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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUÍZ DE DIREITO DO 2º

JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE APARECIDA DE


GOIÂNIA-GO

Processo nº 7058054.26.2010.8.09.0021

BANCO IBI MÚLTIPLO, devidamente qualificado nos autos do processo


em epígrafe, por intermédio de seu advogado e procurador infra-assinado,
com escritório profissional sito à Av. Fued, Setor Jardim Goiás, vem à
presença de Vossa. Exelência opor EMBARGOS DE DECLARAÇÃO POR
OMISSÃO, com fundamento no artigo 535 do Código de Processo Civil, à
respeitosa decisão de fl. 5 e seguintes, pelos motivos e direito a seguir:

DOS FATOS

Trata-se de uma ação ordinária proposta por DIVINO CARLOS NUNES


em desfavor de C&A MODAS Ltda. No dia 28/11/2009 realizou com a
requerida um acordo para quitação integral de sua dívida de cartão de
crédito no valor de R$ 438,91. Que apesar de ter pagado o acordo, em
fevereiro de 2010 recebeu uma cobrança da parte ré afirmada a existência
de dívida no valor de R$ 1.058,62
Ao entrar em contato com a empresa, esta afirmou que, por erro de
sistema, o acordo ficou incorreto e o requerente pagou a dívida
pertencente a terceiro.
Consta na fl 5 ,a decisão na qual estipula o valor da condenação, nos
termos do artigo 398 da CC e à luz das Súmulas 54 e 362 do STJ, deverá
sofrer incidência de correção monetária e juros moratórios.

DO DIREITO

Foi dado na decisão na qual foi estipulado os valores da condenação, e a


incidência de correção monetária e juros, porém ocorre a omissão neste
parágrafo, pois deixou de fixar a data para a incidência da correção
monetária e dos juros moratórios muito menos o valor da porcentagem do
mesmos.

Nesses termos, alude o artigo 535 do Código de Processo Civil:

"Art. 535. Cabem embargos de declaração quando:


I - houver, na sentença ou no acórdão, obscuridade ou contradição;
II - for omitido ponto sobre o qual devia pronunciar-se o juiz ou tribunal."

A omissão já é de entendimento aos nossos juristas, assim diz a ementa:


Processo:MS 1902 AC 2005.001902-8/0001.09
Relator(a):Desª. Miracele Lopes
Julgamento:29/03/2019
Órgão Julgador:Tribunal Pleno
PROCESSUAL CIVIL: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO; EXISTÊNCIA DE
OMISSÃO NOS FUNDAMENTOS DA DECISÃO EMBARGADA
MANDADO DE SEGURANÇA: DECA-DÊNCIA DO DIREITO DE
IMPETRAR O WRIT; INEXISTÊNCIA DE LEI DE EFEITOS
CONCRETOS; ATO ADMINISTRATIVO QUE CAUSA LESÕES
SUCESSIVAS E CONTINUADAS; DECADÊNCIA AFASTADA
ADMINISTRATIVO: APLICAÇÃO SUBSIDIÁ-RIA E ANALÓGICA, AO
ESTADO DO ACRE, DA LEI FEDERAL N. 9.784 / 99, NO QUE TOCA AO
PRAZO DECADENCIAL DE CINCO ANOS PARA A ADMINISTRAÇÃO
PÚBLICA REVER SEUS PRÓPRIOS ATOS.

À vista de tais disposições, verifica-se que os embargos de declaração


se constituem em remédio processual para cuja utilização a lei exige a
prolação de um acórdão, a que se repute vício de obscuridade ou
contradição, ou, ainda, a ocorrência de uma dúvida. Possibilitando à parte
requerer ao Tribunal que aperfeiçoe o acórdão em prol de sanar
contradição, dúvida, omissão ou obscuridade.
Cândido Rangel Dinamarco, comentando a natureza jurídica dos
embargos de declaração e a excepcionalidade de sua eficácia infringente,
no tocante ao suprimento de uma omissão, diz que:
“A primeira hipótese de legítima eficácia infringente dos embargos
declaratórios vem da própria sistemática desse remédio processual,
conforme concebida pelo legislador e presente nos termos explícitos do
art. 535 do Código de Processo Civil. A situação em que essa eficácia se
manifesta de modo mais agudo é a dos embargos fundados em omissão
sobre algum dos pedidos cumulados, ou sobre algum fundamento da
demanda ou da defesa (art. 535, inc. II). A decisão que supre omissões
dessa ordem pode ter repercussão direta sobre o julgamento do mérito,
até mesmo para inverter substancialmente o teor do julgamento. Pensar,
p. ex., na sentença que se omite por completo sobre a prescrição alegada
pelo réu e julga procedente a demanda inicial. Ao suprir essa omissão em
sede de embargos declaratórios, o juiz pode, legitimamente e sem a
mínima infração ao sistema, acolher a defesa e, ao acolhê-la, alterar
radicalmente a conclusão do decisório – extinguindo, pois, o processo com
julgamento do mérito a favor do réu e não mais do autor.
É explícito o Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal, ao
estabelecer que os embargos de declaração limitar-se-ão a suprir
obscuridade, contradição ou lacuna do acórdão embargado, ‘salvo se
algum outro aspecto da causa tiver de ser apreciado como conseqüência
necessária’ (RISTF, art. 338). Nesses casos, sendo pedida pelo
embargante e podendo ser concedida pelo juiz uma alteração substancial
no teor do decisum, os embargos declaratórios são dotados de
desenganada feição recursal” (nova era do processo civil, 2ª ed.,
Malheiros, SP, 2007, pp. 189/190).

Assim sendo, requer-se que Vossa Excelência. complete e explicite o


real sentido da aludida determinação.

DO PEDIDO:

Com fundamento no art. 535, inciso I (ou inciso II), sejam conhecidos os
embargos, pois omissos, e lhe dê provimento, para o fim indicado.

Termos que
Pede deferimento.

Aparecida de Goiânia – GO, 31/10/2020

Rafhael Tremura Rezende


Priscilla Rossi

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