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Finanças Corporativas
MYRENE BUENOS AIRES
Bacharel em Ciências Contábeis pela PUC minas, especialista em Gestão Financeira
e Controladoria pela Fundação Getúlio Vargas (FGV-MG), especialista em Design
Instrucional para Educação a Distância pela Universidade Federal de Itajubá
(UNIFEI), mestre em Administração pela Fundação Pedro Leopoldo. Experiência
profissional como consultora financeira de empresas, coordenadora de setor
administrativo em Instituições de Ensino, instrutora na FIEMG, Sindicato dos
Contabilistas, ISVOR FIAT. Atualmente sócia da empresa Buenos Muller Consultoria
e Treinamento como consultora de empresas e treinamento na área Financeira.
Professora de cursos de pós-graduação e graduação. Coordenadora e tutora de de
cursos presenciais e a distância. Autora de conteúdos didáticos para EaD.
Ficha Catalográfica
122p.
ISBN 978-85-65259-05-7
CDD 658.15
Sumário
APRESENTAÇÃO 01
Estrutura de capital
Endividamento e benefício fiscal
Capital e budgeting
Projeção de demonstrações financeiras
Referências 115
Apresentação
Este material apresenta o estudo das ferramentas voltadas para valorização e maximização
das riquezas empresariais, contemplando a administração do risco e retorno decorrentes
das decisões dos gestores. Toda decisão, em qualquer âmbito, seja uma decisão tomada
por uma empresa ou mesmo por uma pessoa física, gera um resultado financeiro. O
gestor de uma instituição precisa avaliar quais investimentos realizar, quais recursos
utilizar e como gerenciar as atividades financeiras diárias da empresa. Neste contexto é
importante compreender o longo prazo em função dos investimentos a serem realizados
e o curto prazo em função da sobrevivência diária da empresa.
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Unidade 01
Introdução à Finanças
Corporativas
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Objetivo de aprendizagem
• Compreender a importância das finanças na gestão das empresas a partir do histórico
da sua participação nos controles sociais.
• Interpretar como o comportamento humano interfere nos resultados.
• Conhecer os conceitos de mercado eficiente e mercado perfeito, bem como sua
consequência no risco e retorno esperado pelos investidores.
Introdução
Finanças fazem parte de nossas vidas independente de termos ou não afinidade com este
tema. Todos buscam otimizar os recursos que possuem para não terem perdas financeiras
ou, pelo menos, minimizá-las. Buscamos sempre ganhar e saber utilizar nosso ganho de
forma que ele se torne maior. As empresas estão neste contexto: precisam compreender
como o mercado funciona e buscam realizar ações voltadas para os diversos cenários
em que estão inseridas e, assim, garantir sua continuidade no mercado. Nesta unidade
será estudado como o mercado financeiro funciona e como as decisões individuais em
um coletivo interferem nele. Finalizando a unidade, será apresentado um pouco sobre a
modalidade de investimento em renda fixa e alguns exemplos de aplicações disponíveis
no mercado para otimizar os ganhos.
Visão panorâmica de
finanças corporativas
Para ter condições de operar no mercado, uma empresa precisa de bens e direitos. Os
seus bens são representados pelos móveis, imóveis, máquinas, equipamentos. Seus
direitos são representados por suas contas no banco, suas aplicações financeiras, seus
títulos, vendas a prazo, entre outros. Assim como uma empresa apresenta seus bens
e direitos, é necessário que ela apresente também a fonte de recursos utilizada para
financiar esses bens e direitos. Estas fontes de recursos são oriundas:
Entre bens, direitos e obrigações que constituem o patrimônio de uma empresa, o foco
será o patrimônio financeiro desta. Quando nos referimos ao patrimônio da empresa,
temos o termo FINANCIAR que é relativo ao fornecimento de fundos para negócios e
projetos. É importante compreender como a empresa se financia.
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PO
TEM
RISC
O
IR O
N H E
DI
O uso das finanças é voltado para o planejamento financeiro das empresas, gerenciamento
patrimonial, captação dos recursos no mercado através de outras empresas, instituições
financeiras e pessoas físicas.
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Esta abordagem levou à concentração dos estudos nos aspectos operacionais, levando
as universidades norte-americanas a contribuírem imensamente para o progresso da
teoria de finanças.
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Em meados dos anos 90 os mercados globais ainda eram foco das finanças e, em função
da globalização, os recursos tecnológicos passaram a ser muito utilizados, ampliando o
acesso e a preocupação com indicadores para decisão de investimento, financiamento,
política de dividendos, eficiência de mercado, opções e mercados futuros.
Grandes empresas passaram a ocupar maior espaço com mais eficiência, resultando em
privatizações. Isso contribuiu para estudos sobre alavancagem financeira, aumento do
valor adicionado para os acionistas e processo de diversificação.
As teorias desenvolvidas nos últimos 50 anos são voltadas para administração financeira
e apresentam temas como o fluxo de caixa descontado, diversificação do risco e eficácia
do mercado (MATIAS e FREITAS, 2003).
Os autores ainda afirmam que quase todas as teorias que foram desenvolvidas nos últimos
50 anos dizem respeito à área de administração financeira empresarial, tendo como focos
de estudo o fluxo de caixa descontado, a eficácia do mercado e a diversificação do risco.
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É importante frisar que nos anos 90 aumentou a preocupação das empresas com custos,
buscando a diminuição dos mesmos e a redução dos níveis hierárquicos.
O objetivo principal da empresa é criar valor, pois sem este os demais interessados
também não obtêm retorno. Assim, entender o mercado é indispensável para gerenciar
financeiramente uma empresa.
Conforme explicam Matias e Freitas (2003, p. 16) “teoria financeira surgirá como um
instrumento facilitador da administração e alocação de recursos oferecendo soluções
alternativas, assim como vem ocorrendo desde o início das civilizações”. Esses autores
também relatam que a “teoria de finanças aperfeiçoou-se ao longo dos tempos com o
propósito de colaborar no processo decisório dos agentes financeiros: as famílias, as
empresas e os governos, que interagem em um mercado econômico-financeiro cada
dia mais globalizado.” As soluções e proposições vêm, ao longo da história, suprindo
as necessidades de cada época e podem ser colocadas em desuso e ao mesmo tempo
resgatadas conforme o cenário.
Finanças é uma ciência que estuda a gestão de capital. É utilizada em áreas empresariais,
públicas e pessoais onde interessa ao gestor o seu posicionamento como tomador ou
doador de recursos, ou seja: faz a captação ou empresta o dinheiro. Nesse caso, não se
pode esquecer que, na posição de poupador, o gestor está emprestando o seu dinheiro
para a instituição financeira. Portanto, Finanças estão presentes em todo lugar!
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Lucas deposita R$100,00 no banco Alfa e espera que o rendimento dessa aplicação seja
de 1%. O banco Alfa empresta 45% do valor depositado por Lucas para a empresa Beta,
ou seja, R$45,00 e cobra 3,5% de juros. Observe que a taxa de juros a ser paga pelo
banco Alfa ao Lucas é inferior à taxa de juros que o Banco Alfa cobra da empresa Beta, o
que gera um ganho para o banco em relação ao valor a ser pago.
R$100,00 * % = R$1,00
R$45,00 * 2,5 % = R$1,58
O banco tem um ganho nesta operação de R$ 0,58 sem considerarmos outras variáveis
como taxa de administração, crédito etc.
O mercado envolve vários agentes. Veja um esboço de como o ciclo pode funcionar:
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Observe que o gráfico mostra a participação de cada um. Como o valor total do capital é
R$1.000,00, basta aplicar os percentuais apresentados no gráfico para saber a participação
de cada um:
Como cada participante contribuiu com um valor diferente, este valor total foi dividido
em partes iguais e neste caso vocês decidiram dividir em mil partes. Cada parte da
empresa então terá o valor de R$1,00 e cada participante denominado de sócio terá uma
quantidade determinada conforme o valor que foi investido para constituir a empresa.
Imagine que a empresa é o gráfico completo e está dividido em mil partes. Cada sócio
possui algumas partes, que são denominadas ações que representam a menor fração do
capital da empresa. Neste caso, a empresa tem mil ações, cada uma avaliada a R$1,00.
As ações podem ou não serem negociadas no mercado e o preço das mesmas será
decorrente de vários fatores que vamos começar a apresentar a partir do comportamento
do mercado.
A teoria sobre esse mercado afirma que as informações, ou melhor, TODAS as informações
e expectativas têm reflexo imediato e certo nos preços dos ativos.
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Imagine que a ação da empresa Beta esteja cotada por R$160,00 e uma informação no
mercado divulgue que a ação aumentará para R$200,00. Os investidores com acesso a
esta informação fariam o quê? Comprariam a ação? Veja que, ao mesmo tempo, esses
investidores, detentores da ação, não estariam dispostos a vender, o que acarretaria em
um aumento imediato no valor da ação, pois haveria maior procura que oferta.
Os teóricos das finanças geralmente definem três formas, ou níveis, para a eficiência de
mercado (BREALEY; ALLEN; MYERS, 2008):
3. Forte: as informações públicas ou privadas resultam dos preços atuais das ações.
Esta mesma classificação apresentada é definida por Fama ao considerar que nem todos
os mercados poderiam ser eficientes e, assim, criou três classificações para os mercados
(FAMA apud PASCHOARELLI, 2008):
• Axioma fraco
• Axioma semiforte
• Axioma forte
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O axioma fraco tem como base o modelo de passeio aleatório. Os erros de previsão
podem acontecer e, até mesmo, serem grandes. Portanto, não existe possibilidade de
um investidor ter retorno em excesso considerando os preços passados, pois não seriam
relevantes. O axioma semiforte considera como informações públicas preços passados,
e as outras como interferência nos preços atuais. Isso significa que nenhum investidor
pode ter retorno baseado nas demonstrações das empresas, notícias ou outras fontes
públicas de informações. No axioma forte, assim como apresentado no nível forte, os
preços das ações refletem os fundamentos do mercado, considerando as informações
públicas e não públicas como corretos, não beneficiando os insider traders.
Para Fama apud Paschoarelli (2008), os preços dos ativos representam o consenso geral
que considera todas as informações disponíveis na economia, no mercado financeiro e
sobre a empresa, ajustando as informações rapidamente aos preços.
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Vale destacar que o comportamento racional que maximize as utilidades esperadas saiba,
enquanto detentor de todas as informações, processá-las da melhor maneira.
Vamos imaginar que um analista tenha como base o balanço de uma empresa para
vender ou comprar ações. Ao analisar os números, ele observa que a empresa vem
aumentando consideravelmente o seu endividamento e, sendo assim, decide vender as
ações que possuía dessa empresa. Como todo mercado terá esta mesma informação, o
analista não teria ganhos com esta venda, pois todos os outros fariam a mesma análise.
A teoria apresentada por Fama apud Paschoarelli (2008) e por vários outros autores
(BREALEY; ALLEN; MYERS, 2008) que apresentavam o nível fraco ou axioma fraco
e que declaravam que nenhuma informação como preços passados ou notícias
públicas poderiam trazer vantagens a qualquer investidor, pois estes dados refletiriam
instantaneamente no preço do ativo, não considerou que os preços sobem ou descem
para promover um novo equilíbrio entre compradores e vendedores. Pode-se comparar
isso a um jogo de dados considerando que não há vícios, já que existe a possibilidade de
pequenos, médios e grandes ganhos. Podemos fazer ainda mais uma comparação, desta
vez com uma moeda, pois temos somente duas possibilidades: cara ou coroa.
Segundo Martins (2009), nos mercados ideais a regra é ganhar metade das vezes e
perder na outra metade.
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As pessoas são diferentes: elas podem tanto comprar ações e ficar com as mesmas durante
anos, como podem vendê-las diariamente; as ações escolhidas podem ser de empresas
com bons fundamentos ou ações de empresas que estão crescendo aceleradamente
(MARTINS, 2011).
GRAFISTAS FUNDAMENTALISTAS
A figura apresentada na sequência mostra fatores que são determinantes para influenciar
as pessoas sobre como elas pensam, comportam-se e o que consomem.
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Agregação das
Democratização mídias sociais Todos
da mídia
Celebridades
Analistas
Fragmentação Pouca confiança
das mídias de
massa
Forças Especialistas
motrizes
Impacto do Bloggers / Jornalistas
TV Rádio declínio da Twitters
publicidade
Impressos INFLUÊNCIA
Influentes
MÍDIAS DE MASSA Impacto sobre como
as pssoas pensam,
se comportam e
MÍDIAS Twitter
consomem
SOCIAIS
Mecanismos
Cascatas
Blogs de influência de conteúdo Agregadores
Redes sociais Densidade
Reuniões
e encontros
Redes de
E-mail INTERAÇÃO
Popularidade
Influência
PESSOAL
Agentes de influência
Telefone
Observe que são apresentados cinco fatores que contribuem para determinar o
pensamento, o comportamento e o consumo. Esses fatores são divididos em forças
motrizes, influentes, mecanismos de influência, redes de influência e agregadores.
Considerando que a fonte e a forma de processar a informação recebida levam em conta
fatores sociais, econômicos e ambientais, cada pessoa recebe e processa as informações
de determinada forma. Fica a pergunta para você: como o mercado pode ser perfeito
diante de tantas fontes de influência?
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Risco e Retorno
Definição de risco
Quando falamos em risco, devemos observar qual é o contexto avaliado: risco rodoviário,
risco para uma funerária, risco para um policial, risco para uma enfermeira, risco para
uma dona de casa, entre outros.
Outro fator que contribui para o risco ao qual o investidor está sujeito é a possibilidade
de um evento favorável não acontecer, o que pode ser representado também pela não
confirmação de um ganho ou de um ganho menor, ou até mesmo prejuízo.
Mas como calcular o risco? Para isto existem informações que são consideradas objetivas
e subjetivas:
1. Mercado
2. Crédito
3. Operacional
4. Liquidez
5. Legal
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Risco de mercado
Representa o risco mais fácil de ser compreendido, pois tem relação com
o valor de bens, serviços, índices, commodities. Compramos ou vendemos
um ativo, contratos ou derivativo1. Poderemos ter ou não ganho em
decorrência do preço a ser negociado no mercado.
1
- Derivativo: Risco de crédito
instrumentos
financeiros cujo preço Este também é um risco fácil de ser compreendido: você já vendeu
de mercado deriva do algo a prazo? Já emprestou dinheiro ou algo para alguém? Ficou com
preço de mercado de receio de não receber de volta o que emprestou? Pois então o risco de
um ativo/bem ou outro crédito é exatamente a falta de pagamento por parte do devedor. É o
instrumento financeiro que se caracteriza como insolvência. Ocorre em todas as operações que
que lhe serve de envolvem ativo financeiro de uma empresa.
referência.
Pereira (2009) cita como exemplo que, em um swap3 pré x DI sem garantias,
se houver uma queda na taxa de juros de enorme expressividade, fazendo
2
- Ações preferenciais: com que o valor líquido do swap fique impraticável, a parte comprada em
oferecem preferência pré passa a ter um risco de crédito, pois a contraparte poderá não possuir
na distribuição de condições de honrar ao compromisso acordado anteriormente.
resultados ou no
reembolso do capital
em caso de liquidação Risco operacional
da companhia. O nome
da empresa é seguido Este risco está diretamente relacionado com a gestão da empresa. É
na notação PN. decorrente de falhas de gerenciamento, controle e transparência dos
sistemas e erro humano.
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Risco de liquidez
O risco de liquidez pode ser separado em dois tipos:
Risco legal 3
- BM&FBovespa:
“acordo entre duas
O termo “legal” nos remete à “lei”, e no caso são incluídos os contratos
partes para troca de
firmados entre as partes que impõem direitos e deveres para ambas,
risco de uma posição
como: documentação, formas de pagamento, normas gerais impostas
ativa (credora) ou
pelo Governo ou pelas empresas entre si. O risco está relacionado à falta
passiva (devedora),
de documentos, incapacidade de o credor honrar o contrato no prazo
em data futura,
contratado, descumprimento de normas decorrentes de legislação.
conforme critérios
preestabelecidos.” Os
Considerando esta divisão do risco global em partes, a soma de todos
swaps mais comuns
mostra a parte sistêmica e a não sistemática do risco, sendo que um é
são os de taxas de juro,
considerado não diversificável e o outro diversificável respectivamente.
câmbio e commodities.
Os contratos são
É praticamente impossível evitar o risco sistemático considerando que
negociados em balcão
todos os ativos negociados no mercado estão sujeitos a estes riscos:
e não são padronizados
eventos políticos, econômicos e sociais. Já o risco não sistemático é
não havendo a
inerente às características do ativo em si e não gera risco para outros
possibilidade de
ativos que estiverem na carteira. Exemplo: título de renda fixa x título
transferência a
de renda variável. Um é inerente ao outro. Veremos um pouco mais
outro participante
sobre título de renda fixa no próximo tópico da disciplina.
nem antecipação do
vencimento.
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O conceito de diversificação pode ser representado por meio do gráfico abaixo, que
significa a relação entre risco (medido pelo desvio-padrão) e a quantidade de ativos
inseridos na carteira (PEREIRA, 2009).
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Retorno
Retorno é o ganho ou perda total que se obtém em um investimento.
Onde:
Kt = taxa observada, exigida ou esperada de retorno no período t.
Pt = preço corrente do Ativo.
Pt – 1 = preço do Ativo no período anterior.
Ct = qualquer fluxo de caixa produzido pelo investimento (Dividendo).
Se você compra no dia 11/02/2008 e vende no dia 11/03/2008 mil ações da Petrobras
PN, e nesse período a empresa distribuiu como dividendo, R$ 1,00, então o retorno desse
investimento é:
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EMISSORES RENTABILIDADE
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Caderneta de poupança
A Caixa Econômica Federal (CAIXA) é uma das instituições mais tradicionais
do país quando se pensa em Poupança. Ela ocupa a posição de instituição
líder nesse segmento, com 23 milhões de contas de Poupança, o que
corresponde a mais de 30% de todo o mercado nacional (CAIXA, 2011).
Fundos de investimento
Conforme a Comissão de Valores Mobiliários (2001), podemos definir fundo de
investimento da seguinte forma:
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Esta gestão da carteira do Fundo pode ser realizada pelo próprio Administrador ou pode
ser terceirizada, isto é, realizada por uma pessoa física ou jurídica, credenciada pela CVM
e contratada especialmente para esta finalidade. Este é o Gestor da Carteira.
Existem vários tipos de fundos de investimento, estando entre eles os fundos de renda
fixa.
CDB
CDB significa Certificado de Depósito Bancário. Trata-se de um título de crédito emitido
pelos bancos comerciais, representativo de depósitos a prazo feitos pelo cliente (BACEN,
2011).
É um título nominativo emitido pelo banco e vendido para o público. Tem objetivo de
captar recursos. A sua negociação é realizada a partir de uma taxa bruta de juros anual e
não considera a tributação ou inflação. Pode ser negociado a qualquer momento dentro
do prazo contratado, mas se a negociação acontecer antes do período mínimo de 30
dias, ocorre a incidência de IOF - Imposto sobre Operações Financeiras - e para todos os
períodos há a incidência do IRRF - Imposto de Renda Retido na Fonte.
Debêntures
São valores mobiliários de renda fixa que podem ter sua emissão através de sociedades
por ações de capital aberto ou fechado.
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• Valor nominal: sendo este atualizado ao longo da existência do título conforme as características
estabelecidas na emissão (resultando no PU - preço unitário da curva ou PU Histórico), as
debêntures negociadas no mercado secundário podem ter os preços na curva em função das
condições de mercado e liquidez, originando os preços de negociação;
• Indexador do valor que é atualizado;
• Prazo;
• Forma de cálculo;
• Rentabilidade proposta pelo emissor;
• Fluxo de pagamento;
• Condições a serem obedecidas pela companhia emissora ao longo da vida útil do ativo.
Conclusão
Vimos nesta unidade como as finanças corporativas foram se desenvolvendo ao longo
da história e como o mercado é complexo em função das características individuais de
cada pessoa que interfere diretamente nas suas decisões financeiras, que podem ser
mais propensas ou não ao risco de se exporem ao decidir investir no mercado financeiro.
Podemos ter um primeiro contato com algumas formas de investimento a serem
realizadas considerando os principais títulos de renda fixa. Conhecer as características do
mercado e as possibilidades de investimento será o futuro de qualquer negócio, fato que
veremos nas próximas unidades com estudo da estrutura de capital até o valor que uma
empresa possa ter no mercado.
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ATIVIDADE DA UNIDADE
Alternativas
a) 2, 4, 3, 5, 1 b) 1, 3, 5, 2, 4
c) 3, 2, 4, 1, 5 d) 1, 5, 3, 4, 2
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Unidade 02
Estrutura de Capital
e Endividamento
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Objetivo de aprendizagem
• Compreender o conceito de estrutura de capital e como uma empresa
financia suas atividades.
• Compreender o conceito de endividamento e benefício fiscal.
Introdução
Compreender como a estrutura de capital de uma empresa compromete os valores dos
investimentos em função da remuneração dos financiadores da empresa, sejam terceiros
ou acionistas, é condição para criação de valor do empreendimento, item a ser explorado
em nossa última unidade. O endividamento é intrínseco a qualquer negócio, por isso
cabe ao gestor conhecer as formas de financiamento de uma empresa e administrá-los
da melhor forma.
Estrutura de capital
As empresas precisam ter patrimônio para que possam operar no mercado. Este
patrimônio é financiado por capitais próprios e de terceiros.
Já o capital próprio é representado pelo capital investido pelos sócios e pelo lucro
reinvestido da própria empresa.
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Imagine o seu patrimônio: quem o financia? Seu salário, empréstimos, dinheiro a ser
pago em data futura como imposto, financiamentos, aplicações? Avalie: você utiliza
mais capital próprio ou de terceiros? O que é melhor? Vamos estudar um assunto que
está diretamente relacionado à maximização de lucros e da riqueza das empresas e,
consequentemente, dos acionistas.
Toda empresa precisa de recursos próprios e de terceiros para suas atividades. Cabe
ao gestor escolher qual é a forma que proporciona à empresa o menor custo médio
ponderado de capital, ou seja: apresentados os financiamentos e seus custos, qual é a
melhor opção? O capital é representado por todo valor disponível nos ativos da empresa,
não importando sua classificação contábil ou propósito (SHINOHARA, 2002).
Como o capital de terceiros é visto por muitos como empréstimo, este termo causa
muitas vezes aversão por representar uma dívida. Mas não deve ser visto como uma
fonte ruim de recursos, basta avaliar o mercado como um todo e perceber que todas
as empresas utilizam capital de terceiros. Nesse caso, o gestor deve considerar que a
empresa:
• Tem seu custo reduzido, já que os acionistas exigem maior retorno que os
terceiros através dos juros, pois quando se paga por um empréstimo, a empresa
paga juros e o acionista exige receber um valor maior do que está sendo pago
para terceiros.
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Este custo, determinado como custo de capital, é o retorno mínimo que os investidores
aceitam. Representa a taxa, conhecida como taxa de retorno, que o mercado exige para
financiar um investimento.
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O custo do capital pode ser utilizado, conforme Pratt (1998), de quatro maneiras:
• taxa de desconto para trazer fluxos de caixa (ou EVA®s) futuros projetados ao
valor presente;
• taxa mínima de retorno para aceitação de novos projetos;
• taxa da despesa financeira para o cálculo do EVA®;
• referência para taxas de retorno sobre capital empregado.
Bens e direitos: dinheiro, caixa, conta corrente, computadores, móveis, imóveis, veículos,
máquinas etc. Encontram-se no ATIVO.
PASSIVO EXIGÍVEL
ATIVO (Deveres e obrigações)
Origens de recursos
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Aplicações de recursos Capital Próprio
Origens de recursos
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ATIVO PASSIVO
- ATIVO CIRCULANTE - PASSIVO CIRCULANTE
- ATIVO NÃO CIRCULANTE - PASSIVO NÃO CIRCULANTE
- Realizável a longo prazo - PATRIMÔNIO LÍQUIDO
- Investimentos - Capital social
- Imobilizado - Reservas de capital
- Intangível - Ajustes de avaliação patrimonial
- Reservas de lucros
- Ações em tesouraria
- Prejuízos acumulados
VALOR DA EMPRESA
PLANEJAMENTO
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Estrutura de capital
Capitais de Terceiros - CT
x R$100,00 4 Quanto menor melhor
Patrimônio Líquido - PL
2. Composição de Endividamento
Passivo Circulante - PC
x R$100,00 4 Quanto menor melhor
Capitais de Terceiros - CT
Ativo Permanente
x R$100,00 4 Quanto menor melhor
Patrimônio Líquido - PL
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Para se estabelecer o custo do capital próprio, o CAPM (Capital Asset Pricing Model)
ou Modelo de Precificação de Ativos de Capital é considerado o método mais utilizado
sendo que este associa o risco e o retorno e pode ser calculado da seguinte forma.
(SHINOHARA, 2002).
f f
O coeficiente beta é um risco sistemático, pois qualquer risco afeta qualquer ativo com
maior ou menor intensidade. Ele serve como comparativo entre o retorno exigido pelo
ativo e o retorno exigido pelo mercado (ROSS, WESTERFIELD; JAFFE, 1995).
Não existe uma única fonte de informação sobre o beta, pois não há fontes diferentes
para informações sobre seu valor. Assim, um beta para um mesmo ativo pode apresentar
valores diferentes.
Este coeficiente beta, para um determinado ativo, pode ser interpretado da seguinte
maneira:
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O coeficiente beta é obtido através das variações nos preços das ações da empresa em
resposta a variações de uma carteira representativa de todos os ativos do mercado.
Sobre o risco a ser considerado pelas empresas, para calcular o que é atrativo como taxa
para seus investimentos, devemos considerar que algumas características dos setores
determinam o risco sistemático. Segundo Pratt (1998), essas características são assim
descritas:
kj = Rf + [bj x (km - Rf )]
Kj = 14,25 + 1,2 x (25 – 14,25) = 27,15% a.a
27,15% representam o retorno esperado pelo acionista – no mínimo a Cia deverá retornar
aos acionistas esse percentual sobre o valor investido.
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20 Juros
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0 Juros
300 Base de cálculo do IR
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ke = k0 + D/E ( k0 - kd)
Onde,
k0 = custo do capital de uma empresa sem capital de terceiros.
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RECEITA DESPESA
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descrição deste tópico. Já podemos informar que esta redução gera valor para ações
da empresa em quantia equivalente ao valor presente da economia de impostos (ou
benefício fiscal).
Até 1996, as demonstrações financeiras das empresas tinham que ser corrigidas
monetariamente. Mas após o Plano Real esta correção foi revogada, a partir de 01 de
janeiro de 1996, pelo Art. 4º da Lei 9.249/95.
A Lei também determina que o pagamento ou crédito dos juros fica condicionado à
existência de lucros computados antes da dedução dos juros ou lucros acumulados, ou
reserva de lucros, em montante igual ou superior a duas vezes os juros a serem pagos
ou creditados. Veja na íntegra o que a Receita Federal do Brasil informa sobre a dedução
dos juros sobre capital próprio:
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O valor dos juros pagos ou creditados poderá ser imputado ao valor dos
dividendos obrigatórios a que têm direito os acionistas, na forma do art.
202 da Lei n° 6.404, de 1976 (Lei das S/A), sem prejuízo da incidência do
imposto de renda na fonte (Lei n° 9.249, de 1995, art. 9°, §7°; RIR/1999, art.
347, §§ 2° e 3°; e IN SRF n° 11, de 1996, art. 30). A Taxa de Juros de Longo
Prazo (TJLP) foi instituída pela Lei n° 9.365, de 1996.
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APURAÇÃO DO JSCP
Demonstrativo do Cálculo
Alíquota 12%
Limite de Dedutibilidade
ou
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O valor de uma empresa sempre aumenta se a tributação dos juros da pessoa física for
menor ao efeito combinado da tributação na pessoa jurídica e do acionista na distribuição
de dividendos.
Quando uma empresa assume dívidas, sua solvência está envolvida, pois deverá ter
sempre recursos disponíveis no fluxo de caixa para pagar suas contas. Os custos destas
contas para manter a empresa em dia são altos, conforme mostram Ross, Westerfield e
Jaffe (1995), ou seja, os custos associados à reestruturação financeira ou à falência. Para
os custos chamados diretos, um dos primeiros estudos foi o de White, Altman
& Weiss (apud Ross, Westerfield, Jaffe, 1995, p. 327), para o setor de
transporte ferroviário, no qual eles foram projetados em cerca de 3%
do valor de mercado da empresa.
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Outro fator que a empresa não deve deixar de observar é a taxa de juros de longo prazo
estipulada para o cálculo. A Receita Federal do Brasil tem um histórico das taxas de juros
de longo prazo por mês e ano, sendo que os últimos 5 anos apresentaram as seguintes
taxas mensais:
Graham (2000) estima que o valor de uma empresa aumenta em média 9,7% ao
desconsiderar a tributação da pessoa física, e 4,3% por causa do benefício fiscal. Portanto,
muitas empresas buscam o endividamento até que o benefício marginal tributário inicie
o seu declínio.
As primeiras teorias sobre estrutura de capital apresentavam que uma dívida teria maior
vantagem para empresa que a utilização de capital próprio. A dedução dos juros sobre
capital próprio como despesa e consequentemente, da base de cálculo para tributação
das empresas, veio mudar esta visão.
Segundo Miller (1977), sempre que a alíquota do imposto de renda da pessoa física for
igual ou superior à da pessoa jurídica, não haverá ganho ou perda pelo uso de capital de
terceiros pela firma. Com essa afirmação, procurou anular o argumento fiscal relativo ao
uso da dívida.
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Ness Junior e Zanir (2001) realizaram uma pesquisa com uma amostra original composta
pelas 196 empresas não financeiras mais representativas da Bolsa de Valores de São
Paulo (Bovespa), com base no banco de dados colocado à disposição pela empresa
Economática e pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). As empresas com prejuízo
foram excluídas da amostra por não terem condições de lançar JSCP, reduzindo a amostra
de 196 para 94 empresas.
Foram testadas duas hipóteses, nula (H0) e alternativa (H1) para constatar se houve
alterações na preferência do tipo de capital para a formação da estrutura financeira das
empresas, em especial daquelas que passaram a se utilizar do benefício fiscal de lançar a
despesa relativa aos juros sobre o capital próprio.
H0: por parte das empresas brasileiras registradas em Bolsa de Valores, não se verifica
mudança na estrutura financeira, com aumento da participação dos capitais próprios,
em razão da introdução da vantagem fiscal relativa ao lançamento da despesa dedutível
referente aos juros sobre o capital próprio, para fins de determinação da base tributável
da pessoa jurídica.
H1: por parte das empresas brasileiras registradas em Bolsa de Valores, verifica-se uma
mudança na estrutura financeira, com aumento da participação dos capitais próprios,
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Ao longo do período analisado, as empresas, tanto as que lançaram JSCP quanto as que
não o fizeram, continuaram a aumentar o endividamento como forma de financiar seu
investimento.
A pesquisa realizada considerou que a introdução dos JSCP não produziu modificações
na estrutura de capital das empresas.
Ness Junior e Zanir (2001) informaram ao término da pesquisa que algumas limitações
impostas mereciam ser questionadas:
• Somente aceitar o lançamento dos JSCP das empresas que apresentem lucro
antes do débito dos JSCP e do IRPJ.
• Limitação dos JSCP a apenas 50% do LAJSCPIR, consubstanciando.
Essas limitações impedem que as empresas que operam com prejuízos operacionais
sazonais constituam reservas que possam ser recuperadas no futuro, a exemplo dos
prejuízos acumulados. Mesmo com imperfeições a introdução dos JSCP cria vantagens
para as empresas. Ficou evidenciado que a adoção do procedimento de lançar os juros
sobre o capital próprio permite reduzir a carga fiscal da empresa. As constatações
apresentadas permitiram aos autores concluírem que JSCP tem impacto na teoria da
estrutura de capital.
Verificou-se que as empresas que passaram a adotar o JSCP não modificaram suas
políticas quanto à formação da estrutura de capital, pois mantiveram a preferência pelo
endividamento (NESS JUNIOR; ZANIR, 2001).
Para exemplificar os cálculos que devem ser realizados para calcular os juros sobre capital
próprio, Guimarães (2004) mostra em seu artigo “Juros sobre capital próprio”, o seguinte
exemplo:
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Empresa com lucro em 2003 de R$ 45.500.000,00 antes do cálculo dos Juros sobre
o Capital Próprio, da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido e da Provisão para o
Imposto de Renda.
Capital R$ 5.000.000,00
Reservas de Capital R$ 100.000,00
Reservas de Reavaliação R$ 495.549,99
Reservas de Lucros R$ 60.143.612,01
Lucros Acumulados R$ 1.500.000,00
= Patrimônio Líquido R$ 67.239.162,00
IRRF
Imposto de Renda Retido na Fonte
Alíquota 15% (código do DARF 5706) = 1.151.327,30
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Supondo que o lucro do período em 2003 não seja ajustado por adições e
exclusões para o cálculo da CSLL e da Provisão para o Imposto de Renda, temos:
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Temos:
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Com os cálculos apresentados acima, a empresa reduziu em 16,9% os tributos a recolher,
pois recolheu o imposto de renda na fonte a uma alíquota fixa de 15%.
Conclusão
Vimos nesta unidade que a estrutura de capital de uma empresa é constituída por capital
próprio e capital de terceiros. A partir dos dados apresentados, percebemos que não há
uma fórmula pronta para definir qual é o percentual indicado para participação de cada
capital na empresa. Caberá ao gestor analisar a situação da empresa, fazer as projeções
futuras e avaliar qual o custo para utilizar capital de terceiros e capital próprio. Outro ponto
abordado nesta unidade refere-se ao benefício fiscal proveniente do endividamento, fato
a ser criteriosamente avaliado pelo gestor conforme exemplo prático apresentado. Enfim,
as decisões do gestor sobre qual recurso utilizar para financiar as atividades da empresa
interferem diretamente no valor da empresa, item a ser estudado em outra unidade.
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ATIVIDADE DA UNIDADE
Baseado na Lei n° 9.249, de 1995, art. 9°; RIR/1999, art. 347; e IN SRF n° 93, de 1997,
art. 29 sobre a dedução dos juros sobre capital próprio, exponha um breve comentário
estabelecendo quais são as condições para que a pessoa jurídica possa deduzir, na
apuração do lucro real, os juros pagos ou creditados a título de remuneração do capital
próprio:
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Unidade 03
Capital, Budgeting e
demonstrações Financeiras
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Objetivo de aprendizagem
• Entender os conceitos de Capital e Budgeting.
• Conhecer as projeção de demonstrações financeiras e entender como podem ser
quantificadas através dos orçamentos.
Introdução
Quando temos uma meta, é importante colocá-la no papel e definir quais serão as ações
necessárias para alcançá-la de forma a não nos perdermos em sua execução. Orçar é
planejar, é executar um projeto com segurança sobre quais valores serão necessários
antes, durante e posteriormente à sua execução.
Capital e Budgeting
A palavra orçamento teve origem com os antigos romanos que, para coletar impostos,
usavam uma bolsa de tecido chamada fiscus. Essas bolsas, no início da idade média, eram
conhecidas na Inglaterra por fisc. Posteriormente, na França, elas se apresentam com o
nome de bouge ou bouget – termo procedente do latim bouga. Esse nome foi adaptado
na Inglaterra para budget (orçamento).
Os sistemas orçamentários atuais tiveram origem na França em 1860 quando foi adotado
um sistema uniforme de contabilidade aplicado a todos os departamentos. No século XX,
uma série de práticas para planejamento e administração foi desenvolvida nos Estados
Unidos e foi responsável por tornar público em 1907 o primeiro orçamento de Nova
York. O Congresso norte-americano oficializou os procedimentos em 1921. Em 1929, a
iniciativa privada através da empresa Du Pont Memours começou a adaptar o modelo
(LUNKES, 2003).
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Os esforços individuais em um plano de ação que tem como base dados de desempenho
anteriores e apresenta como guia dados reais e racionais, representam a coordenação
proposta pelo orçamento conforme explica Welsh (1978). Mais importante do que ter as
informações contábeis é saber utilizá-las de forma organizada para determinar e avaliar
quais as possibilidades da empresa.
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Como atingir esses objetivos? Para isso, é necessário que haja uma orientação para
os objetivos reais da empresa considerando que os participantes neste processo
estejam envolvidos com bons índices motivacionais e com flexibilidade no processo de
implantação e acompanhamento.
Conforme o objetivo, o orçamento é elaborado com uma estrutura voltada para o mesmo.
Assim, diversos tipos de orçamento já foram estudados e implantados como:
Elaboração de orçamentos
Então, como elaborar um orçamento? É importante que a empresa siga determinados
procedimentos sem atropelar etapas e se perder no desenvolvimento.
1. Estabelecer objetivos.
2. Determinar volume e condições de vendas.
3. Considerar o volume de vendas e seu orçamento e elaborar outros orçamentos.
4. Revisar procedimentos.
5. Sempre acompanhar os resultados obtidos analisando o orçado x realizado.
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AVALIAÇÃO DE
CONTROLE DESEMPENHO
• Estratégico
• Administrativo (tático)
• Operacional
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Vamos exemplificar como um orçamento deve ser elaborado para verificar a necessidade
de compras de uma empresa em duas situações. Para isso, apresentamos um orçamento
empresarial adaptado por Figueiredo e Caggiano (1997), dividido em:
1. Orçamento de vendas
2. Orçamento de produção
3. Orçamento de consumo de matérias-primas
4. Orçamento de compras
Quando uma empresa elabora um orçamento é importante que ela tenha sua imagem
futura para saber qual valor será gasto em compras de composição do seu produto.
Dados:
Produto: A
Venda anual: 10.000 unidades
Preço unitário de vendas: R$ 20,00
Estoque Inicial: 1.600 unidades
Estoque Final: 600 unidades
Matérias-primas: X e Y
X Y
Estoque inicial 1.500 1.500
Estoque final 2.000 1.000
Preço unitário R$5,00 R$6,00
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Orçamento de vendas
Orçamento de compras
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Dados:
A 10.000 20
B 15.000 15
Estoques A B
X 500 1.000 3
Y 1.000 1.500 4
Z 1.000 500 1
W 2.500 2.000 2
Consumo Unitário
Matéria-Prima X Y Z W
Produto A 3 2 1 2
Produto B 1 0 3 2
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Orçamento de vendas
A - 10.000 X 20 = 200.000,00
B - 15.000 X 15 = 225.000,00
Total R$ 425.000,00
Produto A B
ORÇAMENTO DE COMPRAS
Matéria-Prima X Y Z W
Estoque Final 1.000 1.500 500 2.000
(+) Consumo 41.000 18.000 51.000 46.000
(-) Estoque Inicial 500 1.000 1.000 2.500
(=) Compra (ud) 41.500 18.500 50.500 45.500
(x) Preço Unitário 3 4 1 2
(=) Compra (R$) 124.500,00 + 74.000,00 + 50.500,00 + 91.000,00 = 340.000,00
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São eles:
a) Orçamento de Vendas
b) Orçamento de Produção
c) Orçamento de Consumo de Matérias-Primas
d) Orçamento de Compras
e) Orçamento de Mão de obra Direta
f) Orçamento de Custos Indiretos de Fabricação
g) Orçamento de Estoques Finais
h) Orçamento de Despesas Operacionais
i) Orçamento de Despesas de Capital
j) Orçamento de Custo das Mercadorias Vendidas
k) Orçamento de Caixa
Vendas R$ 135.000,00
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Orçamento de vendas: duas fontes de informação são fundamentais para elaborar este
orçamento:
• Quantidades do produto
• Preços esperados
• Política de concessão de créditos
• Política de descontos
• Impacto tributário sobre vendas
• Inadimplência
• Variação dos clientes
• Pesquisa de mercado
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Vendas em unidades
Vendas em R$
De posse do que se vai vender é necessário agora apurar o que se vai produzir. Para
tanto, é necessário ter também as informações sobre os estoques. Assim, a empresa
determinou que os estoques finais de cada trimestre devem ser iguais à metade das
vendas do trimestre seguinte. Para o último trimestre, determinou que fosse igual ao
trimestre anterior.
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Unidades
Unidades
Com o orçamento acima, já se sabe o quanto produzir de cada produto por trimestre e
por ano. O problema agora é saber o quanto se gasta em matérias-primas na produção,
já que são agregadas ao produto final. Assim, faz-se necessário saber o quanto cada
produto usa de matéria-prima na sua confecção. Descobrimos que, para fabricar A,
gastam-se duas unidades da matéria-prima X e para fabricar B gastam-se 3 unidades
da matéria-prima Y. Agora se pode orçar o consumo de matéria-prima multiplicando a
produção pelas quantidades componentes. Sabe-se também que o custo unitário de X é
R$ 0,50 e de Y é R$ 0,30. Assim é possível ter:
Unidades consumidas
Matéria-prima 1º Trimestre 2º Trimestre 3º Trimestre 4º Trimestre Total
X 2.500 2.000 2.500 3.000 10.000
Y 6.000 6.000 6.000 6.000 24.000
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Orçamento de compras
Unidades
Matéria-prima X 1º Trimestre 2º Trimestre 3º Trimestre 4º Trimestre Total
Estoque Final 1.000 1.250 1.500 1.500 1.500
(+) Consumo 2.500 2.000 2.500 3.000 10.000
(-) Estoque Inicial 1.500 1.000 1.250 1.500 1.500
(=) Compras em ud. 2.000 2.250 2.750 3.000 10.000
Custo unitário 0,50 0,50 0,50 0,50 0,50
Compras em R$ 1.000 1.125 1.375 1.500 5.000
Unidades
Matéria-prima Y 1º Trimestre 2º Trimestre 3º Trimestre 4º Trimestre Total
Estoque Final 3.000 3.000 3.000 3.000 3.000
(+) Consumo 6.000 6.000 6.000 6.000 24.000
(-) Estoque Inicial 3.000 3.000 3.000 3.000 3.000
(=) Compras em ud. 6.000 6.000 6.000 6.000 24.000
Custo unitário 0,30 0,30 0,30 0,30 0,30
Compras em R$ 1.800 1.800 1.800 1.800 7.200
Total de compras 2.800 2.925 3.175 3.300 12.200
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Departamento A B R$ A B
Corte 0,20 0,50 2,00 0,40 1,00
Montagem 0,50 0,50 2,00 1,00 1,00
Total 1,40 2,00
O primeiro quadro tem seu resultado multiplicando o consumo de tempo pelas unidades
produzidas:
Consumo de Horas/Homem
Depto. de Montagem
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Custo - R$
Depto. de Corte 1º Trimestre 2º Trimestre 3º Trimestre 4º Trimestre Total
Horas trabalhadas 1.250 1.200 1.250 1.300 5.000
Custo unitário 2,00 2,00 2,00 2,00 2,00
Total 2.500 2.400 2.500 2.600 10.000
Depto. de Montagem 1º Trimestre 2º Trimestre 3º Trimestre 4º Trimestre Total
Horas trabalhadas 1.625 1.500 1.625 1.750 6.500
Custo unitário 2,00 2,00 2,00 2,00 2,00
Total 3.250 3.000 3.250 3.500 13.000
Total da Mão de Obra 5.750 5.400 5.750 6.100 23.000
Parte-se então para o terceiro componente dos custos de produção: os custos indiretos
de fabricação. Esses custos são divididos em duas partes: os custos fixos e os custos
variáveis. Portanto, para confeccionar esse orçamento, há que se saber o custo variável
unitário para multiplicá-lo pelas unidades produzidas e obter a parte variável. Sabe-se
que esse custo foi rateado pelos dois produtos, resultando R$ 0,50 para A e R$ 1,00 para
B. A parte fixa é considerada constante, de sorte que a previsão anual será dividida pelo
número de trimestres. Desta forma teremos:
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Está claro que o total dos custos fixos foi informado. O trabalho foi dividir por quatro
trimestres. Em seguida, monta-se o orçamento de estoques finais com as informações já
existentes.
Matéria-Prima X Y Total
Estoque Final – ud. 1.500 3.000
Custo unitário - R$ 0,50 0,30
Estoque final - R$ 750 900 1.650
Produtos acabados
Produto A B Total
Estoque Final – ud. 750 1.000
Custo Unitário - R$ 2,90 3,90
Estoque Final - R$ 2.175 3.900 6.075
Estoque total 7.725
Produtos Obs:
A B
Matéria-Prima 1,00 0,90 A = 0,50 x 2 e B = 0,30 x 3
Mão de obra Direta 1,40 2,00
Custos Variáveis Indiretos 0,50 1,00
Custo Variável Unitário 2,90 3,90 Soma
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Após este orçamento, são orçados os valores destinados ao Ativo Permanente, que são os
investimentos de capital. Os valores fornecidos, os quais foram levantados pela empresa,
referem-se aos valores a pagar pelos investimentos a serem realizados.
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Agora já se dispõe de dados para elaborar o orçamento dos custos dos produtos vendidos.
É o que se fará a seguir com os dados de que dispomos num quadro autoexplicativo.
Obs.
Estoque Inicial de MP 1.650 (Balanço Patrimonial)
(+) Compras 12.200
(=) MP disponível 13.850
(-) Ef de MP 1.650
(=) MP consumida na Prod. 12.200
(+) Custo da MOD 23.000
(+) CIF 30.500
(=) Custo de Produção Orçado 65.700
(+) Ei de produtos acabados 6.025 (Balanço Patrimonial)
(-) Ef de produtos acabados 6.075
(=) Custo dos produtos vendidos 65.650
Orçamento de caixa
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1º 2º 3º 4º
Entradas Ano Obs.
Trimestre Trimestre Trimestre Trimestre
Todo este orçamento apresentado por Coelho (2010) tem de ser acompanhado, pois o
planejamento é inócuo e sem controle, um é inerente ao outro. Controlar o orçamento
deverá ser uma ação definida pela empresa no momento da construção do mesmo.
Assim, o prazo para acompanhá-lo poderá ser mensal, quinzenal, mensal, bimestral e
assim por diante.
- O valor orçado
- O valor executado
- A diferença entre o valor orçado e o executado
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ACOMPANHAMENTO
ORÇAMENTÁRIO
Mensal Acumulado
Realizado Orçado Dif. % Realizado Orçado Dif. %
Receitas
Despesas
O controle do orçamento deve analisar os motivos que geram a diferença entre o orçado
e o planejado para que a empresa possa agir e/ou aproveitar-se da diferença. Para isso, é
necessário observar se a mesma se apresenta como fator positivo ou negativo de acordo
com o item que apresentou variação maior ou menor, se é uma despesa ou uma receita,
cabendo em cada caso sua avaliação como benefício ou não.
• Balanço Patrimonial
• Demonstrativo de Resultados
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Vendas 167.000
(-) Custo dos Prod. Vendidos 65.650
(=) Resultado Bruto 101.350
(-) Desp. Operacionais 40.000
(=) Lucro Operacional (LAIR) 61.350
(-) Imposto de Renda (40%) 24.540
(=) Lucro Líquido 36.810
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Através das projeções é possível analisar como os resultados financeiros irão evoluir.
Obringer (2011) ressalta a importância do balanço patrimonial considerando que este é
um espelho do patrimônio da empresa em um dado momento. Inicialmente, o balanço
projetado considera as especulações, mas que devem ser baseadas nas informações
disponíveis nos orçamentos apresentados. Para servir de análise e comparação, deverá
ser projetado a partir do balanço já utilizado pela empresa.
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Após apresentar os valores dos ativos e passivos, a empresa terá o valor líquido que
representa o valor dos proprietários.
Para projeção da DRE, deve-se fazer uma lista com as projeções mensais do primeiro ano
e incluir algumas informações:
O valor de todos os itens indicados, juntamente com as despesas, deve ser excluído do
lucro bruto para encontrar o lucro líquido ou prejuízo.
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Conclusão
Nesta unidade foi possível visualizar como as decisões de uma empresa devem ser
mensuradas de forma a contribuir com o gerenciamento da mesma, tendo o foco
na execução de seus objetivos, agregação de valor para empresa, redução de risco,
possibilitando maior segurança para continuidade dos negócios. O orçamento somente
terá validade se forem acompanhados os seus valores projetados e executados. Não basta
elaborar: tem que validar através de controles e novas decisões conforme necessidades
temporais.
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ATIVIDADE DA UNIDADE
No cenário empresarial atual, onde fatores como competitividade, eficiência, visão sistêmica
e posicionamento de mercado dentre outros, são vitais para a longevidade da organização, a
capacidade de planejar-se para que a alocação de recursos seja feita de forma consciente e
eficaz é ponto fundamental para a maximização de retorno dos investimentos e minimização da
exposição aos riscos.
O orçamento empresarial é muito completo e complexo sendo uma das mais importantes
ferramentas de planejamento. São realizados diversos tipos de orçamento, que projetam o
Demonstrativo de Resultados e o Balanço Patrimonial.
Relacione a segunda coluna de acordo com a primeira, baseado em seus conhecimentos
construídos sobre fontes de análise e elaboração de cada um dos orçamentos:
[ ] Previsão de vendas.
a. Orçamento de Vendas
b. Orçamento de Produção [ ] Quanto produzir de cada produto por trimestre
c. Orçamento de Consumo de e por ano.
Matérias-Primas [ ] Análise do cenário do mercado do produto
d. Orçamento de Compras oferecido e Capacidade de produção instalada
e. Orçamento de Mão de obra Direta da empresa.
f. Orçamento de Custos Indiretos de
Fabricação [ ] Salários do pessoal de administração, encargos
sociais, viagens, publicações, comunicação via
g. Orçamento de Estoques Finais
telefone, fax, Internet etc.
h. Orçamento de Despesas Operacionais
i. Orçamento de Despesas de Capital [ ] Compras, Custo da MOD, CIF.
j. Orçamento de Custo das
[ ] Consumo de matérias-primas.
Mercadorias Vendidas
[ ] Razão entre custo variável unitário e unidades
produzidas.
Alternativas
[ ] Razão entre a quantidade total de produto e seu
a) h,j,a,c,b,f,d,e,i,g custo unitário.
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Unidade 04
Valor, avaliação de empresas e
ações e precificação de ativos
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Objetivo de aprendizagem
• Compreender o processo de avaliação de empresas e as influências que a percepção
de valor pelo mercado exerce sobre ele.
• Entender e conceituar a diferença entre preço e valor.
• Conhecer as temáticas relacionadas ao mercado financeiro e como os métodos para
avaliação de ações e precificação de ativos são precificados.
Introdução
Esta unidade mostrará como as escolhas do consumidor refletem diretamente no valor
que uma empresa tem e, consequentemente, no seu preço. Você irá observar que é
impraticável uma empresa gerenciar os seus números se não buscar compreender qual
é o comportamento do consumidor e as suas tendências. A unidade mostra conceitos
e ferramentas importantes para que uma empresa calcule qual o seu valor no mercado,
planeje seus objetivos e avalie qual o impacto na sua geração de valor.
Oscar Wilde escreveu: “Vivemos em uma época onde sabemos o preço de tudo e o valor
de nada!”. Preço e valor são duas palavras muitas vezes utilizadas no mercado como
sinônimos, mas não são! Elas são bem diferentes!
O que você está vendo? O preço ou o valor? O preço! O preço é a quantia paga e
o valor considera o que você levará nesta troca. O consumidor espera e aceita pagar
determinado preço de acordo com o benefício que ele percebe.
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Qual é o seu time de futebol? E qual é o principal adversário dele? Vamos dizer que o
preço da camisa oficial do seu time tem praticamente o mesmo preço que a camisa
oficial do seu adversário principal. Quanto você pagaria pela camisa do adversário?
Alguns podem responder: nada! Mas sabemos que o preço é igual e o valor é diferente!
Dependendo do cenário você pagaria qualquer preço pela camisa do seu time, mas pela
camisa do adversário não levaria nem de graça.
“No campo econômico, “valor” pode ser entendido como a apreciação feita por um
indivíduo (num dado tempo e espaço), da importância de um bem, com base em sua
utilidade (objetiva e subjetiva).” Paiva (2001, p.2).
Outro exemplo que podemos citar é o preço e o valor de uma foto. Quanto vale uma
única foto de um amigo querido de alguém desconhecido? Nada! Mas se fosse a foto de
uma pessoa querida para nós com certeza algum valor ela teria. Quando o consumidor
busca um produto, serviço ou mercadoria, ele tem que fazer o que o marketing reconhece
como esforços relacionados aos fatores tempo, mental, social etc. E isso representará o
preço que o consumidor está disposto a pagar. Por exemplo, o deslocamento para um
posto de gasolina que fica a 10 km da sua casa, sendo que pode escolher um a menos
de 1 km; a ida a um salão de beleza distante, um restaurante no final de semana, um
clube, supermercado. O que leva o consumidor a escolher por um produto, serviço ou
mercadoria em determinado local? O benefício que o consumidor percebe, ou seja, o
valor.
Através do parágrafo anterior percebemos que os esforços mais o valor percebido pelo
consumidor serão responsáveis pela formação do preço.
Imagine dois bens que são vendidos pelo mesmo preço, mas o valor atribuído pelos
consumidores faz com que seus preços sejam diferentes. Por exemplo: dois veículos
podem ser avaliados em sua composição de peças, acessórios, potência pelo mesmo
preço, mas o mercado, que é o consumidor do veículo, definirá o preço em função das
suas expectativas: provavelmente o consumidor estará disposto a pagar um preço maior
pelo carro que tiver mais valor para ele, mas não terá necessariamente o maior preço.
Veja o que Churchill (2003) diz:
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Quanto custa para você esperar? Este é o chamado esforço temporal pelo qual você está
disposto ou não a pagar conforme a sua urgência. Você paga mais caro conforme a sua
necessidade de espera.
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Em todas as áreas da vida sempre serão reconhecidos aqueles que conseguem evidenciar
e agregar valor. Estas pessoas preenchem a vida e as relações de significado e conduzem
seus interlocutores a perceberem os aspectos mais significativos de cada interação,
aquisição e/ou relacionamento (Hilsdorf, 2011)
Não adianta uma empresa ofertar seu produto, serviço e/ou mercadoria da melhor
forma possível se o cliente não reconhece esse esforço na forma de retribuição de valor.
Caso isto aconteça, a empresa terá um alto gasto sem retorno e seus custos ficarão
descobertos. Este é um fator que deverá ser avaliado cautelosamente pela empresa, pois
muitas vezes, além de cobrir o custo, deverá aumentá-lo para criar valor.
A percepção de valor não tem somente a visão externa do cliente (mercado). Há também
a percepção interna da empresa que desenvolverá suas atividades priorizando as
atividades de relevância estratégica (PORTER, 1998, p. 31).
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Rocha (1999) salienta que qualquer empresa tem a sua cadeia de valor representada por
atividades que criam valor desde o início da produção até o produto final entregue para
o consumidor. A criação de valor é um ciclo de dentro para fora e de fora para dentro da
empresa.
Para o mercado financeiro, o preço das ações de uma empresa será resultado do
valor atribuído pelos clientes. Entenda que os clientes, nesta avaliação, compreendem
os consumidores dos seus produtos, serviços e/ou mercadorias e os compradores de
suas ações. Para os compradores de ações, o valor estará associado aos resultados das
demonstrações financeiras, sendo estes decorrentes da gestão da empresa que deve
compreender qual o seu valor no mercado. Mas como avaliar o valor de uma empresa no
mercado? Quais ferramentas uma empresa e o mercado devem considerar para avaliar
qual o valor e o preço de uma empresa? Vamos ver estas ferramentas nos próximos
tópicos.
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Avaliação de Empresas
O processo de avaliação de empresas consiste na busca de um valor econômico que
expresse o potencial de geração futura de sua riqueza. Assim, podemos observar, após
os conceitos do primeiro tópico desta unidade, que não existe um valor “correto” para
um negócio (MARTINEZ,1999).
Conforme Perez e Fama (2004) o fluxo de caixa descontado é uma das principais
ferramentas utilizadas para avaliar o valor de uma empresa. Quando ocorre um processo
de venda ou incorporação no mercado, a justiça brasileira estabelece a apresentação do
balanço de determinação para que sejam conhecidos os patrimônios contábeis de cada
empresa participante do processo.
A pergunta que instiga este tópico é: quanto vale uma empresa? Ao avaliarmos um
determinado patrimônio, em função de o valor não ter uma única definição no mercado,
percebemos algumas dificuldades em determinada empresa (PEREZ; FAMA, 2004).
O equilíbrio deve ser foco do analista financeiro para alcançar um valor econômico
justo de uma empresa. O avaliador deve atentar para critérios subjetivos relacionados
ao comportamento humano. A própria ciência contábil, onde estarão demonstrados os
valores nos relatórios, não é uma ciência exata, mas social.
Os modelos de avaliação de empresa que a teoria apresenta podem ter suas aplicações
em conjunto ou serem aplicados em separado. Nenhum método é considerado absoluto.
Existem métodos que apresentam técnicas mais adequadas para avaliação conforme
informações disponíveis. Como a avaliação se baseia em dados, estes serão a causa das
qualidades apresentadas na avaliação, uma vez que esta considera esses dados para se
apresentar (PEREZ; FAMA, 2004).
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Segundo Damondaram (1997), não existe um modelo considerado melhor. Cada cenário
de avaliação seleciona determinadas características da empresa que está em avaliação e,
assim, o modelo é escolhido, conforme o cenário. Mas o contrário também acontece: a
empresa ajusta seus ativos para se adequar ao modelo de avaliação a ser utilizado.
Veja o exemplo de alguns dados de duas empresas que passaram por um processo de
fusão:
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A crise de 2009 contribuiu para quebra de bancos. Algumas empresas passaram do lucro
para o prejuízo e a expectativa de crescimento do PIB mundial foi derrubada, afetando o
mercado de fusões e aquisições no Brasil. O processo de compra e venda de empresas
contribui para sobrevivência das mesmas, sendo uma dessas operações o mega-acordo
entre Perdigão e Sadia tirando a Brasil Foods.
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Como vimos no primeiro tópico desta unidade o valor é relativo, pois envolve vários
fatores, estando entre eles os subjetivos. O PREÇO é considerado preciso, exato e reflete
de forma fiel qual é a mensuração financeira de uma operação de compra e venda de
determinada empresa.
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O PREÇO não vem definido em uma operação de compra e venda patrimonial. Ele será
resultado da negociação realizada, baseada em dados e cálculos conforme os desejos
e expectativas das partes envolvidas no processo que levarão em consideração critérios
relacionados ao VALOR da empresa para calcular o seu PREÇO. Começa então a chamada
especulação que envolve critérios de ordem emocional (DAMONDARAN,1997).
Conforme Martins (2001), o valor de uma empresa estará diretamente relacionado com
os benefícios líquidos que poderão ser extraídos no presente e no futuro. Para Martins,
existem duas formas para avaliar uma empresa em circunstâncias normais:
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Descrição Dificultadores
De acordo com a afirmação de Martins, mesmo que este método apresente suas
deficiências, a situação contábil de uma empresa e seu valor patrimonial são informações
úteis para avaliar economicamente e financeiramente uma empresa.
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Valor da Empresa = Valor dos Ativos Ajustados – Valor dos Passivos Ajustados
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O valor de um negócio ocorre em função dos benefícios futuros que ele será capaz de
produzir: sua capacidade futura de geração de riqueza.
Observe a partir da figura a seguir que este método tem por objetivo projetar futuros
fluxos de caixa e trazer o valor presente, por uma taxa de desconto apropriada, para
medir o risco inerente a estes fluxos e o custo de oportunidade dos capitais.
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Através deste método o fluxo de caixa da empresa pode ser projetado, considerando
anos que possam consistir em razoável segurança o comportamento de determinadas
variáveis relevantes como preço, insumos, matéria-prima, produtos, volume de vendas,
despesas operacionais. Os períodos considerados no mercado para realizar as projeções
são entre 5 e 10 anos.
O valor residual considerado para empresa ou o valor da perpetuidade é dado pelo fluxo
de caixa não coberto pelo período de projeção.
Uma das perguntas para descontar os fluxos é: qual taxa de desconto utilizar?
A taxa a se utilizar para o desconto do fluxo de caixa a valor presente é o custo médio
ponderado de capital (CMPC), assunto que estudamos na unidade anterior. Esta taxa é a
que melhor reflete o custo de oportunidade e os riscos dos fluxos.
O CMPC:
A crítica para este método é utilizar uma mesma taxa de desconto para todo período, ou
seja, anos e anos com a mesma taxa e considerando uma mesma estrutura de capital.
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D) Goodwill
• Marcas registradas;
• Market share;
• Conhecimento organizacional;
• Qualidade dos processos internos;
• Know-How técnico do corpo funcional;
• Credibilidade de mercado, etc. (PEREZ; FAMA, 2004).
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Até a mudança na legislação não estava refletido no balanço patrimonial. Com ela as
empresas passam a apresentar o ATIVO INTANGÍVEL. Veja maiores informações no
Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), o normativo vigente sobre este assunto.
Segundo Ornelas (2000), para calcular o GOODWILL, a empresa deve mensurar o lucro
operacional líquido normal (LN), que é o lucro gerado pelo ativo operacional líquido
(AOL) a valores de mercado, aplicado à taxa do custo de capital próprio.
Ornelas (2000) adota como custo de capital próprio a taxa máxima permitida por lei
que os particulares podem ajustar em seus negócios, conforme a Lei da Usura, em seu
artigo primeiro, fixada em 12% (doze) ao ano, considerando o ativo operacional líquido
(AOL), a somatória dos ativos circulantes operacionais (ACO) e dos ativos permanentes
operacionais (APO), deduzidos dos passivos operacionais (PO), conforme a fórmula:
A etapa seguinte consiste na apuração dos lucros operacionais líquidos gerados pela
empresa que está sendo avaliada. O lucro operacional líquido é o lucro gerado pelas
operações da mesma, excluídas as receitas e despesas financeiras e deduzidas as
provisões tributárias incidentes sobre este lucro. São consideradas, inclusive, despesas
que não afetam o caixa como, por exemplo, depreciação e amortização, como despesas
efetivas e redutoras deste lucro. Os outros resultados gerados por ativos de natureza não
operacional devem ser excluídos deste lucro líquido operacional.
Todos os dados históricos devem estar corrigidos monetariamente e, para evitar eventuais
sazonalidades operacionais ou comerciais, quedas ou crescimentos acentuados que
poderão não se repetir no futuro, Ornelas (2000) recomenda a utilização de resultados
auferidos em vários exercícios sociais subsequentes, para apurar o Lucro Operacional
Líquido médio histórico ajustado, através de média simples.
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Se o Lucro Operacional Líquido médio histórico ajustado (LOL mha) for superior ao Lucro
Normal (LN), pode-se dizer que esta empresa possui um sobrevalor, ou um Goodwill não
adquirido, pois é capaz de gerar lucros considerados acima do normal.
Conforme Ornelas (2000), deve-se tratar a empresa como uma perpetuidade financeira
que, dividida pela taxa de custo do capital próprio, caso o resultado seja positivo,
corresponderá ao Goodwill não adquirido. Assim, o valor do Goodwill será igual ao
Lucro Acima do Normal (LAN), dividido pelo custo de capital próprio (CCP), e deverá ser
consignado no Balanço de Determinação, ou seja:
É importante, conforme Perez e Fama (2004), que a empresa separe valor econômico
da empresa do valor da empresa para o acionista, pois o fluxo de caixa futuro de suas
operações não pertence apenas aos acionistas da empresa, mas também aos demais
credores que cofinanciam os ativos operacionais que gerarão tais fluxos.
Valor Econômico da Empresa = Valor Presente dos Fluxos de Caixa + Valor Residual
ou Valor da Perpetuidade + Valor de Mercado dos Ativos não Operacionais.
E) Balanço de Determinação
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Até o ano de 2010, este balanço era regido pela resolução CFC nº 732/92 (que foi
revogada pela Resolução nº 1.283/201). Ela pode ser consultada no endereço eletrônico
do CFC. A avaliação patrimonial pode ser consultada nos pronunciamentos e resoluções
vigentes do CFC.
Outro método adotado para avaliar as empresas é a avaliação com base no preço das
ações na bolsa de valores. Para isso, é importante compreender como as ações são
avaliadas. Assim, este método será abordado juntamente com o próximo tópico desta
unidade.
Todos os métodos de avaliação buscam um valor econômico justo, que mostre de forma
equilibrada os valores intrínsecos da empresa. Não podemos deixar de lado que não
é somente a ferramenta de avaliação que apresenta suas diferenças: o avaliador e os
analistas também terão suas formas de avaliar e podem produzir diferentes análises
utilizando as mesmas ferramentas.
Mesmo que uma empresa utilize todos os métodos para avaliar seu preço, não existirá
um preço passível de comprovação absoluta, e sim valores que servirão de referência
para o mercado de compradores (PEREZ, FAMA, 2004).
Segundo Assaf (1997), três princípios elementares e fundamentais em finanças para uma
decisão criteriosa de investimentos estão incorporados no método que considera o fluxo
de caixa descontado. São eles:
O Balanço de Determinação deve definir um valor efetivo para uma empresa, geralmente
em um processo judicial onde existem claros conflitos de interesses entre as partes
litigantes. Ele não encontra sintonia com as teorias de finanças, pois, para a apuração
de valor, considera lucros passados e não a capacidade de geração de riqueza futura da
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empresa, além de efetuar cálculos com base em lucros operacionais e não em geração
de fluxos de caixa (PEREZ; FAMA, 2004).
O valor de uma empresa depende dos benefícios líquidos que se poderá extrair da mesma
no presente e no futuro. Também conforme a jurisprudência predominante, ocorrências
posteriores à data do evento não afetam a apuração de haveres e o valor da empresa
apurado através do Balanço de Determinação (MARTINS, 2001).
Avaliação de Ações
Conhecer o valor das ações é importante, pois através desta avaliação é possível perceber
se os administradores estão aumentando a riqueza dos proprietários e da própria
empresa.
• Fluxos de caixa
• Timing (períodos de ocorrência dos fluxos de caixa)
• Retorno exigido (risco)
Exemplo: um investidor deseja estimar o valor dos ativos que possui, considerando:
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FC 1 FC 2 FCn
V0 ...
(1 k )1 (1 k ) 2 (1 k ) n
Onde:
V0 = valor do ativo no tempo zero
FCn = fluxo de caixa esperado no final do período n
k = retorno exigido apropriado (taxa de desconto)
n = período de tempo relevante
Mas nem sempre o preço do mercado é igual ao valor intrínseco, dadas as imperfeições e
ineficiência do mercado para avaliar o título. O problema é determinar se há uma avaliação
correta do preço da ação pelo mercado (VANHORNE, 1972). A análise fundamentalista
deverá identificar:
Normalmente, a estimação do valor é encontrada pelo cálculo do valor atual das ações
em função do fluxo dos lucros (por ação efetivamente) distribuídos em um determinado
intervalo de tempo, refletindo a política de distribuição da empresa e sua capacidade de
gerar lucro (CASTRO,1979; RUDGE,1993).
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As informações (sejam elas financeiras ou não), desde que relevantes, que ilustrem o
passado e o presente da empresa, serão consideradas ferramentas importantes para
que se possa realizar as projeções para o futuro da empresa. Outras influências no
preço e valor das ações negociadas estão relacionadas com a conjuntura econômica e
considerações políticas que devem ser analisadas.
Conforme Rudge (1993), o valor intrínseco de uma ação está fundamentado na expectativa
de lucros futuros, e o momento ideal para a compra é quando o seu preço está baixo, e
o momento ideal para venda quando o preço está alto. Para Oliveira (1986), os valores e
preços de mercado deveriam ser iguais.
Entretanto, estes valores não são iguais em função das subestimativas ou superestimativas
do preço da ação. Este fato se deve a influências, inclusive de caráter psicológico, que
geram oscilações rápidas de maior ou menor amplitude de acordo com a ineficiência e
desinformação do mercado (SÁ, 1987; VANHORNE, 1972).
O valor intrínseco é o valor que as ações tendem a movimentar. A longo prazo, apesar
das imperfeições do mercado, ele avalia corretamente o valor de uma ação (SÁ,1987).
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As ações são avaliadas de acordo com os caprichos do mercado e não de acordo com
qualquer valor resultante da rentabilidade potencial e de risco da empresa (VANHORNE,
1972). A análise técnica se preocupa com as características recorrentes do tempo que
geram dados sobre probabilidades de ocorrência no futuro, considerando os níveis de
incerteza para realização da previsão (CASTRO, 1979).
A avaliação de uma empresa com base no valor das ações na bolsa de valores é um
método simples, que é válido somente para empresas anônimas de capital aberto, ou
seja: somente empresas que negociam ações na bolsa de valores. As empresas também
devem conter uma expressiva liquidez de mercado para evitar oscilações no seu preço
decorrentes de especulação.
A premissa básica para este método é a Teoria de Eficiência do Mercado, que apura o
chamado Valor de Mercado da Empresa (PEREZ; FAMA, 2005).
Precificação de Ativos
O MODELO DE PRECIFICAÇÃO DE ATIVOS FINANCEIROS (CAPM), item já estudado em
nossa disciplina no tópico “estrutura de capitais”, relaciona a teoria básica relativa ao
risco, retornando o estudo em nossa primeira unidade. Esta teoria foi desenvolvida para
explicar como os preços de títulos se comportavam para que os investidores pudessem
avaliar o impacto do investimento a ser realizado em um título sobre o risco e o retorno.
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Risco diversificável - é risco que independe do mercado e pode ser eliminado através
da diversificação, com o aumento da quantidade de diferentes ativos.
Risco sistemático ou não diversificável – é a parcela do risco que não pode ser eliminada
pela diversificação e está relacionada com o comportamento do mercado.
O risco total de uma carteira pode ser formado por duas partes:
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Este modelo é padrão na maior parte das análises de finanças e é dado pela equação:
f f
Onde:
Conclusão
Encerramos esta disciplina trabalhando um tema muito polêmico para área financeira:
valor. Enquanto buscamos mensurar, quantificar todo o patrimônio de uma empresa e
as suas decisões, não podemos desconsiderar os conceitos relacionados a valor. Nesta
unidade, foi possível compreender como a percepção que o mercado tem da empresa
interfere no valor da mesma e, consequentemente, na sua continuidade no mercado.
Os modelos propostos para avaliação patrimonial precisam conciliar uma infinidade de
fatores para serem utilizados da melhor forma possível, de maneira que agreguem valor!
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ATIVIDADE DA UNIDADE
Fusões e aquisições de empresas são práticas presentes nos mercados atuais. Essas transações
são balizadas pela estimativa de valor aferida à organização alvo. Como avaliar? Existem vários
métodos para mensuração desse valor, onde na prática, o avaliador utiliza a ponderação entre
o resultado de várias dessas metodologias, encontrando uma cifra que represente a melhor
estimativa possível do valor econômico da empresa. Relacione as definições apresentadas
na segunda coluna com seu respectivo método de avaliação do valor econômico de uma
empresa:
c) D, B, A, E, C d) B, E, A, D, C
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ATIVIDADE DA UNIDADE 02
Ver sessão “Endividamento e benefício fiscal” da UNIDADE 02 desta apostila.
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Anotações
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