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Trabalho de Conclusão
de Curso submetido ao
Departamento de Física
da Fundação
Universidade Federal de
Rondônia, como
requisito pra obtenção
do titulo de graduação
no curso de Licenciatura
plena em Física.
Este trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado para obtenção do titulo de
graduação no curso de Licenciatura Plena em Física e aprovado em sua forma final, no
dia 15 de dezembro de 2008, pelo programa de graduação do Departamento de Física da
fundação Universidade Federal de Rondônia, campus de Ji-Paraná.
Banca Examinadora
a meus pais.
Agradecimentos
Agradeço á minha família, por sempre estar do meu lado e por proporcionar o
apoio financeiro durante esses três anos e meio.
Aos colegas de turma pelo apoio, ajuda e momentos que passamos juntos.
Tenham certeza, vocês moram em meu coração. Em especial a Adilson, Queila,
Geovana, Jamis, Daniela e Mohameds.
Resumo
1. Introdução......................................................................................................................9
1.1 Aspectos históricos referentes ao movimento vertical dos corpos............................9
1.2 Aplicações do Estudo..............................................................................................11
1.3 Métodos Numéricos e Computacionais...................................................................11
2. Estudo do Movimento Vertical....................................................................................13
2.1 Queda Livre.............................................................................................................13
2.2 Queda na Presença de Forças Viscosas de Resistência do Ar................................15
3. Estudo do Movimento Vertical: Campo Gravitacional variável com a altura............24
3.1 Estudo do Movimento Vertical: Com resistência do ar..........................................26
3.2 Algumas comparações de modelos usando a g constante ou variável....................28
4. Considerações sobre alguns fenômenos que aparecem devido as Forças de
Resistência do Ar.............................................................................................................30
4.1 Perdas de Informação I............................................................................................30
4.2 Perdas de Informação II...........................................................................................31
4.3 Forças Dissipativas..................................................................................................32
5.Conclusão..........................................................................................................34
6. Referências..................................................................................................................35
9
1. Introdução
filosofia, era tendência dos corpos e irem ao seu lugar natural: no caso um corpo feito
de matéria tenderia ir para a terra que também é feito de matéria.
Segundo o modelo de Aristóteles havia apenas quatro elementos: terra, água, ar
e fogo. Assim o elemento terra iria em direção ao centro da terra, o elemento ar acima
da superfície, o elemento água entre o elemento terra e ar. Por esse motivo uma pedra
caía, a fumaça subia. O modelo Aristotélico parecia convincente para a época,
entretanto, não tinha nenhuma sustentação física e experimental, baseava apenas na
observação não cuidadosa dos fenômenos (GATTI et al., 2004).
O modelo de Aristóteles se sustentou por quase 2000 anos, até que a bem
sucedida teoria heliocêntrica de Copérnico triunfou. Mas foi com estudos de Galileu-
Galilei (1564- 1643.) que levou a formulação geral da cinemática da queda dos corpos
(GATTI et al., 2004).
Galileu foi o primeiro que observou a existência de uma força de resistência do
ar. Quando depois de vários experimentos afirmou categoricamente que “se
eliminarmos completamente a influência do ar, todos os corpos atingem ao mesmo
tempo o solo” (HALLIDAY, et al,2002). No entanto Galileu não foi capaz de
determinar quanto essa resistência do ar influenciava no movimento do corpo
(HARRES, 2002).
Isaac Newton (1643- 1727) dedicou boa parte de sua vida ao desenvolvimento
da das leis da dinâmica. A dinâmica newtoniana é uma teoria com grande embasamento
teórico dado pelo desenvolvimento do cálculo diferencial e integral por ele mesmo
desenvolvido em paralelo com outros estudiosos da época.
A teoria de Newton culminou com o seu livro Princípios Naturais da Filosofia
Natural (GATTI et al., 2004). Uma vez que, foi nesse livro que ele enunciou pela
primeira vez três leis fundamentais da dinâmica. Leis essas que fundamentam a Física
clássica até hoje.
A teoria newtoniana sofreu algumas correções que são necessárias quando se
modelam sistemas de alta energia, correções feitas pela Teoria da Relatividade Especial
de Einstein de 1905 e outras correções de natureza quântica necessárias para explicar o
mundo microscópico.
Entretanto nosso estudo vai se concentrar em uma situação macroscópica a
baixas velocidades (situação clássica) que a teoria de Newton pode ser aplicada com
precisão.
11
Embora muitas vezes as forças de resistência não sejam percebidas, elas estão
presentes em muitos fenômenos interessantes tais como: aerodinâmica de automóveis,
lançamento de foguetes, pára-quedismo, hidrodinâmica de fluidos viscosos e uma
infinidade de outras aplicações.
É fácil observar que os automóveis de corrida têm sua área secção transversal
diminuída ao máximo para evitar o atrito com o ar. Essa diminuição da área de arraste
terá efeito direto na velocidade final do mesmo, uma vez que a força de resistência do ar
é proporcional ao quadrado da velocidade. O coeficiente de proporcionalidade depende,
entre outras coisas, dessa área, desse modo é tão interessante essa diminuição.
Sabemos que para um objeto vencer a energia potencial gravitacional terrestre
ele tem que ser lançado com certa velocidade inicial. Se não levarmos em conta que
parte da energia cinética inicial é dissipada pela força de resistência ar, esse objeto vai
vencer essa barreira de potencial? Não. As forças de resistência do ar são forças
dissipativas, desse modo nunca fornecem energia a esse objeto e pelo contrário
consomem a sua energia mecânica.
O exemplo mais conhecido de atuação de força de resistência do ar é o caso do
pára-quedista. Quando o mesmo se encontra em uma determinada altura, existe uma
determinada energia potencial associada a ele. Se não existisse nenhuma força
dissipativa atuando, toda essa energia potencial transformaria em energia cinética,
aumentando significativamente sua velocidade final. Dessa forma dificilmente o pára-
quedista sobreviveria ao impacto com o solo. No entanto, a existência de uma força de
resistência do ar faz com que o pára-quedista atinja uma determinada velocidade final
suficientemente pequena para não causar nenhum dano ao mesmo no momento do
impacto com o solo.
H
V0 g
0
r
o
e
FIGURA 2.1.1 Esquema de um corpo em queda livre.
r
o
14
d
F ma m v(t ) (2.1.1)
dt
Como a única força que atua nesse sistema é a força da gravidade F mg , logo:
dv
m mg (2.1.2)
dt
v (t ) t
dv(t ) gdt
v0 0
(2.1.3)
Encontramos que:
v(t ) v0 gt (2.1.4)
d
v(t ) y (t ) (2.1.5)
dt
obtendo
y (t ) t
1 2
y (t ) H v 0 t gt (2.1.7)
2
v0 v0 2hg
2
tq (2.1.8)
g
2H
tq (2.1.9)
g
As leis da Física que regem as forças de atrito entre sólidos são bem definidas
teoricamente. Mas quanto se trata de forças de atrito envolvendo fluidos, os resultados
obtidos se baseiam em investigações experimentais e soluções aproximadas da equação
dinâmica básica da hidrodinâmica: equação de Navier-Stokes.
Todo corpo que se move no seio de um fluido, relativamente a este, experimenta
por parte do fluido a ação de forças que somente exercem a sua influência quando o
corpo se apresenta em movimento relativamente ao fluido. O conhecimento que se tem
destas forças é fruto de investigações experimentais (FERREIRA, 2001).
Quando o corpo passa, o fluido é deslocado por ele, saindo do espaço que está
sendo invadido e refluindo para o espaço que está sendo desocupado. As forças que
aparecem em decorrência do movimento de um corpo no seio de fluido são devido a
duas causas principais:
16
v mg
bv
O fluido exerce uma força de resistência por dois motivos principais, sendo eles:
1º A viscosidade do fluido, que dá surgimento a forças de atrito interno no fluido
(FERREIRA, 2001).
2º A inércia do fluido, manifestando-se nos choques do móvel com as partículas que
constituem o fluido. O efeito da inércia esta intimamente ligada à densidade e, em altas
velocidades, à compressibilidade do fluido (FERREIRA, 2001).
H
V0 g bv
0
r
o
FIGURA 2.2.2 Esquema de um corpo em queda na presença de forças de resistência do ar (baixa
velocidade) e
r
o
17
Matematicamente:
f bv (2.2.1)
dv
F mg bv ma m (2.2.2)
dt
v t
dv
v b 0 dt (2.2.3)
0
g v
m
m b m b
ln g v ln g v 0 t (2.2.4)
b m b m
m m ( t b ln(g m v0 )
b m b
v(t ) e g (2.2.5)
b
mg
VT (2.2.6)
b
18
Uma observação interessante que pode ser feita é que a velocidade terminal
independe da velocidade inicial. Isso ocorre pela perda de energia devido ação das
forças de resistência do ar.
m m m (t b ln(g m v0 ) m2 g m
b m b
y (t ) H e gt 2 v0 (2.2.7)
b b b b
Quando um corpo se desloca no seio de fluido, o fluido exerce sobre ele uma
força de arraste que tende a reduzir a velocidade. A força de arraste aumenta quando a
velocidade do corpo aumenta. Em velocidades baixas, a força de arraste é proporcional
à velocidade (estudado no tópico anterior) e em altas velocidades é aproximadamente
proporcional ao quadrado da velocidade. (TIPLER, 2000).
H
V0 g Kv2
0
r
o
e
FIGURA 2.2.3 Esquema de um corpo em queda na presença de forças de resistência do ar (alta
r
velocidade) o
f kv2 (2.2.8)
dv
F mg kv 2 ma m (2.2.9)
dt
v
dv dv 1 g t
g
v0
k g
k 2 m 0
dt (2.2.10)
m m2 v m m2 v
g r gk g gk
e v er
3 0
v0
m m m m3
v(t ) (2.2.11)
gk k gk r k
3
2 v0 3
e 2 v0 e r
m m m m
1 gk
onde, r .t (2.2.12)
2 m3
mg
VT (2.2.13)
k
Integrando a equação (2.2.11), obtemos:
y (t ) H A B C D (2.2.14)
onde:
20
2 mg gk k gk r k gk k
A ln 2 v0 e 2 v0 e r ln 2 2 2 v0
m m m m
2 v0 )
gk k m m
k( 3
m m
2v 0 gk k gk r k gk k
B ln 2 v0 e 2 v0 e r ln 2 2 2 v0
m m m m
(
gk
k
v ) m m
3 2 0
m m
gk .t 1 gk k gk k
ln 2 v0 2 v0 e r
gk k
2 v0 )
gk
k m m m m
2 m (
3
3
( 3
v
2 0
)
2 mg m m m m
C
k 1 gk k
ln 2 2 2 v0
m
2 v0 )
gk k m
(
m3 m
gk .t 1 gk k gk k
ln 2 v0 2 v0 e r
gk k
2 v0 )
gk
k m m m m
2 m (
3
3
( v 0 )
m3 m 2
D 2v 0
m m
1 gk k
ln 2 2 2 v0
m
2 v0 )
gk k m
(
m3 m
tq
(2.2.15)
k
g
m
de onde se observa uma dependência no tempo de queda do valor da massa do corpo.
Para analisar a influência da massa inercial m do corpo no tempo de queda,
construiu-se o gráfico a seguir numericamente usando o EXCEL.
21
0,52
TEMPO DE QUEDA
0,51
0,5
0,49
0,48
0,47
0,46
0,45
0 500 1000 1500 2000 2500
MASSA
2H
tq (2.1.9)
g
H
V0 g Kv2
bv
0
r
o
e
FIGURA 2.2.5 Esquema de um corpo em queda na presença de forças de resistência do ar.
r
o
f bv kv 2
(2.2.16)
dv
F m mg bv kv2 (2.2.17)
dt
Integrando a aceleração em função do tempo, usando a condição inicial v0 0
em t0 0 , obteve-se o resultado.
d 1 e 2 Act
v(t ) A 2 Act
(2.2.18)
2c 1 e
b k d2
Onde d , c , A
m m 4c 2
23
d b b2
VT lim v(t ) A (2.2.19)
t 2c 2k 4k 2
d 1 1 Be 2 Act
s(t ) A t ln (2.2.20)
2c c 1 B
O estudo do caso geral só é interessante para obtenção de uma forma geral para
escrever a função horária da velocidade e do espaço de um corpo em queda, mas sempre
as equações (2.2.19), (2.2.20) e (2.2.21) recai em um dos casos estudados anteriormente,
pois a força de resistência do ar ou é linear ou é quadrática, inexistindo as duas ao
mesmo tempo.
Os resultados de todos os casos até aqui estudados mostram a dependência da
massa no valor da aceleração de queda (ver eq. 2.2.18) e no tempo de queda quando se
considera a força de resistência do ar.
24
A partir dos estudos de Galileu e de Newton, foi se firmando a idéia que leis
universais governam o movimento dos corpos e podem ser aplicados aos movimentos
ocorridos tanto no céu como na terra. A questão da época é que espécie de força os
corpos exercem um sobre o outro para moverem segundo as leis de Kepler? A resposta
foi dada pela Lei da gravitação Universal de Newton: “Matéria atrai matéria, na razão
direta do produto das massas e inversa do quadrado da distância” (GATTI, 2004).
Matematicamente:
Mm
F G. (3.1.1)
d2
m
H
(3.1.1)
RT
M
Mm Mm
F G. G (3.1.2)
d 2
( Rt y ) 2
y
MmG
V ( x) Fdy (3.1.3)
( Rt y )
E V ( y) K (3.1.4)
1/ 2
dy 2 MmG
v E (3.1.5)
dt m ( RT y )
MmG
yR (3.1.6)
E
y
dy 2
y0 ( E
MmG 1 / 2
m
t (3.1.7)
)
( Rt y )
Ey
cos (3.1.8)
MmG
mMG 2
( sen cos ) t (3.1.9)
( E ) 3 / 2 m
26
m
H
bv (3.1.1)
RT
M
Mm
F G. bv 2
d 2 (3.1.2)
Note que nos resultados acima, o tempo de queda diverge nos dois casos e esta
divergência aumenta quando se aumenta a altura inicial de queda.
Os resultados obtidos com o Modellus mostraram que o tempo de queda é pouco
influenciado pela variação do campo gravitacional com altura, quando se considera
alturas muito menores que o raio terrestre. Os resultados para o caso com resistência do
ar mantiveram o comportamento observado com o campo gravitacional constante.
30
Embora interessante o estudo realizado nesse capítulo 4, ele não tem nenhum
embasamento experimental. Portanto as discussões levantadas devem ser consideradas a
nível especulativo, uma vez que, a mecânica quântica é a mais bem sucedida teoria da
física.
34
5. Conclusão
6. Referências
(2) CIÊNCIA VIVA. Força de Resistência do Ar. Artigos, agos. 2008. Disponível em
<http://www.cienciaviva.pt/semanact/edicao2008/>. Acesso em; 20 out. 2008.
(6) HALLIDAY, David; RESNICK Robert; KRANE, K, Física 1. vol. 1, 4 ed. Rio de
Janeiro: LTC, 2002.
(8) NUSSENZVEIG, H. Moysés, Curso de Física Básica: Mecânica. vol. 1, 2 ed. São
Paulo: Edgard Blücher Ltda, 1981.
36
(9) TIPLER, Paul A. Física. vol. 1, 4 ed. Rio de Janeiro: LTC, 2000.