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Graduada em Pedagogia pela Universidade Nove de Julho. Pós Graduanda em
Psicomotricidade pela Universidade Nove de Julho.
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Doutora em Letras pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Professora da Pós-Graduação
na Uninove.
marido , que me obrigou a ir para a faculdade, comecei o curso de pedagogia
na Universidade Nove de julho.
O tema e o problema de pesquisa proposto
● Objetivos e justificativos da pesquisa
● Fundamentação teórica
● Procedimentos metodológicos
● Plano de execução (com cronograma)
RESUMO
Esta pesquisa convida-nos a refletir sobre: qual a importância do brincar no
contexto escolar? Como se dá a construção de uma cultura corporal do brincar
para crianças do ensino fundamental? Com as contribuições de Oliveira(2004),
Gonsalves (2012), Gallahue (2005), ARROYO(2004) entre outros autores,
ainda com a participação de Silvio Guarde 3(Supervisor Escolar na Prefeitura
Municipal de São Paulo desde 2006), Por meio desta pesquisa pretendemos
evidenciar o brincar e como ação natural das crianças, que contribui no
processo de ensino aprendizagem assim como no desenvolvimento integral do
sujeito, desenvolvendo e potencializando suas habilidades motoras, cognitivas,
sociais e afetivas.
Palavras Chave: Brincar, crianças, desenvolvimento, processo de ensino
aprendizagem.
ABSTRACT
This research invite us to reflect about: What’s the importance of playing in the
school context? How do we construct a body culture of playing to children from
the elementary school? With the contribution of Oliveira(2004), Gonsalves
(2012), Gallahue( 2005), ARROYO(2004) among other authors,
still with the participation of Silvio Guarde (School supervisor in the Town Hall
of São Paulo since 2006), from this research we intend to point the playing as a
natural action of the children, that contributes with the process of teaching
learning, as in the integral development of the subject,
developing and increasing his motor, cognitive, social and affective abilities.
3
Silvio Guarde, Mestre em Educação, com pós-graduações em Psicopedagogia, Gestão
Universitária e Educação Ambiental e graduado em Matemática e Pedagogia. Cargo atual:
Supervisor Escolar na Prefeitura Municipal de São Paulo desde 2006, foi, também Supervisor
de Ensino na Rede Estadual de São Paulo até abril de 2006.
Key words: Play, Children, Development, teaching learning process
INTRODUÇÃO
Da antiguidade a modernidade o corpo foi construído e descontruído,
entendido de várias maneiras, “corpo e alma”, de geração em geração, o
conceito, a cultura e interpretação do corpo foi se modificando, as vezes em
evidência, outras vezes oculto, mas sempre presente nas “evolução
humana”.
O corpo desde tempos passados é objeto de pesquisa para muitos
pensadores e teóricos, estando presente no pensamento dos filósofos antigos
e ainda hoje na modernidade, este corpo é objeto de estudo, na sua
composição, no seu comportamento, no seu desenvolvimento.
Para realização desta pesquisa vamos mais uma vez falar do corpo, de
sua relação com a aprendizagem no processo de escolarização do sujeito,
buscando compreender como se dá essa construção de uma cultura corporal,
através do brincar no desenvolvimento das crianças com idade de 6 a 13
anos, que estão recentemente matriculadas no ensino fundamental .
Ao longo dos anos várias pesquisas foram feitas sobre o tema,
enfatizando a importância do brincar principalmente no desenvolvimento
infantil. (crianças com idade 0 a 5 anos)
Corpos Infantis, poeticamente cantados e amorosamente
cuidados. Já na pré-adolescência e adolescência, quando a
inocência se dilui, os corpos começarão a ser condenados,
ignorados, ou vistos como incomodo a nossa docência. As
imagens dos alunos mudam na medida em que vão mudando
os olhares sobre seus corpos. ( ARROYO, 2004, p. 130)
Temas que por vezes direcionados a educação, mas que estão deveras
ligados na formação no desenvolvimento do sujeito na sua essência, da
concepção até a velhice.
Com a contribuição de autores: Oliveira(2004), Gonsalves (2012),
Gallahue( 2005), ARROYO(2004) entre outros autores, ainda com a
participação de Silvio Guarde (Supervisor Escolar na Prefeitura Municipal de
São Paulo desde 2006), buscamos através desta pesquisa reconhecer quão
importante é a brincadeira, sua contribuição no processo de escolarização aos
alunos do Ensino Fundamental, assim como no desenvolvimento integral do
sujeito. Crianças que nesta fase estão em constante desenvolvimento
alargando seus conhecimentos, e potencializando suas habilidades.
Desta forma propõem-se que as brincadeiras sejam inseridas nas salas de aula
e nos espaços escolares com mais frequência, contribuindo assim na formação
de uma cultura corporal e no próprio processo de aprendizagem.
Esta pesquisa será apresentada em tópicos, que inevitavelmente se
mesclam em algum momento devido a intima relação dos temas entre si. Que
serão interligados de maneira que o objetivo seja alcançado com naturalidade
e clareza.
Desenvolvimento psicomotor; Desenvolvimento da criança; Jogos brinquedos
e brincadeiras, Brincando no Ensino Fundamental.
No que se refere a escola, pretende-se apresenta-la como ambiente de
socialização, das diversidades de povos e culturas que compõe nossa
sociedade. Como também ambiente das ações: Ação de pensar, criar, ser,
fazer amigos, brincar, crescer e desenvolver, um lugar de ensaio, experiências,
lugar onde a criança está se preparando para ocupar um lugar na sociedade.
Corpo: Desenvolvimento Psicomotor
Desenvolvimento humano, crescimento contínuo, não apenas
crescimento físico, mas também motor e psicológico, o aprimoramento e
conhecimento, do corpo de suas funções e habilidades psicomotoras ao longo
da vida.
O desenvolvimento motor é a contínua alteração no
comportamento motor ao longo do ciclo da vida, proporcionada
pela interação entre as necessidades da tarefa, a biologia
do individuo e as condições do ambiente.( GALLAHUE,2005,
p.03)
Jogos , brinquedos e brincadeiras
É inevitável falarmos de brincadeira, sem considerarmos o
desenvolvimento humano, brincar é natural das crianças, e ao longo da vida se
modifica: com características, propósitos, intenções, amigos e grupos
diferentes, nos mais diversos contextos sociais e culturais.
Sendo ser humano tríade: cognitivo, afetivo, motor de que maneira a
brincadeira contribui no processo de desenvolvimento ?
Pesquisadores, pedagogos, psicólogos, educadores, profissionais da área
da educação têm-se preocupado com “o brincar” das crianças na infância, fase
da vida onde se aprende e se desenvolve habilidades motoras, Oliveira,
(2004,p.36) reforça nossa fala ao dizer que:
“Brincar é fundamental para a formação da criança. É no brincar que ela
aprende identifica-se e relaciona-se com o mundo; sendo sua principal
atividade, é o seu trabalho e o seu lazer”.
Para os pesquisadores que abordaram o brincar como tema, fica evidente
que é por meio do brincar que as crianças interagem com outras pessoas,
como ambiente ao seu redor, sem distinção de cor, gênero, idade, crianças
enquanto seres brincantes, aprendem e se expressam naturalmente sem
limitação.
Como dito anteriormente, o brincar muda suas características, propósitos e
intenções de acordo com a faixa etária em que o sujeito se encontra, quanto
mais velho , mais complexa se torna a brincadeira, ainda sim contribuindo no
processo de formação, aprimoramento das habilidades do sujeito,
Segundo a Profa. Dra. Maria Ângela Barbato Carneiro o brincar mudou.
O tempo, as crianças, os espaços, as brincadeiras mudaram, e não precisamos
pesquisar muito para tal constatação, se olharmos nossos filhos, sobrinhos,
alunos, e compararmos com nossa infância ( 20,30 anos atrás) fica evidente
essa mudança.
Considerando o momento histórico em que vivemos, vemos cada vez
menos as crianças se movimentarem, os espaços estão sendo reduzidos , e as
brincadeiras esquecidas.
Vivemos na era digital, limitamos nosso espaço, a interação com o EU e
o outro, limitando nossos movimentos prejudicando o processo de formação,
escolarização do sujeito, enquanto ser em desenvolvimento que logo irá ocupar
um lugar na sociedade.
Em seu texto O brincar hoje: da colaboração ao individualismo, a autora
contribui com esta pesquisa, quando cita que as crianças e brincadeiras
sempre existiram, de acordo com o contexto histórico em que estão
inseridas, costumes, crenças populares, cultura, atividades do cotidiano são
passadas de geração em geração por meio da brincadeira e nos dias atuais:
As transformações ocorridas neste último século em grande
parte das sociedades contemporâneas, produto das mudanças
sociais e econômicas, influenciaram na maneira de vida das
diferentes populações e, evidentemente, as atividades lúdicas.
O consumo, o isolamento e a falta de espaços, entre outras
coisas, têm mostrado que o brincar vem sofrendo
transformações e em alguns lugares até desaparecendo.... as
brincadeiras conjuntas foram se modificando e se
transformando em atividades individuais em virtude da
diminuição dos espaços, tempos e pares para brincar. Houve
um aumento significativo do uso de equipamentos tecnológicos,
especialmente entre as classes sociais mais favorecidas, o que
tem contribuído para diminuir as relações pessoais e
presenciais caracterizadas pelo movimento corporal, pelo uso
da linguagem falada, pela exploração dos sentidos e das
emoções e até mesmo pelo prazer de descobrir e de criar.”
(CARNEIRO, 2012.)
Como a pesquisa vem revelando, nos dias atuais esta mais difícil de
encontrarmos crianças brincando livremente nos espaços públicos (na rua),
crianças brincando em pequenos grupos, conversando ou interagindo juntos. É
comum vermos pequenos grupos com celulares ou tablets em mãos,
brincando em um mundo virtual, deixando a “magia” do brincar morrer aos
poucos.
Arrisco-me a dizer que se não houvesse uma insistência de pessoas em
pesquisar, promover, ensinar, atividades lúdicas e recreativas, resgatando o
Brincar entre as crianças nos mais diferentes espaços como: clubes, em
centros recreativos, escolas. Muitos profissionais se empenham em promover
brincadeiras que fizeram parte da infância contribuindo positivamente em suas
vidas, sem isso, o brincar, as brincadeiras e jogos tradicionais cairiam
em esquecimento passando a ser folclore, pois:
A criança quando brinca, é capaz de deixar-se absorver
inteiramente nesse ato; ela se transforma, descobre a sua
capacidade de escolher, decidir e participar. Brincar livremente
é uma forma de relação com o mundo; é explorar e perceber a
realidade, construindo-a e reconstruindo-a a cada momento,
sempre a partir de um aprendizado. No brincar, a criança joga
utilizando, com liberdade, suas habilidades individuais e
reproduzindo suas ações para mostrá-las a si próprio e aos
outros (OLIVEIRA,2004, p.36).
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Silvio Guarde, Mestre em Educação, com pós-graduações em Psicopedagogia, Gestão
Universitária e Educação Ambiental e graduado em Matemática e Pedagogia. Cargo atual:
Supervisor Escolar na Prefeitura Municipal de São Paulo desde 2006, foi, também Supervisor
de Ensino na Rede Estadual de São Paulo até abril de 2006.
São raras as escolas que estimulam a brincadeira no Ensino
Fundamental. De modo geral, professoras e escolas entendem que a
brincadeira é para as crianças da Educação Infantil e, no meu modo de
entender, se equivocam por esquecer que nas EMEIs a criança tem 5 anos e
na EMEF tem 6 anos de idade. Ou seja, continuam crianças e continuam
gostando e necessitando de brincar para construir suas experiências de vida.
Sim. A brincadeira pode ser livre para o aluno, mas nunca para o
professor que pode sempre observar as diversas situações que ocorrem no
momento de brincar. Dessas observações é que nascerão as intervenções do
professor para que o aluno aprenda algo específico ou aprimore características
e conhecimentos que já possui. Não vejo como adequado as brincadeiras
serem sempre direcionadas. deve ser dada ao aluno a possibilidade de trazer
seu repertório de brincadeiras para o grupo, de se envolver com outras trazidas
pelos colegas e também de construir estratégias novas. Para a escola esses
momentos podem ser ricos de oportunidades para conhecer avanços e
dificuldades que podem ser trabalhados em outros momentos da
escolarização.
Considerações Finais.
Diante das contribuições dos teóricos, presentes nesta pesquisa da
colaboração do Professor Silvio Guarde, das informações encontradas, é
evidente que a brincadeira na escola deveria estar mais presente na rotina
escolar do ensino fundamental.
Pelo brincar a criança aprende conceitos e valores, desenvolve e
aprimora suas habilidades motoras, sociais, e psicológicas, pelo brincar as
crianças socializam com as pessoas treinam suas ações que serão
posteriormente vivenciadas no seu cotidiano.
Como Piaget preconizou , criança aprende de acordo com as interações
que tem com o meio em que vive.
Se hoje há maior incidência de problemas de aprendizagem , tema que
não foi abordado nesta pesquisa, decerto seja necessário promover mais
tempo de brincadeiras, de acordo com nossa realidade, as crianças perderam
ao longo do tempo espaços e crianças para brincar, de certa forma, a falta de
vivência das brincadeiras vem implicando no processo de ensino
aprendizagem.
Nas palavras do nosso convidado: “O brincar como ferramenta no
processo de ensino aprendizagem, contribui significativamente no
desenvolvimento cognitivo do aluno, ainda contemplando o movimento, e a
expressão corporal, desta forma sim assegurando a formação integral do
sujeito, nos aspectos cognitivo, psicológico, motor , social e afetivo.”
Ainda que de maneira sútil nossa cultura corporal está em constantes
modificações, hora em evidência, por vezes buscando seu espaço em uma
sociedade capitalista, alienada. Deixemos uma reflexão encontrada em
Fernández (1991). Será que temos que fazer de todos os alunos corpos
cadernos?
Maria Sol, Maria Sol, uma boa aluna de 3º série em uma escola
municipal de Buenos Aires, contou-me um pesadelo que havia tido na
noite anterior, mais ou menos assim: "Tive um sonho horrível.
Estávamos, meus companheiros e eu, na escola. Vinham uns maus e
obrigavam-nos a tomar um líquido para diminuir. Um liquidozinho
para diminuir-nos, para que entrássemos nas aulas, porque nossos
corpos eram grandes para entrar na sala. Quando tomávamos, as
cabeças diminuíam, mas os corpos ficavam achatados como de
papel... Como cadernos! Sabe como quando as professoras põem os
cadernos para corrigir, um em cima do outro sobre a escrivaninha?
Assim ficávamos. (FERNÁNDEZ,1991,p.63)