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Contrarrazões Da Apelação
Contrarrazões Da Apelação
PROCESSO Nº: 0802210-16.2021.8.10.0029
RECORRENTE: BANCO BRADESCO S/A
RECORRIDO: MARIA IRIS DE SOUSA ARAÚJO
Temos em que,
OAB/MA 21.592
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CONTRARRAZÕES DA APELAÇÃO CÍVEL
PROCESSO Nº: 0802210-16.2021.8.10.0029
RECORRENTE: BANCO BRADESCO S/A
RECORRIDO: MARIA IRIS DE SOUSA ARAÚJO
COLENDA TURMA!
EMÉRITOS JULGADORES!
Recorrido, vem por meio deste apresentar as Contrarrazões de Recurso de Apelação,
para que a R. Decisão do Juízo “a quo” seja mantida com seus fundamentos, pois a mesma
não é passível de reforma, pelos fatos e fundamentos que passa a expor:
1. DO RESUMO DOS FATOS
O autor observando descontos mensais em seu benefício previdenciário e ciente de
que não autorizou serviço de empréstimo consignado, por não ter suas pretensões satisfeitas
administrativamente, ajuizou ação em desfavor do Réu.
Neste sentido, pediu em síntese o cancelamento do empréstimo e condenação do
banco em danos morais e materiais. Ao final, acertadamente, o MM. Juízo a quo, julgou os
pedidos procedentes, pois embora tenha apresentado cópia do contrato, este se encontra
eivado de nulidade, visto que estão ausentes pressupostos necessários e cumulativos para sua
validade.
A sentença recorrida não comporta qualquer reparo, aliás, diante do fato devidamente
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comprovado nos autos, ou seja, a fraude, a condenação imposta pode ser considerada
modesta, pois a repercussão que ele causou na vida da Recorrida foi de proporções devera
danosa, haja vista que atingiu recursos de cunho alimentar, ficando privada não só destes,
como também para compra de remédios e outros suprimentos necessários em sua idade.
Diante estes fatos, merece ser mantida sem alterações a sentença proferida pelo MM.
Juízo singular, conforme os fundamentos jurídicos seguintes.
Nesse sentido, depois de analises das teses existe uma nova orientação do próprio
Tribunal de Justiça do Maranhão, que os processos ao que se refere aos empréstimos
consignados podem seguir normalmente, exceto no tocante a primeira tese, relativa ao
ônus da perícia grafotécnica.
Logo, como os presentes autos não se enquadra no tópico da tese que ainda
permanece em suspenção, deve se dar prosseguimento ao feito.
DO MÉRITO
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DA IRREGULARIDADE DO CONTRATO
Quanto ao mérito, a parte requerida alega que houve a regular contratação do
empréstimo consignado em questão na tentativa de fugir de sua responsabilidade civil.
Neste contexto, a parte ré se diz desenvolver uma atividade regular e que não houve
prejuízo econômico à parte autora, mas é óbvio que houve. Tal comportamento ilícito por
parte da requerida só confirma a irregularidade do contrato e, portanto, merecendo arcar com
todas as consequências jurídicas bem enfatizadas na exordial.
Excelência, não há nos autos prova idônea de que tal negócio tenha se realizado de
forma integralmente regular, já que trata-se de pessoa analfabeta e possui requisitos
próprios, demonstrando inconteste falha na prestação de serviços e, consequentemente, a
ilegalidade dos descontos indevidos no benefício da autora. Ou seja, o réu, por mera
deliberação, realizou a contratação fraudulenta de empréstimo consignado no benefício da
parte autora, que vem sofrendo descontos abusivos de seu benefício, prejudicando sua
subsistência e de sua família, devendo por tal fato ser indenizado.
Dessa forma, deve-se afastar a alegação sobre a suposta regularidade na contratação.
Tal comportamento vem a confirmar o ilícito alegado na tese autoral, pelo qual se faz devida
a condenação do demandado em todos os termos suscitados na exordial.
Com isso, resta patente que o recorrente deve devolver em dobro o valor que fora
descontado, conforme já entendido pelo juiz de primeiro grau. Alguns precedentes trazem
situações semelhantes ao caso:
Por fim, o requerido é banco de grande faturamento e que há muito tempo está no
mercado. Assim, o valor da indenização deve atingir somas significativas, de forma que não
represente estímulo para que o ofensor continue lesando os cidadãos, principalmente pessoas
idosas e analfabetas.
Repugnante, Nobres Julgadores, um cidadão que tem descontado em seu humilde
provento, valores que lhe fizeram e ainda faz tanta falta decorrentes de um ato ilícito da
parte recorrente, razão pela qual busca a manutenção da respeitável sentença
Quanto aos danos morais, a Recorrente aduz que o quantum indenizatório fixado na
condenação pelo MM. Juízo a quo, foi arbitrado de forma desarrazoada e desproporcional.
Alega ainda que pelo princípio da eventualidade, se não for acatada a
descaracterização da indenização por danos morais, requer o Banco Recorrente seja
considerada que a r. sentença extrapolou em muito os valores arbitrados pelo judiciário
pátrio. O que não ocorreu! Destaca-se que a razoabilidade e proporcionalidade merecem ser
vistas não no sentido de diminuir o valor indenizatório.
Pelo contrário, a recorrida sofreu um abalo emocional que deveria compreender, na
verdade, uma reparação com valor maior que R$ 10.000,00 (dez mil reais) diante de
tamanho desrespeito.
Ressalte-se, Iminentes Julgadores, que a Recorrida merece sim uma reparação
equivalente ao efetivo dano sofrido, que corresponde no mínimo ao valor arbitrado pelo
MM, Juízo a quo. Dessa forma, requer sejam desconsiderados os argumentos lançados pelo
Recorrente em sede recursal em relação a configuração do dano moral e pede-se a
manutenção da sentença de primeira instância em todos os seus termos.
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DO PEDIDO
Nestes termos,
Pede-se deferimento.
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