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CENTRO UNIVERSITÁRIO ALFREDO NASSER

GRADUAÇÃO EM MEDICINA

BENEFÍCIOS DO ALEITAMENTO MATERNO EXCLUSIVO

APARECIDA DE GOIÂNIA
2022
CENTRO UNIVERSITÁRIO ALFREDO NASSER
GRADUAÇÃO EM MEDICINA

BENEFÍCIOS DO ALEITAMENTO MATERNO EXCLUSIVO

Trabalho apresentado à disciplina do


Programa Integrado de Estudos na Saúde
da Família (PINESF III, SUBTURMA
MED3-I), para fins de avaliação e
composição da nota somativa em grupo –
NASG, ministrada pela preceptora Profª
Thaiza Dias dos Anjos.

Acadêmicos: João Vitor Vieira Nunes e


Tiago da Ponte Pessoa.

APARECIDA DE GOIÂNIA
2022
RESUMO

Amamentar é muito mais do que nutrir a criança. É um processo que envolve interação
profunda entre mãe e filho, com repercussões no estado nutricional da criança, em
sua habilidade de se defender de infecções, em sua fisiologia e no seu
desenvolvimento cognitivo e emocional, além de ter implicações na saúde física e
psíquica da mãe. Por outro lado, a introdução precoce de outros alimentos interfere
negativamente na absorção de nutrientes e em sua biodisponibilidade, levando a uma
menor ingestão de leite materno, menor ganho ponderal e ao aumento do risco de
diarreias, infecções respiratórias e alergias. Objetivou-se com esse estudo, ressaltar
a importância do aleitamento materno exclusivo até os seis meses de idade; tendo em
vista, contribuir para a prevenção de agravos e a promoção de saúde do binômio mãe
e filho. Trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência, com abordagem
embasada na Metodologia da Problematização por meio da utilização do Arco de
Maguerez, elaborado no contexto da disciplina PINESF III, SUBTURMA MED3-I,
ministrada no terceiro período do curso de Medicina do Centro Universitário Alfredo
Nasser (UNIFAN). A intervenção foi realizada no período compreendido entre março
à junho de 2022, na cidade de Aparecida de Goiânia - GO, totalizando 2 encontros,
com duração média de 45 minutos, de forma presencial, tendo em vista a realização
de todos os passos preconizados pelo método do Arco de Maguerez. A paciente
acompanhada foi A. E. R., 2 anos e 11 meses, sexo feminino, brasileira, natural de
Goiânia, residente em Aparecida de Goiânia - GO, evangélica, parda, não frequenta
a escola. Ressaltando que, a responsável pela criança acompanhada - sua mãe,
autorizou as visitas e intervenções. Conclui-se que estratégias simples de intervenção
em prol da saúde da criança, podem conferir ganhos ainda mais duradouros, a saber:
maior desempenho escolar, menor risco de desenvolver patologias crônicas, menor
probabilidade de infecções, melhor desenvolvimento cognitivo; além de permitir um
grandioso impacto na promoção da saúde integral da dupla mãe-bebê e regozijo de
toda a sociedade.

Palavras-chave: Aleitamento Materno Exclusivo; Desmame Precoce; Vínculo Mãe-


Bebê.
ABSTRACT

Breastfeeding is much more than nourishing the child. It is a process that involves deep
interaction between mother and child, with repercussions on the child's nutritional
status, its ability to defend itself from infections, its physiology, and its cognitive and
emotional development, in addition to having implications on the mother's physical and
psychological health. On the other hand, the early introduction of other foods interferes
negatively in the absorption of nutrients and in their bioavailability, leading to lower
intake of breast milk, lower ponderal gain, and increased risk of diarrhea, respiratory
infections, and allergies. This study aimed to highlight the importance of exclusive
breastfeeding until the age of six months, in order to contribute to the prevention of
diseases and the promotion of health in the mother-child binomial. This is a descriptive
study, of the experience report type, with an approach based on the Methodology of
Problematization through the use of the Arc of Maguerez, developed in the context of
the discipline PINESF III, SUBTRUP MED3-I, taught in the third period of the Medicine
course of the Alfredo Nasser University Center (UNIFAN). The intervention was
conducted between March and June 2022, in the city of Aparecida de Goiânia - GO,
totaling 2 meetings, with an average duration of 45 minutes, in a face-to-face setting,
taking into account the completion of all steps recommended by the method of the Arc
of Maguerez. The patient followed was A. E. R., 2 years and 11 months, female,
Brazilian, born in Goiânia, living in Aparecida de Goiânia - GO, evangelical, brown,
does not attend school. It is noteworthy that the mother, responsible for the child,
authorized the visits and interventions. It is concluded that simple strategies of
intervention on behalf of the child's health can confer even more lasting gains, namely:
higher school performance, lower risk of developing chronic diseases, lower probability
of infections, better cognitive development; besides allowing a great impact on the
promotion of the integral health of the mother-baby duo and rejoice of the whole
society.

Keywords: Exclusive Breastfeeding; Early Weaning; Mother-Baby Bond.


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 5
2 METODOLOGIA ...................................................................................................... 6
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................... 7
3.1 OBSERVAÇÃO DA REALIDADE .......................................................................... 7
3.2 PONTOS-CHAVE ................................................................................................. 8
3.3 TEORIZAÇÃO....................................................................................................... 9
3.3.1 Importância do Aleitamento Materno .................................................................. 9
3.3.2 Benefícios do Aleitamento para Mãe-Bebê ........................................................ 9
3.4 HIPÓTESES DE SOLUÇÃO ............................................................................... 10
3.5 APLICAÇÃO DA REALIDADE............................................................................. 11
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 13
REFERÊNCIAS......................................................................................................... 14
ANEXO ..................................................................................................................... 16
1 INTRODUÇÃO

Amamentar é muito mais do que nutrir a criança. É um processo que envolve


interação profunda entre mãe e filho, com repercussões no estado nutricional da
criança, em sua habilidade de se defender de infecções, em sua fisiologia e no seu
desenvolvimento cognitivo e emocional, além de ter implicações na saúde física e
psíquica da mãe (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2009).
A este respeito, Venâncio et al (2002) afirmam que o aleitamento materno
exclusivo até os seis meses é o ideal; visto que, a introdução precoce de outros
alimentos interfere negativamente na absorção de nutrientes e em sua
biodisponibilidade, levando a uma menor ingestão de leite materno, menor ganho
ponderal e ao aumento do risco de diarreias, infecções respiratórias e alergias.
Além disso, o ato de amamentação propicia o contato físico entre mãe e bebê,
estimulando pele e sentidos. Ele favorece a ambos, o bebê não só sente o conforto
de ver suas necessidades satisfeitas, mas também sente o prazer de ser segurado
pelos braços de sua mãe. E com isso, as crianças tendem a ser mais tranquilas e
fáceis de socializar-se durante a infância (COSTA, 2013).
Apesar de todas as evidências científicas provando a superioridade da
amamentação sobre outras formas de alimentar a criança pequena, e apesar dos
esforços de diversos organismos nacionais e internacionais, as taxas de aleitamento
materno no Brasil, em especial as de amamentação exclusiva, são bastante
recomendadas, e o profissional de saúde tem um papel fundamental na reversão
desse quadro. Para tanto, é necessário que o profissional tenha um olhar abrangente,
capaz de levar em consideração os aspectos emocionais, a cultura familiar, a rede
social de apoio à mulher, dentre outros fatores (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2009).
Objetivou-se com esse estudo, ressaltar a importância do aleitamento materno
exclusivo até os seis meses de idade; tendo em vista, contribuir para a prevenção de
agravos e a promoção de saúde do binômio mãe e filho.

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2 METODOLOGIA

Trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência, com abordagem


embasada na Metodologia da Problematização por meio da utilização do Arco de
Maguerez, elaborado no contexto da disciplina PINESF III, SUBTURMA MED3-I,
ministrada no terceiro período do curso de Medicina do Centro Universitário Alfredo
Nasser (UNIFAN).
A intervenção foi realizada no período compreendido entre março à maio de
2022, na cidade de Aparecida de Goiânia - GO, totalizando 2 encontros, com duração
média de 45 minutos, de forma presencial, tendo em vista a realização de todos os
passos preconizados pelo método do Arco de Maguerez.
A paciente acompanhada foi A. E. R., 2 anos e 11 meses, sexo feminino,
brasileira, natural de Goiânia, residente em Aparecida de Goiânia - GO, evangélica,
parda, não frequenta a escola. O critério de inclusão utilizado, teve por base atender
a proposta do módulo do PINESF III, cujo foco é Saúde da Criança. Sendo o estudo
designado pela preceptora da disciplina e a Agente Comunitária de Saúde.
Ressaltando que, houve consentimento da mãe da criança.
O Arco de Maguerez, é uma metodologia da problematização que tem como
ponto de partida a realidade que, observada sob diversos ângulos, permite ao
estudante ou pesquisador extrair e identificar os problemas ali existentes. Sua
execução consiste em 5 etapas, a observação da realidade, pontos-chave, teorização,
hipóteses de solução e aplicação da realidade, respectivamente (BERBEL, 2012).
Durante a observação da realidade, foram levados em consideração elementos
biológicos, sociais, econômicos, familiares e psicológicos relacionados à condição do
paciente, somado às questões associadas as suas expectativas, necessidades e
insegurança. Para avaliação clínica, utilizou-se anamnese e exames físicos, com base
central semiológica do Porto e Porto (2019). Após avaliação geral da paciente e suas
condições de vida, foram traçados os aspectos chaves a serem discutido no presente
estudo.
Toda a construção do artigo, teve como base a literatura científica (SciELO;
Google Acadêmico; Livros e Teses), tendo em vista assuntos pertinentes ao tema
“Aleitamento Materno Exclusivo”, no período compreendido entre 2002 a 2019 e
outras restrições, com foco na relevância do assunto.

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3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1 OBSERVAÇÃO DA REALIDADE

A. E. R., 2 anos e 11 meses, sexo feminino, brasileira, natural de Goiânia,


residente em Aparecida de Goiânia - GO, evangélica, parda, não frequenta a escola.
A paciente A. E. R. nasceu na Maternidade Dona Íris, em Goiânia - GO, às
12:33 horas, no dia 05 de maio de 2019, de parto normal, IG 33s 2d, APGAR não
relatado pelo médico, peso ao nascer = 2.095 g, comprimento ao nascer = 43 cm. A
RN evoluiu com desconforto respiratório, sendo transferida em Ventilação Mecânica
(VM) para a UTI neonatal do hospital. Permaneceu em VM por 4 horas e O2 circulante
por 1 dia. Além disso, foi submetida à sessões de fisioterapia por 5 dias.
A. E. R, também, recebeu tratamento Exsanguineotransfusão (EST), devido ao
quadro de icterícia neonatal (hiperbilirrubinemia com nível próximo exssanguíneo). O
exame Ultrassonografia Transfontanela (USTF) foi realizado no dia 14 de maio de
2019, obtendo-se um resultado dentro do padrão de normalidade. A RN recebeu alta
em Seio Materno de Livre Demanda (SMLD), no dia 16 de maio de 2019,
apresentando peso corpóreo de 1.905 g e IG = 37s 4d.
De acordo com os relatos da mãe da criança, a mesma - mesmo tendo nascido
com desconforto respiratório - não desenvolveu nenhuma complicação respiratória na
infância e, em nenhum momento, precisou fazer uso de medicamentos. Foi ressaltado
ainda, que sua filha recebeu aleitamento materno exclusivo até os 6 meses de idade,
conforme preconizado pelo Ministério da Saúde. A este respeito, a introdução
alimentar só foi iniciada aos 7 meses de idade, associada à amamentação materna,
até completar 1 ano e 6 meses de vida.
A criança mostra-se com boa saúde física e cognitiva e tem se desenvolvido
bem, tendo em vista sua idade. Sua mãe relata que cuida da alimentação, preparando
as refeições desde o café da manhã, até o jantar. Normalmente, a mãe intercala as
principais refeições de sua filha, com leite de vaca, oferecido na mamadeira. Contudo,
após o almoço, ela sempre oferece como opções de lanches: pão de queijo, frutas,
leite, iogurte, etc. Para o jantar, a mãe tem costume de oferecer: arroz, feijão, carne e
legumes. Vale ressaltar que, a mãe da criança faz uso da mesma comida da família e
não faz ceia e ainda refere não acordar a noite para alimentar a criança.

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A paciente A. E. R apresenta um sono tranquilo, sem agitações noturnas e não
acorda para pedir comida durante a madrugada. A este respeito, dorme por volta das
20 horas da noite e levanta-se às 11 horas da manhã. Passa boa parte do dia
brincando de boneca e outras brincadeiras infantis, não tendo qualquer tipo de contato
com jogos eletrônicos. Ademais, apresenta bons hábitos de higiene, sendo a mãe
responsável por todo esse cuidado.
Com relação às condições de moradia, a casa é de alvenaria, com três quartos,
dois banheiros, sala, copa, garagem, quintal e dois cachorros. As paredes não são
pintadas e o piso é de cimento batido. É um ambiente simples, com conforto básico e
com condições de higiene satisfatória. No local há saneamento básico e rua não
asfaltada. A paciente mora com sua mãe, sua avó, 2 tias maternas (uma de 10 anos
e outra de 12 anos) e um tio materno.
A mãe da criança A. E. R, disse que está grávida da sua segunda filha (IG de
22 semanas) e informou ser mãe solteira. Ressaltando que suas filhas são de pais
diferentes e nenhuma tem contato com seus pais biológicos.
Os cuidados de higiene pessoal, alimentação, lazer e educação da criança são
realizados por sua mãe e o sustento financeiro vem, exclusivamente, da sua mãe e
da sua avó materna, que trabalha como doméstica. Neste contexto, o pai não contribui
com pensão e a família não conta com nenhum auxílio do governo.
Em relação ao exame físico geral da paciente, não foi possível realizar a
avaliação sentido craniocaudal, seguindo os seguintes critérios: sinais vitais,
pele/anexos, cabeça/pescoço, tórax, gastrointestinal, membros superior e inferior,
aspectos gerais, aspectos emocionais, estado nutricional e escolar, calendário
vacinal.
Não foi possível realizar os exames gerais e físicos da paciente e nem concluir
as demais intervenções, porque - a mesma - estava em processo de mudança de
residência, não podendo comparecer à UBS.

3.2 PONTOS-CHAVES

▪ Cartão de vacina desatualizado;


▪ Abandono afetivo paterno;
▪ Padrão do sono alterado (a criança dorme cedo, mas acorda tarde);

8
▪ Utilização de leite industrializado;
▪ Horários das refeições desorganizados.

3.3 TEORIZAÇÃO

3.3.1 Importância do Aleitamento Materno

A espécie humana contou com a amamentação praticamente em toda sua


existência. Dessa forma, parece razoável supor que ela, do ponto de vista epigenético,
tem no leite materno a fonte ideal de nutrição, permitindo que todo o seu potencial
genético inerente seja atingido. Isso ocorre porque a composição do leite materno
garante as quantidades necessárias de água, carboidratos, lipídeos e proteínas para
o desenvolvimento adequado dos lactentes (NUNES, 2015). Neste contexto, o leite
materno é prático, isento de bactérias e contém grande quantidade de fatores
imunológicos que protegerão a criança por boa parte de sua infância. Além disso, o
ato de amamentar é bem mais do que simplesmente o bebê receber o leite de sua
mãe. É também fonte de troca de calor, amor e conforto tão importantes para o
desenvolvimento psíquico e emocional da criança (NUNES, 2015).
Para a Organização Mundial da Saúde (2009) a amamentação deve iniciar
ainda na sala de parto na primeira hora de vida, ser mantida na forma de aleitamento
materno exclusivo (AME) sem adicionar qualquer tipo de alimento sólido/semissólido
ou líquidos nos primeiros 6 meses de vida, e, a partir de então, introduzir a alimentação
complementar adequada, mantendo-se também o aleitamento materno (AM) por 2
anos ou mais. Tais recomendações baseiam-se em evidências científicas que vêm
avolumando-se, desde a década de 1980, acerca dos efeitos benéficos que o AM
proporciona para as crianças, para as mulheres que amamentam, para a família e
para a sociedade como um todo (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2009).

3.3.2 Benefícios do Aleitamento para Mãe-Bebê

Os benefícios do aleitamento materno são inúmeros para o bebê. Várias


pesquisas mostram a superioridade do leite materno em detrimento de outros leites
(PASSOS; RIBEIRO, 2019). Sobre esse tema, o Ministério da Saúde (2015), no

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caderno “Saúde da Criança: aleitamento materno” traz várias vantagens do AM, a
saber: evita mortes infantis, já que contém componentes que protegem a criança
contra várias infecções; evita diarreias, que pode levar à morte por desidratação; evita
infecções respiratórias; diminui o risco de alergias, hipertensão, colesterol alto,
diabetes e obesidade; causa melhor nutrição e traz efeito positivo na inteligência.
Para a mãe os benefícios também são importantes, mesmo que sejam pouco
falados durante o período do pré-natal (MARTINS; SANTANA, 2013). A mãe que
amamenta tem, segundo o Ministério da Saúde (2015), proteção contra o câncer de
mama, e que o risco de ter a doença diminui 4,3% a cada 12 meses de amamentação.
Além disso, o AME também evita uma nova gravidez, sendo um anticoncepcional
natural de grande eficácia nos primeiros seis meses, após o nascimento do bebê.
Outros benefícios para a puérpera relacionado ao AME estão relacionados a proteção
contra o câncer no ovário, câncer de útero, hipercolesterolemia, obesidade, depressão
pós-parto, entre outros. A amamentação exclusiva também favorece para a
diminuição do útero, reduz o risco de hemorragia, a mulher volta mais rápido para seu
peso normal (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006).
É importante também enfatizar a importância que a amamentação traz para o
vínculo afetivo entre mãe e filho. Neste contexto, o Ministério da Saúde (2015) afirma
que o aleitamento materno prazeroso, com contato olho no olho, fortalece os laços
afetivos entre mãe e bebê, trazendo confiança para a mãe, e proteção para a criança.
Logo, a amamentação também é uma forma de comunicação entre os dois, e a criança
aprende a se comunicar com afeto e confiança. Isso mostra que o AM proporciona,
além dos benefícios fisiológicos para mãe e bebê, favorece o vínculo materno com a
criança (CAFER, 2016).

3.4 HIPÓTESES DE SOLUÇÃO

Inicialmente, foi proposto avaliar o estado nutricional da criança, bem como


monitorar o padrão de crescimento e desenvolvimento. A este respeito, o Ministério
da Saúde (2012) afirma que o acompanhamento do crescimento e desenvolvimento
é, atualmente, a principal linha de cuidado e eixo referencial para atenção integral à
saúde da criança, proposta pelas políticas públicas de saúde brasileira, sob os
aspectos biológico, afetivo, psíquico e social. Ademais, o crescimento e

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desenvolvimento é um importante indicador da qualidade de vida e da saúde infantil
em razão da sua estreita relação com os aspectos socioeconômicos, ambientais e
culturais da população, ou seja, crianças submetidas às condições adequadas de
saúde, alimentação e cuidados tendem a crescer e a desenvolver todo o seu potencial
(PACHECO et al., 2012).
Em um segundo momento, foi evidenciada a importância do cumprimento do
calendário nacional de vacinação. Para Santos et al (2011), a imunização deve ser
entendida como um modificador no curso das doenças, já que apresentam acentuado
decréscimo da morbidade e da mortalidade causada pelas doenças infecciosas
evitáveis por vacinação. Ela representa o procedimento de menor custo e maior
efetividade, que garante a promoção e a proteção da saúde em indivíduos vacinados.
Quando ocorre na primeira infância, constitui-se em relevante ação de prevenção de
doenças infectocontagiosas, que podem levar ao óbito e a graves sequelas em
crianças no Brasil e no mundo (SANTOS et al., 2011). Ademais, tratar com descuido
o calendário básico de vacinação de crianças pode causar diversos agravos, que
podem se reverter em graves problemas de saúde pública. Haja vista o aumento do
risco, tanto dos infantes quanto o das famílias, de adquirir doenças imunopreveníveis,
e torna real o risco de surgirem epidemias na comunidade (FERREIRA et al., 2010).
Por fim, foi incentivada a mudança de hábitos alimentar e de sono da criança,
através da ferramenta “planner de rotina ilustrativa” (ANEXO I). De acordo com Geib
(2007), na infância, os hábitos alimentares e de sono se destacam como os mais
importantes para o desenvolvimento saudável. A este respeito, a padronização do
sono contribui com a organização temporal, estrutural e fisiológica do ritmo sono-
vigília e ajuda na manutenção do sono em associação à outras necessidades básicas
humanas, tais como alimentação, hidratação, conforto, segurança, vínculo (GEIB,
2007).
Com relação ao planner de rotina, Costa (2017) defende que o planejamento
não é qualquer tipo de reflexão que se pretende e sim algo articulado. Planejar
consiste em prever e decidir sobre: o que pretendemos realizar; o que vamos fazer;
como vamos fazer e o que e como devemos analisar a situação a fim de verificar se o
que pretendemos foi atingido.

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3.5 APLICAÇÃO DA REALIDADE

A primeira intervenção consistiu em avaliar o estado nutricional da paciente.


Tendo em vista, sondar se o padrão de nutrição e crescimento estavam dentro do
perfil de normalidade para a idade.
No segundo momento, foi solicitado o cartão de vacina da paciente para
analisar se havia alguma dose em atraso. Constatou-se que a criança ainda não tinha
tomado a dose da vacina SCRV (tetra viral). Logo, orientamos a mãe sobre a
importância de cumprir o calendário nacional de vacinação e ressaltamos que essa
dose, conforme o calendário, deveria ter sido administrada aos 15 meses de idade em
sua filha. Daí a urgência de atualizar a dose. Informamos ainda que a “tetra viral” tem
como ação imunizar a criança contra os vírus: sarampo, caxumba, rubéola e varicela.
No terceiro encontro, optou-se por estimular a criança a aderir uma nova rotina
alimentar e de sono, tendo como ferramenta um “planner de rotina ilustrativo”. Haja
vista, estabelecer horários fixos para as suas refeições; bem como, instigar o
organismo a entender o período de descanso e regular o ciclo circadiano. Porém, não
foi possível realizar essa intervenção, pelo fato da paciente estar em processo de
mudança de residência e não poder comparecer à UBS no último dia de contato que
teríamos com ela. Com isso, repassamos o planer para a ACS da Unidade e
explicamos detalhadamente como seria a aplicabilidade dessa ferramenta (planner)
para melhoria da rotina da criança.

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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Evidenciou-se com este estudo, o quanto é importante manter o uso exclusivo


de leite materno até os 6 meses de idade, bem como seguir o protocolo de introdução
de novos alimentos preconizado pela OMS; tendo em vista assegurar o crescimento
e desenvolvimento cognitivo saudável da criança.
Logo, conclui-se que estratégias simples de intervenção em prol da saúde da
criança, podem conferir ganhos ainda mais duradouros, a saber: maior desempenho
escolar, menor risco de desenvolver patologias crônicas, menor probabilidade de
infecções, melhor desenvolvimento cognitivo; além de permitir um grandioso impacto
na promoção da saúde integral do binômio mãe-bebê.

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REFERÊNCIAS

BERBEL, N. A. N. Metodologia da problematização: com o arco de Maguerez.


Londrina: Editora UEL, p. 71-107, 2012.

CAFER, J. R. Representações sociais sobre amamentação na perspectiva de


mães adolescentes com sintomas de depressão pós-parto. Trabalho obtenção do
título de Mestre. Universidade de São Paulo: Escola de enfermagem de Ribeirão
Preto, Ribeirão Preto - SP, Brasil, 2016.

COSTA, B. F. Estudo sobre os ganhos obtidos com a adoção do last planner


system aplicado ao planejamento e controle na construção de uma usina
hidrelétrica de grande porte. 2017. Tese de Doutorado. Universidade Federal do Rio
de Janeiro.

COSTA, L. K. O et al. Importância do aleitamento materno exclusivo: uma revisão


sistemática da literatura. Revista de Ciências da Saúde, v. 15, n. 1, 2013.

FERREIRA, R. C et al. Cumprimento do calendário de vacinação de crianças em uma


unidade de saúde da família. Rev Pan-Amaz Saude, 2010.

GEIB, Lorena Teresinha Consalter. Moduladores dos hábitos de sono na


infância. Revista Brasileira de Enfermagem, v. 60, n. 5, p. 564-568, 2007.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Pré-natal e puerpério: atenção qualificada e humanizada.


Série direitos sexuais e direitos reprodutivos, n°5. Secretaria de Atenção à Saúde.
Departamento de ações programáticas estratégias. Editora do Ministério da Saúde,
2006.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Saúde da criança: aleitamento materno e alimentação


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Departamento de Atenção Básica: Editora do Ministério da Saúde, 2015.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Saúde da criança: crescimento e desenvolvimento.


Cadernos de Atenção Básica nº 33. Brasília D.F.: Ministério da Saúde, Secretaria de
Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica: Editora do Ministério da
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MINISTÉRIO DA SAÚDE. Saúde da criança: nutrição infantil, aleitamento materno e


alimentação complementar. Cadernos de Atenção Básica, nº 23. Série A. Normas e
Manuais Técnicos. Brasília D.F.: Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde,
Departamento de Atenção Básica: Editora do Ministério da Saúde, 2009.

NUNES, L. M. Importância do aleitamento materno na atualidade. Boletim


científico de pediatria. Porto Alegre, v. 4, n. 3, p. 55-58, 2015.

PACHECO, G et al. Evaluación del crecimiento de niños y niñas: material de


apoyo para equipos de atención primaria de la salud [manual en Internet]. Salta:

14
Fondo de las Naciones Unidas para la Infancia (UNICEF), Gobierno de la Provincia
de Salta; 2012.

PASSOS, I. V. de C.; RIBEIRO, D. C. C. Aleitamento materno e sua influência na


vinculação entre mãe-bebê. 2019.

PORTO, C. C.; PORTO, L. A. Exame Clínico. Semiologia médica. 8. ed. Cap. 11. Rio
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SANTOS, B. L et al. Percepção das mães quanto à importância da imunização infantil.


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VENÂNCIO, S. I et al. Frequência e determinantes do aleitamento materno em


municípios do estado de São Paulo. Rev Saúde Pública, v. 36, n. 3, p. 313-8, 2002.

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ANEXO I - PLANNER DE ROTINA

Fonte: Autoria Própria, 2022.

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