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Alterações Post mortem

↪Alterações post morten são os fenômenos que Tanatologia


ocorrem após a morte somática;
↪Ramo da medicina legal que estuda a morte e seus
↪Morte: cessação total e permanente de todas as fenômenos;
funções vitais:
Tanathos (morte); logia (estudo)
Morte circulatória: parada definitiva das atividades
cardíacas. ↪É o ramo da Patologia que estuda a morte e seus
fenômenos;
Morte encefálica: comprometimento irreversível da vida
de relação e coordenação. Tanalogia Forense: exame do local, circunstâncias,
exames complementares, estudo minucioso do
“Pode-se portanto conceituar-se morte como a cadáver, cronologia e repercussões da morte na esfera
rotura do equilíbrio biológico e físico-químico, jurídica.
fundamentais à manutenção da vida,
↪Importância:
caracterizando-se pela cessação dos fenômenos
vitais pela perda das funções cerebral, ↳Podem ser confundidas com lesões;
respiratória e circulatória.” ↳Podem mascarar as lesões;
↳Possibilita a estimativa da hora da morte em casos de
(Bandarra & Sequeira, 1999)
medicina veterinária legal.

Morte somática: é a cessação total e permanente de Cronotanatognose:


todas as funções vitais. ≠ morte celular em vida = Khronos+thanatos+gnosis
NECROSE.
Tempo+morte+conhecimento
Parâmetros clínicos que definem a
morte Modalidades do evento morte (classificação):

↪Parada cardíaca; ↪Quanto à causa jurídica: natural (envelhecimento


↪Parada respiratória; orgânico e patologias) / Violenta (ação exógena e
↪Perda de consciência; lesica);
↪Desaparecimento dos movimentos e do tônus ↪Quanto ao processo: súbita (instantânea)/ agônica.
muscular;
↪Perda da ação reflexa a estímulos táteis, térmicos e
dolorosos;
↪Perda de sensibilidade;
↪Relaxamento dos esfíncteres;
↪Ausência de pulso;
↪Perda das funções cerebrais.
Fenômenos cadavéricos ↳Hipóstase cadavérica: deslocamento gravitacional do
sangue para o lado baixo do animal;

Abióticos Transformativos ↳Aparecimento: 2 – 4 horas após a morte;


Modificam o aspecto geral ↳Desfaz: 12 – 24 horas após o rigor;
Não modificam o aspecto do cadáver, inclusive
geral do cadáver dificultando o trabalho de ↳Pele escura
análise dos achados
Sem interferência de Interferência de agente Hispostáse cadavérica
agente biológico biológico

Fenômenos destrutivos e
Imediatos e mediatos
fenômenos
Parada da circulação
(consecutivos) morte
conservadores

Sangue não coagulado


redução do tônus vascular
Fenômenos cadavéricos abióticos: Imediatos
↪Aparecem inicialmente (significado: morte somática Sangue para partes baixas do cadáver
ou clínica): Abertura dos esfíncteres capilares

↳Insensibilidade;
Manchas hipostáticas
↳Imobilidade; Sangue flui e se acumula nas partes baixas
↳Parada da função cardiorrespiratória;
Na necropsia:
↳Inconsciência;
↪Órgão pesado;
↳Arreflixia; ↪Azulado ou vermelho;
↪Ao corte flui sangue;
↳Palidez; MORTE ↪Fígado: impressão das costelas;
↳Midríase; ↪Órgãos pares – pulmões e rins.

↳Abolição do tônus muscular; ↪Algor mortis ou Resfriamento cadavérica::

↳Relaxamento de esfíncter. ↳Cadáver não produz e nem mantém o calor, desse


modo à temperatura corpórea tende a se equilibrar
Fenômenos cadavéricos abióticos: Mediatos ou com o ambiente;
Consecutivos
↳1 grau centígrado por hora;
↪Desidratação:
↳Mecanismo de formação:
↳Evaporação cadavérica;

↳Temperatura, correntes de ar e umidade;

↳Globo ocular e perda da elasticidade da pela

↪Livor mortis ou Hipóstase cadavérica:

↳Alteração da cor: “cor de chumbo”;


Parada das
Perda de calor
Musculatura a entrar
funções vitais Tempo de morte
em rigor

2 a 3 horas Cabeça (mandíbula)

Região cervical, tronco e


Resfriamento 4 a 5 horas
Evaporação membros
gradual

6 a 9 horas Resto do corpo


↳Aparecimento em + ou – 1 – 2 horas;

↳Lento (obesos, grande porte, ruminantes); • Rigidez precoce e


Idade curta
↳Rápido (jovens). Jovens e idosos

↪Rigor mortis ou Rigidez cadavérica:


• Hígidos: tardia e
Estado intensa
↳É a contração que ocorre com os músculos após a nutricional
• Desnutridos
morte;

↳Aparecimento: 1 – 6 horas após a morte; • Prococe e duradoura


Envenenamento (arsênico)
↳Desaparecimento: 24 – 28 horas; s

↳Importante para determinar o tempo da morte

↳Falta de irrigação;
Início na fase abiótica, prossegue até a ocorrência
↳Membrana celulares tornam-se permeáveis ao cálcio; dos fenômenos transformativos destrutivos
↳Movem para o interior da célula;
↪Coagulação do sangue:
↳Acúmulo de cálcio provoca ligações entre os
filamentos de actina e miosina; ↳Formam-se em 2 horas após a morte e desfazem-se
em 8 horas (hemólise);
↳Para o relaxamento é necessário ATP;
↳Câmaras cardíacas e vasos.
↳ATP – esgotado;
Mecanismo de formação
↳Decomposição que destrua as uniões actina e miosina.

↳Processo progressivo: Células endoteliais, leucócitos e laquetas

Coração Pálpebras Diafragma


Tromboquinase

Formação de coágulos
Membros Região
Cabeça
anteriores cervical

Membros
Tronco Cauda
posteriores
↳Tipos de coágulo: Autólise da parede da vesícula biliar pelos sais biliares
 Cruóricos: cor e aspecto geleia de amora, firme,
elásticos, superfície lisa e brilhante, e modal-se ao Penetração da bile na parede
vaso onde se formou, mas sem aderir.
 Lardárceos: tem cor clara, amarelada e levemente
Coloração (tons amarelados)
translúcida, lembra tecido adiposo.
 Mistos
Fígado , intestino
Coágulos (post Trombo
mortem) ↪Timpanismo ou meteorismo post mortem;
Não aderidos à parede Aderidos à parede dos
↳Distensão abdominal por gases formados no tubo
dos vasos vasos
gastrintestinal;
Brilhantes Opacos
Úmidos Secos ↳Aparecimento após a morte: muito variável
Moldados perfeito no
formato do lúmen do Compostos em camadas Bactérias
vaso
Fermentação e putrefação do conteúdos gástrico

↪Embebição pela hemoglobina: Grande volume de gás


Distensão de vísceras ocas
↳Termo aplicado à coloração avermelhada dos tecidos;
Timpanismo post morten
↳Aparecimento: 8 horas ou mais (após ocorrer o
coágulo). Aumentando a pressão intra-abdominal
Compressão pulmonar
Mecanismos de formação:
Conteúdo gastrintestinal pela cavidade
Perda da integridade íntima dos vasos
↳O timpanismo post-mortem deve ser diferenciado do
meteorismo ante-mortem (que pode inclusive ter sido a
Eritrólose
causa da morte) - Linha tipânica (nível de esôfago).

Liberação de hemoblobina ↪Deslocamento, torção e ruptura de vísceras;

↪Pseudoprolapso retal.
Penetra na parede dos vasos
Fenômenos transformativos – Destrutivos
Extensão para tecidos adjacentes
↪Promovem a completa destruição do cadáver
culminando com a redução esquelética;

↪Embebição pela bile: ↪DECOMPOSIÇÃO;

↳Consiste na coloração esverdeada ou marrom- ↪Autólise:


esverdeada dos tecidos adjacentes à vesícula biliar;
↳Autodestruição celular;
↳Podem ocorrer horas após a morte.
↳Resulta das enzimas liberadas pelas células após a
morte;

↳Sem interferência externa;


↳Sem participação bacteriana.

Sistema nervoso

Medula da supra renal

Trato intestinal

Pâncreas, fígado e rins

Associados aos processos de putrefação

↳Processo progressivo;

↳Células mais resistentes à autólise (pele,tecido Fase gasosa (enfisematosa ou deformante):


fibroso,cartilagens,ossos)
↳Inicia-se a partir do intestino por fermentação;
↪Putrefação:
↳Cronologia: 48 a 72 horas;
↳Ocorre devido a ação de enzimas proteolíticas dos
germes saprófitas,geralmente oriundos do próprio trato ↳Duração: 5 a 7 dias (até 30 dias)
instestinal do animal;

↳Fases da putrefação:
Gases
Fase cromática (coloração ou manchas da putrefação): Bactérias
putrefação
↳Alterações na coloração;

↳Cronologia: 18 a 24 h (verão) /36 a 48 h (inverno);

↳Duração de 7 a 10 dias.
Pressão Decomposição
abdominal(timpanismo,
Ação bacteriana: sulfeto de hidrogênio (H2S) prolapso) e dos tecidos
compressão pulmonar (odor fétido)
Ferro da hemoglibina (hemólise)

Fase coliquativa (fusão pútrida):


Sulfeto ferroso (FeS)
↳Redução tecidual: partes moles são reduzidas ao
Esverdeamento e enegrecimento dos tecidos estado amorfo;
(pseudomelanose)
↳Início: 9 a 30 dias;

↳Duração: semanas a anos;

↳Amolecimento e desintegração tecidual;

↳Massa pastosa;

↳Auxílio das larvas


Fase de esqueletização (redução esquelética: ↳Infiltração tecidual por sais de cálcio;

↳Secagem da massa; ↳Esqueleto com aumento de peso;

↳Início: 4ª semana após a morte; ↳Fetos retidos.

↳Término variável; ↪Congelação:

↳Influência: clima e ambiente. ↳Baixas temperaturas;

↪Maceração: ↳Tempo prolongado;

↳Amolecimento (submersão líquido) ↳Animais pré-históricos;

↳Fragmentação tecidual e desprendimento das ↳Conservação de tecidos e espermatozoides;


mucosas;
↳Diagnósticos precisos.
↳Ação das enzimas proteolíticas geradas pela
proliferação bacteriana agem nos tecidos mucosa, Fatores que influenciam no
tornando-os friáveis
aparecimento precoce ou tardio das
Fenômenos Transformativos – Conservadores
alterações cadavéricas
↪Apesar das alterações transformativas, as
características gerais do cadáver; ↪Temperatura ambiente:
↪Saponificação: ↳Quanto mais alta, maior a velocidade de instalação das
alterações cadavéricas;
↳Transformação do cadáver em substância de
consistência untuosa, mole e quebradiça, de tonalidade ↳Temperatura baixa inibe a ação e a síntese de
amarelo escura, com aparência de cera ou sabão; enzimas proteolíticas, assim como o crescimento
bacteriano.
↳Ambiente: pântanos, alagados;
↪Tamanho do animal:
↳Fenômeno raro;
↳Quanto maior o animal, mais difícil o resfriamento e
↳Cheiro rançoso (adocicado);
maior a velocidade de instalação das alterações
↳Cor amarela acinzentada; cadavéricas.

↳Tempo: seca e dura; ↪Estado nutricional:

↳Alta umidade e baixa ou nenhuma ventilação. ↳Quanto maior o teor de glicogênio muscular, mais
tempo levará o rigor mortis para se instalar.
↪Mumificação:
↪Causa morte:
↳Dessecação rápida;
↳Infecções clostridianas e septicêmicas (com
↳Meio quente, seco, arejado; hipertermia préagônica), tétano, intoxicações por
↳Comum magros e jovens; estricnina, traumatismos crânioencefálico (com tetania e
hipertermia) → Aceleram a instalação das alterações
↳Aparecimento rápido. cadavéricas.

↪Calcificação: ↪Cobertura tegumentar:

↳Processo raro;
↳Pelos, penas e camada de gordura podem aumentar a
velocidade de instalação das alterações cadavéricas.;

↳Isto explica por que uma ovelha lanada ou suínos


autolisam mais rapidamente que uma cabra de idêntica
proporção

Outros fatores relacionados ao reconhecimento


das alterações cadavéricas:
↪A morte somática (perda das funções orgânicas) de
um indivíduo não acarreta a morte simultânea de todos
os tecidos;

↪Células individuais ou tecidos podem permanecer


vivos durante um curto e variável período de tempo
após morte clínica, possibilitando assim o transplante de
órgãos.

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