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(HTTPS://WWW1.FOLHA.UOL.COM.BR/BBC/)
13.mai.2022 às 12h42
Atualizado: 13.mai.2022 às 14h45
Julia Braun
SÃO PAULO | BBC NEWS BRASIL A enfermeira Thaysa Guimarães, 32, relata que já
chegou a emendar sete plantões, ou mais de 96 horas de jornada seguidas, em
seu trabalho em uma unidade de saúde pública em Goiás
(https://www1.folha.uol.com.br/folha-topicos/goias-estado/).
Mãe solteira de três filhos, ela concilia o emprego em uma UPA (Unidade de
Pronto Atendimento) na cidade de Anápolis com plantões algumas vezes por
mês em um hospital universitário em Uberlândia, Minas Gerais
(https://www1.folha.uol.com.br/folha-topicos/minas-gerais-estado/).
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"Já cheguei a ter três empregos ao mesmo tempo para conseguir manter a
renda da família —e mesmo assim fica tudo muito apertado", conta.
Por isso, assim que ficou sabendo que colegas de profissão estavam imigrando
para os Estados Unidos (https://www1.folha.uol.com.br/folha-topicos/estados-unidos/) com ofertas de
salário atrativas em dólar (https://www1.folha.uol.com.br/folha-topicos/dolar/), além de jornadas
consideravelmente menores do que no Brasil, Thaysa se interessou
imediatamente.
Os Estados Unidos encerraram o mês de março com 11,5 milhões de vagas de emprego abertas -
o maior número já registrado na história do país
- Getty Images
Após alguma pesquisa, descobriu que existe um mercado aberto nos EUA para
trabalhadores da área da saúde (https://www1.folha.uol.com.br/folha-topicos/saude/)dispostos a
revalidar seus diplomas emitidos no exterior —e decidiu seguir o mesmo
caminho.
"Tinha vontade de me mudar para os Estados Unidos desde que fiz uma viagem
a turismo em 2019, mas só comecei a enxergar uma possibilidade real quando
vários colegas deram entrada no processo e conseguiram arrumar emprego e
visto", diz a goiana.
Em 2020, 44% dos brasileiros que receberam green cards no país obtiveram o
documento por meio de contratos de trabalho.
De acordo com Rodrigo Costa, entre os que vão estão muitos médicos,
enfermeiros, dentistas e fisioterapeutas que esperam encontrar mais
reconhecimento, melhor qualidade de vida e novas experiências nos Estados
Unidos.
Thaysa Guimarães e os três filhos: "Pensei muito nos meus filhos, nas oportunidades e na
educação de qualidade que irão encontrar por lá", diz
- Arquivo pessoal
Foram exatamente esses fatores que influenciaram a decisão de Thaysa de se
mudar definitivamente para os EUA. "Pensei muito nos meus filhos, nas
oportunidades e na educação de qualidade que irão encontrar por lá", conta.
"Três dias depois de ser aprovada no exame, recebi minha primeira oferta de
emprego. Decidi aguardar outras oportunidades e já recebi outras cinco
ofertas", diz Thaysa, que tem planos de se mudar permanentemente para os
EUA até março de 2023.
A empresa escolhida pela enfermeira será responsável por dar início e arcar
com os custos do processo imigratório.
folha mercado
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É por tudo isso, segundo as fontes consultadas pela BBC, que muitos têm visto
nos imigrantes uma solução mais rápida para o problema enfrentado pelos
Estados Unidos.
"Recebemos pedidos e consultas de diversas empresas do setor da saúde que
desejam contratar estrangeiros para as vagas não ocupadas pelos americanos.
Eles querem saber quando nossos clientes vão chegar nos EUA, porque têm
pressa", diz Rodrigo Costa, cujo escritório de advocacia presta consultoria para
brasileiros e cidadãos de outras nacionalidades que desejam imigrar.
A procura cresceu de tal forma que a empresa afirma que tem conseguido
emitir uma modalidade especial de vistos para profissionais brasileiros da área
de saúde qualificados e com bom histórico.
O chamado EB-2 NIW é um green card direcionado para profissionais que são
considerados de "interesse nacional" para os Estados Unidos, ou seja, podem
ocupar vagas que beneficiam a economia (https://www1.folha.uol.com.br/mercado/), o sistema
educacional ou de saúde ou algum outro aspecto da sociedade americana.
Esse tipo de green card não requer uma oferta de trabalho ou uma empresa
patrocinadora, o que por vezes torna o processo imigratório mais fácil e rápido.
Todos os green cards dão direito a dez anos de permanência nos Estados
Unidos, mas após cinco anos no país o cidadão já fica elegível para uma
cidadania americana.
LEIA TAMBÉM
(https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2022/02/veja-como-conseguir-um-green-card-para-os-
eua-como-profissional-acima-da-media.shtml)
A fisioterapeuta Ana Paula Rocha, 37, teve seu visto permanente na categoria
EB-2 NIW aprovado neste ano. Mas antes mesmo de receber o documento a
mineira natural de Diamantina ganhou uma permissão de trabalho, com a qual
pôde começar a trabalhar nos EUA em julho de 2020.
"O processo de revalidação do diploma durou dois anos e aproveitei esse tempo
para completar o doutorado à distância em uma universidade americana. Pude
fazer tudo do Brasil e só tive que ir aos EUA para fazer a prova que garante a
licença de fisioterapeuta no país", conta. "Quando estava com meu registro
validado me mudei em definitivo".
tenho podido escolher onde trabalhar, analisando salários e horários que são
mais convenientes", diz.
"Decidi sair do Brasil porque não via muitas perspectivas na minha carreira
como fisioterapeuta e me sentia estagnada. Por aqui me sinto muito valorizada
e nunca experimentei nenhum preconceito ou dificuldade por ser estrangeira
atendendo americanos", relata. "Não pretendo voltar a trabalhar no Brasil".
Mas o EB-2 NIW não é a única opção para os profissionais de saúde brasileiros,
segundo Ana Barbara Schaffert, advogada e consultora da AG Immigration. "Há
outras modalidades de green card ou vistos de trabalho que podem ser
solicitados após a assinatura do contrato", explica.
Dentistas brasileiros costumam precisar passar por um programa de residência nos EUA para
obter licença
- Getty Images
Uma das maneiras que os dentistas podem conseguir a revalidação é por meio
da participação do profissional já formado em um programa de educação
odontológica credenciado pela comissão de odontologia americana, como uma
residência.
A cearense afirma ainda que tem notado um fluxo cada vez maior de dentistas
brasileiros interessados em seguir o mesmo caminho que o seu. "Na minha
turma de 40 residentes, cinco são brasileiros", diz.
Assim como no caso dos dentistas, médicos brasileiros que desejem atuar na
área clínica geralmente também precisam passar por uma residência em uma
instituição credenciada, mesmo que já tenham feito o período de experiência
no Brasil. Há ainda duas provas obrigatórias, além de um teste de
conhecimento de inglês.
Natural de Juiz de Fora, ele está atualmente estudando para uma prova clínica
que é exigida no processo de seleção da residência. "Já fui aprovado em uma
primeira prova, mais teórica, e depois da segunda avaliação vou ainda prestar
um teste de conhecimento de inglês específico para profissionais da saúde",
relata.
"Mas o processo todo realmente não é barato. Acho que no mínimo se gasta R$
30 mil ou R$ 40 mil com as taxas e provas para conseguir entrar na residência".
Rafael Hernandez Martin vai fazer residência nos EUA
- Arquivo pessoal
Nem todas as licenças são válidas em todo o território americano. Isto é, alguns
estados exigem uma licença própria.
Por tudo isso, os profissionais que decidem imigrar precisam de uma reserva
considerável em dólares para pagar taxas, inscrições e, quando necessário, a
mensalidade dos cursos. Os procedimentos para emissão de visto também são
pagos.
"Mas isso não significa que eles não podem trabalhar em empregos que exigem
menor qualificação. Assim, muitos trabalham como auxiliares de enfermagem
ou funcionários de casas de repouso, ocupações que nem sempre exigem uma
revalidação do diploma, mas tendem a ser mais precarizadas".
"Na área da odontologia, profissionais que não conseguem passar por todo o
processo de revalidação de seus diplomas se empregam muitas vezes como
assistente de dentista ou higienista dental, trabalhos que por vezes não exigem
a conversão da formação ou que tem menos burocracia para isso", explica
Batalova.
O paulista João Antônio Costa, 48, trabalha desde 2018 como dentista em um
centro comunitário em Hyannis, Massachusetts, mas com licença limitada.
"Por isso, no ano passado fui aprovado na prova exigida para tirar a licença
americana e nos próximos meses vou começar a me inscrever para os cursos de
residência e especialização que também são necessários", diz o brasileiro
natural de São José dos Campos, que está documentando toda sua jornada em
um blog pessoal.
"Há uma demanda muito grande por serviços de odontologia e quero poder
ajudar outros dentistas brasileiros que queiram vir aos Estados Unidos
trabalhar".
DINHEIRO NO BOLSO
A média salarial de um médico nos Estados Unidos é de US$ 208 mil (R$ 1
milhão) por ano.
"Quase todos os dentistas brasileiros que trabalham nos EUA com que converso
e lido diariamente ganham mais do que a média. O profissional brasileiro, além
de ser muito qualificado, também é conhecido por aqui por suas habilidades
sociais e empatia —qualidades essenciais na área da saúde", diz.
Cristian Brutten: "O profissional brasileiro, além de ser muito qualificado, também é conhecido
por aqui por suas habilidades sociais e empatia", diz
- Arquivo pessoal
O dentista natural de Natal mora nos Estados Unidos desde 2008 e, após
completar duas residências no país para validar seu diploma, abriu um
consultório próprio com um sócio. Também decidiu se dedicar a auxiliar outros
brasileiros que desejam seguir o mesmo caminho.
"Nem todos serão uma perda definitiva para o Brasil, mas uma pessoa tão
especializada pode demorar dez ou mais anos para chegar a esse nível. Ou seja,
vai demorar para encontrar um substituto"
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Útil e inútil
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F5
'Meu corpo não pode continuar': A comovente despedida de apresentadora com câncer
terminal
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