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Método Delphi

Deve seu nome à Sibila, sacerdotisa do


templo de Apolo em Delphi, famosa pelas
suas profecias

RAND desenvolveu o método Delphi na década de 1950, originalmente


para prever o impacto da tecnologia na guerra. O método envolve um
grupo de especialistas que anonimamente resposta aos questionários e
posteriormente receber feedback na forma de uma representação
estatística da "resposta grupo," depois que o processo se repete. O
objetivo é reduzir o alcance de respostas e chegar a algo mais perto de
IM136 – Sistemática e Metodologia de Projeto - Dedini 2015 1
perto do consenso.
É um método criativo não interativo, em
que o grupo não se reúne ou conhece e que
segue a seguinte sistemática;:
1. São enviados questionários a um grupo
de especialistas escolhidos pela sua
liderança na área do conhecimento em
questão;
2. Depois de respondidos os questionários
são analisados e são resumidas as
principais conclusões por parte da
equipe que lidera o trabalho.
3. Os questionários voltam aos
especialistas, que tem oportunidade de
rever as respostas e altera-las se
acharem necessário. Se uma resposta
varia muito em, relação ao resto do
grupo o autor é convidado a justificar
sua diferença de opinião.
4. O processo de resumo e revisão repete-
se até atingir o consenso entre todos os
especialistas.
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Sinéctica ou Synectics
É um método que estimula processos inconscientes de pensamento para
resolver problemas. Este método foi desenvolvido por George M. Prince
e William J.J. Gordon,

A sinéctica ( do grego "synechein" união de elementos sem correlação),


como um método de geração de idéias em grupo foi desenvolvida por
Willian Gordon através de extensas investigações sobre a maneira de
trabalho e pensamento criativo de inúmeros inventores e pesquisadores.
Como no caso do "Brainstorming", um fator fundamental para o sucesso
de um grupo de sinéctica é a diversidade de formação, treinamento e
experiência profissional (resultando em variedade de conhecimento e
diferentes pontos de vista). Um grupo não deve ter mais que 7 pessoas
(ideal 4 a 6 ), mas, ao contrário do "Brainstorming", as pessoas têm que
ser altamente treinadas em aplicação da sinéctica. Um treinamento em
sinéctica tem por objetivo aumentar a capacidade criadora de cada
membro.
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Essência do método
O método baseia-se no princípio de tornar o estranho
familiar e o familiar em estranho. A primeira parte do
princípio realiza-se através de:
Análise - Sonda as ramificações e procede a
decomposição do problema nas suas partes componentes
para converte-lo, por meio de comparações, em algo
conhecido.
Generalização - Identifica configurações significantes
entre os componentes. Procura de um modelo que facilite
esse trabalho.

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• baseia-se no princípio de tornar o estranho familiar e o
familiar em estranho

Sinéctica

Análise Generalização Analogia

Direta Simbólica

Pessoal
• baseia-se
Sonda as no princípio dee tornar
ramificações o estranho
procede a familiar e o
familiar em estranho
decomposição do problema nas suas
partes componentes para converte-lo, por
meio de comparações,Sinéctica
em algo conhecido

Análise Generalização Analogia

Direta Simbólica

Pessoal
• baseia-se no princípio de tornar o estranho familiar e o
familiar em estranho
Identifica configurações significantes
entre os componentes. Procura de um
modelo que facilite esse trabalho.
Sinéctica

Análise Generalização Analogia

Direta Simbólica

Pessoal
Cabelos

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A segunda parte efetua-se através do conceito de analogia, de cuja
aplicação depende o sucesso de uma sessão de sinéctica.

Analogia direta - Problemas técnicos podem muitas vezes


serem resolvidos através de analogias com as ciências em geral e a
natureza em particular.
Analogia pessoal - Envolve o uso da estética, sentimentos
e características próprias de cada participante com a identificação
com os elementos do problema.
Analogia simbólica - Descrição de um termo através de
um conflito implícito. No procedimento seleciona-se uma palavra
chave e pergunta-se pela essência de seu significado. A formação de
analogia simbólica exige uma concentração muito intensa e diverge
rapidamente.

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• baseia-se no princípio de tornar o estranho familiar e o
familiar em estranho
Problemas técnicos podem muitas
vezes serem resolvidos através de
analogias com as ciências em geral e
Sinéctica
a natureza em particular - Biótica

Análise Generalização Analogia

Direta Simbólica

Pessoal
• baseia-se no princípio de tornar o estranho familiar e o
Envolveem
familiar o uso da estética,
estranho
sentimentos e
características próprias de
cada participante comSinéctica
a
identificação com os
elementos do problema.

Análise Generalização Analogia

Direta Simbólica

Pessoal
• baseia-se no princípio de tornar o estranho familiar e o
Descrição
familiar de um termo através de um
em estranho
conflito implícito. No procedimento
seleciona-se uma palavra chave e
Sinéctica
pergunta-se pela essência de seu
significado. A formação de analogia
simbólica exige uma concentração muito
intensa e diverge
Análise rapidamente.
Generalização Analogia

Direta Simbólica

Pessoal
Um exemplo marcante foi dado quando a NASA identificou o
problema de fechar as luvas grossas dos astronautas. O fecho Velcro foi
desenvolvido à partir de analogia simbólica com a escolha da palavra
chave "Floresta Tropical"( "Rain Forest").

A escolha da palavra foi derivada da dificuldade de movimento


relacionada. Um dos participantes da reunião descreveu a caminhada
pela floresta com espinhos prendendo sua roupa. Isso deu a ideia de
criar um dispositivo que tivesse milhares de espinhos que prendessem
uma parte da roupa na outra.

O interessante da questão é que o Velcro já existia, mas não se


conhecia uma aplicação para o mesmo e quase caiu em desuso.
Inventado em 1940 pelo suíço George de Mestral que chamou sua
invenção de "Velcro", derivado de duas palavras francesas velours
(atoalhado) e crochet (enlaçado).

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Um exemplo marcante foi dado quando a NASA identificou o
problema de fechar as luvas grossas dos astronautas. O fecho Velcro foi
desenvolvido à partir de analogia simbólica com a escolha da palavra
chave "Floresta Tropical"( "Rain Forest").

A escolha da palavra foi derivada da dificuldade de movimento


relacionada. Um dos participantes da reunião descreveu a caminhada
pela floresta com espinhos prendendo sua roupa. Isso deu a ideia de
criar um dispositivo que tivesse milhares de espinhos que prendessem
uma parte da roupa na outra.

O interessante da questão é que o Velcro já existia, mas não se


conhecia uma aplicação para o mesmo e quase caiu em desuso.
Inventado em 1940 pelo suíço George de Mestral que chamou sua
invenção de "Velcro", derivado de duas palavras francesas velours
(atoalhado) e crochet (enlaçado).

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Um exemplo marcante foi dado quando a NASA identificou o
problema de fechar as luvas grossas dos astronautas. O fecho Velcro foi
desenvolvido à partir de analogia simbólica com a escolha da palavra
chave "Floresta Tropical"( "Rain Forest").

A escolha da palavra foi derivada da dificuldade de movimento


relacionada. Um dos participantes da reunião descreveu a caminhada
pela floresta com espinhos prendendo sua roupa. Isso deu a ideia de
criar um dispositivo que tivesse milhares de espinhos que prendessem
uma parte da roupa na outra.

O interessante da questão é que o Velcro já existia, mas não se


conhecia uma aplicação para o mesmo e quase caiu em desuso.
Inventado em 1940 pelo suíço George de Mestral que chamou sua
invenção de "Velcro", derivado de duas palavras francesas velours
(atoalhado) e crochet (enlaçado).

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Fase preparatória
1 Dar
2 Definição 3 Exprimir
conhecimento e análise espontâneamente
do problema do problema idéias de solução

Fase intuitiva

7 Unir - Análise 6Analizar 5 Fazer 4 Reformular


e reformulação. sistematicamente comprimir ou
Novo ponto têrmos estranho por meio decompor o
análogos
de vista. de analogias problema em grupo

Fase de Avaliação
6 7
Avaliação Solução

Figura 1 - Diagrama de funcionamento do método Sinéctico.


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Vantagens :

Mais profundo e analítico que o


"Brainstorming"
As soluções são em geral mais originais.

Desvantagens:
Exige maior formação e maior
treinamento dos participantes.

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Método 6.3.5
Foi desenvolvido ( Bernd Rohrbach) com a intenção de tornar
mais eficientes as seções de "Brainstorming" através da
exploração intensificada do fato que a idéia proposta por um dos
membros pode ser continuamente aprimorada pelos outros
membros. A combinação numérica 6.3.5 contém, como definição,
os três pontos característicos deste método:

6 membros do grupo preparam (segundo um elaborado


esquema);
3 propostas em formulário especial. Este processo é repetido
mais:
5 vezes ( com tempo cronometrado )

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Problema: Data: Nomes:
Como aumentar o faturamento da loja ? 16/08/2006 Carlos Alberto 676767
Nomes dos
Theosófio Rides 666666
Bethânia Ruiz 454545
Solução: Depto.: João de Barros 333333
Lucia Flávius 442233
Atendimento ao componentes
José Anacleto 778977
Cliente
1.1 1.2
T.R. 1.3 Iniciais:
-------------

2.1 2.2 2.3


C.A.
-------------

3.1 3.2 3.3


-------------

4.1 4.2 4.3


-------------

5.1 5.2 5.3


-------------

6.1 6.2 6.3


-------------

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Problema: Data: Nomes:
Como aumentar o faturamento da loja ? 16/08/2006 Carlos Alberto 676767

Solução: Depto.:
Atendimento ao
C.A.
Theosófio Rides 666666
Bethânia Ruiz 454545
João de Barros 333333
Lucia Flávius 442233
José Anacleto 778977
Cliente
1.2Vender mais 1.3Gastar menos Iniciais:
Vender mais produtos
C.A
1.1
barato que a populares com artigos de -------------
concorrência luxo na loja
2.1 2.2 2.3
.
-------------

3.1 3.2 3.3


-------------

4.1 4.2 4.3


-------------

5.1 5.2 5.3


-------------

6.1 6.2 6.3


-------------

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Problema: Data: Nomes:
Como aumentar o faturamento da loja ? 16/08/2006 Carlos Alberto 676767
Theosófio Rides 666666
Bethânia Ruiz 454545
Solução: Depto.: João de Barros 333333
Lucia Flávius 442233
Atendimento ao José Anacleto 778977
Cliente
1.1 Vender
Onde fazer ?mais Vender 1.3 Gastar
barato que a mais menos com
C.A
1.2 Iniciais:
concorrência produtos artigos de -------------
Aprofundar ! populares luxo na loja
Procurar 2.2 Clientes
. B.
J.
2.1
fornecedores de maior Ostentar
2.3
de menor poder menos luxo
custo aquisitivo com mais -------------
criatividade
3.1 3.2 3.3
-------------

4.1 4.2 4.3


-------------

5.1 5.2 5.3


-------------

6.1 6.2 6.3


-------------

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Problema: Data: Nomes:
Como aumentar o faturamento da loja ? 16/08/2006 Carlos Alberto 676767
Theosófio Rides 666666
Bethânia Ruiz 454545
Solução: Depto.: João de Barros 333333
Lucia Flávius 442233
Atendimento ao José Anacleto 778977
Como fazer ?
Cliente
1.1 Vender mais 1.2 Vender 1.3 Gastar
barato que a mais menos com
C.A
Iniciais:
concorrência produtos artigos
Recorrência ! de -------------
populares luxo na loja
Procurar 2.2 Clientes 2.3Ostentar
. B.
J.
2.1
fornecedores de maior menos luxo
de menor poder com mais -------------
custo aquisitivo criatividade
3.1 3.2 3.3
-------------

4.1 4.2 4.3


-------------

5.1 5.2 5.3


-------------

6.1 6.2 6.3


-------------

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Problema: Data: Nomes:
Como aumentar o faturamento da loja ? 16/08/2006 Carlos Alberto 676767
Theosófio Rides 666666
Bethânia Ruiz 454545
Solução: Depto.: João de Barros 333333
Lucia Flávius 442233
Atendimento ao José Anacleto 778977
Cliente
1.1 Vender mais 1.2 Vender 1.3 Gastar
menos com fazer
C.A
barato que a mais Por quê ? Iniciais:
concorrência produtos artigos de -------------
populares luxo na loja
Procurar 2.2 Clientes Inversão !
J. . B.
2.1
fornecedores de maior Ostentar
2.3
de menor poder menos luxo -------------
custo aquisitivo com mais
criatividade
3.1 3.2 3.3
-------------

4.1 4.2 4.3


-------------

5.1 5.2 5.3


-------------

6.1 6.2 6.3


-------------

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Problema: Data: Nomes:
Como aumentar o faturamento da loja ? 16/08/2006 Carlos Alberto 676767
Theosófio Rides 666666
Bethânia Ruiz 454545
Solução: Depto.: João de Barros 333333
Lucia Flávius 442233
Atendimento ao José Anacleto 778977
Cliente
1.1Vender
que
mais barato Vender mais
a concorrência 1.2 1.3 Gastar menos Iniciais: C.A.
produtos populares luxo artigos
com
na loja
de
-------------

2.1 Procurar 2.2 Clientes de 2.3 Ostentar J. B.


fornecedores de maior poder menos luxo com
menor custo aquisitivo mais -------------
criatividade
3.1 Diminuir os 3.2 3.3 Definir uma
custos de Gastar em filosofia de B.R.
manutenção publicidade mercado ex. eco -------------
seletiva
4.1Gerenciar
mais
com
qualidade 4.2 4.3Investir
Fazer um cadastro loja Virtual
em T.R.
evitando de clientes VIPS como carro chefe -------------
desperdícios para mala direta
5.1Identificar as 5.2 5.3Contratar o J.A.
fontes de perdas e Diminuir o gerente da
quantificar a número de concorrência -------------
importância funcionários
6.1 Treinar os 6.2Melhorar salários 6.3de Fazer pesquisa L.F.
funcionários para para “ganhar” o opinião entre
melhorar o empenho dos os clientes -------------
atendimento funcionários

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O método 635 é algumas vezes conhecido como BrainWriting
modificado, e em geral tem sido considerado um dos mais eficazes
métodos de busca de soluções.

O método foi aplicado com sucesso, na solução do mesmo


problema proposto para o Brainstorming – O que fazer com
pneus velhos ? , para um grupo de seis engenheiros durante a
disciplina Sistemática e Metodologia de Projeto em 1998 gerando
as seguintes soluções:

IM136 – Sistemática e Metodologia de Projeto - Dedini 2015 26


Tabela 1 - Resultado de uma carteia de 635 em 1998

Problema: O quê fazer com Data: 25/09/98 Nomes: Mauro


pneus usados / velhos ? Manoel
João
Solução: Depto.: IM136 Sílvio
Marcelo
Carlos
1.1 Uso em parques 1.2 Construção de estradas 1.3 Uso em construção Iniciais:
infantis de prédios MAAUF
2.1 Segurança em pistas 2.2 Queimar em fornos 2.3 Fazer balanços
para gerar eletricidade MAD
3.1 Enchimento de 3.2 Utilização em curvas 3.3 Enchimento de
alicerces de construção de nível de plantações paredes de construções SLB
populares
4.1 Fazer aparelho de 4.2 Guarda de pontes 4.3 Preencher erosões
ginástica MS
5.1 protetor em pistas de 5.2 Vasos Ornamentais 5.3 Construção de Balsas
corrida CF
6.1 Incubadoras de 6.2 Moído para Isolamento 6.3 Fazer cercas de
sementes acústico fazenda JNB

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Dentre as soluções modernas para o uso de pneus velhos em grande
escala estão:
-Uso em redes de contenção de encostas.
-Preenchimento de erosão
-Moldes de concreto para fundações
-Moído na composição do asfalto
-Ilhas submersas para nidificação de peixes
-Moído e prensado em perfis industriais.

Fica imediatamente clara a riqueza de soluções


proporcionadas pelo método. Várias das soluções mais
promissoras, para o uso de pneus usados, utilizadas na
atualidade poderiam ser “descobertas” no uso deste
método em um processo completo:
•Aplicação da fase intuitiva
•Análise e Condensação das propostas
•Discussão dos resultados.
IM136 – Sistemática e Metodologia de Projeto - Dedini 2015 28
Quadro Morfológico.

O método estimula a criatividade através da


exploração sistemática de um grande número de
possíveis soluções, representadas em forma de um
quadro ou matriz, chamado quadro morfológico.

Este método, desenvolvido por Fritz Zwicky,


consiste em decompor o problema global em
problemas parciais (ou parâmetros do sistema).

IM136 – Sistemática e Metodologia de Projeto - Dedini 2015 29


Tabela 1 - Quadro morfológico

Parâmetros Soluções Parciais (conhecidas ou possíveis )


1 1.1 1.2 1.3 1.4 1.5 1.6

2 2.1 2.2 2.3

3 3.1 3.2
Os
3.3
parâmetros
3.4
do problema
são colocados na primeira
4 4.1 4.2 coluna
4.3 do quadro.
4.4 4.5 Em seguida,
deve-se mostrar em cada linha
5 5.1 5.2
o maior número de possíveis
6 6.1 ... alternativas para satisfazer o
descrito na primeira coluna.
... ...

IM136 – Sistemática e Metodologia de Projeto - Dedini 2015 30


Tabela 1 - Quadro morfológico

Parâmetros Soluções Parciais (conhecidas ou possíveis )


1 1.1 1.2 1.3 1.4 1.5 1.6

2 2.1 2.2 2.3

3 3.1 3.2 Os
3.3parâmetros
3.4 do problema
são colocados na primeira
4 4.1 4.2 coluna
4.3 do quadro.
4.4 4.5 Em seguida,
deve-se mostrar em cada linha
5 5.1 5.2
o maior número de possíveis
6 6.1 ... alternativas para satisfazer o
descrito na primeira coluna.
... ...

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Tabela 1 - Quadro morfológico

Parâmetros Soluções Parciais (conhecidas ou possíveis )


1 1.1 1.2 1.3 1.4 1.5 1.6

2 2.1 2.2 2.3

3 3.1 3.2 3.3 3.4

4 4.1 4.2 4.3 4.4 4.5

5 5.1 5.2

6 6.1 ...

... ...

IM136 – Sistemática e Metodologia de Projeto - Dedini 2015 32


Combinando as soluções de uma linha com todas
as soluções de outras linhas, obtém-se um número
muito elevado de soluções construtivas para o
problema. Evidentemente muitas dessas soluções
são inviáveis ou absurdas.
Uma exploração sistemática de todas as
combinações possíveis permite a concepção de
novos grupos e sistemas construtivos.
Este método não é restrito ao uso em problemas
técnicos, podendo ser usado para sistematizar
informações de qualquer natureza. Em geral as
informações técnicas podem ser consideradas em
sua forma mais pura.
IM136 – Sistemática e Metodologia de Projeto - Dedini 2015 33
Tabela 1 - Quadro morfológico para um cofre
Considere-se um exemplo relativamente simples de um
cofreParâmetros Soluções Parciais - Conhecidas ou Possíveis
para uso doméstico. Os parâmetros que caracterizam o
problema são : Local de instalação, material do corpo do
Lugar de Parede Piso Mesa Teto Armário Portátil
cofre,Instalação
acesso ao cofre, segurança
* e
# volume.
Plástico Plástico Vidro
Material do Madeira Chapa de Aço reforçado reforçado reforçado
corpo e ferro aço fundido com fibra com fibra com tela
* # de vidro de carbono metálica
Tampa
Acesso com Porta com Porta Porta Gaveta Obturador
através de... encaixes dobradiça corrediça flexível
* #

Trancar por Fechadura Segredo Cadeado Cadeado Tramelas Controle


meio de... com chave numérico com chave com secretas remoto
# segredo *

Volume 1 dm3 2 dm3 3 dm3 5 dm3 10 dm3 >10 dm3


aproximado: # *

2 1
IM136 – Sistemática e Metodologia de Projeto - Dedini 2015 34
Tabela 1 - Quadro morfológico para um cofre

Parâmetros Soluções Parciais - Conhecidas ou Possíveis

Lugar de Parede Piso Mesa Teto Armário Portátil


Instalação * #
Plástico Plástico Vidro
Material do Madeira Chapa de Aço reforçado reforçado reforçado
corpo e ferro aço fundido com fibra com fibra com tela
* # de vidro de carbono metálica
Tampa
Acesso com Porta com Porta Porta Gaveta Obturador
através de... encaixes dobradiça corrediça flexível
* #

Trancar por Fechadura Segredo Cadeado Cadeado Tramelas Controle


meio de... com chave numérico com chave com secretas remoto
# segredo *

Volume 1 dm3 2 dm3 3 dm3 5 dm3 10 dm3 >10 dm3


aproximado: # *

2 1
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Tabela 1 - Quadro morfológico para um cofre

Parâmetros Soluções Parciais - Conhecidas ou Possíveis

Lugar de Parede Piso Mesa Teto Armário Portátil


Instalação * #
Plástico Plástico Vidro
Material do Madeira Chapa de Aço reforçado reforçado reforçado
corpo e ferro aço fundido com fibra com fibra com tela
* # de vidro de carbono metálica
Tampa
Acesso com Porta com Porta Porta Gaveta Obturador
através de... encaixes dobradiça corrediça flexível
* #

Trancar por Fechadura Segredo Cadeado Cadeado Tramelas Controle


meio de... com chave numérico com chave com secretas remoto
# segredo *

Volume 1 dm3 2 dm3 3 dm3 5 dm3 10 dm3 >10 dm3


aproximado: # *

IM136 – Sistemática e Metodologia de Projeto


2 - Dedini 2015 1 36
Tabela 1 - Quadro morfológico para um cofre

Parâmetros Soluções Parciais - Conhecidas ou Possíveis

Lugar de Parede Piso Mesa Teto Armário Portátil


Instalação * #
Plástico Plástico Vidro
Material do Madeira Chapa de Aço reforçado reforçado reforçado
corpo e ferro aço fundido com fibra com fibra com tela
* # de vidro de carbono metálica
Tampa
Acesso com Porta com Porta Porta Gaveta Obturador
através de... encaixes dobradiça corrediça flexível
* #

Trancar por Fechadura Segredo Cadeado Cadeado Tramelas Controle


meio de... com chave numérico com chave com secretas remoto
# segredo *

Volume 1 dm3 2 dm3 3 dm3 5 dm3 10 dm3 >10 dm3


aproximado: # *

IM136 – Sistemática e Metodologia de Projeto


2 - Dedini 2015 1 37
Tabela 1 - quadro morfológico do saca-rolha

Parâmetros Soluções Parciais - Conhecidas ou Possíveis


Material
do corpo Aço Alumínio Plástico ...
Segurar a Punção
rolha por Broca com 3 garras 2 pinças com ponta Vácuo ...
meio de : rosca curvas expansiva
Deslocar a Diminuição
rolha por do atrito Pressão Pressão Força ...
meio de: rolha-vidro positiva negativa mecânica
Acionar por Força motor Vaso de
meio de : humana elétrico Mola pressão ...
Princípio Pressão
de conversão Força direta 1 alavanca N Impacto Rosca sobre área
alavancas
...

IM136 – Sistemática e Metodologia de Projeto - Dedini 2015 38


IM136 – Sistemática e Metodologia de Projeto - Dedini 2015 39
Avaliação do método :
Vantagens :
Representa problemas complexos mediante um simples quadro;
Obriga a um procedimento sistemático;
Permite análise completa do sistema;
Fornece segurança que nada foi esquecido...Esgota o número de
soluções possíveis;
Cometer erros é muito difícil;
Fornece impulsos para a criatividade;
Adequado para aplicação em grupo;
Serve como fonte de solução para problemas afins;
Soluções parciais podem ser facilmente combinadas em um solução
global.
Desvantagens:
Não fornece soluções acabadas, somente soluções conceituais
adequadas;
Neste estágio, as soluções só podem ser avaliadas com certa incerteza;
Para problemas muito complexos, o quadro pode assumir tamanho
inconveniente e perder a sua clareza.
IM136 – Sistemática e Metodologia de Projeto - Dedini 2015 40
Tabela 1 - Quadro morfológico do relógio

Parâmetros Soluções Parciais - Conhecidas ou Possíveis


Fonte de Água Força
energia Calor do Sol corrente humana ...
Acumulador Vaso de
de energia Mola Nenhum pressão ...
Tipo de Motor Peso da
tração elétrico Peso água ...
Sistema de Engrenagem Rodas de
redução Alavancas atrito Nenhum ...
Sistema de Disco Nível da
indicação Ponteiros girante água ...
Estrangula
Calibração Pêndulo mento Vibração ...
Unidades de Dias, meses Horas e
indicação e anos Horas minutos s-6 ...

IM136 – Sistemática e Metodologia de Projeto - Dedini 2015 41


Desenvolvimento de uma lanterna portátil :

Tabela 1 - Quadro morfológico para uma lanterna

Parâmetros Soluções Parciais - Conhecidas ou Possíveis


Fonte de Gás Radoati- Força
energia inflamável vidade humana Gravidade ...
Acumulador Vaso de
de energia Baterias Carbureto Mola pressão ...
Arco Emissão de
Fonte de luz Chama voltaico fótons ...
Transfor- Conversão
mação de elétro- Mecânica Gerador ...
energia : química em calor
Sistema de Botão
acionamento liga/desl. Alavanca Manivela Turbina ...
Concentração Espelho Campo
do facho côncavo Lentes magnético ...
Material do Chapa de
corpo Baquelite aço Alumínio ...

IM136 – Sistemática e Metodologia de Projeto - Dedini 2015 42


IM136 – Sistemática e Metodologia de Projeto - Dedini 2015 43
IM136 – Sistemática e Metodologia de Projeto - Dedini 2015 44
IM136 – Sistemática e Metodologia de Projeto - Dedini 2015 45
IM136 – Sistemática e Metodologia de Projeto - Dedini 2015 46
IM136 – Sistemática e Metodologia de Projeto - Dedini 2015 47
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Quadro Morfológico: Exemplos

55
IM136 – Sistemática e Metodologia de Projeto - Dedini 2015
56
IM136 – Sistemática e Metodologia de Projeto - Dedini 2015
Como criar ou sistematizar todas as variações
possíveis à partir de algo conhecido?
Por exemplo o Jogo Detetive ( Clue no original ):

57
IM136 – Sistemática e Metodologia de Projeto - Dedini 2015
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IM136 – Sistemática e Metodologia de Projeto - Dedini 2015
59
IM136 – Sistemática e Metodologia de Projeto - Dedini 2015
Método da Inversão
O método da Inversão é frequentemente usado na procura de
soluções para problemas na engenharia e na área das ciências
humanas, ainda que na maioria dos casos, seja utilizado
empiricamente e sem o necessário formalismo e rigor
sistemático que garantiriam a qualidade das soluções.
O método da Inversão consiste na observação de um problema
de modo invertido. Assim como todos os métodos discursivos,
atinge seu objetivo através da aplicação rigorosamente
sistemática do procedimento básico.
As soluções obtidas são em geral bastante originais e
aplicáveis.
Na maioria dos casos trata-se o problema analisando o
problema do ponto de vista cinemático, ou seja procurando a
solução na inversão dos movimentos.
Em geral as peças móveis são fixadas e as fixas movimentadas,
na procura de movimentos relativos semelhantes.
A utilização da tabela Parâmetros do Sistema permite uma
exploração sistemática dos pontos de vista do problema.

A utilização sistemática do processo permite e estimula a


criatividade aplicada na solução de problemas similares.

Os novos pontos de vista geram uma cadeia recursiva de


novas ideias e soluções originais.
1 Geometria Volume, altura, Expandir,
comprimento, diâmetro, conectar, pesar,
largura, espaço, arranjo entrar, cair

5 Matéria Material ( fluxo e transporte), Resistir, isolar,


propriedades conter, segurar
(físico/químicas)

IM136 – Sistemática e Metodologia de Projeto - Dedini 2015 61


A utilização da tabela Parâmetros do Sistema
permite uma exploração sistemática dos pontos de vista
do problema.
Característica Substantivos Verbos
Principal
1 Geometria Volume, altura, comprimento, Expandir, conectar, pesar,
diâmetro, largura, espaço, arranjo entrar, cair
2 Cinemática Movimento (direção e natureza) Seguir, conduzir, acelerar,
trajetória, velocidade, aceleração reduzir, transportar
3 Dinâmica Forças (direção e amplitude), rigidez, Deformar, vibrar , fadigar
inércia, estabilidade
4 Energia Potência, rendimento, perdas, atrito, Transformar, esquentar, resfriar,
pressão conduzir
5 Matéria Material ( fluxo e transporte), Resistir, isolar, conter, segurar
propriedades ( físico/químicas)
6 Sinal Grandezas, indicação, operação , Conduzir, alterar, indicar,
controle corrigir, atuar
7 Segurança Direta, indireta, indicativa, Alterar, indicar, corrigir, atuar,
monitoramento, diagnose prever
8 Ergonomia Conforto, adequação, forma, Gostar, acomodar, operar,
iluminação, indicação facilitar, chamar
9 Fabricação e Tamanho (máximo e mínimo), Controlar, medir, usinar
controle processo, qualidade, tolerâncias
10 Montagem e Instruções, base ou fundação, fixação, Embalar, estocar, montar,
transporte ligações transportar, alinhar
11 Uso e manutenção Ruídos, desgaste, consumo, correção, Operar, reparar, prever,
prevenção desmontar, montar
12 Custo máximo, mínimo, investimento, Baratear, obter, ganhar
amortização
13 Prazo Início,– Sistemática
IM136 final, período Entregar,
e Metodologia de Projeto - Dedini 2015 acabar 62
As técnicas do Método:
. Apesar do método se chamar Inversão são utilizados na prática
3 procedimentos :
Inversão
Permutação
Expansão

Outros autores apresentam o nome MESCRAI


Modifique, Elimine, Substitua, Combine, Rearranje, Adapte
e Inverta.

A exploração sistemática destes conceitos pode ser vista no


exemplo de um Sistema Micrométrico Diferencial.

.O exemplo a seguir ilustra a aplicação básica dos conceitos do


método:
Interruptor de passagem de
corrente.

Inverter a posição

Inverter a ação
IM136 – Sistemática e Metodologia de Projeto - Dedini 2015 65
IM136 – Sistemática e Metodologia de Projeto - Dedini 2015 66
MESCRAI- Mude, Elimine, Substitua, Combine, Rearranje, Adapte, Inverta

IM136 – Sistemática e Metodologia de Projeto - Dedini 2015 67


P - The Propeller
S - The Seal
R - A Radial bearing
T - A Thrust bearing
G - The output Gear
C - The input gear
canter line

IM136 – Sistemática e Metodologia de Projeto - Dedini 2015 68


Combinação cinemática em pernas

À partir do conceito 1 gerar


1 código de
combinação/inversão
1 = LTELE
2 L=lateral, T=topo,
E=espaço
Gerar por
3 combinação/inversão os
outros códigos:
2 = TLELE
4 3 = LTETE
4 = TLETE
5 = LELTE
5 6 = LETLE TODAS AS
COMBINAÇÕES NÃO
TERMINADAS EM E
SÃO INVÁLIDAS
6
IM136 – Sistemática e Metodologia de Projeto - Dedini 2015 69
Todas as combinações e inversões com T e L alternados são
vistas a seguir:

A B C D E F G H
1 LTELE LETLE LETEL ELTEL LTEEL LEETL EELTL LTLEE
2 LTETE LETTE LETET ELTET LTEET LEETT EELTT LTTEE
3 LLELE LELLE LELEL ELLEL LLEEL LEELL EELLL LLLEE
4 LLETE LELTE LELET ELLET LLEET LEELT EELLT LLTEE
5 TTELE TETLE TETEL ETTEL TTEEL TEETL EETTL TTLEE
6 TTETE TETTE TETET ETTET TTEET TEETT EETTT TTTEE
7 TLELE TELLE TELEL ETLEL TLEEL TEELL EETLL TLLEE
8 TLETE TELTE TELET ETLET TLEET TEELT EETLT TLTEE

L T E L E IM136 – Sistemática e Metodologia de Projeto - Dedini 2015 70


Todas as combinações e inversões com T e L alternados são
vistas a seguir:

A B C D E F G H
1 LTELE LETLE LETEL ELTEL LTEEL LEETL EELTL LTLEE
2 LTETE LETTE LETET ELTET LTEET LEETT EELTT LTTEE
3 LLELE LELLE LELEL ELLEL LLEEL LEELL EELLL LLLEE
4 LLETE LELTE LELET ELLET LLEET LEELT EELLT LLTEE
5 TTELE TETLE TETEL ETTEL TTEEL TEETL EETTL TTLEE
6 TTETE TETTE TETET ETTET TTEET TEETT EETTT TTTEE
7 TLELE TELLE TELEL ETLEL TLEEL TEELL EETLL TLLEE
8 TLETE TELTE TELET ETLET TLEET TEELT EETLT TLTEE

REGRAS:
1- Dois E juntos -> eliminar
2- Não terminado em E -> eliminar
3- Começado em E -> eliminar
L T E L E IM136 – Sistemática e Metodologia de Projeto - Dedini 2015
4 – Dois L ou Dois T juntos 71
Combinação cinemática em pernas

A B
1 LTELE LETLE
2 LTETE LETTE
3 LLELE LELLE
4 LLETE LELTE
5 TTELE TETLE
6 TTETE TETTE
7 TLELE TELLE
8 TLETE TELTE

IM136 – Sistemática e Metodologia de Projeto - Dedini 2015 72


Combinação cinemática em pernas

IM136 – Sistemática e Metodologia de Projeto - Dedini 2015 73


IM136 – Sistemática e Metodologia de Projeto - Dedini 2015 74
IM136 – Sistemática e Metodologia de Projeto - Dedini 2015 75
IM136 – Sistemática e Metodologia de Projeto - Dedini 2015 76
A B C D E

1
0

1
1

1
2
Abordagem TRIZ
• Altshuller, através da análise de 200.000
patentes descobriu que a atividade
inventiva corresponde à resolução das
contradições técnicas

O que é “TRIZ” ?
TRIZ é inovação por meio de um processo
sistemático e rápido, um procedimento
estruturado para a solução de problemas e
considerado um dos mais potentes processos de
criatividade.

IM136 – Sistemática e Metodologia de Projeto - Dedini 2015 80


A Triz (Tvorba a Resní Inovacnich Zadáni ou
Teoria da Resolução de Problemas Inventivos),
foi desenvolvida por G. S. Altshuller durante os
anos 50, na ex-URSS. Altshuller, indignado com
a lentidão com que informações de diferentes
descobertas e patentes migravam entre as áreas
da tecnologia, iniciou seu estudo de mais de um
milhão de patentes de várias áreas, com o
objetivo de buscar alternativas mais eficazes aos
métodos para a solução criativa de problemas
então disponíveis.

81
IM136 – Sistemática e Metodologia de Projeto - Dedini 2015
É unanimidade que a TRIZ, hoje composta por
diversos métodos para a formulação e a solução
de problemas, ainda está no início de seu
desenvolvimento e que muitos conhecimentos
científicos ainda serão adicionados à base de
dados e métodos mais eficazes serão
desenvolvidos e/ou unificados com os já
existentes. Apesar disso, esta ferramenta é um
meio absolutamente revolucionário de resolver
problemas de engenharia de maneira sistemática,
com base na ciência e tecnologia.

82
IM136 – Sistemática e Metodologia de Projeto - Dedini 2015
Novos métodos da TRIZ são desenvolvidos todo mês e publicados
no TRIZ Journal (www.triz-journal.com).
Os principais métodos da TRIZ são: Princípios Inventivos e Matriz
de Contradições, Análise C-S (Campo-Substância), Método da
Separação, Método das Partículas, e Efeitos Físicos, Químicos,
Geométricos e Biológicos.

Level 4 Padrões ou Linhas de Evolução.


Level 3 Sistemas de Operadores

Princípios de Separação
Level 2 40 Princípios Inventivos
76 Efeitos de Soluções triviais
Level 1 Exemplos Selecionados de
Inovação
Level 0 Patentes encontradas e outras
IM136 – Sistemática e Metodologia de Projeto - Dedini 2015
literaturas 83
Princípios Inventivos e Matriz de Contradições
Este método, que foi um dos primeiros criados por
Altshuller, baseia-se em parâmetros de engenharia e
princípios inventivos. Parâmetros de engenharia
seriam a generalização das grandezas envolvidas em
problemas técnicos, essas grandezas devem ser
maximizadas, minimizadas, ou mantidas ao redor de
uma faixa dependendo do problema. Princípios
inventivos, por sua vez, seriam sugestões das soluções
possíveis para um problema, são uma generalização
das soluções repetidamente usadas na criação.

84
IM136 – Sistemática e Metodologia de Projeto - Dedini 2015
•Parâmetros de engenharia
1- Peso do objeto em movimento 21- Potência
2- Peso do objeto parado 22- Perda de energia
3- Comprimento do objeto em movimento 23- Perda de substância
4- Comprimento do objeto parado 24- Perda de informação
5- Área do objeto em movimento 25- Perda de tempo
6- Área do objeto parado 26- Quantidade de substância
7- Volume do objeto em movimento 27- Confiabilidade
8- Volume do objeto parado 28- Precisão de medição
9- Velocidade 29- Precisão de fabricação
10- Força 30- Fatores externos indesejados atuando no objeto
11- Tensão ou pressão 31- Fatores indesejados causados pelo objeto
12- Forma 32- Manufaturabilidade
13- Estabilidade da composição 33- Conveniência de uso
14- Resistência 34- Mantenabilidade
15- Duração da ação do objeto em movimento 35- Adaptabilidade
16- Duração da ação do objeto parado 36- Complexidade do objeto
17- Temperatura 37- Complexidade de controle
18- Brilho 38- Nível de automação
19- Energia gasta pelo objeto em movimento 39- Capacidade ou produtividade
20- Energia gasta pelo objeto parado

IM136 – Sistemática e Metodologia de Projeto - Dedini 2015 85


Princípios Inventivos
1- Segmentação ou fragmentação 21- Aceleração

2- Remoção ou extração 22- Transformação de prejuízo em lucro


3- Qualidade localizada 23- Retroalimentação
4- Assimetria 24- Mediação
5- Consolidação 25- Auto-serviço
6- Universalização 26- Cópia
7- Aninhamento 27- Uso e descarte
8- Contrapeso 28- Substituição de meios mecânicos
9- Compensação prévia 29- Construção pneumática ou hidráulica
10- Ação prévia 30- Uso de filmes finos e membranas flexíveis
11- Amortecimento prévio 31- Uso de materiais porosos
12- Equipotencialidade 32- Mudança de cor
13- Inversão 33- Homogeneização
14- Recurvação 34- Descarte e regeneração
15- Dinamização 35- Mudança de parâmetros e propriedades
16- Ação parcial ou excessiva 36- Mudança de fase
17- Transição para nova dimensão 37- Expansão térmica
18- Vibração mecânica 38- Uso de oxidantes fortes
19- Ação periódica 39- Uso de atmosferas inertes
20- Continuidade da ação útil IM136 – Sistemática e Metodologia
40- Uso de materiais
de Projeto compostos
- Dedini 2015 86
O processo de aplicação desse método consiste em se
fazer uma análise do sistema técnico e escolha dos
parâmetros a se melhorar. Depois é feita uma
verificação se os parâmetros são contraditórios ou não.
Se nenhuma contradição for encontrada (a melhoria do
parâmetro não implica na defasagem de outros
parâmetros), os princípios inventivos podem ser
usados livremente visando a melhoria de cada
parâmetro. Mas se contradições forem identificadas,
deve-se agrupar os parâmetros contraditórios dois a
dois.
IM136 – Sistemática e Metodologia de Projeto - Dedini 2015 87
Então, consulta-se na matriz de contradições os
princípios inventivos adequados. Nas colunas estão os
parâmetros de engenharia que se deseja melhorar, e
nas linhas, os parâmetros que são prejudicados com a
melhora dos parâmetros das colunas. No cruzamento
da linha com a coluna estão os princípios inventivos
utilizados anteriormente para a solução da contradição
por ordem de freqüência de uso.
Uma vez com os princípios inventivos definidos,
procura-se uma solução baseada nesses princípios. A
matriz das contradições é apresentada a seguir ou pode
ser consultada on-line pelo site
http://www.inp.nsk.su/~dolgash/triz/index.html .
IM136 – Sistemática e Metodologia de Projeto - Dedini 2015 88
– A matriz das contradições

IM136 – Sistemática e Metodologia de Projeto - Dedini 2015 89


– A matriz das contradições

IM136 – Sistemática e Metodologia de Projeto - Dedini 2015 90


Por exemplo, no projeto de latas para conter bebidas
gaseificadas, deseja-se diminuir a quantidade de material
utilizado para fabricar a lata - de modo a reduzir custos - e,
ainda assim, manter sua integridade estrutural, possibilitando
o empilhamento. Se a quantidade de material utilizada é
diminuída, a carga admissível também diminui, o que é
indesejável. Logo, os parâmetros conflitantes podem ser: no
4 - comprimento do objeto parado e no 11 - tensão ou
pressão. Consultando a matriz de contradições, obtém-se os
seguintes princípios: no 1 - segmentação ou fragmentação;
no 14 - recurvação; e no 35 - mudança de parâmetros e
propriedades. A partir do princípio no 1, pode-se chegar a
uma das concepções existentes - latas corrugadas. Essa
solução aumenta a resistência mecânica das latas, mas, não
economiza material.IM136 – Sistemática e Metodologia de Projeto - Dedini 2015 91
PoAs latas de alumínio utilizadas atualmente podem ser
consideradas exemplos do princípio no 14: a forma
recurvada da lata faz com que a pressão interna aumente a
resistência mecânica. O princípio no 35 poderia levar a uma
concepção que incluísse uma modificação no material das
latas, como um tratamento térmico, para aumento de
resistência. Diversas outras soluções poderiam ser geradas,
com base nos princípios sugeridos pelo uso da matriz de
contradições. Além dos três princípios sugeridos, não podem
ser descartados os outros princípios inventivos. As soluções
encontradas e outras soluções interessantes também
poderiam ser obtidas através da aplicação de outros
princípios inventivos.

IM136 – Sistemática e Metodologia de Projeto - Dedini 2015 92


Análise C-S (Campo-Substância)
A base para esse tipo de análise é o modelo C-S
desenvolvido por Altshuller. Esse modelo corresponde a
um sistema técnico mínimo. Campo seria o provimento de
energia e informação, como campo gravitacional, elétrico,
magnético, reações químicas, pressão hidráulica, etc.
Substância é um abjeto material com qualquer nível de
complexidade. Os Campos atuam sobre as substâncias, e
essas interações, bem como as interações entre
substâncias, geram outros campos.
Um exemplo seria um martelo que vai quebrar uma
rocha. Tanto o martelo como a rocha são substâncias e o
campo seria a energia disponível para acionar o martelo.
IM136 – Sistemática e Metodologia de Projeto - Dedini 2015 93
O método consiste em se fazer uma análise
definindo os campos e substâncias envolvidos no sistema
e, dentre eles, os diretamente relacionados com a situação
do problema. Constrói-se então o modelo C-S do
problema. A seguir, identificam-se as regras de
transformação dos C-S que podem ser utilizadas. Com
base em patentes, Altshuller catalogou setenta e seis regras
de transformação ou solução padrão para sistemas C-S.
Para orientar a seleção da regra mais adequada há um
algoritmo no qual as entradas são informações sobre o
sistema C-S e circunstâncias do problema e as saídas são
indicações de qual a regra mais adequada para sua
solução, no nível de modelo C-S. A partir do modelo e de
recursos do sistema, a solução técnica é desenvolvida.
IM136 – Sistemática e Metodologia de Projeto - Dedini 2015 94
Método da Separação
O método da separação serve para a solução de contradições
físicas. Na solução de uma contradição, todos os requisitos
contraditórios têm de ser atendidos. Para que isso aconteça,
as características contraditórias devem ser separadas no
sistema. Através do estudo de patentes, Altshuller
estabeleceu onze princípios de separação, que podem ser
resumidos em quatro princípios gerais de separação:
separação no espaço, separação no tempo, separação no
sistema e separação de acordo com condições específicas.
(Carvalho e Back, 1998).

IM136 – Sistemática e Metodologia de Projeto - Dedini 2015 95


Método das Partículas
A origem do método das partículas está na analogia pessoal, ou
empatia, utilizada no método Sinectica (Synectics – Savransky,
1988). O método das partículas inicia-se com a elaboração de
croquis das situações inicial e final, com base nos dados do
problema e no resultado final ideal. Em seguida, croquis de
situações intermediárias são feitos. Então, aplicam-se partículas
ao sistema (como se fossem pequenos “homenzinhos” que
levariam o modelo da situação inicial a final). Na etapa seguinte,
procura-se definir as ações que as partículas devem executar
para transformar a situação inicial na situação final. Depois de
definidas as ações, as propriedades que as partículas devem ter
são identificadas. A penúltima etapa consiste em definir como as
partículas devem surgir e como devem terminar. Por ultimo,
define-se a que corresponderão as partículas, na realidade e
propostas de solução do problema.
IM136 – Sistemática e Metodologia de Projeto - Dedini 2015 96
5 Efeitos Físicos, Químicos, Geométricos e Biológicos
Através do estudo de patentes, Altshuller descobriu que, com freqüência, o uso de
efeitos físicos, químicos, geométricos e biológicos é a chave para a solução de
muitos problemas. Como a maior parte desses efeitos é desconhecida do usuário
potencial, Altshuller croou listas de efeitos, organizadas conforme a função que se
pretende realizar. Nesta análise ele obteve a proporção de 9:0,8:0,2 para a
freqüência de aplicação de efeitos físicos, químicos e geométricos respectivamente.
Os softwares comerciais baseados na TRIZ, como os da Invention Machine
Corporation, da Ideation International, Inc. e IQ-Plus Corporation, contém bases de
dados com grande quantidade de efeitos. Os efeitos biológicos são parte da
pesquisa atual na TRIZ (Carvalho e Back, 1998).
A título de exemplo, na tabela 8 são mostrados alguns efeitos para
executar a função transformação de energia.
•Tabela 6 - Efeitos
Efeitos físicos Efeitos Químicos Efeitos geométricos
Função
Transformar energia Termoelétrico Químico-luminescência Biela-manivela
Eletro-hidráulicos Efeito fotocromático
Óptico-hidráulicos Reações exotérmicas
Indução magnética Reações endotérmicas
Elasticidade
IM136 – Sistemática e Metodologia de Projeto - Dedini 2015 97
Voz do Cliente (VDC) e Voz do Produto (VDP)
Numa empresa, as idéias de novos produtos advêm de duas grandes
fontes: externa e interna. A fonte externa está associada aos estudos da
Voz do Cliente (VDC) e a fonte interna, ao que se pode denominar, de
forma geral, Voz do Produto (VDP).
VDC corresponde ao processo de captura das necessidades dos clientes
(GRIFFIN & HAUSER, 1993; KATZ, 2001, 2004), realizado antes do
ou no início do desenvolvimento de um produto. O objetivo da VDC é
chegar a um conjunto detalhado de necessidades e desejos dos clientes,
organizados numa estrutura hierárquica e priorizados em termos de
importância relativa. Estudos de VDC, tipicamente, envolvem pesquisa
qualitativa e quantitativa e fazem uso de técnicas como entrevistas,
grupos de foco, clínicas, técnicas etnográficas, estudos dos usuários
líderes, entre outras. O foco da VDC costuma ser, de um lado, nas
experiências dos clientes com produtos, processos e serviços existentes
numa categoria considerada e, de outro, na geração de idéias de novos
produtos e na organização de listas de necessidades priorizadas.
IM136 – Sistemática e Metodologia de Projeto - Dedini 2015 98
As técnicas de VDP, por outro lado, buscam obter idéias a partir dos
produtos existentes. De acordo com Goldenberg & Mazursky (2002), numa
analogia com a teoria darwiniana da evolução, os produtos evoluem em
resposta a pressões ambientais, representadas através das necessidades dos
clientes. Os produtos que não atendem a estas necessidades desaparecem,
enquanto os que as satisfazem, sobrevivem, pelo menos até a próxima
mudança ambiental. Deste modo, ao longo do tempo, as necessidades são
mapeadas ou codificadas dentro dos produtos, tornando-os um eco das
preferências passadas dos clientes. Como conseqüência, a aplicação de
transformações aos produtos existentes pode ser um processo eficaz de
geração de idéias de novos produtos. Diferentemente daquilo que é possível
através da abordagem da VDC, a VDP possibilita chegar a idéias
verdadeiramente novas, prever novas tendências e gerar vantagens
competitivas baseadas num mínimo de informação mercadológica
formalmente pesquisada. A implementação da VDP pode ser feita através de
técnicas intuitivas, como brainstorming e o uso de checklists, técnicas
sistemáticas, como a variação sistemática e a morfologia e técnicas
heurísticas, como as contidas na metodologia TRIZ.
IM136 – Sistemática e Metodologia de Projeto - Dedini 2015 99
. As Tendências da Evolução
As TEs são regras empíricas que indicam prováveis caminhos de
evolução para um sistema técnico. As TEs foram obtidas a partir da
análise da evolução de diversos sistemas técnicos, feita através da
literatura, principalmente patentes de invenção e compêndios de
história da tecnologia.
Sistema técnico é um termo utilizado na TRIZ para indicar um
produto ou um processo artificial (sistema), o escopo onde está
situado (supersistema) ou partes do mesmo (subsistema).
As TEs começaram a surgir a partir do estabelecimento das Leis da
Evolução dos Sistemas Técnicos, por Altshuller (1979). Várias
propostas se seguiram, como documentado por Reichel (1984),
Polovinkin (1985), Salamatov (1991), Linde & Hill (1991), Invention
Machine (1995), Savransky (2000), Petrov (2002), Mann (2002) e
Zakharov (2004). A compilação mais abrangente de TEs é a de Mann
(2002), que inclui 31 TEs.
IM136 – Sistemática e Metodologia de Projeto - Dedini 2015 100
Uso das TEs: Diagnóstico Evolutivo, Potencial Evolucionário e
Ideação
As TEs propostas por Mann (2002), são mostradas na Tabela 1. Como
pode ser verificado, cada uma das TEs é dividida em etapas. Por
exemplo, a primeira TE, Materiais Inteligentes, inclui as etapas 1)
Material passivo, 2) Material adaptável de uma forma, 3) Material
adaptável de duas formas e 4) Material totalmente adaptável.
A pesquisa relacionada às TEs indica que, em geral, há benefícios, em
termos de aumento da idealidade, na transição de um sistema de uma
etapa para a seguinte dentro de cada TE. Idealidade é um dos conceitos
fundamentais da TRIZ e corresponde à direção suprema de evolução
dos sistemas técnicos, para mais e melhores funções desejadas ou úteis
e menos funções indesejadas e custos. As TEs são direções evolutivas
num nível de abstração menor e, portanto, mais facilmente aplicáveis
em situações práticas de desenvolvimento de produto que o conceito
mais abstrato de idealidade.
IM136 – Sistemática e Metodologia de Projeto - Dedini 2015 101
As 31 TEs de Mann (2002) – Adaptado de Mann (2002)
Etapas
TE
1 Materiais inteligentes 1) Material passivo – 2) Material adaptável de uma forma – 3) Material adaptável de duas
formas – 4) Material totalmente adaptável
2 Segmentação do espaço 1) Monolítico sólido – 2) Estrutura oca – 3) Estrutura com múltiplas cavidades – 4) Estrutura
porosa / capilar – 5) Estrutura porosa com elementos ativos
3 Segmentação da superfície 1) Superfícies lisas – 2) Superfícies nervuradas – 3) Superfícies ásperas em 3 dimensões – 4)
Superfícies ásperas com poros ativos
4 Segmentação do objeto 1) Sólido monolítico – 2) Sólido segmentado – 3) Sólido particulado – 4) Fluido – 5) Fluido
segmentado – 6) Gás – 7) Plasma – 8) Campo – 9) Vácuo
5 Evolução macro-nano Contínuo, cada vez menor (1...10)
6 Redes e fibras 1) Estrutura de folha homogênea – 2) Estrutura bidimensional de malha regular – 3) Fibra
tridimensional disposta de acordo com as condições de carregamento – 4) Adição de
elementos ativos
7 Decréscimo da densidade Contínuo, cada vez menor (1...10)
8 Aumento da assimetria 1) Sistema simétrico – 2) Assimetria parcial – 3) Assimetria casada
9 Quebra de fronteiras 1) Muitas divisas – 2) Poucas divisas – 3) Nenhuma divisa
10 Evolução geométrica linear 1) Ponto – 2) Linha – 3) Plano – 4) Superfície tridimensional
11 Evolução geométrica 1) Estrutura planar – 2) Estrutura bidimensional – 3) Estrutura axisimétrica – 4) Estrutura
volumétrica completamente tridimensional
12 Dinamização 1) Sistema imóvel – 2) Sistema com juntas – 3) Sistema totalmente flexível – 4) Sistema fluido
ou pneumático – 5) Sistema baseado em campos
13 Coordenação das ações 1) Ação não coordenada – 2) Ação parcialmente coordenada – 3) Ação totalmente
coordenada – 4) Diferentes ações durante os intervalos
14 Coordenação dos ritmos 1) Ação contínua – 2) Ação periódica – 3) Ressonância – 4) Onda viajante
15 Casamento com não- 1) IM136 – Sistemática
Consideração e Metodologia
linear do sistema de –Projeto - Dedini 2015 parcial das não-linearidades
2) Consideração 102 – 3)
linearidades externas Acomodação plena das não-linearidades
As 31 TEs de Mann (2002) – Adaptado de Mann (2002)
16 Mono-bi-poli (similar) 1) Monosistema – 2) Bisistema – 3) Trisistema – 4) Polisistema
17 Mono-bi-poli (diversos) 1) Monosistema – 2) Bisistema – 3) Trisistema – 4) Polisistema
18 Mono-bi-poli (aumento das 1) Componentes similares – 2) Componentes com características dedicadas – 3)
diferenças) Componente e componente negativo – 4) Componentes diferentes
19 Atenuação reduzida 1) Atenuação pesada – 2) Atenuação crítica – 3) Atenuação leve – 4) Sem atenuação
20 Aumento do uso dos 1) 1 sentido – 2) 2 sentidos – 3) 3 sentidos – 4) 4 sentidos – 5) 5 sentidos
sentidos
21 Aumento do uso da cor 1) Uma cor – 2) Duas cores – 3) Espectro visível – 4) Todo o espectro
22 Aumento da transparência 1) Opaco – 2) Parcialmente transparente – 3) Totalmente transparente – 4) Elementos
transparentes ativos
23 Foco de compra dos clientes 1) Desempenho – 2) Confiabilidade – 3) Conveniência – 4) Preço
24 Evolução mercadológica 1) Commodity – 2) Produto – 3) Serviço – 4) Experiência – 5) Transformação
25 Ponto de projeto Projeto otimizado: 1) Para um ponto de operação – 2) Para dois pontos de operação – 3)
Para diversos pontos de operação – 4) Continuamente
26 Graus de liberdade 1) 1 Grau de liberdade (GL) – 2) 2 GL – 3) 3 GL – 4) 4 GL – 5) 5 GL – 6) 6 GL
27 Aparamento 1) Sistema complexo – 2) Eliminação de componentes não-chave – 3) Eliminação de
subsistemas não-chave – 4) Sistema aparado
28 Controlabilidade 1) Controle direto – 2) Controle através de intermediário – 3) Retroalimentação – 4)
Retroalimentação inteligente
29 Redução do envolvimento 1) Humano – 2) Humano e ferramenta – 3) Humano e ferramenta energizada – 4) Humano
humano e ferramenta semi-automática – 5) Humano e ferramenta automática – 6) Ferramenta
automática
30 Metodologia de projeto 1) Tentativa e erro – 2) Projeto para estado estável – 3) Efeitos transientes incluídos – 4)
Efeitos de degradação lenta incluídos – 5) Efeitos casados – 6) Projeto para a Lei de
Murphy
31 Redução do número de IM136 – Sistemática–e2)
1) N conversões Metodologia de Projeto
3 Conversões – 3) 2- Dedini 2015 – 4) 1 Conversão – 5) 103
Conversões Nenhuma
conversões de energia conversão
O uso das TEs de interesse neste artigo se aplica no diagnóstico e na
ideação. No diagnóstico é feita a identificação, para cada TE, da
posição (etapa) em que o sistema técnico atualmente se encontra.
Deste modo, pode ser delineado o potencial evolucionário do
componente ou produto. A ideação consiste na busca por formas
pelas quais o sistema poderia evoluir para as etapas seguintes, nos
casos em que exista tal potencial.
O conceito de potencial evolucionário está fundamentado na idéia
de que todos os sistemas técnicos e seus componentes têm o
potencial de evoluir através de todos os estágios identificados em
cada uma das TEs. Pode-se dizer, de um componente que tenha
evoluído até o final, passando por todas as tendências, que ele
utilizou todo o seu potencial evolucionário. Um componente que
não tiver passado por isto ainda tem algum potencial remanescente
intocado, que está disponível para ser explorado. A avaliação de um
sistema técnico frente a todas as TEs resulta em gráficos como o da
figura a seguir:
IM136 – Sistemática e Metodologia de Projeto - Dedini 2015 104
A plotagem do gráfico é feita através da avaliação do produto ou
componente que está sendo avaliado frente a cada uma das TEs,
de modo a fazer o diagnóstico evolutivo (definir se a tendência é
aplicável, e se for, estabelecer o quanto o componente já evoluiu
dentro dela). Assim, no exemplo da figura acima, 10 tendências
relevantes foram identificadas – estas formam os 10 eixos do
gráfico radar – e, no caso da primeira tendência, o componente já
avançou em 2 dos 5 possíveis estágios de evolução.
IM136 – Sistemática e Metodologia de Projeto - Dedini 2015 105
O processo de ideação baseado nas TEs consiste na procura de possíveis formas de
implementar as etapas remanescentes do potencial evolucionário do sistema em
questão. De modo a subsidiar a ideação, para cada uma das TEs, existem
indicações dos possíveis motivos para a transição de uma etapa para a outra. Isso é
ilustrado, para a TE2 (Segmentação do Espaço), na Tabela 2.

Exemplo de indicações para a TE2 (Segmentação do Espaço) – Adaptado de Mann (2002)


Etapas de evolução Motivos para as transições

De Para
Monolítico Oca - Peso reduzido - Uso de material reduzido -
Espaço para inserir outro material - Furo para
pendurar um objeto
- Aumentar momento de inércia - Passar algo através
do objeto - Melhorar a transferência de calor
Oca Múltiplas cavidades - Melhorar a transferência de calor - Melhorar as
propriedades de resistência - Passar múltiplas coisas
através do objeto -Aumentar a área de superfície
Múltiplas cavidades Porosa/Capilar - Aumentar a área de superfície - Melhorar a relação
resistência/peso - Melhorar a transferência de calor
Porosa / Capilar Ativa - Melhorar a transferência de calor - Adicionar uma
nova função - Permitir variação nas propriedades

IM136 – Sistemática e Metodologia de Projeto - Dedini 2015 106


Considerando o sistema técnico “tijolo” e a TE2 (Segmentação
do Espaço), verifica-se que o tijolo foi criado como um sistema
na etapa 1 (Monolítico sólido) e que existem (pelo menos, de
acordo com a pesquisa dos autores até o momento desta
publicação) exemplos de passagem pelas etapas 2 (Estrutura
oca), 3 (Estrutura com múltiplas cavidades) e 4 (Estrutura
porosa / capilar). O tijolo tem, portanto, potencial remanescente
para evoluir até à etapa 5 (Estrutura porosa / capilar). Neste
caso, na ideação, caberia à equipe de desenvolvimento
envolvida imaginar formas pelas quais o tijolo poderia passar a
ter uma estrutura com poros / capilares ativos e funções ou
benefícios que isto poderia vir a trazer para os clientes.

IM136 – Sistemática e Metodologia de Projeto - Dedini 2015 107


A primeira solução de que se tem notícia para o problema de remover
resíduos de alimentos e placa bacteriana dos dentes é o uso de caules de
plantas, macerados ou mascados até expor suas fibras e formar uma
espécie de escova. No lado esquerdo da Figura 2, é apresentada uma
escova deste tipo. Povos indígenas de várias regiões do planeta usaram e
usam este tipo de escova há milênios (ADA, 2007). As escovas
monotufo são uma solução similar utilizada modernamente.
O modelo de escova de dentes mais difundido hoje em dia surgiu na
China. A escova chinesa, naturalmente, diferia das atuais nos materiais:
era construída de madeira e pelos de animais ou simplesmente de
gravetos . A escova ilustrada no lado direito é um modelo inglês do
século 19, fabricada com osso e pelos de cavalos.

IM136 – Sistemática e Metodologia de Projeto - Dedini 2015 108


Diagnóstico evolutivo para cabo, cerdas e escova

Posição atual
TE
Cabo Cerdas Escova
1 Materiais inteligentes 1/4 2/4 1,5/4
2 Segmentação do espaço 1/5 1/5 1/5
3 Segmentação da superfície 1/4 1/4 1/4
4 Segmentação do objeto 1/9 1/9 1/9
5 Evolução macro-nano 1/10 2/10 1,5/10
6 Redes e fibras 1/4 1/4 1/4
7 Decréscimo da densidade 3/10 3/10 3/10
8 Aumento da assimetria 1/3 1/3 1/3
9 Quebra de fronteiras - - 1/3
10 Evolução geométrica linear 3/4 2/4 2,5/4
11 Evolução geométrica volumétrica 3/4 3/4 3/4
12 Dinamização 1/5 3/5 1,5/5
13 Coordenação das ações 1/4 2/4 1,5/4
14 Coordenação dos ritmos 2/4 2/4 2/4
15 Casamento com não-linearidades externas 2/3 2/3 2/3

IM136 – Sistemática e Metodologia de Projeto - Dedini 2015 109


Diagnóstico evolutivo para cabo, cerdas e escova

16 Mono-bi-poli (similar) 1/4 4/4 2,5/4


17 Mono-bi-poli (diversos) 1/4 1/4 1/4
18 Mono-bi-poli (aumento das diferenças) 1/4 1/4 1/4
19 Atenuação reduzida - - -
20 Aumento do uso dos sentidos 2/5 2/5 2/5
21 Aumento do uso da cor 1/4 1/4 1/4
22 Aumento da transparência 2/4 1/4 1,5/4
23 Foco de compra dos clientes 4/4 4/4 4/4
24 Evolução mercadológica - - 1/4
25 Ponto de projeto 1/4 1/4 1/4
26 Graus de liberdade 3/6 3/6 3/6
27 Aparamento 4/4 4/4 4/4
28 Controlabilidade 1/4 1/4 1/4
29 Redução do envolvimento humano 2/6 2/6 2/6
30 Metodologia de projeto - - -
31 Redução do número de conversões de energia 4/5 4/5 4/5

IM136 – Sistemática e Metodologia de Projeto - Dedini 2015 110


Os gráficos de radar que ilustram o potencial evolucionário do cabo, das
cerdas e da escova são mostrados, respectivamente, na esquerda, centro e
direita da Figura 4. Os eixos correspondem às TEs e os níveis obtidos no
diagnóstico (por exemplo, 1/9 ou 4/5), foram corrigidos para a escala de
0 a 10. AsGráficos
áreas entre
de radaros
do eixos correspondentes
potencial às cerdas
evolucionário para cabo, TEs não aplicáveis não
e escova
1 1

correspondem, na verdade, a potencial evolucionário. Isto se verifica


30
31 10
9
1
2
3
29
30
31 10
9
2
3
4 29
30
31 10
9
2
3
4
29 4 8 8

para a TEs 9 (Quebra de fronteiras), 19 (Atenuação reduzida), 24


28
8
7
6
5
27
28 7
6
5

6 27
28 7
6
5

6
27 6 5 5

(Evolução mercadológica) e 30 (Metodologia de projeto).


26
5
4
3
7
26
4
3
7 26
4
3
7

2 2
2 25 8 25 8
25 8
1 1
1
0 0 0
24 9 24 9 24 9

23 10 23 10 23 10

22 11 22 11 22 11

21 12 21 12 21 12

20 13 20 13 20 13

19 14 19 14 19 14
18 15 18 15 18 15
17 16 17 16 17 16

Pode-se perceber que todos os sistemas estudados possuem grande potencial evolucionário, tendo
atingido o nível máximo em poucas das TEs aplicáveis. Observa-se que há muitas oportunidades
para a inovação neste produto. Uma grande quantidade de idéias foi obtida, a maioria das quais os
autores não têm permissão da empresa para relatar. Muitas das idéias geradas já haviam sido
implementadas em produtos da própria empresa e de concorrentes à época da realização do estudo.
Algumas destas idéias são listadas na Tabela 4.
IM136 – Sistemática e Metodologia de Projeto - Dedini 2015 111
A partir deste trabalho de diagnóstico e ideação, com o apoio dos
autores, a empresa criou um mapa de idéias a serem exploradas na
sua gestão de portafólio de produtos. Algumas das idéias,
consideradas mais facilmente implementáveis, foram avaliadas por
processos relacionados à VDC, pela área de marketing da empresa.
Algumas idéias geradas com base nas TEs
Idéias geradas
TE
2 Segmentação do espaço - Escova de dentes com cabo oco, utilizado para
armazenar a escova.
- Cabo oco, utilizado para armazenar pasta de dentes.
3 Segmentação da superfície - Superfícies nervuradas ou com protuberâncias para
melhorar a pega.
- “Escova” para bebês.
6 Redes e fibras - Uso de materiais compostos no cabo, de modo a
conseguir flexibilidade e rigidez conforme a
necessidade.
13 Coordenação das ações - Escova iônica.
18 Mono-bi-poli (aumento das - Escova com cerdas de alturas / flexibilidades
diferenças) diferentes.
21 Aumento do uso da cor - Escova que “avisa” (pela mudança da cor das cerdas)
o momento da troca.
29 Redução do envolvimento - Escova
IM136 – Sistemática elétrica.de Projeto - Dedini 2015
e Metodologia 112
humano
Atividade de trabalho em grupo
Quadro morfológico de uma lanterna

Parâmetros Soluções Parciais - Conhecidas ou Possíveis

Usem pelo menos 9 parâmetros e 8 colunas, à partir destes façam 3 esboços


descritivos de relógios muito diferentes.
IM136 – Sistemática e Metodologia de Projeto - Dedini 2015 113
Para auxiliar a triagem vocês podem usar
um diagrama de custo/dificuldade
Barato dgdggdgd
gegee

dgdggdgd dgdggdgd
gegee
gegee

Fácil
Difícil
dgdggdgd
gegee

dgdggdgd dgdggdgd
gegee gegee

Caro

IM136 – Sistemática e Metodologia de Projeto - Dedini 2015 114

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