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Universidade de Brasília

Departamento de Artes Visuais


Curso: Teoria, Crítica e História da Arte
Disciplina: História da Arte 4
Professora: Iracema Lecourt
Aluna: Andressa Adelaide
Matrícula: 19/0127287

Atividade 1
Henri Rousseau e as cores do Novo Mundo

Brasília
2021
Henri Rousseau e as cores do Novo Mundo

Henry Rousseau, embora criticado negativamente no seu tempo, apresenta-se ainda


hoje, como um expoente e grande exemplo ao artista moderno que nascia no final do século
XIX. O período, que é marcado por significativas mudanças gerais, com destaque para a
Revolução Industrial e a ascensão da burguesia, provoca todos os paradigmas que eram
seguidos socialmente.
A figura do artista também assume outro significado diante de todo o contexto da
época: o questionamento do papel do “homem” dentro de um grupo e a sua
percepção/consciência dentro dessa sociedade passam a ser pontos muito fortes de discussão.
Rousseau surge como uma quebra considerável, representando todas essas mudanças que
estavam acontecendo.
Sua obra rompe com todas as regras acadêmicas: há uma desidealização da obra de
arte e nasce a proposta de expressar aquilo que ele interpreta da sua realidade, além da
constante experimentação, da busca pela linguagem singular. Para seus contemporâneos, sua
obra era classificada como ingênua, infantil, principalmente por não seguir os protocolos e
moldes da academia. A partir disso, sua arte também se torna política e coletiva.
Uma das mais belas particularidades das obras de Rousseau são as cores utilizadas,
que eram saturadas, fortes, onde suas figuras se apresentavam muito bem delineadas, quase
como colagens em planos diferentes. Suas composições também eram pensadas de forma
muito bem estruturada e equilibrada, onde é possível perceber a clareza das formas e cores e o
ritmo harmônico.
Todas essas características se mostram presentes em diversas de suas obras,
principalmente aquelas com temas ligados à natureza, à fantasia e ao Novo Mundo, que se
apresentavam à Europa através dos livros e relatos de artistas. A fuga dos caóticos centros
urbanos e a busca por essa conexão com o selvagem, e até mesmo com a liberdade, pode ser
observada na obra Exotic Landscape ou “Paisagem Exótica”.
Pode-se observar o uso de variados tons de verde, a separação clara entre os planos,
embora não haja a preocupação em pintar a perspectiva de maneira matemática e mimética.
Além do verde, as cores são vibrantes e sólidas, com variações bem marcadas. Todos os
elementos da composição são muito bem detalhados. Pode-se perceber e apreciar folha por
folha, cada fruto e flor. Um detalhe bastante curioso é a representação dos animais, que por
serem exóticos, eram representados como figuras bestiais, e Rousseau trouxe a imagem de
macacos de uma maneira bem mais realista e verdadeira.
Imagem anexa:

Título: Paisagem Exótica (Exotic Landscape)


Artista: Henry Rousseau (França, 1844-1910)
Data de criação: 1910
Dimensões físicas: 130,2 cm x 162,6 cm
Materiais, técnica:Óleo sobre tela
Acervo: The Norton Simon Fundation
Número de inventário: F.1971.3.P
Referências:

https://www.thaisslaski.com.br/henri-rousseau-a-arte-ingenua-e-primitivista-no-pos-imp
ressionismo-frances/
https://www.historiadasartes.com/prazer-em-conhecer/henri-rousseau/
https://www.hypeness.com.br/2020/05/henri-rousseau-o-incompreendido-mestre-de-pint
uras-surreais-inspiradas-na-floresta/
https://arteref.com/arte-moderna/henri-rousseau-um-pintor-autodidata/
https://www.nortonsimon.org/art/detail/F.1971.3.P/
TONEDO, Lívia Cristina; LEITE, Edson. Arte Näif e seus diálogos com a sociedade. XI
Congresso Internacional de Estética e História da Arte, Rompendo fronteiras: arte, sociedade,
ciência e natureza. São Paulo, P. 138 a 146, Outubro, 2018. Disponível em
<http://www.pgeha2.webhostusp.sti.usp.br/livros/C_I_EHA_11_-_Rompendo_fronteiras_-_ar
te_sociedade_ciencia_e_natureza_-_2018.pdf>

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