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E.E.E.F.M.

“FRANCISCO NASCIMENTO”

Aluno:______________________________________________Turma:___________Data:______

Atividade de: Geografia Professora: Jéssica Braga


Descritor: D179_G Compreender os processos e as dinâmicas demográficas.

Leitura coletiva:
Após recorde de fuga de cérebros, Brasil precisa voltar a atrair profissionais

Sonho de muitos brasileiros, conquistar um diploma universitário costumava significar a entrada em posições
privilegiadas no mercado de trabalho. No entanto, nos últimos anos, a valiosa graduação deixou de ser sinônimo de
emprego garantido no País.
Considerando isso, em dezembro de 2022, a Fragomen, uma das maiores empresas de imigração do mundo, divulgou
que o total de pedidos de vistos de emprego e residência em outro país superou o registrado em 2020, antes da
pandemia do novo coronavírus.
A busca por oportunidades em países da Europa ou nos Estados Unidos levou jovens formados a aderirem ao
fenômeno que especialistas classificam como “fuga de cérebros” ou “brain drain”, termo em inglês. Em linhas gerais, o
fenômeno é mundial e consiste na saída de profissionais qualificados de países menos desenvolvidos em busca de
melhores condições de emprego e renda. Os motivos por trás do movimento de migração variam de tempos em
tempos.
No caso do Brasil, a última onda de migrantes “não pode ser dissociada do cenário político e econômico que
vivenciamos nos últimos anos”, afirma a professora Graziella Maria Comini, da Faculdade de Economia, Administração,
Contabilidade e Atuária (FEA) da USP. Especialista em Gestão de Pessoas do Departamento de Administração, a
economista compreende que, em um ambiente “de bastante insegurança e polarização”, o mercado de trabalho
brasileiro não foi capaz de reter talentos.
Não bastando a turbulência política, a pandemia também contribuiu para a escassez de novas oportunidades no
mercado. “Quando o profissional está nessa situação, nota o pouco estímulo para setores como o da educação, por
exemplo, é normal que busque uma vida mais segura, onde é possível se planejar melhor e isso é um dos fatores por
trás da fuga de cérebros.”
Para Jorge Cavalcanti Boucinhas Filho, professor no curso de Administração de Empresas da Fundação Getúlio Vargas
(FGV), mestre e doutor em Direito do Trabalho pela Faculdade de Direito (FD) da USP, “a crise política certamente
contribuiu” para o aumento do movimento migratório, principalmente para países como Portugal. Não por acaso, de
acordo com a Fragomen, entre janeiro e novembro de 2022, apenas para Portugal, as requisições aumentaram 200%
em relação ao mesmo período de 2021. “Não que seja exclusividade deles, mas Portugal é um bom exemplo, já que
passou por várias mudanças em suas legislações migratórias para concessão de cidadania ou visto de permanência, em
especial, para aqueles que fazem investimentos significativos no país”, revela Boucinhas Filho.
No que se refere aos profissionais migrando para o país ibérico, em entrevista recente para o jornal O Estado de S.
Paulo, Daniel Traça, reitor de uma das melhores escolas de Administração e Finanças do mundo, a Nova School of
Business and Economics de Lisboa, afirmou que faltam jovens na Europa, especialmente nas áreas de tecnologia,
economia criativa e empreendedorismo. As áreas citadas, de acordo com o Guia Salarial da Robert Half, em 2022, são
algumas das profissões que estão em alta entre os brasileiros.
Para o professor e advogado, a questão em torno da predileção desses trabalhadores por empregos no exterior passa
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naturalmente, por exemplo, por salários mais altos impulsionados pela questão cambial. “Se mensuramos o salário em
dólares ou euros, eles são bem mais altos [que os em reais, no Brasil].” E, embora o custo de vida em uma capital
estrangeira precise ser levado em consideração, dependendo do país, é possível economizar em outros pontos “como
educação e saúde pública de qualidade”, reforça. Para ambos os especialistas, dinheiro não é o único fator que tem
mobilizado a busca por vagas no exterior. Além de menor instabilidade política e econômica, as vagas também
oferecem maior possibilidade de crescimento na carreira.
Na opinião de Boucinhas Filho, para os países receptores de migrantes as vantagens podem ser inúmeras. A população
de idosos, tanto em Portugal quanto em diversos países da Europa, tem aumentado exponencialmente, por isso “eles
precisam de mão de obra jovem, e rápido”. Apesar disso, a Alemanha, por exemplo, busca incentivar a própria taxa de
natalidade como medida para combater o envelhecimento da população e a queda de jovens no mercado, no entanto,
a medida não renderá frutos imediatos. “Esse tipo de ação vai gerar resultado em até 20 anos, ou seja, é uma política
de retorno demorado. Atrair jovens de outros países é uma solução muito mais imediata e rápida”, explica o
professor.

https://jornal.usp.br/atualidades/apos-recorde-de-fuga-de-cerebros-brasil-precisa-voltar-a-atrair-
profissionais/

Atividade:
Crie um material de estudo em seu caderno que resume as principais características do fluxo demográfico
“Fuga de cérebros” e o caso brasileiro em questão. (Sugestões: mapa mental, mapa conceitual, linha do
tempo, questões temáticas, tópicos, etc).

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