Material para uso exclusivo dos alunos da Rede de Ensino Doctum.

Proibida a reprodução e o compartilhamento digital, sob as penas da lei.

EMPREENDEDORISMO

5
Histórico e Conceituação
do Empreendedorismo
1
 EMPREENDEDORISMO

1.1 HISTÓRICO E CONCEITUAÇÃO GERAL

Partindo da premissa que um profissional eficaz precisa conhecer o passado, para compreen-

der o presente e planejar o futuro, vamos nesse momento tratar de conhecer aspectos referentes a

evolução do empreendedorismo. Conhecer o empreendedorismo no contexto histórico nos permitirá

observar de forma mais atenta, os empreendimentos com os quais temos contato em nossa rotina di-

ária, seja uma padaria, um salão de beleza, uma loja de roupas, um supermercado ou qualquer outro

comércio ou mesmo prestador de serviços.

Material para uso exclusivo dos alunos da Rede de Ensino Doctum. Proibida a reprodução e o compartilhamento digital, sob as penas da lei.

O termo empreendedor (entrepeneur) é de origem francesa e significa “assumir riscos e co-

meçar algo novo”. Já o termo empreendedorismo tem sua criação atribuída ao escritor e economista

Richard Cantillon (séc. XVII), pois foi um dos primeiros a distinguir o empreendedor (pessoa que assu-

me riscos) do capitalista (fornecedor de capital).

Em 1814, o economista francês Jean-Baptiste Say usou o termo “empreendedor” para identifi-

car o indivíduo que transfere recursos econômicos de um setor de baixa produtividade para um setor

de produtividade mais elevada. O autor enfatizou ainda a importância do empreendedor para o bom

funcionamento do sistema econômico. Schumpeter (1984), economista austríaco, defendeu o papel

do empreendedor e seu impacto sobre a economia. Ele definiu o termo como alguém com desejo

e potencial de converter uma nova ideia ou invenção em uma inovação bem sucedida, tendo como

principal tarefa a “destruição criativa”. Para o autor, o empreendedor é capaz de modificar a econo-

mia introduzindo novos produtos ou serviços no mercado. Um empreendedor é capaz de conceder a

algo já existente uma nova funcionalidade. Constantemente empenha-se em descobrir oportunida-

des para inovar, sem medo de assumir riscos. Aquele que empreende, além de ser capaz de detectar

oportunidades rentáveis, também busca informações e conhecimentos, pois entende que esse é o

caminho para o êxito do seu negócio.

O Empreendedorismo é o principal fator de desenvolvimento econômico de um país. Por isso,

em países com cultura empreendedora as perspectivas de crescimento econômico são muito maiores.

1.2 O QUE É EMPREENDEDORISMO

O Empreendedorismo é definido como um comportamento e não como um traço de perso-

nalidade. Segundo esse ponto de vista, as pessoas podem aprender a agir como empreendedores,

usando para isso ferramentas baseadas no interesse em buscar mudanças, reagir a elas e explorá-las

como oportunidade de negócios.

6
 EMPREENDEDORISMO

Como consequência, uma cultura empreendedora gera prosperidade econômica ao propor-

cionar altas taxas de criação de novas empresas. Por se tratar de um fenômeno social e cultural, exis-

tem famílias, cidades, regiões e países mais empreendedores que outros.

O que deve sustentar a iniciativa empreendedora em um país é a existência de um conjunto

de valores sociais e culturais que possam encorajar o indivíduo a criar novas empresas. Por isso, deve-

Material para uso exclusivo dos alunos da Rede de Ensino Doctum. Proibida a reprodução e o compartilhamento digital, sob as penas da lei.
mos repensar alguns valores, como a valorização do emprego, a estabilidade financeira e a formação

universitária, que no Brasil são instrumentos fundamentais de realização pessoal.

1.3 CONCEITO DE EMPREENDEDORISMO

O Empreendedorismo é definido como um comportamento e não como um traço de perso-

nalidade. Segundo esse ponto de vista, as pessoas podem aprender a agir como empreendedores,

usando para isso ferramentas baseadas no interesse em buscar mudanças, reagir a elas e explorá-las

como oportunidade de negócios.

Como consequência, uma cultura empreendedora gera prosperidade econômica ao propor-

cionar altas taxas de criação de novas empresas.

Por se tratar de um fenômeno social e cultural, existem famílias, cidades, regiões e países mais

empreendedores que outros.

O empreendedorismo não possui uma definição clássica, cada pesquisador tem um conceito

próprio para o fenômeno. Observa-se que o empreendedorismo está intimamente ligado às caracte-

rísticas individuais de cada ser humano e a forma como cada indivíduo percebe e internaliza experi-

ências vividas ao longo da vida.

Para Uriarte et al (2000, p. 3) “O empreendedor vive no futuro, nunca no passado e raramente no

presente, almeja controle, prospera nas mudanças, invariavelmente enxerga as oportunidades nos

acontecimentos. É o inovador, o grande estrategista, o criador de novos métodos para penetrar ou

criar novos mercados. O empreendedor é a personalidade criativa, sempre lida melhor com o desco-

nhecido, acreditando nas probabilidades”.

7
 EMPREENDEDORISMO

1.4 CONCEITO ECONÔMICO SOCIAL DO EMPREENDEDORISMO

Os estudos do Global Entrepreneurship Monitor – GEM (2016) são analisados aspectos con-

textuais do processo empreendedor em que são relevantes as características sociodemográficas dos

indivíduos, o ambiente institucional da sociedade em termos econômicos, políticos, sociais e de de-

senvolvimento, e, por fim, a postura da sociedade em relação ao empreendedorismo enquanto ati-

vidade socialmente valorizada em termos de ocupação e geração de renda. Essa pesquisa, a qual

está disponibilizada no ambiente virtual de nossa disciplina, mostra claramente de que forma a ação
Material para uso exclusivo dos alunos da Rede de Ensino Doctum. Proibida a reprodução e o compartilhamento digital, sob as penas da lei.

empreendedora impacta em uma região sob a ótica do desenvolvimento econômico e social, tendo

como pano de fundo as ações empreendedoras.

Corroborando com os resultados da citada pesquisa, não há dúvida que empreendedorismo

se revela como uma grande contribuição positiva para o desenvolvimento econômico, trazendo con-

sigo a inovação, seja de produtos ou ainda de processos, ou seja, o empreendedorismo traz a reboque

a competitividade, o aumento da eficiência econômica e contribuição social, gerando renda e empre-

go e por consequência, arrecadação para os governos, seja federal, estadual ou mesmo municipal.

A rigor, podemos inferir que os novos empreendimentos também são responsáveis pela mo-

vimentação da economia, que contribuem para a geração de novos postos de trabalho e dessa forma

garantindo em parte a promoção do desenvolvimento econômico e social da região na qual estão

instalados.

É importante destacar com o empreendedorismo exerce um papel fundamental incenti-

vando o desenvolvimento econômico, o desenvolvimento social e por consequência o desenvolvi-

mento tecnológico.

Os negócios que causam impactos sociais tem crescido em todas as regiões do país. Podemos

destacar que esses negócios, arrefecidos de tempos em tempos pelas sucessivas crises, são objetos

de iniciativas de uma nova “safra” de empreendedores, os quais buscam predominantemente em

suas estratégias, por valores sustentáveis. Sendo assim esses empreendedores buscam fazer uso da

inovação, da criatividade entre outros aspectos, objetivando otimizar o capital social ao seu redor,

seja em seu bairro (ou comunidade), cidade ou mesmo país. Em resumo, os empreendedores geram

desenvolvimento econômico e transformam as vidas das pessoas envolvidas em seus negócios direta

ou mesmo indiretamente.

Por fim, ressaltamos que os empreendedores buscam por modelos que gerem lucros e resul-

8
 EMPREENDEDORISMO

tados sociais, empregando ações sustentáveis, gerando recursos financeiros, mas também trazendo

crescimento a comunidade na qual está inserido.

1.5 COMO FUNCIONA O PROCESSO EMPREENDEDOR

O processo empreendedor envolve todas as funções, ações, e atividades associadas com a

percepção de oportunidades e a criação de meios para persegui-las.

Material para uso exclusivo dos alunos da Rede de Ensino Doctum. Proibida a reprodução e o compartilhamento digital, sob as penas da lei.
O empreendedorismo é considerado um fenômeno que faz com que a economia de qualquer

país se movimente e ande para frente. Tal fenômeno, promovido pelos indivíduos, ávidos por empre-

ender, reflete em uma sociedade que tem um crescimento e que se estrutura no sentido de gerar

empregos e por consequência riquezas para esta mesma sociedade, que a partir de novas ideias ge-

ram novos produtos e serviços criando um ciclo virtuoso de crescimento e inovação.

A inovação e a criação de novos produtos e serviços vêm se constituindo, na atualidade, em

verdadeiros “diamantes” para que o mercado fomente cada dia mais a comercialização desses pro-

dutos e serviços, apesar das repetitivas crises. O empreendedorismo descreve comportamentos que

estão diretamente envolvidos com o traço de personalidade dos indivíduos, sendo assim, os empre-

endedores utilizam seu capital intelectual no sentido de agregar valor ao seu redor, como já disse-

mos, gerando empregos, movimentando a economia, por meio da inovação e da transformação da

vida pessoas por meio de soluções criativas e inovadoras.

1.6 O EMPREENDEDOR NAS ORGANIZAÇÕES

O Empreendedor Corporativo é um profissional que a tendo como ponto de partida de uma

ideia, e com liberdade, incentivo e recursos da organização em que trabalha, transforma-a em um

produto ou serviço de sucesso. Dessa forma, diferencia-se dos demais colaboradores da organização,

porque possui a capacidade de traçar objetivos compostos pelos seus sonhos e necessidades.

O intraempreendedorismo pode ser considerado um sistema capaz de acelerar a geração de

inovações dentro das empresas, por meio da utilização e valorização dos talentos empreendedores

existentes em seu quadro de pessoal, ou seja, é um sistema gerencial que oferece condições para a

organização reagir aos desafios empresariais.

O termo intraempreendedorismo é usado para designar um empreendedor em um contexto

9
 EMPREENDEDORISMO

organizacional, sendo este um agente capaz de promover o desenvolvimento da empresa por meio

de projetos, podendo até desenvolver produtos e serviços novos.

Na prática trata-se de um colaborador que com sua determinação e motivação, assume uma

postura empreendedora, apesar de não ser o proprietário da organização, chamando para si a res-

ponsabilidade dos resultados positivos e negativos da empresa.

Material para uso exclusivo dos alunos da Rede de Ensino Doctum. Proibida a reprodução e o compartilhamento digital, sob as penas da lei.

No passado, colaboradores com esse perfil, sofriam retaliações e suas ideias e sugestões não

eram bem aceitas. Entretanto, com o passar dos anos e as mudanças impostas pelos mercados glo-

balizados, às organizações mudaram de postura passando a incentivar a geração de novas ideias,

passando a fomentar novas criações e inovações no âmbito organizacional.

Desta forma o empreendedor corporativo nada mais é que um profissional motivado por uma

ideia, e uma vez com liberdade e incentivo que lhe é concedido, se utiliza de recursos da empresa,

promovendo a transformação de suas ideias criativas, no sentido de reformular processos, produtos

e serviços, passando a se destacar por diferencial em comparação aos demais colegas da empresa

onde trabalha.

Veja no quadro abaixo algumas características que distinguem o gerente, o empreendedor e o intra-

empreendedor.

10
 EMPREENDEDORISMO

Material para uso exclusivo dos alunos da Rede de Ensino Doctum. Proibida a reprodução e o compartilhamento digital, sob as penas da lei.
1.7 EMPREENDEDOR E OU ADMINISTRADOR
O administrador é o indivíduo que coordena o processo de produção existente e o visualiza

como uma combinação contínua dos fatores de produção. O administrador concentra-se na arte de

administrar por meio do planejamento, da organização, da liderança e do controle.

Já o empreendedor é o indivíduo que sempre busca a mudança, reage a ela e a explora como

uma oportunidade; cria algo de novo, de diferente; muda ou transforma valores, não restringindo o

seu empreendimento a instituições exclusivamente econômicas. O empreendedor é capaz de convi-

ver com os riscos e incertezas envolvidos em qualquer decisão.

O empreendedor também planeja, organiza, lidera e controla; porém, é mais visionário

11
 EMPREENDEDORISMO

Os administradores diferem em dois aspectos: o nível que eles ocupam na hierarquia, que

define como os processos administrativos são alcançados, e o conhecimento que detêm, o qual se

divide em funcional ou geral. Em relação aos níveis, o trabalho administrativo pode ser identificado

como de supervisão, médio e alto.

Em qualquer nível (estratégico, tático ou operacional) em que se encontre um administrador, ele

desenvolve as quatro funções do processo administrativo.( planejamento,organização, controle e direção).

Material para uso exclusivo dos alunos da Rede de Ensino Doctum. Proibida a reprodução e o compartilhamento digital, sob as penas da lei.

Dependendo da forma como está estruturada a organização, existem diferentes maneiras de

os administradores exercerem as funções do processo administrativo.

O administrador normalmente está voltado para a gestão de recursos pertinentes ao processo

de produção da organização que gerencia; em contrapartida, o empreendedor volta-se para o desen-

volvimento de ações pertinentes ao planejamento como alicerce da visão de futuro.

Alguns autores entendem que o que diferencia o empreendedor de sucesso do administrador

comum é o constante planejamento a partir da visão de futuro.

O quadro abaixo apresenta algumas atividades exercidas pelos gerentes e empreendedores

de uma organização.

Fonte: Filion et al. (2000, p. 3)

12
 Material para uso exclusivo dos alunos da Rede de Ensino Doctum. Proibida a reprodução e o compartilhamento digital, sob as penas da lei.
EMPREENDEDORISMO

13