir visitá-la. Sem dúvidas ela irá ficar
contente em voltar a ver seu rosto. Apesar do lixo humano que você é.
— Não falarei mais nada para você Dimitri, espere que eu entre em
contato com você quando eu achar necessário. Você conhece o caminho de
volta á saída — dou as costas para ele e caminho em direção às escadas,
fazendo o percurso até meu quarto. Só o que preciso nesse momento é uma
bebida e colocar meus pensamentos em dia.
Toda vez que coloco os pés na rua, sinto que sou observada e seguida em
todos os lugares. E isso acaba comigo porque não quero preocupar as
meninas, por isso fico no silêncio. Eu quero acreditar que ainda não fomos
descobertas. Mas sei que seis meses é tempo demais para que três homens
como aqueles não saibam onde estamos. Principalmente se estivermos
falando do Christopher, Posso imaginar o seu estado alterado quando
descobriu que eu tinha fugido.
E até hoje me pergunto como é possível sonhar com alguém, com quem
mal convive e muito menos conheci.
Bem diferente do Christopher, com esse homem eu sonho até acordada.
Toda vez que ele invade meus pensamentos, meus pelos eriçam, e meu poros
transbordam em infinitas gotículas de suor. Mesmo tão distante e mesmo
tendo passado tanto tempo ele ainda me domina, me sinto estragada por ter
permitido que as coisas chegassem a esse nível, mas também não é como se
ele tivesse me dado alguma escolha. Ele não conseguiu só dominar meu
corpo, mas minha mente também.
— Papai, eu sinto tanto sua falta. — Como todas as vezes aperto o colar
que se encontra no meu pescoço, foi presente dele no meu último aniversário
que passamos juntos. Toda vez que toco nele eu me sinto perto dele, essa é a
única coisa que pude levar comigo da Rússia que me fizesse lembrar dele,
além disso ele me fez prometer que nunca ia tirar ele, aconteça o que
acontecer.
Papai
Eu nunca vou me habituar com sua ausência, e o pior de tudo é não poder
compartilhar as minhas mágoas com meu irmão. Dimitri sabe se recuperar
rápido de cada baque da vida. Ele sabe controlar suas emoções, mas sei que
no fundo sofre tanto quanto eu.
— Sim eu estou bem. Volte a dormir. — Ela tenta se manter acordada para
me fazer companhia mas seu corpo e o bebê não deixam, e logo ela volta a
ressonar. A gravidez tem a deixado cansada, por ser um caso delicado, ela
não está mais trabalhando.
No dia hoje estou mais distraída que nunca, qualquer voz desconhecida ou
barulho faz com que eu sinta todos os olhos em mim. E o mais frustrante de
tudo é não poder ver quem está me observando ou me seguindo, meu instinto
não falha, e sei que estão me seguindo.
— Meninas, eu não quero parecer paranoica. Mas acho que eles nos
acharam.
E me dou conta que já passam seis meses desde a última vez que meus
olhos comtemplaram aqueles olhos hipnotizantes revirarem enquanto o
corpo da dona se contorce em meus braços, gozando sob meus comandos.
Até hoje seu cheiro feminino perdura em minhas narinas como o mais doce
aroma, e meu pau ainda lembra com exatidão a maciez da buceta dela.
Porra
Merda.
Isso não deveria ter acontecido agora, não agora que um inimigo maior
que qualquer coisa está a solta ameaçando a vida dela.
Mas uma parte, vibra como nunca por causa dessa notícia. Aquele lado
meu que provavelmente a tenha traumatizado ou estragado.
— Sasha! — Posso ouvir minha amiga gritar meu nome, em meio a esse
tumulto todo. Mas fica impossível localiza-la, me sinto tão perdida e uma
inútil. Tão inútil que mal tenho força para me mover e a ajudar pois ela não
para de gritar para que seja quem for que a esteja segurando, a soltasse.
Ele não pede e nem pergunta, ele manda e decreta, se eu concordo ou não
é assunto meu. E não sei de onde mais lá fundo uma parte minha se indispõe
a obedece-lo de imediato, mas prefiro ser mais sensata comigo mesma, se eu
me negar ou aceitar não irá mudar nada, eu serei levada de volta a minha
prisão de qualquer jeito.
— Vamos anjo, me obedeça. Já aturei sua rebeldia por seis meses. Agora
está na hora de voltar ao que éramos antes. Eu mando e você como uma boa
menina obedece, eu como lobo mau e você a coelhinha assustada que é, eu
como seu marido e você minha esposa linda e obediente, eu como como seu
senhor e dom e você como a perfeita submissa que ensinei a ser.
— Senti tantas saudades anjo. Saudades desse corpo e ver minha marcas
nele. Esse seu cheiro que me descontrola mesmo eu sendo o homem mais
cauteloso — a voz rouca e a barba macia em minha pele e os toques infinitos
que não param de arrepiar todo o meu corpo fazem eu me lembrar que estou
de volta.
— Christopher, por favor me diz que minhas amigas estão bem, pelo amor
de Deus — imploro enquanto deixo ele fazer o que quiser com meu corpo,
pois nesse momento minha preocupação é outra. — Faz o que quiser
comigo, só me diz que elas estão bem e seguras. Elas estão grávidas, tenha
um pouco de piedade por favor.
— E você teve piedade de mim quando foi embora? Hum anjo — grito
assustada quando a parte superior do meu vestido é rasgada, agora meus
seios estão totalmente expostos para ele uma vez que não usei sutiã. — Você
não imagina as merdas que aconteceram na sua ausência, e agora que a tenho
de volta nunca a deixarei escapar de novo. Eu sei que sou um fodido egoísta,
e que talvez eu só pense em mim, mas você é minha. E só te direi o que
quiser saber sobre suas amigas depois de nossos corpo matarem as saudades
que um tem do outro.
Ele começa chupando com avidez os meus seios nus e indefesos enquanto
suas mãos prendem meus braços no topo da minha cabeça. E meu corpo
traiçoeiro começa a fazer o reconhecimento e o desejo latente começa a
crescer dentro de mim, sem meus comandos.
É claro que ele não me daria prazer depois da afronta que foi a minha
fuga. Imediatamente fecho minhas pernas e me encolho na cama cobrindo o
que posso do meu corpo encoberto por trapos que a pouco podiam se
considerar roupas decentes.
— Você é muito inteligente anjo. E sabe que eu não a deixaria gozar assim
sem pagar nenhum preço. Eu queria que você sentisse como é achar que vi
ter algo e de repente perder. Não nego que nesse momento o que mais quero
é me enterrar dentro de você — a vontade de chorar é tanta mas me seguro.
— lembra quando te falei que queria estar dentro de você enquanto seus
olhos me encaram?
Sei que ele está se aproximando pois um dos lados da cama afundo devido
ao seu peso.
— Você lembra?
— Mas não é incomodo nenhum anjo, digamos que é um fetiche que fui
ganhando ao conviver com você. Eu quero saber como é sentir seus olhos
nos meus, te tocar enquanto seus olhos me encaram. — Ele suspira passando
a mão na minha cintura. — E tem outros assuntos que você irá precisar de
ter todos os seus sentidos funcionando para enfrenta-los. Algo muito maior
está por vir, e preciso que você esteja preparada.
Não entendo nada do que ele diz, e por isso paro de implorar porque sei
que não irá adiantar nada, e por isso me isolo no meu próprio mundo, depois
da humilhação de a pouco não sei se vou conseguir me recuperar, ainda é
possível sentir meus fluídos escorrendo pelas coxas e meu coração bater
descompassado.
— E eu prefiro seu ódio a imaginar que alguma vez poderá sentir algo
parecido com o que vocês chamam de amor. — Continuo quieta e ele me
cobre com um lençol e fica quieto ao meu lado.
E então minha vida passa como um filme na minha cabeça, até esse
momento a ficha ainda não caiu. Num momento eu estava rindo e
conversando com minhas amigas e noutro fui capturada e levada de volta a
minha prisão pelo meu raptor. É tão difícil me acostumar que sou uma
mulher casada.
Até na saída do jato eu tive que ir em seus braços, de tão extrema que é a
minha fraqueza. Eu não sei se estamos em Seattle ou em qualquer outra
cidade do mundo, porque as coisas com o Christopher são assim, silenciosas
e incógnitas.
— Nós dois sabemos que isso tudo depende apenas de você. — Antes que
eu pudesse falar alguma coisa, o veículo para — vamos, já chegamos. Você
preciso fazer uns exames e provavelmente dentro de três semanas fará a
cirurgia.
Três semanas
Isso foi tempo demais para ter passado feito dois dias, parece que foi
ontem que meu marido foi me buscar, e desde então eu sou uma mistura de
preocupação e medo, preocupação pois até agora não tive notícias das
minhas amigas e medo porque não sei como serão as coisas depois da
cirurgia.
Desde a minha volta as únicas pessoas com quem tive contato são o
Christopher, que mal se desgruda de mim desde a minha volta, e também
tem a Morgan que costuma trazer minha roupas e alguns pertences pessoais
e objetos de higiene, que por acaso anda estranha, certo que ela nunca foi
receptiva às minhas conversas, mas agora ela mais distante que nunca e em
suas poucas palavras sinto o tom de sarcasmo.
Ele não acredita no amor, e deixou muito claro que não quer que eu o
ame. Meus sentimentos por ele são muito confusos, só sei que é uma mistura
de medo e vício ou dependência.
Ouço cada movimento seu, ele deve estar trabalhando pelo computador,
porque nunca o vi se distanciar de mim desde a minha internação. Trocamos
uma e outra palavra a cada uma hora as vezes entre um grande intervalo de
horas. Quando seus passos ecoam no ambiente indicando que vem na minha
direção eu me preparo para ouvir suas palavras.
— Eu vou fazer uma cirurgia que provavelmente irá devolver minha visão
se tudo correr bem. Os médicos estão confiantes. — assim como eu ela
lamenta por não estar ao meu lado nesse momento.
— Está na hora de desligar — uma voz que suponho ser do marido dela
fala do outro lado.
— Nicholas por favor — mesmo com a voz abafada é possível ouvir Rosa
Angélica suplicar — tchau Sasha — mesmo com a voz embargada é possível
ouvir ela se despedindo de mim
Engulo em seco após ouvir essas palavras. Está na hora. Sou colocada
numa maca que será usada para me transportar até a sala de cirurgia, estou
com tanto medo que minha única opção é chamar pelo meu marido.
— Eu estou aqui anjo, apenas relaxe — ele deixa um beijo na minha testa
sua mão abandona a minha e eu faço o que ele me disse, tento relaxa.
— Sasha, preciso que conte até dez para mim em voz audível. — Tento
dizer que isso é impossível pois sinto que a qualquer momento eu irei
dormir.
O prazo que aquele doente filho da puta nos deu está acabando e até agora
não tivemos êxito na busca pelo tal pendrive. E as provas que temos contra
eles não o atingiriam, elas apenas afetariam os membros do baixo escalão, e
todos eles seriam mortos antes de colocar os pés no tribunal, por isso a
necessidade de cortar a cabeça do líder. Porque os outros integrantes não
passam de meros peões que podem ser movidos do jeito que ele bem
entende. Não é atoa que o antigo capitão do Domínic sabotou uma de suas
missões.
Mesmo sob protestos Sasha finalmente aceitou fazer a cirurgia, ela acha
que faço isso simplesmente por causa dos meus desejos obscenos, mas
também estou fazendo isso porque vejo uma necessidade dela estar apta para
enfrentar o que está por vir, porque se ela não for forte, facilmente irá se
quebrar, e eu não quero isso. Eu preciso que ela esteja forte suficiente para
saber que em qualquer lugar onde estiver saberá se defender ou esperar ser
salva por mim.
Ainda não sei como ela reagirá quando souber sobre a mãe e tudo mais
que envolve a família dela e o alemão. O pior é saber se aquela mulher sairá
viva das garras daquele animal.
Após ser colocada na cama posso analisá-la com mais vagar, seus olhos se
encontram vendados por dois curativos. E ela ainda dorme tranquilamente,
pelos vistos o efeito da anestesia ainda não acabou.
Não vejo a hora de voltarmos para casa para podermos retomar aos nossos
jogos.
Alguma coisa me diz que algo está para acontecer, porque de uma hora
para outra a segurança que cuida de mim triplicou. E raramente ganho a
autorização de passear pelos jardins, passam dias que não sei o é sentir a
grama em meus pés, Antonín está mais obcecado que nunca. E nem a minha
forma de tentar burla-lo com meus falsos carinhos está funcionando mais.
Estou devidamente arrumada. Hoje nós iremos jantar juntos. Ele decretou
isso, e estou pronta para seguir suas ordens, sejam elas quais forem. Ir contra
suas vontades é a pior coisa que posso fazer, por isso eu nunca resisto,
resistir só irá aumentar a dor e irá querer fazê-lo me punir da pior forma
possível.
Mas eu nunca quis me envolver com ele. Eu não tenho culpa se meu pai
resolveu me entregar para o meu amado e não para ele. Quando ele me
contou que meu pai havia feito um trato com ele, no qual, ele pagaria as
dividas da minha família e dessa forma meu pai me daria para ele como
esposa eu não acreditei. Mas graças a Deus meu pai conseguiu arranjar o
dinheiro que precisava e dessa forma eu não precisaria me casar com
Antonín, que na época não ficou tão feliz. E por causa disso ele esperou o
momento certo para me raptar e matar toda a minha família.
Não faço ideia de quanto luto eu tive que aguentar sozinha presa aqui. A
cada vida que ele tirava sentia prazer de esfregar na minha cara, para me
atormentar e me mostrar no quanto sou insignificante nesse mundo.
Mas ultimamente tenho pensado no quão insano seria segurar numa faca e
cravá-la no meio do peito do meu algoz.
Ou teria?
A ansiedade me consome.
Sua presença não me atormenta nesse momento, o que está tirando minha
calmaria é saber se tal cirurgia deu certo ou não, e eu não devia me sentir
assim, afinal de contas esse não era um desejo meu.
Seu silêncio me deixa ainda mais inquieta, desde a sua chegada ele mal
abriu a boca para falar alguma coisa, mas também o que ele diria? Nossa
taxa de diálogo é tão inexistente que não me admira que eu tenha ganhado o
hábito de apenas falar quando ele me dirigir a palavra.
Seus surtos de raiva através dos quais ele destrói tudo o que ele vê pela
frente estão raros hoje em dia. O pior dia de todos foi quando ele
praticamente destituiu o quarto de hotel em que estávamos hospedados em
Paris, aquele dia eu achei que também seria arremessada contra a parede.
Deste então eu soube que estava casada com um homem instável, mas de um
tempo para cá ele está mais contido e silencioso, tão silencioso que chega a
assustar.
E mesmo as vezes vendo o medo na minha cara eu sei que ele não me
deixará ir, ele já me afirmou que é egoísta demais para deixá-lo acontecer. E
por mais que ele me dê a liberdade, para onde eu iria? Rosa Angélica e
Emanuelle estão em suas casas com seus respectivos maridos, a casa que era
dos meus pais já foi monopolizada por Natasha e sua filha, Dimitri abomina
minha presença mais do qualquer outra coisa e tem a Yeva, ela está
estudando e tem planos para o futuro e não quero que ela pare sua vida para
atender uma inútil como eu. Já basta eu ser o estorvo que Christopher atura.
Mesmo espantada com sua pergunta eu acalmo minha respiração que está
começando a ficar abalada devido a sua aproximação.
— Posso dizer que sim — ele fala com ironia, engulo em seco quando ele
se aproxima ainda mais de mim — mas o resto eu vou resolver em casa,
enquanto um certo corpo que eu me viciei está acorrentado e gritando por
mim implorando para gozar feito uma deusa do sexo.
E ele não vai te deixar ter um orgasmo, sem antes ser castigada.
E mais uma vez caio sobre minha atual realidade. Mas mesmo assim meu
corpo insiste em quer corresponder às sua torturas.
Quando ele ia meter sua mão no interior da minha roupa para poder
explorar a vontade o meu corpo uma batida na porta me trouxe de volta a
realidade me tirando da minha nuvem de excitação.
— Pelos vistos não é agora que irei te foder com minha língua enquanto
se contorce nessa cama toda molhada para mim — suas palavras me abalam
de tal forma que esfrego minhas pernas uma na outra. O tom de voz que ele
usou me dá a certeza do quanto ele está excitado como eu.
Covarde.
— Sim — minto descaradamente, e em algum canto desse quarto
Christopher saber que não falo a verdade. Ouço o barulho de algum móvel
sendo arrastado e logo a seguir a presença do médico bem ao lado da cama
hospitalar denunciam que ele está sentado pronto para fazer o seu trabalho.
— Por favor tente abrir os olhos aos poucos, não precisa ter pressa. —
concordo e apertando o tecido macio que está sobre meu corpo eu vou
abrindo meus olhos, e no mesmo momento uma emoção incalculável toma
conta de mim.
Olho para sua mão, mas continuo vendo as coisas sem muita nitidez, não
sei de onde mas arranjo forças suficiente para me manter concentrada
exatamente na mão do médico, e quando as coisas vão ficando cada vez mais
nítidas e sólidas me emociono porque finalmente saí do abismo para
vislumbrar tantas cores.
Ele é um anjo negro, e irá me levar junto com ele até as profundezas do
inferno.
Meus olhos o observam desde os pés até a cabeça e ele não move um
único músculo. Sua altivez e os trajes pretos da cabeça aos pés acompanham
sua presença sombria e aterrorizante. Os músculos muito bem distribuídos,
ele é duas vezes maior que eu e agora entendo o motivo de conseguir me
dominar e carregar meu corpo como um saco de batata. Os olhos
extremamente castanhos que quase se confundem com o preto da escuridão
de uma noite tempestuosa. Fogo e abismo é tudo o que posso ver em seus
olhos.
Quero poder gritar que não quero nada, mas seria inútil, e eu estaria
mentindo se o dissesse por isso permaneço quieta tentando me recuperar da
visão a minha frente. Ele é tão lindo como um anjo das trevas, e me
pergunto o que tanto viu em mim. São tantas perguntas que tenho para ele,
mas sei que não adiantaria nada fazê-las agora.
— O médico disse que hoje mesmo você terá alta, tome um banho se
prepare. Iremos para casa em alguns minutos.
Insensível
Eu poderia inventar alguma desculpa para não receber alta tão já, mas
prefiro acabar logo com isso. Com ajuda da enfermeira tomo um banho e
desta vez eu morro de vergonha porque é constrangedor que alguém que não
seja meu marido me veja nua. Quando Finalmente eu estava vestida num
conjunto de moletom saímos eu e meu marido do quarto hospitalar, a mão
dele não desgruda da minha cintura nem por um segundo.
Ao seu lado eu sou tão minúscula, e tão insignificante. Agora eu sei o que
acontece a volta quando ele está passando, todas mulheres se viram para
observa-lo. E não tinha como ser diferente, ele chama muita atenção, agora
sim eu vejo isso.
Eu e Christopher nos separamos, ele foi até o escritório e disse que nos
veríamos na hora do jantar e eu fiquei vagando pela casa, tentando fazer o
reconhecimento, tatear sobre os objetos é muito diferente de poder enxergar.
E vou levar um tempo até voltar a decorrer aonde fica cada cómodo.
— Senhora Parker — me viro após reconhecer essa voz. Vejo uma mulher
mais ou menos dois anos mais velha, pela negra, e muito bonita e deu um
corpo espetacular. — Fico feliz que esteja de volta.
Mas o que realmente chama minha atenção, é peça que se encontra sobre a
cama. Um robe de tecido preto e transparente, suas alças são tão finas que
passam despercebidas, um vestido também da mesma cor repousa na cama.
E nesse momento me sinto um animal sendo levado para o abate.
Está na hora.
Não é o momento certo para sentir esse frio na barriga que estou
começando a sentir, mas não posso fazer nada. Nem sempre é possível
controlar as reações do corpo quando nos deparamos com determinadas
situações. E nem parece que foi a uma hora que me sentei na mesa com ele
para jantar. Ele estava mais elegante do que eu podia imaginar o ver, e eu
também estava, trajada dentro daquele vestido, ele não precisou falar nada e
eu sozinha deduzi que estávamos comemorando.
Mas agora, agora não é meu marido que está parado a minha frente. Meu
dom é quem está me encarando nesse momento, e já posso ver a chamas
encriptando por seus olhos, seu caminhar predatório e fatal fazem com que
meu corpo fique imóvel no mesmo ponto, e mesmo sabendo o motivo dele
me olhar com tanta profundidade eu não desvio meu olhar do seu, ele me
devora da cabeça aos pés através do desejo latente que seus traços já não
podem esconder.
— Está pronta? — faço que sim com a cabeça, ele solta um sorriso ladino
e me vira de costas para ele — ainda não, falta uma coisa.
Estremeço por causa do arrepio que senti quando ele sussurrou no meu
ouvido. E quando ele começa a fazer a movimentos precisos no meu cabelo
é que me dou conta de que sim, faltava uma coisa.
A trança
Mas um elemento que nunca deve fazer falta em nossas secções. É como
um ritual para ele. Depois de ter meu cabelo preso na trança ele volta a
segurar na minha mão e me encaminhar até porta.
Mas você é.
Meu subconsciente grita comigo. Mas mesmo assim não tiro a atenção de
cada canto do quarto. De um lado vejo uma interminável coleção de chicotes
e chibatas que pendem na parede, há variadas cores tamanhos e tipos de
couro, e no outro canto vejo uma espécie de armário de madeira preta com
incontáveis gavetas. No centro do quarto sobre a cama enorme se encontra
estendido um lençol de seda de cor vermelha, e por cima da cama se
encontra uma estrutura de metal em formato de uma cruz, acheo que serve
para...
Pendurar a pessoa
Meus batimentos cardíacos acompanham cada passo que ele dá. Pelo
canto do olho o vejo caminhando em direção a secção de cordas e algemas.
O barulho tintilantee indica de que ele escolheu uma algema, são as favoritas
dele quando quer me castigar. As cordas ele usa quando quer me deixar
arreganhada e deitada.
A peça que estava vestindo é rasgada de uma única vez, tal como previa.
Sei que ele vai me torturar, e não sei se estou preparada para isso.
Sinto sua respiração bem atrás da minha orelha, enquanto seus dedos
passeiam pelas laterais do meu corpo e também nos meus seios que já se
encontram enrijecidos, a cada centímetro que seus dedos descem em direção
a minha virilha mais gemidos saem da minha boca, penso em implorar mas
ele odeia que eu o faça quando está me castigando aqui ele manda e só me
dará. Após tanta espectativa finalmente posso sentir seus dedos gelados na
minha intimidade, passeando por ela, gemo enlouquecidamente até que seus
dedos me abandonam e ele diz que estou fazendo muito barulho e por isso
vai me castigar. Antes que eu pudesse dizer alguma coisa senti meu seio
esquerdo entrar em contato com o couro do chicote.
― Está pronta para mim anjo? ― sua voz rouca, sussurra no meu ouvido,
emitindo uma energia eletrizante que imediatamente arrepia todo meu corpo.
― Vendida
Bem antes de completar meu monólogo interno outro golpe acerta minha
pele tirando de mim o grito mais alto que alguma vez tirei na minha vida. A
intensidade da dor superou até a excitação avassaladora que estava sentindo,
e mais um golpe e praticamente pulo tentando fugir dele. Num ato de
desespero e medo eu recorro a única palavra capaz de me deixar segura.
Não sei o que está acontecendo, mas ele não me ouve. É como se ele não
pudesse mais controlar suas ações. E agora não sei se sairei desde quarto
viva. E mais golpes sucessivos são fazem minha pele arder e meu sangue
borbulhar por dentro.
E quando mais uma vez ele me prensa contra a pilastra e dessa vez eu não
reclamo, me sinto uma doente por estar compactuando com tudo o que ele
faz comigo. Meus seios são esmagado por suas mãos ágeis, não paro de
mexer meu quadril friccionando minha buceta em seu membro que está
implorando para me penetrar.
Apesar do desejo que Christopher sente por mim agora, ele ainda está
receoso em me possuir depois do que aconteceu a pouco. E eu nesse
momento só quero gozar, depois pensarei no que aconteceu. Sei que ele está
esperando por uma confirmação minha para prosseguir.
— Oh sim. Mais forte por favor — sou fodida da forma mais selvagem e
forte possível — oh senhor, isso
Até agora sinto em cada canto do meu corpo o ardor das marcas de seus
beijos exigentes, ele me marcou de todas formas possíveis, e mesmo assim,
nada conseguiu fazer eu esquecer que antes de todo aquele prazer ele me fez
sentir a pior dor de todas quando de forma brutal desferiu golpes certeiros
nas minhas costas e em outras partes com o chicote. Ao lembrar disso
automaticamente meus olhos expelem lágrimas quentes mesmo eu estando
de olhos fechados, quando ele mergulha nossos corpos na água quente, uma
dor enorme se espalha por todo meu corpo e isso cria um estremecer
repentino em mim.
Estou tão cansada de pensar, é nisso que dá tentar entender coisas que
provavelmente nunca terei resposta coerentes. Abro os olhos e o vejo
sentado a minha frente no interior da enorme banheira do nosso quarto, pelos
vistos hoje ele preferiu fazer o banho aqui e não no quarto de jogos.
Seu olhar está sobre as marcas que o chicote deixou, e sei o quanto elas
irão demorar desaparecer visto que minha pele é muito branca. E eu não paro
de observar suas tatuagens, e sei que elas têm algum significado. A
ansiedade de perguntar o porquê das tatuagens me corrói mas mesmo assim
me seguro, apenas quero aproveitar esse momento onde nós dois nos
deliciamos do silêncio.
Não paro de admirar nos traços de sua beleza, os olhos de olhar intenso, e
tal como ele sempre desejou passamos toda noite sucumbindo ao prazer
enquanto nossos olhos travavam uma guerra silenciosa, e foi algo tão surreal
que agora entendo suas razões para querer que eu voltasse a enxergar.
Meu olhar curioso o faz soltar um riso fraco, como se soubesse no que
estou pensando. E não me admira que ele saiba, pois ele sabe me ler como
ninguém mais consegue. Solto um pequeno gemido quando seu dedo polegar
massageia meu mamilo de forma tão lenta e torturante.
— Chris-to-pher — quero dizer para ele que estou cansada e que que a
resposta do meu corpo é involuntária.
— Fica tranquila, sei que precisa descansar. A noite foi longa e preciso
que recupere suas forças. Mas tenho todo direito de toca-la uma vez que
você também está me tocando anjo — como se acordasse de um choque
imediatamente tiro minha mão do seu peito. — Venha, vamos descansar.
Precisa passar alguma coisa nessas marcas.
A ardência que estava sentindo por causa da água cessou, parece que a tal
pomada está começando a fazer o trabalho. Meu marido sai por um instante
e logo depois volta com um copo de água e um frasco, parecem
comprimidos.
É a primeira vez que o vejo tão atencioso comigo, certo que ele sempre
está de olho em mim, mas agora ele está tão... diferente eu diria.
Me levanto da cama e o lado dela está vazio como era de se esperar, faz
muito tempo que não dormia tanto num sono pesado, me sinto até estranho
com isso. Abro a porta do banheiro e o mesmo se encontra vazio.
— Anjo? — ela não me responde, e após abrir as portas dos dois closets
concluo que ela não está no quarto — Sasha!
Sei que nesse momento ela precisa de espaço depois do que aconteceu
ontem. Por algum motivo que desconheço eu me descontrolei, e deixei a
ferra tomar o controle, e naquele momento eu já não via o rosto de quem
estava chicoteando, apenas queria satisfazer meus instintos sem me importar
com a dor que infligia a ela. Faz muito tempo que não me arrependo por
muita coisa na minha vida, mas desta vez algo em mim despertou quando vi
as consequências do meu descontrole no corpo da minha esposa.
O choro dela a tremedeira e tudo isso fez eu me sentir um maldito filho da
puta. E mesmo assim o desejo que sente por mim não cessou mesmo ela
sabendo que estava cada vez se envolvendo no meu jogo sujo. Assim como
eu, ela também precisa de mim.
Merda
Pelo rumo que as coisas estão tomando serei eu o maior depende dela, e se
ela fosse uma mulher ardilosa com certeza aprenderia a usar isso pra
conseguir o que quiser de mim.
Pela janela que se encontra em frente ao piano posso ver que Seattle
acordou com o céu nublado hoje, a chuva cai sem pretensão de parar tão já.
E como sempre continuo a observando completamente hipnotizado pela
melodia e seu corpo dentro da minha camisa.
Quando a última nota do elegante piano soa ela finalmente abre os olhos e
se vira para me observar. E sei que ela já tomou uma decisão.
Os gemidos dela são a música que eu precisava ouvir nesse momento, ela
joga a cabeça para trás aproveitando o meu toque e não para de se mexer por
cima dos meu dedos. Sinto que a qualquer momento eu vou gozar aqui
parado nas calçadas de tão gostoso que é sentir seu clitóris inchado piscando,
retiro meus dedos sob seus protestos e os direciono até minha boca.
Seu doce sabor é o melhor que alguma vez tive o prazer de provar.
Eu preciso dela.
— Me dê prazer anjo.
Desde a minha volta ao meu casamento as coisas tem se mostrado estar
levando um rumo diferente, não sei se é por causa da minha fuga ou por
alguma outra razão que eu desconheço, mas algo me diz que meu casamento
ainda irá me reservar inúmeras surpresas.
Quando ele pediu que lhe desse prazer fiquei tão espantada. Com
paciência e carinho ele me mostrou como e o que devia ser feito, até que nós
dois chegássemos ao ápice do prazer com ele apertando minha cintura por
cima dele, foi tão intenso que até agora posso sentir os resquícios de
lágrimas nos meus cílios.
Deitada sobre seu peito ouvindo as batidas frenéticas do seu coração aliso
toda região contendo as tatuagens, e desta vez eu não consigo segurar a
curiosidade.
— Não são simples tatuagens, são marcas da vida. São o que eu sou hoje
em dia, elas me definem e carregam mensagens que só eu posso entender —
mas eu também quero entender, porque eu sei que alguma coisa aconteceu
que o deixou desse jeito, certo que sua essência é de um homem silencioso e
contido, mas sei que alguma coisa aconteceu com ele que fez com que ele
ficasse assim, mais implacável. Meus dedos passeiam por cada pequeno
detalhe das tatuagens e travo numa que chama minha atenção. Parece uma
sigla de três letras CES feitas em uma fonte muito linda e detalhista.
Mas porquê tenho a impressão de que aquilo está relacionado com outra
mulher?
Após caminhar um pouco pelo jardim decido me sentar num dos bancos
para apreciar a vista das montanhas, o sol está tão gostoso de sentir, nesse
momento é que sinto saudades de Cuba e das meninas, falando nisso Rosa
Angélica já teve os bebés e agora está internada no hospital junto com eles,
uma vez que nasceram com um mês de antecedência, assim que ela tiver alta
Christopher prometeu me levar para Chicago.
Me dou conta de que hoje estou por minha conta, Christopher voltou a
trabalhar e Morgan saiu disse que ia visitar alguém muito importante para
ela na cidade. De pensar que meu esposo quase a mandou embora porque
segundo ele, ela não tinha mais serventia uma vez que não estou mais cega,
mas eu implorei e pedi para que não fizesse isso, depois de tanta insistência
ele aceitou o meu pedido. Apesar de ultimamente ela não me fazer mais
companhia não quero que fique sem emprego.
— O quê? Sasha você ficou louca? Seu marido em um dos homens mais
ricos do mundo o que você acha que teria acontecido se algum bandido ou
sequestrador tivesse descoberto que você estava por aí bancado a esposa
revoltada? — ele realmente está furioso comigo, baixo meu olhar e encaro
minhas mãos — baixinha, não fique assim, eu fiquei zangado porque você
foi imprudente nessa sua travessura e se colocou em perigo. Agora sei que
você está bem não te darei nenhuma bronca, esse direito não me pertence
mais, por favor não faça mais isso. Mas agora me conta aonde você estava?
— Que amigas?
— Não acredito que a esposa do filho da p... — sei muito bem que ele ia
xingar o marido da Emanuelle — esquece. Continue me contando sobre essa
sua aventura pela América latina.
Quando ele foi embora o sol já estava se pondo dando espaço a noite, mas
a despedida dele não sai da minha cabeça, fiquei até muito agoniada, como
se algo de ruím fosse acontecer.
E como não tenho nada para fazer resolvo fazer um tour pela casa uma
vez nunca me dei tempo para tal. Exploro os lugares que nunca sequer
coloquei os pés, e sei que não conhecerei toda essa casa em apenas algumas
horas, por isso faço tudo rápido. Conheço a cozinha, a qual encontrei
funcionários tão silenciosos que apenas se dirigem a mim quando
necessário, exploro também alguns quartos.
Estou caminhando pelo corredor que leva ao meu quarto quando um outro
lance de escadas chama minha atenção, e sei muito bem para que parte da
casa ela vai. E mesmo meus instintos gritarem que devo dar meia volta e ir
para o quarto e permanece firme na missão de continuar bisbilhotando.
Deixo o último degrau da escada para trás e me deparo com um corredor
escuro e silencioso. No fundo é possível ver a porta do quarto de jogos, e sei
que ela está fechada e trancada, Christopher guarda por conta própria a
chave. E aquele lugar era o único lugar interessante que eu tinha para
explorar nesse andar, mas, mais no fundo do corredor uma outra porta chama
minha atenção, a madeira maciça e a maçaneta no estilo da idade média
atiçam ainda mais minha curiosidade, pelo caminho encontro um interruptor
por onde consigo trazer um pouco de luz ao lugar.
Olho para trás para ver se alguém me seguiu mas não vejo ninguém. Então
dou continuidade ao meu percurso, quando finalmente me deparo com a
porta na minha frente não penso duas vezes em segurar na maçaneta, meu
coração bate de forma descompassada e a adrenalina me deixa no pico da
ansiedade, testo a maçaneta para verificar se ela se encontra trancada ou não,
me surpreendo quando ela abre, engulo em seco e empurro a porta.
Um berço!
— O que faz aqui? — o porta retratos que estava nas mãos cai e o vidro se
espatifa fazendo um barulho estridente.
Desde que acorrentei Sasha á minha vida, ir até ao escritório se tornou
algo que faço de vez em quando. E após muitos dias em casa averiguando de
perto a sua recuperação resolvi que estava na hora de voltar a trabalhar,
apesar dos últimos acontecimentos não posso me ausentar do banco, existem
coisas que exigem minha atenção.
Hoje minha esposa irá receber a visita do irmão. E espero que ele não
meta coisas na cabecinha dela, ou então nós iremos acertar nossas
pendências e não vou descansar até o achar no buraco onde ele se esconde.
— Sou eu Parker!
— Só liguei para informar que está tudo pronto para nossa operação. Em
num máximo uma semana estaremos invadido a fortaleza Zimmerman. As
provas que eu estava esperando daquele meu contato dos serviços secretos
chegaram, e é suficiente para ferrar quem não irá morrer. — Morte e seus
derivados são palavras assíduas a cada cinco frases pronunciadas por
Domínic.
— Certo, espero que dê tudo certo. Preciso que faça algo por mim?
Merda
Quando nos cruzamos num dos clubes - eu e a doutora Alisson neste caso
- que eu mais frequentava sabia que haveria uma fase que ela me traria
problemas, sabia que devia ter saído daquele quarto quando percebi que
naquele dia ela seria minha submissa. Mas a perversão e o meu lado sádico
não resistiram quando a viram nua, amarada e respirando ofegante olhando
para o chicote em minhas mãos, assim como eu, ela se excita com a dor. Mas
em sentidos diferentes, porque ela gosta de sentir dor, é uma masoquista nata
e eu gosto de infligir ela.
O espanto é tanto em seu olhar que ela chega a ficar meio desnorteada.
— Senhor, por favor não me tire da sua vida. Você não foi mais no clube e
desde a última vez que estive no quarto de jogos na sua casa você me
descartou — com os dedos massageio minhas têmporas porque não quero
me irritar aqui no escritório, senão sou capaz de arremessar ela pela janela.
— Você precisa de mim. Porque você não vive sem ser um dom, isso faz
parte da sua essência. E eu sou a única capaz de aguentar toda sua potência
— me sento na minha cadeira para observar sua loucura melhor.
— Nunca mais se atreva a abrir essa sua boca suja para falar da minha
esposa sua puta — ela está começando a ficar vermelha e está cada vez mais
ficando sem fôlego só mais um pouco e ela morre — entendeu?
Ela assente toda desesperada tentando bater meus braços para a soltar,
sem delicadeza nenhuma solto o pescoço e ela cai no chão fazendo um
barulho estrondoso buscando por ar, as marcas dos meus dedos estão lá e
não me importo com isso. Ela me olha com medo e surpresa, pelos visto ela
notou que realmente sou capaz de a matar apenas com minas mãos.
Após toda confusão eu dou por iniciado o meu dia de trabalho. E a cada
uma hora eu assessava as câmaras de segurança da casa para observar todos
os movimentos da minha esposa.
Quando o relógio marcou seis da noite eu dei por terminado o meu dia no
trabalho, não estava mais conseguindo me concentrar em nada por causa do
dia da operação se aproximando, o prazo que Antonín me deu para ceder
acabou, e até agora ele não reagiu. Provavelmente está armando alguma
coisa.
A única capaz de fazer tal coisa, é uma baixinha de olhos azuis. E de uns
tempos para cá ela tem ficado curiosa demais, fazendo perguntas que ainda
não posso responder me dando olhares sugestivos quando fica com
curiosidade. O que eu menos preciso depois do dia estressante que tive é de
ouvi-la me perguntando sobre o quarto e os objetos que estão lá. E no
momento não quero pensar em quem foi capaz de abrir a porta para ela,
porque assim como o quarto de jogos aquele lugar deveria estar trancado.
— O que faz aqui? — minha voz a assustou tanto que ela deu um pulinho
depois de espatifar pelo que vejo um dos porta retratos — anda anjo, a caça
ao tesouro acabou por hoje. Vamos sair daqui, já chega de aventuras por
hoje.
— Quem foi que abriu a porta para você? — Seguro seu queixo para que
sustente o olhar no meu.
Não preciso olhar para saber que as bochechas dela mudaram de tom
assim que ela ouviu minha frase de marido tarado.
— Ah anjo!
Maldito
Porque tal como a Stacy ela vai morrer se continuar com um homem
assim, e se ela não se afastar dele não vou me importar de matar os dois
quando a hora chegar.
Não vou descansar enquanto não vingar a morte da minha irmã. E não é
só, depois que tudo acabar sairei muito bem remunerada.
Fotos da minha irmã toda coberta pelo próprio sangue, e não entendo
como ele não teve piedade sabendo que ela estava grávida do próprio filho.
Nem isso sensibilizou seu coração frio e cruel.
Eu e Stacy nunca fomos tão próximas apesar de irmãs gêmeas, ela era a
menina sensível simpática e bondosa que todo mundo queria como amiga,
já eu, era conhecida como a rebelde por todos, até por nossos pais, que a
vida inteira deram atenção a ela e se esqueceram que éramos duas.
Quando tínhamos dezassete anos nossos pais faleceram e dessa forma
éramos apenas nós duas e o mundo, como ela sempre foi dedicada aos
estudos conseguiu ganhar uma bolsa para uma das melhores universidades
do país e dessa forma se mudou até aqui no estado de Washington. Ela se
formou com honras em arquitetura, e segundo ela tinha encontrado o homem
da vida dela, nós apenas nos falávamos pelo celular, um par de anos depois
dela ter se formado eles casaram, não houve festa nem convidados, foi algo
só para os dois. Segundo a Stacy, o noivo dela era bastante conservador e
não gostava de chamar muita atenção.
Enquanto eu, levava a mesma vida medíocre no Texas ela estava casada
com um herdeiro milionário, foi então que meu namorado teve a mirabolante
ideia de assaltar um banco, tudo deu errado e então fomos presos por
tentativa de assalto. Cumpri cinco anos de prisão.
Antonín Zimmerman
Esse homem me ajudou e prometeu que acabaria com Christopher assim
que conseguisse o que precisa dele. E para que eu não fosse descoberta, tive
que passar por inúmeras sessões de cirurgia plástica em meu rosto, pois ele
me reconheceria em um segundo se não tomasse tais providências. Mudei
meu nome e tudo relacionado ao meu passado, esse alemão é tão poderoso
que conseguiu mudar toda minha identidade na base de dados estaduais.
Como se eu fosse outra pessoa. Stefany Moore morreu quando se deu lugar a
Morgan Jackson.
Uma mulher solitária, sem família. Sem vida amorosa mas com conquistas
académicas que nunca imaginei na minha vida existirem.
Tomo um banho rápido e me arrumo para dormir, não tem muita coisa
para fazer aqui, Sasha já está enxergando, ela é tão tonta e bondosa igual a
Stacy que pediu ao marido para não me mandar embora uma vez que ela não
está mais cega. E como ainda não é o momento certo de ir embora eu
continuo aqui.
Merda.
Depois de tanto tempo eu estou sentindo a textura da página de um livro
normal, um livro que posso ler olhando para cada letra ao invés de senti-las,
como foi durante mais de cinco anos da minha vida.
A biblioteca da casa é tão recheada que peguei esse livro que estou lendo
aleatoriamente, porque fiquei tão fascinada que mal soube o que pegar. E
esse não é o único, são muitos outros depois da noite que Christopher me
flagrou saindo daquele cómodo, quando ouvi a voz dele me perguntando o
que eu estava fazendo lá juro que quase senti minha alma me deixar, e o
pior é que eu ainda não consegui descobrir algo que me dê a certeza do que
eu estou pensando.
Não que eu não goste de estar lá, porque na verdade é bom, mas essa fase
está muito melhor.
Fecho os olhos e respiro fundo para que o mal estar passe, leva alguns
minutos até eu me sentir cem por cento recuperada. Permaneço mais um
tempo sentada com medo que as tonturas voltem. Não entendo o que está
acontecendo, ontem também senti a mesma coisa quando levantei da cama
de manhã, mas deve ser porque ontem eu dormi muito, só acordei ao meio
dia.
Depois de mais de uma hora, ora comendo ora atenta na enorme tela,
alguém bate na porta e vejo que é a governanta.
— Eu sei que está na sala de cinema — ele anda me vigiando? Ouço ele
suspirando ruidosamente até voltar a falar — quero que se arrume, em dez
minutos o motorista e alguns seguranças irão levá-la para encontrar sua
amiga.
Que amiga?
Me pergunto internamente.
— Da sua amiga russa, aquela que vive te ligando. Eu ouvi quando ela te
vi convidou para se encontrarem no centro da cidade — não sei se pulo de
alegria ou simplesmente me belisco porque isso só pode ser um sonho —
então se prepare. Ela também já foi informada do vosso encontro. Nada de
ficar em lugares movimentados, não fale com pessoas estranhas e se sentir,
ver ou ouvir algo estranho fale com os seguranças que imediatamente me
ligarão.
— Certo. Até mais tarde! — Ele desliga e saio às pressas para me arrumar.
Quando entro no closet, escolho uma calça jeans preta, uma blusa manga
longa e com gola alta de cor marrom. E nos pés opto por um tênis branco,
olho para as inúmeras bolsas que estão sobre as prateleiras e acho um
exagero, uma vez que nunca usei nenhuma. Mas mesmo assim opto por levar
uma delas para colocar meu celular e outras pertences.
Aprecio o dia lindo que está hoje, e me sinto tão feliz, nunca pensei que
viveria tantas coisas assim num dia. Sinto que aos poucos Christopher vai
me dando um pouco de liberdade, porque eu achava que ele nunca mais me
deixaria sair daquela casa.
Pela janela aprecio a linda cidade de Seattle, consigo até tirar algumas
fotos quando passamos por alguns pontos turísticos como por exemplo a
Space Needle.
O carro estaciona em frente a um lindo edifício, e assim que saio do
mesmo escuto um gritinho muito bem conhecido por meus ouvidos.
Rio pela sua frase, e limpo minhas lágrimas com o dorso da mão.
— Também senti muitas saudades. E ei, não chame meu marido de ogro.
Ele é só silencioso e não é de falar muito.
— Olha só para você, está tão apaixonada que mal enxerga isso nele. —
Viro meu rosto para que ela não veja minhas bochechas coradas. — Ele mal
teve a decência de me ligar, e delegou alguém para confirmar nosso
encontro.
— Essa sua cara lavada toda vez que você fala dele — ela gargalha tão
alto que algumas pessoas no shopping param para olha-la. Essa é a Yeva que
eu conheço, não consigo entender como apesar de ter esse espírito alegre ela
seja minha amiga, somos totalmente o oposto uma da outra — amiga essa
sua cara não esconde o brilho que surge quando você ao menos fala o nome
dele. E agora com você frente a frente posso afirmar que você está sim
apaixonada por ele.
— Para! Não estamos aqui para falar do meu casamento e sim para nos
divertir.
— Yeva! — não sei onde colocar a cara e essa comodidade que ela tem
para falar essas coisas não me admira, eu aposto que mesmo sendo da máfia
ela não seja mais virgem — não vou falar da minha vida sexual com você.
— Desde mais cedo eu estou com uma vontade muito grande se comer
pizza, nunca senti tanta vontade assim — digo enquanto aprecio o cardápio,
que por acaso já está me deixando com água na boca, já posso sentir aquela
massa deliciosa nas mãos e os milhões de sabores do recheio. — Porquê está
me olhando assim Yeva?
— Para além desse desejo súbito por pizza tem sentido mais alguma
coisa?
— Agora que você está perguntando isso, sim, tenho sentindo um mal
estar esses dias. Umas tonturas na verdade, será que estou ficando doente?
— ela gargalha como se o que eu disse fosse alguma piada, o meu pedido
chega e imediatamente começo a devorar a pizza.
— Na verdade não sei direito, na época eu estava tão abalada com o fato
de me casar com um desconhecido que não prestei muita atenção para os
detalhes quando a médica indicada por ele me explicou como funciona o
método. Mas eu uso um chipe anticoncepcional.
— Então acho que vou ser titia — me engasgo com meu suco olhando
para ela que bate palminhas — é isso que acontece quando duas pessoas
transam que nem dois coelhos e sem proteção. Presta atenção nos sintomas,
vontades súbitas por comida, tonturas, você me disse que andava muito
sensível na nossa última ligação, e isso tem nome. Se chama gra-vi-dez.
— Isso não significa nada, não acredito que esteja grávida, eu mesma
sentiria se estivesse — ela fala alguma coisa sobre comprar um teste e eu
continuo comendo mesmo esse assunto martelando na minha cabeça.
Depois de comermos voltamos a dar mais algumas voltas, até que Yeva
entrou sozinha numa farmácia para comprar o tal teste. E mal posso definir o
nível da minha ansiedade agora, neste momento com a realidade tão evidente
fico com medo que o teste dê positivo, Christopher não é o tipo de homem
que ficaria feliz com uma notícia assim.
E assim que vejo Christopher parado ao lado do carro que me trouxe com
a porta aberta eu sinto meu peito apertar e um mal pressentimento tomar
conta de mim.
Levanto da cama e coro até a porta para tentar ouvir a conversa, não
escuto quase nada porque a porta está fechada. A agitação aqui na fortaleza é
tanta que não quero pensar no que está por vir, porque sei que tudo será
resumido em sangue e mortes. O prazo que ele deu ao marido da minha filha
já acabou, sei disso porque eu contei cada dia para saber quando eu veria
meus filhos.
E o pior de tudo é ver o quanto esse doente ama me ver destruída a cada
vez que chega para me dar uma notícia como essa.
Por isso decidi dar um calmante para ela, não quero que passe mal durante
a viagem, mandei minhas funcionárias preparem nossos pertences, a viagem
até a Rússia vai levar algumas horas e não quero que ela esteja acordada esse
tempo todo porque sei muito bem como será. Ela não está cem por cento
dormindo, mas aos poucos o calmante vai fazendo o seu trabalho.
Tiro seus sapatos e coloco uma coberta sobre seu corpo. Ela se remexe
mas depois fica quieta, me sento ao seu lado para acariciar seus cabelos
negros.
Meu anjo
— Eu estou aqui anjo, não irei para lugar nenhum. Meu lugar é com você
— retiro meus sapatos e me deito ao seu lado, como se o que eu disse a
tivesse acalmado ela para de se agitar — nada nem ninguém irá me tirar do
seu lado, nem mesmo o diabo.
Não entendo, mas uma parte de mim vibra só de imaginar que essas
palavras dela não foram mera consequência do seu sono delirante, mas a
outra parte, a mais sensata e racional não quer se prender a isso porque no
momento certo isso servirá como arma para qualquer um que queira me
destruir, até eu mesmo. Isso pode servir como arma para mim na medida em
que terei muitos motivos para a manter do meu lado para sempre.
E ela merece muito mais do que isso, ter filhos, cachorros e todas as
outras merdas que as mulheres sonham em ter, coisas que a minha natureza
não está pronta a dar, mas aos poucos estou me tornando mais liberal com
ela, mas não o suficiente para pensar em formar uma família.
Sasha
Os últimos dias tem sido tão corridos que achei que seria muito bom para
ela sair um pouco de casa e se distrair um pouco com aquela amiga
intrometida, o que não contava é que Enrico me ligaria para informar a
morte do irmão dela.
Merda
E não é só aqui que as coisas estão feias, na Itália também, e como sempre
Dimitri estava metido em problemas, não entendo como ele teve a ideia de
aprontar contra o Enrico, mas no final ele não foi morto pelo mafioso e sim
por um outro traidor, o Fabrizio, aquele cara nunca me desceu, e agora eu
entendo porquê. Dominic também está na Itália, e não imagino o que ele está
fazendo lá mas soube que ajudou a salvar a esposa do Enrico das mãos desse
Fabrizio.
Morgan
Lembranças
Não sei como não percebi isso antes, os olhos, aqueles olhos que tanto
olhei e venerei. Mas obviamente uns são diferentes dos outros, os da Stacy
transbordavam a ingenuidade, bondade, simpatia e esperança,
principalmente esperança. Porque ela era tão dedicada nas coisas que se
dedicou um bom tempo para me conquistar e me convencer que ainda havia
uma chance para mim.
— Estou esperando uma resposta — digo para ver até aonde vai o seu
jogo. E tomara que ela não demore muito para me falar tudo o que preciso
ouvir, porque tive que fazer um sexo rápido com minha mulher depois que
Dominic me mandou os relatórios sobre ela. Meus seguranças, aqueles que
fazem o trabalho nada honesto que mando estão lá fora nos aguardando. Ela
sairá daqui ou dentro de um saco para cadáveres ou sangrando devidos as
surras que darão nela. — Vamos fala logo, não tenho a noite toda.
— Eu -eu não abri nada senhor. Nem sei do que está falando. — Sim, ela
gosta de jogar, e tomara que seja uma ótima jogadora porque eu adoro um
bom jogo.
Continuo minha supervisão por seu rosto, ela está excitada, posso sentir
isso, está consumida pela adrenalina e eu também estou, mas não por estar
excitado e sim por saber que depois de muito tempo quebrarei um pescoço
em breve.
Puxo ela pela pantorrilha e ela cai batendo a cabeça na base do vaso
sanitário, me abaixo e volto a segurar seus cabelos num punhado para que
consiga ver meus olhos, seu nariz não para de expelir sangue, e não é só o
nariz que o vaso acertou, o olho roxo e o queixo rasgado denunciam que
também foram afetados.
— Vai a merda seu doente filho da puta — gargalho, pois ela acabou de
falar algo que já sei muito bem sobre mim.
— Ah sim eu vou, mas depois de você me contar todos os planos do
Antonín — chamo pelos seguranças para a levarem até uma parte específica
da mansão onde posso fazer o que quiser com ela sem ninguém perceber ou
ouvir alguma coisa. Quando dois homens seguram seus braços um em cada
lado ela me olha com o ódio mais mortal que eu podia receber.
— Nós vamos matar você e aquela tonta da sua esposa seu maldito. Eu te
odeio — mesmo berrando ela não é solta de nenhum jeito. Mando que a
levem para o subterrâneo onde existe tudo o que precisamos para um
momento como esse.
No entanto volto pra casa pois preciso me certificar de que a Sasha já está
dormindo, uma vez que ela criou essa mania de ficar zanzando pela casa.
Entro no quarto e o local se encontra na penumbra exceptuando pelo abajur
ligado, Sasha está dormindo no meio da cama vestindo uma das minhas
camisetas com um livro em seu colo, pelos vistos ela me esperou até que
apagou, cubro seu corpo com um edredom, retiro o livro e apago o abajur
saindo do quarto logo a seguir.
— você tem duas opções, ou me ajuda a acabar com seu chefe e morre da
forma mais rápida possível ou não me ajuda e morre também, mas só que de
uma maneira lenta e dolorosa. — A camisola que ela veste está
completamente molhada de suor é possível ver sua respiração no agitada.
— Então ficarei muitos dias aqui até você me dar o golpe de clemência.
— Me aproximo do corpo trémulo de pura raiva e rasgo as alças, a parte de
cima da peça cai e fica presa na sua cintura. Caminho em direção á mesa de
ferramentas, e escolho um prendedor de mamilos, mas esse é diferente, ou
seja, nada prazeroso, pois é revestido dezenas de nano pregos, tão pequenos
que é impossível vê-los a olho nu.
Sem pressa nenhuma coloco cada um em cada mamilo, olhando em seus
olhos aperto cada prendedor, nos primeiros segundos ela não reage pois não
sente nada ainda, mas quando sangue saindo dos mamilos escorre por seu
corpo ela grita de uma forma estridente.
De volta ao presente
O quarto está coberto pelo escuro, porque também não resisti e acabei
dormindo, a viagem leva mais de dez horas e ela precisa comer.
O pendrive.
São Petersburgo, Rússia
Assim que o jato pousou em solo russo fomos até a mansão da família
Solotov, a pedido da Sasha, porque se dependesse de mim nós ficaríamos
num hotel, mas o luto é algo que se deve respeitar e por isso não ia negar um
pedido desses a ela.
O rosto dela está vermelho, merda, eu odeio vê-la desse jeito. Tão
destruída. Ela se vira para ir embora, deve achar que a estou ignorando.
Fecho o notebook e guardo o pendrive em meu bolso.
Não espero por sua resposta e continuo subindo as escadas até chegar no
quarto em que estamos acomodados. Me deito sobre a cama e Sasha se
acalma um pouco.
— Não tem como saber anjo. Agora durma, não quero que passe mal. Não
se incomode com isso. — Ela assente e se deita ao meu lado me encarando.
— Mas eu ouvi que ele traiu a máfia e... — e então o choro começa de
novo e só para quando ela finalmente dorme, depois de algum tempo
também a acompanho num sono mais leve.
Meu celular toca e no mesmo momento Sasha diz que vai visitar a
sepultura do pai, apenas assinto e mando os seguranças irem com ela junto
com a amiga que só agora vi que também estava aqui.
Merda
Sasha
Ela chora e não fala o que preciso ouvir, mando meus seguranças
averiguarem o que aconteceu e se comunicarem com os outros e volto ao
meu ponto inicial para ver o que o cartão que eles deixaram diz.
Cheque mate
Eles a levaram.
São Petersburgo, Rússia
Receber a notícia da morte do meu irmão foi o pior golpe que a vida
poderia ter me dado nesse momento da minha vida, eu senti o mundo cair
sobre minha cabeça quando Christopher me disse de forma tão direta que
meu irmãozinho estava morto, e que não poderei mais ver ele.
Olho pela janela e nunca imaginei que alguma vez ficaria feliz de ver a
neve brotar do céu como agora. Meu irmão será enterrado amanhã e não sei
se terei forças suficiente para vê-lo dentro de um caixão, nada me preparou
para um dia como esse, a dor é tão grande que me sinto fraca, cansada e
desgastada, e principalmente sem rumo. Christopher saiu do quarto achando
que eu estava dormindo, mas na verdade eu apenas estava de olhos fechados
perdida em meus pensamentos e lembranças do passado, foram tantos
momentos bons que vivi aqui com meu pai e meu irmão, mas agora nenhum
dos dois está aqui para me proteger como sempre prometeram.
E agora nem sei mais porquê estou chorando. Depois de me sentir melhor
aperto a descarga e lavo minha boca, definitivamente não vou comer. Volto a
me deitar e numa poltrona ao lado da cama vejo a bolsa que usei mais cedo e
a caixinha que a Yeva me deu está aparecendo. Seguro nela e leio as
instruções, esse não é o momento para uma gravidez. Não sei como
Christopher irá reagir a notícia de uma gravidez repentina. Mas o que eu
posso fazer?
Entro no banheiro e sigo cada instrução escrita no teste, e pelo que entendi
o dispositivo me dirá se estou grávida ou não e mais ou menos de quantas
semanas. Me sento num banco para esperar o resultado, através do espelho a
minha frente encaro meu reflexo, e não gosto do que vejo, em apenas
algumas horas perdi o tom de pele maravilhoso que ganhei com o clima
tropical de Cuba e os dias de paixão que desfrutem Christopher em nossa
casa. Não tinha como ser diferente com tantas coisas acontecendo.
Positivo
Três semanas
E então desengato a chorar porque não sei como vou contar para o
Christopher que as nossas inúmeras noites de sexo infinito tiveram uma
consequência sólida que virá para o mundo em meses.
E por mais que eu não reúna coragem preciso contar isso para ele,
Christopher odeia mentiras e ser enganado. Ele precisa saber.
Sem me importar com meu rosto molhado devido as lágrimas saio pelos
corredores da casa procurando por ele, o encontro sentado numa das salas
de estar, ele deve estar trabalhando, já que está concentrado no laptop
brilhante sobre seu colo e de forma frenética ele passa os dedos pelo teclado.
Não sei como, mas a cada passo que dei até chegar aqui minha coragem
foi se esvaindo e me sinto uma covarde por isso, eu devia ser forte por esse
filho que cresce dentro de mim. Mas saber que posso decepcionar o
Christopher também me destrói. Após minutos o encarando ele finalmente se
apercebe da minha presença.
Você precisa deixar de ser fraca Sasha, é para isso que ele te colocou no
quarto jogos.
Quando me falaram que Dimitri estava morto não passou pela minha
cabeça em perguntar como ele morreu. E agora vendo o caixão fechado
enquanto o padre faz o sermão eu chego a uma conclusão por conta própria.
Meu irmão foi morto a surras, e provavelmente foi acusado de traição uma
vez que não foi velado na sede da máfia.
Eu e minha amiga nos abraçamos, ela beija minha testa e me faz a encarar.
— Eu vou dar a privacidade que você precisa. Vou ficar bem ali — ela
aponta para um banco de madeira situado no local, eu assinto e pego as
flores para colocar. Aliso a lápide onde se encontra gravado o nome do meu
pai e meu coração se aperta.
Olho para Yeva e ela também está em choque assim como eu, nenhuma
das duas sabe o que fazer, porque agora estamos rodeadas por homens
desconhecidos cobertos por máscaras.
Minha respiração sobe e desce pelo peito de forma acelerada, meus lábios
estão entreabertos em busca de ar porque sinto que a qualquer momento terei
um ataque de pânico. De repente uma luz é acesa e o lugar fica iluminado, e
só agora me dou conta de que estava sentada sobre uma cama esse tempo
todo. O quarto é todo elegante mas no momento os detalhes são o de menos,
o que realmente está chamado minha atenção é o homem de presença
assombrosa parado a minha frente me olhando com um sorriso nojento no
rosto.
— Eu sou alguém que queria muito olhar para seus olhos peculiares. Eu
adoro eles, mas em outro rosto claro — ele está rindo do meu medo e terror.
Mas eu não entendo nada do que fala.
— Por favor não me machuca, eu estou grávida por favor não faça nada
comigo — imploro enquanto lágrimas quentes escorrem por minhas
bochechas.
— Então o Christopher Vai ser papai? Isso está ficando cada vez melhor
— ele conhece meu marido, e com certeza se estou aqui é por causa dele.
— Mas é claro que conheço seu marido querida e é por causa dele que
você está aqui, de você não quero nada mas dele eu quero algo que ele se
nega a me dar por puro orgulho — quando eu ia abrir a boca para pedir mais
uma vez pela vida do meu filho ele coloca seu dedo na minha boca — não
gaste suas energias me pedindo algo que não posso dar no momento, sei que
está enfraquecida devido a merecida morte do seu irmão, não quero que
passe mal aqui e seu marido ache que a tratei mal. Mas não se preocupe ele
virá buscá-la, eles sempre vem.
E mais uma vez meu corpo entra em estado de alerta quando alguém abre
a porta, a escuridão não me permite ver quem é mas pela cilureta dá para ver
que é uma mulher, e ela está parada me observando enquanto eu estou
deitada.
Quando ele me disse que minha filha estava aqui, bem ao lado do meu
quarto, eu não pude acreditar, mas me lembrei que ontem de noite eu vi um
dos homens dele pela janela carregando uma mulher nos braços, o que eu
não sabia é que àquela mulher era minha filha. Mal posso conter a emoção,
então assim que ouvi que ele tinha saído do quarto dela eu saí correndo do
meu só para vir aqui vê-la, e ela parece tão assustada.
Eu quero tanto me aproximar e dizer para ela o quanto sinto muito e que
eu estou aqui para ela, mas não sei como fazer isso. Nem sequer sei se vou
conseguir pronunciar alguma palavra em frente dela. Dou um passo a frente
e ela também se remexe na cama e coloca a mão na barriga, como se tentasse
proteger ela, e eu conheço muito bem esse instinto.
A felicidade é tanta que imediatamente dou mais alguns passos, mas antes
de completar o penúltimo passo para alcançar a cama uma voz que ainda
comanda tudo o que eu sou hoje em dia se ouve.
— Então é ela que você queria tanto ver? — ele se aproxima de mim e
segura meu braço com força me obrigando a levantar do chão — então
vamos vê-la. Sabe quem é essa mulher aqui na sua frente menina?
Não tenho coragem de olhar nos olhos dela, não era assim que eu
imaginava nosso encontro, cheio de violência, não queria que ela vice a
submissão que tenho por esse homem doente, porque no final isso também
me torna uma pessoa doente, se eu conseguir sair viva daqui, irá levar anos
até eu me recuperar.
— Quero que olhe nos olhos dela e diga quem é — faço que não com a
cabeça porque estou com vergonha, meu rosto está horrível por causa do
tapa e das lágrimas não quero que ela fique horrorizada comigo. — Se não
olhar para ela agora e confessar quem é você eu juro que o próximo tapa será
dado na cara dela e não me importa se dentro dela cresce um bastardinho
— Não-não isso não por-por favor — foi uma grande luta proferir essas
palavras, tanto tempo sem falar e minhas primeiras palavras são essas.
— Olha para ela e diga quem é você — sua voz é tão brutal que nós duas
nos assustamos com sei tom. — Anda, não tenho a porra do dia todo Katia.
— Eu... — faço uma pausa e encarro seus olhos tão idênticos aos meus —
eu sou sua mãe — isso foi mais um sussurro que qualquer outra coisa. Ela
me olha de um jeito que parte meu coração, me sinto um trapo nesse
momento. Ela deve estar confusa e toda essa situação não vai fazer bem para
a gravidez.
— Está contente? Espero que sim, porque não pense que sairá do meu
lado para ficar com a sua filhinha — assim como eu ela também está
chorando, mas não sei se é por ter descoberto que estou viva, não sei se é
pela emoção ou por causa do que ela está vendo da minha vida hoje em dia
— vamos! Deixe ela descansar porque se depender de mim ainda ficará
muito tempo aqui, quero ensinar uma lição para aquele seu marido
arrogante.
— Não por favor, não faço nada com ele — escuto a voz dela desesperada
implorando pelo marido. Enquanto eu sou arrastada de volta para o quarto.
E então o vídeo termina. Fecho o laptop e fico pensando em tudo o que ele
disse. Então minhas suspeitas sempre estiveram certas, aquela mulher
sempre esteve lá presa contra a própria vontade. Nesse momento negociar o
pendrive com aquele filho da puta não é mais nenhuma escolha, ou ele me
entrega minha esposa por bem ou então sangue será derramado.
Assim que a amiga da minha esposa me disse com suas palavras trémulas
que minha esposa tinha sido sequestrada minhas suspeitas se confirmaram,
Antonin estava com ela.
E neste momento mil maneiras de esmagar um cérebro passam pela minha
cabeça, nem que eu tenha que mover céu e terra eu vou acabar com aquele
filho da puta, isso não é mais sobre mim e sim sobre a minha mulher e todos
os outros que ele prejudicou com sua cede de poder e soberba.
E ainda tem a fuga da Morgan, até agora estou intrigado em como ela
conseguiu escapar, ela estava um lixo quando a deixei no subsolo antes de
sair para o trabalho naquele dia, ela também é outra que não irei poupar
quando a encontrar, eles acabaram de despertar meu instinto assassino, e não
vou descansar enquanto não ver sangue.
E não duvido de nenhuma das palavras ditas pelo Dominic, acho que o
que ele viu nas guerras servindo no Iraque e Afeganistão, a tortura a família
dele o deixaram completamente imune a pena e qualquer outro sentimento
que se assemelhe a remorso. Assim como eu ele é um homem fodido da
cabeça.
Cada vez mais nos aproximamos dos grandes murros que separam esse
lado de fora do que acontece lá dentro, e uma parte minha interna me alerta
sobre essa situação estar fácil demais.
— Isso está fácil — Domínic fala do banco da frente como se tivesse
acabado de ler os meus pensamentos.
Até a invasão foi fácil demais, mesmo assim mantemos nossa formação, e
a adrenalina que me consumia antes agora triplicou a intensidade, respiro
fundo por mais que eu seja forte o suficiente para enterrar mais uma pessoa
que atingiu certos espaços da minha vida eu não estou pronto para perde-la,
pelo menos não assim.
Até agora ninguém retaliou nossa invasão, nem ao menos uma sombra
está nesse lugar, o jardim que pelo que me lembro ser um lugar repleto de
seguranças armados até aos dentes, tinha seguranças até no topo da casa e
em todos extremos mas agora está vazio, e nosso plano de invasão estava
baseado no que a câmara escondida que eu levava pôde captar.
"Se não me der o que eu quero, não só tirarei de você a sua adorável
esposa mas também o mais novo integrante da família. "
O que esse desgraçado quer dizer com isso? E uma raiva incalculável me
domina e a calmaria que vigorava em mim a pouco se vai, a raiva é tanta que
destruo o quarto todo porque mais um vez eu falhei, mas uma vez eu
desapontei alguém com quem me importo. E agora não sei se serei capaz de
me recuperar de mais um golpe da vida.
Ela não pode me deixar, eu jurei para ela que nunca ia a abandonar e que
nunca me afastaria dela, mas agora me sinto um autêntico fracassado porque
estou falhando com ela... a frase que li no bilhete reverba na minha cabeça
me fazendo tirar conclusões precipitadas.
Será mesmo possível? Ela não seria capaz de me esconder algo do gênero.
— Merda! — Grito socando a parede com meu próprio punho até sentir
meus ossos da região chiando e reclamando estar prestes a quebrar. Mas
mesmo assim não paro de ir de encontro a parede, estou vendo tudo escuro e
nesse momento só preciso descarregar minha raiva em alguma coisa ou em
alguém.
Assim de longe ouço a voz de Domínic chamando por mim, mas não
consigo responder porque estou me engasgando com meu próprio sangue.
— Nós vamos achar ela. Não vamos deixar aquele filho da puta destruir
sua vida outra vez.
Esse doente armou para ele. O que ele não sabe é que uma parte minha
também se foi naquela explosão, meu corpo todo treme. O homem da minha
vida não está mais aqui, ele se foi e não pude dizer o quanto o amo e que o
fruto da nossa união cresce dentro de mim.
— Meu Deus por favor não faz isso comigo. Não o tire de mim por favor
— a mulher que até agora não aceito ser minha mãe me abraça por trás
fazendo carinho em mim me falando palavras para acalentar minha dor. Mas
nem isso resulta.
— Isso, chore minha menina. Eu vou estar aqui para enxugar todas as suas
lágrimas. Estarei aqui com você.
— Mamãezinha — choro em seu peito ainda sem acreditar que ele não
está mais aqui.
Aliso minha enorme barriga olhando para o lindo jardim a minha frente,
ele adora quando me sento aqui, tanto é que não para de chutar, mamãe disse
que ele será um grande jogador de futebol, mas eu não acho, porque com
certeza se tiver o génio do pai será um grande homem de negócios.
Se passaram seis meses desde o dia que tiraram o homem da minha vida
de mim, e hoje estou com sete meses de gravidez, mais algumas semanas e
meu anjinho estará em meus braços.
Anjinho
O desgraçado do Antonin tinha tudo muito bem planejado. Ele matou meu
marido porque sabia que comigo ele poderia ter acesso ao banco e suas
filiais no mundo todo. Me obrigou a assinar um monte de documentos que
eu não entendo, eu tentei resistir mas ele ameaçou a vida da minha mãe e a
do meu filho se eu não o fizesse. Por isso mesmo meu coração doendo por
abrir mão do que seria do meu filho eu assinei aqueles papéis, e assim ele
teve direito total sobre tudo o que era do Christopher, sendo eu a herdeira
universal.
Suspiro mais uma vez após sentir mais chute, ele está mais agitado que
nunca. Não tem um dia que eu não sonhei com Christopher e em todos eles,
ele me diz que nunca irá me deixar e eu digo que o amo, mas quando acordo
e vejo o vazio na cama eu choro porque ele não irá voltar. Ele me faz tanta
falta, sinto tanta falta daquele jeito dele de ser, silencioso, sombrio, protetor
e claro possessivo.
Mas não posso me entregar a tristeza, apesar de ter vivido dois lutos
consecutivos eu preciso me reerguer, assim como minha mãe disse, pelo meu
filho eu preciso ser forte e arranjar um jeito de ir embora daqui. Assim como
eu ela está disposta a fugir desse homem com quem ela tem sofrido a anos.
Cada palavra dita por ela relatando tudo o que tem sido a sua vida eu
também chorava com ela. Desde pequena alguma coisa me dizia que minha
estava em alguma parte do mundo sofrendo.
Ela disse que resistiu todo esse tempo com a esperança de rever a mim e
ao Dimitri, ela ficou muito triste com a morte do meu irmão, mas feliz por
me ter ao seu lado e saber que será avó de um menino. Esse bebê é que tem
nos fortalecido, é por ele que estou em pé e pretendo fugir desse lugar nem
que para isso eu tenha que derramar sangue pelo caminho.
Aqui é tão calmo e tão silencioso que já imagino porquê do meu filho
gostar do lugar, estamos na Itália, numa propriedade bem afastada de tudo
pelo que vejo, tão perto da minha amiga Emanuelle, mas sei que se eu fizer
algum telefonema na hora serei descoberta.
— Aí meu amor você faz tanta falta. Eu nem pude ao menos te enterrar —
eu ao menos sei onde estão os seus restos mortais, me pergunto aonde
levarei meu filho no dia dos pais.
— Oh filha você está se torturando outra vez? Já falei que isso não é bom
para o bebê — minha mãe senta do meu lado no banco e me abraça.
— Eu sei, eu sei. Só que para mim ainda é difícil acostumar que o perdi
mãe. Não é justo alguém que a gente ama morrer injustamente sendo que
nesse mundo existem pessoas que apenas pagariam seus eros com a morte.
— Essa dor nunca irá passar, cabe a você, saber como a gerir para que não
sugue sua vida.
— Como a senhora consegue parece tão serena após perder meu pai e o
meu irmão e ainda estar presa aqui? — questiono enquanto mãos encarando.
— É muito fácil minha vida, é só lembrar sempre dos momentos que vivi
feliz com seu pai e seu irmão. Verá que em breve toda vez que lembrar dele
você irá sorrir ao invés de chorar — Assinto e então ela me ajuda a levantar
para que entremos pois o almoço já foi servido.
— Sim sou eu, e isso que você está vendo no meu rosto foi cortesia do seu
marido antes dele ir para inferno — ela ri, e eu não paro de olhar a cicatriz
enorme que está em seu rosto, ela parte do queixo e sobe até sua bochecha,
uma outra cicatriz começa na sobrancelha e é possível ver ela seguir até seu
coro cabeludo — sim, você estava casada com um demónio e nesse
momento ele deve estar sendo queimado pelas chamas do inferno.
Fico horrorizada pelo jeito que ela está falando do Christopher, nunca vi a
Morgan com tanto ódio como agora.
— Porque você assim como a minha irmã é uma burra e tonta. Nem
entendo como foi possível você viver tanto tempo ao lado dele e permanecer
viva.
Olho para ela incrédula só agora me dou conta que ela é só mais uma das
pessoas que trabalha para esse homem. Como eu pude me enganar tanto?
Agora entendo o fato de nunca ter feito nenhum esforço para aceitar minha
amizade.
— Sim nós nunca saberemos. Porque meu marido está morto, mãe eu
estou cansada desse lugar a gente precisa ir embora daqui depressa antes que
nossas vidas pereçam sem nós percebemos. — Nós já planejamos vários
planos de fuga mas até agora não deu para executar nenhum, porque esse
lugar tem seguranças em toda parte. — Eu juro que se pudesse dava um tiro
na cabeça daquele desgraçado.
Esbravejo com raiva porque tudo isso está me deixando exaurida demais e
sem mais energias.
— Não vou sair porque esse quarto não é seu, você está aqui de favor
porque se Antonin resolver mandar você embora, irá parar de baixo de uma
ponte porque não é mais milionária, em breve essa casa, a casa em que você
morava e todo resto serão meus, porque eu serei a mulher com a qual
Antonín passará o resto da sua, e não com duas inúteis como vocês.
— Eu não tenho nada haver com a sua irmã e nem ao menos a conheço.
— Esbravejo me levantando porque estou cansada que ela me insulte.
Nego freneticamente com a cabeça porque sei que meu esposo não seria
capaz de tal coisa.
O berço
— Ele era um maldito assassino que agora está pagando por isso no
infer... — antes que ela termine a frase dou um tapa na cara dela e faz virar o
rosto e me fulminar com o olhar.
— Sua puta desgraçada, vou matar você e esse seu bastardo — ela
consegue se levantar e me jogar na cama, antes que eu pudesse levantar ela
sobe em cima de mim quase se sentando na minha barriga e começa a me
dar tapas no rosto, minha visão começa a ficar turva e sangue começa a
escorrer por meu nariz, faço um esforço para pegar a faca que mantenho
escondida em baixo do travesseiro e assim que alcanço eu cravo no ombro
dela fazendo ela sair de cima de mim e me chingar dos piores nomes que
existem.
Ela sai correndo, dou uma rasteira nela e subo em cima dela, aperto o
pescoço dela ao mesmo tempo que bato sua cabeça no chão, bato com toda
força que posso, e não me reconheço.
— Nunca mais insulte a memória do meu marido e muito menos ameace
meu filho — e num último golpe ela apaga. Respiro de forma ofegante ainda
sentada em cima dela sem acreditar no que fiz. — Será que a matei? —
questiono enquanto minha mãe me analisa.
Porque foi isso que aconteceu, eu morri por cinco minutos mas de alguma
forma alguma coisa dentro de mim se reacendeu algo que me obrigou a lutar
pela minha vida, porque não só ela dependia de mim outro intruso estava
chegando na minha vida, e eu precisava manter a promessa de nunca
abandona-la.
Assim que um dos homens sinaliza de que o lado externo da casa está
controlado eu me levanto saindo imediatamente do nosso fato camuflado,
não vou deixar a vida da minha esposa e a do meu filho nas mãos dos outros.
— Não fode Dominic — ele sabe que estou me segurando para não socar
sua cara agora por falar dessa forma da minha esposa — apenas faça o que
mais sabe fazer, atire e mate, eu gosto de ver o perigo cara a cara — desço a
montanha coberta de vegetação carregando minha arma. Antes de atravessar
o portão da propriedade escuto o exato momento em que Domínic avisa que
em breve também irá se juntar a mim. Eu sabia que ele não resiste a um
banho de sangue.
Os tiroteios estão por toda parte, e é por isso que eu preferi vir e ver tudo
com meus próprios olhos.
Merda
Esse lugar é enorme e não sei por onde começar a procurar minha esposa,
me encaminho até o interior da casa, abro porta por porta e nada dela apenas
alguns funcionários com medo de serem alvejados. Uma mancha vermelha
chama minha atenção no último degrau da escada, e então é para lá que eu
vou, sigo o percurso do sangue até que chego ao quarto onde minha esposa
estava a pouco tempo, ela fez um bom trabalho, a recompensarei por isso. O
fato de Sasha ter contido a ação da Morgan quando ela quis espalhar que
estávamos atacando foi suficiente para que nosso plano não falhasse.
Tomara que ela não esteja perto daquele filho da puta agora.
— Não minha filha, é muito perigoso. Ele vai nos achar e me levar de
novo, eu sei que te prometi que seria forte por nós três. Mas quando Antonin
Fica bravo ele vira um demónio e não quero imaginar nas atrocidades que
ele irá fazer comigo caso eu o desafie desse maneira — eu entendo ela. Está
cativa desse homem a anos que de forma automática a mente dela se nega a
desobedece-lo dessa forma, é difícil negar mas esse homem estragou a
minha mãe, quando ele está por perto é possível ver a submissão dela
perante a ele, e o desgraçado fica satisfeito toada vez que vê o olhar
atormentado da minha mãe.
— Mãe eu sei que a senhora está com medo. Mas precisa ser forte para
que consigamos sair daqui com vida. Sem o papai, o Dimitri ou o
Christopher agora estamos por conta própria nós duas. Precisamos fazer
nossas vidas valerem a pena mãe, por favor, eu quero que meu filho cresça
longe de toda essa violência — nos abraçamos e minha mãe me promete que
será forte e que fará de tudo para que tenhamos um novo recomeço longe
daqui.
— Olhem só, então as fujonas estavam aqui bem escondidas. Katia vem
— minha mãe nega freneticamente, eu me posiciono na frente dela para
impedir que ele se aproxime.
— Você não vai mais colocar essa suas mãos imundas na minha mãe
nunca mais — ele gargalha Enquanto brinca com a arma que está em suas
mãos.
— Menina tola. Tão tola igualzinha a mãe. Nada nem ninguém irá me
separar dela, não é bichinho? — minha assente e caminha até ele sob meus
protestos.
— Mamãe não por favor. Não o deixe tomar o controle por favor.
No fim eu entendo ele. A falta de amor e afeto faz com que as pessoas
passem a fantasiar coisas que talvez nunca se irão se concretizar, no fundo
Antonin é um homem que se sente rejeitado porque minha mãe nunca pôde o
amar, porque o amor dela pertence e sempre pertencerá ao meu pai, e ele
sabe disso e por mais que mantenha minha mãe refém de seus desejos sujos
ela nunca será dele de corpo e alma.
— Já chega Antonin, Minha mãe não te ama. Ela ama e sempre amará
meu pai — ele esbraveja e segura o braço da minha mãe com força
arrancando dela um gemido de dor — solta ela por favor você a está
machucando — ele não cede.
Recuo um passo quando de repente Morgan surge por uma das portas
todas ensanguentada se e machucada pelas surras que dei nela.
Ele não responde nada e continua arrastando minha mãe com ele. Não
posso fazer nada porque tem uma arma apontada para minha cara nesse
momento, qualquer movimento e serei alvejada. Em nenhum segundo
Morgan demostra alguma desistência em relação a apertar o gatilho.
— Morgan por favor eu estou grávida, por favor. Pense no que a sua irmã
acharia da sua atitude nesse momento. Por favor me deixe pelo menos ter
meu bebê — ela bate a arma na própria cabeça e ri de mim.
— Não se engane não vou poupar sua vida. Por isso não implore. — Ela
torna a apontar a arma para mim, e minha única reação é fechar os olhos —
vai se juntar ao filho da puta do seu marido sua cadela.
O estado da arma em sua mão denuncia que ela explodiu, não sei como
mas ao invés da bala sair pelo cano ela foi para direção contrária atingindo
seu rosto. Os olhos sem vida estão me encarando e foi impossível não sentir
um calafrio aterrorizante com essa cena.
Saio correndo na direção que minha foi levada sem me importar com o
sangue espalhado pelo meu rosto e corpo. Minha mãe é o importante agora,
eu não saio daqui sem ela. As hélices de um helicóptero fazendo um barulho
ensurdecedor me alertam que provavelmente esse é o meio de fuga que
Antonín irá usar.
— Agora não bebê, por favor — pelas enormes janelas já é possível ver a
aeronave sobrevoando a propriedade e bem no final do corredor minha mãe
anda tentando acompanhar seus passos largos enquanto ele grita com ela
sobre alguma coisa se ele morrer ela também morre.
Eles entram pelo subsolo da casa, não sei onde isso vai dar e mesmo assim
eu continuo os seguindo. Pelo caminho seguro numa barra de ferro de
espessura grossa e meio pesado, faço o mínimo barulho possível para que ele
não me veja. Quando finalmente alcançam a saída do subsolo eu me apreço
até finalmente ficar praticamente atrás dele. Minha mãe luta com todas as
forças para se soltar dele, o que é impossível visto que ele é duas vezes
maior que ela.
Aproveito que ele está distraído com o celular e me aproximo por trás
cautelosamente, com toda força que possuo seguro na barra de ferro e acerto
um golpe forte na cabeça do desgraçado que vai no chão sangrando.
— Mãe — trocamos um abraço forte, faço uma supervisão nela e vejo que
para além da bochecha e o olho inchados, provavelmente consequência das
surras que ele deu nela, não está machucada em outro lugar — vem mãe
vamos embora.
Saímos correndo em disparada antes que ele acorde. Corremos uma coisa
de duzentos metros e quando nos viramos para trás ficamos aterrorizada ao
constatarmos que o corpo caído de Antonín não está mais onde o deixamos.
De repente duas sombras em formas de homens aparecem rebolando pela
grama um tentando golpear o outro.
Apesar dos fatos estarem na minha cara eu não quero aceitar. Pode ser
uma ilusão e eu não quero me apegar e depois quebrar meu coração. Mas
quando sinto o toque da sua mão quente na minha barriga eu perco o fôlego,
e é como se meu filho também reconhecesse ele pois não para de chutar
como se quisesse gritar para pai que ele existe. Olho para o homem a minha
frente e seus olhos brilham, não vejo decepção, raiva ou rancor em sus olhos,
ele está... feliz.
Ainda trémula conduzo minha mão até seu rosto e aliso cada canto dele.
— Você está aqui? Você voltou para mim? — ele assente e eu ainda não
posso acreditar — você está mesmo aqui e...e eu estou grávida. — baixo
meu olhar porque ainda é difícil confessar isso só agora — desculpe por não
ter dito antes eu sinto muito.
Tudo acontece muito rápido, num momento Antonín estava parado para
atirar no Christopher, mas um vulto surge de repente o jogando no chão e
desferindo incessantes socos na cara dele. Eu e minha mãe olhamos
horrorizadas para o tal homem, ele é um assassino frio, a crueldade é tão
evidente em seu rosto que me pergunto se tem um coração batendo no peito
dele.
Os detalhes dele não me prendem por muito tempo pois uma dor
descomunal começa a se fazer sentir na minha barriga. Estão todos tão
concentrados em prender Antonín que ninguém repara no momento que me
ajoelho no chão para conter o grito de dor.
Porra
Isso está demorando demais, a mãe dela não para de chorar sentada no
sofá. Tal como eu está preocupada com a filha.
— Vocês mataram ele ? — Não precisa ser nenhum gênio para saber que
ela está falando do Antonín.
— Ainda não, mas em breve ele estará morto. Aquele lixo não é mais
assunto meu nem seu, a pessoa indicada irá cuidar para que ele chegue ao
inferno como merece — ela assente e volta a se trancar o próprio mundo.
Antonín não é o único que irá para o inferno em grande estilo a Morgan
também, ela praticamente ficou sem rosto após a arma disparar na direção
contrária. Ela é um problema a menos.
Assinto e caminho até o quarto onde ela está. Ela está olhando para janela
e quando percebe minha chegada ela se vira para me encarar.
Então explico para ela como tudo aconteceu, falo também da minha
relação com Antonín e o motivo de eu estar tão envolvido com ele e nos
planos sujos que ele tinha para o mundo.
Seattle, Washington
Já passam alguns dias desde a nossa volta para casa, e por mais que eu e
Sasha estejamos nos aproximando eu sinto ela meio distante, ela não é mais
a minha Sasha, eu vejo o quanto ela quer questionar quer saber das coisas
mas esse meu jeito de ser não permite que ela se abra por completo. Ela é tão
minha que para além de marca-la na minha mente e na porra do meu coração
eu a marquei no meu corpo.
A mãe dela tem se adaptado muito bem com nova realidade, ela tem me
ajudado a ficar de olho na filha, por causa da gravidez existem certas coisas
que ela não pode fazer e eu estou quase ficando de bolas roxas porque ela
sempre me provoca ficando pelada pelo quarto expondo aquelas curvas que
tem me deixado com água na boca, a vontade que tenho as vezes é de joga-la
na parede e me perder nas suas curvas novas, ela está tão gostosa que só de
me lembrar no quanto a buceta dela é apertada eu já fico duro.
Saio do escritório para procurar por ela, voltar a vida normal está levando
o seu tempo pois tenho que reorganizar as coisas do escritório e também
ficar de olho nela. E como sempre a acho na sala de cinema, onde sem sido
um de seus lugares favoritos.
— Eu sei que pode anjo mas eu não quero que o faça. — Quando
passamos o andar do nosso quarto ela fica meio aflita pois estou a levando
para o andar onde fica o quarto de jogos.
— Anjo olha para mim — e assim ela o faz — eu quero te pedir desculpas
por não ter contado para você este lado do meu passado, você merecia saber
de tudo. Por mais que eu não queira eles sempre irão ocupar um lugar aqui
— aponto para meu peito.
— Você ainda a ama não é? — Ela pergunta enquanto se vira para a
janela, sua voz soa triste e desesperada.
— Não, eu não a amo mais porque ela não está mais aqui, nem meu outro
filho. Mas você e nosso filho estão aqui e vocês são tudo o que preciso —
ela se aproxima e segura minha camisa, eu permaneço imóvel vendo cada
movimento dela. Ela começa desabotoado minha camisa deixando toda parte
frontal do meu corpo exposta para então ela passar os dedos em cada
tatuagem, e eu não protesto porque se ela quiser que eu me queime agora eu
me queimo, se ela me der um tapa eu também vou aceitar.
— Ou o quê?
Que se dane
Seguro nela e a coloco sobre a mesa, abro as pernas dela e quase tenho
uma síncope ao ver a buceta toda molhada a minha frente sem calcinha.
Aposto que ela estava esperando o isso tanto quanto eu. Da minha língua
chega a escorrer saliva só de imaginar lamber ela.
Chupo ela bem devagar para sentir cada gota do seu néctar, Ela se
contorce puxa meu cabelo rebola na minha boca mas não goza.
— O que você quer anjo? — meu dedo entra e sai da sua fenda
apertadinha enquanto eu chupo os peito que estão enormes.
Sem esperar mais a penetro bem de vagar e nos dois suspiramos ao sentir
um ao outro tão profundamente conectados. Me novo de vagar dentro da
buceta gulosa dela.
Bombo com tudo dentro dela, mais rápido porque sei que ela está tão
próxima que já posso sentir as reações do seu corpo.
— Goze anjo goze para seu marido, goze no meu pau — ela treme e grita
meu nome tão alto que não duvido que boa parte da casa tenha ouvido, me
movo um pouco mais e também me derramo dentro dela e perco a noção de
tempo e espaço — você é tão gostosa anjo.
O homem observava o seu prisoneiro de forma tão letal que com apenas
um olhar ele mataria uma alma fraca. A vida o machucou e roubou tanto
dele que agora ele não se importar mais com os outros e muitos menos com
a droga do mundo. Agora ele segue apenas os seus instintos assassinos.
— Depois de tanto tempo ter você aqui preso praticamente caindo aos
pedaços não me parece tão divertido — os músculos enormes distribuídos
por todo seu corpo bronzeado são o que chama mais atenção a cada
movimento seu.
— Sério? — o outro sorri mesmo todo ferido e sujo e a exalando o cheiro
da podridão dos próprios excrementos, que por acaso foi obrigado a come-
los no dia de ontem. — Porquê não me mata de uma vez? Essa tortura não
irá trazer a sua família perfeita de volta. — Ele gargalha mas seu corpo
cansado e deteriorado em vida protesta no processo.
Ele sempre foi calmo e paciente por isso a frase do seu prisoneiro não o
afetou como pretendia. Mas nas o afeta o suficiente para tirar dele um
simples suspiro.
— Hoje é dia de jogar tiro ao alvo — fala enquanto passeia suas mãos nas
diferentes armas expostas sobre a mesa — estou na duvida se escolho a
Glock ou opto mesmo pelo modo tradicional do jogo, o arco e flecha. O que
você escolheria? — antes que o homem pudesse responder ele o silencia e
procede: — ham esqueci, você não pode escolher uma arma. Porque você
será o alvo do jogo. — Para quem não conhece diria que ele é um louco
psicopata pela forma que sorri só de pensar em como irá aplicar cada jogo
sujo em seu prisoneiro.
Eles não sabem o que acordaram quando mataram sua família e seu
melhor amigo.
Ele era um matador, um homem sem alma e sem nenhum outro tipo de
emoção ou sentimento, estava quebrado o suficiente para saber que até
respirar já era insuportável.
Desde aquele dia que a machuquei nunca mais a levei para lá, não quando
naquele dia vi em seus olhos lágrimas de dor e medo, nunca comentei isso
com ela mas aquele olhar amedrontado com o qual ela me olhou ainda me
assombra hoje em dia. Mas eu jurei para ela que mudaria e vou fazer o
impossível para seguir essa promessa ao pé da letra.
Saio do meu devaneio quando escuto o novo intruso da casa
resmungando, o nascimento dele me deixou praticamente no celibato,
porque Sasha está tão emocionada com o fato de ser mãe que ela
praticamente carregou o quarto dele para o nosso quarto, e por noites sou
obrigado a ver ele sugando o seio da minha mulher enquanto ela sorri para
ele eu fico como um mero telespectador.
Ele me analisa e a chupeta que a pouco estava em sua boca cai para o
lado, travamos uma guerra de olhares e antes que eu pudesse fazer alguma
coisa ele começa a chorar.
Ela começa a brincar com nossos filho que agora está em meu colo e meus
olhos não saem dos seus peitos fartos que estão quase saltando para minha
cara.
Ela retira seu mais novo companheiro dos meus braços e caminha com ele
até uma poltrona onde costuma alimenta-lo, sigo até o mini bar e sirvo uma
dose de whisky, meu corpo está precisando de algo espirituoso. Sento na
poltrona do canto enquanto observo eles dois. Não posso negar minha esposa
está contente com sua vida nova, com a mãe morando connosco e o nosso
filho ocupando a cabecinha dela, ela aos poucos esquece pelo que passou a
meses atrás. Mas Kátia continua afetada, não tem como ser diferente depois
de mais de vinte anos cativa de um doente feito o Antonín.
E pelas notícias que tive ele está sendo muito bem cuidado pelo Dominic.
Hoje em dia a GENISE não passa de um assunto esquecido, todos os
envolvidos foram presos e condenados, até a esfera mais baixa da
organização está atrás das grades, é certo que provavelmente nem todos
foram presos, alguns permanecem escondidos atrás das máscaras de grandes
empresários, políticos ou servidores públicos. Mas um por um eles irão cair.
Lincoln, esse nome foi escolha dela após ver a árvore genealógica da
minha família, não sei como ela descobriu isso mas resolveu colocar o nome
do meu bisavô, ele foi o grande fundador do Internacional Financial Bank, o
banco da nossa família. Não me opus com a escolha do nome, afinal de
contas é só um nome.
Solto um gemido assim que meu pau duro vai de encontro com sua bunda
que atualmente está mais chamativa que nunca, ela dá um pulinho pois a
assustei e eu sorrio com isso.
— Você precisa ser castigada por ser um menina má e andar com a buceta
do seu marido molhada por aí — sussurro bem baixo em seu ouvido e ela
geme e pede que eu a foda da forma mais crua e selvagem, é isso mesmo que
eu quero a foder duro até que suas pernas fiquem bambas e ela fique com a
voz rouca de tanto gritar por mais.
— Que porra você está fazendo? — questiono olhando para ela que
respira ofegante assim como eu. A aperto de novo na parede e aperto seu
lindo pescocinho sem fazer muita pressão.
— Christopher Pode ser a minha mãe — olhos para e depois para porta,
então assinto e a solto. Coloco a porra do pau no lugar e fico de costas para
porta, não que me importe que minha sogra me veja duro. Mas não é ela
quem está na porta é a governanta.
Ela sai correndo do quarto e a sigo logo atrás. Quero gritar com ela e dizer
que tome cuidado mas é tarde demais porque ela já está lá em baixo gritando
e pulando abraçando as esposas dos meus sócios. Elas parecem três loucas,
desço às escadas e caminho até o hall onde todos se encontram. Nós três
paramos para observar as três tagarelas que parecem terem esquecido a
nossa presença, sem dar nenhuma atenção a nenhum de nós elas saem
correndo indo em direção às escadas.
De repente os empregados aparecem carregando malas para o andar de
cima, direciono meu olhar mais mortal para Nicholas e para Enrico.
— Ela não avisou que passaríamos uns dias aqui não é? Você está fodido
— é tarde demais para mandar todos eles embora, o jeito vai ser aceitar
todos eles aqui.
" Notícias de última hora, Scott Sanders, juíz máximo da corte da justiça
foi encontrado morto está manhã em seu escritório, e segundo o relatório da
polícia provavelmente ele tenha sido alvejado a longa distância, a uma
distância de um quilómetro e meio para se mais exata, o que indica que o
autor do crime seja um atirador de elite muito bem treinado."
Nós três nos encaramos pois sabemos muito bem quem foi o autor desse
crime.
Sei que ele está sendo torturado da forma que merece mais nem isso faz
meu coração ficar em paz. Sinto que ainda não descobri o meu lugar, me
sinto perdida e sozinha ao mesmo tempo. E por mais que eu seja feliz ao
lado da minha filha e do esposo eu me sinto uma intrusa. Anos se passaram e
as coisas mudaram tanto mas algo em mim jamais irá mudar, o amor e a
saudade que sinto pelo meu amado.
Caminho até a janela e olho o tempo frio lá fora, a neve cai de forma
incessante, apenas se escuta o chiar do vento contra as árvores e também o
encriptar das chamas vorazes que ardem na lareira. Ficar um tempo aqui
sozinha onde vivi os momentos mais felizes da minha vida com meu amado
irá me fazer muito bem, precisava desse momento. Apesar de relutar da
minha ideia, minha filha acabou aceitando e agora deve estar aproveitando a
companhia de todas as suas amigas.
— Não faz mal — ele assente e me oferece uma caneca com chocolate
quente.
Nunca vou me esquecer de tudo o que vivi com ele, eu preciso contar a
minha história completa a alguém algum dia.
Com meus dedos dedilho o tecido leve e rendado da minha langerie que
consiste num sutiã bem leve e sem esponja apenas revestido de renda,
através dele é até possível ver os mamilos rosados, o sutiã é acompanho por
uma calcinha preta tão pequena que é como se eu estivesse nua. Uma cinta
liga e meias finíssimas de cor preta finalizam o conjunto. As meninas é que
me ajudaram a escolher.
Em frente ao espelho faço uma trança única que reúne meus cabelo negros
atrás.
Todas as noites eu vejo fogo nos olhos do meu marido quando ele me
observa, ou quando alguma parte do meu corpo fica exposta. E hoje eu vou
dar isso a ele, não só porque ele precisa mas também porque ele me ensinou
a gostar, e a perversão que se desenrola no quarto de jogos me faz alcançar
patamares do prazer que jamais achei que pudesse suportar.
Nosso Lincoln está com a babá, uma vez que minha mãe não se encontra,
ela ainda está na Rússia curando suas feridas, e eu entendo que ela necessite
desse momento sozinha. Minhas amigas e seus respectivos maridos já foram
embora, nós três ficamos de nos encontrar outra vez nos próximos meses
vou até apresentar a Yeva para elas. Amei ver elas e os filhos também que já
estão bem grandinhos. Não posso dizer o mesmo dos maridos, Acho que isso
é mútuo, porque nós três temos medo dos maridos umas das outras. Mas
cada uma sabe como domar o seu.
Tanta coisa aconteceu na minha vida desde o meu casamento que não me
vejo sem estar casada e ao lado do homem que amo.
Quando ouvi pela primeira vez ele confessando que também me amava eu
chorei de emoção, porque sei o quanto é difícil para ele pronunciar tais
palavras, pra ele ainda é muito difícil demonstrar afeto, mas não me importo
de ajudá-lo nesse processo.
E não é só a mim que tem demonstrado amar, mas ao nosso filho também.
Ele é meio desajeitado quando se trata de segurar um bebê mas com o tempo
sei que irá se adequar, afinal de contas eu quero ter mais filho. Quero sentir
de novo aquela sensação de segurar um filho nos braços recém saído do
ventre.
— Sim senhor!
FIM
Em primeiro lugar agradeço a Deus por me permitir poder escrever e
poder mostrar o que a imaginação pode nos proporcionar.
Em segundo lugar agradeço a você leitor por disponibilizar seu tempo
para dar atenção ao meu trabalho.
As minhas leitoras do wattpad também agradeço imensamente pelo
apoio e pelas mensagens e carinho.
PRESA – Homens Implacáveis 1
Rosa angelica uma linda jovem sonhadora e dedicada tem a sua
liberdade roubada por um homem implacável que fez de tudo a ter presa ao
seu lado, ela se ve diante de ma realidade incapaz de acreditar.
Nicholas Shane um homem soberbo, possessivo, atroz e cruel que ira se
render ao amor e aos encantos da doce e inocente rosa angelica, que por
acaso ira cruzar seu caminho e assim decidir o se destino.
ENTREGE - Homens Implacáveis 2
Emanelle Mancini viveu cinco anos de sua vida em ma casa de repouso
supostamente por ter algum problema de saúde mental. O que ela não sabia e
que esse confinamento se deve ao início da sede de vingança de um mafioso
cruel que fara da vida dela um verdadeiro terror.
Enrico Ferrari e o capo da mafia mais poderosa que existe na Itália,
senão a do mundo. Homem terrível, frio não sente piedade, nem mesmo a
jovem a quem ele culpa pela morte de sua esposa e filho ira escapar da sua
maldade.
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