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Patologia Veterinária

ALTERAÇÕES POST MORTEM


Parte I

Bruno Costa Silva


Alterações Cadavéricas
(Alterações Post Mortem)

O que ocorre com o corpo


após a morte?!!!
A MORTE não é um instante, um momento, mas
um verdadeiro processo e quem há um
progressivo desmantelamento do organismo como
um todo passando por sistemas, órgãos, tecidos
até o nível celular
Alterações Cadavéricas
(Alterações Post Mortem)

 Fenômenos que ocorrem após a morte somática

 Conceito: alterações em um cadáver e que não tenham ocorrido no indivíduo vivo.

✓ Achados comuns nos cadáveres;

✓ Devem ser OBRIGATORIAMENTE


diferenciadas das alterações ante mortem.
Alterações Cadavéricas
(Alterações Post Mortem)

Qual importância?

✓ Diferenciar das lesões produzidas em vida (evitar falso diagnóstico);

✓ Possibilitar a estimativa da hora da morte (Cronotanatognose).


Alterações Cadavéricas
(Alterações Post Mortem)
Qual importância?

Normal x Lesão x Autólise (putrefação)

Imagem: Vetsimulators.com Imagem: Sagartz, Ohio State University Imagem: vet.uga.edu


Alterações Cadavéricas
Importância

Como avaliar a morte somática?

Tanatologia (estudo da morte – causas, fenômenos e circunstâncias)

Cronotanagnose
✓ Khronos – tempo
✓ Thanatos – morte
✓ Gnosis - conhecimento

Diagnóstico do tempo da morte


Classificação das Alterações
e Significado Prático:

1. Alterações Cadavéricas Abióticas

- Que não modificam o cadáver no seu aspecto geral

2. Alterações Cadavéricas Transformativas

- Que modificam o cadáver no seu aspecto geral, inclusive


dificultando o trabalho de análise dos achados
Alterações físicas
e químicas

Morte do animal
Alterações
post
mortem

Abióticos Transformativos

Imagem: Rech et al., 2013 Imagem: www.academia.dk

✓ Imediatos ✓ Autólise
✓ Consecutivos ✓ Putrefação
Alterações Cadavéricas

➢ Diferentes órgãos, por sua composição, sofrem alterações post mortem mais rapidamente

✓ SNC
✓ Trato gastrointestinal Órgãos mais susceptíveis as
✓ Fígado alterações post mortem
✓ Rins

✓ Pele
Órgãos mais resistentes as
✓ Ossos
alterações post mortem
✓ Tecido fibroso
Classificação das Alterações
e Significado Prático:

1- Alterações Cadavéricas Abióticas

➢ Não modificam o aspecto geral do cadáver

❖ Divididos em:

o A) Imediatas (morte somática ou clínica)

o B) Mediatas ou Consecutivas
Alterações Cadavéricas Abióticas
Imediatas (morte somática ou clínica)

❖ Insensibilidade

- Abolição das sensações táteis, térmicas e dolorosas

❖ Imobilidade

- Abolição do tônus muscular

❖ Parada das funções cárdio-respiratórias


Alterações Cadavéricas Abióticas
Imediatas (morte somática ou clínica)

❖ Inconsciência

- Cessação da atividade cerebral

❖ Arreflexia (Ausência de Reflexos)

- Abertura das pálpebras e boca,


relaxamento do esfíncter anal e vesical
Imagens: Bruno Costa
Alterações Cadavéricas Abióticas
Imediatas (morte somática ou clínica)

❖ Fenômenos Oculares

- Dilatação pupilar (midríase)

- Opacidade do cristalino

- Abertura das pálpebras


Midríase

Desidratação
Alterações Cadavéricas Abióticas
Imediatas (morte somática ou clínica)

❖ Fenômenos Oculares

Imagens: Bruno Costa


Alterações Cadavéricas Abióticas

Mediatas ou Consecutivas

✓ Desidratação Cadavérica;

✓ Frialdade cadavérica (Algor mortis);

✓ Hipóstase cadavérica (Livor mortis);

✓ Rigidez cadavérica (Rigor mortis);

✓ Coagulação sanguínea.
Alterações Cadavéricas Abióticas

Mediatas ou Consecutivas

Desidratação Cadavérica

➢ Perda passiva de líquidos corpóreos, também denominada evaporação cadavérica.

❖ Depende fundamentalmente de fatores ambientais:

- Temperatura do ambiente;

- Umidade relativa do ar.


Alterações Cadavéricas Abióticas

Mediatas ou Consecutivas

Desidratação Cadavérica

➢ Melhor observada nos globos oculares e na perda de elasticidade da pele.

✓ Decréscimo do peso;
✓ Ressecamento das mucosas;
✓ Perda de tensão do globo ocular;
✓ Retração do globo ocular (humor aquoso);
✓ Turvação da córnea – perda do brilho (transparente).
Imagem: Patrick Nation – University of Alberta
Alterações Cadavéricas Abióticas

Mediatas ou Consecutivas

Desidratação Cadavérica

Imagem: Universidade Federal de Santa Maria Imagem: Universidade Federal de Santa Maria
Alterações Cadavéricas Abióticas
Desidratação Globo Ocular
4h 12h 16h 24h 28h

32h 36h 44h


Alterações Cadavéricas Abióticas

Mediatas ou Consecutivas

Frialdade cadavérica (Algor mortis)

O que é?

➢ É o resfriamento cadavérico decorrente da cessação da atividade metabólica


e do esgotamento gradual das fontes energéticas.

➢ Tende a estabelecer um equilíbrio térmico com o meio ambiente.


Alterações Cadavéricas Abióticas

Mediatas ou Consecutivas

Frialdade cadavérica (Algor mortis)

Mecanismo de formação:
Parada das
funções vitais

Dissipação do
calor por
evaporação

Não ocorre de maneira uniforme:


Resfriamento
- Início nas extremidades gradual
Alterações Cadavéricas Abióticas
Mediatas ou Consecutivas

Frialdade cadavérica (Algor mortis)


Quando aparece?

Tempo: 3 a 4 horas após a morte

✓ Primeiras três horas depois da morte a queda da temperatura é de 0,5ºC;


✓ Quarta hora em diante o decréscimo é de 1,0ºC até o equilíbrio térmico.

Depende de fatores:
✓ Espécie;
✓ Estado de nutrição;
✓ Temperatura do ambiente.
Alterações Cadavéricas Abióticas

Mediatas ou Consecutivas

Imagem: Moema C. Matos

Hipostase cadavérica (Livor mortis)


O que é?

➢ É a acomodação gradual do sangue para o lado de decúbito do cadáver.

➢ Caracteriza-se pela extrema palidez do cadáver e pelo aparecimento de manchas


inicialmente rósea e posteriormente de tonalidade roxa nas partes em contato com
superfícies.
Alterações Cadavéricas Abióticas

Mediatas ou Consecutivas

Hipostase cadavérica (Livor mortis)

Mecanismo de formação:

Ação da
Parada da Sangue não Gravidade
circulação coagulado

Sangue para as
Manchas
partes baixas
Hipostáticas
do cadáver
Hipostase cadavérica (Livor mortis)

Imagem: Rech et al., 2013

➢ Intensidade varia com a fluidez do sangue

Imagem: Fernando H. Furlan

Imagem: Fernando H. Furlan

A observação deste fenômeno em animais é dificultada pela pigmentação da pele e pelo pelame.
Alterações Cadavéricas Abióticas

Hipostase cadavérica (Livor mortis)

E D
E D

Imagem: Dra. Rogéria Serakides - UFMG Imagens: Bruno Costa


Alterações Cadavéricas Abióticas

Mediatas ou Consecutivas

Hipostase cadavérica (Livor mortis)

Quando aparece?

Imagem: Rech et al., 2013


Tempo: 2 a 4 horas após a morte

Fixam-se por volta das 12h (mais evidente)

Manchas permanecem mesmo que o cadáver seja trocado de decúbito


Hipostase cadavérica (Livor mortis)

➢ Desaparecem momentaneamente por compressão digital


Mudança de posição X fixação das hipóstases
Alterações Cadavéricas Abióticas

Mediatas ou Consecutivas

Hipostase cadavérica (Livor mortis)

❖ Atenção:

Diferenciar das hemorragias cutâneas (equimoses)

Livor mortis Equimoses


Sem coágulo Presença de coágulo
Sem infiltração hemorrágica Infiltração hemorrágica
Decúbito Qualquer parte do corpo
Intravascular Extravascular
Imagem: Fernando H. Furlan

Imagem: Amaral et al., 2015 Imagem: www.diagnosticoveterinario.com


Hipostase cadavérica (Livor mortis)

➢ Diferenciar de congestão hipostática ante mortem.

➢ Hiperemia Passiva (Congestão = acúmulo)

❖ Hiperemia Passiva local:

✓ Obstrução ou compressão vascular


✓ Torção de vísceras

Imagem: Carpenter – Angell Memorial Hospital Imagem: Fernando H. Furlan Imagem: Fernando H. Furlan
Hipostase cadavérica
(Livor mortis)

❖ Hiperemia Passiva sistêmica


Imagem: Raquel R. Rech
✓ Insuficiência Cardíaca Congestiva

Imagem: Bruno Costa Imagem: Prof. Rafael Fighera - UFSM


Alterações Cadavéricas Abióticas

Mediatas ou Consecutivas

Rigidez Cadavérica (Rigor mortis)

O que é?

➢ Enrijecimento muscular do cadáver por um determinado tempo.

Dividido em três fases:

✓ Fase pré-rigor
✓ Fase Rigor
✓ Fase pós-rigor
Imagem: Universidade Federal de Santa Maria
Rigidez Cadavérica (Rigor mortis)

Imagem: Fernando H. Furlan Imagem: Fernando H. Furlan Imagem: www.siid.ucdb.br


Alterações Cadavéricas Abióticas

Mediatas ou Consecutivas

Rigidez Cadavérica

(Rigor mortis)
FILAMENTO GROSSO MIOSINA FILAMENTO FINO ACTINA

❖ Cabeça: - Sítio fixador da actina ❖ Formados por 3 proteínas: actina, tropomiosina


e troponina;
- Hidrólise do ATP
❖ Possui um sítio fixador para a miosina;

❖ Durante o repouso – coberto por tropomiosina.


❖ Tropomiosina: Estado de repouso (Músculo relaxado):
➢ Entrelaçada ao longo do filamento de actina; Miosina não consegue se ligar à Actina
➢ Função – bloquear a interação actina-miosina; (obstrução pela Tropomiosina)

❖ Energia para a contração:

➢ Antes que a contração comece as cabeças


das pontes cruzadas (miosina) fixam o ATP;
Ca2+ inundam o citosol e ligam-se a troponina

muda conformação do complexo troponina-tropomiosina


Ca2+

expõem sítios ativos da actina


Com o sítio ativo da actina exposto, uma ponte
cruzada energizada pode se ligar no local.
A ligação da miosina na actina provoca mudança
na conformação da ponte cruzada.

liberação de ADP e Pi
A energia química do ATP foi transformada
em energia mecânica de contração
Para desconectar a ponte cruzada da
actina, uma molécula de ATP tem que
ligar-se em seu local na ponte cruzada.
A liberação da ponte cruzada de
miosina da actina ativa a hidrólise
da molécula de ATP

ADP e Pi Relaxamento (desprendimento da cabeça)

Ca2+

Com o Ca2+ removido, o complexo troponina-


tropomiosinacobre os locais de sítio ativo da actina.
 Papel do ATP na contração e
no relaxamento muscular
Alterações Cadavéricas Abióticas

Mediatas ou Consecutivas

Fase pré-rigor
(Período após a constatação da morte clínica em que ainda há tecidos e órgãos vivos)

Morte somática Reserva de glicogênio muscular

Para
Metabolização do glicogênio para produzir ATP Guardar!!!

Interação
actina/miosina/ATP
Flacidez muscular pré-rigor mantém o músculo
relaxado
Mecanismo de formação do Rigor Mortis

Ausência de circulação

Ausência de oxigenação

Aumento da glicólise anaeróbica Ácido lático


(produção de ATP)
pH

Imagem: Ana Paola Brendolan

Forte união entre Depleção do glicogênio e


RIGOR MORTIS action e miosina ATP autointoxicação muscular
Falhas nas bombas de Ca2+
Alterações Cadavéricas Abióticas

Mediatas ou Consecutivas

Fase pós- rigor


(Período onde predominam os fenômenos líticos)

Enzimas agem sobre as miofibrilas

Autólise e Heterólise

Destruição da Actina e Miosina pelas enzimas proteolíticas

Flacidez Muscular pós-rigor


Alterações Cadavéricas Abióticas

Mediatas ou Consecutivas

Rigidez Cadavérica (Rigor mortis)

Quando aparece?

Tempo: 2 a 4 horas após a morte

Depende: Causa mortis e Estado nutricional

Duração: 12 a 24 horas após a morte

Imagem: Hassen Jerbi


Rigidez Cadavérica (Rigor mortis)

Fenômeno cadavérico mais útil na determinação do tempo


da morte (manifesta-se de uma maneira ordenada).

 Músculos involuntários  músculos voluntários

✓ Coração
Início
✓ Músculos peri-oculares
 2 a 4 horas
✓ Músculos mastigatórios
✓ Músculos pescoço
✓ Músculos membros anteriores
 12 a 24 horas
✓ Músculos do torácicos e abdominais
✓ Músculos dos membros posteriores Término

 Flacidez cadavérica aparece progressivamente na mesma ordem.


Alterações Cadavéricas Abióticas

Rigidez Cadavérica (Rigor mortis)

❖ Particularidades do coração
Ventrículo esquerdo –
Musculatura mais desenvolvida
➢ Coração para em diástole (câmaras cheias de sangue)

- Rigor mortis – expulsão do sangue

- M. Involuntários (pouca reserva glicogênio)

➢ Ventrículo esquerdo – Coágulos (Sugere IC)

- Lesões de natureza degenerativa, necrótica e/ou inflamatória

porém... não o suficiente para diagnóstico de IC (necessário... lesão miocárdio,


vávulas, lesões extracardíacas secundárias – congestão, edema pulmonar)
Rigidez Cadavérica (Rigor mortis)

 Particularidades do coração

Imagem: Bruno Costa

Imagem: Bruno Costa

Imagem: www.siid.ucdb.br
Alterações Cadavéricas Abióticas
Mediatas ou Consecutivas

Coagulação sanguínea

O que é?

➢ Os fatores de coagulação predominam sobre os anticoagulantes,


em consequência ocorre a coagulação.
Alterações Cadavéricas Abióticas

Mediatas ou Consecutivas

➢ Coagulação sanguínea

Morte somática Deficiência de O2 e nutrientes

Morte das células Plaquetas


Como se formam? endoteliais degeneradas

➢ Células endoteliais, leucócitos e plaquetas em


hipóxia liberam Tromboplastina que irá
desencadear a formação de coágulos.
Alterações Cadavéricas Abióticas

Mediatas ou Consecutivas

Coagulação sanguínea
Coagulação incompleta:

Distúrbios da coagulação

✓ Infecções septicêmicas (Carbúnculo Sintomático - Clostridium chauvoei);


✓ Intoxicações (varfarina);
✓  de O2 (asfixiado);
✓ Trombocitopenias.
Alterações Cadavéricas Abióticas

Mediatas ou Consecutivas

Coagulação sanguínea

➢ Coágulo Cruórico (Vermelho)

✓ Predominam as hemáceas
Imagem: Bruno Costa

✓ Liso, elásticos, brilhantes, não aderentes as


paredes cardiovasculares, de coloração vermelha.
Coagulação sanguínea

➢ Coágulo Cruórico

Imagem: Christian Jackowski et al., 2005

Imagem: Moema C. Matos


Imagem: Bruno Costa

Imagens: Christian Jackowski et al., 2005


Imagem: Prof. Cláudio Barros
Alterações Cadavéricas Abióticas

Mediatas ou Consecutivas

Imagem: Bruno Costa


Coagulação sanguínea
➢ Coágulo Lardáceo (Amarelo)

✓ Predominam os leucócitos;

✓ Liso, densos, não aderentes as paredes cardiovasculares,


de coloração amarela (perda de hemácias);

✓ Indício macroscópico de quadros de anemia grave / morte agônica prolongada

o Em equídeos – sem significado clínico


(velocidade da taxa de sedimentação das hemácias).
Coagulação sanguínea

➢ Coágulo Lardáceo

Imagem: Bruno Costa Imagem: Fernando H. Furlan

- Também chamados de coágulos "gordura de galinha” (chicken fat).

Imagem: Oregon State University

Imagem: Prof. Cláudio Barros Imagem: Prof. Cláudio Barros


Coágulo Lardáceo

Imagens: Bruno Costa


Alterações Cadavéricas Abióticas

Mediatas ou Consecutivas

Coagulação sanguínea

Imagem: Oregon State University


➢ Coágulo Misto

Imagem: Cláudio Barros Imagem: Bruno Costa


Alterações Cadavéricas Abióticas

Mediatas ou Consecutivas

Coagulação sanguínea
Quando aparece?

Tempo: em torno de 2 horas após a morte

Duração: desfazem-se 6 a 8 h após – Hemólise (Embebição pela Hemoglobina)


ASPECTO:

Coágulo Trombo

Friável
Elástico
(quebradiço)
Coagulação sanguínea
Gelatinoso Seco

Devem ser diferenciados de Trombos!!! Liso Rugoso

Brilhante Opaco

Solto no Aderido ao
interior do vaso vaso
Para
Guardar!!!
Post Mortem Ante mortem
thrombus - pulmonary artery Heart – Pulmonary thrombosis Aorta-Iliac arteries thrombus

Imagem: http://vet.uga.edu Imagem: Grosser – University of Georgia


Imagem: Harrington – Purdue University

Imagem: www.webpathology.com Imagem: anatpat.unicamp.br


“Circuncidar-vos-eis na carne do
prepúcio; e isto será um sinal de
pacto entre Mim e vós. À idade
de oito dias todo varão dentre
vós será circuncidado...”
Bereshit/Gênesis 17:11-12.

➢ Bebê recém-nascido tem susceptibilidade a L. Emmett Holt e Rustin McIntosh


(Holt Pediatrics, 1953)
hemorragias entre o 2° e o 5° dia de vida.

✓ Vitamina K – é produzido de forma


insuficiente antes do 5° e 7° dia.

✓ No 3° dia de vida de um bebê, a Protrombina


disponível corresponde apenas a 30% do normal.

✓ No 8° dia a Protrombina eleva-se a um nível


bem melhor do que o normal: 110%.
Ainda uma resenha sobre Rigor mortis...
Classificação das Alterações
e Significado Prático

2- Alterações Cadavéricas Transformativas


(Autólise e heterólise)

Imagem: australianmuseum.net.au
mas...
semana que vem tem mais!!!

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