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Ministério da Educação

Universidade Tecnológica Federal do Paraná


Engenharia de Bioprocessos e Biotecnologia
Bioquímica de Microrganismos

Teste de oxidação-fermentação da glicose (dextrose)


Aula prática n° 01

Cristiane Ferreira de Lara


Emilly Dias Martini
Rafaela Sayuri Tezuka

Ponta Grossa
2023/1
1. Introdução

Os microrganismos, como todos os seres vivos, podem, até certo ponto, modificar o
meio em que se encontram e utilizar as soluções químicas como fontes de energia,
produzindo um ambiente propício para seu crescimento e reprodução. Todas as
atividades celulares são mediadas por enzimas, e os microrganismos produzem
diversos tipos delas, que atuam de forma interligada. Ao testar os produtos finais de
reações enzimáticas e notar o desaparecimento de algumas substâncias de um
meio de cultura, os microbiologistas podem estabelecer as características
enzimáticas de um microrganismo e identificá-lo, podendo então diferenciá-lo de
especies similares (SEELEY JR. et al., 1991).

A mais de um século, os testes convencionais ou clássicos para a identificação de


microrganismos vêm sendo utilizados, baseados na habilidade que o organismo em
estudo possui para utilizar diferentes formas de carbono ou observando os produtos
finais de seu metabolismo (BETTELHEIM, 1994).

Assim como os humanos, a maioria dos microrganismos utiliza inúmeros


carboidratos como sua fonte principal de energia. Estes incluem os polissacarídeos
(salicina, dextrina), os dissacarídeos (lactose, melibiose, sacarose), os
trissacarídeos (rafinose) e os monossacarídeos (glicose, ramnose, adonitol, dulcitol,
manitol, sorbitol) (SEELEY JR. et al., 1991). Os carboidratos são chamados de
açúcares, entretanto, alguns deles são na verdade álcoois. Normalmente, um
açúcar “verdadeiro” tem seu nome terminado em “ose”, enquanto os álcoois
terminam com “ol”. Poucas exceções existem em relação a estas nomenclaturas,
sendo uma delas o açúcar salicina (MacFADDIN, 2000).

Os testes de fermentação de carboidratos são realizados para determinar a


habilidade de um organismo fermentar, ou seja, degradar determinado carboidrato,
incorporado a um meio basal, tendo como resultado a produção de ácido ou ácido e
gás. Os padrões de fermentação são característicos de grupos de bactérias ou
espécies, como por exemplo, todas as Enterobacteriaceae são fermentadoras de
glicose. Os testes de fermentação de carboidratos podem ser úteis na diferenciação
entre gêneros e podem auxiliar na identificação de espécies bacterianas
(MacFADDIN, 2000). Os produtos resultantes da quebra dos carboidratos são
ácidos orgânicos (exemplo: ácido lático e acético) e gases, como hidrogênio e
dióxido de carbono, sendo que o tipo e a proporção dos produtos formados
dependerá da espécie do microrganismo e do carboidrato que está sendo
disponibilizado para utilização. A habilidade, ou a sua ausência, que um organismo
possui para utilizar um açúcar simples, uma combinação de açúcar ou vários tipos
de açúcares proporciona informações para a classificação das espécies
bacterianas, pois a fácil observação da produção de ácido e gás por certos
microrganismos é de grande valor prático para a identificação dos mesmos.
(SEELEY JR. et al., 1991).
2. Objetivos

A prática tem como objetivo a identificação de bactérias de acordo com a


capacidade de oxidar ou fermentar açúcares específicos, ou seja identificar se ela é
aeróbica ou anaeróbica facultativa.

3. Materiais e métodos

3.1 Materiais

● Bico de Bunsen;
● 2 tubos de ensaio com o meio de oxidação fermentação com 1% de glicose
(OF) para bactérias gram negativas;
● Vaselina líquida;
● Agulha de inoculação estéril;

3.2 Métodos

● Iniciamos lavando as mãos e higienizando a bancada.


● Usamos 2 tubos contendo a fonte de carboidratos (glicose), inoculamos o
microrganismo a ser testado com o auxílio da agulha de inoculação que
estava estéril. Repetimos o processo com os dois tubos.
● Após a inoculação adicionamos a um dos tubos 2 ml de vaselina, a fim de
promover um ambiente de anaerobiose e testar a capacidade da bactéria em
fermentar o açúcar na ausência de oxigênio.
● Os tubos foram deixados meio abertos para que pudessem ter contato com o
ar, permitindo assim o crescimento anaeróbico.
● Incubamos os tubos em temperatura de 35-37°C por 48 horas, observamos o
resultado após 48h.
4. Resultados

Data: 13/03/2023
Foto do dia da prática apenas para
comparação com o resultado.

Data: 15/03/2023
Após as 48h os tubos não sofreram
alterações, então podemos deduzir que
a não utilização do açúcar é
considerada quando os dois tubos
permanecem com suas cores
inalteradas, e estas bactérias então são
consideradas não reativas ou incapazes
de utilizar a glicose
Data: 20/03/2023
Após 7 dias os tubos continuaram sem
alteração em sua cor.

5. Discussão

● O teste de oxidação-fermentação é utilizado para diferenciar microrganismos


que oxidam ou fermentam açúcares específicos e determina se a bactéria é
aeróbica ou anaeróbica facultativa.
● Considera-se bacteria oxidativa aquela que após as 48h de incubação no
tubo que se encontrava sem óleo, e consequentemente em aerobiose,
adquiriu coloração amarela indicando oxidação da glicose e acidificação do
meio, e ao mesmo tempo o tubo que continha o óleo, assim estando em
anaerobiose, tiver mantido a coloração original (verde).
● Considera-se que houve fermentação da glicose, e a bactéria então foi
classificada como fermentativa, quando houver mudança da cor de ambos
tubos, que se tornaram de coloração amarela.
● Podemos concluir então que a bactéria usada para o teste não é capaz de
degradar o açúcar em específico (sem a alteração do pH), pois em ambos os
tubos não houve alteração em sua coloração. Sendo assim, a bactéria não é
reativa ou não é capaz de catabolizar carboidratos, e sim proteínas ou
lipídeos.
6. Referências Bibliográficas

https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/13401/000648131.pdf

https://bdm.unb.br/bitstream/10483/6628/1/2013_BrunoFernandesDeMouraPires.pdf

http://professor.pucgoias.edu.br/SiteDocente/admin/arquivosUpload/7456/material/
Aula%20n%C2%BA%20%209%20identifica%C3%A7%C3%A3o%20bact
%C3%A9rias.pdf

https://spdbcfmusp.files.wordpress.com/2014/09/
iras_modulodeteccaobacterias.pdf

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