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SÁBADO À NOITE
Depois de uma semana de muito trabalho, quando chegou o sábado, vim para
uma casa noturna, uma balada de São Paulo, junto com meus dois amigos,
Enzo e Luan. Levo a sério o meu trabalho e minhas obrigações, mas quando
chega o fim de semana, não quero outra coisa que não seja uma bela mulher e
bebidas. Estamos na área VIP bebendo um uísque caro enquanto observamos
as meninas dançando.
— A loira não para de olhar para você — disse Luan.
— Já notei ela, mas a que eu quero é a morena que está no bar.
Na VIP, tem um minibar e um barman atendendo. A mulher que ri
com as amigas chamou minha atenção desde que se sentou no banco.
— Escolheu bem, meu amigo — Enzo falou rindo.
Ela é atraente, seus cabelos pretos vão até o comprimento dos ombros,
pernas longas e definidas. A morena usa um vestido brilhante que facilita
muito o que quero fazer com ela. Seu rosto é delicado e tem um sorriso
divertido; ela é o tipo de mulher que veio se divertir com as amigas.
No entanto, ela está disponível se alguém interessante aparecer. Desde
que chegou, bebeu dois drinks, mas não quer ficar bêbada como a loira que
Luan mencionou, que já está alta e não para de pedir para o garçom trazer
mais bebida.
— Vou pegar uma bebida — falei para eles. Viemos cada um no seu
carro, bebemos juntos e curtirmos, mas quando encontramos alguém
interessante, nos separamos.
— Espera, aquela ali é a Carla! — Lorenzo cuspiu a bebida. Sigo seu
olhar para a pista lá embaixo, vendo Carla descer até o chão.
— Poxa, ela está gostosa — Luan exclamou.
— Pare de falar assim dela — Enzo falou com Luan, e nos
entreolhamos.
— Você está caidinho por ela, Enzo — Luan acusou, rindo.
— Vai se foder, Luan, eu vou lá antes que alguém tente se aproveitar
daquela tonta.
Seguro seu braço antes dele correr para a pista.
— Não aja como um namorado ciumento, Carla odeia isso.
— Não estou com ciúmes — respondeu a contragosto.
— Claro que ele não está, Gui — Luan debochou.
— Vão à merda, vocês dois — Enzo saiu às pressas, fazendo com que
déssemos risada.
— Vou atrás dele, sinto que será divertido, você vem?
— Não, tenho uma mulher para seduzir — com o copo vazio,
caminho até o bar, coloco o copo no balcão e fico de costas para a mulher,
mas perto o suficiente para ela sentir minha presença.
— Outro uísque, e para ela, outro do que está bebendo — o garçom se
afasta, e no mesmo momento a mulher vira para mim sorrindo.
— Eu posso pagar pela minha bebida — falou quando seus olhos
passaram pelo meu rosto e corpo. Ainda há quem diga que só os homens
olham para uma mulher assim.
— Não duvido que não possa pagar, no entanto, preciso de um
pretexto para ter sua atenção voltada para mim.
Sua sobrancelha se ergueu.
— Hum, agora que já tem minha atenção, o que quer?
Nossas bebidas chegam, dou um gole e abro um sorriso de lado, passo
minha perna sobre a dela como se quisesse, mas sabemos que não é bem
assim.
— Quero te levar para minha casa... abrir suas lindas pernas, lamber
sua boceta até você gozar na minha boca e então te foder. Alguma dúvida?
Sua boca se abre, e ela me olha com os olhos arregalados; em seguida,
ri.
— Você é sempre direto assim? — Encolho os ombros.
— Não gosto de perder tempo, e então? — Ela morde o lábio.
— Fique sabendo que só vou aceitar porque ninguém nunca me fez
uma proposta assim.
— E porque eu sou gostoso — completei, gosto de mulheres
decididas.
— Isso também — saio do banco.
— Vamos? — Estendo a mão.
— Sim — a guio para a escada que dá para o primeiro piso.
A viagem até a minha casa não demorou, e a mulher passou todo o
caminho trocando mensagens com alguém, o que foi bom, pois não
precisamos conversar. Não quero saber como foi o seu dia, nem o que ela faz
ou sua profissão. A única coisa que quero é suas pernas abertas para mim.
Conversas assim são para casais; nós queremos apenas sexo.
Logo que a porta do elevador que nos levaria para o meu apartamento
se fecha, seguro a mulher pela cintura, coloco ela na parede e, em seguida,
abaixo a cabeça e beijo sua boca pintada de vermelho. Abaixo a alça da blusa
dela, desço minha boca passando por seu pescoço até o ombro macio. Estou
quase chegando aos seus seios fartos quando o barulho da porta se abrindo
chama nossa atenção.
— Uau, você não perde tempo mesmo — ela deu uma risadinha
quando me acompanhou para dentro do apartamento. A abracei por trás e a
guiei para o meu quarto.
— Para que perder tempo quando tenho uma delícia como você?
— Ainda nem falamos nossos nomes.
— Não precisamos de nomes, delícia — voltei a beijá-la, calando
qualquer coisa que ela fosse dizer. Fiz um trabalho rápido para despi-la, em
seguida, tirei minhas próprias roupas também. Ela subiu na cama, arrebitando
a bunda quando me encaixei até o meio. Olhando por cima do ombro, ela deu
um sorriso sexy.
— E aí, vai só olhar? — Mordo o lábio, segurando meu pau duro
entre as mãos e me masturbando enquanto observo ela na cama.
— A visão está maravilhosa, mas não vou apenas olhar — subo na
cama, abro suas pernas e coloco cada uma delas no meu ombro. Abaixo a
cabeça na sua boceta, lambendo demoradamente. Empurro três dedos,
fodendo sem parar de lamber. A mulher geme, os sons que ela faz são como
os de uma atriz pornô. Porra, é broxante, quero enfiar meu pau na
sua boca e calar.
Com um berro, ela goza.
— Oh, sua boca é maravilhosa — diz. Apenas sorrio quando enrolo
uma camisinha no meu pau. Viro seu corpo e a coloco de quatro, em seguida,
me encaixo na sua boceta. Com um único empurrão, a penetro, seguro seus
cabelos e os enrolo na minha mão enquanto transo com ela.
— Que boceta gostosa — murmuro no seu ouvido, a mulher rebola,
empurrando para trás.
— Mais rápido e forte, por favor — ela pede.
— Tudo que você quiser — aumento os movimentos, fazendo a cama
bater na parede e o quarto encher de gemidos e gritos. Em seguida, ela goza e
cai mole na cama. Não gozei ultimamente, vem acontecendo isso, não
consigo gozar e parece que não estou excitado o suficiente para isso. Algo
está faltando.
Tiro a camisinha e a jogo no chão, em seguida, subo na mulher, coloco meu
pau em seu rosto.
— Abre a boca e me chupa — seus olhos se abrem, ela ri antes de
abrir e sugar meu pau para dentro da sua boca. Ela tem uma boca muito
gostosa. Seguro sua cabeça e fodo sua boca como quero. Em algum
momento, ela se engasga, mas não paro até gozar em sua garganta.
Saio de cima dela e vou para o banheiro tomar um banho. Essa noite
eu vou gozar dentro de uma boceta, porra. Seja o que estiver acontecendo,
comigo vai acabar.
Capítulo 4 - ISADORA
Meus pés estão me matando, hoje a cafeteria parecia o epicentro da
agitação da cidade. Mesas cheias, conversas animadas e o aroma do café no
ar. Peguei o bloquinho para anotar os pedidos, pronta para continuar por mais
algumas horas.
Avancei até a mesa de canto onde a senhora Aurora, uma cliente fiel,
aguardava pacientemente. Seus olhos brilharam quando ela me viu se
aproximando, e um sorriso amável iluminou seu rosto.
— Boa tarde, Isadora. Como você está, minha querida?
Retribuí o sorriso, genuinamente contente por vê-la.
— Boa tarde, senhora Aurora. Estou bem, obrigada. E a senhora?
A senhora Aurora sempre tem histórias fascinantes para contar, e hoje
não foi diferente. Enquanto ela começava a compartilhar suas últimas
aventuras, eu anotava seu pedido com atenção, tentando não perder nenhum
detalhe. Fazia questão de oferecer o melhor atendimento a ela, afinal, ela era
uma das poucas pessoas que me tratava como gente.
As pessoas têm a tendência de tratar um trabalhador como um ser
inferior, mas essa senhora, pelas joias e roupas, dava para perceber que é
alguém com muito dinheiro. Contudo, ela sempre me tratava bem.
— Vai querer mais alguma coisa? — Ela sempre pedia uma fatia de
bolo de laranja e chá, mas ocasionalmente pedia algo diferente.
— Não, só isso mesmo — estava virando para sair quando meu
celular vibrou. Puxei-o rapidamente do bolso e, ao ver que era uma
mensagem da menina que está cuidando da Aline, meu coração se apertou.
A menina estava me informando que Aline havia sido levada para o
hospital. Um sentimento de pânico se instalou em mim.
— Com licença, senhora Aurora. Preciso sair um momento — mal
consegui articular as palavras enquanto meu coração disparava.
Não esperei por uma resposta e me apressei em tirar o avental e
deixei-o cair sobre a bandeja. No meu caminho para a saída, meu chefe se
aproximou, franzindo a testa.
— O que está acontecendo, Isadora? — Ele perguntou, claramente
irritado com a minha pressa. Olhei para ele, meu rosto refletindo meu
desespero.
— Minha irmã foi levada para o hospital. Preciso ir até lá — ele
bufou, sua impaciência evidente.
— Você não pode simplesmente sair assim. Se você for embora, não
precisa mais voltar. Não quero uma funcionária que falta mais do que
trabalha.
Não podia acreditar no que estava ouvindo, na insensibilidade de suas
palavras naquele momento. No entanto, não tinha tempo para discutir. Engoli
minha raiva e apenas balancei a cabeça.
— Tudo bem, não preciso voltar — minha voz estava firme apesar da
emoção. Aline sempre estará acima de tudo e de todos. Preciso desse
trabalho, claro que sim, entretanto, não o colocarei acima da minha irmã.
Deixei meu chefe furioso, sem olhar para trás. Precisava chegar ao
hospital o mais rápido possível. O medo pelo estado da minha irmã pesava
sobre mim. Na calçada, lágrimas de preocupação enchiam meus olhos
enquanto eu olhava desesperadamente em busca de um táxi. Minha mente
estava turva com pensamentos angustiantes.
— Isadora, querida, o que aconteceu? Posso ajudar de alguma forma?
Não havia percebido a aproximação da senhora Aurora, sua expressão
carregando preocupação genuína.
— A minha irmã… — minha voz falhou, então ela estendeu a mão e
tocou meu braço suavemente. — Minha irmã deu entrada no hospital, preciso
chegar até ela — coloco as mãos na cabeça olhando para os lados. — Porra,
quando você mais precisa, nenhum táxi passa por aqui — esbravejei.
— O motorista está do outro lado da rua, esperando por mim. Posso
levá-la ao hospital, Isadora. Vamos lá, não perca tempo.
— Oh, meu Deus, muito obrigada.
— Não precisa agradecer Isadora, vem vamos— caminhei ao lado
dela até o carro. O motorista abriu a porta para nós, e eu me acomodei no
banco de trás enquanto a senhora Aurora falava o endereço ao motorista.
Durante o trajeto até o hospital, lágrimas caíam livremente pelo meu
rosto. Meus pensamentos estavam tumultuados, eu não estava lá quando
Aline precisou de mim. Jesus Cristo, não deixa nada de mal acontecer à
minha irmã.
A senhora Aurora colocou uma mão gentil sobre a minha e começou a
falar em um tom reconfortante:
— Isadora, eu entendo o quanto isso é assustador para você, mas
tenha fé. Sua irmã vai ficar bem.
— Eu não estava com ela quando tudo aconteceu. Aline deve ter
ficado assustada — falei com a voz cortada.
— Não pense assim, foca que tudo irá ficar bem — suas palavras
eram como um bálsamo para minha alma ferida, e eu me permiti encontrar
um pouco de conforto naquelas palavras tranquilizadoras.
Finalmente, o carro parou em frente ao hospital. Estava prestes a pular
para fora quando Aurora segurou minha mão e colocou dentro dela um
cartão.
— Se você precisar de qualquer coisa, me ligue, vou adorar ajudá-la
— agradeci e, sem pensar duas vezes, saí correndo do carro, deixando a
senhora Aurora para trás. Entrei no hospital com lágrimas ainda rolando pelo
meu rosto e abordei a recepcionista com um tremor na voz.
— Por favor, minha irmã foi internada. Preciso saber o que está
acontecendo.
A recepcionista pegou minhas informações e tentou me acalmar.
— Fique calma, senhorita. Vou verificar as informações e avisar o
médico. Logo ele virá falar com você.
Não tinha ideia de quanto tempo tinha passado desde que entrei no
hospital. Minha mente estava dominada pela ansiedade enquanto esperava.
Finalmente, o médico apareceu, com olhos gentis e um sorriso tranquilizador.
— Você é a irmã da pequena Aline? — Ele perguntou.
Assenti com a cabeça, minha voz ainda um pouco trêmula.
— Sim, sou eu. Como ela está? — O médico explicou que Aline
havia tido uma crise de asma e que eles já haviam iniciado o tratamento. Ele
explicou os procedimentos que haviam feito para estabilizá-la e disse que ela
estava dormindo agora.
— Você pode entrar para vê-la.
— Obrigada, Doutor, mas tenho uma pergunta antes. Minha irmã já
estava fazendo um tratamento e tomando medicamentos. Quero saber se
houve alguma mudança.
— Sim, senhorita, sua irmã não podia estar próxima de fumantes, e
pela fumaça que ela inalou, o tratamento não ia ter resultado, nem os
medicamentos.
— Como assim, fumante? Ela está sempre na minha presença, e eu
não fumo, e a cuidadora dela também não.
Ele me olhou como se eu fosse uma mentirosa e encolheu os ombros.
— Não sei lhe informar quem é que fuma perto de sua irmã,
entretanto, ela estava com o pulmão cheio de fumaça. Agora, preciso ir, tenho
outros pacientes para ver.
Fiquei ali na sala de espera por um tempo, tentando processar tudo
que foi me dito. Então, me lembrei que Daniela, a mulher que está cuidando
de Aline por indicação de dona Maria, havia mandado mensagem. Fui até a
recepção.
— Oi, a pessoa que trouxe Aline Ferreira Santos, ela está por aqui?
— Ela avisou que estava indo embora, que logo a senhora chegaria —
fechei as mãos em punhos.
— Obrigada — vou dar atenção a minha irmã e depois lido com
Daniela.
Entrei no quarto de hospital com o coração batendo forte no peito. Lá
estava minha irmãzinha, de apenas dez anos, deitada na cama, com uma
máscara de oxigênio cobrindo seu rosto. Seu peito subia e descia em um
ritmo regular, e eu senti alívio.
Me aproximei da cama, meu corpo tremendo enquanto eu segurava a
mãozinha frágil dela. Lágrimas rolaram dos meus olhos enquanto eu olhava
para ela, tão pequena e vulnerável naquela cama de hospital.
— Aline, minha princesa, você vai ficar bem — sussurrei, minha voz
embargada pelo choro. — Sua irmã está aqui agora, e eu vou cuidar de você.
Prometo que tudo ficará bem.
Continuei segurando sua mão, minha cabeça inclinada para beijar sua
testa delicadamente. Mesmo em seu sono, ela parecia se acalmar com minha
presença, e isso trouxe um pouco de paz ao meu coração atribulado.
Meus olhos encheram-se de lágrimas novamente enquanto eu pensava
em como minha irmãzinha havia passado por um momento tão assustador.
Prometi que cuidaria dela, e essa era uma promessa que eu estava
determinada a cumprir. Depois de um tempo que mais pareceu uma
eternidade, o médico retornou ao quarto para verificar Aline. Ele examinou
os sinais vitais dela e fez algumas anotações em seu prontuário.
— Ela está respondendo bem aos medicamentos — ele me
tranquilizou. — Continuaremos monitorando-a de perto, mas a crise de asma
parece estar sob controle agora.
Respirei aliviada ao ouvir essas palavras. Agradeci ao médico pela
atenção e cuidados com Aline. Ele sorriu e saiu do quarto, me deixando
sozinha novamente com minha irmã. Meu coração ainda estava pesado de
preocupação, mas a certeza de que Aline estava recebendo os cuidados
necessários me trouxe algum conforto. Me inclinei sobre ela e dei um beijo
suave em sua bochecha.
— Você é forte, minha pequena guerreira — sussurrei para ela. —
Vou estar aqui ao seu lado, não importa o que aconteça.
Sentei-me em uma cadeira ao lado da cama, decidida a esperar até
que Aline acordasse. O silêncio do quarto era quebrado apenas pelo suave
som dos aparelhos médicos e a respiração serena de minha irmã. Eu tinha fé
de que ela ficaria bem, e estava disposta a fazer tudo ao meu alcance para
garantir que isso acontecesse.
Capítulo 5 - ISADORA
Duas semanas se passaram após aquela terrível tarde no hospital, onde
Aline lutou pela vida devido a um ataque de asma, o mundo ao meu redor
parecia mais sombrio. Não sabia que a cuidadora de Aline, Daniela, era
fumante. Confiei nela, perguntei-lhe diretamente, e ela assegurou que não
tinha esse hábito. Mas, enquanto estava no trabalho, ela fumava na presença
da minha irmã, e Aline inalou a fumaça, piorando sua condição.
E desde então ela não deu mais as caras por aqui. Liguei, no entanto,
mas Daniela não atende as minhas ligações, pensei em ligar para dona Maria,
mas deixei pra lá, talvez essa mulher não tenha mentido apenas para mim,
como pode tê-lo feito para Maria também. Porque tenho certeza de que ela
não deixaria alguém como Daniela cuidar da minha irmã, sabendo das
condições de Aline.
Deixei Aline no quarto descansando, o médico deu duas semanas de
atestado para ela ficar em casa. Por conta dos novos medicamentos, ela anda
cansadinha. Coloco um pouco de café e me sento no sofá, pegando o celular e
entrando em alguns sites de trabalho. Mesmo que ainda não possa trabalhar
porque não tem ninguém para cuidar de Aline. Uma vez ao dia, dou uma
olhada no mercado de trabalho.
Estou tão distraída que acabo me assustando quando alguém bate à
porta. Saio do sofá e vou atender a pessoa. Ao abrir a porta, dou tudo de mim
para não socar a mulher que está cara a cara comigo. Ninguém menos que
Daniela.
— O que você está fazendo aqui? — pergunto, e ela levanta o queixo
como se tivesse motivos para estar na minha porta depois de tudo.
— Vim buscar o dinheiro dos dias que trabalhei — minha paciência
se esgota nesse momento.
— Você... Daniela! — exclamo, minha voz tremendo de raiva. —
Você quase matou a minha irmã! Ela estava no hospital por sua causa! Você
deveria estar presa por isso!
— Eu não fiz nada, cuidei dela como fui instruída a fazer — seu rosto
permanece impassível, como se nada daquilo a afetasse.
— Tenho certeza de que não lhe instruí a fumar, sua cadela. Você
deixou minha irmã no hospital sozinha.
Ela dá de ombros.
— Eu não estava sendo paga para ficar no hospital, Isadora. Meu
trabalho era cuidar dela em casa.
Essa resposta me enfurece ainda mais. Como ela pode ser tão
insensível? Como pode justificar suas ações dessa maneira?
— A Aline é uma criança, e você tinha a responsabilidade de protegê-
la, de cuidar dela independentemente de onde estivessem.
— Tá, já passou, me dê o meu dinheiro que vou embora — estou
prestes a explodir, minhas mãos cerradas em punhos.
— Não passou, você mentiu para mim, Daniela! Você mentiu sobre
não fumar, pelo amor de Deus, você não consegue ver a gravidade da
situação?
A discussão continua a esquentar, nossas vozes se sobrepondo em um
turbilhão de acusações. Minha raiva cresce a cada palavra que sai dos lábios
de Daniela, que parece indiferente à gravidade do que fez.
— Só me dê o meu dinheiro que saio daqui — Daniela insiste, com
um gesto impaciente das mãos.
— Não irei lhe pagar um centavo, você sabia que Aline tem asma e
ainda assim acendeu esse maldito cigarro na frente dela!
Estamos quase chegando ao ponto de não retorno, prontas para nos
confrontar fisicamente, quando ouço a voz fraca e cansada de Aline
chamando meu nome.
— Isa, o que está acontecendo? — A preocupação com ela me faz
recuar por um instante. Suspiro, tentando manter a calma, mas a chama da
raiva ainda queima intensamente.
— Não está acontecendo nada, está tudo bem, minha pequena. Vou
resolver isso, volta para o quarto.
Me coloco na porta para que ela não veja o que está acontecendo.
— Tudo bem — ela fala antes de virar e voltar para o quarto.
Voltando minha atenção para Daniela, minha voz está impregnada de
fúria.
— Daniela, vá embora agora e nunca mais volte, se insistir, chamarei
a polícia.
Em seguida, fecho a porta na cara de Daniela, mas isso não a impede
de gritar no corredor que quer seu pagamento. Minha prioridade é proteger
Aline, e não permitirei que nada nem ninguém a coloque em perigo
novamente.
ISADORA
Quando voltei à casa de Aurora, não estava diferente da outra vez que
estive aqui. O nervosismo estava tomando conta de mim. Entretanto, ela me
recebeu com um sorriso acolhedor e me conduziu até a sala. O aroma do chá
recém-preparado dançava no ar, e eu me acomodei no sofá enquanto ela
servia as xícaras.
— Como tem passado, Isadora? E a Aline? — bebi um gole do chá
antes de responder.
— Estamos bem. E a senhora?
— Bem, e muito contente que tenha aceitado minha proposta —
mordi minhas bochechas nos lados de dentro da boca.
— Falando sobre isso, o que tenho que fazer? Presumo que já precise
começar — ela soltou uma risadinha antes de tomar um gole de chá.
— Você não quer comer alguns biscoitos? Eles são deliciosos —
balancei a cabeça.
— Aurora, sendo sincera, estou muito nervosa e ansiosa. Até se
quisesse, não conseguiria comer nada.
— Oh, Isadora, não fique assim. Para lhe tranquilizar, vamos
conversar mais antes de entrarmos em qualquer detalhe…
Aurora disse, apontando para um papel que repousava sobre a mesa de
centro.
— Gostaria que você lesse e assinasse esses documentos, tanto para a
sua segurança como para a minha.
Deixando minha xícara de lado, peguei o papel e comecei a ler. O que
vi ali me surpreendeu. Entre as cláusulas, uma proibia estritamente que eu
revelasse qualquer detalhe desse acordo a qualquer pessoa. Eu estaria
ganhando uma quantia de dinheiro e depois do casamento teria uma parte dos
bens de Aurora. Nunca mais estaria desamparada, mas o que chamou minha
atenção é o fato de eu ter filhos.
— Preciso ter filhos? — quis saber.
— Estas são algumas das condições que precisamos seguir. Quero ser
avó, Isadora.
Sorri.
— É que já tenho Aline, e uma criança agora não estava nos meus
planos — fui sincera.
— Não precisa ter filhos logo que se casar, mesmo que eu tenha por
mim que não vai demorar muito. E já tenho Aline como se fosse minha neta.
Vou adorar passar mais tempo com ela.
Fiquei grata por ela receber a minha irmã e a ter como neta.
— Além do sigilo absoluto, o acordo estipula que o casamento só
pode terminar se uma das partes estiver genuinamente infeliz, ou houver
traição — continuou ela, seus olhos fixos nos meus.
— Isso significa que não podemos simplesmente nos separar por
desentendimentos triviais? — perguntei.
Levantei os olhos dos documentos, encontrando o olhar de Aurora.
— Tudo bem — fiquei em silêncio por um momento, refletindo.
Finalmente, assenti e peguei a caneta para assinar. Após assinar os
documentos, eu olhei para Aurora.
— O que devo fazer agora? — perguntei a ela, curiosa sobre os
próximos passos desse acordo.
Aurora sorriu gentilmente, levando a xícara de chá novamente aos
lábios antes de responder.
— Você vai começar a trabalhar para mim — franzi a testa.
— Como? A senhora havia dito que não precisa de mim para nada.
— E não preciso, Isadora, mas quero que você trabalhe como minha
assistente pessoal. Guilherme só vai querer se envolver com você se se
aproximar dele, e se eu os apresentar, ele vai desconfiar.
Ainda não entendia aonde ela queria chegar com aquilo.
— Você trabalhar para mim lhe dará a chance de conhecê-lo e ser um
desafio para ele.
— Como?
— Mesmo que não admita, os homens adoram um desafio. Você não
o quer, está entrando nesse acordo pelo dinheiro. Gui vai perceber que você
não o quer e vai levar isso como uma competição. E quando menos esperar,
estará apaixonado.
— Vou seguir como deseja — Aurora sorriu calorosamente.
— Apenas seja você mesma e deixe que o destino cuide do resto.
— E se ele não me quiser, vou ficar sem ganhar?
— Não, você vai ter o seu dinheiro, nada vai faltar para você e Aline.
— Também não tem ninguém para cuidar dela por mim.
— Não se preocupe, Isadora. Podemos providenciar para que Aline
fique aqui enquanto você trabalha. Ela estará segura e bem cuidada.
Senti um alívio profundo diante dessa oferta.
— Isso seria ótimo. Obrigada, Aurora — eu não sabia nada sobre o
filho dela, preciso pelo menos saber de uma coisa.
— Aurora, eu sou o tipo de mulher com o qual ele costuma sair? —
Com vinte e um anos, quase não tive namorado, e pode parecer estranho, mas
ainda sou virgem. Quando se tem as preocupações que tenho, romance é a
última coisa em que penso.
— Ele está acostumado com modelos e celebridades. — Respondeu.
Ela colocou uma mão gentil sobre a minha.
— Portanto, Isadora, você é linda de uma maneira diferente. E, mais
importante, Guilherme vai ver o que vejo em você.
— E se ele não ver? — Ela piscou.
— Não seja pessimista, ele verá — eu não tinha tanta certeza quanto
ela.
Capítulo 7 - GUILHERME
Durante duas semanas, não consegui ir almoçar na casa dos meus
pais. Estive no Rio de Janeiro, apresentando a nova linha de produtos. Mas
hoje, ao voltar, imaginei que minha mãe poderia aparecer na empresa, como
aconteceu da última vez. Enquanto o almoço estava sendo preparado, me
acomodei na sala com meu pai e Lorenzo, aquele sujeito que insiste em
frequentar a casa dos meus pais. Enzo sempre aparece sem aviso para o
almoço, como se minha mãe tivesse um radar secreto que o direcionasse até
aqui.
Sentados no sofá da sala, com copos de uísque em mãos, começamos
a conversar e, é claro, as provocações de praxe começaram. Lorenzo e eu
tínhamos essa relação peculiar de cutucar um ao outro, como irmãos que
nunca tivemos.
— Enzo, você não tem casa e mãe para fazer um almoço pra você? —
perguntei com um sorriso de canto.
Ele me olhou por cima do copo, os olhos cintilando com um brilho
travesso.
— Tenho, claro, Gui. Mas sabe o que eu não tenho em casa? A
comida da tia Aurora.
Lorenzo fez uma pausa dramática antes de dar um gole no uísque,
como se estivesse apreciando cada gota.
Meu pai apenas riu, balançando a cabeça. Ele já estava acostumado
com nossas brincadeiras incessantes.
— Pai, o senhor deveria proibi-lo de estar aqui — meu pai bebeu de
seu copo antes de responder:
— Vocês nunca vão crescer, hein? — meu pai disse, levantando a
sobrancelha enquanto observava nossa troca de olhares e risos.
— Crescer é superestimado, meu caro Miguel. A juventude está no
coração, não na idade.
Lorenzo fez uma careta, dramatizando sua expressão.
— Com vocês está nas atitudes infantis — meu pai respondeu, me
fazendo gargalhar da cara de Enzo.
— Toma essa, idiota — provoquei, e ele me olhou com os olhos
furiosos.
— Talvez eu vá lembrar a tia Aurora sobre casamento — agora os
dois riram de mim, sabendo da aversão que tenho por casamentos. Meu
amigo adora me provocar com esse assunto.
— Posso convencê-la de que você pode dar os netos que ela tanto
quer.
— Não brinque com coisa séria, Gui — seu rosto deu lugar ao medo,
a mesma vontade que tenho de casamento Enzo tem de ter filhos, nenhuma.
— Garotos, chega desse assunto, antes que minha mulher escute e
realmente vocês estarão em maus lençóis.
Meu pai falou e, em seguida, me olhou.
— Guilherme, como foi a viagem? — ele perguntou.
— Foi excelente, não era o planejado, mas consegui fechar um acordo
que será muito bom para a empresa.
Meu pai me olhou com orgulho. Não importa que eu seja um homem
de trinta anos; ainda gosto de saber que meus pais se orgulham do filho que
criaram.
— Você sempre teve esse dom para os negócios, uma pena que nunca
quis ser advogado como eu.
Meu pai é um advogado brilhante, tem sua própria empresa de
advocacia, que cuida de todas as questões jurídicas da minha. Tentei cursar
direito, mas logo percebi que não era o que queria e segui os passos da minha
mãe, formando-me em administração e, depois, tornando-me CEO da
empresa de cosméticos da dona Aurora.
— Não era para mim, pai — ele assentiu.
— Sim, não era. Pode ser para um neto.
— Ah, o senhor também não — ele riu.
— Só estou dizendo que há esperança para alguém desta família
seguir os meus passos.
— É, Gui, a esperança é a última que morre.
— Vai se lascar, Enzo — Lorenzo apenas encolheu os ombros, um
sorriso de canto nos lábios. Ele gostava de testar os limites, mas todos nós
sabíamos que ele também estava aqui para mim, não importando o quão
brincalhão fosse.
— Olha essa boca, garoto — minha mãe entrou na sala me
repreendendo.
— Ele que começou, mãe.
— Conheço vocês — ela falou com diversão.
— O almoço já está servido, venham logo antes que esfrie — ela
disse com um sorriso caloroso.
Deixei minha bebida de lado e me levantei.
— Claro, mãe, já estou indo. Ninguém é louco o suficiente para
deixar dona Aurora esperando. Deixamos nossas bebidas e a seguimos para a
outra sala, a mesa estava posta, e, quando puxei o ar, sorri.
— Feijoada — me animei, adoro feijoada.
— Também adoro feijoada, tia Aurora — Enzo entrou na conversa.
— Ninguém perguntou — resmunguei, recebendo um tapa no braço.
— Nem parece que lhe dei educação — nos sentamos, e quando olhei
para Enzo, ele estava rindo.
Fiquei quieto por enquanto, nos servimos e começamos a comer.
Minha mãe fez perguntas sobre a empresa e a viagem. Fiquei tenso quando as
perguntas começaram, pois já esperava que ela falasse algo sobre eu
encontrar uma mulher e me casar. Estava pegando mais um pouco de feijoada
quando a porta se abriu e uma mulher entrou.
Parei no que estava fazendo e fiquei congelado observando-a entrar
na sala. Seus passos eram tão suaves que não faziam qualquer barulho. Se
não tivesse de frente para a porta, nem teria notado a sua entrada.
Minha reação deve ter despertado o interesse de Enzo, porque ele se
virou e ficou olhando para a mulher com a boca ligeiramente aberta. Seus
cabelos ondulados estavam soltos, mas o penteado prendia as mechas da
frente, deixando seu rosto angelical em evidência. Seus lábios eram cheios e
rosados, e mesmo de longe podia perceber que era sua cor natural. Os olhos
castanhos, nariz empinado. Desci meu olhar pelo seu corpo. Ela era baixinha,
com seios grandes, que não passavam despercebidos. Estava usando um
vestido de verão solto.
— Quem é ela? — perguntei, ainda sob o efeito da presença daquela
mulher, que simplesmente me ignorou e caminhou até a minha mãe, que
estava rindo para ela.
— Quero que vocês rapazes conheçam Isadora. Isadora, este é meu
filho, Guilherme, e seu amigo Lorenzo.
Isadora agradeceu com um sorriso gentil e um aceno de cabeça.
— Prazer em conhecê-los — levantei a sobrancelha, olhando para
minha mãe.
— Não, não é nenhuma armação — eu ainda não acreditava na minha
mãe. Ela riu de forma descontraída, lançando um olhar afetuoso para Isadora.
— Isadora é minha assistente pessoal, Guilherme. Decidi convidá-la
para se juntar a nós hoje, ela e a irmã.
Nesse momento, uma garotinha entrou correndo e agarrou o vestido
de Isadora.
— Já falei para não ficar correndo, Aline — ela repreendeu a
garotinha, que fez bico.
— Desculpa, Isa — a menina respondeu e abaixou a cabeça.
— Deixa ela, Isadora — minha mãe interveio entre elas.
— Aurora, ela pode quebrar alguma coisa e ainda se machucar —
observando a interação entre elas, descartei a ideia de que minha mãe estava
tentando me casar com essa mulher. Ela não é o tipo de mulher com a qual
estou acostumado a sair, e as mulheres que minha mãe arrumava eram do
jeito que eu queria, exceto pela parte de casamento.
— Você está certa, senta aí e vamos almoçar — Isadora se sentou
bem longe de mim, e a menina perto de Enzo, que não parava de olhar para a
mulher.
— Assistente? Desde quando você tem uma assistente, mãe? —
perguntei, curioso.
— Desde que eu precise de uma, Gui. Não é porque não estou na
empresa que não tenho minhas obrigações. Isadora é o meu anjo da guarda,
ela tem me ajudado.
— Que anjo, tia — Enzo fez uma piadinha, fazendo a mulher rir. Ela
era linda sorrindo.
— Oi, eu sou Aline, quem é você? — a menina perguntou para mim.
Nunca tive contato com crianças, então fiquei olhando para ela.
— Este é o Guilherme, e eu, o mais bonito, me chamo Lorenzo —
Enzo respondeu no meu lugar.
— Você é engraçado — a menina falou sorrindo.
— Obrigado, princesa — limpei a garganta.
— Você gosta de feijoada? — perguntei à menina. Ela me olhou,
fazendo uma cara engraçada.
— Não, mas gosto de sorvete e bolo de chocolate — minha mãe
olhou para nós.
— Também gosto de sorvete e bolo de chocolate, mas feijoada é uma
delícia. Que tal você comer um pouco de feijoada, e eu te trago bolo junto
com duas bolas de sorvete?
— Misturado, o bolo com sorvete?
— Sim.
— Não vai ficar ruim?
— Garanto que era o que amava comer quando tinha sua idade — ela
me olhou desconfiada.
— Você nem sabe qual é a minha idade.
— Você tem 10 anos — o rostinho dela entregou sua idade.
— Uau, tenho 10 mesmo.
— Então vamos fechar esse acordo — ela balançou a cabeça saindo
da sua cadeira para se sentar em uma próxima a mim.
— Fechou! — apertei a mãozinha dela. Peguei uma concha e servi um
pouco de feijoada no prato e entreguei a Aline, fiz o mesmo com o meu prato.
Esperei ela comer primeiro, e quando levantei a cabeça, todos na mesa
estavam olhando para nós. Dei de ombros e comecei a comer.
Capítulo 8 - ISADORA
Depois do almoço, fui para a varanda e me sentei em um banco. Meu
coração estava acelerado, e minhas mãos repousaram na minha barriga,
tentando acalmar o frio estranho.
Nunca imaginei que Guilherme seria tão atraente. Quando ele me
olhou, faltou-me o fôlego. Seus olhos intensos pareciam penetrar a minha
alma, e senti como se ele pudesse ver muito mais do que eu gostaria.
Quando Aurora fez a proposta, imaginei que seu filho teria algum
problema, talvez não fosse alguém atraente. Contudo, todo cenário que
imaginei nem um me preparou para conhecer o homem lindo sentado à mesa,
olhando-me como se eu fosse a única naquela sala. Esforcei-me para
continuar andando até Aurora e fingi que não sentia nada com a sua
presença.
Porém, minha mente berrava que mal conseguia acreditar que ele era
o homem que eu teria que seduzir. Como diabos conseguiria fazer isso
quando mal podia ficar perto dele sem minhas pernas tremerem? Cada gesto
dele, cada movimento dos seus lábios, era hipnotizante.
Tentei disfarçar meu nervosismo, mas minhas mãos tremiam, e meus
lábios secavam enquanto eu lutava para manter a compostura. Guilherme
estava me levando à loucura sem sequer dizer uma palavra.
— Oi — dei um pulo do banco quando a voz rouca falou próximo de
mim. Estava tão distraída que não notei Guilherme se aproximando. Seu
timbre de voz profundo fez meu coração dar um salto.
— Oi, você me assustou — dei uma risadinha nervosa.
— Me desculpa, não foi minha intenção, só vi falar que sua irmã é
uma criança bem esperta.
Ri.
— Sim, Aline é muito esperta — Guilherme parecia genuinamente
interessado em prosseguir com essa conversa e continuou:
— Como você conheceu a minha mãe? — Ajeitei uma mecha do meu
cabelo nervosamente antes de responder, pois esperava que ele fizesse essa
pergunta. Aurora me preparou para essa situação.
— Trabalhava em um café que a senhora Aurora costumava
frequentar. Foi lá que nos conhecemos.
Falei a verdade, não quero começar a mentir e ele me pegar no meio
de uma mentira.
— Minha mãe anda me surpreendendo muito... então você saiu e
começou a trabalhar para ela?
— Não fui demitida — ele levantou a sobrancelha apertando os olhos.
— O que você fez para ser demitida? — A arrogância com que ele
falou não me desceu bem.
— Por que eu teria que ter feito alguma coisa, estou passando por
uma entrevista, senhor Guilherme?
Ele me avaliou, então levantou as mãos como um sinal de paz.
— Só estou querendo conhecer a assistente da minha mãe, se não
esconde nada, não tem por que ficar na defensiva.
Fechei meus punhos, tá aí o motivo desse babaca não se casar, quem é
louca em querer ser sua esposa.
— Pode ser que eu esteja escondendo algo, mas isso não é da sua
conta, se estou trabalhando para sua mãe, devo explicação a ela, não a você.
— Não sou mais o senhor Guilherme — ele debochou, rindo. Me
levantei rapidamente, me limitando a dizer apenas:
— Bem, preciso ir — Guilherme concordou com um aceno, sorrindo.
— Tudo bem, acho que nos encontraremos mais vezes e então
descobrirei qual é o seu segredo.
Deu vontade de mandá-lo ser f...de, mas continuei caminhando para
longe desse babaca arrogante. Me afastei, sentindo a tensão daquele breve
encontro ecoar em mim enquanto me distanciava da varanda.
Nunca fui do tipo que não gosta de alguém, achei que seria difícil ser
indiferente ao filho da Aurora, mas agora o conhecendo, tenho certeza de que
não será nenhum sacrifício.
GUILHERME
ISADORA
— Isa, deixa eu ir para o baile — pela décima vez, Aline está pedindo
para ir comigo na festa. Caminho até sua cama, Aurora deu um quarto para
cada uma de nós. Subo na cama, tomando cuidado para não amassar o
vestido.
A equipe que arrumou Aurora passou em meu quarto mais cedo e fez
o mesmo por mim, deixando apenas para que eu me vestisse sozinha.
— Amor, crianças não podem entrar nessas festas, se pudesse, não há
dúvida de que te levaria.
Ela faz bico.
— Você parece uma princesa com esse vestido, quando eu crescer, ele
pode ser meu?
— Claro que pode, e você já é uma princesa sem usar um desse —
olho as horas e percebo que tenho que ir.
— Vá dormir, e se precisar de alguma coisa, fale com algum
funcionário.
— Tudo bem, Isa — beijo a testa de Aline e me levanto, colocando os
sapatos. O salão de festas fica dentro da propriedade da família De Castro
Lima, e Aurora tem plena confiança nas pessoas que trabalham para ela, por
isso estou indo para essa festa sem me preocupar com o que Aline vai fazer.
MOMENTO ATUAL
O último e único homem que me viu nua foi Júnio, quando eu tinha
dezenove anos. O havia conhecido na escola, começamos a namorar, e um
dia decidi me entregar a ele. Fomos para um motel com o carro da mãe dele.
Júnio foi carinhoso e cuidadoso, mas como todas as primeiras vezes, doeu, e
não cheguei a ter um orgasmo.
Namoramos por mais um mês, e então ele terminou comigo, sem
explicação. Uma semana depois, descobri que ele estava com outra garota, e
ela estava grávida dele havia dois meses. Desde então, não quis saber mais de
garotos, e quanto mais o tempo passava, mais minha vida se complicava.
Aurora falou que eu não precisava transar com Guilherme sem sentir
nada. Sexo ele tem de monte, transar com ele não iria me fazer diferente das
outras. No entanto, eu não sabia que poderia me apaixonar por ele tão
rapidamente e sentir essa forte atração.
O corpo grande e quente de Guilherme está por cima do meu, e ele me
beija como eu nunca havia sido beijada.
— Estou tão viciado na sua boca, Isadora — sua voz grave murmura.
— Não achava graça em beijar, porém, você está mudando minha
forma de pensar.
Sua cabeça se ergue, e Guilherme me olha com uma linha entre suas
sobrancelhas.
— Você é virgem? — dou uma risadinha corando.
— Não, contudo, só estive com um homem — ele geme.
— O que foi? — pergunto com medo de ter feito algo errado.
— Você é praticamente virgem, quer mesmo continuar? Podemos ir
com calma.
— Eu quero, estou atraída por você, e o meu corpo nunca reagiu
como quando você me beija ou me toca.
Os bicos dos meus seios estão tão duros que estão doloridos, minha
boceta está molhada. Achei que estivesse excitada quando estive com Júnio,
mas agora com Guilherme, sei o que é uma mulher excitada, e olha que ele
apenas me beijou.
— Também quero que saiba que nunca estive tão atraído por
nenhuma mulher como estou por você, Isadora.
Seus olhos se demoram nos meus por alguns segundos, antes da sua
língua viajar pelo meu pescoço, onde seus dentes beliscam minha pele. O
calor se espalha entre as minhas pernas e escorre para a cama.
— Uhum — sua boca desce, em seguida, se fecha no meu mamilo.
— Oh, Guilherme — olho para seu rosto quando sua boca lambe e
morde meus seios, o sorriso está estampado em seus lábios. Guilherme fica
por um tempo em meus seios, e então sua boca viaja pelo meu corpo
novamente.
— O que você está fazendo? — dou um grito quando sinto seu hálito
quente próximo à minha boceta, Gui levanta a cabeça, olhando para mim,
seus olhos estão quase negros.
— Estou indo chupar a sua boceta molhada, Isadora, não vou
perguntar se alguém já esteve aqui, pois, já tenho a resposta estampada em
seu rosto.
Não estou preparada quando sua língua provoca minha carne quente,
gemo seu nome, empurrando meu corpo para sua boca e fechando meus
dedos nos seus cabelos.
Meu corpo que antes estava quente, parece estar em chamas, me
contorço gemendo e murmurando para que ele não pare. Algo indescritível
vai crescendo dentro de mim, e uma última chupada me faz cair do penhasco.
Guilherme sai da cama, e aguardo ofegante observando-o se despir.
Seu pau é enorme, com veias salientes. Não sei de onde ele tirou uma
camisinha, mas logo vejo Guilherme enrolar uma no seu pau e retornar para a
cama. Ele pincela seu pau na minha boceta.
— Vai doer, pois é sua segunda vez, mas você está bem molhada e
vai facilitar para eu entrar.
— Tudo bem — sinto quando seu pau procura minha entrada e, ao
encontrar, Guilherme empurra devagar, sem pressa, minhas unhas afundam
nos seus ombros e nossos olhos não se afastam. Seu maxilar está rígido, e
uma gota de suor escorre por sua testa.
— Porra, você é tão apertada — sua respiração está rápida, e posso
senti-lo todo dentro de mim. — Vou me mover — avisa.
— Por favor — anseio por aquela sensação que tive quando sua boca
estava na minha boceta.
Seus movimentos são lentos, à medida que grito e gemo seu nome
para ele ir mais rápido, as estocadas são mais frenéticas e urgentes. Nossas
bocas batem uma na outra em um beijo desajeitado e carnal.
— OH, GUILHERME, VOU GOZAR — a deliciosa sensação que
senti antes percorre meu corpo se alojando entre minhas pernas, mas dessa
vez é cem vezes mais intensa. Afasto a boca de Guilherme para seu ombro e
mordo, gozando e sentindo o seu corpo tremer em cima do meu. Não sei
quanto tempo ficamos assim, mas quando levantamos o rosto, os olhos dele
estão selvagens e ambos respiramos fundo enquanto continuamos grudados.
— Você foi feita para ser minha — Guilherme fala com a voz
ofegante.
Capítulo 12 - ISADORA
— O que estou fazendo aqui? — murmuro para Guilherme que me
tem na dispensa, vim tomar um pouco de água quando braços me puxam para
dentro. Ia gritar quando percebi ser o Gui, sorri.
— Vim buscá-la, quero levá-la a um lugar — minha testa se franze.
— Que lugar? Você não deveria estar trabalhando para o lançamento
da sua linha de cosméticos?
Guilherme segura minha cintura, encostando nossos corpos.
— Não vou falar para onde estamos indo, é surpresa.
— Não gosto de surpresa — sempre que tenho surpresas, geralmente
são ruins, aprendi a não gostar.
— Dessa você vai gostar, e sobre meu trabalhar, nunca tiro folga, um
dia curtindo minha namorada não vai matar ninguém.
Me derreto nos seus braços.
— Adoro quando me chama de sua namorada — o canto da sua boca
se curva em um sorriso quando aproxima nossos rostos e me beija, sua língua
mergulha na minha boca e geme com o contato. Sinto-o ficar duro. No mês
passado me entreguei a Guilherme, e desde então estamos juntos.
Ele acha que seus pais não sabem sobre o nosso namoro. No entanto,
eles sabem de tudo. Guilherme não fez um pedido de namoro como aqueles
de filmes. Continuamos nos encontrando, e ele falou que daquele momento
em diante, a única mulher que ele tocaria seria eu, e ele tem me chamado de
sua namorada.
— E eu adoro sua boca — passo a língua sobre meus lábios quando
nos afastamos.
— Vai ao quarto e pega uma peça de roupa, depois me encontra na
garagem.
— E sua mãe?
— Eu cuido da minha mãe, e não se preocupe com Aline, minha mãe
vai cuidar dela.
Ele sai da despensa me puxando para fora. Guilherme me dá mais um beijo
antes de bater na minha bunda e mandar novamente, eu buscar as roupas.
Sorrio enquanto caminho para o meu quarto.
Andar com os olhos vendados não é tarefa fácil de se fazer, mas aqui
estou, morrendo de medo de tropeçar nos meus pés e cair.
— Isadora, você precisa relaxar — Guilherme fala, e sua voz sai de
trás de mim.
— Tente andar com uma venda nos olhos e depois me diga se
conseguiu relaxar — ele ri.
Quando saímos de casa, metade do caminho passei admirando a
paisagem até quando chegamos a uma parada, e Guilherme me entregou uma
venda, falando que fazia parte da surpresa. Puxo o ar pelo nariz, franzindo a
testa.
— Isso é cheiro de mar — estou completamente no escuro, enquanto
Guilherme me guia.
— Talvez sim, talvez não — brinca, porém, o som da água começa a
preencher meus ouvidos, e meu coração acelera.
— Já chegamos? — pergunto.
— Sim — paramos, e Guilherme finalmente remove a venda dos
meus olhos, revelando a vista da doca.
— Bem-vinda, Isadora. Chegamos — abro os olhos e fico boquiaberta
ao ver uma lancha à nossa frente, brilhando sob o sol.
— Uau, que vista linda — exclamo, meu rosto iluminado de surpresa
e empolgação.
— Topa velejar comigo?
— Sim! — Gui estende a mão para mim, não hesito em segurá-la e
subir a bordo da lancha que, na lateral, tem seu nome escrito.
Sinto a brisa salgada acariciar meu rosto enquanto agarro-me ao
corrimão de aço inoxidável e subo.
Guilherme me leva para dentro. Nunca estive em uma lancha antes,
não sei qual é o modelo, mas posso afirmar que deve ser bem cara. Há sofás
de couro branco, detalhes de madeira brilhante ao redor. Gui vai até o que
parece ser um bar e pega uma garrafa de água.
— Quer beber alguma coisa, Isa?
— Refrigerante, por favor — deixo Guilherme e vou explorar o barco,
curiosa.
Sinto como se estivesse em um quarto de hotel de luxo. Depois de dar
uma olhada em volta, me acomodo em um dos assentos, com uma visão
panorâmica do oceano à minha frente.
— Aqui — Gui entrega o refrigerante.
— Vem para a cabine comigo, você será minha capitã — sorrio,
ansiosa.
Facilmente como se já tivesse feito isso várias vezes, tenho certeza de
que sim. Guilherme liga a lancha, seguro na lateral com medo dela ir com
tudo e me jogar para fora, no entanto, nossa saída é suave.
Quando estamos longe da doca, ele me entrega o volante, e eu me
sinto uma verdadeira capitã.
— Não se afasta, não sei como pilotar essa coisa — falo temerosa.
— Relaxa, é como dirigir um carro.
— Então estamos ferrados, não sei dirigir — Guilherme se coloca
atrás de mim, e suas mãos ficam no timão com as minhas, nossas bebidas
foram esquecidas no assento.
— Nada vai lhe acontecer, confie em mim — fala próximo ao meu
ouvido.
— Para onde você quer ir, comandante? — pergunto com um sorriso,
divertindo-me com a situação.
— Vamos explorar o mar, capitã. Quem sabe o que encontraremos!
— me distraio quando sua mão deixa o volante para segurar minha cintura. A
lancha deixa para trás um rastro de espuma cintilante. Acelero a lancha, e o
vento bagunça meus cabelos. Rio, sentindo a brisa suave acariciar meu rosto.
— Hum, amo quando está molhada assim — Guilherme abre meu
short e empurra a mão dentro enquanto estou pilotando a lancha. Ele acaricia
minha vagina.
— Guilherme, para onde estamos indo? — pergunto, quando empurro
minha bunda para trás, enroscando-me em seu pau duro coberto pela cueca e
bermuda, enquanto mantenho a lancha em movimento.
— Estamos indo para a Praia de Guaiúba, em Guarujá — ele sorri e
aponta adiante, na direção do horizonte.
— Guaiúba? Já ouvi falar que é maravilhosa! Nunca estive lá antes —
Guilherme acena com a cabeça, seu cabelo balançando com o vento.
— Tenho certeza de que você vai adorar — seus dedos não me
deixam quieta, quando estou perto de gozar, ele para.
— Por que você está fazendo isso? — resmungo aborrecida com essa
brincadeira dele.
— Te preparando, sobre o que irei fazer, você precisa estar bem
molhada — me contorço quando ele volta a me atormentar, essa viagem está
se transformando em uma tortura para mim.
GUILHERME
— A senhora não acha que estamos indo rápido demais? — olho para
Aurora pelo espelho, ela segura o meu ombro, dando um sorriso caloroso.
— Você não está apaixonada, não quer se casar? — fecho meus
olhos, vendo a imagem de Guilherme, esse rosto amassado de quem está
dormindo.
— Estou apaixonada por ele, mas me sinto mal por mentir…
— Shh, você não está mentindo, Isadora, você o ama e meu filho está
apaixonado, Guilherme nunca ficou assim antes, mas se você não quer se
casar, apenas fale.
É isso que me pega, eu quero me casar. Meses atrás, quando
Guilherme me pediu em casamento, não pensei no contrato que assinei, nem
no motivo de ter me aproximado dele. O único pensamento era: eu quero ser
sua esposa porque o amo e nada mais importa. Mas será que é o certo
começar um casamento com mentiras?
— Eu o amo e quero me casar.
— Então pare de pensar, querida, e se case. Você está linda.
— Obrigada por tudo, Aurora.
— Não agradeça, Guilherme mandou que eu entregasse isso, você
entenderia.
Luto para não chorar quando Aurora me entrega o buquê de flores de
cerejeira. Estivemos em um festival de cerejeira, falei que quando me
casasse, queria que meu buquê fosse de flores de cerejeira.
— Como ele conseguiu? Não estamos na época das cerejeiras — me
remexo para falar, e Aurora encolhe os ombros.
— Não sei, você já está pronta?
— Me dê um minuto, por favor — depois que a porta se fecha atrás
da Aurora, fecho os olhos.
"Pai e mãe, queria muito que vocês estivessem aqui hoje, que a
mamãe me arrumasse e o papai me levasse ao altar. Onde quer que estejam,
sei que estão felizes por mim. E quero que saibam que estou feliz, e a Aline
também. Encontramos pessoas boas que nos tratam bem, e agora temos uma
família."
Um mês foi o tempo que levou para preparar o casamento. Ainda não
me acostumei a estar em uma família tão rica. As coisas que para mim seriam
coisa do outro mundo, para eles é preciso apenas uma ligação. Aurora me
ajudou a escolher o vestido, embora quisesse que viajássemos para fora do
Brasil apenas para comprá-lo.
Falei que não, que aqui mesmo encontraríamos um vestido lindo, e
foi o que aconteceu. Ao me olhar no espelho, fico mais uma vez encantada
com o vestido que escolhi para o meu grande dia. É simplesmente
deslumbrante. Ele abraça suavemente o meu corpo, realçando minhas curvas
de forma elegante. O tecido de cetim é macio ao toque.
O corpete é ricamente adornado com delicados detalhes de renda, que
se estendem até as mangas curtas. O decote em forma de coração realça
minha clavícula, enquanto a saia longa e fluída se espalha graciosamente ao
redor de mim. Cada ponto, cada costura, é uma obra-prima. O véu que cobre
meu rosto apenas acrescenta um toque de beleza.
Minha maquiagem foi feita por uma equipe. Começando pelos olhos,
um esfumado suave em tons de nude e marrom emoldura meus olhos,
realçando a minha íris. O delineador preto, aplicado com precisão, cria um
olhar cativante e profundo. Os lábios, finalizados com um batom de tom
nude, é uma maquiagem clara que me deixa linda ao mesmo tempo natural.
— Uau — viro para encontrar a minha irmã parada na porta com a
boca aberta, me olhando. Dou uma volta para que ela me veja, então paro
diante de Aline sorrindo.
— E aí, como estou? — Pergunto.
— Você está linda, Isa — ela está com um vestido de dama de honra
e seus cabelos estão presos em um penteado.
— Você também — abraço minha irmã.
— Isadora, está na hora — Miguel entra no quarto, ele vai me levar
até o altar.
— Aurora já foi tentar acalmar Guilherme, que não para de ligar
querendo saber se você já está indo.
— Vamos então — segurando a mão de Aline, saio do quarto.
O carro para em frente à igreja. Aurora vem buscar Aline, pois ela vai
entrar jogando as rosas. Fico com Miguel.
— Você está linda, Isadora. Quero que saiba que estou muito feliz por
estar entrando na família, e a Aline já é uma neta para mim.
— Obrigada — deu a hora, e saímos do carro. Quando estamos na
porta da igreja, a música começa a tocar. Com um braço em volta do meu,
Miguel me leva até o altar. Enzo, Carla e outros amigos de Guilherme são
nossos padrinhos.
Não tenho amigos. O casamento é para poucas pessoas que são
próximas ao Gui e à sua família. Conheço mesmo seus pais, Enzo e Carla.
Foi por isso que não quis fazer festa. Não quero ter uma festa grande e ficar
olhando para os rostos das pessoas que nunca vi na minha vida. Por muita
insistência, aceitei apenas reunir quem veio à igreja e estourar um champanhe
no salão de festas da família.
— Cuide bem dela, meu filho — Miguel me entrega ao meu futuro
marido.
— Irei, pai — Guilherme está de terno com uma flor de cerejeira no
bolso.
— Você está linda — murmura para mim antes de nos virarmos para
o padre.
GUILHERME
GUILHERME
Achei que nunca iria chegar o dia em que eu me casaria, ainda mais,
estar feliz por estar casado. Mas estou mais feliz do que já estive algum dia.
Queria ter ficado mais tempo em viagem na lua de mel, no entanto, tenho
uma empresa para administrar. Isadora, minha linda esposa, não reclamou
sobre termos que voltar.
Ela apenas riu e falou que temos muitas viagens para fazer. Logo que
cheguei em casa, recebi uma ligação de Carla. Ela deixou um recado que
precisava me ver com urgência. Preocupei-me se era algo referente à fórmula.
Entrei na sala e a encontrei sentada na cadeira em frente à minha
mesa.
— Qual é a urgência que precisou me tirar de casa no fim de semana,
logo que cheguei da minha lua de mel?
Meu tom foi descontraído, pois notei como Carla estava tensa.
— Eu não sabia como te dizer isso, e nem sei por onde começar,
chefe — suas sobrancelhas se juntaram.
— Fala de uma vez o que está acontecendo, Carla? — ela empurrou
um envelope pardo em cima da mesa. Olhei para o envelope e depois para
ela.
— O que é isso? — perguntei.
— Antes da viagem, você falou que a empresa do seu pai mandaria os
documentos do registro da fórmula que criamos para o lançamento do
próximo ano.
— Sim, ele mandou — ela assentiu.
— Mandou, e esse documento veio junto. Só quero que saiba, chefe,
que eu não queria ser a pessoa a lhe mostrar isso.
Carla apontou com o dedo para o documento antes de se levantar.
— Vou indo, você precisa estar sozinho quando ler esse documento
— não falei nada. Depois que ela saiu, peguei o envelope e abri. De dentro,
puxei um papel branco. Bastou apenas ler o que estava escrito para que todo
o meu mundo desmoronasse.
Capítulo 15 - ISADORA
Não sei quanto tempo se passa desde que estou congelada no banheiro
com um teste de gravidez na mão e nele sinalizado positivo. Só faz duas
semanas que estou casada, e namorei Guilherme por quatro meses; algumas
pessoas esperam muito tempo para subir ao altar, mas para nós, tudo foi
rápido.
Sim, fui paga para seduzi-lo e me casar com ele, isso foi antes de
conhecer Gui e me apaixonar. O que estamos vivendo é real, o que sinto por
ele é amor. Estávamos planejando esperar para ter um bebê, porém, o destino
ou nós mesmos transando sem proteção mudou o rumo dos planos.
Estaria feliz em contar essa notícia para Guilherme, no entanto, algo
mudou depois que voltamos da nossa lua de mel. Ele parece fechado, e de
repente, Guilherme volta para casa tarde da noite, quase não o vejo, e ele mal
olha em meu rosto. Será que se arrependeu do casamento? Será que ele está
infeliz?
Lágrimas enchem meus olhos, escorrendo pelas minhas bochechas.
Eu e Aline estamos morando na casa dele, mas acho que em breve terei que
procurar um lugar para morar se Guilherme não me quiser.
O amo tanto que chega a doer no meu peito. Os quatro meses que
ficamos juntos são como um sonho. Coloco a mão na barriga, não sinto nada,
mas o simples fato de saber que carrego uma criança aqui já é o bastante para
um sentimento de proteção nascer dentro de mim.
— Isa, você vai passar o resto do dia aí? O Gui ligou... — Aline grita
dentro do meu quarto, e o simples nome do meu marido me faz sair do
banheiro.
— O que ele queria? — falei quando secava o rosto. Comprei esse
teste ontem, pois, faz três dias que venho sem conseguir comer de tão enjoada
que estou. Olhei o calendário e notei que o meu ciclo está atrasado. E agora
sei qual é o motivo.
— Gui avisou que marcou um jantar na casa da vovó e somente para
vocês — Aline começou a chamar Aurora de avó e Miguel de avô.
Perguntei para eles se estava tudo bem com isso. Eles falaram que
sempre quiseram ter uma netinha. Fiquei feliz por minha irmã, não tinha
percebido como ela queria uma família.
— Ele falou o horário? — ela balançou a cabeça.
— Sim, às oito. Eu quero ir — Aline cruzou os braços, batendo o pé.
— É um jantar para adultos. Amanhã te levo para sair.
Me animo pensando em que roupa irei usar, talvez Guilherme esteja
planejando uma surpresa, e eu, tola, imaginei que ele não estava feliz no
casamento.
— Me ajuda a escolher uma roupa e a me maquiar?
— Ajudo sim, Isa — ela adora essas coisas.
Deixei Aline com a babá que Aurora contratou para cuidar dela e
peguei um táxi até a casa dos meus sogros. Quando cheguei lá, o carro do
Guilherme estava estacionado. Pensei que ele iria passar na nossa casa para
me buscar.
Mas quando liguei, ele respondeu com uma mensagem: "Estou indo
direto do trabalho para a casa dos meus pais, te encontro lá." Não me arrumei
muito, estou de calça jeans, blusa branca e por cima uma jaqueta jeans, botas,
e fiz uma maquiagem suave.
— Boa noite — falei assim que entrei na sala e todos estavam
reunidos. Guilherme não olhou para mim quando entrei, pois, estava tomando
um gole de sua bebida.
— Boa noite, Isadora, estava somente te esperando — Aurora veio me
cumprimentar.
— O táxi precisou vir devagar por conta da chuva.
— Você precisa de um carro. Não é legal ficar pegando táxi. Se
soubesse que meu filho não iria te trazer, teria mandado meu motorista ir te
buscar.
— Tá tudo bem, Aurora…
— Vamos para a mesa logo — Guilherme rosnou indo para a sala.
Nos entreolhamos e não falamos nada. Na mesa, como de costume,
cada um ocupou seu lugar, o jantar foi servido. Porém, não toquei no meu, o
enjoo havia voltado, e eu estava me segurando para não fazer uma bagunça à
mesa.
Olhei para Guilherme, que não tocou em seu prato. Escorreguei uma
mão e coloquei na sua perna, mas no mesmo instante ele tirou. Quando seus
olhos encontraram os meus, estavam frios e sem qualquer emoção.
— Vocês devem estar muito felizes, não é mesmo, mãe? — De
repente, Guilherme falou. Sua mãe riu.
— Estou feliz sim, por minha família estar reunida — Guilherme
balançou a cabeça sorrindo, não era um sorriso feliz.
— Imagino que todos estão felizes. Não era para menos. A senhora
me casou com a nora dos seus sonhos.
O sorriso de Aurora sumiu, e eu fiquei tensa, pois senti uma sensação
ruim.
— O que está acontecendo, amor? — murmurei para Gui.
— O que está acontecendo, ATÉ QUANDO VOCÊS FICARIAM ME
ENGANANDO? — Guilherme gritou, me assustando.
— Do que você está falando, Guilherme? — perguntei, levantando-
me junto com ele, que parecia estar prestes a explodir.
— Mentirosa do caralho, quando eu estava te fodendo, você também
tinha aquela sensação?
Seus olhos cheios de ódio me olharam antes de jogar um papel
amassado em cima da mesa. Quando olhei, reconheci sem precisar pegá-lo.
Meus lábios se abriram, e quando me aproximei dele.
— Nada foi mentira, eu te amo, por favor, amor — Guilherme se
afastou antes que eu pudesse tocá-lo, virando-se para seu pai.
— Eu poderia esperar isso da minha mãe, mas do senhor, pai, você
me decepcionou — em seguida, Guilherme olhou para sua mãe, e a dor no
rosto de Aurora não pode ser descrita.
— Espero que esteja feliz, pois a senhora conseguiu uma nora e
perdeu o seu filho.
Com isso, Guilherme saiu da sala. Corri atrás dele, mas quando o
alcancei, ele já estava entrando no carro. Sem parar para pensar, me joguei na
frente do carro, debaixo da chuva forte, minhas lágrimas se misturando com a
chuva.
— POR FAVOR, ME ESCUTA, EU TE AMO, GUILHERME —
berrei, e vendo que eu não sairia, ele saiu do carro, parando diante de mim.
— Chega desse show, já conseguiu, Isadora. Tem dinheiro, não era
isso que queria? — passei a mão pelo rosto, tirando o excesso de água para
conseguir vê-lo.
— Eu posso explicar... — Guilherme me interrompeu, segurando os
meus ombros.
— Só me diga uma coisa, Isadora, você só se aproximou de mim por
causa do dinheiro da minha família?
Soluço.
— Preciso saber, se a única mulher que amei me quis por causa do
dinheiro da minha família.
Não posso mentir, me apaixonei por Guilherme, mas o início foi pelo
dinheiro. Porém, quando me entreguei a ele, foi real, aquela noite eu fiz por
mim.
— O início sim, mas…
— Não tem mas, nunca mais se aproxime de mim, você não passa de
uma prostituta barata.
Ele me soltou e voltou para o carro. Depois que o carro partiu, fiquei
ali na chuva chorando. Não sei quanto tempo passou até Miguel me ver e me
levar para dentro da casa.
Capítulo 16 - GUILHERME
Quando Carla me entregou o documento que veio errado para ela, foi
há uma semana. Eu não conseguia acreditar que meus pais haviam feito
aquilo, e que a doce e tímida mulher que me casei e prometi amar pelo resto
dos meus dias tinha me traído. Tudo o que vivemos não passou de mentira e
manipulação.
As lágrimas de Isadora de ontem eram falsas, ela agora tinha tudo o
que queria: dinheiro e meu sobrenome. Não precisava de mais nada. Uma
semana depois da descoberta, me afoguei em bebidas. Como poderia lidar
com o que estava acontecendo? Porém, chegou o momento em que estava
cansado de receber as ligações de Isadora e fingir que estava tudo bem,
quando não estava.
Marquei o jantar de ontem, achei que depois de olhar na cara deles e
falar iria me sentir melhor. Não foi bem assim. Continuei furioso, indignado,
e não posso fazer nada a respeito. Querendo ou não, eles são meus pais e ela,
minha esposa.
Como poderia pensar em vingança e fazê-los pagar por tudo? A
resposta era simples: não podia. Então tomei a decisão de cortar os três da
minha vida para sempre.
Afasto desse pensamento ao ouvir duas batidas na porta, e minha
secretária entra.
— O senhor havia me avisado para não passar nenhuma ligação, mas
sua mãe tá na linha.
Apertei a caneta, e cheguei a ouvir o barulho dela se partindo ao meio.
— Responda como das outras vezes: eu não estou disponível para
ninguém, sem exceção — ela assentiu e saiu. Voltei a mergulhar no trabalho,
que está sendo um ótimo refúgio para minha dor.
Pelo resto do dia, saí de uma reunião para outra, trabalhei nas
planilhas, e por volta das quatro saí da empresa para me encontrar com o
corretor de imóveis que havia ligado na semana passada.
Dirigi até o local marcado, estacionei próximo à calçada e caminhei
pela rua, virando a esquina onde o encontro estava marcado. Avistei o
corretor de imóveis, um rapaz com aparência de dezenove, vinte anos. Ele
passava a mão pela testa, parecendo nervoso; tenha certeza de que essa é sua
primeira venda.
— Almar? — perguntei quando me aproximei dele.
— Isso, o senhor deve ser o Guilherme.
— Sim, sou eu. Podemos ver o apartamento? — ele passou as costas
da mão pela testa, limpando o suor que se acumulava ali. Hoje o dia no centro
de São Paulo estava nublado e abafado, não era necessário ter sol para o dia
estar tão quente.
— Vamos fazer a visita do apartamento que o senhor está interessado;
se não agradar, podemos ver outro.
Assenti, entramos no prédio, e Almar não parava de falar; sei que faz
parte do trabalho dele, portanto, já estava à beira de mandá-lo se calar.
— A cidade tem visto um crescimento constante nos últimos anos, e
há muitas opções interessantes. Espero que possamos encontrar algo que
atenda às suas necessidades.
— Sim, sim, sou daqui meu amigo, sei de tudo isso, podemos ver o
apartamento?
— Claro — caminhamos pelo corredor, e o som dos nossos passos
ecoava. Quando chegamos à porta do apartamento, Almar retirou a chave do
bolso e a inseriu na fechadura com um movimento; ele girou a maçaneta e
empurrou a porta para dentro. Entramos, e Almar começou a mostrar o
apartamento.
— Senhor Guilherme, à esquerda, temos a sala de estar. À direita,
encontramos o primeiro quarto, que pode ser usado como um escritório ou
um quarto de hóspedes. Este apartamento tem dois quartos, o que é uma
vantagem, caso você precise de espaço extra.
Seguimos adiante pelo corredor, e Almar continuou a mostrar os
detalhes com animação.
— A cozinha é uma das joias deste lugar, embora não seja uma
cozinha espaçosa. Possui bancadas de mármore, e os eletrodomésticos são de
última geração.
Não estou procurando um lar, mas um lugar para dormir que não seja
um quarto de hotel. O apartamento que dividia com Isadora, vou deixar para
ela e Aline. Apesar de tudo, Aline é apenas uma criança e não poderia tirá-la
de seu lar, por isso estou comprando esse apartamento.
— Vou ficar com ele — falei, indo até a janela e olhei para fora,
vendo a cidade se estendendo diante de mim. O apartamento era de fato
impressionante, e o corretor havia feito um ótimo trabalho destacando seus
atributos.
— Fico feliz que tenha gostado, Guilherme. Estou à disposição para
qualquer dúvida que possa surgir.
— Não tenho dúvidas. Onde posso assinar? — Almar abriu a pasta
rapidamente, pegou um papel, e assinei, deixando o resto para o meu
advogado cuidar.
ISADORA
SEMANAS DEPOIS
A NOITE...
GUILHERME
Só vim para esse lançamento porque não havia outra alternativa, e
trabalhamos duro para que tudo saísse perfeitamente. Não poderia não estar
aqui. Porém, não imaginava que Isadora estaria também.
Ela está mais linda do que da última vez que a vi, e já dá para ver sua
barriga pelo vestido. Eu sabia que aquele vestido seria minha ruína, e está
sendo. Me afastei dela antes que a pegasse nos meus braços e nunca mais a
deixasse ir. Eu a amo, e não importa o que faça, o tempo a mantém enraizada
no meu coração.
— Olha se não é o meu amigo sumido — virei para encontrar com
Laura, uma antiga amiga.
— Não sou o único a estar sumido — cumprimento Laura, e pedimos
uma bebida quando conversamos. A empresa dela compra os produtos da
minha empresa, mas quase não nos encontramos.
— Se casou e não fui convidada, fiquei magoada — ela coloca a mão
no peito, em um gesto dramático.
— Foi tudo rápido — me limitei a dizer isso sobre o meu casamento.
— Quem diria que o grande Guilherme de Castro Lima se casaria —
Laura ri, me fazendo sorrir também.
— Oh, e pelo jeito será papai e não me falou também — sigo o olhar
dela, me deparando com Isadora. Ela se vira, mas ainda posso ver suas
lágrimas.
— Preciso ir, Laura, minha esposa precisa de mim — ela fala algo
atrás de mim, mas não escuto, pois estou focado em Isadora, que se afasta
rapidamente. Me desvio das pessoas e vou atrás dela. Fiz o meu papel como
CEO aqui, agora vou fazer o de marido.
Capítulo 18 - ISADORA
— Onde você pensa que está indo? — uma mão forte agarrou meu
braço, girando meu corpo, e logo me vejo de cara no peito duro e forte do
Guilherme. A princípio, fico congelada olhando para ele sem reação, e
Guilherme volta a falar:
— Então, onde pensa que está indo? — Tento me afastar dele, mas
seus braços em volta de mim me impedem.
— Para bem longe de você — luto furiosamente para não chorar em
sua frente, respiro fundo antes de levantar a cabeça e encontrar com seus
olhos. — Não me importo mais em admitir que o verdadeiro motivo que me
trouxe até aqui essa noite foi a esperança que eu ainda tinha em nós.
Contudo, depois de vê-lo rindo com aquela mulher, vejo que você nunca irá
me perdoar.
Guilherme me olhou por alguns segundos e, quando acho que ele vai
me deixar ir, suas mãos me agarram firmemente e nos leva na direção oposta
da entrada.
— Para onde estamos indo? — falo, mas ele não para. — Estou de
saltos e grávida, se não percebeu, não consigo andar rápido assim...
A fala fica presa na minha garganta quando ele me pega no colo como
fez naquela manhã.
— Precisamos conversar, e aqui não é o lugar que quero ter essa
conversa com a minha esposa.
— E o lançamento… — Um suspiro escapa dos meus lábios, e ele
olha para mim, sem sorrir ou qualquer expressão que indique seu
comportamento.
— Já fiz o que tinha que fazer aqui, Enzo pode tomar conta do resto.
Com uma mão em volta do meu corpo, Guilherme me guia para uma
saída que imagino ser da dos funcionários.
GUILHERME
A traição por parte de Isadora foi dolorosa, não vou mentir.
Entretanto, a dos meus pais foi muito pior. Eu sabia que minha mãe adorava
se meter na minha vida, a maioria das vezes achava isso engraçado e relevava
tudo. Mas pagar uma pessoa, ela passou de todos os limites impostos na vida
de alguém.
Passaram-se duas semanas desde que voltei com a minha mulher, e
estamos felizes. Porém, querendo ou não, meus pais fazem parte dessa
família, e não posso simplesmente cortá-los das nossas vidas, principalmente
com a chegada da nossa filha. O perdão pode demorar, mas vale a pena, e
hoje vim à casa dos meus pais para deixar tudo o que aconteceu para trás e
ser feliz.
— Pronto? — Isadora pergunta ao meu lado quando estaciono o carro
na garagem.
— Sempre, amor — ajudo ela a sair, e Aline já sai correndo na frente.
Minha esposa tem um barrigão e mal consegue andar, pois seus pés estão
muito inchados. Todas as noites, faço massagem nela até ela dormir.
Quando entramos na sala de estar dos meus pais, vejo minha mãe e
meu pai sentados à mesa. O rosto de surpresa deles me encara. Minha mãe
tem uma expressão tensa, e meu pai para o que estava fazendo com Aline e se
levanta.
— Guilherme... — minha mãe começa, sua voz trêmula. — Estamos
tão felizes que você tenha vindo.
Assinto, tentando sorrir.
— Eu também, mãe — Isadora está ao meu lado, sua mão suavemente
entrelaçada à minha. Meu pai se aproxima de nós, parando na minha frente,
fazendo um gesto de cabeça.
— Estou muito feliz que está de volta em casa, filho — puxei meu pai
para um abraço e depois minha mãe.
— O que aconteceu, estou deixando para trás. Quero vocês próximos
a mim e à minha filha que logo estará chegando ao mundo. Vocês foram
ótimos pais, e tenho certeza de que avós serão excelentes.
Minha mãe começa a chorar, e beijo sua testa.
— Meu coração está transbordando de felicidade — ela fala entre
lágrimas. Eu também estou assim, e quando olho para Isadora, ela chora
enquanto sorri.
Epílogo - GUILHERME
— Oh, meu Deus, não imaginei que doeria tanto — Isadora aperta
minha mão quando curva o corpo, emitindo um grunhido de dor.
— O que posso fazer para ajudá-la? Tem como dar algo para ajudar
na dor da minha esposa? — Olho desesperada para o doutor em busca de
qualquer ajuda para Isadora.
— Senhor, sua esposa está com contrações, é normal — o doutor
tenta me tranquilizar. Olhei para Isadora, suada e com cara de dor, o que não
me faz ficar menos preocupado.
— Amor, apenas segure a minha mão — ela murmura, e eu aperto sua
mão.
— Eu nunca irei soltar — os próximos minutos são agonizantes.
Nunca me senti tão impotente como nesse momento. Se eu pudesse tirar toda
a dor que Isadora está sentindo, eu faria sem pestanejar. Mas esse é um
processo da vida no qual não posso fazer nada, além de segurar a mão dela e
transmitir toda a minha força.
— Só mais um pouco, Isadora, nossa filha está chegando — sussurro
em seu ouvido. O médico avisa que o bebê está corado e que Isadora só
precisa colocar mais um pouco de força. E foi o que ela fez.
E então, finalmente, o momento que tanto esperávamos chegou.
Nossa filha veio ao mundo com um choro doce e agudo. O médico trouxe
nossa filha para Isadora segurar, elas ainda estão conectadas.
— Ela é linda — falo, com os olhos marejados de emoção. Isadora me
olha com um sorriso fraco.
— É a nossa filha — diz.
— Sim, é a nossa filha — choro, beijando a testa da minha esposa e
da nossa bebê.
— Você quer cortar o cordão umbilical? — o médico pergunta.
— Não, prefiro não fazer — Isadora me olha e depois assente. Ela vê
o quanto é doloroso para mim vê-la sofrer e não poder fazer nada, tenho
medo de machucar a nossa filha. O médico corta o umbigo e diz que os
enfermeiros vão cuidar da nossa bebê enquanto ele cuida da minha esposa.
— Logo vocês vão estar no quarto — avisa, Isadora está exausta, mas
com um olhar de alegria que ilumina todo o seu rosto. Lágrimas rolam pelo
meu, e eu não consigo evitar sorrir amplamente.
FIM
Agradecimentos
Obrigado a você que chegou até aqui, minha mais profunda gratidão.
Estou muito feliz por ter conseguido terminar esse livro. Passei por um
processo de bloqueio e, quando comecei a escrever "A ESPOSA
REJEITADA DO CEO", sem querer apaguei mais de 10 mil palavras.
Precisei começar tudo de novo, e, para a sua felicidade e a minha, acho que
esta versão ficou ainda melhor. Algumas coisas acontecem por um motivo.
Valeu, até a próxima.
S.A
Biografia
Instagram
Facebook
Twitter
Tiktok
Página da Amazon
Mais livros
ANIKA
Este não está sendo o momento mais feliz da minha vida, estou triste e
com medo do desconhecido.
Depois que estes papéis estiverem assinados, o que irá acontecer?
Eu vou conseguir criar o Zaki, sozinha?
Ele vai me culpar por separá-lo do pai?
Muitas perguntas rondam minha mente quando estou sentada na bancada
da cozinha esperando por Ted que logo chegará, afinal liguei mais cedo
pedindo que ele não chegasse tão tarde.
Ele vem fazendo muito isso ultimamente e quando chega está com
cheiro de perfume feminino e álcool, o que me deixa triste por ver como
nosso casamento se desgastou.
Deixei Zaki na casa de um amiguinho da escola, pois não o quero aqui
quando tiver essa conversa com seu pai e espero que não aconteça mais uma
discussão desnecessária, pois nós não merecemos mais isso.
Meu corpo se endurece quando escuto o barulho das suas chaves sendo
deixadas no móvel da entrada de casa e em seguida seus passos vindo na
minha direção. Bebo um pouco de água e logo que deixo o copo na bancada,
meu marido entra na cozinha.
Ele olha em volta parando seu olhar em mim.
— Você está bem? — Sua voz soa preocupada.
Uma lágrima escorre pelo meu rosto e balanço a cabeça negando.
— Não, não estou bem.
Ted se aproxima e se senta ao meu lado.
— O que está acontecendo com você, Anika?
Empurro lentamente os papéis para ele que pega e vejo pelo canto dos
olhos que ele começa a ler. Quando termina, deixa de volta os papéis na
bancada, fica em silêncio e espero seu tempo.
Eu me preparei para tomar esta decisão, já Ted não. Ele foi pego de
surpresa porque por mais que nosso casamento não estivesse bem, acredito
que ele não pensou que eu poderia pedir o divórcio.
Quando finalmente diz algo, percebo que sua voz é triste.
— Anika, podemos tentar outra vez? Jesus, são dez anos juntos, não
podemos acabar assim! Vamos nos dedicar mais para dar certo, não sei, uma
viagem, algo que podemos fazer e…
Ted para quando seguro sua mão.
Não impeço que lágrimas escorram por meu rosto e sussurro:
— Não funcionamos mais, Ted, já estamos muito danificados para
continuarmos juntos. Chegou o momento de cada um seguir seu caminho
separado, uma viagem não vai adiantar, estamos tentando há um ano e nada
mudou. — Faço uma pausa e fungo. — É melhor nos separarmos quando
ainda amamos um ao outro... Não quero virar uma mulher amarga, que todas
as noites vê seu marido chegar em casa com perfume de outra, porque não
temos relação sexual há meses... Merecemos ser felizes, Ted, mesmo que
para isso tenha que ser com outra pessoa.
Ted começa a chorar baixinho.
— Um de nós dois teria que tomar essa decisão e essa pessoa fui eu. Fiz
isso pensando no nosso bem e no bem do nosso filho. Quero que sejamos
amigos por Zaki, e por nós. Antes de tudo éramos amigos e espero que
continue assim.
Nos abraçamos enquanto choramos, pois, o fim de um casamento não é
fácil.
Imagina viver anos com uma pessoa, com quem planeja passar a velhice
e um tempo depois você percebe que precisa deixá-la para ser feliz longe de
você, porque os dois não funcionam mais juntos.
Nos casamos muito jovens e pode ser esta a causa do desgaste no nosso
casamento. Eu tinha vinte e dois anos e Ted vinte e três, não tínhamos
aproveitado a vida, logo que nos formamos, nos casamos e não demorou
muito estava grávida de Zaki. Seguro Ted em meus braços assim como ele
me segura, choramos e sentimos a dor um do outro.
— Eu te amo — murmura no meu ouvido.
Cria uma bola na minha garganta, mas me esforço a falar.
— Eu também te amo, Ted.
Eu realmente o amo, e é por isso que dói tanto.
Planejamos, construímos uma vida e nasceu um fruto do nosso amor,
Zaki, meu menino de nove anos.
Não sei quanto tempo passou, portanto, quando nos afastamos não
estávamos mais chorando e sorrimos um para o outro quando assinamos os
papéis.
Um ciclo foi fechado hoje, mas outro se abriu, um novo ciclo que nos
deixa cheios de possibilidades.
CAPÍTULO 1
KIM CARTER
Eu odeio o meu vizinho!
Eu odeio cada coisa nele.
Seu sorriso debochado, o jeito de passar as mãos pelo seu cabelo
bagunçado e seu peito que está sempre nu.
Não importa se está frio ou calor, ele não sabe o que é uma camisa.
Eu odeio o simples fato de Caleb existir.
Posso parecer uma louca amarga, mas tenho motivos para odiar
o meu vizinho idiota.
Vamos lá, há três meses me mudei para este apartamento, um lugar
próximo a minha faculdade e meu trabalho, estava tudo indo às mil
maravilhas. Isso até um mês atrás quando um ser maligno veio morar no
apartamento em frente ao meu.
Todas as noites, ele leva mulheres para a sua casa e seus encontros são
barulhentos, se isso não fosse o suficiente, ainda tenho que aguentar o som da
sua fodida guitarra.
Viu?
Eu tenho motivos de sobra para odiar o meu vizinho.
Poxa, será que ele não trabalha?
Será que não há algo para se ocupar que não seja foder e tocar guitarra?
Estudo de manhã, trabalho em uma lanchonete à tarde e à noite só queria
estudar e ter uma noite tranquila de sono.
Porém, parece que é pedir demais.
São quase meia-noite e aqui estou, com um travesseiro em volta da
cabeça, tapando os ouvidos para abafar o som que vem do apartamento da
frente.
Juro, se eu tivesse uma bomba, jogaria dentro do apartamento dele.
“Filho da puta!”
Afasto o travesseiro lentamente, abro os olhos e percebo que o barulho
cessou. Faço um biquinho surpresa, olho para a mesa ao lado da minha cama
e vejo o horário.
É meia-noite e meia, e está cedo, já que Caleb costuma parar apenas às
seis horas da manhã.
Algumas vezes, saio para a faculdade às sete da manhã e ele ainda está
tocando.
“Algo está errado...”
Salto da cama quando a campainha começa a tocar, o que acho estranho,
pois não estou esperando ninguém.
Mas pode ser alguma vizinha que finalmente teve bom senso e irá me
apoiar na expulsão de Caleb do prédio.
Levanto com um sorriso no rosto devido esse pensamento que me deixa
feliz.
Enfim, vou conseguir me livrar dele.
Há dois dias houve a reunião do condomínio e aproveitei para reclamar
do barulho que aquele indivíduo fazia durante a noite, porém, as outras
moradoras afirmaram que não escutavam nada.
Adivinha...
Caleb estava lá, o único homem sem camisa, com aquele sorriso de lado
e logo entendi o motivo delas não ouvirem nada.
Balanço a cabeça me afastando destes pensamentos e abro a porta
sorrindo.
— Então, vai me apoiar em tirar aquele… — Paro de falar e arregalo os
olhos ao ver a criatura parada em frente à minha porta.
“Será que você consegue adivinhar quem é?”
Uma dica, ele é alto, com aproximadamente um metro e noventa, olhos
azuis, cabelo loiro desgrenhado e está sem camisa.
Se pensou no meu vizinho idiota, que se chama Caleb, acertou.
— O que você está fazendo aqui? — Dou um grunhido.
Com um sorriso de menino levado, Caleb levanta a xícara branca.
— Você teria açúcar para me dar uma xícara, vizinha?
“Ele tá de sacanagem?”
Fuzilo o homem com os olhos.
Como ele ousa vir na minha porta pedir açúcar, ainda mais uma hora
dessa?
— Se você pedir para qualquer uma nesse prédio, tenho certeza que vão
te dar até mais que açúcar. — Estou prestes a fechar a porta quando Caleb
coloca o pé na frente, impedindo de fechar.
— Será que não é por este motivo que não pedi a ninguém além de
você?
Caleb me mede de cima a baixo com seus olhos ardentes, mordendo o
lábio de uma forma provocante.
— Pode ser que eu queira mais que açúcar de você, vizinha.
Rubor sobe pelo meu rosto, afinal não é todo dia que um ser idiota e
gostoso, na mesma proporção, flerta comigo.
“Porém, as coisas não serão tão fáceis assim.”
Levanto uma sobrancelha para o homem que seu segundo nome deveria
ser pecado e forço um sorriso.
— Comigo não terá açúcar, muito menos outra coisa… — Tento
novamente fechar a porta.
— O açúcar em troca de parar de tocar guitarra por esta noite, é
claro. Agora, se quiser que eu pare de tocar nas outras terá que me distrair.
Coloco as mãos na cintura.
— Você está tentando me chantagear? Porque não está funcionando.
Não vou te distrair e outra, posso fazer uma coisa boa para nós dois
quebrando a guitarra na tua cabeça.
Caleb joga a cabeça para trás em uma gargalhada.
“Ele é tão lindo...”
Agito a cabeça.
"Não, ele não é lindo.”
Me repreendo, mentalmente.
— Seria interessante se você quebrasse a minha guitarra e depois
terminássemos enrolados nos meus lençóis.
Rosno.
— O quê?
Caleb aproxima o rosto do meu, sussurrando:
— Relaxa, gatinha, pode ser nos seus lençóis também. Eu não ligo para
o lugar desde que esteja fundo dentro de você, Kim.
Todo o meu corpo esquenta com suas palavras sujas, mas tento não
transparecer.
— Vou dar a você a xícara de açúcar e nunca mais chegue perto da
minha porta — falo me dando por vencida, pois cada um sabe seu limite e eu
conheço o meu.
Ter esse Deus do pecado, flertando comigo por mais tempo, pode me
fazer cair em tentação.
Minha voz e meu corpo estremecem, mas me mantenho firme quando
puxo a xícara da sua mão. Vou até à cozinha e encho a xícara com o açúcar.
Viro em direção à porta quando meu rosto bate em um peito duro, ergo a
cabeça e dou de cara com Caleb que entrou na minha casa e está com toda
sua estrutura dentro da minha cozinha.
Perto dele não pareço ter um metro e sessenta e cinco de altura, pois ele
é bem mais alto do que eu e me sinto menor do que realmente sou.
Molho os lábios antes de pronunciar:
— Eu não o deixei entrar, deveria ter esperado na porta onde
estava. — Estendo a mão com a xícara para ele. — Aqui seu açúcar, pode ir
agora.
Caleb pega a xícara da minha mão, porém, seus olhos não afastam dos
meus seios que estão cobertos por uma fina camisa de pijama. Lentamente
sua língua passa sobre seus lábios enquanto seus olhos devoram meu
corpo que reage com seu olhar intenso.
Meus mamilos ficam duros e minha boceta pulsa, então mordo os lábios
para não gemer de frustração.
“Não é possível que meu corpo esteja correspondendo a Caleb.”
Como posso sentir desejo por meu vizinho idiota?
Caleb pode ser um grande babaca, mas o seu corpo é um pecado e seus
lábios são uma tentação.
Ele coloca a xícara na bancada da cozinha e sem afastar os olhos dos
meus, levanta a mão passando os dedos por cima dos meus mamilos
sensíveis, em seguida belisca as pontas endurecidas.
— Oh… — Solto um gemido e dou um passo para trás.
Mas seu corpo quente me acompanha, me deixando presa entre ele e a
minha geladeira.
— Você me quer e estou louco para te foder desde que a vi, então vamos
facilitar nossas vidas. Hoje é sexta, gata, e nas sextas vale tudo até trepar com
o vizinho idiota. — Ele balança as sobrancelhas e dá um sorriso de lado.
Chupo meu lábio inferior.
— Eu não te quero. Na verdade, quero expulsá-lo do prédio e tê-lo bem
longe de mim.
Caleb abaixa o rosto próximo ao meu e penso que irá me beijar, mas no
último momento sua boca raspa na minha, indo para minha orelha, onde ele
morde, me fazendo arrepiar toda.
— Diga que seus seios não estão duros tanto que chega a ser doloroso e
que a sua boceta está tão encharcada que se escorregar a mão dentro do seu
short, meus dedos facilmente a penetraria.
Ele volta a morder meu lóbulo da orelha, fazendo meu corpo se arrepiar
todo.
— Diga, Kim, que estou errado, que desde que nos encontramos não
sente um tesão louco pelo meu pau. Diga que não me deseja que irei embora.
O calor que irradia do seu corpo é como um chamado para o meu desejo
mais secreto.
Caleb afasta o rosto do meu pescoço para olhar em meus olhos e tenho
certeza que ele está vendo todas as suas respostas nas minhas íris.
— Diga — cantarola.
Mordo os lábios sentindo o gosto de sangue, enquanto minhas pernas
esfregam uma na outra. Em resposta, a sua mão segura a minha e coloca no
seu peito.
Ele é duro e quente e quero passar minha mão por todo seu corpo.
— Eu te acho um idiota — falo arrancando um sorriso dele. — Tenho
um forte desejo de quebrar a sua guitarra na sua cabeça.
— Sim, e mais o quê?
— Sinto um tesão louco por você, Caleb, satisfeito?
Odeio admitir, mas a raiva que sinto por esse homem é a porra do tesão
enrustido.
E ele não ajuda em nada desfilando por aí com nada mais que uma
bermuda de cintura baixa.
— Não, não estou satisfeito.
Com a mão por trás da minha cabeça, puxa meu rosto para ele e
sua boca sedenta fode a minha.
Sim, ele não beija, ele fode a minha boca e meus miolos.
Sua língua mergulha duelando com a minha.
Suas mãos descem apertando a polpa da minha bunda, me levantando e
minhas pernas voluntariamente circulam sua cintura. Sou colocada entre a
minha geladeira e seu corpo quente, enquanto seus dentes mordem meus
lábios, me arrancando suspiros e gemidos.
Minhas unhas arranham seus bíceps e começo a esfregar minha boceta
na dureza da sua bermuda à procura de alívio.
— Por favor — choramingo como uma gatinha.
— Eu vou te comer, mas primeiro me deixa aproveitar essa sua boca.
Ele volta a me beijar enquanto sua mão corre entre nossos corpos, se
aventurando dentro da minha calcinha.
— Porra, tão molhada, baby! Você é uma tentação, Kim. — Acaricia
seus dedos lambuzados do meu pré-gozo, esfregando meu clitóris como se
desenhasse o número oito, ao mesmo tempo, em que sua boca me beija
selvagemente.
— OH, CALEB, ESTOU PERTO, POR FAVOR, NÃO PARE.
Quando sou tomada por espasmos, grito na sua boca e gozo nos seus
dedos.
Estou ofegante quando ele tira os dedos da minha boceta levando até
seus lábios, chupando até estarem limpos, em seguida, olha para mim, com
um sorriso de lado, daquele bem cafajeste.
— Você tem um gosto bom pra caralho. Agora quero provar da fonte,
onde fica seu quarto?
Aponto com o queixo para o corredor.
Ainda grudada em seu corpo, ele me afasta da geladeira, nos levando
para o meu quarto.
Assim que chega, Caleb me deita no meio da cama e seus dedos puxam
meu short molhado junto com a calcinha para fora do meu corpo. Em
seguida, tira a minha camisa e logo estou nua diante dos seus olhos famintos.
— Porra, você é perfeita! Nunca tive dúvida que não seria.
Minhas bochechas ficam ruborizadas.
Não pensem que sou como essas menininhas que ficam coradas por
qualquer coisa.
Mas, vamos lá, estou nua, com meus pneuzinhos à vista e Caleb todo
definido, me olhando como se eu não tivesse um defeito sequer.
— Você fala isso para todas que vão ao seu apartamento?
Caleb abre o botão da bermuda, abaixa o zíper e seus olhos brilham em
diversão.
— Você está falando do barulho de mulheres que vem do meu
apartamento?
Encolho os ombros.
— Você não é o senhor discreto.
— Bem, não tenho uma mulher desde que me mudei, aquilo foram
vídeos. — Dá uma piscadela. — Queria te perturbar, assim você ia no meu
apartamento e eu teria a chance de ter seu traseiro no meu território para
foder a sua doce boceta.
— Você é um idiota — falo, arremessando um travesseiro nele que pega
no ar.
— Sim, eu sou e sou também o cara que vai comer a sua boceta. — Ele
diminui a distância entre nós, usando apenas a cueca que mal segura a fera.
Seu pau está quase pulando fora.
Caleb sabe o quanto é gostoso, barriga de gominhos com um rastro de
pelos que se encontra abaixo do seu umbigo, sumindo no cós da cueca. Sem
tirar seus olhos dos meus, segura cada lado da cueca e abaixa o tecido
enquanto meus lábios se abrem.
Já estive com alguns homens, mas nada se compara ao pau dele que é
grosso com veias salientes, a cabecinha é rosa e aponta para mim, com
líquido de pre-sêmen escorrendo.
Ele fecha o punho no seu pau, bombeando da base a ponta enquanto
seus olhos famintos me observam.
Abro as pernas levando uma mão para minha boceta onde acaricio,
imitando seu gesto. Ele solta um grunhido subindo na cama e se ajoelha entre
as minhas coxas. Ele afasta a minha mão e choramingo, mas sou
recompensada com seus lábios que beijam minha boceta como ele beijou
minha boca. Sua língua mergulha dentro da minha intimidade, voltando para
meu clitóris onde seus dentes mordiscam.
Ergo o corpo agarrando o lençol à minha volta e não me importo do
prédio estar ouvindo meus gritos e gemidos.
Caleb fode a minha boceta e um arrepio sobe por minha espinha, se
alojando entre minhas coxas.
— SIM, SIM, SIM — grito gozando na sua língua.
Ele rosna e lambe até a última gota do meu prazer.
— Sua boceta é viciante, gatinha. — Ele se afasta com a boca molhada,
sorrindo e então me beija.
Sinto o meu gosto na sua língua.
Nunca me provei, aliás, não sinto nem um pingo de nojo por estar
fazendo isso, afinal é minha boceta que estou provando.
Ele veste uma camisinha, em seguida se posiciona entre minhas pernas e
seu corpo curva para estar sobre o meu.
— Vai com calma, eu também já tenho um tempo sem ninguém — falo
ao sentir seu pau na minha entrada.
— Irei, mas se quiser parar, diga.
Assinto jogando os braços em volta do seu pescoço, beijando sua boca.
Lentamente seu pau vai me esticando, me deixando entre a dor e o
prazer.
Sua boca me distrai até ele estar tão fundo dentro de mim, que poderei
senti-lo por dias.
— Tudo bem? Posso me mexer? — pergunta com a voz entrecortada.
— Sim, estou bem, pode se mexer.
Caleb puxa para fora uma polegada, voltando em seguida a mergulhar
em mim, me arrancando gemidos.
Ele repete esses movimentos por mais um tempo, me deixando louca.
— Não se segura, me dá tudo de você. — Sua cabeça afasta do meu
pescoço para o meu rosto. — Não esqueça que você pediu. — Coloca uma
das minhas pernas no ombro, ficando meio de joelho enquanto suas mãos têm
acesso aos meus seios onde massageia, as enchendo com a minha carne.
Caleb invade minha boceta sem resistência e seus golpes são firmes,
penetrando até o talo, saindo para voltar em seguida.
Suor molha nossos corpos, os deixando escorregadios, quando nos
fundimos em um, sem afastar nossos olhos.
Sinto seu membro pulsando dentro de mim e seus olhos vidrados me
encaram dizendo sem palavras que está perto de gozar.
Seus lábios se abrem emitindo alguns sons, o que é sexy para caralho, e
seus olhos acompanham minha mão se aventurando para frente até encontrar
o meu clitóris onde massageio.
— Pode vir, estou pronta.
Caleb entende o que estou falando, pois, minha boceta aperta ao seu
redor no momento em que sinto o primeiro jato de sêmen investido no meu
interior.
Mesmo com a camisinha, posso senti-lo gozar dentro de mim.
Caímos na cama, ofegantes e um sorriso toma conta do meu rosto
enquanto Caleb dá uma piscadela.
— Essa foi a melhor troca de xícara de açúcar na minha vida.
Gargalho dando um tapa no seu peito.
Table of Contents
Sinopse
Prólogo - ISADORA
Capítulo 1 - GUILHERME
Capítulo 2 - ISADORA
Capítulo 3 - GUILHERME
Capítulo 4 - ISADORA
Capítulo 5 - ISADORA
Capítulo 6 - AURORA DE CASTRO LIMA
Capítulo 7 - GUILHERME
Capítulo 8 - ISADORA
Capítulo 9 - ISADORA
Capítulo 10 - GUILHERME
Capítulo 11 - GUILHERME
Capítulo 12 - ISADORA
Capítulo 13 - ISADORA
Capítulo 14 - ISADORA
Capítulo 15 - ISADORA
Capítulo 16 - GUILHERME
Capítulo 17 - ISADORA
Capítulo 18 - ISADORA
Epílogo - GUILHERME
Agradecimentos
Biografia
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