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Ficha de leitura: TEORIA DO AGENDAMENTO E O DISCURSO DO CRIME: o

populismo penal e o estereótipo criado pela mídia. Desidério José de Santana Neto.
(ARTIGO MAIS ÁCIDO, MAIS CRÍTICO À IMPRENSA).
Por Renatta Gorga
O autor, Desidério José de Santana Neto, se debruça sobre a capacidade que a mídia tem
de marginalizar um indivíduo e sentenciá-lo antes mesmo de um julgamento da justiça. “A
mídia no seu agendamento cria o bandido, o marginal e fecha os olhos para o marginalizado, o
marginalizado se torna um vácuo silenciado como forma de ser esquecido para se tornar o
marginal que se quer construído, é a honra roubada, para se tornar um desonrado na produção
do agendamento, o bandido, que não vem de um bando, vem dos lenções de pobrezas que se
acumulam nas grandes cidades em estratos de um último andar da sociedade que é esquecido,
ou que se quer esquecer”. (SANTANA NETO, 2021. P.1)
Ele divide o artigo em dois tópicos principais: o agendamento da notícia, o inimigo e o
justiçamento midiático; e o populismo penal midiático no julgamento marginal estereotipado.
Santana Neto levanta a questão da teoria do agendamento, a qual prega que a imprensa é que
baliza o que deve ou não ser assunto na sociedade, como afirma Felipe Pena. “A teoria do
agendamento defende a ideia de que os consumidores de notícias tendem a considerar mais
importante os assuntos que são veiculados na imprensa, sugerindo que os meios de
comunicação agendam nossas conversas, ou seja, a mídia nos diz o que falar e pauta nossos
relacionamentos. (PENA, 2008, 142) e, como reforça Desidério, “o ouvinte por sua vez absorve
a mensagem de forma rápida, reproduzindo-a a outrem a sua credibilidade descrita do
agendamento adquirido e aceito.” (SANTANA NETO, 2021. P 3). É sabido que, hoje, a teoria
hipodérmica (teoria da agulha ou da bala mágica) não se sustenta. AQUI, FALAR MAIS
SOBRE ESSA TEORIA. No entanto, ainda há quem acredite em tudo o que assiste e lê nos
veículos de comunicação. Portanto, qualquer pré-julgamento ou hipótese levantada será vista
como verdadeira por esses telespectadores que não refiram fazer uma análise crítica da
realidade. AQUI, POSSO CITAR QUE A RTP LEVANTOU A POSSIBILIDADE DE SER UM
ATAQUE TERRORISTA E DE COMPARAR REFUGIADOS A IMGIRANTES. O QUE ISSO
SUSCITA? UM PANICO GERAL DE REFUGIADOS E, POR CONSEQUECIA, DE
IMIGRNATES; UM PRECONCEITO;UMA XEONOFOBIA.
Ele também chama a atenção para um comportamento que pode ser sumariamente maléfico à
sociedade e, em especial, ao suspeito do crime. Comportamento, esse, usado por veículos de
imprensa considerados “sensacionalistas”. “É falar o que está no script, não interessa a condição
imposta para o sujeito, o único interesse é o que se busca agendar para atrair o maior número
possível de público ávido por vingança e totalmente leigo do verdadeiro sentido de justiça e de
lei.” (SANTANA NETO, 2021. P4). Essa ideia pode ser justificada pelo que a filósofa francesa
Marie José Mondzain atesta em Homo Spectator (PEDIR O LIVRO IMPRESSO
EMPRESTADO AO PROF LUIS LIMA). Hoje, diante de tanta violência que assombra o
mundo, o cidadão se tornou um espectador de horrores. Existe uma “(…) preocupação do
espectador em que hoje nos tornámos, reféns assustados e com demasiada frequência
consentidores das produções espectaculares que têm como único efeito o aniquilamento do
espectador.” (VER ANO E PÁGINA NO LIVRO DELA). E, PARA A IMPRENSA, É ESSE
SENSACIONALISMO QUE GARANTE A AUDIENCIA, E, POR FIM, O LUCRO.

AQUI, POSSO ABORDAR TAMBÉM ALGO DO LIVRO “Um estranho à nossa porta” de
Zygmunt Bauman: o medo dos refugiados
O autor segue com o pensamento mais critico: “é o agendamento da notícia que provoca o
populismo penal midiático, que traz como consequência a estereotipação rotulada da raça
humana, cujo fins é o justiçamento que provoca o linchamento social, onde a justiça se torna
inerte, o Estado por sua vez um juiz inquisitor, uma sociedade justiceira e uma mídia bandoleira,
são justificativas que não explicam a produção do inimigo no seio deste Estado marginal.”
(SANTANA NETO, 2021. P 4)

Outro ponto qeu importa citar é que, por vezes, a mídia apenas corrobora algum pensamento já
existente na sociedade: “o concreto passou a ser aquilo que a notícia quer como verdade, agenda
o que a sociedade através dos seus medos quer enxergar, a justiça por sua vez enxerga o que a
mídia tem como verdade real, o julgamento passou a ser uma cena cinematográfica, a mídia
julga e a justiça agrada para satisfazer a opinião pública” (SANTANA NETO, 2022. P.4).

Também destaco que falta a mídia contextualizar os fatos. “A mídia constrói o bandido, coisifica
a história, degenera a pessoa, mas não historiciza o porque do bandido e nem narra os fatos que
provocam a marginalidade.” (SANTANA NETO, 2021. P.6.) AQUI, SERIA PRECISO
EXPLICAR, INCESSANTEMENTE, NA IMPRENSA, DE ONDE VEM ESSE REFUGIADO,
PELO QUE ELE PASSOU, EM QUE SITUAÇÃO ELE SE ENCOTNRAVA.

Zygmunt Bauman: pensamentos profundos num mundo líquido | Super (abril.com.br)

Zygmunt Bauman: o medo dos refugiados - GGN (jornalggn.com.br)

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