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CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
ÍNDICE
Recursos����������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������2
Recurso em sentido estrito (RESE)����������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������2
Processamento���������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������3
Efeitos�����������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������4
Julgamento���������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������4

Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com
fins comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AlfaCon Concursos Públicos.
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Recursos
Recurso em sentido estrito (RESE)
Essa modalidade de recurso, em regra, impugna decisões de natureza interlocutória, ou seja,
que não tenham caráter de término do processo. Essas decisões podem ser simples (ex.: decretação
de prisão preventiva) ou mistas (terminativas – ex.: decisão que decretar a prescrição ou julgar, por
outro modo, extinta a punibilidade – ou não terminativas – ex.: pronúncia).
O artigo 581 estabelece um rol TAXATIVO de implicações do RESE:
I – que não receber a denúncia ou a queixa;
Note que as palavras aqui são NÃO RECEBIMENTO, caso em que cabe RESE. Do recebimento,
caberá HC. No JECRIM, caberá apelação para a turma recursal, e nos tribunais de competência ori-
ginária, caberá agravo regimental.
II – que concluir pela incompetência do juízo;
III – que julgar procedentes as exceções, salvo a de suspeição;
Esse dispositivo trata das decisões que acolhem exceções de coisa julgada (1), de ilegitimidade de
parte (2), de litispendência (3) ou de incompetência (4). Ex.: o advogado interpela que o seu cliente já
está cumprindo pena, ou seja, já há exceção de coisa julgada.
IV – que pronunciar o réu;
Da impronúncia, caberá apelação.
V – que conceder, negar, arbitrar, cassar ou julgar inidônea a fiança, indeferir requerimento de
prisão preventiva ou revogá-la, conceder liberdade provisória ou relaxar a prisão em flagrante;
VII – que julgar quebrada a fiança ou perdido o seu valor;
VIII – que decretar a prescrição ou julgar, por outro modo, extinta a punibilidade;
IX – que indeferir o pedido de reconhecimento da prescrição ou de outra causa extintiva da puni-
bilidade;
X – que conceder ou negar a ordem de habeas corpus;
OBS.: vale lembrar que a decisão CONCESSIVA de HC ainda passa por reexame necessário.
XIII – que anular o processo da instrução criminal, no todo ou em parte;
É o caso das provas ilícitas.
XIV – que incluir jurado na lista geral ou desta o excluir;
Essa modalidade de recurso tem um prazo excepcional de 20 dias, direcionado diretamente ao
PRESIDENTE do tribunal recursal. Não há pacificidade da doutrina quanto ao cabimento desse
recurso.
XV – que denegar a apelação ou a julgar deserta;
XVI – que ordenar a suspensão do processo, em virtude de questão prejudicial;
Questões prejudiciais são as controvérsias jurídicas que, embora autônomas em relação ao seu
objeto e, por isso, passíveis de constituírem objeto de outro processo, revelam​-se como antecedentes
lógicos da resolução do mérito.
XVIII – que decidir o incidente de falsidade;
ATENÇÃO! Os incisos não presentes acima foram tacitamente revogados pelo art. 197 da LEP
(7.210/84).
OBS.: admite-se a interpretação extensiva, nos termos do artigo 3º do CPP.
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Como regra geral, a petição dos recursos em sentido estrito será endereçada ao juiz de 1º grau, e
as razões e contrarrazões, ao tribunal (ambas APRESENTADAS no juízo a quo). No entanto, o CPP
prevê 3 casos em que as razões e contrarrazões são endereçadas ao juiz de 1º grau. Vejamos:
• V (que conceder, negar, arbitrar, cassar ou julgar inidônea a fiança, indeferir requerimen-
to de prisão preventiva ou revogá-la, conceder liberdade provisória ou relaxar a prisão em
flagrante);
• X (que conceder ou negar a ordem de habeas corpus) e no caso;
• XIV (que incluir jurado na lista geral ou desta o excluir).
Cabe frisar um aspecto apontado pela doutrina. É citado que, na prática, não há aplicação do que
se refere às análises V e X, visto que somente antigamente existiam outros juízos inferiores.
Outra importante circunstância deve ser lembrada: a apelação exerce preferência sobre o recurso
em sentido estrito, razão pela qual quando cabível aquela, não poderá ser utilizado o RESE, ainda
que somente de parte da decisão se recorra.
INTERPOSIÇÃO: mediante petição ou termo nos autos (não precisa de advogado);
OBS.: para interposição por termo nos autos, não é necessária atividade postulatória (legiti-
midade ad causam), mas para apresentar as razões, é preciso, sim, (legitimidade ad processum)!
PRAZO: 5 dias (intimação ou data da sentença, no caso de apelação por termo nos autos).
Contra decisão que exclui ou insere jurado, o prazo será de 20 dias, endereçada ao presidente
do tribunal. O prazo para arrazoar ou contra-arrazoar o recurso será de 2 dias. Sendo impossível
extrair o translado, o escrivão terá o prazo em dobro.
Processamento
O recurso será interposto por petição ou por termo nos autos, assinado pelo recorrente ou por
seu representante.
O juiz, ao receber o recurso, intimará o recorrente para, em 2 dias, oferecer suas razões. Em
seguida, intimará o recorrido a oferecer resposta, em igual prazo. De forma diversa do que ocorre
em relação à apelação (art. 600, § 4º, do CPP), as razões do recurso em sentido estrito não podem ser
apresentadas diretamente ao tribunal, sendo necessário transpassar pelo juízo de primeiro grau.
Havendo ou não apresentação de contrarrazões, os autos serão remetidos ao próprio juiz prolator
da decisão, para que se manifeste fundamentadamente, mantendo ou reformando a decisão (juízo
de retratação).
Na hipótese de manutenção da decisão, o recurso será remetido ao tribunal competente para
julgamento. O mesmo ocorrerá se a decisão for parcialmente modificada, situação em que haverá
julgamento somente em relação à parte inalterada por ocasião do juízo de retratação.
Reformada no todo a decisão, poderá a parte contrária, por simples petição, recorrer do novo
teor da decisão, desde que cabível a interposição do recurso, não sendo mais lícito ao juiz, então,
modificá​-la. Assim, se o juiz havia rejeitado a denúncia e contra a decisão foi interposto recurso, caso
ele reveja a decisão e receba a exordial, não será cabível a interposição pela parte contrária, porque
NÃO EXISTE RECURSO PREVISTO CONTRA A DECISÃO QUE RECEBE A DENÚNCIA. O
recurso em sentido estrito será julgado pelo tribunal competente para o julgamento da lide principal,
salvo no caso da decisão que exclui ou inclui jurado na lista geral, em que apreciação cabe, conforme
o caso, ao Presidente do Tribunal de Justiça ou ao Presidente do Tribunal Regional Federal.
O CPP preconiza que os autos (do recurso) deverão subir com os AUTOS ORIGINAIS:
1) Reexame necessário, como se dá com a absolvição sumária no rito do Júri;

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2) Se for o caso de despacho, decisão, sentença, que não receber a queixa ou a denúncia, que julgar
precedentes as exceções (salvo suspeição), que pronunciar o acusado, que decretar a prescrição,
que julgar extinta a punibilidade e que negar ou conceder HC;
3) Não prejudicar o andamento do processo.
4) OBS.: o recurso da pronúncia subirá em traslado, quando, havendo dois ou mais réus, qualquer
deles se conformar com a decisão ou todos não tiverem sido ainda intimados da pronúncia.
Efeitos
1) Regressivo: o juízo que prolatou a decisão é obrigado a rever a questão, mantendo ou alterando o
seu teor;
2) Devolutivo: na hipótese de manutenção da decisão o juiz a quo deverá remeter os autos ao juízo
ad quem para apreciação da matéria.
3) Em regra, não tem efeito suspensivo. No entanto, o artigo 584 cita 2 casos de admissão de efeito
suspensivo:
a) Perda ou quebra da fiança;
b) Denegação da apelação ou julgada deserta;
OBS.: o recurso de pronúncia suspende o julgamento.
Julgamento
O processo de julgamento é semelhante à Apelação, mas sem a presença do Revisor. Aqui será
atribuída uma visão abrangente, que será mais bem trabalhada em apelação. Vejamos:
1) A competência do RESE é do TJ e TRFs, em compasso com o regimento interno.
2) Os autos serão distribuídos a um relator, seguindo-se vistas ao MP, pelo prazo de 5 dias, que
ofertará um parecer sobre o mérito e admissibilidade.
3) Ao retornar ao relator, este pedirá dia para julgamento e inclusão em pauta;
4) No dia do julgamento, o presidente do órgão jurisdicional anunciará o processo cabido o RESE
e apregoará as partes. O relator, COM OU SEM a presença das partes (que devem ser intimadas
por edital, exceto o MP e defensor dativo), procederá à exposição do feito.
5) Em seguida, é dada a palavra às partes pelo prazo de 10 minutos, se requererem;
6) A decisão é tomada por maioria;
OBS.: não é possível a realização do interrogatório, sem prejuízo da realização de novas diligên-
cias em casos devidamente justificados. Publicada a decisão do juiz ou do tribunal ad quem, deverão
os autos ser devolvidos, dentro de cinco dias, ao juiz a quo.

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Exercícios
01. Caberá recurso em sentido estrito, EXCETO
a) da decisão que anular o processo da instrução criminal, no todo ou em parte.
b) da decisão que indeferir o pedido de reconhecimento da prescrição ou de outra causa extin-
tiva da punibilidade da ação penal.
c) da sentença que conceder ou negar a ordem de habeas corpus.
d) do despacho que receber ou rejeitar a denúncia.
02. Da decisão que indeferir prisão preventiva caberá
a) a) correição parcial.
b) b) carta testemunhável.
c) c) agravo em execução.
d) d) habeas corpus.
e) e) recurso em sentido estrito.
Gabarito
01 - D
02 - E

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