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Acadêmico da Faculdade Católica Dom Orione. Curso de Direito. Matéria de Direito Penal IV.
criminosa de incitar ou fazer apologias à crimes. Por se tratar de uma denominação
terminológica “excessivamente abrangente e vaga”, conforme ensina Magalhães
Noronha (2003, p. 84), há a maior possibilidade de responsabilizar agentes pela
interferência grosseira e aterrorizante contra o sentimento de calma generalizado.
Nenhum crime ou seu autor, por mais nobre que seja o motivo
determinante, pode ser louvado. E todos intolerável será o exaltar, de
público, um crime estupido ou um vulgar malfeitor. Em qualquer caso,
porém, apresenta-se uma perigosa insinuação a indivíduos já
propensos à delinquência ou facilmente sugestionáveis. Não há,
entretanto, confundir apologia com simples apreciação favorável ou
defesa. (HUNGRIA, 1958, p. 172)
A motivação de tutela penal dos dois crimes é a razão preparatória das duas
condutas, todavia, na apologia de crime ou criminoso não observo que há ato
preparatório para o cometimento de crimes. A simples exaltação de crime ou
criminoso não figura como ato preparatório, mas sim como uma simples exposição
opinativa acerca de fato criminoso passado ou como glorificação de um criminoso
em si. A liberdade de expressão, conforme determinado pela Constituição Federal
de 1988, não pode estar restrita ao sentimento positivo da coletividade, mas também
deve enquadrar-se às opiniões que contrariam os entendimentos generalizados da
sociedade, caso contrário não resta disponível a compreensão de liberdade, mas
somente o direito de expressão.
REFERÊNCIAS
AZEVEDO, Marcelo André de. SALIM, Alexandre. Direito Penal. Parte Especial. 8ª
Ed. Salvador: JusPodivm, 2020.
BITTENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal: Parte Especial. 13ª. Ed.
São Paulo: Saraiva Educação, 2019.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del2848compilado.htm Acesso em 07
out. 2022.
CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal: Parte Especial. Volume 3. 20ª Ed. São
Paulo: SaraivaJur, 2022.